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0 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EM ACIONAMENTOS https://sites.google.com/view/calcular-potencia-do-motor/pagina-inicial José Luiz Fevereiro Cel. 55 11 9.9606.7789 e-mail: fevereirojl@gmail.com COMO CALCULAR A POTÊNCIA DO MOTOR E SELECIONAR O REDUTOR NO ACIONAMENTO DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 𝑇 = 4000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,44𝑚 = 1760𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑃 = 𝑇 ∗ 𝑟𝑝𝑚 716,2 = 𝐶𝑉 A teoria aplicada à prática no cálculo do torque necessário, da potência do motor e na seleção do redutor para o acionamento de diversos tipos de equipamentos Edição junho 2020 https://sites.google.com/view/calcular-potencia-do-motor/pagina-inicial 1 ORIGEM DESTA APOSTILA A Redutores Transmotécnica Ltda. foi um dos maiores fabricantes de redutores industriais no Brasil. Trabalhei nessa empresa desde 1974 até 2004 na área de vendas. O cargo exigia, muitas vezes, bastante conhecimento de cálculos da potência requerida do motor para o acionamento de máquinas e equipamentos e, em função desses cálculos, eram selecionados os redutores. Os redutores da Transmotécnica funcionavam bem, mesmo solicitados acima da capacidade nominal, um sinal de que estavam com folga na capacidade de transmitir a potência ou, o motor estava sobre dimensionado para o acionamento o que é muito comum ainda hoje. Citando exemplos: Em uma empresa, fabricante de pequenos transportadores, o cliente estava acostumado a colocar um motor de 2,0CV no acionamento de um dos transportadores. Como o redutor para essa potência era caro para o cliente, fiz alguns cálculos da potência necessária para o acionamento e cheguei a pouco mais de 0,5CV. Colocamos motor de 0,75CV e redutor coerente com essa potência e nos testes funcionou com folga. Em uma outra empresa, fabricante de equipamentos para fábrica de massas, que comprava do concorrente um redutor para 40CV, redução 1:40, para misturador de massas, fornecemos um com a mesma redução mas com capacidade nominal 25CV, sabendo por cálculos aproximados que o motor anterior estava superdimensionado. Nos testes, o redutor funcionou bem e, após 5 anos, foi enviado por uma fábrica de bolachas de Guarulhos à nossa fábrica para conserto. Aberto o redutor constatamos surpresos que estava com muitos quilos de farinha misturada ao óleo de lubrificação, que deve ter entrado aos poucos pelo respiro durante os anos de funcionamento. Durante esse tempo todo, calculando a potência necessária para o acionamento de diversos tipos de equipamentos, adquiri muito conhecimento nessa área e resolvi produzir esse trabalho para consulta de projetistas e vendedores técnicos de motores, redutores, acoplamentos e outros. 2 PARTE I – EQUIPAMENTOS MECÂNICOS Pag PARTE II – AGITADORES E MISTURADORES Pag Alavancas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coeficiente de atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - atrito de deslizamento.. . . . . . . . . . . . . . . . - ângulo de atrito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - atrito de rolamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . - braço de alavanca da resist. ao rolamento Conversão de unidades. . . . . . . . . . . . . . . . . Energia cinética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Energia cinética rotacional.. . . . . . . . . . . . . . Equivalência Newton/kgf. . .. . . . . . . . . . . . . Forças – Noções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - força de atrito.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - força de aceleração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . - forças atuantes no plano inclinado. . . . . . . Momento de torção – Torque - Noções. . . . - momento de aceleração e frenagem . . . . . . - momento de inércia de massa. . . . . . . . . . . Potência – Noções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Polias e roldanas – multiplicação de força . . Veloc. angular e periférica. Radianos/s- rpm Elementos de transmissão Acoplamentos elásticos. . . . . . . . . . . . . . . . . Corrente de rolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Polias e correias . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . Redutores e engrenagens . . . . . . . . . . . . . . . Teste da potência motora instalada. . . . . . . . Equipamentos – Métodos de cálculo Calandras (de chapas). . . . . . . . . . . . . . . . . . Carros de transporte de carga. . . . . . . . . . . . Correias transportadoras sobre roletes . . . . . Esteiras transportadoras sobre chapa de aço Elevadores de canecas. . . . . . . . . . . . . . . . . . Elevadores de carga e guinchos de obra. . . . Foulard - Cilindros sobre pressão . . . . . . . . Fuso com rosca trapezoidal . . . . . . . . . . . . . Girador de tubos - dispositivo de soldagem . Guinchos de arraste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Guincho giratório. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Laminadores (de chapas). . . . . . . . . . . . . . . Mesa pantográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plataforma giratória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ponte rolante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Rosca transportadora – Transp.helicoidal . . Tombadores e viradores . . . . . . . . . . . . . . . . Transportadores de corrente . . . . . . . . . . . . . 21 03 03 04 05 05 19 12 13 03 03 03 07 07 08 10 11 14 20 20 21 27 25 37 43 103 64 46 50 58 81 78 60 97 67 72 94 111 112 75 89 106 56 Teoria básica da mecânica dos fluídos. . . . - coeficiente de viscosidade dos fluídos - resistência viscosa – Lei de Stokes. . . . . - resistência dinâmica – Lei de Newton... . - viscosidade cinemática. . . . . . . . . . . . . . . - movimento laminar e turbulento. . . . . . . - número de Reynolds. . . . . . . . . . . . . . . . . Agitadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - cálculo da potência de acionamento. . . . . - dimensões do tanque padronizado. . . . . . - dimensões diferentes do tanque padrão. . - agitadores tipo pás – tabelas e gráfico do número de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . - agitadores tipo turbina - tabelas e gráfico do número de potência. . . . . . . . . . . . . . . . - agitadores tipo âncora - tabelas. . . . . . . . . - agitadores tipo hélice naval. . . . . . . . . . . - disco de Cowles – disco dispersor . . . . . . Misturadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -Y, V e duplo cone. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - Duplo eixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - Ribbon Blender. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - Seleção de motores e redutores. . . . . . . . . 116 118 116 119 120 121 121 121 121 121 123 126 136 144 149 151 152 152 154 154 155 3 NOCÕES DE FORÇA Chama-se força a tudo que é capaz de modificar o movimento ou repouso de um corpo. Qualquer corpo tem massa, popularmente denominada peso, mas nos conceitos da física, peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai. A intensidade da força pode ser medida, no sistema técnico, em kgf (kilograma força) ou, no sistema internacional de medidas, em N (Newton). l N é a força necessária para deslocar no espaço um corpo de massa 1 kg acelerando-o a razão de 1m/s². Na superfície de nosso planeta, sobre a ação da força gravitacional de 9,8 m/s², é preciso uma força acima de 9,8 N para elevar um corpo de massa 1 kg. 1 kgf é a força mínima necessária para elevar um corpo de massa 1 kg vencendo a mesma força gravitacional da Terra. Concluindo, 1 kgf equivale a 9,8N. Na prática costuma-se arredondar para 10 N Exemplo: Para elevar um corpo de massa 5 kg, é necessário aplicar uma força com intensidadesuperior a 5 kgf ou 49 N, contrária a força da gravidade. Força necessária p/ elevar o corpo = 5kgf ou 49N Força gravitacional da Terra (força peso) = 5 kgf ou 49 N Mas para deslocar um corpo na horizontal, que esteja apoiado sobre uma superfície horizontal, não é necessário aplicar uma força igual a massa do corpo. A força necessária para arrastar um armário é muito menor que a força para levantar o mesmo. Para deslocar um corpo apoiado sobre um plano horizontal é necessário vencer a FORÇA DE ATRITO gerada pelo atrito entre as superfícies de contato. Esta força tem sentido de direção contrário à força que se faz para se deslocar o corpo e será sempre de menor valor do que seu peso. A força de atrito é o resultado da multiplicação da força peso pelo COEFICIENTE DE ATRITO. Conhecendo a força peso exercida pelo corpo e o coeficiente de atrito é possível calcular a força necessária ou requerida para deslocar um corpo na horizontal. 