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Psicodiagnóstico – Avaliação Regimental 1 – 1 Pergunta 1 “O psicólogo precisará ter o cuidado de redimensionar as proposições para o novo setting, a fim de que não se configura uma mera transposição do setting presencial. As funções de contato de paladar e olfato, por exemplo, poderão ser estimuladas através da imaginação e, no caso dos atendimentos síncronos por videoconferência, a visão e audição serão as funções de contato principais entre o cliente e o Gestalt-terapeuta, pois será por meio dela que este poderá apreender os sentidos das vivências do cliente, bem como transmitir, interesse, empatia, preocupação e acolhimento”. FARIA, Gabriela Moreira de. (2019). Constituição do vínculo terapêutico em psicoterapia online: perspectivas gestálticas. Revista do NUFEN, 11(3), 66-92. Sobre a psicoterapia online, assinale a alternativa correta: a. Diferente do que acontece no contexto presencial, o setting precisa ser construído no caso da psicoterapia online b. A psicoterapia online tem sido uma possibilidade de fazer a clínica somente na abordagem cognitivo-comportamental e somente com pacientes adultos c. Questões como sigilo, presença e pontualidade nas sessões precisam ser combinadas e esclarecidas na psicoterapia online, semelhante ao que se faz em psicoterapia presencial d. Estudos evidenciam que a relação terapêutica difere entre a psicoterapia presencial e a psicoterapia online Pergunta 2 Sobre o Código de Ética do Psicólogo, analise as alternativas a seguir: I – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, não poderá fazer previsão taxativa de resultados. II – Caso o psicólogo venha a quebrar o sigilo profissional, deve-se fazê-lo na busca pelo menor prejuízo. III – No atendimento a crianças e adolescentes, o psicólogo pode comunicar aos familiares do mesmo o estritamente necessário. IV – A o participar de atividade em veículos de comunicação, o psicólogo zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. Está(ão) correta(s): a. I, II e IV, apenas. b. I, II, III e IV. c. III e IV, apenas. d. I e II, apenas. Pergunta 3 Leveza Leve é o pássaro: e a sua sombra voante, mais leve. E a cascata aérea de sua garganta, mais leve. E o que se lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve. E o desejo rápido desse mais antigo instante, mais leve. E a fuga invisível do amargo passante, mais leve. MEIRELES, Cecília (2016). Melhores poemas. São Paulo: Global. Ler um poema, uma história, um livro, permite-nos devanear, tal como no brincar infantil. Sobre o brincar, analise as alternativas a seguir: I - No atendimento infantil, valoriza-se mais o brincar estruturado do que o não-estruturado. II - Independentemente do tipo de brincar, pode-se analisar as questões/demandas que a criança traz para o atendimento. III - O psicólogo pode fazer parte do brincar, se inserido ou convidado pela criança, como também pode ser um observador do processo para, com o tempo, poder inserir-se no brincar. IV - No brincar, valoriza-se mais o brinquedo eleito do que a brincadeira que é feita com ele para o processo psicoterapêutico ou psicodiagnóstico. Está(ão) correta(s): a. II e III, apenas. b. I e IV, apenas. c. II e IV, apenas. d. I, apenas. Pergunta 4 Sobre a o fazer do psicólogo, analise o conto de Mia Couto: A infinita fiandeira A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs. E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções. Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie. – Não faço teias por instinto. – Então, faz por quê? – Faço por arte. Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. Os pais, após concertação, a mandaram chamar. A mãe: – Minha filha, quando é que assentas as patas na parede? E o pai: – Já eu me vejo em palpos de mim... Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse: – Estamos recebendo queixas do aranhal. – O que é que dizem, mãe? – Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas. Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro. – Vai ver que custa menos que engolir mosca – disse a mãe. E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices e dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fabricava a brisa? A aranhiça levou o namorado a visitar a sua coleção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova de seu amor. A família desiludida consultou o deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Quando ela, já transfigurada, se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia? – Faço arte. – Arte? E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais-velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempos de que já se perdera memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece. COUTO, Mia. O Fio das Missangas. Lisboa: Companhia das Letras, 2009. O fazer do psicólogo assemelha-se ao fato de tecer - tecer