Buscar

ENFERMAGEM-DO-TRABALHO-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
1.1 O surgimento da Enfermagem do Trabalho ................................ 5 
1.2 Atribuições e Competências dos profissionais de Enfermagem do 
Trabalho 7 
2 SAÚDE DO TRABALHADOR .......................................................... 11 
2.1 O processo saúde-doença e a saúde do trabalhador ................ 13 
3 A SAÚDE NO TRABALHO ............................................................... 16 
4 A LEGISLAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR ......................... 19 
4.1 Portaria 2437 de 07 de dezembro de 2005 ............................... 22 
4.2 Portaria 3908/GM, e a Norma Operacional de Saúde do 
Trabalhador-NOST/SUS. .............................................................................. 24 
4.3 Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 e a PNSTT (Política Nacional de 
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora). .................................................. 26 
4.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) ........................... 27 
5 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO .......... 29 
5.1 Evolução das Doenças Ocupacionais ....................................... 32 
6 PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS ...................................... 33 
6.1 Principais Doenças Ocupacionais por repetição ....................... 34 
6.2 Principais Doenças Ocupacionais Respiratórias: ...................... 35 
6.3 Principais Doenças Ocupacionais de Pele ................................ 39 
6.4 Principais Doenças Ocupacionais Auditivas .............................. 40 
6.5 Principais Doenças Ocupacionais de Visão .............................. 41 
7 PROGRAMAS OCUPACIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR 43 
7.1 SESMT – Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho - NR 4. ................................................................. 44 
7.2 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR 5. 44 
 
3 
 
7.3 EPI - Equipamento de proteção individual – NR 6 .................... 46 
7.4 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
– NR 7 48 
7.5 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9
 51 
7.6 PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
na Indústria da Construção – NR 18 ............................................................. 55 
7.7 NR 32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde .. 56 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1.1 O surgimento da Enfermagem do Trabalho 
 
Fonte: cpdoc.fgv.br 
Como especialidade, a enfermagem do trabalho surgiu em finais do 
século XIX na Inglaterra, onde os enfermeiros atuavam na prevenção 
de doenças, em âmbito da saúde pública, e faziam visitas domiciliares 
a trabalhadores doentes ou acidentados e seus familiares. 
Particularmente no Brasil, a enfermagem do trabalho foi incorporada 
às empresas de forma obrigatória no início da década de 1970, quando 
o governo brasileiro passou a exigir que as empresas contratassem 
profissionais especializados, tais como “médico do trabalho, 
enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, 
engenheiro de segurança do trabalho de segurança do trabalho e 
técnico de segurança do trabalho” (MORAES, 2010, p. 19 apud 
(MATOS; SILVA; LIMA, 2017). 
A história da enfermagem do trabalho no Brasil é bastante recente, 
inicialmente a assistência de enfermagem do trabalho era vista mais como 
atendimento emergencial na empresa, o que não era muito valorizada, contudo, 
o espaço para o desempenho profissional, principalmente do enfermeiro do 
trabalho foi-se ampliando a cada dia, seja na assistência direta aos trabalhadores 
e familiares ou no desempenho de funções administrativa, educacionais, de 
integração ou de pesquisa (SILVA, 2016). 
No dizer de SILVA, 2016 a enfermagem do trabalho surgiu quando as 
primeiras leis de acidente do trabalho se originaram na Alemanha, em 1884, 
estendendo-se logo a vários países da Europa, até chegar ao Brasil por meio do 
Decreto legislativo nº.3.724 de 15 de janeiro de 1919, a fim de dar parâmetros 
legais para os trabalhadores que estão expostos aos riscos do dia a dia. 
 
 
6 
 
No Brasil a primeira escola de enfermagem foi criada em 1890 no hospício 
de Pedro 2º, atualmente o UNI-RIO. O exercício de enfermagem no Brasil foi 
regulamentado em 1931. Em 1955 foi aprovada a Lei do exercício Profissional 
de Enfermagem no Brasil. Em 1959 aconteceu uma Conferência Internacional 
do Trabalho e, nesta, houve a recomendação de número 112 da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) que conceituou a Medicina do Trabalho, mas 
limitando-se a intervenção médica (MOREIRA; PORTO; OGUISSO, 2002). 
Em 1963 foi incluído nos cursos direcionado aos médicos, exemplifica 
Moreira, Porto e Oguisso (2002) o ensino de medicina do trabalho, com a OIT as 
normas sobre a proteção à saúde e integridade física do trabalhador ganharam 
forças, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. 
O auxiliar de enfermagem do trabalho foi incluído na equipe de saúde 
ocupacional em 1972 pela portaria n. º 3.237 do Ministério do Trabalho. 
A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional 
aconteceu por meio da portaria n. º 3. 460 do ministério do trabalho, em 1975. 
Neste mesmo ano criou-se no Rio Grande do Sul o primeiro sindicato de 
enfermagem. A Enfermagem do Trabalho no Brasil possui regulamentação 
específica, expedida pela Portaria 3214, de 08 de junho de 1978 (Diário Oficial 
da União, de 06.07.78), do Ministério do Trabalho e Emprego que, por meio da 
Norma Regulamentadora (NR) 4 – Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (com alterações / atualizações); (SILVA, 
2016). 
No dizer de SILVA 2016, essa norma determina que as empresas 
privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos 
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, devem manter, obrigatoriamente, 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho, com a finalidade de promover asaúde e proteger a integridade do 
trabalhador no local de trabalho. 
A enfermagem do trabalho tem, nesta área, um vasto campo para 
desempenhar suas funções, quer na prestação de assistência de enfermagem 
trabalhadores da empresa e aos seus dependentes, quer assumindo funções 
administrativas, educativas, de integração e de pesquisa (SILVA, 2016). 
 
 
7 
 
Na visão de Moreira, Porto e Oguisso (2002) ela é um ramo da 
enfermagem de saúde pública e, como tal utiliza os mesmos métodos e técnicas 
empregadas na saúde pública visando à promoção da saúde do trabalhador, 
proteção contra os riscos decorrentes de suas atividades laborais, proteção 
contra agentes químicos, físicos, biológicos e psicossociais; manutenção de sua 
saúde no mais alto grau de bem-estar físico e mental e recuperações de lesões, 
doenças ocupacionais ou não-ocupacionais e sua reabilitação para o trabalho. 
1.2 Atribuições e Competências dos profissionais de Enfermagem do 
Trabalho 
 
Fonte: saocamilo-sp.br 
Perfil do Enfermeiro do Trabalho: 
Executa atividades relacionadas com o serviço de higiene, medicina e 
segurança do trabalho, integrando equipes de estudos, para propiciar a 
preservação da saúde e valorização do trabalhador (MARZIALE et al., 2010). 
 
 Atribuições do Enfermeiro do Trabalho: 
 Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando 
observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para 
identificar as necessidades no campo de segurança, higiene e melhoria do 
trabalho: Descritas abaixo de acordo com MARZIALE et al., (2010). 
 
8 
 
 Elabora e executa planos e programas de promoção e proteção à saúde 
dos empregados, participando de grupos que realizam inquéritos 
sanitários, estudam as causas de absenteísmo, fazem levantamentos de 
doenças profissionais e lesões traumáticas, procedem a estudos 
epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbidade e mortalidade 
de trabalhadores, investigando possíveis relações com as atividades 
funcionais, para obter a continuidade operacional e o aumento da 
produtividade; 
 Executa e avalia programas de prevenção de acidentes e de doenças 
profissionais e não profissionais, fazendo análise de fadiga, dos fatores de 
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da 
mulher, para propiciar a preservação da integridade física e mental do 
trabalhador; 
 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou 
doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando 
medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento 
médico adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e 
conforto ao paciente; 
 Elabora e executa e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos 
trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de 
trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, 
curativos, inalações e testes, coletando material para exame laboratorial, 
vacinações e outros tratamentos, para reduzir o absenteísmo profissional; 
 Organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, prevendo 
pessoa e material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de 
enfermagem adequado às necessidades de saúde do trabalhador; 
 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material 
adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes; 
 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando 
conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir 
doenças profissionais e melhorar as condições de saúde do trabalhador; 
 Registra dados estatísticos de acidentes e doenças profissionais, 
mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsídios 
 
9 
 
processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de 
prevenção de doenças profissionais. 
 
Perfil do Técnico de Enfermagem do Trabalho: 
 
 
Fonte: telemedicinamorsch.com.br 
Coparticipar com o enfermeiro no planejamento, programação, orientação 
e execução das atividades de enfermagem do trabalho, nos três níveis de 
prevenção, integrando a equipe de saúde do trabalhador (SFUT, 2009). 
 
