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Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 1 de 8 1. Lacrimejamento A causa mais comum de lacrimejamento em bebê é a obstrução da via lacrimal em qualquer parte do seu trajeto ou atresia e ocorre em recém-nascidos (RN) ou em crianças de até 3 anos. A permanência da membrana de Hasner também pode ser uma das causas de obstrução da via. A obs- trução leva ao acúmulo de secreção dentro do saco lacrimal, o que propicia a prolife- ração de bactérias. A lágrima estagnada no canto do olho pode levar a uma dermatite por irritabilidade e maceração da pele. Geralmente apresenta: lacrimejamento unilateral, sem edema palpebral, sem hipe- remia, olho calmo, podendo apresentar secreção ao acordar (“remela”). ✓ Drenagem inadequada; ✓ Produção excessiva; ✓ Inflamação (conjuntivites); ✓ Alergias; ✓ Glaucoma; ✓ Olho seco; ✓ Hipermetropia; ✓ Corpo estranho; ✓ Triquíase (cílios que nasceram para dentro do olho); ✓ Ectrópio (pálpebras viradas para fo- ra do olho); ✓ Entrópio (pálpebras viradas para dentro do olho). ✓ Tipo de secreção; ✓ Duração; ✓ Uni ou bilateral; ✓ Idade; ✓ Dor. ✓ Lacrimejamento; ✓ Irritação das pálpebras; ✓ Diminuição da acuidade visual; ✓ Secreção Mucopurulenta (“olho melado”). Maioria se resolve espontaneamente até o primeiro ano de vida. ✓ Conduta expectante varia do 6º ao 18º mês; ✓ Realizar boa higiene; ✓ Usar colírios; ✓ Fazer compressas mornas; ✓ Cirurgia; ✓ Massagem (pode romper a mem- brana de Hasner). ✓ Persistência do quadro clínico; ✓ Intensificação dos sintomas; ✓ Corpo estranho; ✓ Contato com produtos químicos; ✓ Sangramento; ✓ Dor. 2. Conjuntivite É a inflamação conjuntiva e da esclerótica. Pode ser viral, bacteriana, alérgica, tóxica ou química. Caracteriza-se por hiperemia conjuntival, edema palpebral, secreção aquosa ou purulenta, prurido, ardor e sen- sibilidade à luz. Tanto virais quanto bacterianas são conta- giosas. Conjuntivite viral – sinais e sintomas vari- am de leve a moderado; em casos mais graves pode-se pensar em herpes simples e varicela-zoster: ✓ Ardor; Problemas Frequentes na Criança VISÃO GERAL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ANAMNESE TRATAMENTO EXAME FÍSICO QUANDO REFERENCIAR VISÃO GERAL Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 2 de 8 ✓ Lacrimejamento; ✓ Edema palpebral; ✓ Prurido intenso; ✓ Hiperemia. Conjuntivite bacteriana – as bactérias mais frequentes são Haemophilus influenzae, pneumococos, Moraxella catarrhallis, es- tafilococos: ✓ Ardor; ✓ Prurido; ✓ Hiperemia; ✓ Secreção purulenta ou mucopuru- lenta; ✓ Edema palpebral. Conjuntivite alérgica – mais comum após os 3 anos de idade: ✓ Hiperemia leve; ✓ Prurido intenso; ✓ Lacrimejamento; ✓ Edema palpebral. Deve-se pensar em conjuntivite quando houver coceira, vermelhidão, lacrimeja- mento, turvação visual, fotofobia, secreção, dor e inchaço. ✓ Quando iniciou; ✓ Contato com outras pessoas; ✓ Permanência em ambientes fecha- dos; ✓ Tipo de secreção. ✓ Prurido; ✓ Hiperemia; ✓ Lacrimejamento; ✓ Turvação visual; ✓ Fotofobia; ✓ Secreção; ✓ Dor; ✓ Edema. ✓ Lavar as mãos com frequência; ✓ Fazer compressas frias no local com soro fisiológico; ✓ Usar colírios lubrificantes, lágrimas artificiais; ✓ Utilizar colírios antibióticos; ✓ Antibióticos sistêmicos (gonocóci- ca – ceftriaxona ou penicilina G cristalina “Benzetacil”; clamidiana – eritromicina); ✓ Uso de toalhas individuais; ✓ Trocar roupas de cama com fre- quência; ✓ Afastar o agente causal. ✓ Persistência dos sintomas; ✓ Intensificação dos sintomas. 