1- COEFICIENTE DE ATRITO DE ESCORREGAMENTO OU DESLIZAMENTO. Citando como exemplo, é o atrito gerado entre os pés de uma mesa e o assoalho quando você arrasta esse móvel ou outro qualquer. m 5kg Força de atrito Peso ou força gravitacional da Terra Força necessária para deslocar o objeto 4 Exemplo: Força necessária para deslocar um armário com pés de madeira com massa m= 200 kg sobre um assoalho de madeira sabendo-se que o coeficiente de atrito de deslizamento entre madeira e madeira é 0,4. Sistema técnico: 𝐹𝑛 = 200𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,4 = 80𝑘𝑔𝑓 Sistema internacional: 𝐹𝑛 = 200𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚 𝑠2⁄ ∗ 0,4 = 200𝑁 ∗ 0,4 = 784𝑁 O coeficiente de atrito depende do material e do acabamento das partes em contato, mas não depende da área de contato. Os valores, resultados dos testes em experiências práticas, são encontrados em qualquer manual técnico. COEFICIENTES DE ATRITO DE DESLIZAMENTO Materiais em contato Atrito em repouso Atrito em movimento A seco Lubrifi cado Com água A seco Lubrifi cado Com água Aço / aço 0,15 0,10 - 0,12 0,08 - Aço/bronze 0,19 0,10 - 0,18 0,06 - Aço/ferro cinzento 0,28 0,15 - 0,20 0,08 - Aço/gelo 0,014 Bronze/bronze - - - 0,20 - 0,15 Cortiça/metal 0,60 0,25 0,62 0,25 0,12 0,25 Couro/metal - - - 0,35 0,30 - Ferro cinz./bronze 0,30 0,15 - 0,28 0,08 0,10 Ferro cinz./ferro cinz. 0,28 - - 0,20 0,08 - Poliamida/aço 0,35 0,11 0,30 - - - Poliuretano/aço 0,36 ÂNGULO DE ATRITO Como conhecer na prática o coeficiente de atrito estático entre dois materiais: Utilizar uma placa plana com um dos materiais a serem testados e, para a outra peça, um bloco de formato cúbico com um dos lados bem plano. O corpo que irá deslizar poderá ser um pedaço de madeira qualquer com um dos materiais de teste colado no seu lado mais plano. Iniciar o teste inclinando a rampa suavemente a partir de até atingir a inclinação onde o corpo principia a deslizar lentamente pela rampa. Nesse exato momento medir o ângulo de inclinação , denominado ângulo de atrito ou, conhecendo a base B da rampa e a altura A, calcular o coeficiente de atrito pela fórmula: B A == tang Na figura ao lado, um exemplo da determinação do coeficiente de atrito estático entre aço e bronze 1762,0tang10tang === ou 1762,0 9848,0 1735,0 === B A 5 2- ATRITO DE ROLAMENTO - BRAÇO DE ALAVANCA DA RESISTÊNCIA AO ROLAMENTO Coulomb, em ensaios de laboratório, fez experimentos para determinar os valores dos atritos de rolamento e verificou que esse atrito está em razão direta do peso e em razão inversa do diâmetro da roda ou esfera. Para melhor entender o atrito de rolamento, observe as figuras a seguir: As figuras representam uma roda de aço apoiada sobre uma superfície plana e de material mais mole onde, devido à força peso P e em função da deformação dos materiais, há um aumento da área de contato. Com a roda parada (fig. 1), f é a metade do valor do contato (atrito estático). Quando a roda entra em movimento (fig.2 e 3), f diminui de valor (atrito cinético). Na figura 2, o raio da roda r é a mesma distância de P até a aplicação da força F e também uma alavanca onde a dimensão f é o braço de alavanca da resistência ao rolamento. A força F, com apoio em N, eleva e movimenta P e, para fazer a roda girar, o seu valor deverá ser: 𝐹 = 𝑃 𝑓 𝑅 conforme figura 2 ou ainda 𝐹 = 𝑃 ∗ 𝑡𝑔𝛽 conforme figura 4 O valor de f depende muito das rugosidades das superfícies e dos tipos de materiais em contato. No sistema de deslocamento de um corpo qualquer, sobre rodas ou cilindros, a outra força de atrito se refere aos mancais de rolamentos (de esfera ou de roletes) entre o eixo e a roda ou cilindro (𝐹𝑎𝑡2). O valor de f para mancais de rolamentos é na prática 0,1 mm. A fórmula para o cálculo da força de atrito relativa aos mancais de rolamento é: 𝐹𝑎𝑡2 = 𝑃 𝑓 𝑟 r – raio médio do mancal de rolamento Exemplo com cálculos no sistema técnico: Calcular as forças de atrito geradas pelo movimento de um carro com massa 1000kg com rodas diâmetro 560mm (R= 280 mm) e diâmetro médio dos rolamentos 50mm (r = 25mm). Considerar f = 4mm para pneus deslocando sobre asfalto em bom estado. Calculando, a força de atrito de rolamento dos pneus com o solo. 6 𝐹𝑎𝑡1 = 𝑃 𝑓 𝑅 = 1000𝑘𝑔𝑓 4 280 = 14,3𝑘𝑔𝑓 Para o cálculo da força de atrito gerada pelos mancais de rolamentos entre o eixo e a roda, considerando r (raio médio do rolamento) = 25mm teremos para o mesmo carro: 𝐹𝑎𝑡2 = 𝑃 𝑓 𝑟 = 1000𝑘𝑔𝑓 0,1 25 = 4𝑘𝑔𝑓 A força tangencial necessária ou requerida Ft para fazer a roda girar e a força de tração necessária Fn para puxar o carro por um cabo preso ao seu eixo, deve ser levemente maior do que a soma das duas forças de atrito. 𝐹 = 𝐹𝑡 = 𝐹𝑛 = 𝐹𝑎𝑡1 + 𝐹𝑎𝑡2 = 14,3𝑘𝑔𝑓 + 4𝑘𝑔𝑓 = 18,3𝑘𝑔𝑓 Observação: Na prática, a fórmula para cálculo da força de atrito gerada pelos mancais de rolamento (), a fração f /r é substituída pelo coeficiente de atrito para mancais de rolamento representado pela letra grega , cujo valor aproximado é 0,005. 𝐹𝑎𝑡2 = 𝑃 ∗ 𝜇 = 1000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,005 = 5𝑘𝑔𝑓 COEFICIENTE DE ATRITO DE ROLAMENTO. Nas fórmulas anteriores, a soma dos valores de f /R + f /r, é o coeficiente de atrito de rolamento para carros rodando em vias asfaltadas. Os valores do coeficiente de atrito de rolamento são mais divulgados nas tabelas e mais utilizados nos cálculos da força de atrito. O valor de f é dado geralmente em mm e o coeficiente de atrito é adimensional. Valores de f e do coeficiente de atrito de rolamento Materiais f (mm) Coeficiente de atrito de rolamento Sem unidade Aço/madeira dura 1,2 Carros sobre vias asfaltadas 0,010 a 0,015 Aço/aço 0,5 Vagões 0,004 a 0,005 FORÇA RADIAL, FORÇA AXIAL e FORÇA TANGENCIAL 7 DESLOCANDO UM CORPO NUM PLANO INCLINADO Quando for necessário deslocar um corpo num plano inclinado, outro fator deverá ser considerado, ou seja, o ângulo de inclinação ou a altura A em relação ao comprimento C. A figura acima representa um corpo de peso P num plano inclinado onde a componente “a” é uma força resultante deP.sen que tende a puxar o corpo rampa abaixo. Quanto maior a inclinação, ou seja, sen aproximando-se de 1, maior será o valor dessa força. A componente “b” , ( resultado de P.cos ), multiplicada pelo coeficiente de atrito entre os materiais do corpo e da rampa, gera uma força de atrito Fat, resistente ao movimento para cima, que tende a ser menor quanto maior for a inclinação em função de cos se aproximar de 0. Para o corpo subir a rampa, o valor da força Fn deverá ser maior do que a soma destas duas forças. Concluindo: + cosPsenPFn ou + C B P C A PFn Fn = força de tração necessária ou requerida para fazer o corpo subir a rampa P = força peso exercida pelo corpo a e b = componentes da força peso = ângulo de inclinação = coeficiente de atrito C A sen = C B =cos 22 ABC += FORÇA DE ACELERAÇÃO Quando for necessário deslocar grandes massas partindo do repouso para alta velocidade em tempo muito curto, há necessidade de se considerar a FORÇA DE ACELERAÇÃO que em muitos casos é maior do que a força de atrito. Exemplo: Translação de pontes rolantes pesadas, correias transportadoras de minério, vagões, locomotivas e outros similares. No sistema técnico, o cálculo da força de aceleração causa confusão porque G é força peso, ou seja, a massa submetida à força da gravidade. No cálculo da força de aceleração, a força da gravidade deixa de ser importante e, na fórmula, é preciso substituí-la dividindo por 9,81m/s² No sistema técnico 𝐹𝑎 = 𝐺(𝑘𝑔𝑓) ∗∝ ( 𝑚 𝑠2 ) 9,81𝑚/𝑠² = 𝑘𝑔𝑓 No sistema internacional 𝐹𝑎 = 𝑚(𝑘𝑔) ∗∝ ( 𝑚 𝑠2 ) = 𝑁 8 = aceleração em m/s² = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑚 𝑠⁄ ) 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠) m = massa G = força peso Simplificando a fórmula, considerando a variação da velocidade partindo do repouso até a velocidade de trabalho. 𝐹𝑎 = 𝐺 9,81 ∗ 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐.𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑚 𝑠⁄ ) 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠) =kgf ou 𝐹𝑎 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐.𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑚 𝑠⁄ ) 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠) = 𝑁 Exemplo: Calcule a força de aceleração necessária para acelerar uma ponte rolante com massa 30000kg do repouso até a velocidade de trabalho 0,666 m/s com tempo de aceleração de 4 s. kgfFa 509 4 666,0 81,9 30000 == ou NFa 4995 4 666,0 30000 == NOÇÕES DE TORQUE Quando uma força atua sobre um corpo e a direção dessa força não passa pelo ponto de apoio do corpo ela irá produzir um giro do mesmo. Ao produto da intensidade da força pela distância de atuação da mesma até o ponto de apoio dá-se o nome de TORQUE, MOMENTO DE TORÇÃO, MOMENTO TORÇOR ou ainda CONJUGADO. Quando você aplica uma força no arco do volante do seu carro você está aplicando um MOMENTO DE TORÇÃO ou TORQUE sobre o sistema de direção do mesmo. A força tangencial exercida pelo seu braço na periferia do volante multiplicada pelo raio (diâmetro do volante dividido por 2) resultará no valor desse torque ou momento de torção. Para o momento de torção normalmente são usadas as unidades de medida Nm (para força em N e raio em m) e kgfm (para força em kgf e raio em m) Outro exemplo para entender o que é torque ou momento de torção é o da bicicleta: Quando você põe o peso do seu corpo sobre o pedal da bicicleta você está aplicando um momento de torção sobre o conjunto pedal-pedivela. No sistema técnico, a força peso G exercida pelo seu corpo sobre o pedal e multiplicada pelo comprimento do pedivela R, lhe dará o valor desse momento de torção. 