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SÉRIE A. CONTEÚDO QUE ENVOLVE. Livros-texto diferentes de tudo que você já viu, criados a partir de pesquisas feitas com um só objetivo: descobrir a melhor forma de despertar o interesse e envolver os estudantes com o conteúdo. A Série A é uma solução inovadora, que quebra paradigmas e melhora o processo de aprendizado. Estude com um livro diferente de tudo que você já viu. GREWAL | LEVY 4ª ED. GREW AL | LEVY MARKETING www.grupoa.com.br Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 G841m Grewal, Dhruv. Marketing [recurso eletrônico] / Dhruv Grewal, Michael Levy ; tradução: Beth Honorato. – 4. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-8055-551-6 1. Administração - Marketing. I. Levy, Michael. II. Título. CDU 658.8 Capítulo 7 Marketing B2B OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Após a leitura deste capítulo, você estará apto a: OA 7.1 Descrever como as empresas B2B segmentam seus mercados. OA 7.2 Relacionar as etapas do processo de compra B2B. OA 7.3 Identificar os papéis dentro do centro de compras. OA 7.4 Descrever os diferentes tipos de cultura organizacional. OA 7.5 Detalhar diferentes situações de compra. Se você é como a maioria das pessoas, o jeans é uma peça básica em seu guarda-roupa. Entretanto, quando você veste uma calça, provavelmente não se pergunta onde ela foi fabricada, quanto tecido foi utili- zado ou que impacto ela tem sobre o ambiente. Contudo, para a Levi Strauss & Co., um dos nomes mais antigos em matéria de jeans, essas perguntas são importantes para a sobrevivência a longo prazo da empresa.1 Mais especificamente, a Levi’s é uma grande con- sumidora de algodão: Uma única calça de seu jeans 501 usa em torno de 900 gramas de algodão,2 e a vasta maio- ria de todos os produtos da Levi’s é feita de algodão. O algodão precisa de água para crescer, e o jeans exige água durante todo o seu ciclo de vida, seja no proces- so de lavagem para amaciamento ou na lavanderia. No momento em que sua calça jeans mais nova chegar ao fim de seu ciclo de vida, terá gasto quase 3.500 litros de água.3 Há uma década, esse consumo de água não era preocupante. Mas alterações nos padrões de chuva provocadas por mudanças climáticas globais estão vin- culando diretamente o futuro da Levi’s à água: menos água significa menos umidade para as plantações de algodão e menos algodão significa que a Levi’s terá de incorporar mais sintéticos a suas roupas – uma mudança significativa para a marca – ou pagar mais por matérias- -primas escassas. Se a empresa pagar mais, os preços mais altos serão repassados aos clientes, possivelmente fazendo com que partidários da Levi’s mudem para ou- tras marcas. Uma terceira alternativa, reduzir o custo de matéria-prima de outras peças, como botões e zíperes, afeta tanto a marca quanto seus padrões de qualidade, embora isso possa ajudar a controlar o custo repassado aos consumidores. Para abordar essas dificuldades, a Levi’s está traba- lhando com os fornecedores para implementar um pro- 144 Módulo 2 | Compreensão do Mercado cesso de consumo de água e outras práticas ambientais mais sustentáveis, bem como práticas mais responsáveis com relação aos trabalhadores de toda a sua cadeia de suprimento. Essas parcerias são difíceis de instigar e supervisionar porque o algodão é cultivado em mais de 100 países, principalmente em pequenas propriedades agrícolas familiares.4 Há mais de 20 anos, a Levi’s deu seu A Levi’s trabalha com seus fornecedores para implementar o uso sustentável de água na produção de seus jeans. O que diferencia uma transação B2B e uma transação B2C não é o bem ou serviço em si; na verdade, é o usuário final daquele bem ou serviço. ticidas. Em um dos estudos, conduzido em uma propriedade rural na Índia, plantações de algodão que utilizavam um novo sistema de irrigação gota a gota eram mais altas e tinham mais flores do que aquelas que usa- vam métodos tradicionais. O sistema de irri- gação por gotejamento diminuiu o consumo de água em 70% e encurtou o uso de ele- tricidade do sistema de três dias para três horas. Além disso, distribuía os fertilizantes de maneira mais uniforme. Perante tais re- sultados, a Levi Strauss, IKEA e adidas con- cordaram em establecer metas agressivas para aumentar a quantidade desse algodão de melhor qualidade em seus produtos. Adicionalmente, a Levi Strauss introduziu uma linha de brim lavado que não usa água. Em conjunto com outros membros do setor de ves- tuário e fabricantes de roupas para atividades ao ar livre, como Target, Nike, Patagonia e REI, a Levi’s adotou uma ferramenta de software, the Eco Index, que ajuda os fa- primeiro passo ao criar o código de conduta Termos de Envolvimento, que deixa claro o que a empresa exige de seus parceiros comerciais com relação a práticas sociais, éticas, legais e ambientais e padrões empregatícios. Esse acordo cobre questões como idade de trabalho, saúde e segurança, mão de obra infantil, salários, benefícios e práticas disciplinares.5 Além disso, a empresa formou uma parceria com outras grandes consumidoras de algodão, como IKEA, adidas e The Gap; com organizações ambientais como a Federação Mundial da Vida Selvagem; e com uma as- sociação do setor de algodão para estudar práticas de cultivo que diminuam o consumo de água e o uso de pes- bricantes de roupas a determinar o impacto ambiental e humano de seus produtos.6 Essas iniciativas vão além do consumo de água e incluem todas as etapas do ciclo de vida das peças de roupa – da produção de matéria-prima ao descarte – e ajudam as empresas a tomar decisões da forma mais responsável possível ao selecionar fornece- dores e distribuir seus artigos. Seja trabalhando com pequenos proprietários rurais em outros países ou com varejistas importantes nos Es- tados Unidos, as iniciativas da Levi’s para ser uma consu- midora responsável têm uma coisa em comum: envolvem relacionamentos B2B entre as empresas. � Capítulo 7 | Marketing B2B 145 Marketing empresa–empresa (B2B) é o processo de compra e venda de produtos ou serviços a serem usados na produção de outros bens e serviços para consumo da orga- nização compradora ou revenda por atacadistas e varejistas. Assim sendo, em uma transação B2B típica, os fabricantes (p.ex., Levi’s, Siemens, IBM, Ford) vendem produtos aos ata- cadistas, que, por sua vez, os vendem aos varejistas. As tran- sações B2B podem envolver também empresas de serviços (p.ex., UPS, Oracle, Accenture), que vendem seus serviços a outras empresas, mas não ao consumidor final (p.ex., você). O que distingue uma transação B2B e B2C não é o bem ou serviço em si; na verdade, é o usuário final daquele bem ou serviço. Outra diferença importante é que as transações B2B tendem a ser mais complexas e envolvem vários membros tanto da organização compradora (p.ex., compradores, equi- pe de marketing, desenvolvedores de produtos) quanto da organização vendedora (p.ex., vendedores, P&D, equipe de suporte), ao passo que o B2C com frequência envolve uma transação simples entre o varejista e o consumidor final. A demanda por vendas B2B muitas vezes deriva das vendas B2C na mesma cadeia de suprimento. Mais especifi- camente, a demanda derivada é o vínculo entre a deman- da do consumidor pelo produto de uma empresa e a compra feita pela empresa dos insumos necessários para fabricar ou montar esse produto específico. Por exemplo, se mais clien- tes desejarem comprar grampeadores (uma transação B2C), a empresa que os fabrica precisará comprar mais metal de seu fornecedor para fazer uma quantidade adicional (uma tran- sação B2B). De modo semelhante às organizações que vendem di- retamente aos consumidores finais, em transações B2C, as empresas B2B preocupam-se em atender a tipos específicos de mercados de clientes ao criar valor para esses clientes. 7 Por exemplo, a Intel cria e fabrica processadores que são fundamentaispara a velocidade de inúmeros computado- res modernos vendidos pela Dell ou Compaq, bem como para televisores inteligentes com a marca Sony e, no futuro, telefones Android comercializados pela empresa Google. 8 Assim como as empresas B2C, várias empresas B2B con- sideram mais produtivo concentrar suas iniciativas em se- tores ou segmentos de mercado essenciais. A Siemens, por exemplo, identificou setores essenciais, como saúde, ener- gia, tecnologia e software, que podem se beneficiar de seu know-how. Em vista de sua liderança de mercado na área de tratamento de água, a Siemens oferece uma tecnologia que possibilita a seus clientes, corporativos ou cívicos, for- necer abastecimento de água de emergência, instituir pro- cessos de tratamento de água e adotar sistemas de reutili- zação de água. 9 Neste capítulo, examinaremos os diferentes tipos de mercado B2B e o processo de compra B2B, atentando para como ele difere do processo de compra B2C, discutido no Capítulo 6. Vários fatores influenciam o processo de compra B2B, e também serão analisados. marketing empresa– empresa (B2B) Processo de compra e venda de produtos ou serviços a serem usados na produção de outros bens e serviços para consumo da organização compradora ou revenda por atacadistas e varejistas. demanda derivada Vínculo entre a demanda do consumidor pelo produto de uma empresa e a compra dos insumos necessários para fabricar ou montar esse produto específico. A Siemens atende a vários mercados B2B. 146 Módulo 2 | Compreensão do Mercado OA 7.1 Descreva como as empresas B2B segmentam seus mercados. MERCADOS B2B As transações B2B mais visíveis são aquelas em que fabri- cantes e fornecedores de serviços vendem a outras empre- sas. Entretanto, os revendedores, as instituições e os gover- nos também podem se envolver em transações B2B. Por isso, nas seções seguintes, descreveremos cada uma dessas organizações B2B (consulte a Figura 7.1). Fabricantes e fornecedores de serviços Os fabricantes compram as matérias-primas, componentes e peças que lhes permitem fabricar e comercializar produ- tos e serviços de apoio. Por exemplo, o Grupo Volkswagen, com sede na Alemanha e maior fabricante de automóveis na Europa, é proprietário e distribui as marcas Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, Seat, Skoda, Scania VW e VW Com- mercial Vehicles. 