Atribuições do Técnico de Enfermagem do Trabalho 
 Participar com o enfermeiro: 
I. No planejamento, programação e orientação das atividades de 
enfermagem do trabalho; 
II. No desenvolvimento e execução de programas de avaliação da 
saúde dos trabalhadores; 
III. Na elaboração e execução de programas de controle das doenças 
transmissíveis e não transmissíveis e vigilância epidemiológica 
dos trabalhadores; 
IV. Na execução dos programas de higiene e segurança do trabalho 
e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais; 
 
 
10 
 
 Executar todas as atividades de enfermagem do trabalho exceto as 
privativas do enfermeiro. 
 Integrar a equipe de saúde do trabalhador. 
 
Perfil do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: 
 
 
Fonte: catho.com.br 
Executar as atividades de enfermagem do trabalho, sob a supervisão do 
enfermeiro, no desenvolvimento dos programas nos três níveis de prevenção, 
integrando a equipe de saúde do trabalhador (ROLOFF et al., 2016). 
 
Atribuições do Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: 
 Auxiliar o enfermeiro na execução de programas de avaliação da saúde 
dos trabalhadores, a nível de sua qualificação: 
I. Observando, reconhecendo e descrevendo sinais e sintomas; 
II. Executando ações de simples complexidade. 
 
 Executar atividades de enfermagem do trabalho, a nível de sua 
qualificação nos programas: 
I. De prevenção e controle das doenças profissionais e acidentes 
do trabalho; 
 
11 
 
II. De controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis e 
vigilância epidemiológica dos trabalhadores; 
III. De educação para a saúde da clientela. 
 
 Integrar a equipe de saúde dos trabalhadores 
2 SAÚDE DO TRABALHADOR 
aa 
Fonte: presidenteprudente.sp.gov.br 
Um ramo da enfermagem de saúde pública e, como tal, utiliza os 
mesmos métodos e técnicas empregados na saúde pública visando a 
promoção da saúde do trabalhador; proteção contra os riscos 
decorrentes de suas atividades laborais; proteção contra agentes 
químicos, físicos, biológicos e psicossociais; manutenção de sua 
saúde no mais alto grau de bem-estar físico e mental e recuperação de 
lesões, doenças ocupacionais ou não ocupacionais e sua reabilitação 
para o trabalho (Silva, 2005, apud MATOS; SILVA; LIMA, 2017). 
O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa 
compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesta 
acepção, considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, 
estreitamente articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da 
humanidade em determinado momento histórico (COUTINHO; LACERDA; 
LISBOA, 2018). 
 
 
12 
 
Nessa concepção, trabalhadores são todos os homens e mulheres que 
exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer 
que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou 
informais da economia, estão incluídos nesse grupo os indivíduos que 
trabalharam ou trabalham como empregados assalariados, trabalhadores 
domésticos, trabalhadores avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, 
servidores públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores – 
particularmente, os proprietários de micro e pequenas unidades de produção 
(MENDES, 2001). 
São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades 
não remuneradas – habitualmente, em ajuda a membro da unidade domiciliar 
que tem uma atividade econômica, os aprendizes e estagiários e aqueles 
temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, 
aposentadoria ou desemprego, (GALLAS; FONTANA, 2010). 
Dessa forma o autor supracitado salienta que entre os determinantes da 
saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes sociais, 
econômicos, tecnológicose organizacionais responsáveis pelas condições de 
vida e os fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológicos, mecânicos 
e aqueles decorrentes da organização laboral – presentes nos processos de 
trabalho (AZAMBUJA; KERBER; KIRCHHOF, 2007). 
Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças 
nos processos de trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda 
a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar 
e intersetorial (GALLAS; FONTANA, 2010). 
 
De acordo com MORENO et al (2011): 
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são 
considerados sujeitos e partícipes das ações de saúde, que incluem: 
 O estudo das condições de trabalho, 
 A identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua 
melhoria. 
 Adequação e o controle dos serviços de saúde prestados. 
 
 Na condição de prática social, as ações de saúde do trabalhador 
apresentam dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. 
 
13 
 
 
Como consequência, esse campo de atuação tem interfaces com o 
sistema produtivo e a geração da riqueza nacional, a formação e preparo da 
força de trabalho, as questões ambientais e a seguridade social. De modo 
particular, as ações de saúde do trabalhador devem estar integradas com as de 
saúde ambiental, uma vez que os riscos gerados nos processos produtivos 
podem afetar, também, o meio ambiente e a população em geral (GOMEZ; 
VASCONCELLOS; MACHADO, 2018). 
2.1 O processo saúde-doença e a saúde do trabalhador 
 
Fonte: abrale.org.br 
Diante da pressão do empregador para que estes estejam cada vez 
mais à disposição do trabalho, o tempo dedicado a essa atividade 
costuma extrapolar, e muito, a jornada normal e mesmo a 
extraordinária - de forma que a mensuração do tempo total de trabalho 
deve considerar ainda a “jornada ilegal”, ou seja, aquele tempo em que 
o empregado continua conectado e realizando o trabalho mesmo após 
finalizar sua jornada contratual. Essa prática é facilitada pela difusão 
das novas tecnologias de informação e comunicação (Cardoso, 2009 
apud MORGADO, 2018). 
Até pouco tempo atrás, a saúde do trabalhador era tida pela medicina do 
trabalho como relacionada somente ao ambiente físico, ambiente no qual o 
trabalhador está em contato com agentes químicos, físicos e biológicos que 
podem causar acidentes e doenças (MENDES; DIAS, 1991). 
 
14 
 
 
 A partir da década de 80, em meio a todo o contexto da transição 
democrática e, seguindo o que ocorrera em países ocidentais, esse ponto de 
vista foi sendo modificado, o grande debate acerca do tema na VIII Conferência 
Nacional de Saúde e na realização da I Conferência Nacional de Saúde dos 
Trabalhadores, foi decisivo para as alterações da nova Constituição Federal, de 
1988 (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO, 2018). 
Nessa nova visão, a saúde do trabalhador passou a ser tida como o 
processo saúde e doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho, 
apesar do processo de trabalho ainda ser entendido como um espaço 
hierárquico de dominação e submissão do trabalhador pelo capital, os 
trabalhadores começaram a buscar o controle para melhores condições e 
ambientes de trabalho, de maneira a torná-los mais saudáveis (SOUZA; 
FAIMAN, 2007). 
 Para Amorim (2014), doenças ocupacionais são todas as enfermidades 
adquiridas ou desencadeadas em função das condições do processo de 
atividade laboral. A atual medicina do trabalho vê as doenças ocupacionais 
diretamente relacionadas com os agravos à saúde relacionados ao trabalho 
podem ser classificados em dois grupos: no primeiro, estão agrupadas situações 
que provocam ruptura abrupta do equilíbrio entre as condições e o ambiente de 
trabalho e a saúde do trabalhador, tais como os acidentes do trabalho e as 
intoxicações agudas de origem profissional; enquanto o segundo grupo inclui 
agravos de caráter crônico. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe ainda outro 
grupo, que é constituído pelas "doenças relacionadas com o trabalho", e são 
descritas pela OMS como "agravos outros que, em adição a doenças 
profissionais legalmente desconhecidas, ocorrem em trabalhadores quando o 
ambiente ou condições contribuem significativamente para a ocorrência de 
doenças, porém em graus variados de magnitude". (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2001, apud OPA/OMS, 2001) 
De acordo com a legislação trabalhista, os agentes que oferecem riscos 
à saúde do trabalhador e que podem estar no ambiente de trabalho estão 
agrupados em: agentes químicos, agentes físicos, agentes biológicos, agentes 
ergonômicos e riscos de acidentes (SOUZA; FAIMAN, 2007). 
 
15 
 
 
Fonte: slideshare.net 
 
O processo saúde-doença é um termo usado para descrever todas as 
variáveis envolvidas com a saúde e a doença de um indivíduo ou população, e 
considera que ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos 
fatores, assim, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um 
processo complexo que envolve diversos fatores, o motivo causal das doenças 
é um dos temas centrais da epidemiologia, sendo também um dos mais 
complexos, de acordo com as concepções dos primórdios da epidemiologia 
como ciência, as doenças eram determinadas por mecanismos unicausais, 
relacionados principalmente a agentes infecciosos, ou seja, a teoria da 
unicasualidade define que as patologias eram causadas unicamente por agentes 
patológicos como bactérias, vírus, protozoários, e dessa forma o 
desenvolvimento da doença não estava relacionada a outros fatores externos 
como moradia, lazer, meio ambiente, etc (AMORIM , 2014). 
Ao contrário da teoria da doença unicausal, exemplifica COUTINHO, 
LACERDA e LISBOA (2018) que o conceito de saúde-doença estuda os fatores 
biológicos, econômicos, sociais e culturais e, com eles, busca compreender as 
possíveis causas da doença a partir de uma visão mais ampla, mais multicausal. 
 
