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1 1 - Classificação e identificação bacteriana

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Classificação e identificação bacteriana
APRESENTAÇÃO
O avanço no conhecimento da genômica e proteômica enriqueceu em muito nosso 
conhecimento a respeito dos seres vivos, entretanto trouxe diversos paradoxos no agrupamento e 
na classificação destes. Rotineiramente a aplicação de técnicas avançadas não está disponível na 
maioria dos laboratórios, e a identificação das bactérias se dá por provas fenotípicas metabólicas 
e pela morfologia celular e das colônias. Há uma grande diversidade de meios e prova 
bioquímica, as quais podemos submeter os microrganismos. Assim sendo, é necessário que o 
farmacêutico desenvolva uma interpretação crítica dos achados e direcione os testes de acordo 
com uma suspeita inicial. Nesta Unidade de Aprendizagem você estudará como classificar os 
microrganismos relevantes e quais as principais técnicas utilizadas para a identificação destas 
bactérias. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Listar os principais grupos de bactérias de relevância clínica.•
Identificar os testes fenotípicos utilizados para agrupamento de bactérias.•
Reconhecer as principais características morfológicas de cultivos bacterianos.•
DESAFIO
O trato genital feminino possui uma microbiota rica e variada. Dentre as bactérias colonizadoras 
se destacam as produtoras de ácido lático, os Lactobacillus, que propiciam um meio ácido, o 
qual é uma barreira de defesa para bactérias infecciosas. Outros microrganismos também podem 
ser encontrados normalmente e em menor quantidade fazendo parte desta microbiota, como: 
Candida, Enterococcus, Corynebacterium, Streptococcus e Staphylococcus. Os Streptococcus 
do grupo B (Streptococcus agalactiae) são encontrados na microbiota vaginal de 
aproximadamente 20% das mulheres. Entretanto a presença desta bactéria na microbiota vaginal 
em mulheres gestantes é um fator determinante para a infecção do recém-nascido. Durante o 
pré-natal, gestantes na 35ª a 37ª semana são submetidas a uma pesquisa de colonização por S. 
agalactiae no canal vaginal. Neste exame um swab com secreção é coletado e inoculado em 
meios de cultura adequados para crescimento de S. agalactiae, como o ágar sangue. Porém, 
devido à diversidade de bactérias que podem ser encontradas no canal vaginal e que se 
desenvolvem em meio ao ágar sangue, é necessário identificar as colônias suspeitas. Desse 
modo, diga como pode ser realizada a identificação de S. agalactiae em amostras de secreção 
vaginal.
INFOGRÁFICO
No infográfico estão representados os principais grupos bacterianos de relevância clínica de 
acordo com sua morfologia celular e algumas características metabólicas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
CONTEÚDO DO LIVRO
Acompanhe um trecho da obra Técnicas básicas de laboratório clínico, de Barbara Estridge e 
Anna Reynolds, onde são abordadas aspectos referentes a identificação bacteriana, como: 
precauções de segurança, avaliação de qualidade e demais itens.
Boa leitura.
Tradução:
Ana Lucia Peixoto de Freitas
Professora Adjunta do Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia da 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Mestre em Microbiologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Doutora em Ciências Médicas pela UFRGS
Beatriz A. Rosário
Graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Ex-professora Substituta de Controle de Qualidade da Faculdade de Farmácia da UFRJ
Joiza Lins Camargo
Chefe da Unidade de Bioquímica e Imunoensaios do Serviço de Patologia Clínica do 
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)
Mestre em Bioquímica Clínica pela Universidade de Londres
Doutora em Ciências Médicas: Endocrinologia pela UFRGS
Simone Martins de Castro
Professora Adjunta do Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia da UFRGS
Farmacêutica-Bioquímica Responsável Técnica do Laboratório de Referência em 
Triagem Neonatal do RS – HMIPV – PMPA 
Mestre em Farmacologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Doutora em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela UFRGS
E82t Estridge, Barbara H. 