10 Embora antigamente seus agentes despen- dessem 70% do tempo procurando, analisando, validando e encaminhando informações sobre peças e componentes, hoje eles podem usar o VWSupplyGroup. com para se comunicar com os forne- cedores durante qualquer transação, de aquisição a logística. O sistema do Grupo VW é usado por 45.600 for- necedores, que, em 2010, estavam en- volvidos em transações no valor de 2,13 bilhões de euros (em torno de US$ 3 bilhões). 11 Os agentes de com- pras recebem descrições on-line sobre os produtos diretamente dos fornece- dores, o que significa que os processos de busca que costumavam levar duas horas agora exigem cerca de nove minutos. Os usuários desse sistema recebem alertas sobre faltas de estoque de peças iminentes e, portanto, podem se concentrar em serem eficientes, em vez de perder tempo com burocracia. A IBM forneceu os serviços de consultoria necessários para projetar o sistema do Grupo Volkswagen. Essa empresa, que um dia foi um dos principais fabricantes de computado- res e de produtos correlatos, agora gera mais de 90% de seus lucros a partir de software, consultoria e financiamento de empresas – todas elas consideradas serviços. Como o Grupo Volkswagen, ela necessita de inúmeros produtos e serviços B2B para sustentar esses empreendimentos. Por exemplo, as companhias aéreas que os consultores e fornecedors de ser- viços da IBM usam para viajar ao redor do mundo também utilizam um mix de produtos, como aviões e combusível, bem como serviços de consultoria, jurídicos e outros. Revendedores Revendedores são intermediários de marketing que reven- dem produtos fabricados sem alterar significantemente sua forma. Por exemplo, atacadistas e distribuidores com- pram produtos da Xerox e os vendem a varejistas (transação B2B), que então os revendem ao consumidor final (transação B2C). Porém, esses varejistas podem comprar diretamente da Xerox. Portanto, os atacadistas, distribuidores e varejistas são revendedores. Os varejistas representam revendedores e participam de transações B2B quando adquirem mercado- rias e utensílios para suas lojas, fazem investimentos de capi- tal, alugam pontos e realizam operações financeiras. revendedores Intermediários de marketing que revendem produtos fabricados sem alterar significantemente sua forma. atacadistas Empresas envolvidas com a compra, a posse legal (com frequência por meio de armazenamento), e o processamento físico dos produtos, em grandes quantidades, além da revenda desses produtos (normalmente em quantidades menores) a varejistas ou usuários industriais ou empresariais. distribuidores Tipo de revendedor ou intermediário de marketing que revende produtos manufaturados sem alterar significativamente sua forma. Normalmente os distribuidores compram dos fabricantes e vendem a outras empresas – por exemplo, varejistas – em uma transação B2B. � FIGURA 7.1 Mercados B2B. Revendedores Fabricantes/ Fornecedores de serviços Governo Instituições Mercados B2B O grupo alemão Volkswagen contata seus fornecedores diretamente para adquirir componentes e peças para seus carros, como o Bentley. Capítulo 7 | Marketing B2B 147 Instituições As instituições, como hospitais, organizações educacionais e organizações religiosas, também compram bens e serviços de todos os tipos. Um sistema de escolas públicas, por exemplo, pode ter um orçamento anual de US$ 40 milhões apenas para livros-texto, o que lhe confere um poder de compra signifi- cativo e lhe possibilita aproveitar descontos sobre grandes quantidades. Entretanto, se cada escola tomar suas próprias decisões de compra, o sistema como um todo não consegue alavancar seu poder de compra conjunto. As instituições pú- blicas também se envolvem em relacio- namentos B2B para satisfazer suas necessidades de construção, equipamentos, suprimentos, alimentos e serviços de zelado- ria. Por exemplo, tal como “Marketing social e móvel 7.1” res- salta, os iPads desempenham um papel crescente em institui- ções educacionais e empresas, o que indica que as instituições precisam começar a tomar decisões de compra também sobre esse produto. Governo Na maioria dos países, o governo federal tende a ser um dos maiores compradores de bens e serviços. Por exemplo, o go- verno federal americano gasta em torno de US$ 3,7 trilhões anualmente na aquisição de bens e serviços. 18 Se adicionarmos a quantia que os governos estaduais e municipais gastam, esses 7.1 Os iPads vão trabalhar Desde seu lançamento em 2010, o uso de iPads para jogos, acesso on-line, música, vídeos e e-mails se disseminou velozmente. Executi- vos e educadores versados em tecnologia também perceberam van- tagens nesses dispositivos que poderiam torná-los úteis no trabalho, bem como em atividades de lazer. Tablets pesam menos e custam menos do que notebooks. Fazer upload de livros eletrônicos é mais moderno e menos caro do que utilizar livros-texto físicos.12 E tanto na sala de aula quando no ambiente de trabalho o uso de iPads estende a adoção entusiástica da tecnologia que já ocorre naturalmente nos contextos sociais. Esses dispositivos, como os educadores constataram, vão além da distribuição de conteúdos de curso porque poupam recursos adicionais para as escolas e agregam valor para os alunos. Os alunos podem assis- tir a vídeos ou tutoriais, fazer anotações, ou usar programas interativos que demonstram determinadas habilidades. Eles podem rolar sem es- forço entre documentos ou textos para chegar a uma seção pertinente ao conteúdo em pautana sala de aula. Os alunos de meio período e a distância podem se comunicar prontamente com seus colegas e pos- sivelmente intensificar a colaboração e a aprendizagem em equipe.13 Aprendizes visuais, crianças com distúrbios do espectro do autismo ou deficiências de aprendizado e alunos que cresceram utilizando disposi- tivos eletrônicos em várias facetas da vida podem se beneficiar da na- tureza interativa dos iPads. E todos os alunos se beneficiam quando se sentem confortáveis com a tecnologia, um conjunto de habilidades vital na força de trabalho do futuro. O iPad está encontrando fãs também no ambiente de trabalho. Executivos, funcionários administrativos e clientes em empresas tão diversas quanto Wells Fargo Bank, desenvolvedora de software de gestão empresarial SAP, e Mercedes-Benz, da Daimler, adotaram esse dispositivo. Os pilotos de avião começaram a substituir os fi- chários cheios de manuais de voo, gráficos de navegação e outros conteúdos pelo iPad.14 A Siemens Energy equipou alguns de seus téc- nicos de manutenção de turbinas eólicas com iPads para que tenham acesso conveniente a manuais, checklists e câmeras, mesmo do alto de uma torre de 100 metros. Por isso, a Apple, fabricante do iPad, afirma que 80% das empresas da Fortune 100 estão usando o iPad ou lançaram projetos piloto para experimentá-lo.15 Seja em sala de aula ou no ambiente de trabalho, os iPads tam- bém têm desvantagens. As escolas podem economizar dinheiro em relação aos custos dos livros-texto, mas precisarão de recursos para reparos e infraestrutura de conexão sem fio. Os tablets podem for- talecer a aprendizagem, mas não podem substituir professores nem interações entre colegas. Usários acadêmicos e empresariais acham que o teclado virtual é difícil para redigir textos mais longos, compar- tilhar aplicativos é trabalhoso e a multitarefa é impossível. Algumas empresas estão sendo dissuadidas pelas violações de segurança do iPad; outras rejeitam o foco tradicional da Apple no mercado de con- sumo, com frequência à custa das vendas empresariais.16 Não obs- tante essas dificuldades, o iPad ganhou uma posição extremamente segura na sala de aula e no ambiente de trabalho.17 Marketing social e móvel Oitenta por cento das empresas da Fortune 100 estão usando o iPad ou lançaram projetos piloto para experimentá-lo. 148 Módulo 2 | Compreensão do Mercado números atingem proporções descomunais. Especificamente, com seus gastos estimados de US$ 526,6 bilhões para o ano fiscal de 2014, o Pentágono representa um poder que deve ser considerado, 19 especialmente no que diz respeito aos fabricantes de equipamentos aeroespaciais e de defesa (A&D), alguns dos maiores fornecedores de produtos do Pen- tágono. A Policy Studies Inc. (PSI), por exemplo, oferece consultoria, tecnologia e serviços terceirizados a órgãos governamentais envolvidos com justiça criminal, saúde e servi- ços humanitários. Um dos serviços mais visíveis são seus programas de apoio a crianças para órgãos gover- namentais estaduais e municipais. 