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Momento delicado, aprendizado, respeito, cuidado, individual. Período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações locais e sistêmicas causadas pela gestação, no organismo materno ao estado pré- gravídico. CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL Fase evolutiva Fase resolutiva Fase involutiva. DURAÇÃO DO PUERPÉRIO Início imediatamente após a expulsão da placenta e das membranas ovulares. Término 6ª semana após o parto, oito meses a um ano após o parto. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO 1 Imediato dequitação até 2h. Mediato após 2h até 10 dias. Tardio após o 10° dia. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO 2 Imediato dequitação até o 10º dia. Tardio 11º dia ao 45º dia. Remoto 46º dia até a completa recuperação e a volta dos ciclos menstruais ovulatórios normais. PUERPÉRIO IMEDIATO momento ideal para iniciar a amamentação; priorizar a hora ouro; avaliar todos os sinais de agravo em relação ao binômio mãe-filho; avaliar o retorno as condições pré-gravídicas; situações de risco ou intercorrências. FENÔMENOS INVOLUTIVOS OBSERVADOS Locais: mamas, útero, vagina, períneo. Sistêmicos: respiratório, urinário, cardiovascular, tegumentar. MAMAS Avalie as mamas: quanto a flacidez; simetria; mamilo; produção de colostro; presença de fissuras; ingurgitamento mamário; dores, incômodos, etc. Avalie no geral: pega correta; posição de amamentação; sucção da criança; vínculo mãe-filho; alimentação da mãe; apoio. Tipos de mamilos: protusos; semiprotusos; protátil; pseudo- invertido; invertido/umbilicado. Para mamilos não protusos: experimentar diversas posições (sentada, posição invertida); realizar exercícios para protrair os mamilos; se necessário, ordenhe o leite; exercícios de Hoffman e rolling. Traumas mamilares: fissuras; escoriação; erosão. Tratamento: verificar a pega do bebê; mudanças na posição do bebê; iniciar a mamada pela mama menos dolorida; ordenhar o leite e oferecer em copinho se necessário; utilizar o próprio colostro; avaliação de lesão específica. Outras complicações: ingurgitamento mamário; mastite. OCITOCINA / PROLACTINA ALEITAMENTO Aleitamento materno exclusivo: crianças que recebem somente leite materno, sem água, nem chá, sem suco; Aleitamento materno predominante: crianças que recebem leite materno de forma predominante, e também água, chá ou suco; Alimentação complementar oportuna (a partir dos 6 meses completos): crianças que recebem leite materno e alimentos sólidos. ÚTERO consistência (firme e indolor); contratilidade; dimensões. Início do puerpério: - Altura – 20cm; - Espessura – 4cm; - Peso – 1.000 a 1.200g. Final do puerpério: - Altura – 7 a 8 cm; - Espessura – 1cm a 1,5cm; - Peso – 50 a 100g. INVOLUÇÃO UTERINA 1cm/dia nos 3 primeiros dias; 0,5cm/dia até ficar próximo da borda superior da sínfise púbica, com ou sem cólicas; não deve ser palpável após 2 semanas. PALPAÇÃO P/ AVALIAR INVOLUÇÃO evitar expor a mãe no quarto; pedir para os acompanhantes homens retirarem- se caso desejo da mesma; cuidado redobrado em mulheres que tiveram parto cesáreo. HIPOINVOLUÇÃO polihidrâmnio; gestação gemelar;pós parto cesáreo; puérpera não lactante; endometrite. HIPERINVOLUÇÃO lactante; atividade física; multíparas. LOQUIAÇÃO perda vaginal após o parto; odor semelhante ao da menstruação; deve ser observado constantemente a cada visita durante o puerpério imediato. Volume: 225 a 500ml na primeira semana. COMO AVALIAR OS LÓQUIOS? Quantidade: Mínima – até 50ml Pequena – entre 50 e 100ml Média – entre 100 e 300ml Grande – entre 300 e 500ml Muito grande – acima de 500ml HEMORRAGIA PÓS-PARTO perda de mais de 500ml de sangue nas primeiras 24h após o parto. perda de 1000ml considera-se hemorragia grave. perda de 500ml após parto vaginal e 1000ml após cesariana. diminuição