 Técnicas básicas de laboratório clínico [recurso eletrônico] / 
 Barbara H. Estridge, Anna P. Reynolds ; tradução: Ana Lucia 
 Peixoto de Freitas ... [et al.] ; revisão técnica: Afonso Luis 
 Barth, Suzane Silbert. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto 
 Alegre : Artmed, 2011.
 Editado também como livro impresso em 2011.
 ISBN 978-85-363-2536-1
 1. Farmacologia. 2. Laboratório farmacêutico. I. Reynolds, 
 Anna P. II. Título.
CDU 615.12
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB-10/Prov-009/10
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Após concluir esta lição, o estudante será capaz de:
 ■ Selecionar uma colônia isolada para executar a coloração de Gram.
 ■ Usar o microscópio para identificar organismos Gram-positivos e Gram-negativos.
 ■ Explicar como realizar os testes da catalase e da coagulase em organismos Gram-positivos.
 ■ Explicar como relatar a identificação presuntiva de organismos Gram-positivos e Gram-negativos.
 ■ Discutir o uso de sistemas manuais e automatizados para identificação de bactérias.
 ■ Executar o teste suscetibilidade a antibióticos por disco-difusão.
 ■ Interpretar os resultados do teste de suscetibilidade a antibióticos por disco-difusão.
 ■ Discutir as precauções de segurança que devem ser observadas ao realizar a identificação bacteriana e o 
teste de suscetibilidade a antibióticos.
 ■ Discutir os procedimentos de avaliação da qualidade que devem ser seguidos na realização da identifi-
cação bacteriana e do teste de suscetibilidade a antibióticos.
 ■ Definir os termos do glossário.
GLOSSÁRIO
coliforme – determinadas bactérias Gram-negativas intestinais, incluindo a Escherichia coli.
concentração inibitória mínima (CIM) – a menor concentração de um antibiótico capaz de inibir o cres-
cimento de um microrganismo.
pleomórfico – que tem formas variadas.
teste da catalase – teste usado para diferenciar entre Streptococcus e Staphylococcus sp.
teste da coagulase – teste para diferenciar entre Staphylococcus aureus e outras espécies de Staphylococcus.
Identificação 
Bacteriana e Teste 
de Suscetibilidade a 
Antibióticos
LIÇÃO
7-9
686 UNIDADE 7 Microbiologia Clínica Básica
INTRODUÇÃO
Identificar bactérias e determinar sua suscetibilidade a antibióti-
cos são passos importantes para o diagnóstico e o tratamento de 
infecções bacterianas. Por exemplo, quando uma cultura de uri-
na fornece uma contagem de colônias considerada clinicamente 
significativa, em geral se dá seguimento ao exame, realizando a 
identificação e o teste de suscetibilidade do microrganismo. A 
identificação envolve a realização da coloração de Gram de uma 
colônia isolada para determinar se o organismo é Gram-positivo 
ou Gram-negativo. Após a determinação da reação de Gram e 
da morfologia, são executados testes bioquímicos para identifi-
cação do microrganismo. Ainda que a identidade do organismo 
dê ao médico orientação sobre que antibióticos são mais indica-
dos para o tratamento, o teste de suscetibilidade aos antibióti-
cos deve ser executado para confirmar qual o antibiótico efetivo 
contra o organismo.
IDENTIFICAÇÃO BACTERIANA
Precauções de segurança
Os procedimentos usados na identificação de 
bactérias e na determinação da suscetibilidade 
a antibióticos expõem o técnico aos organis-
mos e a reagentes usados para os testes. Todas as normas de se-
gurança, incluindo as precauções-padrão e as técnicas assépticas, 
devem ser seguidas para prevenir contaminação do técnico, do 
ambiente e de outras pessoas que trabalham no laboratório. Deve 
ser usado equipamento de proteção individual (EPI). As bulas de 
medidas de segurança que acompanham os reagentes devem ser 
lidas por todos que os usam.
