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Acoplamentos de eixo
Engenharia de Manutenção
Universidade Estácio de Sá (Estácio)
10 pag.
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Capítulo 04 - Acoplamentos 
 
4.1 - Definição 
São elementos de máquinas destinados a unir dois eixos, transmitindo torque e rotação, 
conforme mostra a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01 – Eixos da máquina e do motor unidos por acoplamentos 
 
4.2 - Funções 
 Unir dois eixos, transmitindo torque e rotação; 
 Compensar desalinhamentos; 
 Absorver choques e vibrações; 
 Atuar como fusível mecânico. 
 
A figura abaixo mostra como os acoplamentos podem compensar os desalinhamentos que 
podem existir entre dois eixos. 
 
 
 
Figura 02 – Tipos de desalinhamento 
 
4.3 - Classificação 
 
O grupo dos acoplamentos comandáveis é aquele em que o motor elétrico ou de combustão 
interna parte em vazio. Ou seja, o motor ainda não está acoplado à máquina, na partida do 
equipamento. Isto acontece, por exemplo, quando se dá a partida em um automóvel. A 
embreagem é o acoplamento comandável pela força, a fim de que o motor seja acoplado de 
modo suave à caixa de marcha, a fim de que esta transmita torque e rotação às rodas. O motor 
de arranque também possui um acoplamento comandável, ou seja, ele só irá partir o motor do 
automóvel,uma vez que atingir rotação e torque suficientes para tal. 
Motor 
Máquina 
Acoplamento 
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Os acoplamentos comandáveis são mais complexos, em função de sua forma de acionamento, 
mas apresentam a vantagem de economizar energia na partida do motor. 
Já o grupo de acoplamentos não comandáveis é aquele que o motor elétrico ou de combustão 
interna parte junto com a máquina. Estes são mais simples e se aplicam em situações em que a 
partida do motor não represente um consumo excessivo de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devido a diversidade de acoplamentos elásticos e de fabricantes, eles serão relacionados 
abaixo em função de seus aspectos construtivos, e não pelos nomes específicos, que variam de 
fabricante para fabricante.. 
 
4.3.1 - Acoplamentos rígidos 
Não absorvem desalinhamentos, nem tampouco, os choques ou vibrações provenientes do 
funcionamento da máquina ou da partida do motor. Estes exigem que se faça um alinhamento 
0-0 (zero-zero, perfeito) dos dois eixos acoplados, antes da partida do equipamento. 
Transmitem altas potências em baixas rotações (<400rpm) e conectam eixos longos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03 – acoplamento rígido 
pela força 
aplicada hidraulicamente 
pelo torque 
pelo sentido de 
rotação 
mecanicamente 
COMANDÁVEIS 
pneumaticamente 
Flexíveis 
Torcionalmente 
elásticos 
Rígidos 
Torcionalmente 
rígidos 
Lamelas 
Engrenagens 
NÃO 
COMANDÁVEIS 
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micae
Destacar
4.3.2 - Acoplamentos flexíveis 
 
Absorvem desalinhamentos, por isso possuem uma folga mínima (GAP), que é tabelada por 
fabricante. Eles dividem-se em: 
4.3.2.1 - Não elásticos (torcionalmente rígidos) 
São aqueles que apesar de acomodar certos desalinhamentos não possuem elasticidade 
torcional, transmitindo todos os choques e sobrecargas. 
 
a) Acoplamento de engrenagens 
 
Os cubos dos eixos possuem a forma de engrenagens com dentes externos que se encaixam 
nos elementos de ligação (rígidos) de dentes internos. 
 
 
Figura 04 – Acoplamentos flexível de engrenagens 
b) acoplamentos de dentes arqueados 
São uma variação dos acoplamentos de engrenagens. São flexíveis e não elásticos. A 
combinação luva de poliamida e cubo de metal apresenta um acoplamento sem manutenção 
durante o funcionamento. A luva (dentes internos) absorve os desalinhamentos radial e 
angular dos eixos, mas não absorve choques, funcionando como fusível mecânico. É de Fácil 
montagem e instalação. Disponível para eixos até 125mm e torque até 5.000Nm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 05– Acoplamento de dentes arqueados 
 
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c) Acoplamento de Lamelas 
Cubos em aço carbono e/ou aço inox. Laminas em inoxidável. Torcionalmente rígidos. 
Suporta Torque de 5 até 1.450..000 Nm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 06 – Acoplamentos de lamelas 
 
d) Junta Cardan: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A cruzeta é o elemento que absorve os desalinhamentos. Entretanto, não absorvem choques, 
repassando-os para os eixos que acopla. Utilizado em máquinas operatrizes, como fresadoras, 
cilindro de laminação (estes cilindros são desalinhados em função da espessura de laminação 
da chapa), etc. 
 
