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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA EM ACUPUNTURA Setembro de 2012 Compilação: Ricardo Otranto Chagas – Terapeuta Acupunturista - CRTO nº 2282 www.acupunturaguaruja.com 2 APRESENTAÇÃO Este manual foi elaborado a pedido da Secretaria de Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal do Guarujá, SP, visando proporcionar aos terapeutas que se utilizam da acupuntura, uma maior segurança durante a realização dos procedimentos, minimizando assim, os riscos de infecções e acidentes. Esta compilação foi baseada em diversos trabalhos publicados, principalmente, no Manual de Biossegurança na Acupuntura da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, editado em março de 2003. 3 SUMÁRIO Pág • INTRODUÇÃO 04 • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE RECONHECE A ACUPUNTURA 05 • ATRIBUIÇÕES DO TERAPEUTA ACUPUNTURISTA 07 • ASPECTOS LEGAIS DA ACUPUNTURA NO BRASIL 08 • LEGISLAÇÃO EXISTENTE 09 • TÉCNICAS COMPLEMENTARES À ACUPUNTURA 10 • BIOSSEGURANÇA EM ACUPUNTURA 14 • O AMBIENTE DE TRABALHO 15 • CONTRA-INDICAÇÕES NA ACUPUNTURA 16 • ACIDENTES E REAÇÕES INDESEJÁVEIS 17 • RESÍDUOS 20 • MEDIDAS DE PRECAUÇÃO 22 • HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 23 • USO DE ANTI-SÉPTICOS 24 • ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO 25 • UTILIZAÇÃO DE EPI – Equipamento Individual de Proteção 27 • BIBLIOGRAFIA 28 4 INTRODUÇÃO A Acupuntura é uma prática oriental milenar que visa cuidar da saúde e consiste na estimulação de pontos específicos do corpo, utilizando diversos tipos de estimulação, que incluem: agulhas de aço inox pré-esterelizadas e descartáveis, soft laser, estímulos elétricos, magnetos, moxa (erva artemísia), sementes, ventosas, estímulos manuais (pressão com os dedos), cristais (silício), diapasões e até palitos de dente. Esta estimulação visa restaurar, promover e equilibrar as funções energéticas e metabólicas dos sistemas e órgãos dos seres vivos, podendo ser empregada, tanto em homens, como em animais. Acupuntura é um tratamento de baixo custo e de grandes resultados benéficos. Foi introduzida no Brasil há cerca de 100 anos com a vinda dos primeiros imigrantes japoneses que vieram trabalhar na agricultura. Entre eles alguns praticantes da Medicina Tradicional Oriental. 5 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE RECONHECE A ACUPUNTURA A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece, desde 1979, mais de 40 doenças tratáveis com excelentes resultados pela acupuntura. Conforme a Wikipédia, uma das relevantes declarações que referendam essa lista veio do National Institutes of Health (NIT), em 1997, que publicou uma Declaração de Consenso sobre o uso e a eficácia da acupuntura para uma variedade de condições, que incluiu: recuperação pós-operatória de adultos, náuseas da quimioterapia; vômitos pós-operatórios, dor de dente, reabilitação da toxicodependência, dor de cabeça, cólicas menstruais, fibromialgia, dor miofascial, osteoartrite, dor lombar, síndrome do túnel do carpo e asma. Esta é a lista da OMS com as mais de 40 doenças que podem ser tratadas pela acupuntura com eficácia, embora a lista da Medicina Tradicional Oriental chegue a cerca de 300 doenças: Trato respiratório superior: - Amigdalite aguda - Rinite aguda - Resfriado comum - Sinusite aguda Sistema respiratório: - Bronquite aguda - Bronquite asmática (sem complicações) Distúrbios dos olhos: - Cataratas sem complicações - Conjuntivite aguda - Miopia em crianças - Retinite central Distúrbios da boca - Dor de dente e dor pós-extração - Faringite aguda e crônica - Gengivite Distúrbios gastrintestinais: - Colite aguda e crônica - Constipação - Diarréia - Disenteria bacilar aguda - Espasmos do esôfago e da cárdia - Gastrite aguda e crônica - Gastroptose - Hiperacidez gástrica - Paralisia do intestino - Soluço - Úlcera duodenal aguda (sem complicações) - Úlcera duodenal crônica (alívio de dor) Distúrbios neurológicos e musculoesqueléticos: - Capsulite adesiva ou epicondilite lateral - Disfunção neurogênica da bexiga - Doença de Meniere 6 - Dor de cabeça e enxaqueca - Dor lombar - Dor no nervo ciático - Incontinência urinária noturna - Neuropatias periféricas - Nevralgia do nervo trigêmeo - Nevralgia intercostal Síndrome cervicobraquial - Osteoartrite - Paralisia facial (estágio inicial) - Paresia após derrame cerebral - Sequelas da poliomielite de estágio inicial 7 ATRIBUIÇÕES DO TERAPEUTA ACUPUNTURISTA No exercício de suas atividades, o terapeuta acupunturista informará previamente ao cliente todos os procedimentos a que será submetido, seus embasamentos filosóficos, científicos e técnicos e prestará assistência, buscando a promoção e recuperação da saúde. Seguem abaixo algumas atribuições do terapeuta acupunturista: Prognosticar Disfunções Energéticas: Anamnese - avaliar sinais e sintomas de acordo com os princípios da Medicina Tradicional Chinesa e dos Cinco Elementos (Fogo, Terra, Água, Metal e Madeira); planejar procedimentos; preparar o cliente; efetuar assepsia do local; selecionar os pontos de acupuntura; aplicar as agulhas descartáveis; fazer moxabustão e outros; tonificar e/ou sedar a energia; corrigir os desequilíbrios energéticos para normalização do organismo. • Administrar a Clínica: agendar consultas; cadastrar clientes; estabelecer contato; controlar estoque; treinar pessoal; administrar finanças; providenciar manutenção da clínica; divulgar serviços. • Trabalhar com Biossegurança: higienizar as mãos e o local de trabalho; usar Equipamento de Proteção Individual (EPI) quando necessário; descartar material com prazo de validade vencido; acondicionar materiais perfurocortantes para descarte; acondicionar lixo comum em recipientes adequados. • Comunicar-se: ouvir o cliente; explicar técnicas e procedimentos; informar ao cliente sua condição; orientar o cliente sobre medidas preventivas; indicação assistida de fitoterápicos; registrar informações técnicas; produzir relatórios; ministrar aulas. • Competências pessoais: agir com bom senso; trabalhar com ética; cuidar da higiene e aparência pessoais; desenvolver percepção táctil e visual; aprimorar a paciência: utilizar recursos complementares (fitoterapia, florais de Bach, terapias corporais etc.); atualizar-se profissionalmente constantemente. 