20 autoavaliação 1. Quais são os vários mercados B2B? a OA 7.2 Relacione as etapas do processo de compra B2B. O PROCESSO DE COMPRA B2B O processo de compra B2B (Figura 7.2) é paralelo ao pro- cesso B2C, embora seja diferente em vários sentidos. Am- bos começam com o reconhecimento de uma necessidade, mas as etapas da busca de informações e da avaliação de alternativas são mais formais e estruturadas no processo B2B. Normalmente, os compradores B2B especificam suas necessidades por escrito e pedem aos fornecedores poten- ciais que submetam propostas formais, ao passo que as decisões de compra B2C geralmente são tomadas por in- divíduos ou famílias, e não precisam de propostas formais. Assim, para uma família comprar um tablet, basta ir a uma loja ou despender alguns minutos on-line e talvez realizar algumas pesquisas preliminares sobre o iPad e produtos concorrentes. Entretanto, para um distrito escolar comprar 1.000 tablets, precisa preencher formulários de requisição, aceitar propostas de fabricantes e obter aprovação para esse gasto. A decisão final fica por conta de um comitê, como é o caso para a maioria das decisões de compra B2B, e geralmente exige muita reflexão. Por último, nas situa- ções de compra B2C, os clientes avaliam sua decisão de compra e algumas vezes experimentam certa dissonância pós-compra. Entretanto, avaliações formais de desempenho do fornecedor e dos produtos vendidos geralmente não ocorrem como no cená- rio B2B. Vamos examinar todos os seis estágios no contexto de um distrito escolar que compra tablets para os alunos do ensino médio. Estágio 1: reconhecimento da necessidade No primeiro estágio do processo de compra B2B, a orga- nização de compra reconhece, por meio de fontes internas ou externas, que possui uma necessidade não satisfeita. O distrito escolar de Salt Lake City, Utah, deseja introduzir tablets em seus programas de recurso de ensino médio para ajudar os alunos a desenvolver uma cultura literária e habi- lidades correspondentes. Um grupo de educadores analisou publicações pedagógicas que descrevem que esses dispo- sitivos podem ajudar os alunos a aprender melhor pois os permite interagir diretamente com os conteúdos, em vez de requisição de propostas Processo por meio do qual as organizações de compra convidam fornecedores diferentes a fazerem ofertas para lhes fornecer os componentes requeridos. portal web Site cujo propósito é ser o principal ponto de partida para os usuários quando eles se conectam à internet. � FIGURA 7.2 Processo de compra B2B. Reconhecimento da necessidade Especificação do produto Processo de SDP Análise de proposta e seleção do fornecedor Especificação do pedido Avaliação de desempenho do fornecedor utilizando métricas As etapas da busca de informações e da avaliação de alternativas são mais formais e estruturadas no processo B2B. O governo americano gasta mais de US$ 5 bilhões por ano em equipamentos aeroespaciais e de defesa, de parafusos e porcas a este caça F-14 Tomcat. Capítulo 7 | Marketing B2B 149 apenas ouvir as informações ou vê-las na lousa. Utilizando essas informações, eles convenceram a diretoria da escola a fornecer os recursos financeiros necessários e estão prontos para adquirir 1.000 tablets. Estágio 2: especificação dos produtos Depois de reconhecer sua necessidade e considerar solu- ções alternativas, como notebooks, o distrito escolar redige uma lista de especificações possíveis que os vendedores de- vem utilizar para desenvolver sua proposta. As especifica- ções da escola incluem tamanho da tela, tempo de vida da bateria, velocidade do processador, forma de conexão com a internet e data de entrega. Além disso, o distrito solicitou que fossem pré-instalados vários aplicativos educacionais nos tablets, além da remoção de todos os demais e que todo tablet viesse com protetor de tela, cabo de energia, tecla- do e fones de ouvido. O distrito escolar solicitou também um contrato de manutenção e assistência de três anos que incluísse devolução em 24 horas de qualquer aparelho que fosse enviado para manutenção. Estágio 3: processo de SDP A solicitação de propostas (SDP), em inglês request for proposals (RFP), é um processo comum por meio do qual as organizações de compra convidam diferentes fornecedores a fazerem ofertas para lhes fornecer os componentes requeri- dos. A empresa que está comprando pode publicar sua SDP no site ou visitar portais web B2B ou informar diretamente seus fornecedores preferidos. 21 Como o distrito escolar citado não tem um fornecedor predileto, ele emite uma SDP e con- vida vários fornecedores de tablet, empresas de tecnologia e outras partes interessadas em apresentar uma oferta. Empresas menores talvez não tenham capacidade para atrair maior atenção para suas solicitações de proposta. Por isso elas podem procurarum portal web, site cujo propósi- to é ser o principal ponto de partida para os usuários quan- do eles se conectam à internet. Embora haja portais gené- ricos, como Yahoo ou MSN, parceiros B2B conectam-se a partir de portais especializados ou de nicho para participar de intercâmbios de informações e transações on-line. Esses intercâmbios ajudam a otimizar os processos de aquisição ou distribuição. Os portais podem oferecer economias de custo consideráveis porque eliminam as negociações perió- dicas e a papelada de rotina e são um meio para formar uma cadeia de suprimento que pode responder rapidamente às necessidades do comprador. Empresas de médio e de pequeno porte que procuram prestadores de serviços competentes podem usar também portais como o Guru.com, criado para ajudar profissionais autônomos a entrar em contato com empresas que preci- sam de seus serviços, sejam eles de design gráfico e dese- nhos animados ou de consultoria financeira e contábil. Atualmente, 724.000 profissionais têm suas ofertas registra- das nesse local de intercâmbio de serviços e mais de 30.000 empresas visitam regularmente o site para publicar ordens de serviço. Desse modo, o Guru.com agrega valor tanto às empresas quanto aos freelancers oferecendo não apenas um site para um descobrir o outro, mas também resolução de li- tígios, caução para pagamentos e um recurso para classificar a qualidade dos freelancers.22 Estágio 4: análise da proposta, negociação com o fornecedor e seleção A organização compradora, junto com seus principais to- madores de decisões, avalia todas as propostas recebidas em resposta à sua SDP. O distrito escolar, portanto, junto com a diretoria, representantes do sindicato dos professores e talvez pais interessados, analisa todas as propostas. Muitas empre- sas reduzem esse processo a alguns fornecedores, geralmente aqueles com os quais já têm um relacionamento, e discutem os principais termos da venda, como preço, qualidade, entrega e financiamento. Algumas empresas têm uma política que exi- ge a negociação com vários fornecedores, particularmente se o produto ou serviço for um componente ou aspecto funda- mental para seus negócios. Essa política mantém os fornece- dores em alerta; eles sabem que a empresa compradora sem- pre pode transferir uma parte maior de seus negócios para outro fornecedor se este oferecer melhores condições. O distrito escolar avalia propostas com base no nível de experiência que o fornecedor tem com tablets e tecnologias semelhantes porque deseja ter certeza de que seu investi- mento é confiável a curto prazo e suficientemente flexível para aceitar novos aplicativos ou atualizações. Além disso, O primeiro estágio no processo de decisão B2B é reconhecer que as escolas do ensino médio precisam comprar 1.000 tablets. EMBORA HAJA PORTAIS GENÉRICOS, COMO YAHOO OU MSN, PARCEIROS B2B CONECTAM-SE A PARTIR DE PORTAIS ESPECIALIZADOS OU DE NICHO PARA PARTICIPAR DE INTERCÂMBIOS DE INFORMAÇÕES E TRANSAÇÕES ON-LINE. 150 Módulo 2 | Compreensão do Mercado o distrito deseja ter certeza de que a tecnologia dos tablets se manterá compatível a mais longo prazo e não se tornará obsoleta. A capacidade do fornecedor de atender a essas es- pecificações também é importante porque, se a bateria pre- cisar ser recarregada no meio do dia, por exemplo, o aluno pode não ter acesso a uma tomada e, por isso, ficar atrás em relação a seus colegas. A situação financeira do fornecedor oferece igualmente uma indicação importante sobre se ele será capaz de se manter no mercado. Estágio 5: especificação do pedido No quinto estágio, a empresa faz seu pedido ao fornecedor (ou fornecedores) preferido(s). O pedido inclui uma des- crição detalhada dos produtos, preços, datas de entrega e, em alguns casos, multas se o pedido não for atendido no prazo. O fornecedor então deve enviar uma notificação de que recebeu o pedido e que o atenderá na data especificada. No caso dos tablets da escola, as condições sobre quando e como o fornecedor deve realizar qualquer manutenção preventiva; quem será a pessoa de contato para solucionar qualquer problema de entrega ou dos próprios aparelhos; e em quais circunstâncias o fornecedor deverá substituir um tablet que não estiver funcionando bem devem ser clara- mente expostas. Questões como manutenção e substituição são importantes para a escola porque ela não pode arcar com um estoque à mão de tablets suplementares. Estágio 6: avaliação de desempenho do fornecedor utilizando métricas Assim como no processo de compra do consumidor, as empresas analisam o desempenho dos fornecedores para tomar decisões sobre compras futuras. A diferença é que, no ambiente B2B, essa análise normalmente é mais formal e objetiva. Vejamos então como o distrito escolar poderia avaliar o desempenho do fornecedor dos tablets, com base na Figura 7.3, utilizando as seguintes métricas: entrega (em relação à data de entrega programada), qualidade, atendi- mento ao consumidor e resolução de problemas. 1. A equipe de compras desenvolve uma lista dos aspectos que acredita ser fundamental considerar na avaliação do fornece- dor. 2. Para determinar a importância de cada um desses aspectos (coluna 1), a equipe de compras atribui índice de importância a cada um (coluna 2). Quanto mais importante o aspecto, mais alta a pontuação recebida, mas os índices de importância de- vem somar 1. Nesse caso, a equipe de compras acredita que o atendimento ao cliente e a qualidade são mais importantes, ao passo que a resolução de problemas e entrega são, comparati- vamente, menos importantes. 3. Na terceira coluna, a equipe de compras atribui valores que re- fletem sua avaliação sobre o desempenho do fornecedor. Usan- do uma escala de 5 pontos, em que 1 é igual a um desempe- nho ruim e 5 é igual a um desempenho excelente, a equipe de compras conclui que o desempenho do fornecedor de tablets é muito bom em todas as questões, exceto em qualidade do produto. 