Avaliação da qualidade
Identificação bacteriana e testes de suscetibi-
lidade a antibióticos precisos são essenciais 
para a administração do tratamento correto. A 
políticade avaliação da qualidade da instituição deve ser segui-
da. Não devem ser usados reagentes, equipamentos ou materiais 
além do prazo de validade. As instruções do fabricante para o uso 
de sistemas de identificação bacteriana e a interpretação da sus-
cetibilidade a antibióticos devem ser seguidas. Os organismos de 
controle devem ser testados a intervalos determinados, para asse-
gurar que os discos de antibióticos e os reagentes estão atuando 
conforme esperado.
Em culturas de urina inadequadamente coletadas, podem 
crescer três ou mais organismos diferentes, tornando difícil de-
terminar qual deles é o causador da infecção. Muitos laborató-
rios têm uma política de, nesses casos, realizar apenas a contagem 
de colônias, não continuando a processar o material. O manual 
de procedimento operacional-padrão (POP) de cada instituição 
deve ser seguido.
Coloração de Gram e resultado de 
meios seletivos
Observações do crescimento nas placas de ágar-sangue (AS) e 
dos meios seletivo ou indicador fornecem pistas sobre o tipo 
de organismo presente. Organismos Gram-negativos crescem 
tanto em AS como em EMB e MacConkey (MAC). Organismos 
Gram-positivos crescem apenas em AS (Fig. 7-51). O exame 
microscópico feito a partir de uma colônia confirma a reação de 
Gram e revela ou confirma a morfologia bacteriana – coco ou 
bastonete (bacilo). Também podem ser observadas característi-
 
 
A B
FIGURA 7-51 Crescimento bacteriano em meios seletivos: (A) Escherichia coli (Gram-negativo) e (B) Staphylococcus aureus (Gram-positivo) inoculados em 
placas dividas de ágar-sangue (lado esquerdo da placa) e MAC (lado direito da placa). O ágar-sangue permite o crescimento de ambos os organismos; o MAC 
é seletivo para Gram-negativos. (Cortesia de Remel, Inc., Lenexa, KS.)
687LIÇÃO 7-9 Identificação Bacteriana e Teste de Suscetibilidade a Antibióticos
cas de crescimento, como, por exemplo, se o organismo cresce 
em agrupamentos ou cadeias ou se é pleomórfico, isto é, tem 
várias formas.
Identificação de bactérias Gram-positivas
Se o coco isolado é Gram-positivo, deve ser feito o teste da ca-
talase para determinar se pertence ao gênero Staphylococcus ou 
Streptococcus. Estafilococos são catalase positivos, enquanto es-
treptococos são catalase negativos. Se o teste de catalase for posi-
tivo e os organismos são cocos Gram-positivos com agrupamento 
em cacho de uva, um teste da coagulase pode ajudar a diferen-
ciar Staphylococcus aureus de outras espécies de Staphylococcus. 
Testes de aglutinação de látex também podem ser usados para 
identificar S. aureus.
Teste da catalase
Para realizar o teste da catalase, uma pequena porção de uma 
colônia, apanhada com um bastão estéril, é colocada em contato 
com uma gota de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) a 3% 
sobre uma lâmina. O técnico deve ter cuidado para não pegar o 
meio de ágar-sangue, pois a hemoglobina do sangue vai reagir e 
causar uma reação falso-positiva.
Se aparecerem bolhas dentro de 10 segundos, o organismo 
é catalase-positivo e pode ser presuntivamente identificado como 
pertencente ao gênero Staphyloccus (Fig. 7-52). Dependendo da 
política da instituição em relatar resultados, o laudo pode ser: 
“cocos Gram-positivos, catalase-positivos, morfologicamente se-
melhantes a Staphylococcus”. O teste positivo de catalase deve ser 
seguido pelo teste de coagulase.
