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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 1.1 O surgimento da Enfermagem do Trabalho ................................ 5 1.2 Atribuições e Competências dos profissionais de Enfermagem do Trabalho 7 2 SAÚDE DO TRABALHADOR .......................................................... 11 2.1 O processo saúde-doença e a saúde do trabalhador ................ 13 3 A SAÚDE NO TRABALHO ............................................................... 16 4 A LEGISLAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR ......................... 19 4.1 Portaria 2437 de 07 de dezembro de 2005 ............................... 22 4.2 Portaria 3908/GM, e a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador-NOST/SUS. .............................................................................. 24 4.3 Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 e a PNSTT (Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora). .................................................. 26 4.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) ........................... 27 5 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO .......... 29 5.1 Evolução das Doenças Ocupacionais ....................................... 32 6 PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS ...................................... 33 6.1 Principais Doenças Ocupacionais por repetição ....................... 34 6.2 Principais Doenças Ocupacionais Respiratórias: ...................... 35 6.3 Principais Doenças Ocupacionais de Pele ................................ 39 6.4 Principais Doenças Ocupacionais Auditivas .............................. 40 6.5 Principais Doenças Ocupacionais de Visão .............................. 41 7 PROGRAMAS OCUPACIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR 43 7.1 SESMT – Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - NR 4. ................................................................. 44 7.2 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR 5. 44 3 7.3 EPI - Equipamento de proteção individual – NR 6 .................... 46 7.4 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – NR 7 48 7.5 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9 51 7.6 PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – NR 18 ............................................................. 55 7.7 NR 32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde .. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 59 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 1.1 O surgimento da Enfermagem do Trabalho Fonte: cpdoc.fgv.br Como especialidade, a enfermagem do trabalho surgiu em finais do século XIX na Inglaterra, onde os enfermeiros atuavam na prevenção de doenças, em âmbito da saúde pública, e faziam visitas domiciliares a trabalhadores doentes ou acidentados e seus familiares. Particularmente no Brasil, a enfermagem do trabalho foi incorporada às empresas de forma obrigatória no início da década de 1970, quando o governo brasileiro passou a exigir que as empresas contratassem profissionais especializados, tais como “médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho de segurança do trabalho e técnico de segurança do trabalho” (MORAES, 2010, p. 19 apud (MATOS; SILVA; LIMA, 2017). A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente, inicialmente a assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como atendimento emergencial na empresa, o que não era muito valorizada, contudo, o espaço para o desempenho profissional, principalmente do enfermeiro do trabalho foi-se ampliando a cada dia, seja na assistência direta aos trabalhadores e familiares ou no desempenho de funções administrativa, educacionais, de integração ou de pesquisa (SILVA, 2016). No dizer de SILVA, 2016 a enfermagem do trabalho surgiu quando as primeiras leis de acidente do trabalho se originaram na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários países da Europa, até chegar ao Brasil por meio do Decreto legislativo nº.3.724 de 15 de janeiro de 1919, a fim de dar parâmetros legais para os trabalhadores que estão expostos aos riscos do dia a dia. 6 No Brasil a primeira escola de enfermagem foi criada em 1890 no hospício de Pedro 2º, atualmente o UNI-RIO. O exercício de enfermagem no Brasil foi regulamentado em 1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do exercício Profissional de Enfermagem no Brasil. Em 1959 aconteceu uma Conferência Internacional do Trabalho e, nesta, houve a recomendação de número 112 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que conceituou a Medicina do Trabalho, mas limitando-se a intervenção médica (MOREIRA; PORTO; OGUISSO, 2002). Em 1963 foi incluído nos cursos direcionado aos médicos, exemplifica Moreira, Porto e Oguisso (2002) o ensino de medicina do trabalho, com a OIT as normas sobre a proteção à saúde e integridade física do trabalhador ganharam forças, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. O auxiliar de enfermagem do trabalho foi incluído na equipe de saúde ocupacional em 1972 pela portaria n. º 3.237 do Ministério do Trabalho. A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional aconteceu por meio da portaria n. º 3. 460 do ministério do trabalho, em 1975. Neste mesmo ano criou-se no Rio Grande do Sul o primeiro sindicato de enfermagem. A Enfermagem do Trabalho no Brasil possui regulamentação específica, expedida pela Portaria 3214, de 08 de junho de 1978 (Diário Oficial da União, de 06.07.78), do Ministério do Trabalho e Emprego que, por meio da Norma Regulamentadora (NR) 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (com alterações / atualizações); (SILVA, 2016). No dizer de SILVA 2016, essa norma determina que as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, devem manter, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover asaúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A enfermagem do trabalho tem, nesta área, um vasto campo para desempenhar suas funções, quer na prestação de assistência de enfermagem trabalhadores da empresa e aos seus dependentes, quer assumindo funções administrativas, educativas, de integração e de pesquisa (SILVA, 2016). 7 Na visão de Moreira, Porto e Oguisso (2002) ela é um ramo da enfermagem de saúde pública e, como tal utiliza os mesmos métodos e técnicas empregadas na saúde pública visando à promoção da saúde do trabalhador, proteção contra os riscos decorrentes de suas atividades laborais, proteção contra agentes químicos, físicos, biológicos e psicossociais; manutenção de sua saúde no mais alto grau de bem-estar físico e mental e recuperações de lesões, doenças ocupacionais ou não-ocupacionais e sua reabilitação para o trabalho. 1.2 Atribuições e Competências dos profissionais de Enfermagem do Trabalho Fonte: saocamilo-sp.br Perfil do Enfermeiro do Trabalho: Executa atividades relacionadas com o serviço de higiene, medicina e segurança do trabalho, integrando equipes de estudos, para propiciar a preservação da saúde e valorização do trabalhador (MARZIALE et al., 2010). Atribuições do Enfermeiro do Trabalho: Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar as necessidades no campo de segurança, higiene e melhoria do trabalho: Descritas abaixo de acordo com MARZIALE et al., (2010). 