4. Para calcular o índice de desempenho geral do fornecedor, na quarta coluna, a equipe multiplica a importância de cada aspecto pelo índice de desempenho do fornecedor. Como o fornecedor de tables teve um bom desempenho nas questões mais importantes, quando somamos as pontuações de impor- tância × desempenho na coluna 4, concluímos que a avalia- ção geral é muito boa – 4,2 em uma escala de 5 pontos. autoavaliação 1. Identifique os estágios no processo de compra B2B. 2. Como você realiza uma análise de fornecedor? a OA 7.3 Identifique os papéis dentro do centro de compras. CENTRO DE COMPRAS Na maioria das grandes organizações, geralmente várias pessoas são responsáveis pelas decisões de compra. Os membros do centro de compras abrangem desde funcio- nários com um papel formal nas decisões de compra (isto é, o departamento de compras ou aquisições), membros da equipe de projetos, que especificam matérias-primas ou equipamentos necessários, até os funcionários que usa- rão a nova máquina sendo solicitada. Todos esses funcio- nários provavelmente terão diferentes papéis no processo de compra, os quais os fornecedores precisam entender e adaptar às suas iniciativas de marketing e vendas. centro de compras Grupo que reúne as pessoas normalmente responsáveis pelas decisões de compra em grandes organizações. iniciador Participante do centro de compras que primeiro sugere a compra de um bem ou serviço específico. influenciador Participante do centro de compras cujas opiniões influenciam outros membros do grupo na decisão final. decisor Participante do centro de compras que definitivamente determina qualquer parte da decisão de compra ou toda ela – seja comprar, o que comprar, como comprar ou onde comprar. comprador Participante do centro de compras que lida com a papelada da compra em si. � FIGURA 7.3 Avaliando o desempenho de um fornecedor. (1) Questões- -chave (2) Índice de importância(3) Desempenho do fornecedor (4) Importância × desempenho (2) × (3) Atendimento ao cliente 0,40 5 2,0 Resolução de problemas 0,20 4 0,8 Entrega 0,10 5 0,5 Qualidade 0,30 3 0,9 Total 1,0 4,2 Capítulo 7 | Marketing B2B 151 Podemos categorizar seis papéis de compras diferentes em um centro de compras comum (consulte a Figura 7.4). Uma ou mais pessoas podem assumir determinado papel ou uma pessoa poderá assumir mais de um dos seguintes pa- péis: “(1) iniciador, aquele que inicialmente propõe a com- pra de um produto ou serviço específico; (2) influenciador, aquele cujos pontos de vista influenciam outros membros do centro de compras na tomada da decisão final; (3) deci- sor, a pessoa que realmente determina qualquer parte da decisão de compra ou toda ela – seja de comprar, o que comprar, como comprar e onde com- prar; (4) comprador, a pessoa que cui- da da papelada da compra em si; (5) usuário, a pessoa que consome ou usa o produto ou serviço; e (6) guardião, a pessoa que controla as informações ou o acesso (ou ambos), aos tomadores de decisões e influenciadores.” 23 Para mostrar como um centro de compras opera, considere as compras feitas por um hospital. Onde os hospi- tais adquirem as máquinas de raio X, seringas e comadres? Por que alguns procedimentos médicos são cobertos totalmente ou em parte pelo seguro enquanto outros não são? Por que seu médico pode recomendar um tipo de medicamento antialérgico em vez de outro? O iniciador – seu médico Quando você busca tratamento com sua médi- ca, ela inicia o processo de compra ao determinar os produtos e serviços mais adequados para sua doença ou ferimento. Por exemplo, digamos que você tenha caído de costas ao andar de skate e, ao tentar se segurar, arre- bentou o cotovelo. É necessário fazer uma cirurgia para resta- belecer a área afetada, o que exigirá a inserção de vários pinos para segurar os ossos. Sua médica notifica imediatamente o hospital para agendar um horário para o procedimento e es- pecifica a marca dos pinos necessários para sua cirurgia. O influenciador – o fornecedor do dispositivo médico, a farmácia Durante muitos anos sua médica usou pinos ElbowMed, cujo preço é um pouco mais alto. Essa mar- ca lhe foi apresentada pelo representante de vendas da empresa, que visitou o con- sultório e demonstrou que esses pinos eram bem supe- riores aos dos concorrentes. A médica reconheceu que a ElbowMed oferecia um bom valor. Munido de dados empíricos e estudos de caso, o re- presentante de vendas da empresa acabou influenciando a decisão de sua médica sobre usar o pino dessa marca. O decisor – o hospital Embora seu médico tenha solicitado pinos da marca ElbowMed, o hospital é o real responsável pela decisão de comprá-los ou não. Como o hospital fornece a sala de operações, os instrumentos e os suprimentos médi- cos, seus administradores precisam ponderar sobre uma va- riedade de fatores para determinar não apenas se os pinos ElbowMed são melhores para os pacientes, mas se seu custo é reembolsável pelas várias seguradoras. O comprador O verdadeiro comprador dos pinos prova- velmente será o gerente de suprimentos do hospital, res- ponsável pelas compras e por manter o estoque do hospital da maneira mais eficiente em termos de custo. Embora os pinos ElbowMed sejam específicos para o seu tipo de procedi- mento, outros itens, como gaze e suturas, podem ser comprados por meio de uma organização de compra em grupo, o que resulta em melhores preços em virtude do volume de compras. O usuário – o paciente Basicamente, o processo de compra para esse procedi- mento será em grande medida influen- ciado pelo usuário: você, aquele que quebrou o cotovelo. Se você não estiver tranquilo com relação ao procedimento ou tiver lido a respeito de procedimen- tos alternativos que lhe parecem melho- res, talvez conclua que os pinos Elbow- Med não são os mais adequados para o tratamento. O guardião – a empresa de segu- ros Sua seguradora acha que os pinos ElbowMed são muito caros e que ou- tros pinos apresentam resultados igual- mente eficazes e, portanto, recusa-se a reembolsar o hospital totalmente ou em parte pelos pinos. Como podemos perceber, a decisão de compra final deve levar em conta todos os participantes do centro de compras. “Dilema ético e social 7.1” examina a prática an- tiética, ilegal e internacional de influenciar influenciadores por meio de presentes caros e de pagamentos. OA 7.4 Descreva os diferentes tipos de cultura organizacional. � FIGURA 7.4 Os papéis no centro de compras. Centro de compras Influenciador Usuário Comprador Decisor Guardião Iniciador usuário A pessoa que consome ou usa o produto ou serviço comprado pelo centro de compras. guardião Participante do centro de compras que controla as informações ou o acesso aos tomadores de decisões e influenciadores. Do ponto de vista ético, que informações representantes de vendas farmacêuticos devem fornecer aos médicos? 152 Módulo 2 | Compreensão do Mercado Dilema ético e social 7.1 Parte do negócio ou suborno? Em algumas partes do mundo, aceitar dinhei- ro, oferecer presentes caros ou distribuir pagamentos a representantes governamen- tais ou empresariais para influenciar deci- sões comerciais é uma prática comercial aceitável.24 Contudo, nos Estados Unidos, tais práticas são consideradas antiéticas e ilegais. Como o mundo está se tornando uma economia mais global, a pressão para nive- lar o campo de jogo por meio da eliminação do suborno é crescente. Entretanto, países que tradicionalmente utilizavam suborno comercial defendem que a criminalização dessa atividade afetará negativamente sua capacidade de concorrer.25 Como executivos que conduzem negócios em nível internacio- nal reagem quando um comportamento que poderia lhes valer um contrato lucrativo em determinado país pode levá-los à prisão em outro? Sempre que as empresas cooperaram umas com as outras ou têm relação com o governo, existe oportunidade de suborno. Um presente extravagante ou um incentivo econômico pode significar um contrato lu- crativo para um empreiteiro. Uma troca de dinheiro confidencial entre um executivo e um funcionário público pode render um carro ao funcionário público e, ao mesmo tempo, possibilitar à empresa desse execu- tivo passar por cima de uma restrição que poderia impedir seu crescimento. Esses tipos de interação ocorrem a portas fecha- das e entre duas pessoas, mas podem ter repercussões significativas, como infraes- trutura, pontes e prédios inseguros, se ocor- rerem no contexto de grandes transações comerciais. Desse modo, cada vez mais as economias mundiais exigem o fim do suborno no exterior. Uma das táticas utilizadas é um relatório público da organização Transparência Internacional que compara os índices de corrupção de países e seto- res.26 Essa investigação revela tendências inesperadas, como evidências de que os subornos entre empresas são quase tão comuns quanto os subornos passados sor- rateiramente a funcionários públicos. Ao evidenciar esses setores empresariais ou países considerados os piores infratores, o Índice de Suborno também procura provo- car mudanças, seja por meio de constran- gimentos ou por repercussões econômicas, que levam as empresas a se recusar a con- duzir negócios em economias corruptas. Por fim, esse relatório dá destaque a sugestões para reduzir a corrupção e a incentivos de melhoria. O Índice de Suborno da Transparência Internacional de 2011, como sintetizado no gráfico a seguir, revela que todas 28 maio- res economias do mundo envolveram-se com suborno; a China e a Rússia eviden- ciaram-se como os países mais propensos a usar dinheiro e presentes para influenciar decisões. Embora esses números tenham permanecido relativamente iguais desde 2008, esses dois países recentemente co- meçaram a impor repercussões legais a empresas e indivíduosenvolvidos com su- borno comercial internacional. Esse relatório ressalta os resultados positivos da redução da corrupção: um levantamento empresarial conduzido na Europa constatou que dois terços dos en- trevistados acreditam que uma empresa com reputação de comportamento ético desfruta de vantagem comercial.27 Consta- tações desse tipo, associadas a uma maior transparência nas práticas comerciais, padrões internacionais anticorrupção, mo- nitoramento e imposição de políticas e leis comerciais anticorrupção e capacitação de informantes e denunciantes, podem tam- bém ajudar a reduzir os índices de suborno em nível internacional. Embora em algumas partes do mundo o suborno faça parte dos negócios, nos Estados Unidos é considerado antiético e ilegal. 