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DA FUNDAMENTOS BIBLIOTECONOMIA AULA 7 Ciência da Informação II Abertura Olá! Todos os campos do conhecimento sempre estiveram intrinsecamente ligados a uma infinidade de dados. Com o aumento do número de informações na internet, fenômeno que ocorreu no final da década de noventa e início do século XXI, foi necessário o desenvolvimento de diversos métodos para a análise e organização de grandes quantidades de informação. Vamos continuar, nesta aula, nossos estudos sobre ciência da informação. BONS ESTUDOS! Referencial Teórico A Ciência da Informação tem o objetivo de analisar o processo de informação desde a sua formação até o processo em que os dados são transformados em conhecimento. Faça a leitura do trecho selecionado para esta aula e, ao final, você estará apto a: • Compreender a museologia. • Entender a importância da arquivologia e suas subdivisões. • Conhecer as áreas afins da Biblioteconomia. BOA LEITURA! 70 Conteúdos • Ciência da Informação e interdisciplinaridade. • Arquivologia e Museologia. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - PARTE II 79 2.3. A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO A principal característica da Ciência da Informação é sua interdisciplinaridade, o que favorece a reflexão de problemas de várias áreas. Para Capurro (2003) a Ciência da Informação teria duas raí- zes: a Biblioteconomia clássica (em termos mais gerais, os estu- dos relacionados com a transmissão de mensagens) e a compu- tação digital. As raízes da Ciência da Informação também estão na separação entre Documentação/Bibliografia e recuperação da informação. O autor também destaca que o termo "documentação" foi substituído ao longo do tempo por "informação" no nome das entidades profissionais, das escolas de Documentação e Biblio- teconomia e dos estudos produzidos. Tal mudança terminológica trouxe implicações teóricas e práticas, inclusive negativas. Em síntese, a Ciência da Informação é uma ciência social cujo objeto é a informação, tendo seu início no campo da infor- mação científica e tecnológica, passando a atuar também nos campos educacionais, sociais e culturais. Apresenta interfaces com Biblioteconomia, Ciência da Computação, Ciência Cognitiva, Sociologia da Ciência e Comunicação, entre outras áreas. Outras abordagens sobre a constituição da Ciência da In- formação incluem ainda áreas do conhecimento como a Admi- nistração, que busca fornecer formas otimizadas para a operação do fluxo da informação registrada, e a Editoração, na produção de documentos impressos e eletrônicos. Também podem ser ci- tadas Linguística, Lógica, Psicologia, Estatística e Economia. 80 Os termos information science e information retrieval fo- ram adotados para substituir o antigo termo documentation. Assim entendemos a Ciência da Informação, como a aplicação de áreas especializadas, como arquivos, bibliotecas e serviços de informação corporativa, nas quais as bases teóricas da Bibliote- conomia e da Documentação estão relacionadas às da Ciência da Informação. Dentre as abordagens mais consistentes sobre Ciência da Informação está a de Saracevic (1996). Saracevic é um teórico de produção relevante no campo da Comunicação. Ele considera como objeto da Ciência da Infor- mação tanto o comportamento, as propriedades e os efeitos da informação em todas as suas facetas, quanto os vários processos da comunicação que afetam e são afetados pelo homem. De acordo com ele, a Ciência da Informação estuda: 1) a dinâmica e a estática do conhecimento, ou seja, suas fontes, organização, criação, dispersão, distribuição, utilização, expressão bibliográfica e obsolescência; 2) os aspectos comunicacionais relacionados ao homem enquanto produtor e usuário de informação; 3) os problemas da representação simbólica da informa- ção, como na classificação e indexação; 4) e, por extensão, o funcionamento de sistemas de in- formação como as bibliotecas e os serviços de armaze- nagem, recuperação e processamento de dados. Para Mendonça (2000), o campo da construção teórica da Ciência da Informação está situado entre o tecnológico e o humano, pois os avanços tecnológicos afetam o conceito e o 81 uso da informação, que por sua vez influem na estruturação do conhecimento. 