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Larissa Gonçalves Pré-natal e Puerpério Pré natal Ministério da saúde: propõe assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-parto) e, às crianças, o direiro ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis Na maior parte dos casos, sem intercorrências Objetivos: · Estratificação do risco gestacional, devendo ser realizado em todas as consultas · Bem-estar materno e fetal · Identificação de problemas e intervenções · Educação da paciente 10 passos do pré-natal de qualidade: 1. Iniciar até 12ª semana de gestação 2. Garantir os recursos necessários à atenção pré-natal 3. A gestante deve ter asseguradas a solicitação, realização e avaliação do resultado dos exames no atendimento 4. Escuta ativa da gestantee de seus acompanhantes 5. Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal 6. É direito do parceiro ser cuidado, antes, durante e depois da gestação 7. Garantir acesso à unidade de referência especializada, se necessário 8. Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico e plano de parto 9. Direito de conhecer e visitar o serviço de saúde no qual irá dar à luz 10. As gestantes devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal Diagnóstico gestação: Teste imunológico de gravides (TIG): dosagem de gonadotrofina coriônica humana (βHCG) urina ou sangue Atraso mentrual > 12 semanas: confirmação pode ser realizada pelo exame físico e torna-se desnecessária a realização do TIG Queixas principais: atraso menstrual, fadiga, mastalgia, aumento da frequência urinária, enjoos e vômitos matinais Teste rápido de gravidez: · Atraso menstrual > 15 dias · O βHCG: detectado entre 8 a 11 dias após a concepção, no sangue periférico Sinais diagnósticos da gestação: Presuntivos ou presumíveis: atraso menstrual, náuseas, vômitos, sonolência, aumento das mamas Provável: βHCG+ (nem sempre é gravidez), amolecimento da cérvice uterina (sinal de Goodell), aumento da elasticidade do útero (sinal de Hegar), sinal de Piskacek e de Nobile- Bundin, alterações uterinas, paredes vaginais aumentadas com aumento da vascularização (sinal de Chewick), sinal do Rechaço (Puzoz) no toque vaginal Certeza: BCF detectada pelo sonar (10 a 12 semanas), Pinard (a partir de 20 semanas) ou ultrassom (6 semanas); percepção de movimentos fetais (18 a 20 semanas), ultrassonografia Consulta pré-concepção: Anamnese e exame físico Exames laboratoriais e ginecológico Uso de substâncias História clínica, condições de trabalho, vacinação, ISTs História familiar História obstétrica Assistência pré-natal: A gestante deve ter no mínimo 6 consultas Consultas: · Intercaladas entre médico e enfermeiro · Mensais até 28ª semana · Quinzenais entre 28 e 36ª semanas · Semanais até o termo · 40ª semana: avaliação de bem estar fetal e acompanhamento obstétrico · 41ª semana: encaminhar para indução Larissa Gonçalves · VD à gestantes e puérpera · Busca ativa das gestantes faltosas e à puérpera, na 1ª semana pós parto Orientações na 1ª consulta (ou 1º trimestre) Sinais de alerta: líquido, sangramento e movimentos fetais; Modificações do organismo, cloasma, varizes e estrias; Higiene e vestes Mamas para amamentação Trabalho de parto Alimentação e ganho de peso Uso de drogas Vacinas e imunização Dentes e gengivas Atividade física: não é proibida desde que não haja sangramento Atividade sexual: não é proibida desde que não haja sangramento Participação do parceiro e da família Classificar risco gestacional Iniciar ácido fólico e manter até 12ª semana Oferecer realização de testes rápidos Calcular DUM e DPP Solicitar exames do primeiro trimestre IG, DPP, DUM