3. Monilíase Oral Também conhecida como candidíase oral ou “sapinho”, é uma infecção causada pela Candida albicans, levedura ubíqua na ca- vidade oral. Pode ser causada, também, pela Candida tropicalis, Candida parapsi- losis, Candida krusei, Candida glabrata, Candida lusitaniae, e Candida guillier- mondii, caracterizada por placas irregulares com ou sem base eritematosa na superfície da mucosa bucal ou lingual. Em pacientes imunocomprometidos, pode estar disseminada. Pode interferir na amamentação por causar desconforto do contato do alimento com as lesões. No RN, é comum a conjuntivite pelo credê, a gonocócica e a clamídia. Oftalmia química é a mais frequente e decor- re da realização do credê com o nitrato de prata. Oftalmia gonocócica manifesta-se com olho vermelho, pus espesso nos olhos e edema palpebral. Pode levar à ulceração da córnea. Ocorre entre o 2º e 4º dia do nascimento. Clamídia ocorre entre o 5º e 12º dia de vida. ! ANAMNESE QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO QUANDO REFERENCIAR VISÃO GERAL Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 3 de 8 Pode ser adquirida pelos RNs através do canal do parto, e o uso de antibióticos, pro- tetores do seio materno, alimentação artifi- cial e chupeta pode predispor o apareci- mento da monilíase. ✓ Partículas de leite na cavidade oral. ✓ Lesões em cavidade oral e língua, esbranquiçadas, aderentes, de as- pecto leitoso. ✓ Lavar as mãos; ✓ Lavar a boca da criança usando pa- no macio enrolado no dedo e ume- decido com água e sal; ✓ Nistatina – 25 a 50.000 UI/kg/dose, 1 a 2 mL, via oral (VO), de 6/6h, espalhando bem na boca da criança por 07 dias; ✓ Retorno para reavaliação com 07 dias. Obs.: Usar a mesma conduta no seio ma- terno se ele for a fonte da infecção. ✓ Candidemia (forma disseminada de candidíase). 4. Icterícia Neonatal Um dos problemas mais frequentes no pe- ríodo neonatal, sendo a manifestação clíni- ca da hiperbilirrubinemia, definida como o aumento da bilirrubina indireta (BI), com níveis maiores de 1,3 a 1,5 mg/dL, ou bilir- rubina direta (BD) superior a 1,5 mg/dL, desde que essa represente > 10% do valor da bilirrubina total (BT). No RN a termo, saudável, várias limitações do metabolismo explicam a icterícia, como a sobrecarga de bilirrubina nos hepatócitos e a menor capacidade de captação, conju- gação e excreção da bilirrubina. A icterícia torna-se visível a partir de ní- veis séricos de bilirrubina em torno de 5 a 6 mg/dL. Os níveis séricos também se re- lacionam com a progressão craniocaudal da icterícia, com as zonas de Kramer: Figura 1- Divisão proposta por Kramer em relação à progressão craniocaudal dos níveis séricos de bilir- rubina. A Icterícia Fisiológica reflete uma adapta- ção neonatal ao metabolismo da BI e tem início tardio, após 24h de vida – torna-se visível no 2º ou 3º dia de vida. No RN a termo, o pico máximo é entre o 3º e o 4º dia de vida (BI em torno de 12 mg/dL), reduzindo espontaneamente entre o 5º e 7º dia de vida. No RN pré-termo, o pico má- ximo é entre o 4º e 6º dia de vida (BI em torno de 15 mg/dL), podendo se prolongar até o 10º ao 15º dia de vida. A icterícia que possui início precoce, < 24h de vida, decorre de processo patológico, podendo alcançar concentrações de BI e ser lesiva ao cérebro, quadro de encefalo- patia bilirrubínica (kernicterus). ✓ Icterícia fisiológica; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EXAME FÍSICO TRATAMENTO QUANDO REFERENCIAR VISÃO GERAL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 4 de 8 ✓ Icterícia relacionada à doença he- molítica, seja anemia isoimune (in- compatibilidade Rh, ABO), defei- tos da membrana eritrocitária (esfe- rocitose, eliptocitose) ou defeito enzimático ou eritrócito (deficiên- cia