8 Elabora e executa planos e programas de promoção e proteção à saúde dos empregados, participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões traumáticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações com as atividades funcionais, para obter a continuidade operacional e o aumento da produtividade; Executa e avalia programas de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e não profissionais, fazendo análise de fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação da integridade física e mental do trabalhador; Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento médico adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao paciente; Elabora e executa e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, curativos, inalações e testes, coletando material para exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo profissional; Organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, prevendo pessoa e material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem adequado às necessidades de saúde do trabalhador; Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes; Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças profissionais e melhorar as condições de saúde do trabalhador; Registra dados estatísticos de acidentes e doenças profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsídios 9 processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de prevenção de doenças profissionais. Perfil do Técnico de Enfermagem do Trabalho: Fonte: telemedicinamorsch.com.br Coparticipar com o enfermeiro no planejamento, programação, orientação e execução das atividades de enfermagem do trabalho, nos três níveis de prevenção, integrando a equipe de saúde do trabalhador (SFUT, 2009). Atribuições do Técnico de Enfermagem do Trabalho Participar com o enfermeiro: I. No planejamento, programação e orientação das atividades de enfermagem do trabalho; II. No desenvolvimento e execução de programas de avaliação da saúde dos trabalhadores; III. Na elaboração e execução de programas de controle das doenças transmissíveis e não transmissíveis e vigilância epidemiológica dos trabalhadores; IV. Na execução dos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais; 10 Executar todas as atividades de enfermagem do trabalho exceto as privativas do enfermeiro. Integrar a equipe de saúde do trabalhador. Perfil do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: Fonte: catho.com.br Executar as atividades de enfermagem do trabalho, sob a supervisão do enfermeiro, no desenvolvimento dos programas nos três níveis de prevenção, integrando a equipe de saúde do trabalhador (ROLOFF et al., 2016). Atribuições do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: Auxiliar o enfermeiro na execução de programas de avaliação da saúde dos trabalhadores, a nível de sua qualificação: I. Observando, reconhecendo e descrevendo sinais e sintomas; II. Executando ações de simples complexidade. Executar atividades de enfermagem do trabalho, a nível de sua qualificação nos programas: I. De prevenção e controle das doenças profissionais e acidentes do trabalho; 11 II. De controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis e vigilância epidemiológica dos trabalhadores; III. De educação para a saúde da clientela. Integrar a equipe de saúde dos trabalhadores 2 SAÚDE DO TRABALHADOR aa Fonte: presidenteprudente.sp.gov.br Um ramo da enfermagem de saúde pública e, como tal, utiliza os mesmos métodos e técnicas empregados na saúde pública visando a promoção da saúde do trabalhador; proteção contra os riscos decorrentes de suas atividades laborais; proteção contra agentes químicos, físicos, biológicos e psicossociais; manutenção de sua saúde no mais alto grau de bem-estar físico e mental e recuperação de lesões, doenças ocupacionais ou não ocupacionais e sua reabilitação para o trabalho (Silva, 2005, apud MATOS; SILVA; LIMA, 2017). O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesta acepção, considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, estreitamente articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade em determinado momento histórico (COUTINHO; LACERDA; LISBOA, 2018). 12 Nessa concepção, trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia, estão incluídos nesse grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores – particularmente, os proprietários de micro e pequenas unidades de produção (MENDES, 2001). São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas – habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e aqueles temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego, (GALLAS; FONTANA, 2010). Dessa forma o autor supracitado salienta que entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicose organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral – presentes nos processos de trabalho (AZAMBUJA; KERBER; KIRCHHOF, 2007). Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial (GALLAS; FONTANA, 2010). De acordo com MORENO et al (2011): Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são considerados sujeitos e partícipes das ações de saúde, que incluem: O estudo das condições de trabalho, A identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua melhoria. Adequação e o controle dos serviços de saúde prestados. Na condição de prática social, as ações de saúde do trabalhador apresentam dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. 13 Como consequência, esse campo de atuação tem interfaces com o sistema produtivo e a geração da riqueza nacional, a formação e preparo da força de trabalho, as questões ambientais e a seguridade social. De modo particular, as ações de saúde do trabalhador devem estar integradas com as de saúde ambiental, uma vez que os riscos gerados nos processos produtivos podem afetar, também, o meio ambiente e a população em geral (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO, 2018). 2.1 O processo saúde-doença e a saúde do trabalhador Fonte: abrale.org.br Diante da pressão do empregador para que estes estejam cada vez mais à disposição do trabalho, o tempo dedicado a essa atividade costuma extrapolar, e muito, a jornada normal e mesmo a extraordinária - de forma que a mensuração do tempo total de trabalho deve considerar ainda a “jornada ilegal”, ou seja, aquele tempo em que o empregado continua conectado e realizando o trabalho mesmo após finalizar sua jornada contratual. Essa prática é facilitada pela difusão das novas tecnologias de informação e comunicação (Cardoso, 2009 apud MORGADO, 2018). Até pouco tempo atrás, a saúde do trabalhador era tida pela medicina do trabalho como relacionada somente ao ambiente físico, ambiente no qual o trabalhador está em contato com agentes químicos, físicos e biológicos que podem causar acidentes e doenças (MENDES; DIAS, 1991). 14 A partir da década de 80, em meio a todo o contexto da transição democrática e, seguindo o que ocorrera em países ocidentais, esse ponto de vista foi sendo modificado, o grande debate acerca do tema na VIII Conferência Nacional de Saúde e na realização da I Conferência Nacional de Saúde dos Trabalhadores, foi decisivo para as alterações da nova Constituição Federal, de 1988 (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO, 2018). Nessa nova visão, a saúde do trabalhador passou a ser tida como o processo saúde e doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho, apesar do processo de trabalho ainda ser entendido como um espaço hierárquico de dominação e submissão do trabalhador pelo capital, os trabalhadores começaram a buscar o controle para melhores condições e ambientes de trabalho, de maneira a torná-los mais saudáveis (SOUZA; FAIMAN, 2007). Para Amorim (2014), doenças ocupacionais são todas as enfermidades adquiridas ou desencadeadas em função das condições do processo de atividade laboral. A atual medicina do trabalho vê as doenças ocupacionais diretamente relacionadas com os agravos à saúde relacionados ao trabalho podem ser classificados em dois grupos: no primeiro, estão agrupadas situações que provocam ruptura abrupta do equilíbrio entre as condições e o ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador, tais como os acidentes do trabalho e as intoxicações agudas de origem profissional; enquanto o segundo grupo inclui agravos de caráter crônico. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe ainda outro grupo, que é constituído pelas "doenças relacionadas com o trabalho", e são descritas pela OMS como "agravos outros que, em adição a doenças profissionais legalmente desconhecidas, ocorrem em trabalhadores quando o ambiente ou condições contribuem significativamente para a ocorrência de doenças, porém em graus variados de magnitude". (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001, apud OPA/OMS, 2001) De acordo com a legislação trabalhista, os agentes que oferecem riscos à saúde do trabalhador e que podem estar no ambiente de trabalho estão agrupados em: agentes químicos, agentes físicos, agentes biológicos, agentes ergonômicos e riscos de acidentes (SOUZA; FAIMAN, 2007). 