9 Exemplo: G = força peso do ciclista: 60 kgf R = comprimento do pedivela: 0,20 m M = 60kgf x 0,20m = 12 kgfm Aos momentos acima nós poderemos chamar de MOMENTO DE TORÇÃO FORNECIDO Nos catálogos de motores esse momento é chamado de CONJUGADO NOMINAL (em kgfm) Nas tabelas técnicas dos catálogos de redutores e acoplamentos elásticos, você verá o torque ou momento de torção indicado para o eixo de saída. Este é o torque que o redutor e o acoplamento foram calculados para suportar (porém inclui alguns fatores de segurança sobre esse torque) e ao qual chamamos de MOMENTO DE TORÇÃO NOMINAL ou TORQUE NOMINAL. Em alguns catálogos de redutores você verá o torque no eixo de saída expresso em daNm (10*Nm). Isto facilita a leitura do catálogo porque na prática 1daNm é igual a 1kgfm (na realidade 1daNm é igual a 1,02 kgfm). Em outros catálogos o torque está em kgfm ou Nm. A finalidade de um conjunto motor redutor é fornecer um momento de torção a uma determinada rotação no eixo de saída, momento esse necessário para o acionamento de uma máquina ou equipamento qualquer. O motor fornecerá o torque ou conjugado a uma alta rotação e o redutor multiplicará esse torque na mesma proporção (deduzido o rendimento) em que reduz a rotação. Para calcular um momento de torção fornecido no eixo de saída de um redutor acionado por um motor devem-se utilizar as fórmulas seguintes: -Para calcular o momento em kgfm a potência do motor deverá estar em CV e a fórmula será: kgfm n P M = = 2,716 2 2M – Momento de torção no eixo de saída em kgfm n – Rotação por minuto no eixo de saída do redutor P – Potência do motor em CV – Rendimento do redutor - Para calcular o torque em Nm, a potência do motor deverá estar em kW e a fórmula será: Nm n P M = = 9550 2 M2 – Momento de torção no eixo de saída em Nm n – Rotação por minuto no eixo de saída do redutor P – Potência do motor em kW - Rendimento do redutor Quando calcular um acoplamento para o eixo de saída de um redutor também deverá levar em conta as fórmulas acima além dos fatores de serviço indicados pelo fabricante. MOMENTO DE TORÇÃO RESISTENTE. Esse é o momento gerado pelas massas a serem deslocadas e pelos atritos internos entre as peças quando uma máquina se encontra em movimento. Seguindo o exemplo do volante do carro: O atrito do pneu com o solo, gera um momento de torção resistente quando você tenta girar o volante. Então, para que você possa efetivamente mudar a direção do veículo, precisa gerar no eixo do volante um momento de torção maior do que o momento resistente gerado pelo atrito entre os pneus e o solo. Ou seja: Para que a máquina funcione é necessário que o MOMENTO DE TORÇÃO FORNECIDO seja maior do que o MOMENTO DE TORÇÃO RESISTENTE. 10 MOMENTO DE ACELERAÇÃO e MOMENTO DE DESACELERAÇÃO ou FRENAGEM é muito importante quando a finalidade é acelerar ou frear cilindros e discos com grande massa de inércia e em tempo muito curto. Em inúmeros casos é maior do que o momento necessário para vencer as forças de atrito nas partes internas dos equipamentos. As fórmulas seguintes são utilizadas para calcular o momento de aceleração e frenagem de mesas giratórias, cilindros pesados, fornos rotativos e outros equipamentos girantes de alta massa de inércia. Para cilindros ou discos maciços Ex.: Mesa giratória e eixos maciços 𝑀𝑎 = 𝑀𝑓 = 𝑚 ∗ 𝑛 ∗ 𝑟2 2 ∗ 19,1 ∗ 𝑡 kgfm t dnG MM fa= == 1,1981,94 2 ou 22 2 / 1,194 sNm t dnm MM fa = == . Para anéis (aros) tubos ou cilindros ocos. Ex: Cilindros rotativos e secadores 22 2 / 1,1981,92 skgfm t dnG MM fa = == ou 22 2 / 1,192 sNm t dnm MM fa = == G = força peso m = massa em kg n = rotação por minuto r = diâmetro do cilindro em m t = tempo de aceleração ou frenagem em s Considerações: A constante 19,1 expressa nas duas fórmulas, serve para ajustar as diferentes unidades entre o numerador e o denominador. No numerador rotação por minuto e no denominador o tempo de aceleração ou frenagem em segundos. Nas fórmulas do sistema técnico, o valor 9,81 é utilizado para eliminar a força gravitacional da terra embutida na força peso (G) porque, em um cilindro perfeito, as massas equidistantes de seu centro e com mesmo volume e valor, não influem no momento rotacional conforme desenho a seguir: É possível também calcular o momento de aceleração ou frenagem a partir do momento de inércia de massa. 11 MOMENTO DE INERCIA DE MASSA O momento de inércia, representado pelas letras J ou I, mede a massa de um corpo em torno de seu eixo de rotação e depende da sua geometria. A massa, quanto mais afastada do eixo de rotação, mais aumenta o momento de inércia, motivo pelo qual um disco oco com a mesma massa de um cilindro maciço gera maior momento de inércia por ter raio maior. Sua unidade de medida no sistema internacional é kg.m². Catálogos de acoplamentos elásticos e hidráulicos e, motores elétricos fornecem o momento de inércia de massa. A seguir as fórmulas utilizadas em função da geometria do corpo e em relação ao eixo de giro Anel ou aro 22 kgmrmJ == Disco ou cilindro maciço 2 2 2 kgm rm J = = Disco ou cilindro oco ( ) 2 2 ²² kgm rRm J = + = A fórmula para calcular o momento de aceleração ou frenagem desses componentes é 22 2 / 3060 2 sNm t nrm t rnrm t rvm Ma = = = = Na fórmula acima se 22 kgmrmJ == substituindo 2rm por J teremos 22 / 30 sNm t nJ Ma = = t = tempo de aceleração ou frenagem em s v = m/s n = rotações por minuto r = raio em metros ENERGIA CINÉTICA 12 Energia cinética é a energia que um corpo em movimento possui devido a sua velocidade. A fórmula para calcular a energia cinética é J vm Ec = = 2 2 v = velocidade em m/s Exemplos de aplicação da fórmula 1 - Calcular a energia cinética de uma barra de massa m=10 g no instante em que está com uma velocidade de 700 m/s. Sistema internacional J kgvm Ec 2450 2 70001,0 2 22 = = = Sistema técnico 22 22 /249 2²/81,9 70001,0 2 skgfm sm kgf g vG Ec = = = 2 - Calcular a energia cinética de um corpo de massa 5kg que cai em queda livre de uma altura de 10 m. Usar o sistema internacional. Cálculo da velocidade final 𝑣2 = 𝑣0 2 + 2 ∗ 𝑔 ∗ ℎ = 0 + 2 ∗ 9,8𝑚 𝑠2 ∗ 10 𝑣2 = 196 𝑣 = 14𝑚/𝑠 Cálculo da energia cinética J vm Ec 490 2 145 2 22 = = = ov = velocidade inicial g = força gravitacional da terra h = altura v = velocidade final Para explicação da unidade joule J veja a descrição abaixo citada na wikipedia O joule (símbolo: J) é a unidade de energia e trabalho no sistema internacional, e é definida como: O nome da unidade foi escolhido em homenagem ao físico britânico James Prescott Joule. O plural do nome da unidade joule é joules. http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Prescott_Joule 13 Um joule compreende a quantidade de energia necessária para se efetivar as seguintes ações: • A aplicação da força de um newton pela distância de um metro. Essa mesma quantidade poderia ser dita como um newton metro. No entanto, e para se evitar confusões, reservamos o newton metro como unidade de medida de binário (ou torque); • O trabalho necessário para se mover a carga elétrica de um coulomb através de uma diferença de potencial de um volt; ou um coulomb volt, representado por C·V; • O trabalho para produzir a energia de um watt continuamente por um segundo; ou um watt segundo (compare quilowatt-hora), com W·s. Assim, um quilowatt-hora corresponde a 3.600.000 joules ou 3,6 megajoules; • A energia cinética de uma massa de 2 kg movendo-se à velocidade de 1 m/s. A energia é linear quanto à massa, mas quadrática quanto à velocidade, como em E = ½mv²; • A energia potencial de uma massa de 1 kg posta a uma altura de 1 m sobre um ponto de referência, num campo gravitacional de 1 m/s². Como a gravidade terrestre é de 9,81 m/s² ao nível do mar, 1 kg a 1 m acima da superfície da Terra, tem uma energia potencial de 9,8 joules relativa a ela. Ao cair, esta energia potencial gradualmente passará de potencial para cinética, considerando-se a conversão completa no instante em que a massa atingir o ponto de referência. Enquanto a energia cinética é relativa a um modelo inercial, no exemplo o ponto de referência, energia potencial é relativa a uma posição, no caso a superfície da Terra. • Outro exemplo do que é um joule seria o trabalho necessário para levantar uma massa de 98g (uma pequena maçã) na altura de um metro, sob a gravidade terrestre, que também se equivale a um watt por um segundo. ENERGIA CINÉTICA ROTACIONAL DE UM DISCO OU CILINDRO MACIÇO Em um disco ou cilindro sólido é possível calcular o momento de torção máximo gerado pela energia cinética rotacional. É o caso do volante de uma prensa qualquer. A fórmula é 23 2 / 42 sNm dvm Mc = = v = velocidade em m/s sm nd v / 60 = = n = rotações por minuto d = diâmetro da peça em m. A divisão do diâmetro da peça por 4 determina o raio médio