de G-6-PD, piruvato-cinase e hexocinase);✓ Icterícia por hemoglobinopatias: al- fa-talassemia; ✓ Icterícia por aumento da circulação êntero-hepática da bilirrubina: icte- rícia pela falta de aleitamento ma- terno, jejum oral ou baixa oferta en- teral, anomalias gastrintestinais (obstrução, estenose hipertrófica de piloro); ✓ Icterícia por coleções sanguíneas extravasculares: céfalo-hematoma, hematomas e equimoses; ✓ Icterícia por Policitemia: RN pe- queno para idade gestacional, RN de mãe diabética, transfusão feto- fetal e materno-fetal, clampeamen- to tardio ou ordenha de cordão um- bilical; ✓ Icterícia associada ao leite materno, de início na 1ª semana de vida, po- dendo atingir níveis elevados até o final do 1º mês e perdurar até o 2º ou 3º mês, não sendo necessária a suspensão do aleitamento. ✓ Aparecimento e evolução da icterí- cia: início precoce (< 24h) ou tar- dio? Progressão rápida ou gradual? ✓ Investigar história obstétrica mater- na e o parto; ✓ História neonatal; ✓ Considerar a perda ponderal desde o nascimento. Perdas excessivas (> 10%) podem indicar aporte hídrico insuficiente. ✓ Exame físico detalhado; ✓ Progressão craniocaudal da icterícia. ✓ Dosagem de Bilirrubina Total e Frações; ✓ Tipagem sanguínea e fator Rh da mãe e do RN; ✓ Teste de Coombs direto do RN; ✓ Hematócrito e Hemoglobina do RN; ✓ Dosagem de reticulócitos e hema- toscopia. ✓ Fototerapia indicada conforme o nível de BT, a idade gestacional, a idade pós-natal e a presença dos fa- tores agravantes. ✓ RN ictérico 3+/4+ até o terço infe- rior do abdome (Zona 3 de Kramer), sugerindo um valor de bilirrubina acima de 12-15 mg/mL; ✓ Valores de BT > 12mg/mL se bene- ficiam de investigação complemen- tar. ✓ A equipe multiprofissional deve promover o aleitamento materno exclusivo, avaliando pega, posição e sucção para manter o RN bem hi- dratado; ✓ Orientar banho de sol para o bebê antes das 10h e após as 16h. 5. Cuidados com o Coto Umbilical O coto remanescente do cordão umbilical cortado sofre processo de mumificação por trombose e contração dos vasos umbilicais, seguido de epitelização. Por volta da 1ª semana de vida, o coto separa-se do neona- to, formando a cicatriz umbilical. ANAMNESE EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES TRATAMENTO QUANDO REFERENCIAR ATIVIDADES PREVENTIVAS E DE EDUCAÇÃO VISÃO GERAL Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 5 de 8 ✓ Perguntar aos responsáveis sobre odores atípicos na região, saída de secreções, presença de vermelhidão ou dor à manipulação do coto. ✓ Inspeção e palpação do abdome do RN em busca de sinais flogísticos, herniações ou outras alterações. ✓ Caso haja sinais de infecção do co- to umbilical, exames laboratoriais podem ser úteis no rastreamento de sepse; ✓ Em caso de suspeita de herniações, ultrassonografia (US) abdominal para identificar o conteúdo da hér- nia. ✓ Antissépticos tópicos – álcool 70% e clorexidina – o mais breve possí- vel. ✓ Granuloma umbilical: excesso de tecido que permanece na base do umbigo após a separação do coto; causa drenagem persistente de lí- quido seroso ou serossanguinolento, ou umidade ao redor da cicatriz, podendo levar à infecção. Trata- mento: nitrato de prata 75%; ✓ Onfalite: infecção do umbigo e te- cidos adjacentes. Apresenta eritema, edema na região periumbilical e sa- ída de secreção purulenta, apresenta risco de sepse e fasciíte necrosante. Conduta: internação. Tratamento: antibióticos via parenteral. ✓ Presença de secreção purulenta no umbigo com eritema que se estenda à pele. ✓ Orientar quanto à correta higieniza- ção do coto, com uso somente de álcool 70% e clorexidina; ✓ Esclarecer sobre possíveis sinais de complicação. 