 
 
 
http://www.slideshare.net/
 
16 
 
De acordo com a FUNASA, 2009: 
 
O conceito de multicausalidade não exclui a presença de agentes 
etiológicos numa pessoa como fator de aparecimento de doenças. Ele 
vai além e leva em consideração o psicológico do paciente, seus 
conflitos familiares, seus recursos financeiros, nível de instrução, entre 
outros. Esses fatores, inclusive, não são estáveis; podem variar com o 
passar dos anos, de uma região para outra, de uma etnia para outra. 
 
De uma maneira geral, pode-se dizer, em termos de sua determinação 
causal, que a multicausalidade representa o conjunto de relações e variáveis que 
produzem e condicionam o estado de saúde e doença de uma população, mas 
pode variar entre os diversos momentos históricos e do desenvolvimento 
científico da humanidade (FUNASA, 2009). 
 
3 A SAÚDE NO TRABALHO 
 
Fonte: vozdoplanalto.com.br 
Há muito tempo se sabe que o trabalho, quando executado sob 
determinadas condições, pode causar doenças, encurtar a vida, ou mesmo 
matar os trabalhadores, pensar o lado mais dramático da visão do trabalho leva-
 
17 
 
nos a pensar no mandato bíblico da mensagem “ganharás o pão com o suor do 
teu rosto”, esta expressão nos remete a uma compreensão do trabalho como 
esforço, risco e sofrimento psíquico, ter saúde e bem-estar no trabalho é 
necessariamente compreender a noção de sujeito e ator de sua vida e de sua 
vida no trabalho, numa relação social de troca com os outros trabalhadores, 
numa busca constante de conhecimento e de luta contra os mecanismos de 
desvalorização e de precariedade do trabalho, o que implica um processo de 
construção e um avanço das condições de trabalho e da qualidade de vida e de 
saúde dos trabalhadores (AGOSTINI , 2010). 
No entanto, a saúde do trabalhador conceitua Silva (2006), se coloca 
dentro da área do conhecimento técnico-científico como um instrumento que 
possibilita o controle social do processo produtivo, tendo por base os critérios de 
saúde,ao tentar analisaros problemas de saúde relacionados ao processo de 
trabalho, temos a compreensão da sua dimensão social e política, o que 
possibilita entender a saúde dos trabalhadores como a expressão de forças e de 
formas de organizações de um movimento histórico e dinâmico da classe 
trabalhadora. 
A verdade é que nos últimos vinte anos, ocorreram no Brasil mais de 25 
milhões de acidentes de trabalho, com um milhão de sequelas permanentes e 
86 mil óbitos, isto mostra que as tentativas passadas, através de leis, decretos, 
normas e procedimentos relacionados à saúde e segurança do trabalhador, 
ainda não alcançaram os seus objetivos, porém, o empregador, nos últimos 
anos, passou a preocupar-se mais com a segurança, devido aos custos diretos 
e indiretos que um acidente pode representar para sua empresa. Esta visão vem 
se desenvolvendo de forma gradativa e tende a se expandir, novos conceitos 
que estão surgindo, relacionando a segurança com a qualidade e a produtividade 
(AGOSTINI, 2010). 
O trabalho existe desde o aparecimento do primeiro homem, e tem 
assumido diversas dimensões no transcorrer da história, os primeiros relatos 
demonstrando a preocupação com a saúde dos trabalhadores e sua relação com 
o trabalho iniciou em 1700, quando Bernardino Ramazzini publicou seu livro 
intitulado: As doenças dos trabalhadores (LINO et al., 2012). 
O campo da saúde do trabalhador é amplo e complexo, abrangendo a 
prevenção de todas as disfunções provocadas pelo emprego, acidentes e 
 
18 
 
doenças relacionadas ao trabalho, e todos os aspectos relacionados com as 
interações entre trabalho e saúde, nesse sentido, entre os determinantes da 
saúde do trabalhador estão compreendidos os condicionantes sociais, 
econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas condições de 
vida e os fatores de risco ocupacionais presentes nos processos de trabalho 
(SILVA, 2006) . 
Segundo a Comissão Internacional de Saúde no Trabalho – ICOH (2002) 
o objetivo da saúde no trabalho é proteger e promover a saúde dos 
trabalhadores, manter e melhorar sua capacidade de trabalho, contribuir para o 
estabelecimento e a manutenção de um ambiente de trabalho saudável e seguro 
para todos, assim como promover a adaptação do trabalho às capacidades dos 
trabalhadores, levando em consideração seu estado de saúde. 
A saúde do trabalhador é, por natureza, um campo composto por 
diferentes sujeitos, inseridos em contextos diversos e que requerem, portanto, 
uma atenção interdisciplinar e multiprofissional. As análises dos processos de 
trabalho, pela sua complexidade, tornam a interdisciplinaridade uma exigência 
intrínseca à postura profissional, que permite transitar o espaço da diferença. 
Nesse sentido, nenhuma profissão ou conhecimentos são absolutos, sendo a 
interdisciplinaridade um princípio constituinte da diferença e da criação. (LINO et 
al, 2012 apud GATTAS e FUREGATO, 2006) 
A expressão “profissionais de saúde no trabalho” significa a inclusão de 
todos aqueles que, no exercício de sua capacidade profissional, desempenham 
tarefas de saúde e segurança no trabalho, provém serviços de saúde no 
trabalho, ou estão envolvidos no exercício da saúde no trabalho. (LINO et al, 
2012 apud COMISSÃO INTERNACIONAL DE SAÚDE NO TRABALHO, 2002) 
Nesse contexto, destacamos o exercício da profissão do Enfermeiro do 
Trabalho que, entre outras funções, estuda e observa as condições de higiene, 
periculosidade e segurança no ambiente de trabalho, além de planejar e executar 
ações de prevenção de riscos e acidentes com os trabalhadores (CARVALHO , 
2010). 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador
 
19 
 
4 A LEGISLAÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
Fonte: blog.sst.com.br 
[...] como um conjunto de ações, institucionalizadas ou não, que visam 
proteger o conjunto ou parte da sociedade de riscos sociais e/ou 
naturais decorrentes da vida em coletividade. (MENDES; WÜNSCH; 
COUTO, 2006, p. 212 apud MENDES et al., 2015). 
A saúde do trabalhador passou aos poucos a ser incorporada nas ações 
do SUS em 1990, por meio da Lei Orgânica da Saúde (LOS, nº 8080, artigo 6º) 
é conferido a direção nacional do SUS a responsabilidade de coordenar a política 
de saúde do trabalhador (NOBRE, 2005). 
 A LOS (PNAISC, 2015) orienta a execução das ações voltadas para a 
saúde do trabalhador, o parágrafo 3º do artigo 6 a define como: 
Um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de 
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e a proteção 
da saúde do trabalhador, assim como visa a recuperação e a reabilitação 
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das 
condições de trabalho (CARVALHO, 2010). 
A Portaria 3908/GM, de 30 de outubro de 1998, ficou conhecida como a 
Norma Operacional de Saúde do Trabalhador-NOST/SUS, definiu as atribuições 
e responsabilidades para orientar e instrumentalizar as ações de saúde do 
trabalhador rural e urbano, consideradas as diferenças entre homens e 
 
20 
 
mulheres, a serem desenvolvidas pelas secretarias de Saúde dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios (NOBRE, 2005). 
Do ponto de vista de Carvalho (2010) a partir do Sistema Único de saúde 
(SUS) os serviços de saúde pública têm primado suas ações por meio do 
desenvolvimento de sistemas de informações como é o caso de patologias como 
diabetes, hipertensão arterial sistêmica, HIV etc... 
Na área de saúde do trabalhador as informações são escassas com 
estimativas a partir de dados da Previdência Social, por meio da comunicação 
de acidente de trabalho (CAT) sendo pouco abrangente e não consegue 
apreender dados precisos da questão, pois tem o caráter de seguridade 
especialmente para trabalhadores formalmente vinculados ao mercado de 
trabalho (MENDES et al., 2015). 
Mesmo nestes há subnotificação, principalmente em doenças 
relacionadas ao trabalho que acabam não sendo diagnosticadas como tal. Outro 
agravante de subnotificação é o trabalho informal que oculta os acidentes, morte 
e invalidez (LOURENÇO; BERTANI, 2010). 
Considerando a necessidade da disponibilidade de informação 
consistente e ágil sobre a situação da produção, perfil dos trabalhadores e 
ocorrência de agravos relacionados ao trabalho, para orientar as ações de 
saúde, a intervenção nos ambientes e condições de trabalho, e pela constatação 
de que essas informações estão dispersas, fragmentadas e pouco acessíveis no 
âmbito do SUS é que foi publicada a portaria nº 777/GM de 28 de abril de 2004, 
que dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de 
11 agravos da saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica no 
SUS (NOBRE, 2005). 
 