8 ASPECTOS LEGAIS DA ACUPUNTURA NO BRASIL A preocupação com os aspectos legais da Acupuntura no País teve início em 1984 com a criação do Projeto de Lei 3838 da Câmara dos Deputados Federais. A partir de então, os Conselhos Federais preocupados com tal prática pelos seus pares, iniciaram regulamentações próprias. O COFFITO (fisioterapia) em 1985, o CFBM (biomédicina) em 1986, o COFEN (enfermagem) e o CFM (medicina) em 1995, CFF (farmácia) em 2000, CFFO (fonoaudiologia) em 2001 e CFP (psicologia) em 2002. Atualmente está em tramitação o Projeto de Lei 1549/03 que disciplina o exercício profissional da Acupuntura, defendendo a prática multiprofissional, baseado em leis existentes como no Estado do Rio de Janeiro (3181/99). Alguns setores da mídia divulgaram noticias nos dias 27 e 28 de março de 2012, de maneira tendenciosa, fazendo crer que somente o médico poderia trabalhar e ou exercer a Acupuntura. Vamos aos fatos: 1) A nota da imprensa não é sobre o “Projeto Ato Médico” 2) A nota da imprensa foi sobre um processo jurídico parado desde 2001 que foi julgado só agora por um Tribunal Federal da 1ª Região. O julgamento foi sobre um pedido do CFM para que fossem anuladas algumas Resoluções que autorizam a Acupuntura como especialidade por parte dos Conselhos de Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia, Farmácia e Fonoaudiologia. 3) O processo acima citado foi julgado, sem reconhecimento de mérito definitivo, porém deverá passar por instâncias superiores que são: STJ – Superior Tribunalde Justiça e STF – Supremo Tribunal Federal, uma vez que os Conselhos estão entrando contra a decisão, para conseguirem liminares e depois julgarem o mérito, que poderá levar anos. 4) Os Conselhos já estão entrando juridicamente com recursos para que estas decisões possam ser revogadas, não são decisões definitivas, estando longe de ser. 5) Há inclusive julgamentos como estes em que o CREFITO-2 proveu no STJ – Superior Tribunal de Justiça em 1987, abrindo juridicamente o que se chama de jurisprudência, pela apelação conquistada em mandato de segurança (nº 113.658 D.O.U. de 20/08/1987) em 1987, julgada por um Ministro do STJ e não por um desembargador, que é uma decisão superior. 6) Mesmo assim a Acupuntura é atividade de livre exercício no Brasil, segundo a Constituição Federal que é a lei maior. Diz ela, em seu Artigo 5º Inciso XIII – “é livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. A lei nada estabelece sobre o exercicio da acupuntura no regime jurídico das leis brasileiras, sendo a constituição soberana em seu artigo 5. 7 - Portanto, NÃO mudou nada sobre o exercício da Acupuntura. “A população tem o direito de escolher com quem quer fazer ACUPUNTURA” 9 LEGISLAÇÃO EXISTENTE RESOLUÇÃO CIPLAN Nº 05, de 03 de março de 1988 Publicado em D.O da União dia 11 de março de 1988 RESOLUÇÃO Nº 534, de 6 de novembro de 1989 Constitui a Comissão Estadual de Medicinas Alternativas e Tradicionais Publicação em D.O de 8 de novembro de 1989 RESOLUÇÃO Nº 535, de 6 de novembro de 1989 “Compõe a Comissão Estadual de Medicinas Alternativas e Tradicionais Publicação em D.O de 8 de novembro de 1989 RESOLUÇÃO Nº 811/SES, de 28 de outubro de 1992 Dispões sobre normas de esterilização de materiais empregados em acupuntura Publicação D.O de 9 de novembro de 1992 RESOLUÇÃO Nº 818/SES, de 23 de novembro de 1992 Implanta “Programa Estadual de Acupuntura e Terapias Afins-SUS/RJ” dispõe e dá outras providências. LEI Nº 3181, de 27 de janeiro de 1999 Autoriza o poder executivo a criar o serviço de acupuntura nas unidades hospitalares do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências Publicado em D.O de 28 de Janeiro de 1999 RESOLUÇÃO SES N º 1439, de 30 de dezembro de 1999 Dispõe sobre a atividade da Acupuntura e Terapias Afins, regulamentando a Lei 3.181/99 e dá outras providências RESOLUÇÃO SES Nº 1837, de 05 de julho de 2002 Dispõe sobre o serviço de acupuntura nas unidades hospitalares do Estado do Rio de Janeiro, criado pela Lei Nº 3181, de 27 de janeiro de 1999 10 TÉCNICAS COMPLEMENTARES À ACUPUNTURA Aromaterapia: É uma terapia complementar utilizada para promover e manter a saúde e o equilíbrio físico, mental e espiritual. Por sua natureza holística, procura buscar a causa da doença em vez de tratar somente os sintomas, estimulando o corpo a despertar a sua habilidade de se manter em estado de equilíbrio. A Aromaterapia utiliza os óleos essenciais puros extraídos de várias partes de plantas e árvores. Os óleos essenciais são substâncias líquidas e aromáticas, que apresentam uma ampla variedade de propriedades terapêuticas, podendo ser relaxantes, estimulantes ou equilibrantes. A Aromaterapia pode beneficiar uma série de indivíduos e problemas. Ela tem sido particularmente útil em problemas relacionados ao estresse, tais como: Problemas de pele, Má digestão, Distúrbios de sono, Falta de ânimo, Dores e mal-estar e Ansiedade Auriculopuntura: Consiste em perfurar com agulhas os pontos auriculares ou estimulá-los com outros métodos (sementes de mostarda, bolinhas metálicas, cristais de quartzo etc). Esta técnica é de fácil manejo e o efeito obtido com rapidez, pois utiliza as propriedades reflexas do pavilhão auricular. A auriculopuntura pode ser usada em conjunto com a acupuntura tradicional. Bambuterapia: Terapia corporal e facial aplicada com peças de bambú, de diferentes diâmetros e