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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM ENERGIA E SUSTENTABILIDADE Grace Kelly Sampaio Juventino Experimento 01 - Abordagem de caráter anfótero do alumínio FEIRA DE SANTANA – BA 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM ENERGIA E SUSTENTABILIDADE Experimento 01 - Abordagem de caráter anfótero do alumínio Relatório apresentado à disciplina Fundamentos de Química II, para obtenção de parte da nota do semestre 2022.1, conforme solicitado pela Prof. Joelma Figueiredo. FEIRA DE SANTANA – BA 2022 1. Introdução O alumínio é um metal largamente utilizado nos dias de hoje para uma série de aplicações como peças automotivas, revestimentos, embalagens de alimentos, bebidas, artefatos de cozinha, fabricação de aquecedores solares, fuselagem de aeronaves, barcos, automóveis, entre outros. Além de possuir caráter econômico de obtenção, é leve, resistente e amplamente disponível em nosso dia a dia. O alumínio apresenta baixa densidade (2,7 g/cm3), baixa temperatura de fusão e ebulição (660 °C e 1800 °C, respectivamente), além das características gerais dos metais, como boa maleabilidade, ductilidade, condutividade elétrica e brilho metálico. O alumínio foi descoberto através do estudo da condutibilidade elétrica. Obtendo o cloreto de alumínio (AlCl3) a partir do óxido de alumínio (Al2O3). O sal foi, então, tratado com amálgama de potássio (mistura homogênea contendo potássio e mercúrio), obtendo-se amálgama de alumínio que, posteriormente, foi decomposta originando mercúrio e alumínio. Mediante a evaporação do mercúrio, conseguiu-se isolar o alumínio como resíduo. O alumínio é um elemento com caráter anfótero, sendo capaz de reagir com soluções aquosas diluídas de ácidos e bases fortes. Em ambos os casos, a oxidação desse metal altera suas propriedades mecânicas, comprometendo muitas das suas aplicações. Ele reage espontaneamente com o oxigênio do ar formando uma película protetora de óxido de alumínio sobre sua superfície, aumentando sua resistência a intempéries. Entretanto, essa camada apassivadora não impede sua oxidação por ácidos e bases fortes, mesmo quando diluídos, ocasionando a corrosão do metal. As equações 1 e 2 representam os fenômenos químicos a serem observados para os meios ácido e básico, respectivamente. 2Al(s) + 6HCl(aq) → 2AlCl3(aq) + 3H2(g) (1) 2Al(s) + 2NaOH(aq) +4H2O(l) → 2NaAlO2.2H2O(aq) + 3H2(g) (2) 2. Materiais LEVANTAMENTO DOS REAGENTES E MATERIAIS Nome Concentração Quantidade Hidróxido de sódio Ácido muriático (clorídrico) Anéis de alumínio Papel alumínio Soda cáustica Cubos de gelo 0,1 M 5M – -- 10 ml 10ml 2 -- LEVANTAMENTO DA VIDRARIA Tipo Capacidade Quantidade Proveta Béqueres 10 mL 250mL 2 2 O reagente predominante é o ácido clorídrico. Quando o cloreto de hidrogênio é colocado em água, o hidrogênio da molécula de HCl, que está positivamente carregado, é atraído pelo oxigênio da molécula de água, que é mais eletronegativo que o cloro. Desse modo, estabelece-se uma ligação covalente que forma o cátion hidrônio (H3O+) em solução aquosa, ou seja, ocorre uma ionização: HCl(g) + H2O(l) → H3O+(aq) + Cl-(aq) HCl(aq) → H+(aq) + Cl-(aq) Visto que possui íons em solução, o ácido clorídrico é uma solução eletrolítica, ou seja, que conduz corrente elétrica. Na soda cáustica é o hidróxido de sódio. O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é usado para desobstruir encanamentos e sumidouros pelo fato de ser corrosivo. A produção da soda cáustica é feita através da reação de eletrólise, onde grande quantidade de calor é liberada (reação exotérmica) junto dos íons Na+ e OH-. Esse processo também é chamado de “eletrólise da salmoura”, uma vez que se utiliza o NaCl (sal de cozinha) numa solução aquosa. Abaixo a equação química para obtenção desse composto em laboratório: 2NaCl(aq) + 2H2O(l) → 2NaOH(aq) + Cl2(g) + H2(g) Quanto à toxicologia dos reagentes, vale ressaltar que estes devem ser cuidadosamente manipulados utilizando guarda-pó, calça comprida e sapato fechado. O hidróxido de sódio possui poder irritante para pele e olhos, conforme testes realizados em laboratório. (ALVAREZ-LEITE, 1990). O ácido muriático, por sua vez, possui nível de toxicidade aguda. A ação irritante e corrosiva, se exposto prolongadamente, pode levar a erosão dentária, a depender do tempo e intensidade da exposição pode ocasionar desidratação no local de interação entre o ácido e as estruturas celulares (ALVAREZ-LEITE, 1990). 3. Fluxograma do procedimento Fonte: a autora (2022). Em dois tubos de ensaio, adicionamos quantidades iguais de solução dos reagentes. Em seguida, simultaneamente, foi adicionado um anel de alumínio em cada tubo. O volume utilizado é o equivalente para cobrir por completo os anéis de alumínio. 