Nessa portaria, os agravos de notificação compulsória são: 
AGRAVOS DEFINIÇÕES 
PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) É a diminuição gradual da audição induzida por 
índice de ruídos elevado no ambiente de trabalho. 
 
DERMATOSES OCUPACIONAIS 
Compreendem as alterações da pele, mucosas e 
anexas, direta ou indiretamente causadas, 
mantidas ou agravadas pelo trabalho 
 
 PNEUMOCONIOSES 
Conjunto de doenças pulmonares causadas pelo 
acúmulo de poeira nos pulmões e reação tissular à 
 
21 
 
presença dessas poeiras, presentes no ambiente 
de trabalho. 
 
DORT ( antiga LER) 
É uma síndrome clínica que afeta o sistema 
músculo esquelético em geral, caracterizado pela 
ocorrência de vários sintomas concomitantes ou 
não, de aparecimento insidioso, 
CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO É o câncer que surgiu como consequência da 
exposição a agentes carcinogênicos presentes no 
ambiente de trabalho, mesmo após da cessação 
da exposição. 
 
ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO O 
MATERIAL BIOLÓGICO. 
Acidentes envolvendo sangue e outros fluidos 
orgânicos ocorridos com os Profissionais da área 
da saúde durante o desenvolvimento do seu 
trabalho, onde os mesmos estão expostos a 
materiais biológicos potencialmente 
contaminados. 
 
 
TRANTORNOSMENTAIS RELACIONADOS AO 
TRABALHO 
São aqueles resultantes de situações do processo 
de trabalho, provenientes de fatores pontuais como 
exposição a determinados agentes tóxicos, até a 
completa articulação de fatores relativos à 
organização do trabalho, como a divisão e 
parcelamento das tarefas, as políticas de 
gerenciamento das pessoas e a estrutura 
hierárquica organizacional. 
 
ACIDENTE DE TRABALHO FATAL 
Acidente de trabalho grave que resulta em morte 
que ocorrem no exercício da atividade laboral ou 
no percurso de casa para o trabalho e vice-versa 
(acidente de trajeto). 
ACIDENTE DE TRABALHO COM MUTILAÇÕES. 
 ACIDENTE DE TRABALHO EM CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES 
 
 
 
 
INTOXICAÇÃO EXÓGENA 
Todo aquele indivíduo que, tendo sido 
exposto a substâncias químicas (agrotóxicos, 
produtos de uso doméstico, medicamentos, 
cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos 
de uso industrial, drogas, plantas, alimentos e 
bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de 
intoxicação e/ou alterações laboratoriais 
provavelmente ou possivelmente compatíveis. 
Fonte: adaptado de Ministério da Saúde 
 
O Instrumento de Notificação Compulsória é a Ficha de Notificação, a 
ser padronizada pelo Ministério da Saúde, segundo o fluxo do Sistema 
de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
 
22 
 
Art. 2º Criar a Rede Sentinela de Notificação Compulsória de 
Acidentes e Doenças Relacionados ao Trabalho, enumerados no § 1° 
do artigo1º, desta Portaria, constituída por: 
I - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador; 
II - Hospitais de referência para o atendimento de urgência e 
emergência e ou atenção de média e alta complexidade, credenciados 
como sentinela; e 
III - Serviços de atenção básica e de média complexidade credenciados 
como sentinelas, por critérios a serem definidos em instrumento 
próprio. 
 
Em atendimento a esta portaria a coordenação nacional de saúde do 
trabalhador (COSAT) a partir de abril de 2006 reuniu para a capacitação sobre 
SINAN NET saúde do trabalhador um representante de cada Estado e assim dar 
início ao processo de construção para a implantação da vigilância 
epidemiológica em saúde do trabalhador. 
 Em 20 de julho de 2006 uma técnica do SINAN Nacional e um técnico do 
DATASUS nacional estiveram no Estado do Paraná implantando o SINAN NET 
para oficializar a digitação e envio de dados da Saúde do trabalhador através 
das unidades sentinela definidas no projeto. 
4.1 Portaria 2437 de 07 de dezembro de 2005 
Dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da Rede Nacional de 
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST no Sistema Único de Saúde 
- SUS e dá outras providências 
Art. 1º Ampliar a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde 
do Trabalhador – RENAST, que deverá ser implementada de forma 
articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o envolvimento de 
órgãos de outros setores dessas esferas de poder, executores de 
ações na interface com a Saúde do Trabalhador, além de instituições 
colaboradoras nesta área. 
§ 1º As ações em Saúde do Trabalhador, dispostas no art. 6º 
da Lei nº 8.080/90, deverão ser desenvolvidas de forma 
descentralizada e hierarquizada, em todos os níveis de atenção do 
 
23 
 
SUS, incluindo as curativas, preventivas, de promoção e de 
reabilitação. 
 
 RENAST - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador 
 
 
Fonte: renastonline.ensp.fiocruz.br 
O compromisso com a melhoria das condições de saúde da classe 
trabalhadora implica não somente o avanço do conhecimento 
científico, mas também a necessidade de inter-relação entre a 
produção de conhecimentos e sua apropriação pelos próprios sujeitos 
da pesquisa – os trabalhadores, atores fundamentais no processo de 
transformação social (TAMBELLINI, 1988; apud TAMBELLINI et al., 
2018). 
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST, 
foi criada com objetivo de disseminar ações de saúde do trabalhador, articuladas 
às demais redes do Sistema Único de Saúde, SUS. 
Com a definição da Política Nacional de Saúde do Trabalhador em 2005 
a RENAST passou a ser a principal estratégia da organização da Saúde do 
Trabalhador no SUS, sob a responsabilidade da então Área Técnica de Saúde 
do Trabalhador do Ministério da Saúde, hoje Coordenação Geral da Saúde do 
Trabalhador (ST), CGSAT. 
A RENAST compreende uma rede nacional de informações e práticas de 
saúde, organizada com o propósito de implementar ações assistenciais, 
de vigilância, prevenção, e de promoção da saúde, na perspectiva da ST. 
Em sua atual formatação institucional a RENAST deve integrar a rede de 
serviços do SUS por meio de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador 
(CEREST). Além disso elabora: 
 Protocolos 
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/coordena%C3%A7%C3%A3o-geral-sa%C3%BAde-trabalhador-cgsatms
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/vigil%C3%A2ncia-sa%C3%BAde-trabalhador
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/centro-refer%C3%AAncia-sa%C3%BAde-trabalhador-cerest
 
24 
 
 
 
 Linhas de cuidado 
 Instrumentos que favorecem a integralidade das ações, 
envolvendo a atenção básica, de média e alta complexidade, 
serviços e municípios sentinela. 
 
A portaria 2437 também estabelece que a RENAST seja implementada 
de forma articulada entre o Ministério da Saúde (MS), as Secretarias de Saúde 
dos estados, o Distrito Federal, e os municípios, com o envolvimento de outros 
setores também participantes da execução dessas ações. 
4.2 Portaria 3908/GM, e a Norma Operacional de Saúde do Trabalhador-
NOST/SUS. 
Essa portaria aprovou a NOST – Norma Operacional de Saúde do 
trabalhador de forma complementar à NOB-SUS 01/96, teve por objetivo orientar 
e instrumentalizar as realizações de ações de Saúde do Trabalhador e da 
trabalhadora, urbano e rural, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
Pressupostos básicos da NOST-SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996) 
 
Universalidade e equidade, em que todos os trabalhadores, urbanos 
e rurais, com carteira assinada ou não, empregados, desempregados 
ou aposentados, trabalhadores em empresas públicas ou privadas, 
devem ter acesso garantido a todos os níveis de atenção à saúde. 
Integralidade das ações, tanto em termos do planejamento quanto da 
execução, com um movimento constante em direção à mudança do 
modelo assistencial para a atenção integral, articulando ações 
individuais e curativas com ações coletivas de vigilância da saúde, uma 
vez que os agravos à saúde, advindos do trabalho, são essencialmente 
preveníveis. 
Direito à informação sobre a saúde, por meio da rede de serviços do 
SUS, adotando como prática cotidiana o acesso e o repasse de 
informações aos trabalhadores, sobretudo os riscos, os resultados de 
 