tamanhos, podendo se moldar às mais variadas partes e formas do corpo. A terapia estimula as glândulas, proporcionando um efeito drenante e redutor de gordura localizada, auxiliando na diminuição da celulite. Uma vez que as manobras realizadas com o bambu são sempre no sentido linfático, ficando mais intensa com o uso de óleos quentes ou frios específicos; e redutor de gordura localizada, através de manobras de pinçamento com o bambu. Entre os efeitos da bambuterapia estão, o alívio de tensões musculares, melhora da circulação sanguínea, desintoxicação, regeneração e revitalização da pele e do organismo, além de um profundo relaxamento do corpo e da mente. Chakras: São centros energéticos do corpo. Os seres humanos contêm sete Chakras principais que estão em constante atividade, embora sua presença não seja percebida conscientemente por não meditadores. Os 7 Chakras estão localizados ao longo da coluna vertebral, dispostos verticalmente e cada Chakra tem funções específicas, mediante o recebimento de energias internas e externas. Cada um tem uma cor, mantram e elemento que o estimula, seu movimento é ininterrupto, estão associados às glândulas do corpo físico e funcionam como centros de captação, contenção e distribuição de energia para todo o corpo. O devido alinhamento e estimulação dos Chakras é feito através do recebimento de passes magnéticos (Reiki), de terapias corporais e faciais, na aplicação de acupuntura, moxabustão ou cromoterapia (cores), dentre outros métodos. Cromoterapia: A aplicação de luzes coloridas é feita por meio de uma caneta com foco piramidal de quartzo intercambiável com as diversas cores, nos pontos de acupuntura na pele, sem perfurá- la e sem perigo de contágio. EFT - Emotional Freedom Tecniques ou Terapia da Libertação Emocional: é uma nova e poderosa terapia que combina duas ciências bem estabelecidas para que possamos beneficiar de ambas ao mesmo tempo: Medicina da mente e corpo e a Acupuntura (sem agulhas). Em questão de minutos e em poucas sessões, fobias, medos, memórias traumáticas e todo tipo de problema emocional podem ser completamente eliminados. Excelente também para o controle de qualquer tipo de dor, de cólicas a enxaquecas e nas dependências e vícios. Em essência, EFT é uma versão emocional da acupuntura que estimula determinados pontos nos meridianos energéticos, através da pressão com os dedos. Este processo resolve as causas de problemas emocionais (meridianos de energia em desequilíbrio). Efetuado corretamente, de uma forma geral, O stress emocional pode contribuir para o aparecimento da dor, da doença emocional e doenças físicas, em grande parte desses casos comprovamos que com EFT é fornecido um alívio físico e emocional surpreendente. 11 Eletroacupuntura: É uma combinação da acupuntura clássica e da eletroterapia, de modo que, após a inserção das agulhas e obtida a sensação de Qi, por elas se faz passar uma corrente elétrica de baixa intensidade. Produz uma estimulação mais regular e contínua do que a manual. Possui uma ação analgésica mais rápida com um menor número de agulhas e promove tanto analgesia quanto anestesia. Fitoterapia: Fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Ela surgiu independentemente na maioria dos povos. Na China, surgiu por volta de 3000 a.C. quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora. A Fitoterapia é um poderoso método de cura, pois combate a origem da doença e não apenas seus sintomas. Através do uso de chás, pílulas, cápsulas e tinturas herbais, procura-se atingir a causa do desequilíbrio, fortalecendo o organismo expulsando o fator gerador da desarmonia. A indicação da Fitoterapia Oriental baseia-se no diagnóstico energético tradicional da Medicina Chinesa. Este diagnóstico é realizado principalmente, através da anmenese e dos Cinco Elementos. Florais de Bach: O objetivo da terapia dos Florais de Bach Originais é o equilíbrio das emoções do cliente. Ouseja, procura diminuir ou eliminar o estresse, depressão, pânico, desespero, sentimentos de culpa, cansaço físico ou mental, solidão, tristeza, indecisão, sensibilidade excessiva, ciúmes, ódio, mágoas, todos os tipos de medos, ansiedades e preocupações que uma pessoa esteja sofrendo. O médico inglês, Dr. Edward Bach descobriu 38 florais, cada um deles para um estado emocional e mental específico e ainda, uma combinação de cinco dos florais concebidos para situações difíceis e que exigem mais de nós, à qual chamou de Rescue. Dr. Bach entendeu que a origem das doenças seria proveniente de sete defeitos: orgulho, crueldade, ódio, egoísmo, ignorância, instabilidade mental, cobiça e gula. Apontou sete caminhos do equilíbrio emocional, que seriam: paz, esperança, alegria, fé, certeza, sabedoria e amor. E o seu conceito de saúde seria: harmonia, integração, individualidade e integridade. Imantoterapia (Magnetoterapia): Fobia é um trauma, um pânico, um medo incontrolável de algum evento ou coisa, como por exemplo: medo de baratas, ratos, insetos voadores, lagartixas, cobras, sapos, medo de alturas, claustrofobia, medo de voar, de dirigir automóveis. As raivas, culpas, magoas, bloqueios e inseguranças, também podem ser tratadas com a Imantoterapia. Existe um fluído magnético ou uma força da natureza invisível e sutil que troca-se entre o céu e a terra, e dita força magnética pode curar e proporcionar energia aos seres vivos. A Imantoterapia é, por excelência, a técnica que aplica campos magnéticos (imãs) com objetivo de recuperar e manter a saúde. Laserpuntura: A introdução do Laser em práticas terapêuticas fez uma autêntica revolução na Acupuntura: surgiu a possibilidade de estimular os pontos de acupuntura sem causar dor, de maneira não invasiva, e ao mesmo tempo estimular todos os pontos (em acupuntura tradicional existem restrições a alguns pontos e também algumas contra-indicações). A duração