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TRATAMENTOS-EM-ACUPUNTURA (1)

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 ORIGEM DA ACUNPUTURA ...................................................................... 5 
2.1 História da acupuntura na China .......................................................... 6 
2.2 Acupuntura no Brasil ............................................................................ 8 
2.3 Os princípios da acupuntura ................................................................. 9 
2.4 Acupuntura e os meridianos energéticos ........................................... 11 
3 DIFERENÇA ENTRE ACUPUNTURA SISTÊMICA E ACUPUNTURA DE 
MICROSSISTEMAS .................................................................................................. 15 
3.1 Acupuntura sistêmica ......................................................................... 16 
4 MECANISMOS DE MERIDIANOS NA APLICAÇÃO DE AGULHAS OU 
PRESSÃO ................................................................................................................. 18 
4.1 Acupuntura sistêmica ......................................................................... 19 
5 AURICULOTERAPIA ................................................................................ 22 
6 TÉCNICAS DE ACUPUNTURA IDEAIS A CADA PACIENTE .................. 24 
6.1 Eletroacupuntura e laserterapia ......................................................... 28 
7 O DIREITO DE PRATICAR A ACUPUNTURA NO BRASIL ..................... 30 
7.1 Aspectos legais da acupuntura no Brasil............................................ 30 
7.2 Conflito legal ....................................................................................... 31 
7.3 Sobre o direito de praticar a acupuntura no Brasil ............................. 34 
7.4 Regulamentação da acupuntura ........................................................ 35 
8 MÉTODOS DE APLICAÇÃO .................................................................... 37 
8.1 Agulha Filiforme: ................................................................................ 38 
8.2 Inserção sem Mandril ......................................................................... 39 
8.3 Ângulos de Inserção ........................................................................... 40 
8.4 Formas de Procurar o Qi .................................................................... 41 
8.5 Formas de Reter o QI ......................................................................... 41 
 
3 
 
8.6 Cuidados ............................................................................................ 43 
8.7 Método de Tonificação (Reforço) Sedação (Redução)....................... 43 
9 APLICAÇÕES DA ACUPUNTURA para tratamento saúde mental ........... 44 
10 ACUPUNTURA NA ESTÉTICA CORPORAL ........................................ 46 
11 ACUPUNTURA NAS AFECÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS.............. 52 
12 ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE OBESIDADE E ESTRIAS ...... 55 
14 ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA INSÔNIA ................................ 58 
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 ORIGEM DA ACUNPUTURA 
 
Fonte: hong.com 
A história da medicina tradicional chinesa está vinculada ao raciocínio chinês 
e, consequentemente, à cultura oriental. Suas teorias básicas estão intimamente 
vinculadas à gênese da acupuntura, assim como seus conceitos e princípios. A 
difusão da medicina oriental para o ocidente foi de suma importância. A Organização 
Mundial da Saúde já a reconhece e, no Brasil, a prática de acupuntura integrou-se ao 
SUS como uma das terapias complementares (BARROCO, 2018). 
Segundo Barroco (2018) a medicina tradicional chinesa é muito antiga. Seus 
primórdios estão relacionados com a medicina primitiva do Oriente, iniciada no 
período pré-histórico a partir do instinto de preservação da espécie, acumulando, 
transmitindo e aprimorando experiências ao longo dos anos. A acupuntura foi 
praticada na China vários séculos antes de Cristo e até hoje faz parte da medicina 
oriental, sendo um dos mais importantes conjuntos de técnicas. Sugere-se que a 
medicina oriental tenha iniciado há cerca de 5 mil anos, mas, entre diferentes autores, 
há algumas variações em relação a esta estimativa, pois são poucos os registros 
históricos e documentais preservados. O desenvolvimento e a prática da acupuntura 
foram intensos no Oriente. Nos últimos séculos, começou a ganhar espaço no 
Ocidente, elaborando terapias complementares com efeitos preventivos e curativos 
na medicina, além de aplicações estéticas. 
 