10 8 6 4 2 0 9,08,07,57,06,56,0 8,5 Cingapura Hong Kong Alemanha EUA Austrália SuíçaFrançaEmirados Árabes Unidos Coreia do Sul África do Sul China Arábia Saudita Itália Brasil Turquia Rússia ÍndiaMéxico Indonésia Argentina Japão Grã-Bretanha Bélgica Espanha Canadá Holanda Ín d ic e d e p er ce p çã o d e co rr u p çã o , 2 01 1, 10 = m en o s co rr u p to Índice de pagadores de suborno, 2011, 10 = nunca se envolveu com suborno Níveis de corrupção percebidos por país e propensão das empresas a subornar 12 Fonte: © The Economist Newspaper Limited, London. Capítulo 7 | Marketing B2B 153 Cultura organizacional A cultura organizacional de uma empresa reflete o con- junto de valores, tradições e costumes que direcionam o comportamento de seus funcionários. Ela com frequência compreende um conjunto de diretrizes implícitas que os funcionários compartilham por meio de várias situações de trabalho. Por exemplo, os compradores do Walmart não têm permissão para aceitar nenhum presente de um fornecedor, por menor que seja, nem mesmo uma xícara de café. Essa regra evidencia sua cultura corporativa em geral: é uma em- presa de baixo custo cujos compradores devem fundamen- tar suas decisões somente nos méritos dos produtos e de seus fornecedores. A cultura organizacional pode ter grande influência so- bre as decisões de compra, e a cultura do centro de compras corporativo pode ser dividida em quatro tipos: autocrática, democrática, consultiva e de consenso, como mostrado na Figura 7.5. Saber qual cultura do centro de compras é pre- dominante em uma organização ajuda o vendedor a deci- dir como abordar um cliente específico, como e para quem entregar as informações pertinentes e para quem fazer as apresentações de vendas. Em um centro de compras au- tocrático, embora possa haver vários participantes, uma única pessoa toma a decisão, sendo que em um centro de compras democrático a maioria dita as regras. Os centros de compras consultivos têm uma pessoa para tomar a decisão, mas esta solicita a opinião de outras antes de fazê-lo. Por último, em um centro de compras de consenso, todos os membros devem chegar a um acordo coletivo em rela- ção a uma compra específica. 28 Culturas funcionam como enti- dades orgânicas e vivas que mudam e crescem do mesmo modo que as organi- zações. Dentro de algumas empresas, a cultura pode variar até mesmo de acordo com a geografia, divisão ou departamento funcional. Seja você um membro do centro de compras ou um fornecedor tentando vender para esse centro, é extremamen- te importante entender sua cultura e o papel dos principais participantes no processo de compra. Não conhecer esses pa- peis pode gerar grande perda de tempo – tanto seu quanto do centro de compras – e até mesmo indispor aquele que de fato toma as decisões. Construindo relacionamentos B2B Nos contextos B2B, existem inúmeras alternativas para me- lhorar relacionamentos, e esses métodos parecem estar pro- gredindo e evoluindo a cada minuto. Por exemplo, os blogs e as mídias sociais podem criar consciência, oferecer resultados de mecanismo de busca, instruir clientes existentes e poten- ciais sobre produtos ou serviços e transformar uma cultura corporativa aparentemente fria em aconchegante. 29 Um espe- cialista oferecendo conselhos e informações sobre os produtos aumenta a consciência de marca, e o blog é um ótimo meio para isso. As informações analíticas da web, como tráfego no site e número de comentários, podem oferecer avaliações tangíveis, mas uma medida mais adequada é a frequência com que o blog é mencionado em ou- tros lugares, a atenção que recebe da mídia e a interação, envolvimento, inti- midade e influência que ela promove. A rede social LinkedIn.com é usada primordialmente como rede de contato entre profissionais liberais no mercado B2B (consulte “Marketing so- cial e móvel 7.2”). O microblog Twitter também é útil para as organizações B2B porque elas podem se comunicar com outras empresas com a frequência dese- jada. Empresas como a HootSuite facili- tam para as empresas usuárias do Twitter o gerenciamento de seus seguidores, atualização de suas publicações, acompanha- mento de informações analíticas e até programação de suas mensagens, do mesmo modo que fariam em uma campanha de marketing tradicional.30 A maioria das organizações B2B usa relatórios técni- cos para essas iniciativas de marketing e a maioria dos com- pradores B2B os leem regularmente antes de realizar uma compra. 31 Quando os executivos se defrontam com uma necessidade comercial não atendida, normalmente recor- rem a esses relatórios. Um parceiro B2B talvez tenha uma solução tecnologicamente avançada, mas os compradores precisam entender a solução para considerar a possibilidade de comprá-la. Um bom relatório fornece informações sobre o setor e suas dificuldades em um contexto instrutivo, e não cultura organizacional Reflete o conjunto de valores, tradições e costumes que direcionam o comportamento dos funcionários de uma empresa. centro de compras autocrático Centro de compras no qual uma única pessoa toma a decisão, embora possa haver vários participantes. centro de compras democrático Centro de compras no qual a maioria dita as regras na tomada de decisões. centro de compras consultivo Centro de compras no qual uma pessoa toma a decisão, mas solicita a opinião de outros antes de fazê-lo. centro de compras de consenso Centro de compras no qual todos os membros devem chegar a um acordo coletivo em relação a uma compra específica. Culturas funcionam como entidades orgânicas e vivas que mudam e crescem do mesmo modo que as organizações. � FIGURA 7.5 Cultura organizacional de compras. De consenso Democrática ConsultivaAutocrática Cultura de compra 154 Módulo 2 | Compreensão do Mercado em um sentido promocional, de modo que não pareça mera propaganda. Ou seja, o objetivo dos relatórios técnicos é for- necer informações importantes que possam ser facilmente compreendidos pelos empresários e ajudem a empresa a en- frentar seus problemas com novas soluções. OA 7.5 Detalhe diferentes situações de compra. SITUAÇÕES DE COMPRA O tipo de situação de compra também afeta o processo de decisão B2B. A maioria das situações de compra B2B pode ser categorizada em três tipos: compras novas, recompras modificadas e recompras diretas. (Consulte a Figura 7.6). 7.2 Tirando máximo proveito do LinkedIn O marketing B2B pode parecer um tanto impessoal. Contudo, mes- mo em situações de compra formalizadas e padronizadas, relacio- namentos pessoais contam. Por isso, as mídias sociais, com alguns ajustes, desempenham um papel fundamental nesse cenário, do mesmo modo que o fazem em contextos voltados para o consumidor. O LinkedIn talvez seja o melhor exemplo de site de mídia social para profissionais de negócios. Criado em 2003, o site atrai em torno de 1 milhão de membros semanalmente. Em março de 2011, o número mundial de afiliados ultrapassou a marca de 100 milhões. Ele é ofe- recido em 6 idiomas e 200 países, o que significa que ajuda as intera- ções B2B a superarfronteiras geográficas.32 Mais especificamente, o LinkedIn pode ostentar executivos de todas as empresas da Fortune 500 entre os afiliados ao seu site. Por isso, seu potencial para estabelecer redes de contatos, tanto para in- divíduos quanto para empresas, é praticamente imbatível. Essa rede de contatos envolve vários grupos importantes:33 • Clientes existentes e potenciais. O LinkedIn possibilita que uma empresa ou seus representantes se apresentem para possíveis compradores, utilizando um formato confiável e de fácil acesso. A opção Q&A nas páginas do LinkedIn também permite que os clientes façam perguntas e que os fornecedores demonstrem seu conhecimento. • Investidores. A página do LinkedIn oferece evidências tangíveis da existência da empresa e de seu compromisso, informações fundamentais para pessoas que talvez estejam dispostas a in- vestir no desenvolvimento da empresa. • Fornecedores. Criando um grupo próprio no LinkedIn, com- pradores B2B podem identificar mais adequadamente que fornecedores no mercado correspondem melhor às suas ne- cessidades e estão mais interessados em fornecer os recursos necessários. • Funcionários atuais e prospectivos. O LinkedIn é uma ótima fon- te para encontrar funcionários diligentes, profissionais, interes- sados e qualificados. Além disso, se uma empresa mantiver um vínculo com seus antigos funcionários, poderá obter uma boa fonte de referências – supondo que esses funcionários saiam deixando as portas abertas. • Analistas. A função de um analista é encontrar informações detalhadas sobre uma empresa e depois a recomendar, ou não, ao mercado. O LinkedIn oferece recursos para as empresas fornecerem informações em um contexto confiável e ao mesmo firmemente controlado. Além disso, o site fornece informações analíticas sofisticadas para monitorar todas essas oportunidades de formar redes de contatos. Os usuários podem ver quem visitou sua página e quais descrições eles viram e até comparar o desempenho de sua página com o da página de outros concorrentes no LinkedIn.34 Marketing social e móvel O LinkedIn talvez seja o melhor site de mídia social para formar uma rede de contatos com profissionais de negócios. � FIGURA 7.6 Situações de compra. Situações de compra Compra Recompra direta Recompra modificada Capítulo 7 | Marketing B2B 155 Para esclarecer as nuances entre essas três situações de compra, retratamos como as faculdades e as universidades desenvolvem relacionamentos com alguns de seus fornece- dores. A maioria das universidades negocia com fabricantes de roupas esportivas, como Nike, Reebok e New Balance, para estabelecer acordos de compra para suas equipes es- portivas. Escolas com times esportivos de sucesso têm tido muito êxito na administração desses relacionamentos, para benefício tanto da equipe quanto da empresa. 