e) Junta Homocinética 
 
Figura 07– Junta Cardan 
 
Utilizada em veículos de 
transporte, servem para absorver os 
desalinhamentos provenientes das 
irregularidades encontradas nas 
rodovias. 
As juntas se articulam para cima e 
para baixo, ao acompanhar o sobe-
e-desce da suspensão passando 
num buraco, por exemplo 
Figura 08– aplicação da Junta homocinética 
 
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4.3.2.2 - Elásticos (torcionalmente elásticos) 
São os que possuem um elemento de ligação elástico entre os cubos (borracha, grade, mola), 
com a finalidade de absorver choques e acomodar certos desalinhamentos. 
 
a) Acoplamento de pino 
 
Cubos em ferro Fundido. Amortecedores de Borracha. Não necessita lubrificação. Suporta 
torque de 139 a 49.000 Nm 
 
Figura 09 – Acoplamento de pinos 
 
b) Acoplamento de dentes 
 
Possuem vários tamanhos. Cubos em Ferro Fundido. Há muitas variações deste acoplamento, 
tanto quanto ao número de dentes, como da natureza do amortecedor, e quanto à sua dureza. 
Abaixo estão alguns exemplos. 
 
A figura (a) mostra um acoplamento tipo cruz, com amortecedor de borracha, que suporta 
torque de 140 a 39.200 Nm. A figura (b), com amortecedor em poliuretano de durezas 
diferenciadas e suporta torque: 7,5 a 35.000 Nm. A figura (c), com amortecedor em 
poliuretano, também de durezas diferenciadas, suporta torque de 90 a 4.040 Nm. 
 
 
Figura 10 – Acoplamento de dentes 
 
c) Acoplamento de grade 
 
A mola é o elemento que absorve o desalinhamento, os choques e vibrações, ao mesmo tempo 
em que une os flanges de cada eixo. 
 
 
 
 
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Figura 11 – Acoplamento de grade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 – vista explodida do acoplamento de grade 
 
d) Acoplamento Ômega (tipo pneu): flexível elástico. A borracha é o elemento que absorve 
tanto os desalinhamentos quanto os choques. 
 
Este tipo de acoplamento apresenta as seguintes vantagens: 
 Absorve desalinhamentos 
 Manutenção simples 
 Redução de emissão de ruídos 
 Isolamento da corrente de fuga 
 Amortecimento das vibrações e choques 
 Simetria, segurança e balanceamento 
 Dispensa lubrificação 
 Diversas versões (com disco de freio, tambor de freio, eixo flutuante, com espaçador, 
limitador de torque, resistência a ambientes abrasivos,etc.) 
 
Convém destacar a simplicidade de manutenção, em função de compor-se apenas de três 
peças: dois flanges e o elemento central de borracha. Ou seja, o motor e a máquina não 
precisam ser removidos durante sua manutenção, que consiste apenas na troca do elemento 
central,que é parafusado aos flanges. 
 
 
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A figura abaixo mostra a aplicação deste acoplamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3.3 - Acoplamento Hidráulico 
 
os acoplamentos hidráulicos situam-se entre os acoplamentos comandáveis quando possuem 
variador de velocidade e torque, que absorvem desalinhamentos e choques, como se pode ver 
pelo seu aspecto construtivo, na figura 10 abaixo. O elemento de transmissão de torque e 
rotação é o óleo, que é acionado pela força centrífuga e lançado contra as pás das rodas 
externas (motrizes) e a interna (movida). O atrito fluido é o que permite essa transmissão de 
movimentos. 
É constituído de duas partes principais 
- uma roda de bomba, funcionando como impulsor 
- uma roda de turbina, funcionando como rotor. 
Figura 14 – Aplicação do acoplamento flexível elástico 
 
Figura 13– Acoplamento omega 
 
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A roda da bomba é acionada pelo motor e em virtude do efeito da força centrífuga, o líquido 
submetido à uma pressão na periferia exterior. 
O óleo que foi jogado para a periferia do acoplamento arrasta a roda de turbina que está 
acoplada ao eixo acionado. 
No instante da partida não existe uma carga sobre o eixo acionado, e, o motor parte livre, 
alcançando sua rotação de regime, enquanto o eixo acionado vai sendo arrastado suave e 
gradativamente; motivo pelo qual estes acoplamentos são usados em transmissões de altas 
potências. 
 