15 Fonte: slideshare.net O processo saúde-doença é um termo usado para descrever todas as variáveis envolvidas com a saúde e a doença de um indivíduo ou população, e considera que ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos fatores, assim, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um processo complexo que envolve diversos fatores, o motivo causal das doenças é um dos temas centrais da epidemiologia, sendo também um dos mais complexos, de acordo com as concepções dos primórdios da epidemiologia como ciência, as doenças eram determinadas por mecanismos unicausais, relacionados principalmente a agentes infecciosos, ou seja, a teoria da unicasualidade define que as patologias eram causadas unicamente por agentes patológicos como bactérias, vírus, protozoários, e dessa forma o desenvolvimento da doença não estava relacionada a outros fatores externos como moradia, lazer, meio ambiente, etc (AMORIM , 2014). Ao contrário da teoria da doença unicausal, exemplifica COUTINHO, LACERDA e LISBOA (2018) que o conceito de saúde-doença estuda os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e, com eles, busca compreender as possíveis causas da doença a partir de uma visão mais ampla, mais multicausal. http://www.slideshare.net/ 16 De acordo com a FUNASA, 2009: O conceito de multicausalidade não exclui a presença de agentes etiológicos numa pessoa como fator de aparecimento de doenças. Ele vai além e leva em consideração o psicológico do paciente, seus conflitos familiares, seus recursos financeiros, nível de instrução, entre outros. Esses fatores, inclusive, não são estáveis; podem variar com o passar dos anos, de uma região para outra, de uma etnia para outra. De uma maneira geral, pode-se dizer, em termos de sua determinação causal, que a multicausalidade representa o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, mas pode variar entre os diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade (FUNASA, 2009). 3 A SAÚDE NO TRABALHO Fonte: vozdoplanalto.com.br Há muito tempo se sabe que o trabalho, quando executado sob determinadas condições, pode causar doenças, encurtar a vida, ou mesmo matar os trabalhadores, pensar o lado mais dramático da visão do trabalho leva- 17 nos a pensar no mandato bíblico da mensagem “ganharás o pão com o suor do teu rosto”, esta expressão nos remete a uma compreensão do trabalho como esforço, risco e sofrimento psíquico, ter saúde e bem-estar no trabalho é necessariamente compreender a noção de sujeito e ator de sua vida e de sua vida no trabalho, numa relação social de troca com os outros trabalhadores, numa busca constante de conhecimento e de luta contra os mecanismos de desvalorização e de precariedade do trabalho, o que implica um processo de construção e um avanço das condições de trabalho e da qualidade de vida e de saúde dos trabalhadores (AGOSTINI , 2010). No entanto, a saúde do trabalhador conceitua Silva (2006), se coloca dentro da área do conhecimento técnico-científico como um instrumento que possibilita o controle social do processo produtivo, tendo por base os critérios de saúde,ao tentar analisaros problemas de saúde relacionados ao processo de trabalho, temos a compreensão da sua dimensão social e política, o que possibilita entender a saúde dos trabalhadores como a expressão de forças e de formas de organizações de um movimento histórico e dinâmico da classe trabalhadora. A verdade é que nos últimos vinte anos, ocorreram no Brasil mais de 25 milhões de acidentes de trabalho, com um milhão de sequelas permanentes e 86 mil óbitos, isto mostra que as tentativas passadas, através de leis, decretos, normas e procedimentos relacionados à saúde e segurança do trabalhador, ainda não alcançaram os seus objetivos, porém, o empregador, nos últimos anos, passou a preocupar-se mais com a segurança, devido aos custos diretos e indiretos que um acidente pode representar para sua empresa. Esta visão vem se desenvolvendo de forma gradativa e tende a se expandir, novos conceitos que estão surgindo, relacionando a segurança com a qualidade e a produtividade (AGOSTINI, 2010). O trabalho existe desde o aparecimento do primeiro homem, e tem assumido diversas dimensões no transcorrer da história, os primeiros relatos demonstrando a preocupação com a saúde dos trabalhadores e sua relação com o trabalho iniciou em 1700, quando Bernardino Ramazzini publicou seu livro intitulado: As doenças dos trabalhadores (LINO et al., 2012). O campo da saúde do trabalhador é amplo e complexo, abrangendo a prevenção de todas as disfunções provocadas pelo emprego, acidentes e 18 doenças relacionadas ao trabalho, e todos os aspectos relacionados com as interações entre trabalho e saúde, nesse sentido, entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco ocupacionais presentes nos processos de trabalho (SILVA, 2006) . Segundo a Comissão Internacional de Saúde no Trabalho – ICOH (2002) o objetivo da saúde no trabalho é proteger e promover a saúde dos trabalhadores, manter e melhorar sua capacidade de trabalho, contribuir para o estabelecimento e a manutenção de um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos, assim como promover a adaptação do trabalho às capacidades dos trabalhadores, levando em consideração seu estado de saúde. A saúde do trabalhador é, por natureza, um campo composto por diferentes sujeitos, inseridos em contextos diversos e que requerem, portanto, uma atenção interdisciplinar e multiprofissional. As análises dos processos de trabalho, pela sua complexidade, tornam a interdisciplinaridade uma exigência intrínseca à postura profissional, que permite transitar o espaço da diferença. Nesse sentido, nenhuma profissão ou conhecimentos são absolutos, sendo a interdisciplinaridade um princípio constituinte da diferença e da criação. (LINO et al, 2012 apud GATTAS e FUREGATO, 2006) A expressão “profissionais de saúde no trabalho” significa a inclusão de todos aqueles que, no exercício de sua capacidade profissional, desempenham tarefas de saúde e segurança no trabalho, provém serviços de saúde no trabalho, ou estão envolvidos no exercício da saúde no trabalho. (LINO et al, 2012 apud COMISSÃO INTERNACIONAL DE SAÚDE NO TRABALHO, 2002) Nesse contexto, destacamos o exercício da profissão do Enfermeiro do Trabalho que, entre outras funções, estuda e observa as condições de higiene, periculosidade e segurança no ambiente de trabalho, além de planejar e executar ações de prevenção de riscos e acidentes com os trabalhadores (CARVALHO , 2010). https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador 19 4 A LEGISLAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR Fonte: blog.sst.com.br [...] como um conjunto de ações, institucionalizadas ou não, que visam proteger o conjunto ou parte da sociedade de riscos sociais e/ou naturais decorrentes da vida em coletividade. (MENDES; WÜNSCH; COUTO, 2006, p. 212 apud MENDES et al., 2015). A saúde do trabalhador passou aos poucos a ser incorporada nas ações do SUS em 1990, por meio da Lei Orgânica da Saúde (LOS, nº 8080, artigo 6º) é conferido a direção nacional do SUS a responsabilidade de coordenar a política de saúde do trabalhador (NOBRE, 2005). A LOS (PNAISC, 2015) orienta a execução das ações voltadas para a saúde do trabalhador, o parágrafo 3º do artigo 6 a define como: Um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e a proteção da saúde do trabalhador, assim como visa a recuperação e a reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho (CARVALHO, 2010). A Portaria 3908/GM, de 30 de outubro de 1998, ficou conhecida como a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador-NOST/SUS, definiu as atribuições e responsabilidades para orientar e instrumentalizar as ações de saúde do trabalhador rural e urbano, consideradas as diferenças entre homens e 20 mulheres, a serem desenvolvidas pelas secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios (NOBRE, 2005). Do ponto de vista de Carvalho (2010) a partir do Sistema Único de saúde (SUS) os serviços de saúde pública têm primado suas ações por meio do desenvolvimento de sistemas de informações como é o caso de patologias como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, HIV etc... Na área de saúde do trabalhador as informações são escassas com estimativas a partir de dados da Previdência Social, por meio da comunicação de acidente de trabalho (CAT) sendo pouco abrangente e não consegue apreender dados precisos da questão, pois tem o caráter de seguridade especialmente para trabalhadores formalmente vinculados ao mercado de trabalho (MENDES et al., 2015). Mesmo nestes há subnotificação, principalmente em doenças relacionadas ao trabalho que acabam não sendo diagnosticadas como tal. Outro agravante de subnotificação é o trabalho informal que oculta os acidentes, morte e invalidez (LOURENÇO; BERTANI, 2010). Considerando a necessidade da disponibilidade de informação consistente e ágil sobre a situação da produção, perfil dos trabalhadores e ocorrência de agravos relacionados ao trabalho, para orientar as ações de saúde, a intervenção nos ambientes e condições de trabalho, e pela constatação de que essas informações estão dispersas, fragmentadas e pouco acessíveis no âmbito do SUS é que foi publicada a portaria nº 777/GM de 28 de abril de 2004, que dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de 11 agravos da saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica no SUS (NOBRE, 2005). Nessa portaria, os agravos de notificação compulsória são: AGRAVOS DEFINIÇÕES PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) É a diminuição gradual da audição induzida por índice de ruídos elevado no ambiente de trabalho. DERMATOSES OCUPACIONAIS Compreendem as alterações da pele, mucosas e anexas, direta ou indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho PNEUMOCONIOSES Conjunto de doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões e reação tissular à 21 presença dessas poeiras, presentes no ambiente de trabalho. DORT ( antiga LER) É uma síndrome clínica que afeta o sistema músculo esquelético em geral, caracterizado pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO É o câncer que surgiu como consequência da exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, mesmo após da cessação da exposição. ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO O MATERIAL BIOLÓGICO. Acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos ocorridos com os Profissionais da área da saúde durante o desenvolvimento do seu trabalho, onde os mesmos estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados. TRANTORNOSMENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO São aqueles resultantes de situações do processo de trabalho, provenientes de fatores pontuais como exposição a determinados agentes tóxicos, até a completa articulação de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica organizacional. ACIDENTE DE TRABALHO FATAL Acidente de trabalho grave que resulta em morte que ocorrem no exercício da atividade laboral ou no percurso de casa para o trabalho e vice-versa (acidente de trajeto). ACIDENTE DE TRABALHO COM MUTILAÇÕES. ACIDENTE DE TRABALHO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES INTOXICAÇÃO EXÓGENA Todo aquele indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias químicas (agrotóxicos, produtos de uso doméstico, medicamentos, cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas, alimentos e bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis. Fonte: adaptado de Ministério da Saúde O Instrumento de Notificação Compulsória é a Ficha de Notificação, a ser padronizada pelo Ministério da Saúde, segundo o fluxo do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 22 Art. 2º Criar a Rede Sentinela de Notificação Compulsória de Acidentes e Doenças Relacionados ao Trabalho, enumerados no § 1° do artigo1º, desta Portaria, constituída por: I - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador; II - Hospitais de referência para o atendimento de urgência e emergência e ou atenção de média e alta complexidade, credenciados como sentinela; e III - Serviços de atenção básica e de média complexidade credenciados como sentinelas, por critérios a serem definidos em instrumento próprio. Em atendimento a esta portaria a coordenação nacional de saúde do trabalhador (COSAT) a partir de abril de 2006 reuniu para a capacitação sobre SINAN NET saúde do trabalhador um representante de cada Estado e assim dar início ao processo de construção para a implantação da vigilância epidemiológica em saúde do trabalhador. Em 20 de julho de 2006 uma técnica do SINAN Nacional e um técnico do DATASUS nacional estiveram no Estado do Paraná implantando o SINAN NET para oficializar a digitação e envio de dados da Saúde do trabalhador através das unidades sentinela definidas no projeto. 4.1 Portaria 2437 de 07 de dezembro de 2005 Dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST no Sistema Único de Saúde - SUS e dá outras providências Art. 1º Ampliar a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador – RENAST, que deverá ser implementada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o envolvimento de órgãos de outros setores dessas esferas de poder, executores de ações na interface com a Saúde do Trabalhador, além de instituições colaboradoras nesta área. § 1º As ações em Saúde do Trabalhador, dispostas no art. 6º da Lei nº 8.080/90, deverão ser desenvolvidas de forma descentralizada e hierarquizada, em todos os níveis de atenção do 23 SUS, incluindo as curativas, preventivas, de promoção e de reabilitação. RENAST - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador Fonte: renastonline.ensp.fiocruz.br O compromisso com a melhoria das condições de saúde da classe trabalhadora implica não somente o avanço do conhecimento científico, mas também a necessidade de inter-relação entre a produção de conhecimentos e sua apropriação pelos próprios sujeitos da pesquisa – os trabalhadores, atores fundamentais no processo de transformação social (TAMBELLINI, 1988; apud TAMBELLINI et al., 2018). A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST, foi criada com objetivo de disseminar ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de Saúde, SUS. Com a definição da Política Nacional de Saúde do Trabalhador em 2005 a RENAST passou a ser a principal estratégia da organização da Saúde do Trabalhador no SUS, sob a responsabilidade da então Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, hoje Coordenação Geral da Saúde do Trabalhador (ST), CGSAT. A RENAST compreende uma rede nacional de informações e práticas de saúde, organizada com o propósito de implementar ações assistenciais, de vigilância, prevenção, e de promoção da saúde, na perspectiva da ST. Em sua atual formatação institucional a RENAST deve integrar a rede de serviços do SUS por meio de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). Além disso elabora: Protocolos http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/coordena%C3%A7%C3%A3o-geral-sa%C3%BAde-trabalhador-cgsatms http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/vigil%C3%A2ncia-sa%C3%BAde-trabalhador http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/centro-refer%C3%AAncia-sa%C3%BAde-trabalhador-cerest 24 Linhas de cuidado Instrumentos que favorecem a integralidade das ações, envolvendo a atenção básica, de média e alta complexidade, serviços e municípios sentinela. A portaria 2437 também estabelece que a RENAST seja implementada de forma articulada entre o Ministério da Saúde (MS), as Secretarias de Saúde dos estados, o Distrito Federal, e os municípios, com o envolvimento de outros setores também participantes da execução dessas ações. 