para o cálculo da velocidade média e centro das massas. Exemplo de aplicação O rotor de um motor, um acoplamento elástico ou hidráulico, pode gerar um torque adicional momentâneo no eixo de entrada de um redutor consequentemente causando sua quebra no caso de dimensionamento inadequado. Isso só ocorrerá se houver um travamento do equipamento acionado. Se conhecermos o momento de inércia e o diâmetro desse componente (o momento de inércia do motor é mencionado no catálogo) poderemos aplicar a fórmula a seguir para o cálculo desse momento 23 22 / 3600 sNm dnJ Mc = = http://pt.wikipedia.org/wiki/Newton_(unidade) http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro http://pt.wikipedia.org/wiki/Newton_metro http://pt.wikipedia.org/wiki/Bin%C3%A1rio_(f%C3%ADsica) http://pt.wikipedia.org/wiki/Coulomb http://pt.wikipedia.org/wiki/Watt http://pt.wikipedia.org/wiki/Segundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilowatt-hora http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Watt 14 A fórmula acima foi deduzida a partir da primeira fórmula da seguinte maneira: 36002460 2 2460 2 242222 222 2 22222 2 2 = = == = nrmdnrmdnrmd v mdvm Mc Sabendo que o momento de inércia para discos ou cilindros maciços é 2 2 2 kgm rm J = = e substituindo na fórmula 2 2rm por J teremos23 22 / 3600 sNm dnJ Mc = = Exemplo: Cálculo do momento de energia cinética rotacional desenvolvido por um motor WEG de 20 CV - 4 polos 1720 rpm cujo momento de inércia J é 0,0803kgm² e diâmetro do rotor 160mm. 23 22 23 22 /104 3600 16,017200803,0 / 3600 sNmsNm dnJ Mc = == = Conclusão: No instante do travamento de um equipamento qualquer acionado por esse motor, o mesmo fornecerá um torque instantâneo 130% maior do que em regime normal de funcionamento MOMENTO DE TORÇÃO REQUERIDO: é o momento necessário para acionar um equipamento qualquer. Na partida é a soma do momento resistente por atrito e do momento de aceleração. Na frenagem o momento resistente de atrito será subtraído do momento de frenagem e o momento de aceleração requerido será maior do que o momento de frenagem desde que os tempos de partida e parada sejam iguais. NOÇÕES DE POTÊNCIA POTÊNCIA é o produto da força multiplicado pela velocidade. Se você conhece a força necessária para deslocar um peso e sabe qual a velocidade em m/s é fácil calcular a potência necessária ou requerida de acionamento através da fórmula abaixo: No sistema técnico: 𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑣 75 = 𝐶𝑉 F – força em kgf v – velocidade em m/s No sistema internacional, a potência é medida em kW (quilowatts) ou W (watts) 1000 kW = . Para o cálculo usar a força em N (Newton) e as fórmulas são as seguintes: kW vF P WvFP = = == 1000 F – força em N v – velocidade em m/s Comparando: - 1W é a potência necessária para deslocar um corpo de massa 1kg a 1m/s² e, como na superfície da Terra a aceleração da gravidade é 9,8 m/s², há necessidade de 9,8 W para elevar esse corpo a altura de 1 m no tempo de 1 segundo. 15 - 1 CV é a potência necessária para elevar um corpo de massa 75 kg (força peso 75kgf) a altura de 1 m no tempo de 1 segundo. - Na superfície da Terra para elevar um corpo de massa 75 kg à altura de 1 metro no tempo de 1 segundo, é necessário uma potência de 75kg x 9,8m/s² = 735 W Concluindo: 1 CV = 735 W 1 CV = 0,735 kW 1kW = 1,36 CV Exemplo de aplicação da fórmula Qual a potência em CV e Watts de uma queda de água de vazão 0,20 m³ por segundo sendo a altura da queda 10 m? No sistema técnico 𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑣 75 = 200𝑘𝑔𝑓 ∗ 10𝑚/𝑠 75 = 26,6𝐶𝑉 No sistema internacional 𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑣 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝑣 = 200𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚 𝑠2 ∗ 10𝑚 = 1960𝑊−→ 19,6𝑘𝑊 CÁLCULO DA POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE UM EQUIPAMENTO EM FUNÇÃO DO MOMENTO ou TORQUE REQUERIDO. Podemos calcular a potência requerida de acionamento de um equipamento, ou seja, a potência do motor que será utilizado, a partir do conhecimento do momento de torção ou torque requerido e da rotação por minuto no seu eixo de acionamento. O rendimento do sistema de transmissão, geralmente um redutor, também deverá ser conhecido. PARA POTÊNCIA EM CV CV nM P = = 2,716 M – Momento de torção requerido em kgfm no eixo de acionamento da máquina. PARA POTÊNCIA EM kW kW nM P = = 9550 M – Momento de torção requerido em Nm no eixo de acionamento da máquina. n – rotação por minuto no eixo de acionamento da máquina. – rendimento do sistema de acionamento (redutor, polias e engrenagens) 16 Exemplo de cálculo com objetivo didático para aplicação das fórmulas referentes as forças de atrito, força de aceleração, torque e potência. Cálculo da potência do motor e seleção do redutor para o movimento de translação de um pórtico acionado por dois motores e redutores (terreno nivelado). Neste caso foi usado um sistema antigo de motorização. Atualmente, a maioria dos equipamentos deste tipo, dispensa o uso de polias, correias e transmissão por corrente. Dados: Massa da carga: 22000 kg Massa da estrutura do pórtico: 6000 kg Velocidade desejada: v =10 m/min Tempo de aceleração do repouso até a velocidade máxima: 6 s Diâmetro da roda (Dr) = 400mm Atrito das rodas com os trilhos: f1 = 0,5mm (braço de alavanca da resistência ao rolamento aço sobre aço) Diâmetro médio dos rolamentos dos mancais das rodas (d): 100mm Atrito dos rolamentos dos mancais das rodas: f2 = 0,1mm Diâmetro da polia do motor (dp): 75mm Diâmetro da polia no eixo de entrada do redutor (Dp): 150mm Diâmetro do pinhão no eixo de saída do redutor (de): 80mm Diâmetro da engrenagem no eixo das rodas (De): 240mm Para melhor entendimento das fórmulas de cálculo, vamos calcular isoladamente as forças envolvidas no sistema. Como são dois acionamentos, a massa da carga + estrutura poderia ser dividida por 2 mas há uma particularidade: A carga no pórtico pode estar deslocada para as laterais com a força peso concentrada encima de uma das rodas. Sendo assim, para maior segurança nos cálculos, podemos considerar a força peso da carga toda de um lado e sendo movimentada por um único motor. A massa da estrutura em equilíbrio será dividida por 2. Então a massa sobre as rodas de um único lado será 22000kg + 6000kg/2 = 25000kg Lembrando que, no sistema técnico, a medida de força peso (G) é a própria massa. No sistema internacional, a força peso (massa x aceleração da gravidade) leva em consideração a força da gravidade do lugar onde se encontra o equipamento e, na superfície do nosso planeta para efeito dos cálculos, o valor da gravidade (g) é 9,81m/s². Para fins didáticos, os cálculos serão efetuados no sistema técnico e sistema internacional. As fórmulas do sistema internacional estarão dentro de um retângulo para facilitar a visualização. 17 Forças resistentes ao movimento contínuo 1 - Força de atrito de rolamento entre as rodas e os trilhos: No caso de roda sobre trilhos, há um atrito de escorregamento entre o flange das rodas e os trilhos. O valor desse atrito depende do bom alinhamento dos trilhos e até mesmo de ventos transversais que podem provocar uma força transversal ao pórtico e as rodas. Então, para compensar, é adicionado na fórmula o coeficiente multiplicador kf referente a esse atrito. Valores de kf - 1,2 para trilhos bem alinhados 1,5 para trilhos mal alinhados e ventos fortes transversais ao movimento. 𝐹𝑎𝑡1 = 𝐺 2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 𝐷𝑟 = 25000𝑘𝑔𝑓 2 ∗ 0,5𝑚𝑚 ∗ 1,2 400𝑚𝑚 = 75𝑘𝑔𝑓 𝐹𝑎𝑡1 = 𝐺 ∗ 𝑔 ∗ 2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 𝐷𝑟 = 25000𝑘𝑔 ∗ 9,81𝑚 𝑠2 ∗ 2 ∗ 0,5𝑚𝑚 ∗ 1,2 400𝑚𝑚 = 735𝑁 2 - Força de atrito referente aos rolamentos dos mancais: 𝐹𝑎𝑡2 = 𝐺 2 ∗ 𝑓2 𝑑 = 25000𝑘𝑔𝑓 2 ∗ 0,1𝑚𝑚 100 = 50𝑘𝑔𝑓 𝐹𝑎𝑡2 = 𝑚 ∗ 𝑔 2 ∗ 𝑓2 𝑑 = 25000𝑘𝑔 ∗ 9,81𝑚 𝑠2 ∗ 2 ∗ 0,1𝑚𝑚 100 = 490𝑁 d = diâmetro médio dos rolamentos dos mancais das rodas (mm) Conhecidas as forças, partimos para o cálculo do momento de torção requerido no eixo das rodas: 3 - Momento de torção para vencer a força de atrito entre as rodas e os trilhos 𝑀𝑎𝑡1 = 𝐹𝑎𝑡1 ∗ 𝐷𝑟 2 ∗ 1000 = 75𝑘𝑔𝑓 ∗ 400𝑚𝑚 2000 = 15𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀𝑎𝑡1 = 𝐹𝑎𝑡1 ∗ 𝐷𝑟 2 ∗ 1000 = 735𝑁 ∗ 400𝑚𝑚 2000 = 147𝑁𝑚 4 - Momento de torção para vencer a força de atrito nos rolamentos dos mancais de apoio. 