35 As grandes universidades que vencem campeonatos nacionais, como a Universidade do Alabama ou a USC, podem solicitar patro- cínios em troca de equipamentos esportivos, ao passo que times menos populares ou escolas menores normalmente são obrigadas a aceitar um patrocínio direto e concordar em comprar daquele fornecedor por um período específico. Em troca do patrocínio, os fornecedores ganham o direito de vender roupas com o logotipo da universidade e exigir que o time da escola compre apenas seus produtos. Muitas em- presas de vestuário obtêm uma parte significativa de suas receitas por meio de acordos de patrocínio que lhes dão o direito de vender roupas com o logotipo de universidades bastante conhecidas. compra nova Em um ambiente B2B, compra de um produto ou serviço pela primeira vez; a decisão de compra tende a ser bastante envolvente porque o comprador ou a organização de compra não tem nenhuma experiência com o que está sendo adquirido. A maioria das universidades negocia com fabricantes de roupas esportivas, como Nike, Reebok e New Balance, para estabelecer acordos de compra para suas equipes esportivas. Escolas como a Universidade do Alabama negociam com fabricantes de vestuário esportivo como a Nike para obter equipamento esportivo gratuito. Os fabricantes, por sua vez, podem vender roupas com o logotipo da universidade. Em uma situação de compra nova, o cliente compra um produto ou serviço pela primeira vez, 36 o que significa que a decisão de compra tende a ser bastante envolvente pois o comprador, ou a organização de compras, não tem experiência com o que está sendo adquirido. No contex- to B2B, o centro de compras provavelmente seguirá as seis etapas do processo de compra e envolverá muitas pessoas nas respectivas decisões. As compras novas usuais variam de bens de capital a componentes que a empresa já fabricava anteriormente, mas que agora de- cidiu comprar. Por exemplo, uma faculdade pequena precisa decidir que empresa de ves- tuário esportivo deve abordar em busca de patrocínio. No caso das faculdades menores, a prioridade é encontrar uma empresa que patrocine várias equipes esportivas – como futebol feminino e basquetebol masculino –, embora deva contrabalançar outras conside- rações também, como duração do contrato. Alguns fornecedores oferecem privilégios para atrair novos compradores; a New Balan- ce oferece aos times que firmam contratos de longo prazo provas de roupa personalizadas para seus jogadores. A cada temporada, uma equipe de vendas da New Balance visita a es- cola e tira as medidas de cada jogador para obter o melhor ajuste possível. Por meio de outro tipo de exemplo, “Agregando valor 7.1” ressalta como o HubSpot ajuda os comprado- res a ficarem mais informa- dos sobre os produtos antes de entrarem em um processo de compra B2B. Outro exemplo de compra nova ocorre no setor de moda, no qual os desfiles oferecem aos compradores ataca- distas uma oportunidade de examinar novas linhas de rou- pas e fazer pedidos. As vendas com frequência ocorrem em reuniões particulares, tanto antes quanto depois dos desfiles. Os compradores reúnem-se com os estilistas, falam sobre a linha e observam modelos vestidos com as roupas. O desafio para o comprador é então determinar quais itens venderão mais nas lojas que ele representa e ao mesmo tempo como um item ficará em tamanhos regulares, em contraposição aos dos modelos. Além disso, os compradores devem ne- gociar a compra de pedidos que talvez só sejam entregues em seis meses. Os compradores podem também sugerir al- terações para tornar as roupas mais ou menos caras ou mais confortáveis para seus clientes. Ambas as partes reconhecem o quanto esse relacionamento é significativo, o que ocasio- nalmente induz os compradores a comprar alguns itens do estilista, mesmo que eles não se enquadrem exatamente às 156 Módulo 2 | Compreensão do Mercado Agregando valor 7.1 Enviando mensagens com o marketing de entrada37 Os mecanismos de pesquisa, as páginas web das empresas, os sites de mídia social e a blogosfera transformaram a forma como as em- presas descobrem e compram produtos e serviços. Diferentemente de uma década atrás, quando um cliente prospectivo tinha pouco co- nhecimento sobre os produtos de um fornecedor no primeiro contato, atualmente, antes de falar com um fornecedor, os clientes realizam pesquisas na internet usando palavras-chave relevantes e analisam o site das empresas. Dessa forma, eles podem ser adequadamente informados e ficar seriamente interessados em uma compra, dando uma nova eficiência às transações B2B. Contudo, esse avanço só funciona se as empresas tiverem conhecimento de marketing para tirar vantagem da tecnologia atual. Dois empreendedores perceberam que pequenas empresas e start-ups sem habilidade para usar essas ferramentas eficazmente perdem-se na confusão mesmo que os clientes prospectivos este- jam procurando fornecedores em seu nicho. Além disso, empresas que contam com profissionais de marketing ficarão em desvan- tagem se esses profissionaisse apoiarem apenas nas melhores práticas tradicionais, como propaganda impressa, telemarketing e feiras comerciais. Para ajudar essas empresas a transformar sua abordagem de marketing, esses dois empreendedores lançaram um software correspondente. A ideia era abandonar o marketing de saída (outbound) invasivo, que cada vez mais as pessoas têm como filtrar, e substituí-lo pelo marketing de entrada (inbound). O marketing de entrada, definido como uma tática de marketing que procurar atrair o interesse do cliente, em vez de comprá-lo, está fundamentado na compreensão de que Facebook, Twitter, críticas on-line dos usuários, smartphones, blogs e sites são uma força real por trás de como os atores do mercado atual de fato se informam e fazem compras. O software HubSpot contém ferramentas fáceis de usar que ajudam as empresas a serem percebidas, a converter os visitantes do site em clientes e a analisar a eficácia das iniciativas de marke- ting ao longo dos canais. Dentre as ferramentas na primeira catego- ria, por exemplo, encontra-se um classificador de palavras-chave que ajuda as empresas a criar conteúdo e uma lista de palavras- -chave relevantes para melhorar as probabilidades de ser encon- trada e a sua classificação nos mecanismos de pesquisa. Por meio das ferramentas de conversão de leads, empresas sem habilidade técnica podem criar páginas de conversão com formulários de captura de leads personalizáveis, e-mails de resposta automática e páginas de agradecimento. Essas ferramentas podem ser usadas também para personalizar e-mails para novos leads de acordo com uma programação escolhida pela própria empresa. As ferramentas analíticas de marketing permitem aos clientes do HubSpot monitorar os concorrentes, avaliar o impacto de um blog e comparar a eficácia de todos canais de marketing para oferecer percepções importan- tes sobre o comportamento dos clientes e a importância de cada canal para os resultados financeiros. A abordagem da empresa HubSpot tem sido favorável tanto para os fundadores quanto para os clientes. A empresa, criada em junho de 2006, conquistou 3.500 clientes em quatro anos e é a segun- da empresa de software as a service (SAS) de mais rápido cresci- mento da história. Um dos clientes, o Instituto Nacional de Condicionamento Físi- co e Esporte (National Institute for Fitness and Sport – NIFS) sem fins lucrativos, desejava aumentar sua visibilidade junto aos centros de condicionamento físico corporativos e para aposentados. Depois de enfrentar dificuldades para aumentar o tráfego para seu site – e de uma campanha de marketing onerosa e ineficaz –, o NIFS procurou a empresa HubSpot. Em decorrência disso, houve um aumento de mais de 200% no tráfego e na quantidade de leads e um aumento de 16% no tráfego em mídia social. De acordo com o diretor de mídia do NIFS, o instituto de condicionamento “obteve um número de requisi- ções de proposta de empresas que nunca teriam prestado atenção em nós a princípio porque agora somos capazes de nos destacar nos mecanismos de busca”.38 Empresas como a HubSpot aproveitam as mudanças que já ocorreram no mercado para reduzir os custos e melhorar a eficá- cia do marketing. Como a tecnologia está evoluindo e cada vez mais empresas e compradores individuais utilizam informações on-line para tomar decisões de compra, as empresas terão de adaptar suas estratégias de marketing para abarcar novas tecnologias e novos comportamentos de compra. A empresa HubSpot ajuda seus clientes a serem percebidos na internet. Capítulo 7 | Marketing B2B 157 preferências dos clientes da loja. Isso garante que o compra- dor tenha acesso à coleção do estilista na próxima estação. 