IG: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta e dividir o total por 7 (resultado em semanas). Utilizar gestograma (disco para IG e DPP) DUM: considerar os dias 5, 15 e 25/mês DPP: somar somar 7 dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair 3 meses ao mês em que ocorreu a última menstruação Exemplo: DUM: 13/09/2020 DPP: 20/06/2021 *Indicado para os meses de abril a dezembro OU DUM: 13/02/2020 DPP: 13/11/2020 *Indicado para os meses de janeiro a março Estratificação de risco: Individual: · Idade < 15 e > que 35 · Ocupação: esforço físico excessivo, exposição a agentes · Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez · Situação conjugal insegura · Mulheres negras (hipertensão), indígenas · Mulheres que tiveram pelo menos 1 filho morto em gestação anterior · > 3 filhos vivos em gestações anteriores Relacionados à história reprodutiva anterior: · Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado; · Macrossomia fetal · Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas · Intervalo interpartal < 2 anos ou > 5 anos · Nuliparidade e multiparidade (> 5 partos) · Cirurgia uterina anterior · >=3 cesarianas Relacionados à gravidez atual: · Ganho ponderal · Infecção urinária · Anemia Anamnese: Identificação Idade, queixa e duração Antecedentes pessoais: HAS, DM, cardiopatias, asma, cirurgias Antecedentes familiares: HAS, eclâmpsia, DM, cardiopatias, tireoidopatias Hábitos de vida Antecedentes ginecológicos: menarca, métodos contraceptivos Antecedentes obstétricos: GxPxAx, tipo de parto, intercorrências... Interrogatório sintomatológico Exame fisico: Geral: PA, peso Especial: pele, mucosa ocular, varizes, auscultas cardíaca e pulmonar, tireoide, aparelho locomotor, cavidade oral Obstétrico e ginecológico: · Mamas e linfonodos · Altura (ou fundo) uterino corresponde à cicatriz umbilical em torno da 20ª semana · Avaliação da estática fetal (manobras de Leopold-Zweifel) Larissa Gonçalves · Batimento cardíaco fetal: normal entre 110 e 160bpm o Sonar a partir da 12ª semana o Pinnard a partir da 18ª semana · Exame especular · Toque vaginal: último exame · Preventivo vaginose e clamídia Medida da altura uterina Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino; Anotar no gráfico no cartão da gestante; A partir da 20ª semana, AU = semana em cm margem de erro de 2cm Manobras de Leopold-Zweifel 1º tempo: delimitação do fundo uterino (situação) 2º tempo: determinação do dorso fetal (posição) 3º tempo: determinação da apresentação 4º tempo: grau de insinuação da apresentação Exames complementares na gestação 1º trimestre: Hemograma Tipagem sanguínea e fator RH Coombs indireto, se a mãe for Rh - Glicemia de jejum Teste rápido para sífilis ou VDRL/RPR, HIV ou sorologia (anti-HIV I e II) Toxoplasmose (IgM e IgG) Sorologia para hepatite B (HbsAg) Urina tipo I, urocultura e antibiograma Exame da secreção vaginal Ultrassonografia obstétrica Citopatológicos (se necessário) Parasitológico de fezes (se necessário) Eletroforese da hemoglobina 2º trimestre: Coombs indireto (se for Rh -), solicitado a cada 4 semanas depois da 24ª semana se coombs indireto negativo (anticorpos anti-D não identificados). · Pós-natal: proteção das gestações futuras se recém-nascido for Rh+ e coombs direto for neg, a mãe deverá receber a imunoglobulina protetora. TOTG jejum e após 2h, com 75g de glicose (de 24 a 28 semanas) Teste rápido de triagem sífilis e/ou VDRL Teste rápido anti-HIV Toxoplasmose IgM e IgG Sorologia para hepatite B (HbsAg) Urocultura e urina tipo I 3º trimestre: Hemograma Coombs indireto Glicemia em jejum Teste rápido de triagem sífilis e/ou VDRL Teste rápido