A ausência de bolhas, teste de catalase negativo, é indicati-
vo de Streptococcus. O resultado pode ser relatado como “cocos 
Gram-positivos, catalase-negativos, morfologicamente semelhan-
tes a Streptococcus”.
Teste da coagulase
O teste da coagulase é usado para diferenciar S. aureus de ou-
tros estafilococos. Estafilococos patogênicos produzem a enzima 
coagulase, que faz o fibrinogênio do plasma coagular. O teste da 
coagulase pode ser executado em lâmina ou em tubo, mas o mé-
todo em tubo é mais confiável. Testes de coagulase em lâmina ne-
gativos devem ser confirmados pelo teste de coagulase em tubo.
Uma pequena quantidade da cultura é misturada com o plas-
ma de coagulase comercial (plasma de coelho) em uma lâmina ou 
em um tubo pequeno. A lâmina é examinada quanto à presença 
de aglutinação, que é o resultado positivo. O tubo inoculado é 
incubado a 37°C e observado de hora em hora, para ver se o plas-
ma formou um coágulo de fibrina ou se solidificou (Fig. 7-53). 
A conferência a cada hora é importante porque alguns S. aureus 
também podem produzir uma enzima que dissolve o coágulo, 
causando um resultado falso-negativo.
Um teste de coagulase-positivo pode ser relatado como “co-
cos Gram-positivos, coagulase-positivos, morfologicamente se-
melhantes a Staphylococcus”. Essa é a identificação presuntiva de 
S. aureus.
Um organismo coagulase-negativo pode ser relatado como 
“cocos Gram-positivos, coagulase-negativos, morfologicamente 
semelhantes a Staphylococcus”. Esse resultado indica que o or-
ganismo não é S. aureus, mas pode ser S. saprophyticus, um or-
ganismo Gram-positivo comumente envolvido em infecções do 
trato urinário (ITUs).
Testes de aglutinação em látex
Vários testes de aglutinação em látex estão disponíveis para con-
firmar a identificação de S. aureus. Alguns exemplos são os kits 
Staphyloslide da BD BBL, o teste colorimétrico de látex da Fi-
sher HealthCare e o Staphaurex da Remel (Fig. 7-54). Esses kits 
utilizam partículas de látex coradas, recobertas com fibrinogênio 
humano e IgG específica para proteína A encontrada em S. au-
reus. Uma colônia suspeita de ser S. aureus é misturada com os 
reativos na lâmina do kit. Se for S. aureus, a coagulase vai reagir 
com o fibrinogênio e a IgG com a proteína A, causando aglutina-
ção. As partículas de látex coradas fornecem uma reação positiva 
facilmente visível.
A B
FIGURA 7-52 Teste da catalase: (A) as bolhas indicam teste positivo; (B) a 
ausência de bolhas indica teste negativo.
Staphylococcus spp. Identificação presuntiva
de Staphylococcus aureus
Incubar a 37°C por 4 horas
Inocular o plasma com os cocos
Gram-positivos catalase (+)
A mistura permanece
fluida, coagulase –
A mistura coagula,
coagulase +
FIGURA 7-53 Esquema do teste da coagulase.
688 UNIDADE 7 Microbiologia Clínica Básica
FIGURA 7-54 Kit para identificação de Staphylococcus aureus. (Cortesia de 
Remel, Inc., Lenexa, KS.)
FIGURA7-55 Kit de teste de PBP2 para identificação de Staphylococcus 
aureus meticilina-resistente (MRSA). (Cortesia de Remel, Inc., Lenexa, KS.)
T Ó P I C O S AT U A I S
STAPHYLOCOCCUS AUREUS 
RESISTENTE A METICILINA
No século XIX, cirurgias de grande porte passaram a ser 
mais frequentes nos hospitais, principalmente devido ao 
uso de anestésicos. Paralelamente, houve um aumento 
de mortalidade por infecções adquiridas no hospital. O 
agente etiológico mais frequente era Streptococcus pyoge-
nes, mas o S. aureus também causava essas infecções. No 
final do século, quando os métodos antissépticos de Lis-
ter foram implementados, a morte por infecção de tecidos 
diminuiu. Esse declínio continuou no século XX, com as 
infecções por S. aureus sendo a maior causa de mortalida-
de relacionada a cirurgias.