39 Em uma recompra modificada, o comprador com- prou um produto similar no passado, mas decidiu alterar algumas especificações, como preço desejado, nível de qualidade, nível de atendimento ao cliente, opcionais etc. Os fornecedores atuais provavelmente terão vantagem em fechar a venda em uma situação de recompra modificada, contanto que o motivo da alteração não seja insatisfação com o fornecedor ou seus produtos. O Departamento de Esportes da Universidade Estadual de Ohio poderia alterar as especificações de seus tênis de basquete depois de notar algumas melhorias realizadas nos calçados adidas usados pela Universidade de Michigan, por exemplo. As recompras diretas ocorrem quando o comprador, ou a organização de compras, simplesmente compra unidades adicionais de produtos que haviam sido comprados previa- mente. Várias compras B2B tendem a se enquadrar na cate- goria de recompra direta. Por exemplo, os times esportivos precisam recomprar uma quantidade enorme de produtos que não são cobertos pelos patrocínios de vestuário, como faixas para os tornozelos dos atletas ou pesos para a sala de musculação. A compra de água engarrafada em geral também requer recompras diretas junto a um fornecedor existente. Essas variadas situações de compra exigem estratégias de marketing e de vendas bastante diferentes. A mais complexa e mais difícil é a compra nova, pois exige que a organização de compras mude suas práticas atuais e aquilo que compra. Por esse motivo, provavelmente vários membros do centro de compras se envolverão, e o nível desse envolvimento será mais intenso do que no caso de uma recompra modificada ou direta. Nas situações de compras novas, os membros do centro de compras em geral também gastam mais tempo em cada estágio do processo de compras B2B, similar ao processo de tomada de decisão estendida que os consumidores usam no processo B2C. Em comparação, nas recompras modificadas, os compradores gastam menos tempo em cada estágio do pro- cesso de compra B2B, similar à tomada de decisão limitada do processo B2C (consulte o Capítulo 6). Nas recompras diretas, no entanto, o comprador muitas vezes é o único membro do centro de compras envolvido no processo. Assim como na compra habitual de um consumi- dor, as recompras diretas com frequência permitem que o comprador reconheça as necessidades da empresa e siga di- retamente para a quinta etapa do processo de compra B2B, pulando as etapas de especificação do produto, processo de RPP e a análise da proposta e seleção do fornecedor. Portanto, em vários sentidos, o marketing B2B ao mes- mo tempo difere e espelha o processo de comportamento do consumidor (B2C) que detalhamos no Capítulo 6. As diferen- ças nos seis estágios do processo de compra fazem sentido em vista dos diversos fatores exclusivos que entram em jogo. A constituição do centro de compras (iniciador, influenciador, decisor, comprador, usuário e guardião), a cultura da empre- sa que está comprando (autocrática, democrática, consultiva ou de consenso) e o contexto da situação de compra (compra nova, recompra modificada ou recompra direta) influenciam o processo de compra B2B de variadas formas, o que signifi- ca que os vendedores devem estar sempre conscientes desses fatores se desejarem ter sucesso em suas tentativas de vendas. Por fim, assim como ocorreu em quase qualquer lugar para o qual olhamos, a internet mudou radicalmente alguns elemen- tos do universo B2B, aumentando a frequência dos intercâm- bios eletrônicos particulares e dos leilões. � autoavaliação 1. Que fatores influenciam o processo de compra B2B? 2. Quais são os seis papéis de compras? 3. Qual a diferença entre compra nova, recompra e recom- pra modificada? a recompra modificada Refere-se a uma situação em que o comprador comprou um produto similar no passado, mas decidiu alterar algumas especificações, como preço desejado, nível de qualidade, nível de atendimento ao cliente, opcionais etc. recompra direta Refere-se a quando o comprador, ou a organização de compras, simplesmente compra unidades adicionais de produtos que haviam sido comprados previamente. loja.grupoa.com.br para conteúdos adicionais de estudo, como testes e vídeos. confira! Estapágina foi deixada em branco intencionalmente. Capítulo 8 Marketing Global OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Após a leitura deste capítulo, você estará apto a: OA 8.1 Descrever os componentes da avaliação de mercado de um país. OA 8.2 Compreender as oportunidades de marketing nos países do BRIC. OA 8.3 Identificar as várias estratégias para entrada em um mercado. OA 8.4 Ressaltar as semelhanças e as diferenças entre uma estratégia de marketing doméstica e uma estratégia de marketing global. Do Maharaja Mac na Índia até o Hambúrguer da Prosperidade preparado especialmente para as celebrações do Ano-Novo chinês, o McDonald’s construiu um império global de fast-food sob seus arcos dourados. Hoje, apenas 31% da receita do McDonald’s provém das vendas nos Estados Unidos, enquanto a maior parte de seu crescimento internacional procede das economias em expansão no Brasil, Rússia, China e Índia.1 Pioneiro em franquias no exterior, o McDonald’s não poupou esforços para penetrar os mercados es- trangeiros. Na China, a empresa recentemente anun- ciou que em quatro anos pretende abrir um novo restau- rante diariamente para atender sua meta imediata de 2.000 unidades.2 No Brasil, criou o primeiro restaurante fast-food da América Latina certificado ambientalmen- te. Já na Índia, um vasto mercado definido por nítidas diferenças culturais, foi necessária uma abordagem mais modesta que permitisse ao McDonald’s desen- volver sua infraestrutura imobiliária e de suprimentos, treinar sua força de trabalho e gerência local na famo- sa Universidade do Hambúrguer, de sua propriedade, e adaptar o cardápio aos clientes vegetarianos.3 Embora o McAloo Tikki Burger tenha sido um grande sucesso, a empresa abriu apenas 210 restaurantes na Índia desde 1996. Entretanto, a estratégia de crescimento do McDonald’s não se apoia apenas na abertura de novos pontos. Em cidades lotadas, onde os preços dos imóveis são muito altos para construir restaurantes drive-through, a empresa contratou inúmeros pilotos de motos de pe- queno porte para entregar Big Macs aos clientes. Essa abordagem de agilidade na entrega hoje é essencial em cidades como Pequim e Kuwait. Os pedidos on-line são o próximo passo, embora o desafio seja reduzir o custo dos call centers para apoiar esse novo modelo de distri- buição.4 Não obstante o crescimento nessas economias em rápida transição, a Europa ainda gera o grosso das vendas do McDonald’s no exterior. A maior parte do novo crescimento provém da Rússia, onde a empresa tem 245 pontos e controla 70% da crescente atividade de fast-food. Mesmo que os concorrentes de fast-food enfrentem uma possível saturação de mercado nos Es- tados Unidos, a demanda dos russos por hambúrgueres rápidos parece ser insaciável.5 O que motiva esse apetite russo é o crescimento de uma nova classe média afluen- te, com dinheiro para comer fora. O desenvolvimento 160 Módulo 2 | Compreensão do Mercado de infraestrutura na Rússia também foi uma dádiva, porque as cidades estão abrindo shopping centers com praça de alimentação, avenidas com pontos com drive-through estão sendo construídas e fornecedores especializados de alimentos congelados e de embalados estão surgindo. Nos primeiros anos de expansão da Rússia, havia poucas empresas privadas para fornecer todos os in- gredientes necessários para o McDonald’s produzir Big Macs e fritas. A empresa solucionou esse problema construindo uma enorme instalação de processamento de alimentos fora de Moscou. Contudo, o McDonald’s também se esforçou para cultivar relacionamentos com fornecedores e empreiteiros locais para os quais poderia, em algum momento, terceirizar sua cadeia de suprimentos. Hoje, um produtor que começou a vender pepinos ao McDonald’s em 1990 tornou-se o Rei dos Picles da Rússia, dominando o mercado de alimentos processados.6 � O Chicken Maharaja Mac é uma opção popular no McDonald’s da Índia. globalização Processos pelos quais produtos, serviços, capital, pessoas, informações e ideias fluem entre fronteiras nacionais. A crescente globalização afeta não apenas as grandes corporações americanas que procuram ativamente por novos mercados, mas também as empresas de pequeno e médio portes, que dependem cada vez mais de bens produzidos globalmente para desenvolver seus produtos e serviços. Poucas pessoas de fato pensam em como a glo- balização afeta sua vida diária, mas pare por um minuto e leia a etiqueta das roupas que você está usando neste exato momento. É provável que a maioria, mesmo que seja de marca americana, foi confeccionada em outra par- te do mundo. Nos Estados Unidos, o mercado evoluiu de um sis- tema de mercados regionais para mercados nacionais e mercados geograficamente regionais (p.ex., Canadá e Estados Unidos juntos), para mercados internacionais e, finalmente, para mercados globais. Globalização refere- -se aos processos pelos quais produtos, serviços, capital, pessoas, informações e ideias fluem entre fronteiras na- cionais. Mercados globais são o resultado de várias mu- danças fundamentais, como redução ou eliminação de barreiras comerciais por parte de governos federais, di- minuição de preocupações com distância e tempo na mo- vimentação de produtos e ideias entre os países, padro- nização de leis entre os países e processos de produção integrados globalmente. 