anti-HIV Toxoplasmose IgM e IgG Sorologia para hepatite B (HbsAg) Urocultura e urina tipo I Pesquisa do Streptococcus do grupo B entre 35 e 37 semanas USG obstétrico: Melhor determinação da IG Realizar entre 10 e 13 semanas Detecção do sexo: a partir de 18ª semana USG obstétrico morfológico: · Não faz parte da rotina não é realizado no baixo risco · Realizado entre 21 e 26 semanas · Podem ocorrer falsos positivos Anemia: Hb (g/dl) > 11 (1ª consulta) ou > 10,5 (28ª semana); ausência de anemia, fazer suplementação profilática se fator de risco Hb entre 8 e 11: anemia leve a moderada. Tratar e avaliar resposta após 30 e 60 dias Níveis aumentados, manter tratamento por 3 meses. Níveis estacionários ou queda, pré-natal de alto risco (PNAR) Hb < 8: anemia grave. Encaminhar para PNAR Larissa Gonçalves Bacteriúria assintomática: Urocultura > 105 Tratamento deve ser guiado pelo teste de sensibilidade Risco para pielonefrite Cistite aguda: Disúria, polaciúria, urgência miccional, nictúria, dor retropúbica, suprapúbica ou abdominal Tratamento iniciado antes do resultado da urocultura Cefalexina, amoxicilina, nitrofurantoína, ampicilina Controle de cura: URO após 7 dias do término do tratamento Cistite de repetição na gestação: · 2 ou + episódios, mesmo sem sintomas · Tratamento profilático · Nitrofurantoína (100mg), ampicilina (500mg) ou cefalexina (500mg) VO, com uma dose à noite, até duas semanas após o parto Pielonefrite aguda: Pode cursar com sepse e trabalho de parto prematuro (TPP) Diagnóstico: queda do estado geral com febre, calafrios, cefaleia, náuseas, vômitos, PPL+ Tratamento precoce hospitalar, inicia EV e mantém até ficar afebril. Passar para VO por mais 10 dias Profilaxia (nitro, ampi, amoxi, cefalexina) Controle de cura: URO mensais após 7 dias do término do tratamento Toxoplasmose: IgG e IgM reagentes: · Avidez de IgG fraca ou gestação > 16 semanas: possibilidade de infecção na gestação tratar imediatamente · Avidez forte e gestação < 16 semanas: doença prévia não repetir exame IgM reagente e IgG não reagente: · Doença recente tratar imediatamente com espiramicina e repetir exame após 3 semanas IgM não reagente e IgG reagente: · Doença prévia não repetir exame IgM e IgG não reagentes: · Suscetível orientar medidas de prevenção e repetir o exame no 3º trimestre Hepatite B: HbsAg não reagente: · Vacina hepatite B · Vacinação incompleta: completar HbsAg reagente: HbeAg e transaminases Monitoramento do RN Vacina: Mãe: HBsAg reagente e HBeAg reagente, 1ª dose da vacina hep. B e a imunoglobulina específica, nas primeiras 12h após o nascimento HIV: TR1 não reagente: realizar testagem após 30 dias se suspeita TR1 reagente: TR2 Encaminhadas para serviço de referência Amamentação contraindicada Sífilis: Primária, secundária e latente recente (até um ano de duração): penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (metade em cada glúteo) Sífilis latente tardia (> 1 ano de duração), ou terciária, ou com duração ignorada: penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, IM, (metade em cada glúteo), semanal, por 3 semanas dose total = 7,2 milhões UI HAS na gestação: · PAS >=140 ou PAD >-90 mmHg · HAS crônica: detectada antes de 20 semanas de gestação, ou persistente por mais de 12 semanas pós parto · Pré-eclâmpsia: HAS com proteinúria (>=300mg em 24h) iniciada após 20 semanas de gestação · Eclâmpsia: pré-eclâmpsia associada à crise convulsiva · Condutas com a gestante com HAS crônica: o Suspender IECA ou BRA imediatamente após a confirmação da gestação. Suspender atenolol também o US para avaliar crescimento fetal o Creatinina sérica e EQU no 1º trimestre. Se