6 
 
Um dos grandes legados do povo chinês para a humanidade é sua medicina 
tradicional. A acupuntura, parte importante desse legado, está sendo cada vez mais 
difundida e permeando o Ocidente. Surgem mais profissionais atuando nessa área, 
assim como pacientes usufruindo dessa maravilhosa potencialidade no campo da 
saúde. Há um grande arsenal de técnicas, na medicina oriental, que podem tanto ser 
combinadas a práticas ocidentais como utilizadas de forma alternativa. A mais 
conhecida, é a acupuntura sistêmica, que se caracteriza pela inserção de agulhas em 
diversos locais do corpo. Há também a auriculoterapia, um tipo de acupuntura em 
microssistemas. Ela explora o pavilhão auricular, não se limitando ao órgão auditivo, 
mas usufruindo da sua relação com os órgãos internos (Zang Fu) e com os meridianos 
energéticos. As técnicas de acupuntura sistêmica e de auriculoterapia podem ser 
empregadas de forma específica ou integradas de forma complementar para fins 
clínicos e estéticos (BARROCO, 2018). 
2.1 História da acupuntura na China 
A medicina primitiva pré-histórica se desenvolveu em algumas regiões da China 
a partir de uma multiplicidade de experiências, transmitidas informalmente ao longo 
dos anos, de geração em geração, acumulando e aprimorando informações. Há um 
acervo de registros chineses citando imperadores lendários que participaram não 
apenas da evolução da cultura oriental, mas também da consolidação das bases da 
sua medicina (BARROCO, 2018). 
Ao imperador lendário Fuxi, atribui-se a descoberta do fogo e a construção da 
base do I Ching, ou “Livro das Mutações”. Este é um texto clássico chinês, composto 
de contribuições sobrepostas ao longo do tempo. Foi utilizado como oráculo, pois 
interpreta simbolicamente toda a natureza e suas transformações, considerando que 
todos os fenômenos do universo dependem dos dois polos Yin e Yang e seus estágios 
intermediários. Nele, temos a referência mais antiga a essa teoria fundamental da 
cultura e medicina chinesa, justamente a teoria Yin e Yang. Shen Nongfoi outro 
imperador lendário, a quem se atribuiu a criação da agricultura e a utilização das 
plantas com fins medicinais. “O Herbário Clássico”, de Shen Nong é o texto mais 
antigo relacionado a este tópico. Também conhecido como Shen Nong Ben Cao Jing. 
O primeiro livro a tratar da medicina tradicional chinesa em sua totalidade foi Huangdi 
 