de 10% da hemoglobina. sangramento excessivo que torne a paciente sintomática. tontura, vertigem, síncope, hipotensão, taquicardia, oligúria. PRIMÁRIA: primeiras 24h após o parto. SECUNDÁRIA: entre 24h e 6 semanas após o parto. VULVA retorno em 6 semanas ; ligamentos uterinos. PERÍNEO varicosidades; hemorróidas; episiotomia (violência obstétrica); laceração. CUIDADOS COM O PERÍNEO - Exercícios com os músculos do assoalho pélvico no pré-natal e no pós-parto; - aumentam a consciência das mulheres sobre os exercícios; - redução de incontinência urinária; - qualidade de vida; - compressas de gelo ou gel frio em pacotes; - absorvente de camomila; - higiene perineal; - calcinhas adequadas e confortáveis. SISTEMA RESPIRATÓRIO Descompressão brusca do diafragma; Retorno da respiração costo-abdominal. SISTEMA CARDIOVASCULAR Retorno do coração à posição anatômica anterior à gestação; diminuição do volume sanguíneo; hipotensão; regressão de varizes de MMII/vulvares; regressão de hemorroidas; débito cardíaco retorna ao normal nas primeiras 6 a 12 semanas pós-parto. SISTEMA GASTROINTESTINAL correção da topografia gástrica pela descompressão abdominal; retorno dos movimentos intestinais normais. SISTEMA URINÁRIO Traumas ou edemas na uretra podem levar a retenção urinária no puerpério imediato; Situação acompanhada de medo de urinar das puérperas; Filtração glomerular normaliza entre 4 a 8 semanas. SISTEMA TEGUMENTAR Regressão do edema; Redução da hiperpigmentação; Linha nigra/alba; Sudorese; Unhas quebradiças; Queda de cabelos. SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULAR Aumento da cavidade pélvica; Relaxamento da musculatura abdominal e pélvica. SISTEMA ENDÓCRINO Queda brusca de: estrogênio, progesterona e gonadotrofina coriônica; Elevação dos níveis de prolactina; O retorno da menstruação é variável para as mulheres que amamentam (tempo médio de 3 a 6 meses). SISTEMA HEMATOPOIÉTICO Diminuição do número de hemácias; Elevação dos níveis de fibrinogênio que permanecem elevados no puerpério imediato; Risco de fenômenos tromboembólicos; Fatores predisponentes: cirurgia, varizes e imobilização. AVALIAÇÃO Sinal de bandeira: menor mobilidade à palpação da panturrilha acometida – “empastamento”. Sinal de Bancroft: dor à palpação da musculatura da panturrilha contra a estrutura óssea. Sinal de Homans: dor na panturrilha à dorsoflexão do pé. SINAIS VITAIS AMAS TERO NTESTINO ÓQUIOS PSIOTOMIA/PERÍNEO OMANS STADO EMOCIONAL Sentido céfalo caudal; apresentar-se; expor a mulher da menor forma possível; observar todos os sinais; explicar a mulher e acompanhante todas as etapas e sua avaliação; realizar todas as anotações; evolução de enfermagem. AVALIAR: conjuntiva palpebral; mamas; útero; cicatriz (cesárea); lóquios; episiotomia/laceração; hemorroida; MMII; Implantação da placenta – inteira ou pac=racialmente – no segmento inferior do útero, a partir da 26ª semana. QUATRO TIPOS DE PLACENTA PRÉVIA: 1- completamente ou total ou centro total – quando recobre toda a área do orifício interno. 2- parcial ou centro parcial – quando o faz parcialmente. 3- marginal – quando a margem placentária atinge a borda do orifício interno, sem ultrapassá-lo. 4- lateral ou placenta de inserção baixa – implantação seguimentar, sem alcançar o orifício cervical interno. ETIOPATOGENIA: endométrio lesado. FATORES DE RISCO: idade; paridade; cesárias; abortamentos e curetagens; endometrite; DIPA; tabagismo/uso de cocaína; placentagrande; PP anterior. DIAGNÓSTICO clínico e ultra-sonográfico. é relatada perda sanguínea por via vaginal, indolor, súbita, de cor vermelho-viva, em geral de pequena quantidade. episódica, recorrente e progressiva. volume e tono uterinos normais ausência de sensibilidade uterina vitalidade fetal preservada situação oblíqua e transversa em (15 a 30%), apresenta pélvica (8-10%), alta e móvel. exame