de uma sessão de Laserpuntura é 5 a 6 vezes menor de que a de Acupuntura Tradicional, enquanto a eficácia é a mesma ou até superior. A possibilidade de doseamento exato da energia a ser aplicada, aumenta a previsibilidade dos efeitos terapêuticos da Laserpuntura em comparação com os métodos de Acupuntura Tradicionais. Moxabustão: É uma terapia que combina fitoterapia e termoterapia. Entende-se por isso o aquecimento de áreas ou pontos de acupuntura por meio da queima da erva de artemísia com a finalidade de aquecer o Qi e o Xue nos canais de energia. Sua natureza é Yang puro, portanto, fortifica o Yang enfraquecido, percorre os doze canais de energia,regula o Qi e o Xue, expele o frio e a umidade. É indicada nas afecções pelo frio. A moxabustão é classificada em: - Direta: com ou sem artemísia; - Indireta: sobre fatias de gengibre, alho, sal grosso, fita adesiva etc; - Com bastão: artemísia pura ou artemísia mais combinação de ervas; - Sobre o cabo da agulha de acupuntura; 12 Pedras Quentes: A massagem com pedras quentes é uma terapia de ação profunda que utiliza a força da Natureza para equilibrar os chacras, possibilitando a saúde do corpo, da mente e do espírito. O trabalho coloca pedras previamente aquecidas em água quente em contato suave com pontos energéticos do corpo, melhorando o fluxo de energia vital e trazendo grande bem estar. A terapia aquece também os músculos e promove um grande relaxamento, aliviando tensões, cólicas e dores musculares persistentes. Algumas pedras ficam paradas em determinados pontos, enquanto outras são móveis e servem para a massagem. A terapia de pedras quentes pode se aliar à aromaterapia com o uso de óleos essenciais previamente aquecidos, a fim de facilitar o deslizamento das pedras sobre o corpo. O objetivo da terapia é relaxar toda musculatura, desestressar e entrar em um estado chamado alpha, entre o dormindo e acordado. É recomendado que logo após a massagem a cliente fique alguns instantes ainda deitada e se levante bem devagar, para que a mente volte em sua plenitude e passe o efeito sedativo da terapia. Pindas Chinesas: Originárias das antigas terapias orientais, as Pindas Chinesas, são saquinhos de linho ou algodão que contém ervas medicinais aromáticas e especiarias, com propriedades relaxantes e que auxiliam na manutenção da saúde e bem-estar geral do corpo. A massagem com as Pindas Chinesas ajuda na desintoxicação corporal e reequilibra o corpo, deixando o estado físico e mental em completa harmonia. Durante a terapia corporal, as Pindas Chinesas são aquecidas, o que acentua os benefícios produzidos pelas ervas, sem falar do efeito relaxante transmitido pelo calor. Usam-se também óleos essenciais, aproveitando os benefícios da aromaterapia. A sensação é de completo bem-estar e relaxamento. Reiki: É a antiga arte de cura pela imposição das mãos. Redescoberta no Japão, no século 19, pelo Dr. Mikao Usui, um monge cristão de origem japonesa. A tradição Reiki, porém, já era mencionada em sânscrito pelos antigos sutras da Índia, há mais de 2.500 anos. Reiki é uma palavra japonesa que significa "Energia da Vida Universal". O espaço que nos envolve. O Universo vive impregnado de energia infinita e inesgotável. É esta energia, primordial e criativa, que nos mantém vivos.O Reiki constitui, portanto, esta energia de cura natural, que passa a fluir de forma poderosa e concentrada pelas mãos do terapeuta Reiki. Spiral Taping (terapia do esparadrapo): Descoberta no Japão há cerca de 20 anos, a Spiral Taping – terapia indolor não invasiva – vem sendo utilizada com sucesso no combate a doenças como reumatismo, artrite e lesões decorrentes de práticas esportivas e atividades profissionais. O terapeuta aplica diversas tiras finas de um esparadrapo especial sobre a pele do cliente e, em pouco tempo, surge alívio para dores musculares e problemas de articulação. A Spiral Taping é indicada para dores lombares, bursite, torcicolo, paralisia facial, dor nos joelhos e tornozelos, fibromialgia, reumatismo, artrite, ciatalgia, cãimbra, Síndrome do Túnel do Carpo, lesões originadas por práticas esportivas ou decorrentes de Lesão de Esforço Repetitivo (LER), além de outros distúrbios osteomusculares. Stiperterapia (pastilhas de silício): Baseadas no conceito da medicina oriental, onde o nosso organismo é regido por meridianos e pontos energéticos, quando estes deixam de fluir corretamente por qualquer motivo, o corpo se manifesta nos mais variados sintomas. E é aí que se faz necessário a sua regulação. Essas pequenas pastilhas, denominadas Stipers, são empregadas em diversas áreas terapêuticas e carregam consigo micro-cistais de silício (quartzo), reconhecidos os maiores ordenadores de ondas e frequências do universo, que atuam absorvendo as energias desarmonizadas e desequilibradas do organismo, devolvendo-as de forma controlada, harmonizada e gradual, restabelecendo assim, o fluxo de energia continuamente. Terapia das Conchas: É uma nova terapia onde o recurso utilizado para a realização da massagem são conchas criteriosamente selecionadas para cada movimento e assepsiadas adequadamente para este fim. As manobras utilizadas na técnica com as conchas são inspiradas nos movimentos das ondas do mar, somadas as manobras da Drenagem Linfática Manual. Pode ser aplicada em todos os tratamentos faciais e corporais, apresentando propriedades drenantes, 13 oxigenantes e revitalizantes, além de devolver a harmonia e o contorno facial e corporal. Os benefícios são extensos, como a ativação da circulação, facilitação de drenagem linfática, descongestionamento da pele , além de atenuar nas linhas de expressão e flacidez da pele e estimulação do metabolismo cutâneo. Ventosaterapia: É um método terapêutico que consiste em utilizar ventosas, aplicando-as na pele. Produz uma pressão negativa que tem o objetivo de drenar e promover o descongestionamento de Qi e Xue nos canais de energia. As ventosas podem ser de vidro, plástico ou bambu. 