4.2 Portaria 3908/GM, e a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador- NOST/SUS. Essa portaria aprovou a NOST – Norma Operacional de Saúde do trabalhador de forma complementar à NOB-SUS 01/96, teve por objetivo orientar e instrumentalizar as realizações de ações de Saúde do Trabalhador e da trabalhadora, urbano e rural, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. Pressupostos básicos da NOST-SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996) Universalidade e equidade, em que todos os trabalhadores, urbanos e rurais, com carteira assinada ou não, empregados, desempregados ou aposentados, trabalhadores em empresas públicas ou privadas, devem ter acesso garantido a todos os níveis de atenção à saúde. Integralidade das ações, tanto em termos do planejamento quanto da execução, com um movimento constante em direção à mudança do modelo assistencial para a atenção integral, articulando ações individuais e curativas com ações coletivas de vigilância da saúde, uma vez que os agravos à saúde, advindos do trabalho, são essencialmente preveníveis. Direito à informação sobre a saúde, por meio da rede de serviços do SUS, adotando como prática cotidiana o acesso e o repasse de informações aos trabalhadores, sobretudo os riscos, os resultados de 25 pesquisas que são realizadas e que dizem respeito diretamente à prevenção e à promoção da qualidade de vida. Participação e controle social, reconhecendo o direito de participação dos trabalhadores e suas entidades representativas em todas as etapas do processo de atenção à saúde, desde o planejamento e estabelecimento de prioridades, o controle permanente da aplicação dos recursos, a participação nas atividades de vigilância em saúde, até a avaliação das ações realizadas; Regionalização e hierarquização das Ações de Saúde do Trabalhador, desde as básicas até as especializadas, que serão desenvolvidas na rede de serviços, organizadas em um sistema de referência e contra referência, local e regional; Utilização do critério epidemiológico e de avaliação de riscos no planejamento e na avaliação das ações, no estabelecimento de prioridades e na alocação de recursos. Configuração da Saúde do Trabalhador como um conjunto de ações de vigilância e assistência, visando à promoção, à proteção, à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos a riscose agravos advindos do processo de trabalho. Fonte: slideplayer.com.br 26 4.3 Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 e a PNSTT (Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora). Considerando a necessidade de implementação de ações de saúde do trabalhador em todos os níveis de atenção do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996). Considerando a necessidade da definição dos princípios, das diretrizes e das estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do SUS no que se refere à saúde do trabalhador, resolve: Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Objetivo Art. 2º (...)tem como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância (...) A quem se aplica? Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado são sujeitos desta Política. Parágrafo único. A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-doença. Fonte: Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 Em MINISTÉRIO DA SAÚDE (1996), uma das principais questões que a PNSTT traz é a organização descentralizada do serviço de saúde, onde a esfera 27 federal atua estabelecendo políticas e instrumentos que devem ser estudados e executados pelas esferas estaduais e municipais. Nesse sentido, os resultados desta Política dependerão diretamente de como a questão “trabalho” será abordada nos planos estaduais e municipais de saúde, que devem priorizar a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade relacionada à ocupação. Tais objetivos devem ser alcançados mediante a execução de ações de promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da saúde. 4.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é um componente do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, como definido na Portaria GM/MS nº 3252 de dezembro de 2009, que visa “à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos’’ ( DIAS et al., 2016). A VISAT é estruturante e essencial ao modelo de Atenção Integral em Saúde do Trabalhador. Constitui-se de saberes e práticas sanitárias, articulados intra e intersetorialmente, a especificidade de seu campo de ação é definida por ter como objeto a relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho, realizada com a participação e o saber dos trabalhadores em todas as suas etapas. Princípios: A VISAT pauta-se nos princípios do Sistema Único de Saúde, em consonância com a Promoção da Saúde e o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, mantendo estreita integração com as demais Vigilâncias – sobretudo com a Sanitária, Epidemiológica e Saúde Ambiental - e as redes assistenciais (DIAS et al., 2016). http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/portaria-n%C2%BA-3252-22-dezembro-2009 http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/portaria-n%C2%BA-3252-22-dezembro-2009 28 Fonte: Ministério da Saúde 29 5 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO Fonte: borgesvieira.adv.br O trabalho em turno integral existe há centenas de anos, de fato com registros desde a era do Império Romano. Entretanto, nas últimas décadas a sociedade passou a ser dependente de serviços disponíveis vinte e quatro horas por dia. Além de trabalhos que necessitam tradicionalmente de troca de turnos como o de vigilância e o de enfermagem, trabalhos disponíveis originalmente em horários comerciais como tele-entrega de comida e postos de combustível, tornaram-se uma oferta frequente de serviços ininterruptos, principalmente nas grades cidades (FISCHER et al., 2003 apud SILVA, 2008). A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20, I da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991 como a enfermidade “produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. “As doenças profissionais, conhecidas ainda com o nome de “idiopáticas”, “ergopatias”, “tecnopatias” ou “doenças profissionais típicas”, são produzidas ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar de determinada atividade, ou seja, são doenças que decorrem necessariamente do exercício de uma profissão (TAMBELLINI et al., 2018). Por conseguinte, o autor propõe isso, prescindem de comprovação de nexo de causalidade com o trabalho, porquanto há uma relação de sua tipicidade, presumindo-se, por lei, que decorrem de determinado trabalho. Tais doenças são ocasionadas por microtraumas que cotidianamente agridem e http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357133/inciso-i-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91 30 vulneram as defesas orgânicas e que, por efeito cumulativo, terminam por vencê- las, deflagrando o processo mórbido. A doença ocupacional ou profissional, portanto, é desencadeada pelo exercício do trabalhador em uma determinada função que esteja diretamente ligada à profissão. Alguns exemplos de doença ocupacional: O escrevente que adquiriu tendinite O soldador que desenvolveu catarata O auxiliar de limpeza que sofre com LER, O trabalhador que levanta peso e sofre com problemas de coluna, entre outros. A doença de trabalho tem previsão legal no inciso II do artigo 20 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991, que a define “como enfermidade adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.” Diferentemente da doença profissional, a doença de trabalho não está atrelada à função desempenhada pelo trabalhador, mas ao local onde o operário é obrigado a trabalhar. Como exemplo de doença de trabalho, podemos citar: O câncer que acomete trabalhadores de minas e refinações de níquel As pessoas que trabalham em contato com amianto ou em proximidade com algo radioativo Os trabalhadores que sofrem de doenças pulmonares por estarem em contato constante com muita poeira, névoa, vapores ou gases nocivos. A surdez provocada por local extremamente ruidoso, entre outros. Segundo Vassole (2016), existem algumas doenças que não são consideradas doença de trabalho devido a sua natureza, pois se desenvolvem naturalmente. São elas: Doença degenerativa; Doença inerente ao grupo