4.3.3.1 - Importância da carga de fluido 
a - Quantidade insuficiente 
- O escorregamento será maior que o previsto. 
- A máquina poderá não partir. 
- Caso partir, a temperatura de trabalho será alta podendo romper constantemente o bujão 
fusível e/ou danificar os retentores. 
 
b - Quantidade em excesso 
- Comporta-se quase como um acoplamento rígido. 
 - Diminui-se o torque de aceleração do motor. 
- A amperagem do motor permanece alta por mais tempo, aumentando o consumo. 
- A máquina pode não partir. 
 
Em caso de sobrecarga da máquina o motor não estará protegido. - 0 motor aquece mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 – Partes de um acoplamento hidráulico 
 
A tabela 01 indica os defeitos mais comuns para este tipo de acoplamento, as causas 
prováveis e aponta soluções 
 
 
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Defeito 
observado 
Causa provável Providência 
N
ão
 a
ti
ng
e 
a 
ve
lo
ci
da
de
 
Motor defeituoso ou 
incorretamente ligado 
Checar motor (velocidade, consumo de 
corrente , etc.) 
Máquina acionada 
bloqueada 
Checar a máquina e remover motivo do 
bloqueio 
Máquina consumindo 
muita potência 
Checar consumo da potência compará-la 
com dados técnicos padrões 
Quantidade de óleo 
excessiva, o motor não 
atinge velocidade 
Checar o volume de óleo indicado pela 
Voith e o colocado no Acoplamento 
Hidrodinâmico 
Quantidade de óleo a 
menos 
Checar o volume de óleo indicado pela 
Voith e o colocado no Acoplamento 
Hidrodinâmico 
Vazamento de óleo no 
acoplamento 
Hidrodinâmico 
Verificar estado das arruelas dos parafusos 
fusíveis, dos de carga de óleo e aperto dos 
parafusos na periferia do Acoplamento 
Hidrodinâmico 
P
ar
af
us
o 
fu
sí
ve
l d
er
re
te
 
Quantidade de óleo a 
menos 
Checar o volume de óleo indicado pela 
Voith e o colocado no Acoplamento 
Hidrodinâmico 
Vazamento de óleo no 
Acoplamento 
Hidrodinâmico 
Verificar estado das arruelas dos parafusos 
fusíveis, dos de carga de óleo e aperto dos 
parafusos na periferia do Acoplamento 
Hidrodinâmico 
Máquina consumindo 
muita potência 
Checar o consumo de potência e compará-lo 
com dados técnicos padrões 
Motor funcionando 
muito tempo em estrela 
Apressar a passagem de estrela para 
triângulo 
In
st
al
aç
ão
 tr
ab
al
ha
nd
o 
de
su
ni
fo
rm
er
ne
nt
e 
Mal alinhamento Realinhar de acordo com instruções 
Rolamentos danificados 
Checar toda a instalação. Localizar o 
barulho e vibração, ouvindo e medindo. 
Substituir rolamentos 
Sistema de fixação da 
fundação solto 
Checar e apertar os elementos de fixação da 
Fundação 
Tabela 01 - defeitos, causas e prováveis soluçóes 
 
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4.3.3.2 - Principais vantagens: 
 
 Aceleração suave de grandes massas; 
 Uso de motores elétricos de indução (gaiola) de baixo custo; 
 Redução rápida da corrente de partida do motor; 
 Limitação do torque máximo transmitido, propiciando proteção do conjunto; 
 Torque máximo ajustado pela simples mudança do volume de óleo; 
 Transmissão de potência sem desgaste, pois não existe contato mecânico entre as 
partes; 
 Grande economia através da proteção de todos os elementos elétricos e mecânicos do 
acionamento, mesmo sob grande freqüência de comutação ou reversão de rotação. 
 
Os acoplamentos hidráulicos podem ser divididos entre os de rotação constante e de rotação 
variável. O nível de óleo entre as rodas é o que determina o percentual de rotação que é 
repassado do eixo motor para o eixo movido, assim como o torque. A figura 11, mostra o 
esquema de um acoplamento com variador de velocidade. 
 
 
Figura 16 – Acoplamento hidráulico com variador de velocidade 
 
Embora possam variar a rotação e o torque, estes acoplamentos não se assemelham aos 
redutores, porque a relação entre estas grandezas não é inversamente proporcional, com 
acontece nos redutores. 
 
 
Sites relacionados: 
http://www.antaresacoplamentos.com.br 
http://www.ameridrive.com.br/frame_master.asp 
http://www.arten.com.br/prod_07.htm 
http://www.acoplastltda.com.br 
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