7 Todas essas mudanças fundamentais abriram o cami- nho para o marketing florescer em outros países. A elimina- ção de barreiras comerciais e outras ações governamentais, por exemplo, permitem que produtos e ideias se movimen- tem rápida e eficientemente ao redor do mundo, facilitando, assim, a entrega rápida de produtos para melhor satisfazer as necessidades dos consumidores globais. Por esse motivo, os consumidores têm fácil acesso a produtos e serviços globais. Quando entramos em uma loja de brinquedos, esperamos encontrar Legos, da Dinamarca. Em uma loja local de produtos esportivos, esperamos en- contrar calçados fabricados na China pela empresa alemã adidas. No supermercado, queremos frutas, legumes e ver- duras fora da estação, como mirtilo do Chile em janeiro. Ou, por exemplo, pense em como uma câmera digital de US$ 12 para seu chaveiro, fabricada em Taiwan, pôde ser produzida, transportada para o outro lado do mundo e vendida por um valor tão baixo na Target de sua cidade. São essas perguntas que examinaremos neste capítulo. Começamos com o crescimento da economia global e as forças que o possibilitaram, com atenção especial para os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Em seguida, examinamos como as empresas tomam decisões para se tornarem globais e escolhem o que e como ven- derão globalmente. Por fim, investigamos de que forma desenvolvemos um composto de marketing para produtos globais. OA 8.1 Descreva os componentes da avaliação de mercado de um país. Capítulo 8 | Marketing Global 161 AVALIANDO OS MERCADOS GLOBAIS Como diversos países, com diferentes estágios de globa- lização, oferecem às empresas uma variedade de oportu- nidades, elas devem avaliar a viabilidade de entrada em vários mercados possíveis. Como mostrado na Figura 8.1, examinamos quatro conjuntos de critérios necessários para avaliar o mercado de um país: análise econômica, análise de infraestrutura e tecnologia, ações e inações go- vernamentais e análise sociocultural. As informações so- bre essas quatro áreas oferecem às empresas um panora- ma mais completo do potencial de um país como mercado para produtos e serviços. Análise econômica por meio de medidas Quanto maior a riqueza do povo de um país, melhores oportunidades uma empresa terá nesse país. Uma empresa conduzindo uma análise econômica do mercado de um país deve examinar os três fatores econômicos principais por meio de medidas bem estabelecidas: ambiente econômico geral, tamanho do mercado e taxa de crescimento da popu- lação, e renda real. Essas réplicas de 7,6metros de altura de arranha-céus de Nova York são feitas completamente de Legos e são expostas na Toys “R” Us da Times Square de Nova York. Como os Legos chegam de seu fabricante na Dinamarca até as lojas dos Estados Unidos e de outros países? Quanto maior a riqueza de um povo, melhores oportunidades uma empresa terá nesse país. 162 Módulo 2 | Compreensão do Mercado Avaliação do ambiente econômico geral Normal- mente, economias saudáveis oferecem melhores oportuni- dades para expansões globais de marketing, e existem vá- rias maneiras de uma empre- sa usar medidas para avaliar a saúde relativa da economia de determinado país. Cada medida oferece uma visão um pouco diferente, e algumas podem ser mais úteis para alguns produtos e serviços do que outras. Para determinar o potencial de mercado para certo bem ou serviço, uma empresa deve usar todas as medidas que conseguir obter. Uma delas é o nível relativo de im- portações e exportações. Os Estados Unidos, por exemplo, sofrem um déficit comercial, ou seja, importam mais pro- dutos do que exportam. 8 Para as empresas americanas, esse déficit pode indicar possibilidade de maior concorrência no mercado doméstico com produtores estrangeiros. As empresas preferem fabricar em um país que tenha supe- rávit comercial, um nível mais alto de exportações do que importações, porque isso indica maior oportunidade para exportar produtos para mais mercados. A maneira mais comum de avaliar o tamanho e o po- tencial de mercado de uma economia e, consequentemente, o potencial de marketing global do país, é utilizar medidas de produção padronizadas. O produto interno bruto (PIB), a mais utilizada dessas medidas, é definido como o valor de mercado dos bens e serviços produzidos por um país em um ano. O produto nacional bruto (PNB) consiste do PIB mais a renda líquida obtida com investimentos no exterior (me- nos os pagamentos feitos a não residentes que contribuem para a economia doméstica). Em outras palavras, empresas americanas que investem ou mantêm operações no exterior calculam seus ganhos com base no PNB, e não no PIB. 9 Outra medida frequentemente utilizada para avaliar uma economia geral é a paridade do poder de compra (PPC), segundo a qual, se a taxa de juros de dois países es- tiver em equilíbrio, um produto comprado em um país terá o mesmo custo que em outro, quando expresso na mesma moeda. 10 Uma medida nova que emprega a PPC para ava- liar o poder econômico de compra relativo entre as nações é o índice Big Mac da The Economist, que propõe que as taxas de câmbio devem se ajustar para equalizar o custo de uma cesta de bens e serviços, onde quer que seja compra- da ao redor do mundo. Usando o Big Mac do McDonald’s como cesta de mercado, a Figura 8.2 mostra que o ham- búrguer mais barato é o da Índia, onde custa US$ 1,89, em comparação com a média de preço nos Estados Unidos de US$ 4,07. No Brasil, o mesmo hambúrguer custa US$ 6,16. � FIGURA 8.1 Componentes da avaliação de mercado de um país. Análise econômica por meio de medidas • Ambiente econômico geral • Tamanho do mercado e crescimento populacional • Renda real Infraestrutura e tecnologia • Transporte • Canais • Comunicação • Comércio • Tarifas • Cotas • Controle de câmbio • Acordos comerciais • Distância do poder • Prevenção de incertezas • Individualismo • Masculinidade • Orientação temporal Análise sociocultural Ações governamentais déficit comercial Ocorre quando um país importa mais produtos do que exporta. superávit comercial Ocorre quando um país exporta mais produtos do que importa. produto interno bruto (PIB) O valor de mercado dos bens e serviços produzidos por um país em um ano; é a medida padronizada de produção mais utilizada. produto nacional bruto (PNB) Consiste do PIB mais a renda líquida obtida com investimentos no exterior (menos os pagamentos feitos a não residentes que contribuem para a economia doméstica). paridade do poder de compra (PPC) Segundo essa teoria, se a taxa de juros de dois países estiver em equilíbrio, um produto comprado em um país terá o mesmo custo que em outro, quando expresso na mesma moeda. � FIGURA 8.2 Índice Big Mac. Índice Big Mac, moeda local com valorização abaixo (�)/acima (�) em relação ao dólar, % Suíça Suécia Argentina Brasil 4,84 Zona do euro Canadá Austrália Estados Unidos Índia§ Japão Grã-Bretanha Coreia do Sul México Rússia China †Médias dos países membros ‡Média de quatro cidades *Taxa de câmbio de mercado (em 25 de julho) §Maharaja Mac 7,64 8,06 4,93† 5,00 3,50 2,74 4,94 2,70 3,89 4,08 2,27 4,07‡ 1,89 6,16 60 30 60 90 120 1500 30 Índice original Preço do Big Mac* (US$) � � Fonte: © The Economist Newspaper Limited, London. Capítulo 8 | Marketing Global 163 Portanto, segundo esse índice, a rupia indiana apresenta uma desvalorização de 53%, ao passo que o real, do Brasil, apresenta uma supervalorização de 52%, em comparação com o dólar americano. 11 Essas várias medidas ajudam as empresas a ter dimen- são da riqueza relativa de determinado país, embora pos- sam não representar o quadro geral da saúde econômica da nação porque se baseiam exclusivamente na produção de matéria-prima. Um dólar fraco nem sempre é algo ruim. Para os exportadores americanos, um dólar fraco significa maior demanda por seus produtos em outros países por- que podem vendê-lo por um preço inferior. 12 Embora ter conhecimento do ambiente macroeconômico seja funda- mental para gerentes diante da decisão de entrar em um mercado, é igualmente importante levar em conta medidas econômicas como tamanho do mercado e taxa de cresci- mento populacional. Avaliando o tamanho do mercado e a taxa de cres- cimento populacional A população global cresce con- sideravelmente desde a virada do século XX, pelo menos. Entretanto, do ponto de vista do marketing, esse crescimen- to nunca foi igualmente distribuído. Hoje, as nações menos desenvolvidas de modo geral estão experimentando um rá- pido crescimento populacional, ao passo que muitos países desenvolvidos experimentam um crescimento populacional negativo ou nulo. Países com poder de compra mais alto podem se tornar menos atraentes no futuro para inúmeros produtos e serviços por falta de crescimento. Como discuti- mos anteriormente, os países BRIC tendem a ser a fonte de maior crescimento de mercado. Em resposta, as empresas de produtos de consumo es- tão prestando maior atenção à grande demanda das nações do BRIC. Por isso, a Procter & Gamble, que desfruta de uma grande vantagem no mercado chinês, também está se expan- dindo agressivamente na Índia e no Brasil (bem como pela África subsaariana). 13 Com 1,33 bilhão de pessoas, a China oferece um potencial tão grande que empresas internacio- nais como PepsiCo e Coca-Cola não podem se dar ao luxo de não dirigir iniciativas para lá. Cada empresa pretende investir mais de US$ 2,5 bilhões imediatamente na China, com a meta de obter um crescimento anual de ao menos dois dígitos. A Pepsi pretende também construir um centro de pesquisa e desenvolvimento para seus produtos asiáticos a fim de garantir uma segmentação correta nesse novo mer- cado de consumo. Em alguns casos, as empresas vendem os mesmos produtos na China e nos Estados Unidos; em outras situações, elas criam novos produtos para atender às prefe- rências dos consumidores chineses. O “Minute Maid Pulpy Super Milky”, por exemplo, combina suco de frutas, leite em pó, proteína de soro e coco ralado. Já a Pepsi oferece batatas fritas com sabor de pepino e camarão frito. 14 Outro exemplo é o Nano, um carro de US$ 2.000 que está sendo lançado como o mais barato do mundo para tirar proveito da popu- lação de 1,16 bilhão da Índia. Esse carro tem metade do peso de um Honda Accord e faz 23,6 quilômetros por litro. 15 Outro aspecto relacionado à população e ao crescimen- to refere-se
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