25 
 
pesquisas que são realizadas e que dizem respeito diretamente à 
prevenção e à promoção da qualidade de vida. 
Participação e controle social, reconhecendo o direito de 
participação dos trabalhadores e suas entidades representativas em 
todas as etapas do processo de atenção à saúde, desde o 
planejamento e estabelecimento de prioridades, o controle permanente 
da aplicação dos recursos, a participação nas atividades de vigilância 
em saúde, até a avaliação das ações realizadas; 
Regionalização e hierarquização das Ações de Saúde do 
Trabalhador, desde as básicas até as especializadas, que serão 
desenvolvidas na rede de serviços, organizadas em um sistema de 
referência e contra referência, local e regional; 
Utilização do critério epidemiológico e de avaliação de riscos no 
planejamento e na avaliação das ações, no estabelecimento de 
prioridades e na alocação de recursos. 
Configuração da Saúde do Trabalhador como um conjunto de 
ações de vigilância e assistência, visando à promoção, à proteção, 
à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos 
a riscose agravos advindos do processo de trabalho. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
26 
 
4.3 Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 e a PNSTT (Política Nacional de Saúde 
do Trabalhador e da Trabalhadora). 
Considerando a necessidade de implementação de ações de saúde do 
trabalhador em todos os níveis de atenção do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
1996). 
Considerando a necessidade da definição dos princípios, das diretrizes e 
das estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do SUS no que 
se refere à saúde do trabalhador, resolve: 
 
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da 
Trabalhadora. 
Objetivo Art. 2º (...)tem como finalidade definir os 
princípios, as diretrizes e as estratégias a 
serem observados pelas três esferas de 
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), 
para o desenvolvimento da atenção integral à 
saúde do trabalhador, com ênfase na 
vigilância (...) 
A quem se aplica? Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e 
mulheres, independentemente de sua 
localização, urbana ou rural, de sua forma de 
inserção no mercado de trabalho, formal ou 
informal, de seu vínculo empregatício, 
público ou privado, assalariado, autônomo, 
avulso, temporário, cooperativados, 
aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado 
ou desempregado são sujeitos desta Política. 
Parágrafo único. A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora 
alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a 
transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos 
determinantes do processo saúde-doença. 
Fonte: Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012 
 
Em MINISTÉRIO DA SAÚDE (1996), uma das principais questões que a 
PNSTT traz é a organização descentralizada do serviço de saúde, onde a esfera 
 
27 
 
federal atua estabelecendo políticas e instrumentos que devem ser estudados e 
executados pelas esferas estaduais e municipais. Nesse sentido, os resultados 
desta Política dependerão diretamente de como a questão “trabalho” será 
abordada nos planos estaduais e municipais de saúde, que devem priorizar a 
promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da 
morbimortalidade relacionada à ocupação. 
 Tais objetivos devem ser alcançados mediante a execução de ações de 
promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da 
saúde. 
4.4 Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) 
Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é um componente do 
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, como definido na Portaria GM/MS nº 
3252 de dezembro de 2009, que visa “à promoção da saúde e à redução da 
morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações 
que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de 
desenvolvimento e processos produtivos’’ ( DIAS et al., 2016). 
A VISAT é estruturante e essencial ao modelo de Atenção Integral em 
Saúde do Trabalhador. Constitui-se de saberes e práticas sanitárias, articulados 
intra e intersetorialmente, a especificidade de seu campo de ação é definida por 
ter como objeto a relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho, 
realizada com a participação e o saber dos trabalhadores em todas as suas 
etapas. 
 
Princípios: 
 
A VISAT pauta-se nos princípios do Sistema Único de Saúde, em 
consonância com a Promoção da Saúde e o Sistema Nacional de Vigilância em 
Saúde, mantendo estreita integração com as demais Vigilâncias – sobretudo 
com a Sanitária, Epidemiológica e Saúde Ambiental - e as redes assistenciais 
(DIAS et al., 2016). 
 
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/portaria-n%C2%BA-3252-22-dezembro-2009
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/portaria-n%C2%BA-3252-22-dezembro-2009
 
28 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
5 DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS DO TRABALHO 
 
Fonte: borgesvieira.adv.br 
O trabalho em turno integral existe há centenas de anos, de fato com 
registros desde a era do Império Romano. Entretanto, nas últimas 
décadas a sociedade passou a ser dependente de serviços disponíveis 
vinte e quatro horas por dia. Além de trabalhos que necessitam 
tradicionalmente de troca de turnos como o de vigilância e o de 
enfermagem, trabalhos disponíveis originalmente em horários 
comerciais como tele-entrega de comida e postos de combustível, 
tornaram-se uma oferta frequente de serviços ininterruptos, 
principalmente nas grades cidades (FISCHER et al., 2003 apud SILVA, 
2008). 
A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20, I da Lei 
n. 8.213 de 24 de julho de 1991 como a enfermidade “produzida ou 
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e 
constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência 
Social. “As doenças profissionais, conhecidas ainda com o nome de 
“idiopáticas”, “ergopatias”, “tecnopatias” ou “doenças profissionais típicas”, são 
produzidas ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar de 
determinada atividade, ou seja, são doenças que decorrem necessariamente do 
exercício de uma profissão (TAMBELLINI et al., 2018). 
Por conseguinte, o autor propõe isso, prescindem de comprovação de 
nexo de causalidade com o trabalho, porquanto há uma relação de sua 
tipicidade, presumindo-se, por lei, que decorrem de determinado trabalho. Tais 
doenças são ocasionadas por microtraumas que cotidianamente agridem e 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357133/inciso-i-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
 
30 
 
vulneram as defesas orgânicas e que, por efeito cumulativo, terminam por vencê-
las, deflagrando o processo mórbido. 
A doença ocupacional ou profissional, portanto, é desencadeada pelo 
exercício do trabalhador em uma determinada função que esteja diretamente 
ligada à profissão. Alguns exemplos de doença ocupacional: 
 O escrevente que adquiriu tendinite 
 O soldador que desenvolveu catarata 
 O auxiliar de limpeza que sofre com LER, 
O trabalhador que levanta peso e sofre com problemas de coluna, entre 
outros. 
A doença de trabalho tem previsão legal no inciso II do artigo 20 da Lei 
n. 8.213 de 24 de julho de 1991, que a define “como enfermidade adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado 
e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso 
I.” 
Diferentemente da doença profissional, a doença de trabalho não está 
atrelada à função desempenhada pelo trabalhador, mas ao local onde o operário 
é obrigado a trabalhar. 
Como exemplo de doença de trabalho, podemos citar: 
 O câncer que acomete trabalhadores de minas e refinações de 
níquel 
 As pessoas que trabalham em contato com amianto ou em 
proximidade com algo radioativo 
 Os trabalhadores que sofrem de doenças pulmonares por estarem 
em contato constante com muita poeira, névoa, vapores ou gases 
nocivos. 
 A surdez provocada por local extremamente ruidoso, entre outros. 
Segundo Vassole (2016), existem algumas doenças que não são 
consideradas doença de trabalho devido a sua natureza, pois se desenvolvem 
naturalmente. São elas: 
Doença degenerativa; 
Doença inerente ao grupo etário; 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357093/inciso-ii-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
https://saberalei.com.br/acidente-do-trabalho-caracteristicas-e-direitos-do-trabalhador/
 
31 
 
Doença que não produza incapacidade laborativa (Perda ou redução 
da capacidade de o indivíduo desempenhar as funções referentes à 
suaocupação profissional) 
Doença endêmica adquirida por segurado habitante de região e que se 
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou 
contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
 
 
a) Doença degenerativa 
 
Doenças degenerativas são as que modificam o comportamento da 
célula, causando uma gradual lesão do tecido de caráter irreversível e evolutivo. 
Essas doenças são cada vez mais comuns e são assim conhecidas porque 
causam a degeneração progressiva do organismo como um todo. (RAMOS, 
2017). 
As doenças degenerativas são crônicas, não transmissíveis e algumas 
não têm cura conhecida. O conhecimento que se tem é de que elas podem se 
desenvolver devido a diversos fatores, como tabagismo, excesso de peso 
corporal, má alimentação, vida sedentária, predisposição genética e alcoolismo. 
Alguns exemplos de doença degenerativa são: câncer, diabetes, 
esclerose múltipla, osteoartrose, osteoporose, degeneração dos discos 
vertebrais, hipertensão arterial, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, entre outras 
(SILVA, 2008). 
 
b) Doença inerente ao grupo etário 
 
Na abordagem de questões acerca da melhor compreensão do 
sofrimento e do adoecimento no trabalho e de intervenções mais 
efetivas na promoção da saúde dos trabalhadores, destacam- -se os 
conceitos de saúde mental, estresse, estresse ocupacional e 
sofrimento psíquico. No sentido de evidenciar a necessidade de 
reconhecimento, no âmbito da gestão do trabalho, da relevância do 
processo de sofrimento psíquico e de adoecimento no trabalho e seus 
impactos sobre os trabalhadores e familiares, foram apresentadas 
perspectivas metodológicas que incorporam estratégias de formação 
dos profissionais de saúde e dos trabalhadores em geral nessa 
temática (BRITO; ATHAYDE, 2003 apud TAMBELLINI et al., 2018). 
 