14 BIOSSEGURANÇA EM ACUPUNTURA ABiossegurança envolve não apenas o acidente, mas sim todos os fatores que levaram a sua ocorrência, visando o homem e seu bem estar. Tem como objetivos reconhecer, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho. Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção , minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção , ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”. As grandes causas de acidentes estão relacionadas a: • Instrução inadequada. • Supervisão ineficiente. • Mau uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) • Não observação de normas existentes. • Práticas inadequadas. • Planejamento falho. • Jornada excessiva de trabalho. Para boas práticas de atendimento a clientes, deve-se conhecer as normas e os procedimentos de segurança, para minimizar os riscos de acidentes. Cabe ressaltar alguns cuidados durante a prática de Acupuntura: • Na introdução das agulhas, nunca tocar na lâmina das mesmas, o que pode ser evitado com a utilização do tubo guia, chamado de “Mandril”. • Na retirada das agulhas, ter atenção para evitar acidentes. As agulhas deverão ser descartadas em recipiente adequado conforme orientações descritas no capítulo sobre resíduos. • JAMAIS reutilizar as agulhas, mesmo se for no mesmo cliente e na mesma sessão. Todas as agulhas deverão ser utilizadas uma só vez e descartadas imediatamente. 15 O AMBIENTE DE TRABALHO As salas de terapias devem ser amplas, arejadas e com boa iluminação. O piso e paredes deverão ser lisos e de material lavável, preferencialmente na cor clara. Deverá dispor de lavatórios de uso exclusivo do terapeuta, para lavagem das mãos. Junto ao lavatório deverá haver dispersadores de sabão líquido e provisão de papel toalha. Jamais utilizar toalhas de tecido. O ambiente deverá ser mantido livre de sujeira, poeira e insetos. A limpeza deverá ser feita com água e sabão e hipoclorito de sódio a 1% e jamais a seco (uso de vasoura). Não é permitida a colocação de plantas, devido a possibilidade de contaminação por Aspergillus, o que poderá ocasionar riscos ao cliente. O ambiente deve ser detetizado à cada 6 meses. É também importante o controle da qualidade do ar no ambiente, para tanto, deve-se utilizar equipamento de ar condicionado, com manutenção em dia e não utilizar ventiladores. 16 CONTRA-INDICAÇÕES NA PRÁTICA DE ACUPUNTURA Na prática da Acupuntura é difícil estipular contra-indicação absoluta para esta forma de terapia, entretanto por razões de segurança, deve ser evitada nas condições abaixo relacionadas. Gravidez: Por induzir o trabalho de parto, a acupuntura não deve ser utilizada durante a gravidez. A penetração e a manipulação das agulhas em determinados pontos promove a contração uterina. Tanto a acupuntura quanto a moxabustão são contra-indicados em pontos localizados no baixo ventre e na região lombo sacra durante o primeiro trimestre de gestação. Após o 3º mês de gestação devem ser evitados os pontos no abdomem superior, região lombo sacra e pontos que causem sensações fortes, bem como os pontos na orelha (auriculoterapia). Emergências médicas e situações cirúrgicas: Em situações de emergência o cliente dever ser imediatamente encaminhado a uma unidade que tenha serviço de emergência. Tumores malignos: Nestes casos poderá ser utilizada somente como medida complementar em combinação com outros tratamentos para alívio da dor, minimizar o efeito colateral da quimioterapia e radioterapia, melhorando a qualidade de vida do cliente. Jamais deverá ser aplicada no local do tumor ou para tratamento dos mesmos. Sangramentos: Clientes com sangramentos, problemas de coagulação, e em uso de anticoagulantes, não deverão receber tratamento de acupuntura. 17 ACIDENTES E REAÇÕES INDESEJÁVEIS Alguns tipos de acidentes e reações indesejáveis podem acontecer, ressaltamos alguns pontos a serem observados para prevenir tais situações: Qualidade das agulhas: Devem ser utilizadas agulhas de aço inox pré-esterelizadas, descartáveis e com registro no Ministério da Saúde. Posição do cliente: O cliente deve ser acomodado de forma confortável e orientado a permanecer quieto e a evitar mudanças bruscas de posição. Desmaios: Antes do início de cada sessão de acupuntura deve-se tirar a pressão arterial do cliente para verificar a sua normalidade. Havendo irregularidade na pressão recomenda-se evitar a sessão até a sua normalização. O pulso deve ser frequentemente avaliado para detecção precoce de reações indesejáveis. Deve-se ter cuidado com pontos de acupuntura que causam hipotensão F-3 (Taichong). Como detectar situação eminente de desmaio? Observar no cliente: Sensação de vertigem; movimento e balanço de objetos à sua volta, fraqueza, opressão no peito palpitação; náusea; ânsia de vômito; palidez; pulso fraco; extremidades frias; queda da pressão arterial e perda da consciência. Nestes casos as agulhas devem ser removidas imediatamente. Tomar medidas necessárias de primeiros socorros para estabilizar o cliente e caso não haja melhora encaminhar para a unidade hospitalar mais próxima. Convulsões: O cliente deve ser questionado sobre história pregressa de convulsão e em caso afirmativo observar rigorosamente as reações do cliente durante o tratamento. Caso ocorram, as agulhas devem ser imediatamente retiradas e os procedimentos necessários deverão ser adotados. Dores: O tratamento com acupuntura normalmente é indolor quando há penetração rápida e habilidosa da agulha, porém a dor poderá ocorrer nas situações abaixo relacionadas. • Durante a penetração da agulha – a dor poderá ocorrer devido a técnica não apropriada ou em cliente com muita sensibilidade. • Depois da inserção – quando a agulha penetra profundamente e atinge um receptor de