proteinúria, solicitar de 24h o Referenciar para PNAR o Metildopa, hidralazina. o Reintroduzir IECA no puerpério Larissa Gonçalves Diabetes na gestação: Prévio Diabetes após 24-28 semanas Macrossomia, distócia de ombro e pré- eclâmpsia Dieta e exercícios físicos Glicemia de jejum: · Entre 85-91 mg/dl sem fatores de risco normal · Entre 85-91 mg/dl + fatores de risco ou 92- 110 mg/dl: positivo dieta, atividade física e TOTG · Se > 110 mg/dl: repetir glicemia de jejum. Confirmar diagnóstico de DMG · TOTG – jejum > 110 mg/dl e após 2 horas > 140 mg/dl Calendário de consultas NÃO existe alta do pré-natal antes do parto Se não ocorrer até 41ª semana encaminhar para avaliação do bem-estar fetal Acompanhamento só se encerra após o 42º dia de puerpério Puerpério Período em que as modificações provocadas pela gravidez e parto retornam ao seu estado pré-gravídico, tendo seu início após parto com a expulsão da placenta e término imprevisto Avaliar o estado de saúde da mulher e recém nascido Amamentação Planejamento familiar Puerpério normal: Sem complicações 1. Puerpério imediato: Saída da placenta até 2 horas – ou período de Greenberg Final da 1ª fase até o 10º dia Saída da placenta e regressão do útero 1cm até o 3º dia Há aumento de sangramento vaginal de 1 a 3 dias após o parto Produção colostro 2. Puerpério tardio: 11º dia até 45 dias após o parto Regressões já são mais amenas Corpo já está completamente modificado Mamas continuam a produzir leite 3. Puerpério remoto: Após 45 dias até 60 dias Anamnese: Duas consultas: uma até 10 dias após o parto e outra por volta do 45º dia Bem estar e suporte familiar Exame físico: Sinais vitais Pele e mucosas Exame das mamas Palpação abdominal e avaliação de peristalse Perdas vaginais Inspeção perineal (se parto vaginal) Membros inferiores: descartar empastamento de panturrilhas Loquiação: são secreções vaginais normais. Ocorre simultâneo à recuperação do útero · 1ª fase: decorre nos 3 a 4 dias após o parto quando os lóquios são e um vermelho vivo · 2ª fase: quando o revestimento do útero se solta, passam a ser rosados ou acastanhados · 3ª fase: 10º dia após parto, tornam-se amarelados ou incolores Manifestações clínicas normais: · Elevação da temperatura: pelo ingurgitamento mamário e proliferação com ascensão de bactérias vaginais · Dor abdominal · Lóquios · Aparelho urinário: ocorrência de ITU · Aparelho digestivo: retardo da primeira evacuação · Alterações psíquicas · Mamas: colostro pode estar presente desde a segunda metade da gravidez Exames laboratoriais: Tipagem sanguínea, titulação de sífilis e HIV Se Rh - não sensibilizada (PAI negativa), obrigatória a verificação da tipagem sanguínea do recém-nato, além do coombs direto Se HIV +, suspender amamentação Larissa Gonçalves VDRL sugestivo de sífilis, contactar a pediatria Alterações laboratoriais: · Manutenção, por até uma semana, da leucocitose do trabalho de parto · Maior prevalência de complicações tromboembólicas · Beta-HCG baixo · LH e FSH baixos · Estrogênio baixo e progesterona não detectável · DC 10% maior por 1 semana Orientações: Deambulação Desconforto causado pela flacidez abdominal Alimentação Higiene: lavar com água e sabão vulva e períneo após cada micção e evacuação Episiorrafia Aleitamento Alta obstétrica Atividade sexual: após 4 semanas do parto Sulfato ferroso 300 mg/dia VO até o 3º mês de puerpério Anticoncepção Puerpério patológico: Hemorragias Infecções Doença tromboembólica Depressão pós-parto e outras psicopatologias Morte materna: · Hipertensão · Hemorragias · Infecções · Complicações no parto · Abortos inseguros
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