Na década de 1940, foi introduzida a penicilina, o 
antibiótico “milagroso”. Entretanto, por volta de 1950, 
apareceram cepas de S. aureus resistentes a penicilina que 
foram responsáveis por dificuldades adicionais nas infec-
ções hospitalares. Uma cepa particularmente virulenta era 
prevalente em unidades neonatais. Por razões desconhe-
cidas, essa cepa praticamente desapareceu em 1950, ten-
do sido substituída por outra cepa resistente a penicilina 
menos virulenta. A capacidade de rápida adaptação das 
cepas de S. aureus foi demonstrada pelo desenvolvimento 
de resistência a antibióticos recém-introduzidos no uso 
médico, como estreptomicina, tetraciclina, cloranfenicol, 
eritromicina e outros.
A comunidade médica ficou desiludida com a tera-
pia antibiótica até que novas formas de penicilina, como 
a meticilina e a oxacilina, foram desenvolvidas. No de-
correr dos anos seguintes, surtos de S. aureus resistentea meticilina (MRSA) foram relatados na Europa. As in-
fecções mais graves eram tratadas com vancomicina, uma 
substância bastante tóxica. Então, na década de 1970, o 
número de infecções graves por MRSA cresceu de forma 
drástica, juntamente com o aumento de sua incidência 
na população hospitalizada. Em 1970, a incidência de 
MRSA nas fossas nasais de pacientes era de 8%, mas, por 
volta de 1977, essa incidência havia caído para 0,7%.
Nos anos seguintes, a MRSA retornou de forma 
acentuada; nos anos 1980, uma nova cepa epidêmica apa-
receu e espalhou-se por todo o mundo. O aumento conti-
nuou durante o século XXI. Algumas cepas de MRSA ad-
quiriram resistência a vancomicina. Apesar de rara, essa 
resistência causa grande preocupação na comunidade 
médica mundial, já que a vancomicina atualmente consti-
tui a última linha de antibióticos contra MRSA.
Resistência à meticilina em S. aureus ocorre devido 
à presença de uma proteína de parede celular chamada 
de proteína ligante de penicilina (PLP), que se liga com 
a penicilina e impede sua ação contra a bactéria. Testes 
rápidos para identificar S. aureus resistente a meticilina se 
baseiam na detecção dessa proteína (Fig. 7-55).
Os Centers for Disease Control and Prevention 
(CDC) têm um papel ativo na investigação, na localização 
e na caracterização de cepas de MRSA. Tem sido obser-
vado aumento da incidência de infecção em instituições 
de cuidados de saúde onde pacientes permanecem por 
longos períodos. Isso também ocorre em pacientes res-
tritos ao leito não hospitalizados e que desenvolvem fe-
ridas de decúbito. Para evitar a rápida disseminação da 
infecção para outros pacientes debilitados, é imperativo 
que seja realizada a troca de luvas e a lavagem de mãos 
cuidadosa entre os cuidados de diferentes pacientes.
689LIÇÃO 7-9 Identificação Bacteriana e Teste de Suscetibilidade a Antibióticos
Identificação de bactérias Gram-negativas
Para a identificação presuntiva de bacilos Gram-negativos, deve 
haver crescimento bacteriano em EMB ou MAC após incubação 
overnight. A coloração de Gram das bactérias que crescem em 
EMB ou MAC deve confirmar que se trata de bactérias Gram-
-negativas, já que ambos os meios inibem o crescimento de orga-
nismos Gram-positivos.