𝑀𝑎𝑡2 = 𝐹𝑎𝑡2 ∗ 𝑑 2 ∗ 1000 = 50𝑘𝑔𝑓 ∗ 100𝑚𝑚 2000 = 2,5𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀𝑎𝑡2 = 𝐹𝑎𝑡2 ∗ 𝑑 2 ∗ 1000 = 490𝑁 ∗ 100𝑚𝑚 2000 = 25𝑁𝑚 5 – Momento de torção para vencer os atritos de rolamento 𝑀𝑎𝑡 = 𝑀𝑎𝑡1 + 𝑀𝑎𝑡2 = 15𝑘𝑔𝑓𝑚 + 2,5𝑘𝑔𝑓𝑚 = 17,5𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀𝑎𝑡 = 𝑀𝑎𝑡1 + 𝑀𝑎𝑡2 = 147𝑁𝑚 + 25𝑁𝑚 = 172𝑁𝑚 18 As fórmulas3, 4 e 5 podem ser substituídas pelas fórmulas a seguir 𝑀𝑎𝑡 = 𝐺 ∗ (𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2) 1000 = 25000𝑘𝑔𝑓(0,5 ∗ 1,2 + 0,1) 1000 = 17,5𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀𝑎𝑡 = 𝐺 ∗ 𝑔(𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2) 1000 = 25000𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠²(0,5 ∗ 1,2 + 0,1) 1000 = 172𝑁𝑚 6 - Maquinas com elevada massa de inércia e baixo coeficiente de atrito, necessitam de torque relativamente alto na partida. Para calcular o momento de aceleração é preciso calcular a força de aceleração. Força de aceleração (velocidade em m/s e tempo de aceleração em s). No sistema técnico, o cálculo da força de aceleração causa confusão porque a força peso é a massa do corpo submetida à força da gravidade. Na fórmula de cálculo da força de aceleração, a força da gravidade deixa de ser importante e é preciso substituí-la dividindo por 9,81m/s² 𝐹𝑎 = 𝐺 𝑔 ∗ 𝑣 𝑡𝑎 = 25000𝑘𝑔𝑓 9,81𝑚 𝑠2 ∗ 0,166𝑚 𝑠 6𝑠 = 70,5𝑘𝑔𝑓 𝐹𝑎 = 𝑚 𝑣 𝑡𝑎 = 25000𝑘𝑔 ∗ 0,166𝑚 𝑠 6𝑠 = 691,6𝑁 Momento de aceleração para vencer inércia das massas 𝑀𝑎 = 𝐹𝑎 ∗ 𝐷𝑟(𝑚𝑚) 2 ∗ 1000 = 70,5𝑘𝑔𝑓 ∗ 400𝑚𝑚 2000 = 14,1𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀𝑎 = 𝐹𝑎 ∗ 𝐷𝑟(𝑚𝑚) 2 ∗ 1000 = 691,6𝑁 ∗ 400𝑚𝑚 2000 = 138,3𝑁𝑚 7 – Momento de torção requerido no eixo das rodas. Somando os momentos: 𝑀 = 𝑀𝑎𝑡 + 𝑀𝑎 = 17,5𝑘𝑔𝑓𝑚 + 14,1𝑘𝑔𝑓𝑚 = 31,6𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀 = 𝑀𝑎𝑡 + 𝑀𝑎 = 172𝑁𝑚 + 138𝑁𝑚 = 310𝑁𝑚 8 - Momento de torção ou torque requerido no eixo de saída do redutor: 𝑀2 = 𝑀 ∗ 𝑑𝑒 𝐷𝑒 ∗ 𝜂𝑒 = 31,6𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 80𝑚𝑚 240𝑚𝑚 ∗ 0,95 = 11𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀2 = 𝑀 ∗ 𝑑𝑒 𝐷𝑒 ∗ 𝜂𝑒 = 310𝑁𝑚 ∗ 80𝑚𝑚 240𝑚𝑚 ∗ 0,95 = 109𝑁𝑚 De – diâmetro engrenagem de transmissão por corrente no eixo da roda (mm) de – diâmetro engrenagem de transmissão por corrente no eixo de saída do redutor (mm) e = rendimento do conjunto de engrenagens e corrente 19 9 - Cálculo da rotação por minuto no eixo das rodas: 𝜂𝑒 = 𝑣 ∗ 1000 𝜋 ∗ 𝐷𝑟 = 10𝑚 𝑚𝑖𝑛 ∗ 1000 3,14 ∗ 400𝑚𝑚 = 7,96𝑟𝑝𝑚 Dr = diâmetro da roda (mm) v = velocidade do carro (m/min) 10 - Cálculo da rotação por minuto no eixo de saída do redutor: 𝑛2 = 𝑛𝑒 ∗ 𝐷𝑒 𝑑𝑒 = 7,96𝑟𝑝𝑚 ∗ 240𝑚𝑚 80𝑚𝑚 = 23,9𝑟𝑝𝑚 11 - Cálculo da rotação por minuto no eixo de entrada do redutor considerando motor de 4 polos - 1750rpm 𝑛1 = 𝑛𝑚 ∗ 𝑑𝑝 𝐷𝑝 = 1750𝑟𝑝𝑚 ∗ 75𝑚𝑚 150𝑚𝑚 = 875𝑟𝑝𝑚 12 - Cálculo da redução do redutor: 𝑖𝑟 = 𝑛1 𝑛2 = 875𝑟𝑝𝑚 23,9𝑟𝑝𝑚 = 36,6 13 - Cálculo da potência necessária ou requerida do motor: 𝑃 = 𝑀 ∗ 𝑛𝑒 716,2 ∗ 𝜂𝑒 ∗ 𝜂𝑟 ∗ 𝜂𝑝 = 31,6𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 7,96𝑟𝑝𝑚 716,2 ∗ 0,95 ∗ 0,97 ∗ 0,90 = 0,42𝐶𝑉 𝑃 = 𝑀 ∗ 𝑛𝑒 9550 ∗ 𝜂𝑒 ∗ 𝜂𝑟 ∗ 𝜂𝑝 = 310𝑁𝑚 ∗ 7,96𝑟𝑝𝑚 9550 ∗ 0,95 ∗ 0,97 ∗ 0,90 = 0,31𝑘𝑊 e = rendimento do conjunto de engrenagens e corrente r = rendimento do redutor p = rendimento do conjunto de polias MULTIPLICADORES PARA CONVERSÃO DE UNIDADES MÉTRICAS, SI E AMERICANAS COMPRIMENTO Polegadas x 25,4 = Milímetros Pés x 0,30480 = Metros MASSA E VOLUME Onças x 28,35 = gramas Libras x 0,45359 = quilogramas Polegadas cúbicas x 16,387 = cm³ Polegadas cúbicas x 0,016387 = litros Galões x 3,78543 = litros Galões x 0,003785 = m³ Pés cúbicos x 28,32 = litros Pés cúbicos x 0,0283 = m³ FORÇA, POTÊNCIA, MOMENTO Libras x 4,4484 = Newtons Libras x 0,45359 = kgf Newton x 0,1020 = kgf HP x 1,014 = CV HP x 0,746 = Kilowatts CV x 0,736 = Kilowatts Pound-feet x 1,3556 = Newton metro Pound-feet x 0,13825 = mkgf Lb in x 0,01152 = mkgf Psi x 0,0731 = kg/cm² kgfm x 0,98 = daNm daNm x 1,02 = kgfm Pa (pascal)= N/m² MPa (megapascal) = N/mm² = 0,1019 kgf/mm² 20 VELOCIDADE ANGULAR e VELOCIDADE TANGENCIAL ou PERIFÉRICA Define-se velocidade angular como sendo o ângulo descrito na unidade de tempo que o móvel percorre o percurso de A a B. É representado pela letra grega obtemos a velocidade angular em radianos por segundo- rad/s pela fórmula 𝜔 = 𝑣(𝑚/𝑠) 𝑅(𝑚) = 𝑟𝑎𝑑/𝑠 EQUIVALÊNCIA rotações por minuto em rad/s 𝑛 ∗ 2 ∗ 𝜋 60 = 𝑟𝑎𝑑 𝑠 ∴ 𝑛 ∗ 0,1047 = 𝑟𝑎𝑑 𝑠 Exemplo: A roda de um trem gira a razão de 125 rpm e o seu diâmetro é 650mm. Determinar sua velocidade linear ou tangencial e a velocidade angular. sm rpmmnD v /25,4 60 12565,0 60 = = = srad R v /07,13 325,0 25,4 === RADIANOS EM GRAUS 𝑟𝑎𝑑 = 180° 𝜋 = 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 POLIAS E ROLDANAS – MULTIPLICAÇÃO DE FORÇA 21 Conjunto de polias com multiplicação exponencial da força ALAVANCAS P – Peso a ser elevado F – Força a ser aplicada – Ponto de apoio -- Ponto fixo l l L L L l P P F F F P 22 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EM ACIONAMENTOS José Luiz Fevereiro Cel. (11) 9.9606.7789 ACOPLAMENTOS ELÁSTICOS A função do acoplamento elástico é compensar possíveis desalinhamentos entre os eixos do redutor e do equipamento acionado, evitando o mal funcionamento dos seus respectivos rolamentos ou quebra por fadiga de um dos eixos. Conseguir o alinhamento na fabricação, principalmente em equipamentos fora de série, é difícil. No exemplo abaixo, uma rosca transportadora apoiada em 2 rolamentos e acionada por um motoredutor com eixos coaxiais. Detalhes do acoplamento com seu elemento elástico de borracha flexível 23 A seguir, possíveis desalinhamentos, aqui exagerados para melhor visualização e entendimento. Desalinhamento angular O detalhe a seguir, mostra a folga irregular provocada entre as duas metades do acoplamento pelo desalinhamento angular da base do motoredutor Desalinhamento de nível 24 E se fosse utilizado acoplamento rígido com os mesmos desalinhamentos? Nessa situação algo vai quebrar. O acoplamento se for a parte mais fraca do conjunto. Se o acoplamento for muito resistente, quebrará o eixo do redutor ou seus rolamentos. 25 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EM ACIONAMENTOS José Luiz Fevereiro Cel. (11) 9.9606.7789 SISTEMA DE POLIAS E CORREIAS Cálculo da velocidade e rpm 1 – fórmula para o cálculo da velocidade periférica da polia motora e da correia V em m/min 𝑣1 = 3,14 ∗ 𝐷1 (𝑚) ∗ 𝑛1(𝑟𝑝𝑚) = 𝑚/𝑚𝑖𝑛 n1 – rotação por minuto no eixo do motor e da polia motora – conforme motor selecionado D1 – Diâmetro da polia motora em metros n2 – fórmula para o cálculo da rotação por minuto no eixo da polia movida 𝑛2 = 𝑛1 ∗ 𝐷1(𝑚) 𝐷2(𝑚) D2 – Diâmetro da polia movida em metros v2 – fórmula para o cálculo da velocidade da correia transportadora em m/min 𝑣2 = 3,14 ∗ 𝐷𝑡(𝑚) ∗ 𝑛2(𝑟𝑝𝑚) = 𝑚/𝑚𝑖𝑛 Dt – Diâmetro do tambor em metros Cálculo da força e torque D1 = Diâmetro da polia motora D2 = Diâmetro da polia movida Dt = Diâmetro do tambor R1 = Raio da polia motora R2 = Raio da polia movida Rt = Raio do tambor Todas as dimensões em metros 26 No catálogo do motor, baixar o valor do torque (conjugado nominal) no eixo do motor Ou calcular o torque no eixo do motor / eixo da polia motora através da fórmula a seguir 𝑇1 = 716,2 ∗ 𝑃 𝑛1 = 𝑘𝑔𝑓𝑚 P = Potência do motor em CV n1 = rotação por minuto no eixo do motor F1 = fórmula para o cálculo da força de tração na correia em V, força tangencial na polia motora e na polia movida 𝐹1 = 𝑇1 𝑅1 T2 = fórmula para o cálculo do torque no eixo da polia movida / eixo do tambor 𝑇2 = 𝑇1 ∗ 𝐷2 𝐷1 = 𝑘𝑔𝑓𝑚 F2 = Força tangencial no tambor. Força de elevação. Força de tração na correia transportadora 𝐹2 = 𝑇2 𝑅𝑡 27 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EMACIONAMENTOS José Luiz Fevereiro Cel. (11) 9.9606.7789 TRANSMISSÃO POR CORRENTE DE ROLOS Esse tipo de transmissão é utilizado em máquinas e equipamentos para transmitir o torque e rotação de um eixo para outro, desde que a relação de transmissão não ultrapasse i = 6. É versátil e sua eficiência chega a 98% de rendimento quando em condições corretas de trabalho e lubrificação. Informações necessárias para seleção da corrente e engrenagens. - Potência transmitida em kilowatts - características da maquina acionada - rotação no eixo motor e eixo movido - distância entre centros dos eixos Para um projeto correto observe os passos a seguir 1 - Determine a relação de transmissão Usar a tabela 1 para seleção da quantidade de dentes das engrenagens com as seguintes recomendações - a quantidade ideal do número de dentes das engrenagens deve ser: acima de 19 para máquinas sem choques acima de 25 para acionamentos sujeitos a trancos. - principalmente em altas reduções, a relação de transmissão (i), associada a distãncia entre centros, deve ser de tal forma que o ângulo de abraçamento da corrente na engrenagem menor, seja superior a 120° 𝑖 = 𝑍2 𝑍1 28 Tabela 1 – Relação de transmissão Número de dentes da engrenagem motora – Z1 Núm. de dentes engren. movida Z2 15 17 19 21 23 25 - - - - - 1,00 25 2,53 2,23 2,00 1,80 1,65 1,52 38 3,80 3,35 3,00 2,71 2,48 2,28 57 5,07 4,47 4,00 3,62 3,30 3,04 76 6,33 5,59 5,00 4,52 4,13 3,80 95 7,60 6,70 6,00 5,43 4,96 4,56 114 2 - Selecione o fator de aplicação f1 Este fator leva em consideração a sobrecarga dinâmica exercida sobre a corrente. O valor pode ser determinado pelo projetista em função de sua experiência ou consultando a tabela 2 Tabela 2 – Características da máquina acionada Características da máquina acionada Características do motor Funcionamento suave Choques leves Choques moderados Motores elétricos, turbinas e motores a explosão com acoplamento hidráulico Motores elétricos com partidas frequentes e motores a explosão com 6 ou mais cilindros com acoplamento mecânico Motores