2.4. MUSEOLOGIA E ARQUIVOLOGIA NO BRASIL Biblioteca, arquivo e museu são as três principais institui- ções coletoras de cultura. Tais instituições são conhecidas pela expressão "3 Marias" (SMIT, 2012), com a finalidade de chamar a atenção tanto para a irmandade que as une como para os mú- tuos desconhecimentos. Segundo Smit, as três irmãs ignoram-se em boa parte, o que contribui para sua falta de visibilidade social e retarda ou impede operações colaborativas. Os desafios que envolvem todas atualmente diante dos documentos audiovisuais e eletrônicos mostram claramente os problemas acarretados pela mútua ignorância. As novas representações informacionais como sites, blogs, repertórios e bases de dados, quando permeadas de qualidade (e confiabilidade), atualizam a questão, pois geralmente inte- gram escrita, iconografia, som, gráficos e filmes, e não se enqua- dram na clássica distinção entre as três irmãs. 82 Museologia Na Museologia, a informação é o eixo das ações museoló- gicas (BRUNO, 2010) e não necessariamente da Museologia en- quanto disciplina. Tal distinção é extremamente importante, pois nos ajuda a compreender a diferença entre a abordagem da informação feita pelos profissionais da Museologia e pelos da Ciência da Informação. Ainda é muito comum encontrarmos publicações que de- finem a Museologia apenas a partir do museu. Esse tipo de de- finição costuma traçar uma espécie de genealogia dos museus e apontar, para cada época, um perfil de museologia (ARAÚJO, 2012). De fato, não se pode separar a experiência histórica dos museus da constituição do campo da Museologia. No Brasil, um campo mais ou menos homogêneo compon- do o contexto teórico e o prático (de maneira ampla) criou-se a partir da profissionalização da Museologia, que se consolidou pela criação dos cursos de graduação junto a universidades e pe- las leis de regulamentação da profissão. Confira a seguir uma citação da lei que regulamenta o exer- cício da profissão de museólogo no Brasil, sendo tal exercício privativo: I – dos diplomados em Bacharelado ou Licenciatura Plena em Museologia, por cursos ou escolas reconhecidos pelo Ministé- rio da Educação e Cultura; II – dos diplomados em Mestrado e Doutorado em Museologia, por cursos ou escolas devidamente reconhecidos pelo Ministé- rio da Educação e Cultura; III – dos diplomados em Museologia por escolas estrangei- ras reconhecidas pelas leis do país de origem, cujos títulos 83 tenham sido revalidados no Brasil, na forma da legislação; IV – dos diplomados em outros cursos de nível superior que, na data desta Lei, contem pelo menos 5 (cinco) anos de exercício de atividades técnicas de Museologia, devidamente comprova- dos. Parágrafo único. A comprovação a que se refere o inciso IV deverá ser feita no prazo de 3 (três) anos a contar da vigência desta Lei, perante os Conselhos Regionais de Museologia, aos quais compete decidir sobre a sua validade (BRASIL, 1984). Candido (2013) estrutura a Museologia nas seguintes áreas, delimitando-a: Museologia Geral (inclui Teoria Museológi- ca, História dos Museus, Administração de Museus), Museologia Especial (inclui os diversos textos e contextos museológicos) e Museologia Aplicada. Ao tratar da informação no museu devemos retomar a já citada afirmação: "a informação é o eixo central das ações mu- seológicas" (BRUNO, 2010, p. 171), ou seja, muito do que faz o museu está relacionado à informação. Dessa maneira, os museus elaboram novas informações com base no estudo de seus acervos, desenvolvem distintos pro- cedimentos técnicos para a preservação, salvaguarda e comuni- cação dos suportes da informação e, partindo de sua historici- dade, geram novos indicadores documentais, que, por sua vez, também se constituem em meiosde informação (BRUNO, 2010). A título de exemplo pode-se observar que a história dos museus é muito influenciada até a década de 1950 pelas ideias de "poder" ou do "belo". Tornavam-se peças de museu objetos relacionados a pessoas ou situações historicamente importantes (caneta empregada na assinatura do tratado de paz, pente utili- zado pela rainha, brinquedo que foi do príncipe, baixela de prata utilizada pelo senhor de engenho etc.). 