fibra nervosa, nesta situação a agulha deve ser superficializada e aprofundada em outra direção. • Após a retirada da agulha – ocorre devido a estimulação excessiva ou a manipulação desajeitada. Para casos suaves, pressionar o local; para casos graves realizar a moxabustão além da pressão. • Quando a agulha emperra – poderá ocorrer por um espasmo muscular, neste caso a agulha deve ser deixada por algum tempo e depois retirada por rotação ou massagear em torno do ponto. Se a causa é a rotação excessiva numa só direção a dor vai ser aliviada quando fizer uma rotação em sentido inverso. • Agulha quebrada – Poderá ocorrer devido a má qualidade da agulha, forte espasmo muscular, pela erosão entre a lâmina e o cabo, movimento brusco do cliente ou utilização prolongada de corrente galvânica. É prudente não penetrar mais da metade da lâmina da agulha , devido a junção entre o cabo e a lâmina ser a parte mais frágil da agulha, podendo ocorrer quebra da mesma nesta área. Em caso de quebra da agulha manter o cliente calmo orientando-o para que não se mova, a fim de se evitar que a agulha penetre mais nos tecidos. Se parte da agulha quebrada estiver visível, pressionar em torno do local para que seja possível a retirada da mesma 18 com auxílio de uma pinça, não sendo possível, uma intervenção cirúrgica será necessária, devendo o cliente ser encaminhado a um médico cirurgião. Infecção local – O rigor quanto as técnicas assépticas deverão ser respeitados, pois previnem infecção local. Queimadura durante a Moxabustão – Deve ser prevenida com a moxabustão indireta. Estimulação elétrica – É potencialmente nociva. Está contra-indicada: na gravidez, perda de sensibilidade cutânea, se o cliente tiver marca-passo, nos casos de deficiência circulatória, doenças arteriais graves, febre sem diagnóstico ou lesões de pele profundas e extensas. Um monitoramento cuidadoso de estimulação elétrica é recomendado para a prevenção da injúria nervosa; a corrente galvânica deve ser utilizada por um breveperíodo de tempo. Terapia Laser – Na terapia a laser, tanto o cliente quanto o terapeuta, deverão estar usando óculos protetor, pois do contrário poderá ocorrer sérios danos aos olhos. Áreas que não devem ser perfuradas – Fontanelas em bebês, genitália externa, mamilos, umbigo e globo ocular. DANOS EM ÓRGÃOS E SISTEMAS Cuidados especiais devem ser tomados nas aplicações das agulhas em pontos próximos aos órgãos vitais ou áreas muito sensíveis. Em função das características das agulhas usadas, dos locais particulares para aplicação, da profundidade da penetração, das técnicas de manipulação utilizadas e das estimulações oferecidas, alguns acidentes podem ocorrer durante o tratamento. Em muitas situações podem ser evitados se as precauções adequadas forem tomadas. Se ocorrerem, o acupunturista deve saber lidar com essas situações eficientemente, evitando um dano adicional. Um dano acidental num órgão importante requer intervenção médica ou mesmo cirúrgica. Tórax, Dorso e Abdomem Os pontos nesta região devem ser penetrados na direção oblíqua ou horizontal, evitando lesões em órgãos vitais. Deve-se ter atenção na direção e na profundidade da inserção das agulhas. Pulmão e Pleura O pneumotórax traumático poderá ocorrer em casos de penetração profunda da agulha em pontos do tórax, costas ou fossa supraclavicular. Durante a manipulação poderá ocorrer tosse, dor toráxica e dispnéia, especialmente se houver laceração grave do pulmão pela agulha. Os sintomas podem aparecer gradualmente depois de algumas horas após o tratamento. Fígado, Baço e Rins Sangramento, dor local, sensibilidade e rigidez dos músculos abdominais podem ocorrer quando há perfuração do fígado e baço. Quando o dano não for grave, o sangramento para espontaneamente, do contrário, poderá ocorrer queda de pressão sanguínea e choque hipovolêmico. Sistema Nervoso Central Dor de cabeça, náuseas, vômitos, redução súbita da respiração e desorientação seguida por convulsões, paralisia ou coma podem ocorrer caso haja manipulação inadequada de pontos entre as vértebras cervicais ou ao lado da primeira vértebra superior, tais como VG-15 e VG-16. Acima da primeira vértebra lombar, entre outras vértebras, deve-se evitar a penetração profunda, pois pode ocorrer perfuração da medula espinhal, ocasionando paresias ou fisgadas na extremidade ou no tronco abaixo do nível da perfuração. 19 Sistema Circulatório Deve-se tomar cuidado com áreas de pouca circulação ou punção acidental de artérias o que pode ocasionar sangramento. Outros Pontos Outros pontos que são potencialmente perigosos e exigem uma habilidade e experiência no seu uso, incluem: • B-1 (Jingming) e E-1 (Chengqi) – localizados próximo ao globo ocular • CV-22 (Tiantu) – em frente da traquéia • E-9 (Renying) – perto da artéria carótida • BP-11 (Jimen) e BP-12 (Chongmen) – perto da artéria femural • P-9 (Taiyan) – na artéria radial Cuidados no Atendimento • SEMPRE utilizar agulhas de aço inox, pré-esterelizadas, descartáveis e aprovadas pelo Ministério da Saúde; • Evitar a prática de acupuntura com o estômago vazio e em posição sentada; • Evitar a perfuração de algumas áreas do corpo como: mamilos, umbigo, globo ocular e genitália externa. • Agulhas auriculares não devem ser mantidas no pavilhão auricular por mais de 7 dias, pois podem provocar reações alérgicas, e infecções locais, o tempo seguro é de aproximadamente 4 dias. 20 RESÍDUOS A responsabilidade por resíduos gerados em qualquer ambiente é do gerador, devendo este conhecer a legislação vigente sobre o assunto. Atualmente estão em vigência: Resolução CONAMA 05/93, CONAMA 281/01 e RDC 33/03. Por definição, resíduos de serviços de saúde são aqueles provenientes de qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal; aqueles provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados e aqueles provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal bem como os provenientes de barreiras sanitárias. (Resolução CONAMA 283/01). CLASSIFICAÇÃO (RDC 33/03) • GRUPO A (POTENCIALMENTE INFECTANTES): resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Devem ser acondicionados em saco branco leitoso com a simbologia de substância infectante. De acordo com as suas características receberá uma sub-classificação de A1 a A7 e deverão ter tratamentos diferenciados. • GRUPO B (QUÍMICOS): resíduos contendo substâncias químicas que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente, independente de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco . De acordo com as suas características receberá uma sub-classificação de B1 a B8. • GRUPO C (REJEITOS RADIOATIVOS): são considerados rejeitos radioativos quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na norma CNEN-NE-6.02 – “Licenciamento de Instalações Radiativas”, e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. É representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO, indicando o principal risco que apresenta aquele resíduo, além de informações sobre o conteúdo, nome do elemento radioativo, tempo de decaimento, data de geração, nome da unidade geradora, conforme norma da CNEN NE 6.05 e outras que a CNEN determinar. • GRUPO D (RESÍDUOS COMUNS): são todos os resíduos gerados nos serviços abrangidos por esta resolução que, por suas características, não necessitam de processos diferenciados relacionados ao acondicionamento, identificação e tratamento, devendo ser considerados resíduos sólidos urbanos – RSU. Para os resíduos do GRUPO D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, e símbolos de tipo de material reciclável: I – azul – PAPÉIS II- amarelo – METAIS III – verde – VIDROS IV – vermelho – PLÁSTICOS V – marrom – RESÍDUOS ORGÂNICOS Para os demais resíduos do Grupo D deverá ser utilizada a cor cinza nos recipientes. 21 Caso não seja procedida a reciclagem, poderá ser utilizada a cor preta. • GRUPO E – PERFURO-CORTANTES: são os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar. Enquadram-se neste grupo: lâminas de barbear, bisturis, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lâminas e outros assemelhados provenientes de serviços de saúde, bolsas de coleta incompleta, descartadas no local da coleta, quando acompanhadas de agulha, independente do volume coletado. Os materiais perfuro-cortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, baseados nas normas da ABNT NBR 13853/97 – Coletores para RSS perfurantes e cortantes e NBR 9259/97- Agulhas hipodérmicas estéreis e de uso único-, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente. O símbolo que representa o GRUPO E, é o símbolo de substância infectante constante na NBR- 7500 da ABNT de março de 2000, com rótulosde fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFURO-CORTANTE, indicando o risco que apresenta aquele resíduo. Os resíduos do Grupo E devem ser encaminhados para destinação final em Aterro Sanitário, devidamente licenciado em órgão ambiental competente. Caso não haja a disponibilidade do tipo de destino final acima mencionado, devem ser submetidos a autoclavação para que haja redução ou eliminação da sua carga microbiana. Neste caso, os resíduos resultantes do tratamento devem ser acondicionados e identificados como resíduos do tipo D. OBSERVAÇÃO: No caso de Acupuntura são gerados apenas resíduos do grupo D e E. 22 MEDIDAS DE PRECAUÇÃO As medidas de precaução têm como objetivo, prevenir a disseminação de doenças seja de um cliente a outro ou de cliente para o profissional de saúde. Já se suspeitava da transmissão de doenças de uma pessoa a outra, mesmo antes da descoberta dos microorganismos, especialmente nos hospitais onde o risco era iminente, por reunir em um mesmo ambiente, pessoas suscetíveis e contaminadas. O conceito mais antigo que se tem, como medida de prevenção e controle das doenças, é o de isolamento, que surgiu nos EUA em 1881, onde se recomendava separar geograficamente os clientes. Com a descoberta e o avanço da epidemia de AIDS, surgiram as Medidas de Precaução Universal, que considerava todo cliente de risco, independente do diagnóstico, surgindo também as precauções com fluídos corpóreos. Estas medidas não valorizavam outras vias de transmissão como a aérea, por gotículas e por contato, além do alto custo. O Center for Desease Control and Prevention (CDC) propôs então a unificação dos dois conceitos, criando as medidas de precaução padrão ou básicas e medidas de precaução específica. O principal objetivo é evitar a exposição dos profissionais de saúde a materiais com potencial de transmissão de HIV, HVB, HVC, entre outras patologias. Deve ser utilizada pelo profissional de saúde toda vez que for manipular o cliente independente do diagnóstico de suspeita ou confirmação de doenças. Deve ser adotada na manipulação de sangue, fluídos corporais, secreção, excreções (exceto suor), pele não íntegra e mucosas. COMPREENDEM – Barreiras de Proteção Higienização das mãos, imunização para Hepatite B de todos os profissionais que trabalham em assistência a saúde e uso de equipamento de proteção individual (EPI). HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Tem como principal objetivo, prevenir a transmissão cruzada de microorganismos responsáveis pelas infecções hospitalares, sendo uma prática de grande importância para prevenção de infecções no ambiente. Sua efetividade depende da realização correta da técnica. É importante também, manter a integridade da barreira cutânea. Para melhor compreender e executar a técnica de higienização das mãos é importante conhecer os conceitos de microbiota residente, microbiota transitória, a definição dos procedimentos utilizados para higienização das mãos, além das soluções empregadas na sua realização. Devem ser empregados recursos e medidas com o objetivo de incorporar a prática de higiene das mãos em todos os níveis da assistência hospitalar, tais como: • Dispor de torneiras que dispensem o contato das mãos através do volante ou registro, quando do fechamento da água. • Dispensador de sabão líquido que evite contato das mãos com o local de saída do produto. • Papel toalha para secagem das mãos (Não é indicado o uso coletivo de toalha de tecido única ou de rolo, bem como o secador de mãos). Procedimentos Utilizados para Higienização das Mãos: • Lavagem das Mãos – O ato de lavar as mãos com água e sabão, remove mecanicamente a sujidade e reduz a microbiota transitória. • Anti-Sepsia ou Degermação – A anti-sepsia das mãos elimina a microbiota transitória e reduz a microbiota residente. 