a explosão com menos de 6 cilindros com acoplamento mecânico Funciona- mento suave Bombas centrífugas, compressores, máquinas de impressão, calandras de papel, transportadores com cargas uniformes, escadas rolantes, agitadores e misturadores de líquidos, secadores rotativos e ventiladores 1,0 1,1 1,3 Choques moderados Bombas e compressores com 3 ou mais cilindros, betoneiras, transportadores com carga não uniforme, agitadores e misturadores de sólidos 1,4 1,5 1,7 Choques pesados Escavadeiras, moinho de rolos e de bolas, maquinas de processamento de borracha, prensas, guilhotinas, bombas e compressores de 1 e 2 cilindros, equipamentos de perfuração 1,8 1,9 2,1 29 3 - Selecione o fator de aplicação f2 (fator relativo aos dentes) Este fator, determinado conforme tabela 3, irá modificar a seleção da potência final porque, ao ser selecionada uma engrenagem de um determinado diâmetro, a mesma irá modificar a transmissão da potência máxima que é função da força de tração exercida sobre a corrente. Menor diâmetro da engrenagem maior a tração sobre a corrente. O fator de dente f2 é calculado por meio da fórmula f2 = 19/𝑍1 O valor 19 no numerador é devido a classificação das curvas de seleção serem para uma roda dentada de 19 dentes. Tabela 3- Fator f2 para rodas dentadas padronizadas Z1 f2 Z1 f2 15 1,27 21 0,91 17 1,12 23 0,83 19 1 25 0,76 4 – Calcule o valor da potência de seleção multiplicando a potência a ser transmitida pelos fatores f1 e f2. 𝑃𝑠 = 𝑃𝑡 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑓2 5 – Selecione o passo da corrente cruzando a rpm da engrenagem motora com a potência de seleção nas tabelas a seguir 30 6 – Cálculo da quantidade de passos ou elos da corrente 𝑄 = 𝑍1 + 𝑍2 2 + 2 ∗ 𝐶 𝑝 + (𝑍2 − 𝑍1) 2 ∗ 𝑝 39.48 ∗ 𝐶 = 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑠 31 A quantidade de passos ou elos da corrente deve ser arredondada para número par e, evidentemente, inteiro. Se uma roda tensora for utilizada para esticar a corrente, dois passos devem ser adicionados ao comprimento da corrente. C é a distância entre centros em mm determinada pelo projetista e deve estar entre 30 e 50 passos 7 - Cálculo da distância exata entre centros A distância entre centros efetiva, estará em função da quantidade de passos ou elos. 𝐶 = 𝑝 8 [2𝑄 − 𝑍2 − 𝑍1 + √(2𝑄 − 𝑍1 − 𝑍2)² − (0,81(𝑍2 − 𝑍1)2)] p – passo da corrente – mm Z1 – quantidade de dentes da engrenagem motora Q – quantidade de passos ou elos Z2 – quantidade de dentes engrenagem movida Fatores de segurança O fator de segurança deve ser 8 para máquinas e equipamentos que não transportem passageiros. Para equipamentos de transporte de passageiros o fator de segurança deve ser 10 Velocidade da corrente 𝑣 = 𝑛1 ∗ 𝑝 ∗ 𝑍1 60000 = 𝑚/𝑠 𝑛1 = 𝑟𝑝𝑚 𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑎 A velocidade, em geral, não deve exceder a 45m/min Para velocidades superiores, selecionar a corrente como se fosse utilizada para transmissão de carga, convertendo em potência de acordo com a fórmula abaixo: 𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑣 1000 = 𝑘𝑊 F – Carga – N (Newton) v – Velocidade da corrente – m/s O resultado obtido é o valor da potência transmitida. Após multiplicar pelos fatores f1 e f2, entrar no gráfico para selecionar a corrente considerando a rpm da engrenagem menor. 𝑟𝑝𝑚 = 6000 ∗ 𝑣 𝑝 ∗ 𝑍1 Lubrificação O sistema de transmissão por corrente deve ser protegido contra poeira e umidade e lubrificado com óleo mineral de boa qualidade e não detergente. Evitar o uso de óleos demasiadamente viscosos e menos ainda a graxa, porque não penetra nas superfícies internas de trabalho Viscosidade recomendada do óleo em função da temperatura Temperatura ambiente Lubrificante C° SAE -5 a +5 20 5 a 40 30 40 a 50 40 50 a 60 50 Na gama de temperaturas acima, pode ser usado óleo multiviscoso SAE 20W50 Para temperaturas muito elevadas (250°C), utilizar lubrificantes secos como grafite coloidal ou bissulfeto de molibdênio Cálculo do diâmetro primitivo das engrenagens conforme http://cerello.ind.br/engrenagem.php http://cerello.ind.br/engrenagem.php 32 Exemplo de cálculo Informações básicas Bomba rotativa acionada por motor elétrico 1800 rpm Potência requerida – 7,5kW Rotação da bomba – 300rpm Distância entre centros – 460mm Serviço suave Seleção da relação de transmissão Z1 = 19 dentes Relação de transmissão 𝑖 = 𝑍2 𝑍1 = 𝑛2 𝑛1 = 1800 450 = 4 𝑍2 = 4 ∗ 𝑍1 = 4 ∗ 19 = 76 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 Selecionando fatores, de aplicação f1 e de dentes f2 f1 = 1,0 – motor elétrico acionando bomba rotativa f2 = 1,0 – Engrenagem motora com 19 dentes Calculando potência selecionada 𝑃𝑠 = 𝑃𝑡 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑓2 = 7,5 ∗ 1 ∗ 1 = 7,5𝑘𝑊 Selecionando a corrente consultando o gráfico 33 Trace uma linha laranja correspondente a rotação da engrenagem motora. Para corrente simples, trace uma linha vermelha correspondente a potência de seleção. Na intersecção da linha laranja com a linha vermelha e selecione a corrente imediatamente acima - passo 1/2”. Para corrente dupla, trace uma linha verde correspondente a potência de seleção. Na intersecção da linha laranja com a verde e selecione a corrente imediatamente acima -passo 3/8”. Essas correntes transmitem com folga a potência transmitida pelo motor e optaremos pela corrente simples de passo ½” → 12,7mm Calculandoa quantidade de passos da corrente 𝑄 = 𝑍1 + 𝑍2 2 + 2 ∗ 𝐶 𝑝 + (𝑍2 − 𝑍1) 2 ∗ 𝑝 39.48 ∗ 𝐶 = 19 + 76 2 + 2 ∗ 460 12,7 + (76 − 19)2 ∗ 12,7 39,48 ∗ 460 = 122,21 Comprimento da corrente arredondando a quantidade para número inteiro 𝐿 = 𝑄 ∗ 𝑝 = 122 ∗ 12,7 = 1549,4𝑚𝑚 Calculando a distância exata entre centros 𝐶 = 𝑝 8 [2𝑄 − 𝑍2 − 𝑍1 + √(2𝑄 − 𝑍1 − 𝑍2)² − (0,81(𝑍2 − 𝑍1)2)] 𝐶 = 12,7 8 [2 ∗ 122 − 76 − 19 + √(2 ∗ 122 − 19 − 76)² − (0,81(76 − 19)2)] 𝐶 = 1,5875 [149 + √19570,29] 𝐶 = 1,5875[149 + 139,89] = 458,61𝑚𝑚 Velocidade da corrente em m/s 𝑣 = 𝑛1 ∗ 𝑝 ∗ 𝑍1 60000 = 1800 ∗ 12,7 ∗ 19 60000 = 7,23𝑚/𝑠 Carga na corrente em função da potência transmitida 𝑤 = 𝑃𝑠 ∗ 1000 𝑣 = 7,5𝑘𝑊 ∗ 1000 7,23𝑚/𝑠 = 1037𝑁 Calculando os diâmetros primitivos das engrenagens conforme fabricante CERELLO. Veja tabela na página seguinte Diam. primitivo 19 dentes = 12,7 ∗ 6,076 = 77,1652𝑚𝑚 Diam. primitivo 76 dentes = 12,7 ∗ 24,198 = 307,3146𝑚𝑚 34 Diâmetro primitivo das engrenagens Para o cálculo do diâmetro primitivo usar a tabela abaixo na seguinte forma: Determine o número de dentes, verifique na tabela o fator X correspondente, multiplique o passo da corrente pelo fator e obtenha o diâmetro primitivo Exemplo: -- Engrenagem 32 dentes passo 1 ½” → 31,75mm = 10,202 x 31,75mm = 323,91mm 35 CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DAS CORRENTES CORRENTE SIMPLES CORRENTE DUPLA 36 CORRENTE TRIPLA Este trabalho foi resumido com o objetivo de facilitar o projetista com as informações mais necessárias. Para mais informações consulte o trabalho do Prof. Flavio de Marco Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro https://pt.scribd.com/document/56103356/Elementos-de-Transmissao-Flexiveis-2009-4 Para desenho Como desenhar uma engrenagem de corrente https://pt.scribd.com/document/56103356/Elementos-de-Transmissao-Flexiveis-2009-4 https://pt.scribd.com/doc/229684956/Como-Desenhar-Rodas-Dentadas 37 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EM ACIONAMENTOS José Luiz Fevereiro Cel. (11) 9.9606.7789 ENGRENAGENS E REDUTORES Engrenagens São rodas dentadas utilizadas na maioria das máquinas para transmitir o movimento de um eixo para outro e sempre invertem o sentido de rotação. Sendo ambas de mesmo diâmetro, mantém a mesma velocidade entre os eixos. Na maioria das vezes, a engrenagem motora, de menor diâmetro, diminui a rotação e multiplica o torque no eixo da engrenagem movida. Em alguns casos é o contrário. A permanência ou mudança de velocidade de uma engrenagem em relação a outra, se chama relação de transmissão (i) e, seu valor, está em função dos diâmetros primitivos e número de dentes das mesmas. Engrenagens cilíndricas com dentes retos Engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais Engrenagens com dentes helicoidais transmitem maior potência do que engrenagens com dentes retos de mesmo diâmetro e largura. Isso por causa do maior largura efetiva e portanto, maior contato entre os dentes. Além disso são mais silenciosas porque transmitem o movimento do dente de uma emgrenagem para o dente da outra de forma progressiva. Clique abaixo para Dimensionamento de engrenagens cilíndricas com dentes retos https://drive.google.com/file/d/1QEpR4yLAWDqW7vcaUdrYPNyJ_keliBub/view?usp=sharing 38 Redutores e motoredutores com eixos coaxiais e engrenagens helicoidais São compactos e os eixos de entrada e de saída estão na mesma linha de centro Motoredutor e redutor com engrenagens helicoidais e eixos paralelos Com eixo de saída vazado Com eixo de saída maciço Com motor acoplado Redutor com eixos paralelos e engrenagens helicoidais, especial para acionamento de extrusoras Engrenagens cônicas com dentes retos Este tipo de engrenagem é utilizado quando se deseja transmitir torque e rotação de um eixo para outro posicionado em ângulo diferente (eixos não paralelos entre si). Sendo os dentes paralelos ao eixo de giro, a transmissão de movimento, provoca impactos entre os dentes do par de engrenagens e consequente barulho e vibração. 