4. Tabelas para os dados experimentais - Resultados e discussão Foi observado no experimento o consumo do metal e formação de gás, sendo possível comprovar o caráter anfótero do alumínio, já que as soluções reagentes utilizadas possuem predominantemente um ácido, o cálculo clorídrico, e uma base, o hidróxido de sódio. Outra constatação está relacionada à temperatura. Foi possível observar que, à medida que a reação ocorre, a temperatura aumenta, evidenciando uma reação exotérmica. Quanto às velocidades de reação, pode ser observado o tempo gasto para o desprendimento de gás para a dissolução do material. Apesar da reação ocorrer satisfatoriamente nos dois casos, é possível observar que em contato com solução ácida, o alumínio se dissolve mais facilmente, conforme é possível observar na figura 1 a seguir. Figura 1 - EXPERIMENTO 1 - Evolução da reação entre o alumínio e a solução de ácido clorídrico (a) (b) (c) (d) Nas figuras acima, é possível visualizar o alumínio por 2 minutos na base e ácido, respectivamente (Figura 1a). Na figura 1b, o alumínio reage na base e no ácido por 5 minutos. Na figura 1c, vemos o alumínio na base e no ácido, respectivamente, por 11 minutos e, por fim, na figura 1d, vemos o alumínio na base por aproximadamente 50 minutos. Posteriormente, adicionou-se 10mL de solução reagente em dois tubos de ensaio. Em um béquer, foi adicionado cubos de gelo e aproximadamente 100ml de água. Um dos tubos foi colocado no interior do béquer, em repouso por 5 minutos, conforme Figura 2. Figura 2 – tubo no béquer por 5 minutos. Após esse intervalo, um anel de alumínio foi adicionado nos tubos para realizar comparação da velocidade de reação nos dois sistemas, conforme é possível observar na Figura 3. Figura 3 - EXPERIMENTO 2 - Evolução da reação entre o alumínio e a solução de ácido clorídrico (a) (b) (c) (d) Salienta-se que, na figura 1d, houve cinco minutos de reação. Posteriormente a esta etapa, foi realizado um terceiro experimento com o papel alumínio. Em duas garrafas PET, adicionou-se pedaços de papel alumínio de mesmo tamanho. Um dos pedaços foi amassado até possuir formato de bola e o outro pedaço manteve-se com sua superfície lisa. Figura 4 - EXPERIMENTO 3 (a) (b) Na figura 1a, é possível visualizr o experimento após 10 minutos. Na figura 1b, a garrafa do lado esquerdo era a que possuia o material de alumínio amassado em formato redondo.5. Resultados Obtidos No experimento 1, a partir da diferença visual obtida com os dois reagentes, é possível constatar o caráter anfótero do alumínio e verificar, visualmente, a diferença de gás obtida através das reações. Pode-se afirmar que na base, a reação é mais lenta, enquanto que, no ácido, a reação ocorre de forma mais rápida. No experimento 2, foi constatado que, onde uma das provetas foi mantida em temperatura menor, através do béquer com gelos, que, o tubo mantido em temperatura ambiente teve velocidade maior de reação. No experimento 3, foi possível evidenciar a relação entre a velocidade de reação e a superfície de contato disponível do material. Uma vez que a barreira protetora do alumínio foi rompida devido a deformação do papel alumínio, a reação se tornou muito mais rápida. A preferência para utilização de garrafas PET se dá devido ao fato de serem impermeáveis ao gás hidrogênio e por facilitarem a comprovação da formação deste produto através do aumento da pressão interna do sistema. 6. Considerações finais O estudo da reação de oxidação do alumínio conduziu a resultados positivos. A assimilação e compreensão dos conhecimentos científicos oriundos do caráter anfótero do alumínio permitiu relacionar esta característica do metal com outros fatores, como superfície de contato e temperatura, que interferem diretamente na velocidade de reação do experimento. Referências ATKINS, P.; LORETTA JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Tradução da 3a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006. BROWN, T. L.; LEMAY, H. E. BURSTEN, B. E. Química: A Ciência Central. Tradução da 9a edição. Pearson Education - Br, 2005. BRADY, J. E.; HOLUM, J. R.; RUSSELL, J. W. Química Geral: A matéria e suas transformações. Tradução da 5a edição. LTC, 2009. ALVAREZ-LEITE, Edna Maria; JOKL, Lieselotte. Riscos químicos e toxicológicos de algumas substâncias utilizadas em laboratórios. Rev. farm. bioquim, p. 83-94, 1990. MATÉRIA, T., & Inorgânica, Q. (2022). Hidróxido de sódio - NaOH (soda cáustica) | Química. Retrieved 18 May 2022, from https://www.todamateria.com.br/hidroxido-de-sodio/