84 Mais recentemente a Museologia inclui outras variáveis: os brinquedos utilizados pelas crianças da classe baixa, os vasos de flor feitos a partir de latas de óleo ou o martelo utilizado pelos operários de determinada fábrica. Assiste-se assim a uma mu- dança de critérios do que é "informacional". Arquivologia Na teoria arquivística, todo documento produzido ou rece- bido carrega poder informacional. Atualmente, com o desenvol- vimento da tecnologia da informação, a produção de documen- tos arquivísticos transformou-se por completo. A partir do final do século 20, o aumento da massa docu- mental e as novas formas de produção de documentos (advindas das tecnologias de informação e que vêm influenciando a Arqui- vística) têm feito os profissionais da área a repensar os conceitos e princípios arquivísticos. Assim, delineia-se melhor os objetivos e objetos de estu- do da Arquivologia, firmando-se enquanto área. Os primórdios da Arquivologia datam do século 16, quando rotinas da profis- são começam a ser desenvolvidas e regulamentadas (FONSECA, 2005). Assim, a Ciência da Informação posiciona-se como grande área que abarca as demais, buscando garantir que a informação institucionalizada e registrada tenha condições de ser acessada e disseminada de modo rápido e eficaz. Nessa conjuntura, a Arquivística tem a finalidade de estudar os processos em que se produz, organiza e utiliza a informação. As outras disciplinas colocam em prática esses procedimentos. 85 Para entender melhor os períodos da Arquivística, Schmidt (2012) elaborou o seguinte quadro: • Arquivologia clássica ou tradicional: a fase de confec- ção de manuais; • Arquivologia moderna: divide-se em records and archi- ves, records management e sistemas de séries; • Arquivologia contemporânea: divide-se em records continuum, pós-custodial, arquivística integrada, arqui- vística funcional ou pós-moderna, diplomática arquivís- tica ou contemporânea e estudos sobre tipologia docu- mental e identificação. A Arquivística pós-custodial tem como principais represen- tantes os portugueses Armando Malheiros da Silva e Fernanda Ribeiro. Eles entendem a Arquivologia como uma disciplina inse- rida em uma ciência maior, a Ciência da Informação, que abrange também outras disciplinas como a Biblioteconomia. Schmidt (2012) acredita que na perspectiva informacional pós-custodial podemos constituir um paradigma científico para o campo arquivístico. Essa visão contraria as antigas atribuições custodiais, patrimonialistas e tecnicistas, preocupando-se mais com os pontos científicos e com o acesso a informação do que com a custódia ou guarda dos documentos. Outra questão, bem diferente, diz respeito à ênfase, perce- bida na literatura arquivística, quando esta assume que não há seleção e que todo documento produzido ou recebido por uma instituição deverá ser encaminhado ao arquivo. A referida afirmação procede para quase todos os casos, mas sempre há documentos que – produzidos ou recebidos – não acabam adquirindo estatuto arquivístico, por exemplo: mala 86 direta recebida; documentos menores; controles internos, que normalmente nem são conhecidos da instituição; minutas de do- cumentos descartados (mas que, caso preservados, permitiriam analisar opiniões divergentes no encaminhamento de determi- nado tema). Portfólio ATIVIDADE Partindo do princípio de que o homem sempre aspirou desenvolver meios que permitissem reunir e disponibilizar informações, descreva os paradigmas que alicerçam a construção do conhecimento em Ciência da Informação. OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado. OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado. Pesquisa AUTOESTUDO Arquivologia - Conceitos Fundamentais https://www.youtube.com/watch?v=km6CUoEl7OY O Museólogo e a Museologia - Profissões - Gildo dos Santos https://www.youtube.com/watch?v=Tj5hsynosoc Assista aos vídeos selecionados para esta pesquisa e elabore um quadro colocando as principais características das profissões de Arquivologista e Museólogo. N
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