39 Engrenagens cônicas com dentes helicoidais Tem a mesma função da engrenagem cônica com dentes retos, mas transmite o movimento de forma mais silenciosa em função de baixo impacto entre os dentes. Com essa vantagem em relação as engrenagens com dentes retos, pode trabalhar com altas rotações (motores de 2 polos ou 3500 rpm). Além disso é mais eficiente tendo maior rendimento na transmissão de potência. Motoredutor e redutor com engrenagens conicas Rosca sem fim e coroa Este tipo de engrenamento é utilizado para transmitir rotação e torque de um eixo para outro em ângulo de 90°. Sua vantagem em relação aos tipos anteriores é a maior relação de transmissão de velocidade com o mesmo número de peças sendo que, com um único conjunto, pode chegar a redução de 1:100. Um conjunto duplo pode chegar a redução de 1:10000. A desvantagem é o baixo rendimento. 40 Redutores a rosca sem fim Com relação ao preço, os redutores a rosca sem fim, tem menores custos de fabricação até o torque aproximado de 80kgfm no eixo da corôa (reduções próximas de 1:30), comparado aos redutores de engrenagens cônicas helicoidais que cumprem a mesma função. Mas o rendimento é baixo, principalmente nas altas reduções, necessitando maior potência do motor de acionamento para o mesmo equipamento acionado por outros tipos de redutores. Motoredutor com dupla rosca sem fim Motoredutor com braço de torção UMA PARTE DA HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE REDUTORES NO BRASIL A Redutores Transmotécnica Ltda. foi no passado um dos maiores fabricantes de redutores industriais no Brasil. Nos anos 90 foi vendida para um grupo americano e comprada de volta por uma fábrica de balanças nacional. Posteriormente foi adquirida por um empresário que a associou a mais 2 fabricas de redutores. Trabalhei nessa empresa desde 1974 até 2004 na área de vendas e acompanhei, assistindo palestras do departamento de engenharia, o desenvolvimento da tecnologia de projeto e fabricação de nova linha de redutores. Nosso departamento de engenharia era dirigido por engenheiros alemães mais focados nas normas DIN do que AGMA. Afirmavam que a norma DIN era superior nos detalhes. Em 1974, a Transmotécnica lançou a nova linha de redutores a rosca sem fim denominada Xevex, com aço temperado na rosca sem fim e bronze centrifugado da Termomecânica na coroa. Além dos materiais, o perfil dos dentes foi modificado obrigando ao desenvolvimento de caracóis especiais fabricados pela SU, hoje Sar SU. A capacidade de transmissão de torque subiu muito em relação aos redutores fabricados anteriormente com tecnologia mais conservadora e, nos acionamentos, passamos a fornecer redutores bem menores para a mesma máquina. Os redutores 41 funcionavam bem, mesmo acima da capacidade nominal, um sinal de que estavam com folga na capacidade de transmitir e multiplicar o torque do motor. Após o lançamento da linha a rosca sem fim mais moderna, o departamento de engenharia passou a se envolver no desenvolvimento de redutores a engrenagens helicoidais com maior tecnologia de projeto e fabricação. A linha antiga consistia em projeto comum à todos os fabricantes brasileiros e com material das engrenagens aço 1045 cortado por fresas comuns e posteriormente nitretado com tratamento de baixa temperatura feito pela Brasimet, processo denominado pela mesma de “Tenifer”. Os cálculos das engrenagens eram os mais comuns à época. Os dentes eram cortados no ângulo de pressão 15°. Lembro que a tensão admissível, estavade acordo com o livro de um professor de engenharia da FEI mas o fator de segurança era bem alto. O material aço 1045 posteriormente nitretado, com dureza baixa em relação aos utilizados nas engrenagens atualmente, obrigava o projetista a se preocupar mais com o desgaste dos dentes após determinadas horas de trabalho. O pé do dente, em função do módulo adotado e da largura do dente, estava sempre com folga na relação tensão admissível / tensão atuante. Em função disso, os dentes das engrenagens de um redutor raramente quebravam por causa de um tranco qualquer no acionamento da máquina mas, com o tempo de trabalho, os dentes das engrenagens se desgastavam obrigando sua troca. Em 1984, a Transmotécnica lançou a nova linha de redutores com eixos paralelos e engrenagens helicoidais denominada Maxidur. Com a utilização de material aço cromo níquel molibdênio no pinhão e 20 manganês cromo 5 na engrenagem, com alta dureza após a tempera, a pressão específica no contato dos dentes ficou bem menor do que a resistência oferecida pelo material, a tal ponto que a engenharia afirmava que os redutores poderiam durar dezenas de anos com aplicação correta e manutenção adequada. A maior dureza dos dentes permitiu módulos menores e consequentemente um pé do dente de menor dimensão. Então a preocupação do projetista passou a ser a resistência a flexão do pé do dente e houve a necessidade de mudar o ângulo de pressão de 15° para 25° para tornar o pé do dente proporcionalmente mais largo em relação aos dentes com material mole. Também foi adotado deslocamento de perfil para aumentar mais ainda a espessura do pé do dente em relação a cabeça. Outros detalhes também foram adotados para aumentar a resistência do pé do dente à flexão. Com todos esses procedimentos puderam ser diminuídos os diâmetros das engrenagens para o mesmo torque e , evidentemente, o entre centros dos eixos que, por falta de espaço, obrigou o uso de rolamentos especialmente desenvolvidos para esses redutores. Os tamanhos e pesos dos redutores reduziram aproximadamente 2/3 em relação aos anteriores de mesma capacidade. Diferença entre os dentes de engrenagens com ângulo de pressão 15° e 25° Ângulo de pressão 15° Ângulo de pressão 25° Essa linha de redutores funcionou muito bem em diversos equipamentos. Selecionamos vários redutores para elevação de turbina em usina de força com cálculos bem apertados relativos ao torque e potência do motor. Capacidade nominal do redutor com fator de serviço 1,2 sobre o motor. O cliente (fabricante muito importante de pontes rolantes), comprou, instalou e não tivemos problemas. 42 Mas, com essa linha de redutores compactos, tivemos alguns problemas em torres de resfriamento devido as vibrações inerentes a esse tipo de equipamento. Nossa engenharia chegou a conclusão que, na seleção do redutor, não estavam sendo seguidos os fatores de serviço indicados pela norma AGMA, ou seja 2 para trabalho 24 h/dia, que obrigava a seleção de um tamanho maior. Os redutores da linha antiga, com engrenagens de aço 1045, eram bem maiores permitindo a utilização de eixos e mancais sobre dimensionados para os esforços gerados no eixo e nas engrenagens, não exigindo tanto cuidado na seleção. Outros fabricantes de redutores internacionais também tiveram problemas de baixa durabilidade com essa linha de redutores mas a Hansen Industrial Gearboxes, adquirida pela Sumitomo Drive Technologies passou a fornecer redutores específicos para esse tipo de aplicação. VERIFICAÇÃO DAS CARGAS RADIAIS ADMISSÍVEIS NAS PONTAS DE EIXO DOS REDUTORES Quando cargas radiais incidirem sobre um ponto mais afastado da dimensão K/2 da ponta de eixo do redutor há necessidade de verificar se essa carga P2 é admissível pelos rolamentos do mesmo. A força 1rF e a dimensão 1L são os dados fornecidos pelo catálogo do fabricante. Para verificar a força radial admissível na nova posição aplicar a fórmula a seguir 2 1 12 L L FF rr = 43 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EM ACIONAMENTOS José Luiz Fevereiro Cel. 011 9.9606.7789 TESTE DA POTÊNCIA MOTORA DA MÁQUINA OU EQUIPAMENTO 1 – A potência motora necessária para o acionamento de um equipamento qualquer, pode ser avaliada, medindo a amperagem e voltagem do motor. Para verificar a potência absorvida utilize a fórmula abaixo: kW IU P = = 1000 cos3 U = Voltagem da rede I = amperagem medida a plena carga = porcentagem de rendimento do motor (verificar catálogo do fabricante) cos = fator de potência (verificar no catálogo do fabricante) Observação: e cos estão em função da potência instalada, conforme se pode verificar no catálogo do fabricante. Exemplo: Motor de 3,7 kW (5 CV) – 4 polos (1730rpm) funcionando em 220V e com amperagem 10A (aproximadamente 75% da nominal). Verificando no catálogo da WEG: Potência Carcaça Rpm Corrente nominal 220 v Corrente com rotor bloqueado Ip/In Conjugado nominal kgfm Conjugado com rotor bloqueado Cp/Cn Conjugado máximo Cmax/Cn Rendimento Fator pot. cos % da potência nominal CV kW 50 75 100 50 75 100 5,0 3,7 100L 1730 13,6 7,5 2,07 3,1 3,0 80,5 82,3 83,5 0,68 0,79 0,85 CVkWP 34,346,2 1000 79,0823,073,110220 →= = A maioria dos motores fornece um conjugado na partida até 3 vezes maior do que o nominal