Muitos microrganismos Gram-negativos apresentam colô-
nias com aparência característica em meios seletivos e indicado-
res. Klebsiella spp apresenta uma colônia mucoide, de coloração 
rósea. Escherichia coli forma colônias com brilho metálico es-
verdeado em EMB (Fig. 7-56) e pode ser relatado como “bacilo 
Gram-negativo, coliforme por EMB”. Coliforme se refere a algu-
mas bactérias Gram-negativas intestinais.
O médico pode tratar o paciente com base nesses relatórios 
preliminares e depois conferir os resultados do teste de suscetibi-
lidade a antibióticos para se assegurar que o antibiótico prescrito 
será efetivo. Porém, ele também pode solicitar uma identificação 
definitiva do organismo isolado.
Sistemas manuais de identificação bacteriana
Tanto sistemas manuais como automatizados são usados para 
identificar bactérias. Hospitais de grande porte e laboratórios 
de referência usam sistemas automatizados, por causa do grande 
volume de exames executados. Sistemas manuais são usados em 
laboratórios pequenos, com menor volume de trabalho ou como 
auxiliares para os sistemas automatizados em laboratórios maio-
res. Sistemas manuais contêm vários testes bioquímicos em uma 
tira ou tubo (Fig. 7-57). Para inocular o sistema, pode ser usada 
uma colônia ou uma suspensão bacteriana do organismo.
Tiras API para identificação microbiana
O sistema API consiste em uma tira plana (galeria) com uma série 
de poços que contêm os reagentes dos testes para reações bioquí-
micas, como fermentação de açúcares. Há vários tipos de galerias 
de API (Fig. 7-57A). Alguns exemplos são: API 20 E (Gram-
-negativos), STAPH (estafilococos) e API 20 STREP (estrepto-
cocos). Uma suspensão padronizada do organismo a ser testado 
é adicionada nos poços da galeria, que é então incubada durante 
o tempo determinado, normalmente 18 a 24 horas. O API 20 
STREP pode ser lido após quatro horas e novamente após 24 ho-
ras. As reações são anotadas, e o organismo é identificado com o 
auxílio de uma chave de identificação. Para controle de qualidade 
dos reagentes e das tiras, a companhia comercializa um kit, o API 
20 E Reagent QC.
Enterotube II
O Enterotube II (BD BBL) é usado para a identificação rápida 
de bactérias Gram-negativas (Fig. 7-57B). O tubo contém 15 
testes, incluindo fermentação de determinados açúcares e ou-
tras reações bioquímicas. A inoculação é feita com uma única 
colônia, o sistema é incubado durante 18 a 24 horas a 37°C; de-
pois é feita a leitura. O técnico registra os resultados das reações 
bioquímicas e usa um guia ou chave de interpretação para fazer 
a identificação.
Sistemas automatizados de 
identificação bacteriana
Três destacados sistemas automatizados incluem: MicroScan 
Walk-Away (Dade-Behring), o Phoenix (Becton Dickinson Diag-
nostic Systems) e o VITEK-2 (bioMérieux). Esses equipamentos 
FIGURA 7-56 Aspecto metálico produzido por bactéria coliforme (meta-
de direita da placa) crescendo em EMB.
Tubo não inoculado
Sem reação
Tubo inoculado
Reação positiva
A B
FIGURA 7-57 Sistemas manuais de identificação bacteriana: (A) sistema API; (B) Enterotube II.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
 
DICA DO PROFESSOR
O vídeo descreve os passos para a identificação presuntiva dos principais grupos bacterianos 
através de testes para tal identificação.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O teste da catalase é um método simples e rápido de avaliação fenotípica de alguns 
grupos microbianos. Selecione abaixo a afirmação que indica os gêneros 
diferenciados pelo resultado deste teste. 
A) 
Neisseria e Moraxella.
B) 
Staphylococcus e Streptococcus.
C) 
Listeria e Corynebacterium.
D) 
Acinetobacter e Enterobacteriaceae.
E) 
Lactobacillus e Streptococcus.