7 
 
Nei Jing ("O Clássico da Medicina Interna do Imperador"). A experiência clínica é 
apresentada no texto por meio de perguntas e respostas do Imperador (o Imperador 
da China na época) com seus altos funcionários (médicos), tratando de fisiologia, 
manejo de doenças, como manter a saúde evitando doenças e técnicas de acupuntura 
(BARROCO, 2018). 
Durante as dinastias Zhou, Qin e Han (1122 a.C. a 26 d.C.), as práticas foram 
testadas e sistematizadas, ampliadas e detalhadas os conceitos de patologia e 
princípios de tratamento, desenvolvidas para desenvolver um sistema de saúde 
integral. Surgiram grandes clássicos, como Nan Jing e Shang HanLun (“Tratado das 
Doenças Febris”). Durante as dinastias Jin e Sui (265 a 617 d.C.), a medicina 
apresentou-se aos trabalhos mais relevantes relacionados à ciência vascular (a 
técnica de avaliação do pulso na patogênese da medicina oriental). Maio Jing. Sutras 
sobre acupuntura e acupuntura também foram escritos nessa época por Huangfu Mi. 
Durante a Dinastia Tang (618-951 d C), muitos textos médicos apareceram. 
Wai Tai Mi Yao, também conhecido como "Segredos Médicos de um Oficial", é uma 
obra escrita por Wang Tao que se destaca por sua especial importância para a prática 
clínica da acupuntura. A grande difusão do conhecimento médico ocorreu na dinastia 
Song (952 a 1278 d.C.) com a impressão e propagação de textos da área. A medicina 
chinesa avançou até o império Mongol, nas dinastias Jin e Yuan (1115 a 1367 d.C.). 
Nessa época, foram desenvolvidas algumas grandes obras, como Shi Si JingFaHui 
(“Exposição dos Quatorze Canais”), NanJing Ben Yi (“O Real Significado do Clássico 
das Dificuldades”) e Zhen Jia Shu Yao (“O Essencial para os Clínicos”). Os grandes 
textos da dinastia Ming (1368 a 1661 d.C.) são Lei Jing, (“Compilação Sistemática do 
Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo”), por Zhang Jiebin, e ZhenJiu Ju 
Ying; (“A Essência da Acupuntura e da Moxabustão”, pelo autor Gao Wu. Já na 
dinastia seguinte (Qing, de 1662 a 1871 d.C.), algumas escolas de medicina 
tradicional começaram a entrar em contradição. Ao mesmo tempo, a medicina 
ocidental começou a ser aceita pelas classes altas do país (BARROCO, 2018). 
Ao longo dos anos, a medicina tradicional chinesa foi enriquecendo com 
grandes médicos e obras ilustres. Sua difusão pelo mundo aumentou 
exponencialmente. Após a revolução de 1911 e a fundação da República da China, 
por sua vez, também a influência ocidental no Oriente cresceu. Hoje, os dois ramos 
 
8 
 
da medicina trabalham juntos sob uma política formal de unificação da medicina 
chinesa e da medicina ocidental. 
2.2 Acupuntura no Brasil 
Imigrantes orientais começaram a exercer a acupuntura no Brasil no final do 
século XIX, como prática voltada aos próprios estrangeiros. A introdução oficial da 
medicina oriental no Brasil foi obra do professor Frederico Spaeth, no início da década 
de 1950. Logo surgiu o primeiro curso de formação e, em 1961, foi fundado o Instituto 
Brasileiro de Acupuntura, a primeira clínica de acupuntura organizada do país. Por 
esta altura, a medicina chinesa tornou-se muito popular no Ocidente. Em 1972, James 
Reston, correspondente americano do New York Times, esteve na China com o 
presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, e relatou sua experiência pessoal de 
alívio da dor com técnicas de acupuntura (BARROCO, 2018). 
 Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a medicina tradicional 
chinesa foi desenvolvida há mais de 2.000 anos, possuindo visão própria sobre a 
fisiologia do ser humano e seu processo de adoecimento (patologia). Suas principais 
características são a abordagem e o cuidado integrais e dinâmicos do indivíduo. Ela 
desenvolveu seu próprio conjunto de teorias que embasam o raciocínio médico, como 
Yin e Yang, cinco elementos, sistema de meridianos, Qi e energia vital (BARROCO, 
2018). 
De acordo com Barroco (2018) os diagnósticos energéticos são construídos a 
partir de ferramentas médicas orientais, identificando possíveis desequilíbrios 
orgânicos, emocionais, mentais e energéticos. Assim, o diagnóstico energético não 
tem relação direta com o diagnóstico ocidental, o que faz com que a aplicação da 
acupuntura se caracterize como terapia complementar. Em todo o mundo, 
profissionais qualificados com diferentes níveis de formação podem praticar este 
método: curso de técnicas de acupuntura. Diploma em acupuntura (grau superior) e 
especialização médica (para graduados de outros cursos). 
O grau de especialização é o mais comum. A OMS apresentou um 
documento intitulado “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-
2005” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002), a fim de incentivar a 
aplicação da medicina tradicional chinesa, respeitando os requisitos de 
segurança, eficácia, qualidade, uso razoável e acessibilidade dos 
beneficiários. Em 1999, a prática da acupuntura foi incorporada ao quadro do 
 