etário; http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357093/inciso-ii-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91 https://saberalei.com.br/acidente-do-trabalho-caracteristicas-e-direitos-do-trabalhador/ 31 Doença que não produza incapacidade laborativa (Perda ou redução da capacidade de o indivíduo desempenhar as funções referentes à suaocupação profissional) Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região e que se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. a) Doença degenerativa Doenças degenerativas são as que modificam o comportamento da célula, causando uma gradual lesão do tecido de caráter irreversível e evolutivo. Essas doenças são cada vez mais comuns e são assim conhecidas porque causam a degeneração progressiva do organismo como um todo. (RAMOS, 2017). As doenças degenerativas são crônicas, não transmissíveis e algumas não têm cura conhecida. O conhecimento que se tem é de que elas podem se desenvolver devido a diversos fatores, como tabagismo, excesso de peso corporal, má alimentação, vida sedentária, predisposição genética e alcoolismo. Alguns exemplos de doença degenerativa são: câncer, diabetes, esclerose múltipla, osteoartrose, osteoporose, degeneração dos discos vertebrais, hipertensão arterial, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, entre outras (SILVA, 2008). b) Doença inerente ao grupo etário Na abordagem de questões acerca da melhor compreensão do sofrimento e do adoecimento no trabalho e de intervenções mais efetivas na promoção da saúde dos trabalhadores, destacam- -se os conceitos de saúde mental, estresse, estresse ocupacional e sofrimento psíquico. No sentido de evidenciar a necessidade de reconhecimento, no âmbito da gestão do trabalho, da relevância do processo de sofrimento psíquico e de adoecimento no trabalho e seus impactos sobre os trabalhadores e familiares, foram apresentadas perspectivas metodológicas que incorporam estratégias de formação dos profissionais de saúde e dos trabalhadores em geral nessa temática (BRITO; ATHAYDE, 2003 apud TAMBELLINI et al., 2018). 32 Como descrito por Turi et al. (2010) as doenças ligadas ao grupo etário têm necessariamente a idade como fato gerador da enfermidade. Sua causa não decorre das atividades exercidas, e sim da própria idade. Como exemplos dessa doença, podemos citar a presbiacusia (que é a perda da acuidade auditiva iniciada a partir dos 30 anos, resultante da degenerescência das células sensoriais), a catarata, doenças reumáticas, Alzheimer, entre outras. c) Doença que não produz incapacidade laborativa Também são consideradas doenças de trabalho as enfermidades que não ensejam a perda da capacidade laboral, como simples queda ou até mesmo um pequeno corte (TURI et al., 2010, p. 1). d) Doença endêmica Adquirida por segurado habitante de região e que se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho (TURI et al., 2010, p. 1). 5.1 Evolução das Doenças Ocupacionais A relação das pessoas com o trabalho mudou ao longo dos anos. Assim como as doenças ocupacionais. Hoje em dia, as doenças ocupacionais configuram enfermidades com o mesmo caráter dos acidentes de trabalho do ponto de vista legal. Mas nem sempre foi assim (TURI et al., 2010, p. 1). Doenças Ocupacionais: a virada dos anos 70 Até a década de 1960, apenas acidentes de trabalho eram considerados enfermidades derivadas da profissão. Somente na década de 1970 as doenças ocupacionais passaram a ser vistas com a seriedade que merecem. Uma das razões para essa mudança foi o crescimento da classe médica e da indústria no País, o que aumentou consideravelmente distúrbios relacionados a agentes físicos, químicos e térmicos. Começou-se a ver um padrão em 33 trabalhadores que lidavam com poeira, radiação, solventes ou ruídos, para citar alguns exemplos. Doenças Ocupacionais Pós-Informática O início da década de 1980 ficou marcado pela difusão da informática nas empresas brasileiras, ocasionando novas doenças ocupacionais referentes a riscos ergonômicos e de postura, como LER, DORT e Tenossinovite. A virada do milênio inaugurou um período marcado pela exigência cada vez maior nas mais diversas áreas. Do excesso de pressão, multiplicaram-se as doenças de caráter psicossocial, como depressão, ansiedade, estresse ou síndrome do pânico. 6 PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS Fonte: preventwork.com.br Para Chiavenato (2010 apud SILVA, 2008) saúde ocupacional pode ser conceituada como a ausência de doença, como também, o estado físico, mental e social de bem-estar. O trabalho é o local onde as pessoas passam grande parte do seu dia e, por essa razão, pode se tornar um dos grandes vilões da saúde dos 34 colaboradores. Se por um lado a sociedade convive com altos níveis de estresse laboral, por outro, inadequadas condições físicas para a realização de determinadas atividades ou a falta de equipamentos de proteção individual, muitas vezes, causam distúrbios orgânicos, denominados doenças ocupacionais (FISCHER; ALBUQUERQUE , 2007). As principais doenças ocupacionais do Brasil estão ligadas às mais variadas profissões. Embora a legislação brasileira seja bastante exigente quanto à observância das normas de saúde e segurança do trabalho, a incidência de doenças ocupacionais na nossa sociedade ainda é bastante elevada. Isso alarma para a necessidade de serem adotadas práticas de prevenção e combate aos principais males atentatórios da integridade física e psíquica dos trabalhadores (FISCHER; ALBUQUERQUE, 2007). 6.1 Principais Doenças Ocupacionais por repetição Lesão por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT): Segundo Bellusci (2003 apud SOUZA; AGUIAR, 2013) LER/DORT não é uma doença propriamente dita, mas um nome para designar um grupo de doenças osteomusculares e repercussões sócio psicológicas que têm em comum o fato de serem provocadas por condições inadequadas no trabalho. LER/DORT é um termo abrangente que se refere aos distúrbios ou doenças do sistema musculoesquelético, principalmente do pescoço e membros superiores, como o próprio nome diz, essas lesões são causadas pela repetição excessiva de movimentos ou postura inadequada, causando uma dor crônica que tende a piorar ao longo dos anos (PEREIRA et al., 2011). Para o autor acima, o grande problema da LER é ser confundida com um mal-estar passageiro, uma torção ou mau jeito. A diferença básica entre LER e DORT, é que a primeira pode não necessariamente ocorrer em ambiente de trabalho e a segunda refere-se unicamente ao dia a dia profissional. http://blog.gympass.com/diminuir-estresse-no-ambiente-de-trabalho/ http://blog.gympass.com/diminuir-estresse-no-ambiente-de-trabalho/ 35 Fonte: jcuberaba.com.br 6.2 Principais Doenças Ocupacionais Respiratórias: Durante o planejamento do sistema de turnos e de seus horários, fatores como horários do transporte público, conteúdo do trabalho, refeições com a família e desejos dos trabalhadores devem ser considerados. Como não existe uma solução ótima para esse planejamento, é recomendável que se utilize arranjos de horário flexíveis (KNAUTH, 1996; DEMEROUTI et al., 2004 apud SILVA, 2008). I. Asma Ocupacional: Ocorre por inalação de partículas, comuns em trabalhadores da construção civil ou que lidam com couro, algodão, madeira ou sílica. Começa com tosse crônica, falta de ar e chiado no peito e pode ter desdobramentos fatais, como paradas respiratórias e câncer de pulmão. http://www.jcuberaba.com.br/ 36 Fonte: biosom.com.br II. Silicose Doença ocupacional irreversível causada pelo acúmulo de poeira de sílica (sílica - ou óxido de silício - é o principal componente da areia e matéria prima para a fabricação do vidro e do cimento) nos pulmões, revestindo-os de uma forma que impede a respiração gradativamente e aumenta progressivamente com o tempo, mesmo que o trabalhador seja afastado. Pode levar à morte por insuficiência respiratória. Fonte: almeidaconsultores.wordpress.comFonte: telemedicinamorsch.com.br III. Antracose 37 Lesão pulmonar causada pelo acúmulo de partículas de carvão nos pulmões, infelizmente bem comum em mineiros, trabalhadores de grandes centros urbanos, trabalhadores que lidam com carvão ou que residam/trabalhem em áreas muito poluídas, pode levar a disfunções pulmonares graves, como por exemplo a fibrose pulmonar (FERNANDES; STELMACH; ALGRANTI, 2006). Fonte: tuasaude.com Fonte: infoescola.com IV Bissinose Comum na indústria algodoeira e têxtil, é causada pelo acúmulo de poeira das fibras de algodão, linho ou cânhamo nos pulmões, é uma forma de doença reativa das vias respiratórias caracterizada por broncoconstrição O agente etiológico é a endotoxina bacteriana do pó de algodão. Os sintomas são opressão torácica e dispneia, que pioram no primeiro dia da semana de trabalho e regridem no decorrer da semana. O diagnóstico baseia-se na história e nos testes de função pulmonar. O tratamento envolve extinção da exposição e utilização de fármacos para a asma (LARA, 2018). 