especular – colo congesto, entreaberto, sangue vermelho vivo ou com coágulos fluindo pelo canal cervical. toque cervical – prescrito. USG – verifica localização placentária e suas relações com orifício cervical interno, vitalidade fetal e idade gestacional. COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS Mais frequentes: hemorragia e acretismo placentário. Outras complicações: descolamento completo ou parcial da PP; retardo do crescimento fetal; sofrimento fetal agudo; placentite. CONDUTA Depende do: tipo de localização placentária; volume do sangramento; idade gestacional e condições de vitalidade fetal. toda paciente com PP durante episódios hemorrágicos deve ser internada. recomendação de repouso e reposição das perdas maternas. realizar tipagem sanguínea e prova cruzada. monitorar: vitalidade fetal; volume de sangramento; SSVV; Hemoglobina (<8g% - indica hemotransfusão). manter acesso venoso calibroso oferecer dieta rica em ferro oferecer suplementação de ferro não realizar exames vaginais e retais realizar observação cuidadosa do sangramento pós- parto. acompanhamento do pré-natal deve ser no ambulatório de gestação de alto risco. antecipação do parto depende da intensidade do sangramento materno da idade gestacional condições de vitalidade fetal. VIA DE PARTO DEPENDE DO TIPO DE PLACENTA PRÉVIA marginais – a via preferencial é a vaginal. placentas prévias totais – absoluta indicação de cesárea (com feto vivo ou morto). parciais – indicação de cesárea. separação abrupta da placenta antes do nascimento do feto, em gestação de 20-22 ou mais semanas, a placenta deve estar inserida no corpo uterino. ocorre em cerca de 0,5% - 1% de todas as gestações, sendo responsável por altos índices de mortalidade perinatal e materna. FATORES ETIOLÓGICOS: hipertensão trauma direto sobre o útero após nascimento do 1º gemelar trações indevidas deslocando a placenta do segundo gemelar rotura prematura das membranas ovulares tabagismo cocaína mioma uterino. FISIOPATOLOGIA: deslocamento, hematoma retroplacentário e hemorragia. contratilidade uterina: hipertonia/hipotonia do pós-parto. ORIGEM DA COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA: - tecido lesado – tromboplastina – sangue materno. - tromboplastina transforma a protrombina em trombina. - trombina transforma o fibrinogênio em fibrina. QUADRO CLÍNICO dor abdominal súbita e contínua. perda sanguínea vaginal de cor vermelho-escura e em quantidade variável. OBS: em parte dos casos, o sangramento é oculto. DIAGNÓSTICO EXAME CLÍNICO: útero hipertônico, doloroso, sensível às manobras palpatórias; os batimentos cardíacos fetais habitualmente não são mais audíveis; comprometimento variável das condições gerais maternas (palidez de pele e mucosas, até choque grave e distúrbios da coagulação sanguínea). USG – achado de área correspondente ao hematoma retroplacentário. CONDUTA encaminhamento de urgência para maternidade se possível com suporte para reposição de volume, para resolução imediata do parto, correção da coagulopatia dentre outras medidas gerais. Reposição sanguínea: tipo de sangue e a prova cruzada; acesso venoso calibroso; reposição volêmica; transfusão de sangue. 2 acessos calibrosos (J16/14) hematimetria/coagulograma (distúrbios da coagulação) SVD elevação de membros máscara de O2 (8-10L/min) prevenção da hipotermia SSVV sinais de sangramento (choque) balanço hidroeletrolítico. interrupção da gestação antes da viabilidade do produto da concepção pesando menos de 500g 20-22 semanas gestacionais. precoce – com 12 semanas ou menos. tardio – com mais de 12 semanas. o aborto espontâneo ocorre em cerca de 12 a 24% das gestações diagnosticadas. ETIOLOGIA: 1/3 das causas não são identificadas. 