 
32 
 
Como descrito por Turi et al. (2010) as doenças ligadas ao grupo etário têm 
necessariamente a idade como fato gerador da enfermidade. Sua causa não 
decorre das atividades exercidas, e sim da própria idade. Como exemplos dessa 
doença, podemos citar a presbiacusia (que é a perda da acuidade auditiva 
iniciada a partir dos 30 anos, resultante da degenerescência das células 
sensoriais), a catarata, doenças reumáticas, Alzheimer, entre outras. 
 
c) Doença que não produz incapacidade laborativa 
Também são consideradas doenças de trabalho as enfermidades que não 
ensejam a perda da capacidade laboral, como simples queda ou até mesmo um 
pequeno corte (TURI et al., 2010, p. 1). 
 
d) Doença endêmica 
Adquirida por segurado habitante de região e que se desenvolva, salvo 
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado 
pela natureza do trabalho (TURI et al., 2010, p. 1). 
5.1 Evolução das Doenças Ocupacionais 
A relação das pessoas com o trabalho mudou ao longo dos anos. Assim 
como as doenças ocupacionais. Hoje em dia, as doenças 
ocupacionais configuram enfermidades com o mesmo caráter dos acidentes de 
trabalho do ponto de vista legal. Mas nem sempre foi assim (TURI et al., 2010, 
p. 1). 
 
 Doenças Ocupacionais: a virada dos anos 70 
 
Até a década de 1960, apenas acidentes de trabalho eram considerados 
enfermidades derivadas da profissão. Somente na década de 1970 as doenças 
ocupacionais passaram a ser vistas com a seriedade que merecem. 
Uma das razões para essa mudança foi o crescimento da classe médica e 
da indústria no País, o que aumentou consideravelmente distúrbios relacionados 
a agentes físicos, químicos e térmicos. Começou-se a ver um padrão em 
 
33 
 
trabalhadores que lidavam com poeira, radiação, solventes ou ruídos, para citar 
alguns exemplos. 
 
 Doenças Ocupacionais Pós-Informática 
 
O início da década de 1980 ficou marcado pela difusão da informática nas 
empresas brasileiras, ocasionando novas doenças ocupacionais referentes 
a riscos ergonômicos e de postura, como LER, DORT e Tenossinovite. 
A virada do milênio inaugurou um período marcado pela exigência cada 
vez maior nas mais diversas áreas. Do excesso de pressão, multiplicaram-se as 
doenças de caráter psicossocial, como depressão, ansiedade, estresse ou 
síndrome do pânico. 
6 PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPACIONAIS 
 
Fonte: preventwork.com.br 
Para Chiavenato (2010 apud SILVA, 2008) saúde ocupacional pode 
ser conceituada como a ausência de doença, como também, o estado 
físico, mental e social de bem-estar. 
O trabalho é o local onde as pessoas passam grande parte do seu dia e, 
por essa razão, pode se tornar um dos grandes vilões da saúde dos 
 
34 
 
colaboradores. Se por um lado a sociedade convive com altos níveis de estresse 
laboral, por outro, inadequadas condições físicas para a realização de 
determinadas atividades ou a falta de equipamentos de proteção individual, 
muitas vezes, causam distúrbios orgânicos, denominados doenças ocupacionais 
(FISCHER; ALBUQUERQUE , 2007). 
As principais doenças ocupacionais do Brasil estão ligadas às mais 
variadas profissões. Embora a legislação brasileira seja bastante exigente 
quanto à observância das normas de saúde e segurança do trabalho, a 
incidência de doenças ocupacionais na nossa sociedade ainda é bastante 
elevada. Isso alarma para a necessidade de serem adotadas práticas de 
prevenção e combate aos principais males atentatórios da integridade física e 
psíquica dos trabalhadores (FISCHER; ALBUQUERQUE, 2007). 
6.1 Principais Doenças Ocupacionais por repetição 
Lesão por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho (DORT): 
 
Segundo Bellusci (2003 apud SOUZA; AGUIAR, 2013) LER/DORT não 
é uma doença propriamente dita, mas um nome para designar um 
grupo de doenças osteomusculares e repercussões sócio psicológicas 
que têm em comum o fato de serem provocadas por condições 
inadequadas no trabalho. 
 
LER/DORT é um termo abrangente que se refere aos distúrbios ou 
doenças do sistema musculoesquelético, principalmente do pescoço e membros 
superiores, como o próprio nome diz, essas lesões são causadas 
pela repetição excessiva de movimentos ou postura inadequada, causando uma 
dor crônica que tende a piorar ao longo dos anos (PEREIRA et al., 2011). 
Para o autor acima, o grande problema da LER é ser confundida com um 
mal-estar passageiro, uma torção ou mau jeito. A diferença básica entre LER e 
DORT, é que a primeira pode não necessariamente ocorrer em ambiente de 
trabalho e a segunda refere-se unicamente ao dia a dia profissional. 
 
http://blog.gympass.com/diminuir-estresse-no-ambiente-de-trabalho/
http://blog.gympass.com/diminuir-estresse-no-ambiente-de-trabalho/
 
35 
 
 
Fonte: jcuberaba.com.br 
6.2 Principais Doenças Ocupacionais Respiratórias: 
Durante o planejamento do sistema de turnos e de seus horários, 
fatores como horários do transporte público, conteúdo do trabalho, 
refeições com a família e desejos dos trabalhadores devem ser 
considerados. Como não existe uma solução ótima para esse 
planejamento, é recomendável que se utilize arranjos de horário 
flexíveis (KNAUTH, 1996; DEMEROUTI et al., 2004 apud SILVA, 
2008). 
I. Asma Ocupacional: 
 
Ocorre por inalação de partículas, comuns em trabalhadores 
da construção civil ou que lidam com couro, algodão, madeira ou sílica. Começa 
com tosse crônica, falta de ar e chiado no peito e pode ter desdobramentos 
fatais, como paradas respiratórias e câncer de pulmão. 
http://www.jcuberaba.com.br/
 
36 
 
 
Fonte: biosom.com.br 
II. Silicose 
 
Doença ocupacional irreversível causada pelo acúmulo de poeira de 
sílica (sílica - ou óxido de silício - é o principal componente da areia e matéria 
prima para a fabricação do vidro e do cimento) nos pulmões, revestindo-os de 
uma forma que impede a respiração gradativamente e aumenta 
progressivamente com o tempo, mesmo que o trabalhador seja afastado. Pode 
levar à morte por insuficiência respiratória. 
 
 
Fonte: almeidaconsultores.wordpress.comFonte: telemedicinamorsch.com.br 
III. Antracose 
 
37 
 
 
Lesão pulmonar causada pelo acúmulo de partículas de carvão nos 
pulmões, infelizmente bem comum em mineiros, trabalhadores de grandes 
centros urbanos, trabalhadores que lidam com carvão ou que residam/trabalhem 
em áreas muito poluídas, pode levar a disfunções pulmonares graves, como por 
exemplo a fibrose pulmonar (FERNANDES; STELMACH; ALGRANTI, 2006). 
 
 
 Fonte: tuasaude.com Fonte: infoescola.com 
IV Bissinose 
 
Comum na indústria algodoeira e têxtil, é causada pelo acúmulo de poeira 
das fibras de algodão, linho ou cânhamo nos pulmões, é uma forma de doença 
reativa das vias respiratórias caracterizada por broncoconstrição O agente 
etiológico é a endotoxina bacteriana do pó de algodão. Os sintomas são 
opressão torácica e dispneia, que pioram no primeiro dia da semana de trabalho 
e regridem no decorrer da semana. O diagnóstico baseia-se na história e nos 
testes de função pulmonar. O tratamento envolve extinção da exposição e 
utilização de fármacos para a asma (LARA, 2018). 
 