23 24 USO DE ANTI-SÉPTICOS Os produtos químicos abaixo relacionados poderão ser utilizados para higienização das mãos do profissional e para anti-sepsia da pele do cliente. A escolha do produto fica a critério do profissional, lembrando que para escolha destes produtos, deve se levar em conta o custo e a sensibilidade do cliente e profissional em relação aos mesmos, pois os maiores problemas no uso de anti-sépticos é o ressecamento da pele, dermatites e alergias. O mais indicado para anti-sepsia da pele do cliente antes da colocação de agulhas é o álcool a 70%. Álcool a 70% Ação: age em Gram (–), Gram (+), micobactérias, vírus e fungos. Tempo de ação residual – não possui ação residual. OBSERVAÇÕES: o álcool a 70% pode ser utilizado para substituir a lavagem das mão, ressaltamos porém, que o álcool não elimina a sujidade da pele e não possui ação residual. O álcool com emoliente (com 2% de glicerina ou na forma de gel) é o mais indicado para anti-sepsia das mãos do profissional de saúde por ressecar menos a pele. Quando realizar a assepsia das mãos? • Antes e após a realização de cuidados ou exames com o cliente, entre um cliente e outro e entre as diversas atividades realizadas no mesmo cliente se, nesse caso, houver contato com fontes importantes de microrganismos: • Antes do preparo de medicação. • Antes e após o manuseio de dispositivos invasivos. • Após contato inadvertido com matéria orgânica de qualquer cliente, inclusive através de artigos e superfícies contaminadas. Regras Básicas Retirar adereços (anéis, pulseiras, relógios, etc). As unhas devem estar sempre aparadas e limpas. OBSERVAÇÕES: O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos. Deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a um único cliente. Patologias Que Necessitam Destas Medidas de Precaução: meningite, difteria, streptococcus, coqueluche, caxumba, rubéola, adenovírus, parvovírus B19, influenzae, tuberculose, sarampo e varicela, infecções de pele, diarréias infecciosas, adenovírus, vírus sincicial respiratório, enterovirus etc. ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO O profissional de saúde está constantemente exposto a patologias veiculadas por sangue, tais como AIDS, hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV), devendo utilizar as medidas de precaução para todo e qualquer cliente, independente de seu diagnóstico. Lembramos que a melhor precaução é não se acidentar, ressaltamos alguns pontos importantes para prevenção de acidentes: • Ter atenção durante a realização dos procedimentos; • Nunca utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimento que envolva materiais perfuro-cortantes; • Descartar os materiais perfuro-cortantes em recipiente específico (resistentes a perfuração e com tampa); • Manter os recipientes próximos ao local de realização do procedimento; • Descartar o recipiente quando 2/3 de sua capacidade for atingido. 25 26 COMO PROCEDER EM CASO DE ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO NA PELE: Lavar exaustivamente com água e sabão (antiséptico, de preferência). EM MUCOSA: Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica. Procurar imediatamente um serviço de atendimento médico (hospital ou posto de saúde). 27 UTILIZAÇÃO DE EPI Equipamento de Proteção Individual PROFISSIONAIS DE SAÚDE - No caso da acupuntura para punção dos pontos é necessária somente a luva não estéril e jaleco. OBSERVAÇÕES: O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos. Deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a um único cliente. CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS DURANTE A INSERÇÃO DAS AGULHAS • Manter o material a ser utilizado em campo estéril; • A ponta da agulha deve ser mantida estéril antes da sua penetração; • Após a anti-sepsia da pele dos clientes não palpar o ponto de inserção. MACA – A maca, antes de cada atendimento, deverá ser desinfetada com álcool 70%, deixar secar naturalmente e, a seguir, cobri-la com lençol de papel descartável. LASERPUNTURA – Tanto o terapeuta, como o cliente, deverão utilizar óculosprotetores específicos durante a sessão de terapia com soft laser. 28 BIBLIOGRAFIA • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de controle de infecção hospitalar. Brasília, Centro de Documentação, 1985. • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde. 2 ed. Brasília, Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, 1994. • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n° 15/MS/SVS de 23 de agosto de 1988. Diário oficial da União da República Federativa do Brasil, Brasília • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n° 2616/GM de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil, Brasília, seção 1, n° 89, pp. 133, 13 de maio 1998. • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Curso de Treinamento em Controle de infecção Hospitalar, Coordenação Nacional de Controle de Infecção Hospitalar / ANVISA, 2000. • BRASIL, SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO. 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