e (re)tecer histórias, construindo significados e sentidos àquilo que é trazido pelo outro - paciente, cliente, usuário. Com relação à escuta ao outro, nem sempre a clínica psicológica constitui-se deste modo. Sobre a clínica psicológica, analise as alternativas a seguir: I – Pode-se afirmar que a clínica freudiana contribuiu para a construção da clínica nas diferentes abordagens teóricas da psicologia, ao propor que o foco está mais no que o paciente traz enquanto demandas e construções do que propriamente no saber do profissional, desmistificando o saber estipulado da clínica médica. II - Embora a psicoterapia seja um contexto importante de atuação da área Psi, ainda é uma possibilidade que poucas pessoas têm acesso. III – A partir do século XXI, novas modalidades de atuação dos profissionais Psi tem se ampliado, promovendo diferentes possibilidades de tecer (e escutar) histórias. IV – Tal como no conto, o psicólogo somente consegue tecer (em seu sentido amplo) e exercer a arte da escuta na prática da clínica privativa. Está(ão) correta(s): a. I e IV, apenas b. II e III, apenas c. I, II, III e IV d. I, II e III, apenas Pergunta 5 Sobre as entrevistas, analise os diálogos a seguir: Diálogo 1: Psicóloga: Bom dia, Ana, como está? Paciente: Tudo bem! Passei bem a semana. Psicóloga: Quebom! Gostaria de fazer algumas perguntas, podemos começar? Paciente: Sim... Em seguida, a psicóloga aplica um questionário com perguntas fechadas sobre a sintomas de saúde da Ana. Diálogo2: Psicóloga: Bom dia, Ana, como está? Paciente: Tudo bem! Passei bem a semana, mas tive uma briga com minha tia. Psicóloga: Então, me conta mais sobre isso... Paciente: Certo. Em seguida, Ana começa a falar sobre suas questões familiares. Qual a melhor definição para o tipo de entrevista realizada no diálogo 1 e 2, respectivamente? a. Entrevista de livre-estruturação e estruturada b. Entrevista estruturada e de livre-estruturação c. Entrevista semiestruturada e de livre-estruturação. d. Entrevista estruturada e semiestruturada. Pergunta 6 Sobre o contrato no processo psicodiagnóstico, analise as alternativas a seguir: I – O contrato permite esclarecer que as indicações terapêuticas serão dadas ao final do processo psicodiagnóstico. II – No contrato, deve-se deixar claro que o processo psicodiagnóstico não tem uma estimativa de duração. III – Questões sobre sigilo e faltas não são aspectos a serem abordados no contrato. IV – O contrato é uma formalização necessária para o psicodiagnóstico, mas desnecessária para o atendimento clínico. Está(ão) correta(s): a. I e III, apenas. b. I, apenas. c. II, apenas. d. I, II, III, apenas. Pergunta 7 São aspectos que constituem análise no Exame do Estado Mental, exceto: a. Memória. b. Comportamentos externalizantes. c. Sensação e percepção. d. Linguagem e comunicação. Pergunta 8 Lucas (7 anos) foi encaminhado pela escola para atendimento psicológico. O pai de Lucas entra em contato com você pode telefone. Qual das condutas abaixo, não é indicada neste primeiro momento? a. Imediatamente deve-se entrar em contato com a escola para compreender o encaminhamento. b. A partir do primeiro atendimento com o pai de Lucas, avaliar a sua competência como profissional para a demanda do caso, antes de formalizar o contrato c. Escutar o pai de Lucas no telefone e agendar uma primeira entrevista com o mesmo para compreensão do caso d. Agendar um atendimento com o pai de Lucas para compreender a demanda e o encaminhamento Pergunta 9 Você trabalha como psicólogo no CAPS de seu município e recebe um usuário com um diagnóstico específico. Sobre esse diagnóstico, é indicado que: a. Estruture uma intervenção com base no diagnóstico sem discutir com outros colegas e com o próprio usuário b. Você avalie e reflita sobre o diagnóstico prévio, buscando identificar a pertinência do mesmo para o acompanhamento/tratamento do usuário. c. Acolha o diagnóstico prévio e estruture uma intervenção com base no mesmo. d. Mantenha o diagnóstico da forma como está, afinal não é possível questionar um diagnóstico já dado ao usuário. Pergunta 10 Sobre o Exame do Estado Mental e os aspectos a serem avaliados, analise as alternativas a seguir: I – É importante analisar como o paciente estrutura seu pensamento: existe certa lógica e coerência? II – Ao avaliar a consciência, torna-se importante avaliar o senso de identidade do paciente, isto é: ele sabem quem é? III – Ao analisar a orientação, torna-se importante analisar se o paciente sabe que dia é hoje, que ano está, qual a estação do ano, por exemplo. IV – Ao analisar a memória, torna-se importante analisar se o paciente consegue recordar-se de eventos do passado até eventos que ocorreram nas últimas horas, por exemplo. Está(ão) correta(s): a. I e II apenas. b. I, II, III e IV. c. II e IV, apenas. d. I, III, apenas.
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