38 Fonte: prevencaonline.net Fonte: saudedica.com.br IV. Siderose A siderose superficial do sistema nervoso central (SS) é uma doença caracterizada pelo depósito de hemossiderina nas leptomeninges (aracnóide e pia máter). Causada pelo acúmulo de partículas microscópicas de ferro nos bronquíolos, está entre as doenças ocupacionais que atacam trabalhadores de minas de ferro. Um dos seus sintomas mais comuns é a falta de ar constante. O acúmulo de ferritina ocorre tanto no encéfalo quanto na medula espinhal.1 Os principais sintomas são o desenvolvimento progressivo de ataxia, surdez neurossensorial, e achados de comprometimento do neurônio motor superior (síndrome piramidal), porém menos comumente há alterações comportamentais e comprometimento cognitivo, assim como distúrbios esfincterianos e crises epilépticas.2 Em relação à etiologia, estima-se que 50 % dos casos estejam relacionados a lesões estruturais com sangramento no espaço subaracnóide. Tumores como ependimomas, oligodendrogliomas, astrocitomas e ainda malformação arteriovenosa (MAV), aneurismas não rotos, angiomas venosos, traumas e histórico de cirurgias como hemisferectomias para controle de epilepsia são exemplos de lesões associadas a siderose superficial.2,3 Antes do advento da Ressonância Magnética (RM) o diagnóstico na maioria dos casos era realizado através de necropsia (VILAÇA et al., 2015). http://www.saudedica.com.br/ 39 Fonte: profjairobrasil.blogspot.com Fonte: saudedica.com.br 6.3 Principais Doenças Ocupacionais de Pele I. Dermatose ocupacional As DOs podem ser causadas por inúmeros agentes durante o trabalho, que podem ser químicos, físicos ou biológicos. Os mais comuns são: químicos – metais, ácidos e álcalis, hidrocarbonetos aromáticos, óleos lubrificantes e de corte, arsênico; físicos12 – radiações, traumas, vibração, pressão, calor, frio; biológicos – vírus, bactérias, fungos, parasitas, plantas, animais. Alterações psíquicas podem causar a autoindução de lesões (dermatites factícias), para a obtenção de algum benefício. Comum entre mecânicos e na indústria como um todo, a dermatose ocupacional é causada pelo contato constante com graxa ou óleo mecânico. Causa reações alérgicas crônicas, criando placas na pele (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 2010) http://www.saudedica.com.br/ 40 Fonte: ehsseguranca.com.br Fonte: equipedeobra17.pini.com.br II. Câncer de pele Embora seja muito comum no País, essa enfermidade só pode estar entre as doenças ocupacionais – e obter auxílio do INSS – caso tenha sido originada no ambiente de trabalho. Costuma ocorrer em trabalhadores de lavoura ou qualquer outro trabalho que envolva exposição ao sol. 6.4 Principais Doenças Ocupacionais Auditivas I. Surdez: Comum em trabalhadores expostos a ruídos constantes, a surdez pode ser temporária ou definitiva. É uma doença silenciosa, que se caracteriza pela perda auditiva progressiva, levando o trabalhador lentamente à perda parcial ou total da audição, por desgastar o ouvido de forma irreversível. Comum em operadores de telemarketing, metalúrgicos e trabalhadores da Construção Civil, especialmente se não há uma fiscalização rígida e um compromisso do trabalhador com a utilização de protetores auriculares. 41 Fonte: 4work.pt Fonte: seaffono.com 6.5 Principais Doenças Ocupacionais de Visão I. Catarata Responsável por metade dos casos de perda total de visão no mundo, a Catarata é muito comum no Brasil. Mas, assim como o câncer de pele, só é considerada ocupacional se decorre da atividade profissional do indivíduo. A Catarata é ocasionada pela perda do Cristalino, normalmente em decorrência de exposição a altas temperaturas. Afeta muitos trabalhadores da metalurgia e da siderurgia. Fonte: comunicabuzios.wordpress.com II Desgaste da Visão 42 Afeta trabalhadores noturnos como vigias, enfermeiros, médicos ou operadores de serviços 24 hrs. O trabalho noturno desregula a produção de hormônios, que aconteceria durante o sono, afetando outras funções corporais, como a visão, por exemplo. Se essa situação ocorre de forma prolongada, o desgaste pode levar à perda parcial ou total da visão. Principais Doenças Ocupacionais Psicossociais: A pressão excessiva do mundo moderno gera uma série de problemas de ordem emocional, como depressão, estresse, ataques de ansiedade ou síndrome do pânico. Podem ser causadas por: Isolamento Pressão psicológica Ritmo agressivo de trabalho Dificuldades ou desentendimentos no ambiente de trabalho Carga horária excessiva. São doenças perigosas, por não serem encaradas com a devida seriedade, podendo ser imperceptíveis quando no início ou à primeira vista. Ao contrário do que pensam, podem se tornas irreversíveis, afastando definitivamente o trabalhador. Ocorre com frequência entre policiais, seguranças, bancários, operadores de telemarketing e profissionais de comunicação. 43 7 PROGRAMAS OCUPACIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR Fonte: alphacor.med.br Por definição da Organização Mundial da Saúde, a Saúde Ocupacional tem como objetivo “promover a melhoria das condições de trabalho e outros aspectos de higiene ambiental”. Com boas políticas de Saúde Ocupacional é possível chegar a um ambiente de trabalho saudável: na própria definição da OMS. De acordo com a Associação Nacional dos Enfermeiros do Trabalho (ANENT), os Enfermeiros de Saúde Ocupacional (ESO), no Brasil, realizam serviços associados à higiene ocupacional, segurança e medicina, e constituem equipes de estudo de proteção da saúde e segurança do trabalhador. As responsabilidades de Enfermeiros de Saúde Ocupacional, de acordo com a ANENT, incluem tarefas variadas, relacionadas à prevenção de doenças e acidentes de trabalho e à promoção da saúde no trabalho. A incessante procura pelo bem-estar do trabalhador é uma das preferências da Enfermagem do Trabalho. Para constituir o grupo do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) é preciso que o profissional de enfermagem – enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, sejam um especialista na área. 44 7.1 SESMT – Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - NR 4. A Norma Regulamentadora nº 4 – Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT prevê em seu item 4.1 que as empresas devem, obrigatoriamente, manter os SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho, sendo que o dimensionamentodo serviço vincula-se a gradação de risco da atividade principal da empresa e ao número total de empregados do estabelecimento, devendo ser observado o quadro II da NR-4 que estabelece quais e quantos profissionais (Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho) deverão compor o serviço. A NR4 vai além e determina, por meio do item 4.17, que os Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT devem ser registrados nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho. Desse modo, com o intuito de: Facilitar o cumprimento da obrigação prevista na NR-4, agilizando o contato entre as empresas e o Ministério do Trabalho; Tornar mais célere o processo de registro dos SESMT, permitindo inclusive atualização dos dados on-line, de forma que o declarado reflita a realidade dos SESMT; Verificar os requisitos da NR-04 antes da efetiva declaração do SESMT; O Ministério do Trabalho desenvolveu o Sistema SESMT. 