 
38 
 
 
 Fonte: prevencaonline.net Fonte: saudedica.com.br 
 
IV. Siderose 
 
A siderose superficial do sistema nervoso central (SS) é uma doença 
caracterizada pelo depósito de hemossiderina nas leptomeninges (aracnóide e 
pia máter). Causada pelo acúmulo de partículas microscópicas de ferro nos 
bronquíolos, está entre as doenças ocupacionais que atacam trabalhadores de 
minas de ferro. Um dos seus sintomas mais comuns é a falta de ar constante. O 
acúmulo de ferritina ocorre tanto no encéfalo quanto na medula espinhal.1 Os 
principais sintomas são o desenvolvimento progressivo de ataxia, surdez 
neurossensorial, e achados de comprometimento do neurônio motor superior 
(síndrome piramidal), porém menos comumente há alterações comportamentais 
e comprometimento cognitivo, assim como distúrbios esfincterianos e crises 
epilépticas.2 Em relação à etiologia, estima-se que 50 % dos casos estejam 
relacionados a lesões estruturais com sangramento no espaço subaracnóide. 
Tumores como ependimomas, oligodendrogliomas, astrocitomas e ainda 
malformação arteriovenosa (MAV), aneurismas não rotos, angiomas venosos, 
traumas e histórico de cirurgias como hemisferectomias para controle de 
epilepsia são exemplos de lesões associadas a siderose superficial.2,3 Antes do 
advento da Ressonância Magnética (RM) o diagnóstico na maioria dos casos era 
realizado através de necropsia (VILAÇA et al., 2015). 
 
http://www.saudedica.com.br/
 
39 
 
 
Fonte: profjairobrasil.blogspot.com Fonte: saudedica.com.br 
6.3 Principais Doenças Ocupacionais de Pele 
I. Dermatose ocupacional 
 
 As DOs podem ser causadas por inúmeros agentes durante o 
trabalho, que podem ser químicos, físicos ou biológicos. Os mais comuns são: 
químicos – metais, ácidos e álcalis, hidrocarbonetos aromáticos, óleos 
lubrificantes e de corte, arsênico; físicos12 – radiações, traumas, vibração, 
pressão, calor, frio; biológicos – vírus, bactérias, fungos, parasitas, plantas, 
animais. Alterações psíquicas podem causar a autoindução de lesões 
(dermatites factícias), para a obtenção de algum benefício. Comum 
entre mecânicos e na indústria como um todo, a dermatose ocupacional é 
causada pelo contato constante com graxa ou óleo mecânico. Causa reações 
alérgicas crônicas, criando placas na pele (ALCHORNE; ALCHORNE; SILVA, 
2010) 
 
http://www.saudedica.com.br/
 
40 
 
 
 Fonte: ehsseguranca.com.br Fonte: equipedeobra17.pini.com.br 
II. Câncer de pele 
 
Embora seja muito comum no País, essa enfermidade só pode estar entre 
as doenças ocupacionais – e obter auxílio do INSS – caso tenha sido originada 
no ambiente de trabalho. Costuma ocorrer em trabalhadores de lavoura ou 
qualquer outro trabalho que envolva exposição ao sol. 
6.4 Principais Doenças Ocupacionais Auditivas 
I. Surdez: 
 
Comum em trabalhadores expostos a ruídos constantes, a surdez pode 
ser temporária ou definitiva. É uma doença silenciosa, que se caracteriza 
pela perda auditiva progressiva, levando o trabalhador lentamente à perda 
parcial ou total da audição, por desgastar o ouvido de forma irreversível. 
Comum em operadores de telemarketing, metalúrgicos e trabalhadores 
da Construção Civil, especialmente se não há uma fiscalização rígida e um 
compromisso do trabalhador com a utilização de protetores auriculares. 
 
 
41 
 
 
 Fonte: 4work.pt Fonte: seaffono.com 
6.5 Principais Doenças Ocupacionais de Visão 
I. Catarata 
Responsável por metade dos casos de perda total de visão no mundo, 
a Catarata é muito comum no Brasil. Mas, assim como o câncer de pele, só é 
considerada ocupacional se decorre da atividade profissional do indivíduo. 
A Catarata é ocasionada pela perda do Cristalino, normalmente em 
decorrência de exposição a altas temperaturas. Afeta muitos trabalhadores 
da metalurgia e da siderurgia. 
 
Fonte: comunicabuzios.wordpress.com 
II Desgaste da Visão 
 
 
42 
 
Afeta trabalhadores noturnos como vigias, enfermeiros, médicos ou 
operadores de serviços 24 hrs. O trabalho noturno desregula a produção de 
hormônios, que aconteceria durante o sono, afetando outras funções corporais, 
como a visão, por exemplo. 
Se essa situação ocorre de forma prolongada, o desgaste pode levar à 
perda parcial ou total da visão. 
 
 Principais Doenças Ocupacionais Psicossociais: 
A pressão excessiva do mundo moderno gera uma série de problemas de 
ordem emocional, como depressão, estresse, ataques de ansiedade ou 
síndrome do pânico. 
Podem ser causadas por: 
 Isolamento 
 Pressão psicológica 
 Ritmo agressivo de trabalho 
 Dificuldades ou desentendimentos no ambiente de trabalho 
 Carga horária excessiva. 
 
São doenças perigosas, por não serem encaradas com a devida 
seriedade, podendo ser imperceptíveis quando no início ou à primeira vista. 
Ao contrário do que pensam, podem se tornas irreversíveis, afastando 
definitivamente o trabalhador. Ocorre com frequência entre policiais, 
seguranças, bancários, operadores de telemarketing e profissionais de 
comunicação. 
 
43 
 
7 PROGRAMAS OCUPACIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
Fonte: alphacor.med.br 
Por definição da Organização Mundial da Saúde, a Saúde Ocupacional 
tem como objetivo “promover a melhoria das condições de trabalho e outros 
aspectos de higiene ambiental”. Com boas políticas de Saúde Ocupacional é 
possível chegar a um ambiente de trabalho saudável: na própria definição da 
OMS. 
De acordo com a Associação Nacional dos Enfermeiros do Trabalho 
(ANENT), os Enfermeiros de Saúde Ocupacional (ESO), no Brasil, realizam 
serviços associados à higiene ocupacional, segurança e medicina, e constituem 
equipes de estudo de proteção da saúde e segurança do trabalhador. As 
responsabilidades de Enfermeiros de Saúde Ocupacional, de acordo com a 
ANENT, incluem tarefas variadas, relacionadas à prevenção de doenças e 
acidentes de trabalho e à promoção da saúde no trabalho. 
A incessante procura pelo bem-estar do trabalhador é uma das 
preferências da Enfermagem do Trabalho. Para constituir o grupo do Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) é 
preciso que o profissional de enfermagem – enfermeiro, técnico e auxiliar de 
enfermagem, sejam um especialista na área. 
 
44 
 
7.1 SESMT – Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho - NR 4. 
A Norma Regulamentadora nº 4 – Serviços Especializados em Segurança 
e em Medicina do Trabalho – SESMT prevê em seu item 4.1 que as empresas 
devem, obrigatoriamente, manter os SESMT com a finalidade de promover a 
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho, sendo que o 
dimensionamentodo serviço vincula-se a gradação de risco da atividade 
principal da empresa e ao número total de empregados do estabelecimento, 
devendo ser observado o quadro II da NR-4 que estabelece quais e quantos 
profissionais (Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou 
Técnico em Enfermagem do Trabalho) deverão compor o serviço. 
 
A NR4 vai além e determina, por meio do item 4.17, que os Serviços 
Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT devem ser 
registrados nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho. 
Desse modo, com o intuito de: 
 Facilitar o cumprimento da obrigação prevista na NR-4, agilizando 
o contato entre as empresas e o Ministério do Trabalho; 
 Tornar mais célere o processo de registro dos SESMT, permitindo 
inclusive atualização dos dados on-line, de forma que o declarado 
reflita a realidade dos SESMT; 
 Verificar os requisitos da NR-04 antes da efetiva declaração do 
SESMT; 
O Ministério do Trabalho desenvolveu o Sistema SESMT. 
7.2 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – NR 5. 
As empresas com mais de vinte funcionários têm que ter constituída a 
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que tem como 
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, 
de modo a tomar compatível permanentemente o trabalho com a 
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador 
(SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2008, apud SILVA, 
2018). 
 