2) Algumas bactérias ao crescerem em meios suplementados com sangue podem 
produzir toxinas e substâncias que lisam as hemácias ou interagem com a 
hemoglobina presente no meio de cultura. Selecione abaixo a opção que relaciona de 
maneira adequada o tipo de hemólise com seu aspecto. 
A) 
Alfa-hemólise, lise total das hemácias, o meio de cultura fica transparente.
B) 
Beta-hemólise, com ausência de hemólise, o meio de cultura permanece sem alterações.
C) 
Beta-hemólise, lise total das hemácias, o meio de cultura fica transparente.
D) 
Gama-hemólise, lise parcial das hemácias, o meio de cultura apresenta coloração 
esverdeada.
E) 
Alfa-hemólise, ausência de hemólise, o meio de cultura permanece sem alterações
3) Durante a identificação das bactérias gram-negativas aeróbias, é essencial definir a 
reação ao teste da oxidase. Selecione abaixo qual a resposta mais adequada a respeito 
desse teste. 
A) 
Verifica a presença de um transportador de elétrons.
B) 
O teste avalia a capacidade de utilizar citrato como fonte de carbono.
C) 
Verifica a capacidade de degradação do peróxido de hidrogênio.
D) 
Verifica a capacidade de acidificação de meios em anaerobiose.
E) 
Verifica tolerância a altas concentrações de sais.
4) A presença de flagelos e observação da motilidade bacteriana é utilizada na 
identificação de diversas bactérias. Qual das informações abaixo NÃO é adequada de 
ser considerada para esta avaliação? 
A) 
Crescimento em meios semissólidos.
B) 
Coloração pelo método de Ryu.
C) 
Observação de suspensões bacterianas em lâmina e lamínula.
D) 
A temperatura deve ser ajustada de acordo com o microrganismo.
E) 
Crescimento difuso na superfície de um ágar.
5) Os meios OF (oxidação fermentação) são essenciais para a identificação de bacilos 
gram-negativos não fermentadores de glicose. A respeito destes testes, selecione a 
mais adequada.A) 
São utilizados apenas para avaliação da capacidade de fermentação e oxidação de glicose.
B) 
Deve-se realizar o teste apenas em anaerobiose.
C) 
Podemos observar bactérias que são negativas em meios OF glicose.
D) 
O teste deve ser lido pela observação de crescimento no fundo do tubo.
E) 
São testes indicados para identificação apenas de bactérias oxidase positiva.
NA PRÁTICA
Contratou-se um farmacêutico para auxiliar na rotina de microbiologia de um laboratório e ele 
observou que todos os testes de identificação estavam misturados numa estante do laboratório, 
deixando-o confuso. Então, resolveu organizar os testes de acordo com os principais grupos de 
microrganismos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Acompanhe a palestra ministrada pela Drª. Helena Homem de Mello (Especialista, Mestre 
e Doutora pela UFPR, Responsável Técnica pela NEWPROV Produtos para Laboratórios 
Ltda. Diretora do NEBaC - Núcleo de Estudos de Bacteriologia Clínica de Curitiba) e 
organizada pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR) onde é 
abordada a temática de Identificação bacteriana no laboratório de Análises Clínicas de 
Médio a Pequeno porte.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Veja o vídeo Como realizar a Técnica de coloração de GRAM, onde explica-se a técnica 
propriamente dita e suas etapas, inclusive com demonstração laboratorial.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O livro Microscopia de luz em microbiologia: morfologia bacteriana e fúngica está 
dividido em duas partes, sendo que a primeira contempla os conceitos básicos de 
microbiologia e a descrição dos principais microrganismos, e a segunda traz ao leitor uma 
série de atividades relacionadas à manipulação desses microrganismos.
No livro Microbiologia médica de Jawetz, Melnick & Adelberg traz uma apresentação 
sucinta, precisa e atua- lizada dos aspectos da microbiologia médica particularmente 
relevantes às áreas de infecções clínicas e quimioterapia.

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