6. Dermatite das Fraldas É uma dermatite inflamatória frequente no 1º ano de vida. Atinge períneo, nádegas, região púbica e face interna das coxas. Dermatoses podem ser exacerbadas, como dermatite seborreica, dermatite de contato e eczema atópico. O uso de fraldas promove o aumento da temperatura e a umidade local, tornando a pele mais suscetível ao contato com fezes, urina, substâncias irritantes (sabão, deter- gentes, amaciantes, lenços umedecidos), antimicrobianos e outros fatores. Infecções secundárias são frequentes por Candida albicans, podendo ter associação com Bacillus faecalis, Proteus, Pseudomo- nas, Staphylococcus e Streptococcus. Na infecção por Candida, encontramos: ✓ Intensificação do eritema com pús- tulas (lesões-satélite); ✓ Descamação (não poupando as do- bras). Em casos mais graves, podem aparecer lesões vesículo-erosivo-ulcerativas (“Der- matite de Jacquet”). A “Dermatite das Marés” é caracterizada pelas lesões que ocorrem nas margens das fraldas na área do abdome e das coxas (eri- tema em faixa), sendo resultado da fricção constante na borda das fraldas. ✓ Lesão eritematosa, brilhante, com descamação nas regiões em contato com as fraudas (dermatite em W), poupando as dobras. ANAMNESE EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES TRATAMENTO COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES QUANDO REFERENCIAR ATIVIDADES PREVENTIVAS E DE EDUCAÇÃO VISÃO GERAL EXAME FÍSICO Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 6 de 8 ✓ Trocar as fraldas com frequência; ✓ Usar fraldas bem absorventes; ✓ Evitar lenços umedecidos (usa água morna e sabonetes específicos); ✓ Lavar as mãos antes e depois das trocas de fraldas; ✓ Secar bem as dobras; ✓ Deixar a pele exposta ao sol e sem fraldas para ventilar por alguns mi- nutos ao dia; ✓ Usar cremes de barreiras (óxido de zinco, dexpantenol, amido, mico- lamina); ✓ Usar corticoides de baixa potência (hidrocortisona a 1%), caso neces- sário; ✓ Usar antifúngicos (nistatina, ceto- conazol); ✓ Usar antibióticos (neomicina, gen- tamicina). ✓ Piora das lesões; ✓ Lesões não responsivas ao trata- mento habitual. 7. Ingurgitamento Mamário Ingurgitamento unilateral ou bilateral das mamas é resultante da estimulação por hormônios da mãe que passam através da placenta para o sangue do bebê. É uma condição que pode durar alguns meses até regredir. ✓ Relato de aumento uni ou bilateral das mamas da criança, sem causar desconforto, na maioria das vezes. ✓ Protusão mamária, uni ou bilateral. ✓ Orientação quanto à evolução es- pontânea do ingurgitamento. ✓ Em caso de abcesso mamário, em que o tratamento é realizado com antimicrobianos, sendo o Staphylo- coccus aureus o patógeno mais comum. 8. Constipação Sintoma definido por qualquer uma das seguintes manifestações: eliminação de fezes duras, em cíbalos, na forma de seixos ou cilíndricas, com dificuldade ou dor para evacuar, eliminação esporádica de fezes muito volumosas que obstruem o vaso sa- nitário ou frequência de evacuações inferi- or a três por semana, exceto em crianças em aleitamento materno exclusivo. É o acometimento mais comum da gastro- enterologia pediátrica. O pico de incidên- cia ocorre na época do “treino do banhei- ro”. A Constipação Intestinal Crônica Funcio- nal (CICF) é responsável pela maioria dos casos na população pediátrica e pode estar associada à presença de complicações, como o escape fecal. O escape fecal é facilmente caracterizado após o 4º ano de vida, que consiste na aquisição do controle do esfíncter anal. Nos lactentes, dois distúrbios são comu- mente confundidos com constipação intes- tinal: a disquezia e a pseudoconstipação do lactente. Disquezia: comum nos primeiros 6 meses de vida, consiste na eliminação de fezes de consistência normal, antecedida por episó- dio de esforços, gemidos e choro, por 10 a 20min. Esse distúrbio desaparece em al- TRATAMENTO QUANDO REFERENCIARVISÃO GERAL ANAMNESE EXAME FÍSICO TRATAMENTO QUANDO REFERENCIAR VISÃO GERAL Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 7 de 8 gumas semanas, coincidindo com o desen- volvimento do lactente. Pseudoconstipação do lactente: o lactente em aleitamento natural apresenta evacua- ção de fezes macias, em frequência menor do que três vezes por semana. Apresentando 2 ou mais características: ✓ Duas ou menos evacuações por semana; ✓ No mínimo um episódio de incon- tinência fecal por semana; ✓ Postura retentiva; ✓ Evacuação dolorosa, cólicas; ✓ Presença de grande volume fecal no reto; ✓ Fezes com grande diâmetro que podem obstruir o vaso sanitário. ✓ Início da constipação; ✓ Eliminação de mecônio; ✓ Consistência das fezes (tipos 1, 2, 3 na escala Bristol significa cons- tipação); Figura 2- Escala de Bristol, onde os tipos 1, 2 e 3 significam constipação no RN. ✓ Entupimento do vaso com as fezes; ✓ Recusa de ir ao banheiro; ✓ Hábitos alimentares; ✓ Medicações em uso; ✓ Hábito intestinal dos familiares; ✓ Medos do paciente; ✓ Questionamento sobre lugares on- de a criança se sente confortável para evacuar; ✓ Incontinência fecal. ✓ Detalhado, com pesquisa de dis- tensão abdominal, fezes endureci- das no abdome e fissuras anais; ✓ Toque retal com o dedo mínimo (busca por estenose e de fezes na ampola retal). Sinais de alerta: ✓ Demora na eliminação de mecônio; ✓ Constipação nos primeiros meses de vida; ✓ Sangue nas fezes sem fissura anal; ✓ Dificuldade de ganho de peso; ✓ História de doença de tireoide; ✓ Alteração de força, reflexo ou tônus em membros inferiores; ✓ Dimple sacral; ✓ Tufos de cabelo na coluna. ✓ Pesquisa de sangue oculto nas fe- zes; ✓ Dosagem de hormônios tireoidia- nos; ✓ Rastreamento de doença celíaca; ✓ Radiografias; ✓ Trânsito colônico; ✓ Clister opaco. ✓ Mudança de hábitos alimentares (aumentar quantidade de fibras); ✓ Aumento da ingesta hídrica e práti- ca de exercícios físicos; QUANDO PENSAR ANAMNESE EXAME FÍSICO Ausência de fezes na ampola retal su- gere Doença de Hirschsprung. ! EXAMES COMPLEMENTARES TRATAMENTO Lucas Furtado Barros ~MFC – Saúde da Criança e do Adolescente~ Medicina UEMA Página 8 de 8 ✓ Não adiar as evacuações e recondi- cionar o hábito intestinal (recondi- ciona-se através da orientação de permanecer sentada por pelo menos 5min após as principais refeições, aproveitando o reflexo gastrocóli- co); ✓ Desimpactação em caso de fecalo- ma, megarreto e/ou escape fecal através da administração de ene- mas; ✓ Clister glicerinado 10 mL/kg/dose; enema fosfatado (dos para crianças > 2 anos de 6 mL/kg; máximo de 135 mL); supositório de glicerina para lactentes; ✓ Óleo mineral na dose de 1 a 3 mL/kg/dia (não indicado para me- nores de 1 ano por risco de pneu- monia lipoídica); ✓ Leite de magnésia (hidróxido de magnésio) na dose inicial de 1 a 3 mL/kg/dia; ✓ Lactulose de 1 a 3 mL/kg/dia; ✓ Polietilenoglicol (visando a desim- pactação) na dose de 0,7g/kg/dia, podendo ser dobrada. ✓ Falha terapêutica; ✓ Existência de doença orgânica; ✓ Constipação Crônica Orgânica (Gastropediatra ou Cirurgião Pediá- trico). 1. Tratado de medicina de família e co- munidade: princípios, formação e práti- ca [recurso eletrônico]/Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Ale- gre: Artmed, 2019. 2 v. QUANDO REFERENCIAR REFERÊNCIAS
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