servindo para iniciar a partida de equipamentos com grande massa de inércia desde que não sejam muitas partidas por hora. 2 – Ou, em alguns casos, substituindo o acionamento motorizado por acionamento manual através do sistema descrito a seguir: Exemplo real: Rosca transportadora, acionada por um motor de 5,0CV e redutor de 1:27 que não movimenta a rosca nem mesmo com 80kg de material sendo que foi projetada para movimentar pelo menos 250kg. Dados da rosca Comprimento: 6m Diâmetro externo: 0,30m Passo: 0,25m Inclinação: 45° Rpm: 62 rpm Mancais em bronze fosforoso Material a ser transportado: Areia de quartzo Densidade do material: 2,0 ton/m³ Capacidade de transporte mínima desejada: 4 ton/h 44 Material necessário para o teste: Um tubo de aço com parede grossa e 1m de comprimento, um grifo de cano de tamanho adequado, um saco de 60kg para ser enchido com o próprio material e balança para mais de 100kg. Calculando o torque fornecido pelo motoredutor 𝑇2 = 716,2 ∗ 𝐶𝑉 𝑟𝑝𝑚 ∗ 𝜂 = 716,2 ∗ 5 62 ∗ 0,95 = 54,8𝑘𝑔𝑓𝑚 𝜂 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 Para substituir a força tangencial fornecida pelo motoredutor de 5,0CV, o peso necessário pendurado na ponta do tubo com comprimento C = 1m, deverá ter o valor de: 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑜 = 𝑇2 𝐶 = 54,8𝑘𝑔𝑓𝑚 1𝑚 = 54,8𝑘𝑔𝑓 Se dispõe somente de uma alavanca de 0,80m aumentar o peso para 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑜 = 𝑇2 𝐶 = 54,8𝑘𝑔𝑓𝑚 0,80𝑚 = 68𝑘𝑔𝑓 45 O resultado será válido para alavanca posicionada exatamente na horizontal. Para alavanca na posição inclinada em relação a horizontal, aumentar seu comprimento de acordo com os desenhos a seguir: Se, nas situações acima, o peso de 55kg movimentar com facilidade a rosca com o material, diminuir o peso para valores menores. Neste caso, poderá também ser diminuído o comprimento da alavanca. Dessa forma, verificar a potência realmente necessária para movimentar o material. Para calcular a potência do novo motoredutor utilizar a fórmula 𝑃 = 𝑝ê𝑠𝑜 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟. 𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎 ∗ 𝑟𝑝𝑚 716,2 ∗ 𝑟𝑒𝑛𝑑. 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 = 𝐶𝑉 Neste exemplo, após executado os testes acima e visto que um peso bem menor do que 50kgf movimentava a rosca,foi constatado que o motor não girava o equipamento porque não haviam ligado os fios corretamente na caixa de ligação. 46 ASSESSOTEC ASSESSORIA TECNICA EM ACIONAMENTOS José Luiz Fevereiro Cel. 011 9.9606.7789 e-mail: fevereirojl@gmail.com ACIONAMENTOS – MÉTODOS DE CÁLCUL0 CORREIA TRANSPORTADORA APOIADA SOBRE ROLETES. TRANSPORTADOR DE CORREIA PARA MATERIAIS A GRANEL Transportador Tekroll Para o cálculo da potência necessária para o acionamento de transportadores de correia apoiada sobre roletes, devemos conhecer as cargas que incidem sobre os roletes e seus rolamentos, como a força peso do material e da correia ao longo do transportador. Com esses dados podemos calcular a força de tração necessária para vencer as forças resistentes devidas aos atritos da correia rolando sobre os roletes e seus rolamentos e, quando for transportador em aclive, os valores referentes à elevação do material Para facilitar o entendimento vamos efetuar os cálculos usando o sistema técnico de medidas. Nos transportadores de correia para produtos a granel, normalmente, os dados de transporte são informados em toneladas por hora (t/h) e, o cálculo da força peso exercida pelo material (Gm) em toda extensão da correia em função da capacidade de transporte, é deduzido pela fórmula: kgf v TL Gm = = 60 1000 L = comprimento do transportador (m) T = toneladas por hora v = velocidade da correia (m/min) Forças de atrito geradas pela correia rolando sobre os roletes de apoio Podemos dividir as forças de atrito na parte superior e inferior da correia. Na parte superior o valor dessa força será em função, principalmente, do peso da carga adicionado ao peso da correia e do diâmetro do rolete e seu contato com a correia (f ) . O valor de f depende da maior ou menor tensão de estiramento da correia como se pode observar na figura acima, mas, para efeito de 47 cálculo, será admitido um valor mais alto, ou seja, 4mm. Para simplificação da fórmula, será considerado também o peso de todos os roletes do transportador. ( ) kgfG d fG G or b m =+ += 2 2 Fats Na parte inferior da correia, a forças de atrito serão geradas principalmente pelo peso da correia rolando sobre os roletes e sobre seus rolamentos ou, em alguns casos, atrito de escorregamento da correia diretamente sobre chapa de aço ou outro material. Os valores dos coeficientes de atrito estão listados numa tabela mais abaixo. kgfGb == Fati ou kgfG ob == Fati Gm = peso do material ao longo da correia (kgf) Gb – peso da correia (kgf) Gr – peso dos roletes (kgf) d = diâmetro dos roletes de apoio (mm) f = 4 mm = braço de alavanca da resistência ao rolamento entre correia e rolete. – coeficiente de atrito de escorregamento da correia de retorno sobre apoio o - coeficiente de atrito de rolamento da correia sobre os roletes Materiais em contato Coeficiente de atrito Atrito de rolamento o Roletes com rolamentos 0,01 Atrito de escorregamento Correia/UHMW 0,56 Correia de poliamida / aço 0,35 Correia de poliuretano /aço 0,36 Força para flexionar a correia em torno dos tambores de acionamento e retorno. No cálculo da CEMA - Associação Americana dos Fabricantes de Transportadores- é admitido 41kg para os dois tambores considerando correia de largura 84 polegadas. Então podemos considerar que, para correias de menor largura, a força deve ser diminuída proporcionalmente. kgfB B === 49,0 84 41 Ffl B – Largura da correia em polegadas Forças adicionais Se fazem parte do sistema, devem ser somadas as forças resistentes devidas a outros componentes kgf=++= gutpraad F FFF Tremonha Guias laterais Roletes de apoio Tambor de retorno Tambor de encosto Raspador Tambor de acionamento D 48 1 - Fra = Força para vencer atritos em cada raspador: kgfB == 4,1 Fra 2 - Ftp = Força para acionamento de cada tambor dos trippers conforme tabela a seguir: Larg.correia (polegada) 16 20 24 30 36 42 48 54 60 72 84 Ftp (kgf) 22,7 37,7 49,8 63,4 67,9 72,5 77 81,5 86,1 95,3 104,5 3 - Fgu = Força de atrito referente às guias laterais: kgfLBL gg =+= )92,8()004,0( F 2 gu Lg = comprimento das guias laterais (m) B– Largura da correia em polegadas Cálculo da força de tração 1 - Para transportador horizontal: kgfFFFFF adflatiatst =+++= Cálculo simplificado da força de tração. Fórmula prática para determinar a força de tração em transportadores horizontais, baseada num coeficiente de atrito em função do comprimento. kgfFCGGGF adrbmt =+++= )( O valor de C é obtido na tabela a seguir COEFICIENTE C PARA CORREIA APOIADA SOBRE ROLETES Compr.(m) Até 5 5-15 15-30 30-60 60-90 90-120 120-150 150-200 C 0,13 0,12 0,08 0,055 0,045 0,035 0,032 0,03 2 - Para transportador em aclive: A força para elevar o material a uma altura H é deduzida pela fórmula kgf L H Gm == Fe Então a força de tração para transportador em aclive kgf L H GFFFFF madflatiatst =++++= H – altura de elevação ou desnível (m) L – comprimento do transportador – distância entre centro dos tambores (m) d– diâmetro dos roletes(mm) Para transportadores com muita carga, alta velocidade e muitas partidas por hora, é bom verificar a FORÇA DE ACELERAÇÃO das massas em movimento através das fórmulas: kgf t vG F a a = = 81,960 Fa = força de aceleração G = peso total = Gm + Gb +Gr v = velocidade da correia (m/min) ta = tempo de aceleração. A maioria dos motores admite até 6s para acelerar quando há poucas partidas por hora. 49 Para calcular o momento de torção requerido no eixo do tambor de acionamento: ( ) kgfm D FFM ta = += 10002 D = diâmetro do tambor de acionamento (mm) Calculando a rotação por minuto no eixo do tambor. rpm D v n = = 1000 v = velocidade da correia (m/min) D = diâmetro do tambor de acionamento (mm) Definido o torque e a rotação já pode ser selecionado o redutor e o acoplamento de ligação entre os eixos do redutor e do tambor. Caso o redutor esteja acoplado direto ao eixo do tambor, multiplicar o momento de torção M pelo fator de serviço e escolher o redutor pelo torque de saída. Se houver redução por engrenagens e corrente entre os eixos do redutor e do tambor dividir o torque M pela relação de transmissão das engrenagens. Para o cálculo da potência requerida de acionamento no eixo de entrada do redutor /eixo do motor utilizar as fórmulas: a - A partir do torque e da rpm do tambor: CV nM P = = 2,716 → Para obter a potência em kW multiplicar o valor por 0,736 b - A partir de Fa + Ft e da velocidade de transporte: ( ) CV vFF P ta = + = 7560 → Para obter a potência em kW multiplicar o valor por 0,736 P = potência requerida de acionamento – potência mínima do motor M = momento de torção requerido no eixo do tambor n = rpm no eixo do tambor de acionamento = rendimento do redutor v = velocidade
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