2/3 são: genéticas; alt. Placentárias, do cordão umbilical e das membranas ovulares; patologia uterina; incompetência istmo-cervical; fatores maternos; traumatismos; patologias endócrinas. ABORTAMENTO INEVITÁVEL SINAIS E SINTOMAS: colo uterino entreaberto hemorragia varia entre média e abundante cólicas presentes útero em volume proporcional ou ligeiramente inferior à idade gestacional. ABORTAMENTO COMPLETO geralmente, ocorre antes da 8ª semana material ovular é eliminado, com redução gradual das cólicas e sangramento. SINAIS E SINTOMAS: colo fechado, sangramento praticamente ausente. confirmação do diagnóstico – USG. ABORTAMENTO INCOMPLETO os produtos da concepção são geralmente expulsos separadamente, podendo haver eliminação parcial do feto ou da placenta. SINAIS E SINTOMAS: sangramento vultoso, cólicas, colo aberto, útero em volume menor que o esperado para IG. COMPLICAÇÕES: hemorragia, que pode levar ao choque hemorrágico e infecção. ABORTAMENTO RETIDO expulsão do ovo não se dá até30 dias decorridos da morte do concepto. USG - ausência de vitalidade Diminuição do volume uterino, AFU menor que o esperado para a IG Parada dos movimentos fetais Diminuição do peso Diminuição do volume e consistência das mamas Negativação dos testes de gravidez. Especular – sangramento ausente ou escasso Colo fechado. COMPLICAÇÕES E TRATAMENTO: Distúrbios da coagulação: passagem para o sangue de toxinas oriundas da degeneração do feto e placenta Infecção (rara) Tratamento expectante ou intervencionista. ABORTAMENTO INFECTADO SINAIS E SINTOMAS: secreção vaginal purulenta, odor fétido, febre, diminuição de consistência do miométrio e dores abdominais. O colo em regra, está entreaberto. DIAGNÓSTICO: Anamnese imprescindível - considerar história de manobras abortivas Quadro clínico + ecografia pélvica. CLASSIFICAÇÃO: Grau I – Limitada ao útero. Grau II – útero e anexos. Grau III – peritonite e/ou sepsis. CONDUTA: antibióticos e ocitócitos, seguido de esvaziamento cauteloso através da curetagem, hemotranfusão e hidratação. Em alguns casos histerectomia. ABORTAMENTO ESPONTÂNEO DE REPETIÇÃO perda espontânea e sucessiva de três ou mais gestações antes da 22ª semana Ocorre em cerca de 0,5% de todas as gestações. FATORES CAUSAIS: Anomalias do desenvolvimento uterino (útero bicorno ou septado) Leiomiomas – principalmente os submucosos Incompetências istmocervical Sinéquias uterinas Causas endócrinas (disfunção da tireóide) Causa hormonal (insuficiência lútea) Outras. Causa mais frequente de abortamento habitual e trabalho de parto prematuro por falha no sistema oclusivo do útero grávido. Cerclagem cervical idealmente entre 12 a 14 semanas – Retirada de pontos entre 37 – 38 semanas no ambulatório. DIAGNÓSTICO: é feito clinicamente e através da ultrassonografia. O atraso menstrual, a perda sanguínea uterina e a presença de cólicas são dados clínicos a serem considerados. O exame ultra-sonográfico é definitivo para a avaliação da vitalidade do concepto, presença de restos ovulares e da idade gestacional. O exame especular permite a visualização do colo uterino, constatando-se a origem intra-uterina do sangramento com possibilidade da presençade fragmentos placentários no canal cervical e vagina. Pelo toque é possível a avaliação da permeabilidade do colo (aberto ou fechado). A escuta dos batimentos cardíacos fetais, com Sonar Doppler a partir da 13ª semana, informa sobre as condições de vitalidade ovular. CONDUTA: aspiração manual intrauterina (AMIU) Misoprostol. CUIDADOS DE ENFERMAGEM: Monitorizar sinais vitais. Monitorar sinais de hipovolemia. Proporcionar equilíbrio hidroeletrolítico. Instruir a não praticar atividades intensas durante o período de reabilitação. Marcar retorno após duas semanas para uma nova avaliação. Instruir a paciente a comunicar quando o sangramento se torna excessivo, as cólicas são intensas ou quando há febre. Dar apoio emocional e psicológico.
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