45 
 
 
A CIPA começou a ser escrita por volta da segunda metade do século 
XVIII, a partir da Revolução Industrial na Inglaterra. Esse fato se deu, devido ao 
elevado número de acidentes e lesões originados dos maquinários. Já no Brasil, 
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, denominada CIPA, nasceu em 
10 de novembro de 1944. E foi exatamente essa comissão que alavancou a 
implantação da Segurança do Trabalho no solo brasileiro. 
A primeira Portaria a regulamentar as comissões internas foi a de número 
229, de 19 de junho de 1945. 
No início, o objetivo era que as comissões zelassem pela saúde física do 
trabalhador, estimulando os mesmos para assuntos que visassem a prevenção 
de acidentes. Várias foram as atribuições direcionadas à comissão neste 
período. 
A CIPA é regulamentada pela Portaria GM n. º 3.214, de 08 de junho de 
1978, que regulamenta a NR 5. Dentre outras regulamentações, ela determina: 
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - 
tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho 
com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador 
e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no 
Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos 
normativos para setores econômicos específicos. 
5.16 A CIPA terá por atribuição: 
 a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de 
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com 
assessoria do SESMT, onde houver; 
 b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na 
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c) participar 
da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de 
ação nos locais de trabalho; 
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições 
de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer 
riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; 
 
46 
 
requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a 
paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e 
iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; 
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e 
PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no 
trabalho; 
 j) divulgar e promover o cumprimento das Normas regulamentadoras, 
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, 
relativas à segurança e saúde no trabalho; 
Do treinamento: 
 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da 
CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. 
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os 
seguintes itens: 
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos 
riscos originados do processo produtivo; 
5 b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do 
trabalho; 
 c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de 
exposição aos riscos existentes na empresa; 
 d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e 
medidas de prevenção; 
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
 f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle 
dos riscos; 
 g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício 
das atribuições da Comissão. 
7.3 EPI - Equipamento de proteção individual – NR 6 
De acordo com Dobrovolski (2008, apud SILVA, 2018), estudos sobre 
aceitação de EPI ocorreram entre 1961 e 1964 realizados em minas e 
siderúrgicas e foram promovidos pela Comunidade Europeia do 
Carvão e do Aço, com o objetivo de obter bons resultados na 
prevenção de acidentes do trabalho. 
Dentre as normas e com a NR 6, o Equipamento de Proteção Individual é: 
todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, 
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde 
 
47 
 
no trabalho. Todos os EPIs só poderão ser colocados à venda com a indicação 
do Certificado de Aprovação – CA (SILVA, 2018). 
A NR 6 estabelece todos os requisitos sobre o Equipamento de Proteção 
Individual. Dentre eles, as responsabilidades do empregador, empregado e 
também do fabricante de EPIs, nacional ou um EPI importado. 
Neste último caso, o importador também deverá seguir as NR 6, 
cumprindo e respeitando as normas de segurança para garantir a eficiência do 
equipamento de proteção e proteger o usuário. 
 
A Portaria MTE n. º 3.214, de 08 de junho de 1978, estabelece: 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, 
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de 
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: 
 a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam 
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de 
doenças profissionais e do trabalho; 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo 
implantadas; e, 
 c) para atender a situações de emergência 
 
Responsabilidades do empregador: 
6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI: 
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; 
 b) exigir seu uso; 
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão 
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, 
guarda e conservação; 
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção 
periódica; e, 
 g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) 
registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados 
livros, fichas ou sistema eletrônico. 
 
Responsabilidades do trabalhador. 
6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI: 
 
48 
 
 a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se 
destina; 
 b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
 c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne 
impróprio para uso; e, 
 d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso 
adequado. 
7.4 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – NR 
7 
A Norma Regulamentadora nº 7 recebe o nome de PCMSO — Programa 
de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Essa NR estabelece que todos os 
empregadores, e instituiçõesque admitam trabalhadores como empregados, 
têm a obrigatoriedade de elaborar e implementar o PCMSO, com o objetivo de 
promover e preservar a saúde de seus trabalhadores, o PCMSO é um 
documento escrito que dará base as ações práticas do programa, o PCMSO não 
poderá ser implementado de forma isolada. Este programa deverá sempre levar 
em consideração o que dizem as demais NR’s. 
A NR-9 (PPRA — Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), por 
exemplo, caracteriza o ruído no ambiente de trabalho, então cabe ao PCMSO 
determinar à realização do exame de audiometria. 
A elaboração e implementação do PCMSO é obrigatória a todos os 
empregadores que admitirem trabalhadores como empregados, em regime de 
CLT. 
A NR 7 estabelece, entre outras diretrizes: 
7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a 
obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
- PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do 
conjunto dos seus trabalhadores. 
7.1.3. Caberá à empresa contratante de mão-de-obra 
prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos 
existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos 
locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados 
 
49 
 
7.2.3 O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento 
e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, 
inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de 
casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos 
trabalhadores. 
7.2.4 O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base 
nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados 
nas avaliações previstas nas demais NR 
 
Das responsabilidades 
 7.3.1 compete ao empregador: 
 a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, 
bem como zelar pela sua eficácia; 
 b) custear sem ônus para o empregado todos os 
procedimentos relacionados ao PCMSO; 
 
Do desenvolvimento do PCMSO: 
7.4.1 O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização 
obrigatória dos exames médicos: 
a) admissional; 
b) periódico; 
 c) de retorno ao trabalho; 
 d) de mudança de função; 
e) demissional. 
 
7.4.2. Os exames de que trata o item 7.4.1 compreendem: 
 a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e 
exame físico e mental; 
 b) exames complementares, realizados de acordo com os 
termos específicos nesta NR e seus anexos. 
7.4.3.1 no exame médico admissional, deverá ser realizada 
antes que o trabalhador assuma suas atividades; 
7.4.3.2 no exame médico periódico, de acordo com os 
intervalos mínimos de tempo abaixo discriminados: 
 a) para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de 
trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de 
doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de 
doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos: 
 
50 
 
a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico 
encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do 
trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho; 
a.2) de acordo com à periodicidade especificada no Anexo n. º 
6 da NR 15, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas; 
 b) para os demais trabalhadores: 
 b.1) anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores 
de 45 (quarenta e cinco) anos de idade; 
 b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) 
anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade. 
7.4.3.3. No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser 
realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de 
trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por 
motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou 
parto. 
7.4.3.4. No exame médico de mudança de função, será 
obrigatoriamente realizada antes da data da mudança. 
 7.4.3.4.1. Para fins desta NR, entende-se por mudança de 
função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de 
setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele 
a que estava exposto antes da mudança. 
 7.4.3.5. No exame médico demissional, será obrigatoriamente 
realizada em até 10 (dez) dias contados a partir do término do contrato, 
desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há 
mais de: 
- 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau 
de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4; 
 - 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, 
segundo o Quadro I da NR-4. 
 
7.4.4. Para cada exame médico realizado, previsto no item 
7.4.1, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 
(duas) vias. 
 7.4.4.1 A primeira via do ASO ficará arquivada no local de 
trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de 
obras, à disposição da fiscalização do trabalho. 
7.4.4.2 A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue 
ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. 
7.4.4.3 O ASO deverá conter no mínimo: 
 
51 
 
a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua 
identidade e sua função; 
b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência 
deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas 
expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST; 
 c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido 
o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que 
foram realizados; 
d) o nome do médico coordenador, quando houver, com 
respectivo CRM; 
e) definição de apto ou inapto para a função específica que o 
trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; 
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou 
forma de contato; 
g) data e assinatura do médico encarregado do exame e 
carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de 
Medicina. 
 
Dos primeiros socorros. 
 7.5.1. Todo estabelecimento deverá estar equipado com 
material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-
se as características da atividade desenvolvida; manter esse material 
guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para 
esse fim. 
7.5 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR 9 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais faz parte de um conjunto 
de medidas mais amplas e tem como objetivo a preservação da saúde e 
integridade física dos trabalhadores. O seu papel é auxiliar a eliminação, redução 
e controle dos riscos no ambiente de trabalho, a NR 9 estabelece a 
obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA nas empresas que 
trabalham com atividades de risco à saúde do funcionário (MARÇON, 2016). 
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, esta Norma 
Regulamentadora tem como objetivo: 
 
Estabelecer a obrigatoriedade da elaboração e 
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que 
 
52 
 
admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde e da 
integridade dos trabalhadores, através da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de 
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de 
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos 
recursos naturais. 
 
As ações do PPRA são de responsabilidade do empregador e devem ser 
desenvolvidas no âmbito de cada empresa. Neste processo, é importantíssima 
a participação dos colaboradores para que o resultado da prevenção dos riscos 
ambientais seja efetiva e realmente garanta a segurança do trabalho durante a 
jornada (MARÇON, 2016). 
A elaboração é realizada através de uma avaliação dos riscos ambientais 
que irá identificar, avaliar e controlar os agentes ambientais. Os Técnicos de 
Segurança, Engenheiros de Segurança e Médicos do

Outros materiais