7.2 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR 5. As empresas com mais de vinte funcionários têm que ter constituída a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2008, apud SILVA, 2018). 45 A CIPA começou a ser escrita por volta da segunda metade do século XVIII, a partir da Revolução Industrial na Inglaterra. Esse fato se deu, devido ao elevado número de acidentes e lesões originados dos maquinários. Já no Brasil, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, denominada CIPA, nasceu em 10 de novembro de 1944. E foi exatamente essa comissão que alavancou a implantação da Segurança do Trabalho no solo brasileiro. A primeira Portaria a regulamentar as comissões internas foi a de número 229, de 19 de junho de 1945. No início, o objetivo era que as comissões zelassem pela saúde física do trabalhador, estimulando os mesmos para assuntos que visassem a prevenção de acidentes. Várias foram as atribuições direcionadas à comissão neste período. A CIPA é regulamentada pela Portaria GM n. º 3.214, de 08 de junho de 1978, que regulamenta a NR 5. Dentre outras regulamentações, ela determina: 5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. 5.16 A CIPA terá por atribuição: a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; 46 requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; j) divulgar e promover o cumprimento das Normas regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; Do treinamento: 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. 5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens: a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; 5 b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa; d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas de prevenção; e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos; g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão. 7.3 EPI - Equipamento de proteção individual – NR 6 De acordo com Dobrovolski (2008, apud SILVA, 2018), estudos sobre aceitação de EPI ocorreram entre 1961 e 1964 realizados em minas e siderúrgicas e foram promovidos pela Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, com o objetivo de obter bons resultados na prevenção de acidentes do trabalho. Dentre as normas e com a NR 6, o Equipamento de Proteção Individual é: todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde 47 no trabalho. Todos os EPIs só poderão ser colocados à venda com a indicação do Certificado de Aprovação – CA (SILVA, 2018). A NR 6 estabelece todos os requisitos sobre o Equipamento de Proteção Individual. Dentre eles, as responsabilidades do empregador, empregado e também do fabricante de EPIs, nacional ou um EPI importado. Neste último caso, o importador também deverá seguir as NR 6, cumprindo e respeitando as normas de segurança para garantir a eficiência do equipamento de proteção e proteger o usuário. A Portaria MTE n. º 3.214, de 08 de junho de 1978, estabelece: A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência Responsabilidades do empregador: 6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Responsabilidades do trabalhador. 6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI: 48 a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 7.4 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – NR 7 A Norma Regulamentadora nº 7 recebe o nome de PCMSO — Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Essa NR estabelece que todos os empregadores, e instituiçõesque admitam trabalhadores como empregados, têm a obrigatoriedade de elaborar e implementar o PCMSO, com o objetivo de promover e preservar a saúde de seus trabalhadores, o PCMSO é um documento escrito que dará base as ações práticas do programa, o PCMSO não poderá ser implementado de forma isolada. Este programa deverá sempre levar em consideração o que dizem as demais NR’s. A NR-9 (PPRA — Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), por exemplo, caracteriza o ruído no ambiente de trabalho, então cabe ao PCMSO determinar à realização do exame de audiometria. A elaboração e implementação do PCMSO é obrigatória a todos os empregadores que admitirem trabalhadores como empregados, em regime de CLT. A NR 7 estabelece, entre outras diretrizes: 7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 7.1.3. Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados 49 7.2.3 O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. 7.2.4 O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR Das responsabilidades 7.3.1 compete ao empregador: a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO; Do desenvolvimento do PCMSO: 7.4.1 O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: a) admissional; b) periódico; c) de retorno ao trabalho; d) de mudança de função; e) demissional. 7.4.2. Os exames de que trata o item 7.4.1 compreendem: a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental; b) exames complementares, realizados de acordo com os termos específicos nesta NR e seus anexos. 7.4.3.1 no exame médico admissional, deverá ser realizada antes que o trabalhador assuma suas atividades; 7.4.3.2 no exame médico periódico, de acordo com os intervalos mínimos de tempo abaixo discriminados: a) para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos: 50 a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho; a.2) de acordo com à periodicidade especificada no Anexo n. º 6 da NR 15, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas; b) para os demais trabalhadores: b.1) anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade; b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade. 7.4.3.3. No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. 7.4.3.4. No exame médico de mudança de função, será obrigatoriamente realizada antes da data da mudança. 7.4.3.4.1. Para fins desta NR, entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança. 7.4.3.5. No exame médico demissional, será obrigatoriamente realizada em até 10 (dez) dias contados a partir do término do contrato, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: - 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4; - 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR-4. 7.4.4. Para cada exame médico realizado, previsto no item 7.4.1, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias. 7.4.4.1 A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. 7.4.4.2 A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. 7.4.4.3 O ASO deverá conter no mínimo: 51 a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função; b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST; c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Dos primeiros socorros. 7.5.1. Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando- se as características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim. 7.5 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais faz parte de um conjunto de medidas mais amplas e tem como objetivo a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores. O seu papel é auxiliar a eliminação, redução e controle dos riscos no ambiente de trabalho, a NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA nas empresas que trabalham com atividades de risco à saúde do funcionário (MARÇON, 2016). De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, esta Norma Regulamentadora tem como objetivo: Estabelecer a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que 52 admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. As ações do PPRA são de responsabilidade do empregador e devem ser desenvolvidas no âmbito de cada empresa. Neste processo, é importantíssima a participação dos colaboradores para que o resultado da prevenção dos riscos ambientais seja efetiva e realmente garanta a segurança do trabalho durante a jornada (MARÇON, 2016). A elaboração é realizada através de uma avaliação dos riscos ambientais que irá identificar, avaliar e controlar os agentes ambientais. Os Técnicos de Segurança, Engenheiros de Segurança e Médicos do
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