9 
 
Sistema de Informação de Ambulâncias (SIA/SUS) pela Portaria nº 1230/GM 
(BRASIL, 1999 apud BARROCO, 2018). 
A Secretaria de Saúde tem contribuído para a divulgação da acupuntura ao 
aprovar, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares 
(PNPIC) no Sistema Único de Saúde. A medicina tradicional chinesa é reconhecida 
como um sistema médico complexo e que pode ser empregado de forma exclusiva ou 
combinada com outros recursos terapêuticos. Ela pode participar em ações 
preventivas ou em processos de recuperação, sempre promovendo saúde. Deve-se 
notar que além da acupuntura, existem muitos outros métodos de cura fornecidos pela 
medicina oriental, como dieta, fitoterapia, práticas de corpo e mente, terapias manuais 
(BARROCO, 2018). 
2.3 Os princípios da acupuntura 
A admirável capacidade de observar fenômenos da natureza e de perceber o 
ser humano como parte dela é a vertente dos princípios da medicina chinesa. As 
teorias básicas desenvolvidas são extremamente antigas mas se encaixam 
perfeitamente na atualidade, possuem grande capacidade de síntese e relacionam 
fenômenos que, aos olhos ocidentais, não teriam vínculo algum. A prática da medicina 
oriental é composta por diversas técnicas, que se originaram em diferentes regiões da 
China e evoluíram paralelamente. A vertente cultural da medicina é o raciocínio 
chinês, que estabelece as bases teóricas comuns a todas as formas de tratamento 
desenvolvidas. Esta riqueza de ramificações amplia as opções terapêuticas. 
(BARROCO, 2018). 
 
Raciocínio chinês 
 
“O Tao originou-se do Vazio e o Vazio produziu o Universo. O Universo 
produziu o Qi. O que era leve e limpo levantou-se para tornar-se o Céu, e o que era 
pesado e turvo solidificou-se para formar a Terra” (HuiaNanZi) (Dinastia Han, 122 
a.C.). Os alicerces da medicina oriental foram delineados a partir desta ideia central, 
que é a base do pensamento chinês. A citação de Huia Nan Zi resume o berço das 
teorias básicas chinesas, apontando que o Tao, a força criadora, cria o Universo, cria 
 
10 
 
o Qi, a energia presente em toda a natureza. Qi se separa em sólido (Terra) e sutil 
(Céu), ou Yin e Yang. A partir da teoria do Yin e Yang, a compreensão chinesa foi 
moldada e novas teorias foram desenvolvidas, algumas com características de uma 
ampla gama de fenômenos, como os cinco elementos e outras, limitadas ao campo 
médico, como Zang Fu, conhecido como Teoria do Corpo Interno. A acupuntura 
considera primordial a relação entre energia e matéria para o delineamento da 
terapêutica. O grande objetivo do organismo na busca de se manter saudável é estar 
equilibrado e esse tambémé o objetivo do terapeuta ao avaliar, escolher e aplicar as 
técnicas (BARROCO, 2018). 
Para que a vida aconteça e se mantenha, são necessários os três tesouros: 
Shen, Jing e Qi. É a união entre: a consciência organizadora, mente ou 
espírito (Shen); a estrutura orgânica de vida, ou essência (Jing) e o 
dinamismo dos processos biológicos (Qi) para que a vida equilibrada se 
estabeleça. Podemos estabelecer uma breve analogia com o conceito da 
OMS: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e 
não, simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades” (BARROCO, 
2018). 
A medicina oriental, desde os primórdios, percebe que não é apenas a 
presença ou ausência de patologia que confere vitalidade a um indivíduo e sim, o 
conjunto dos tesouros, atuando de forma sinérgica e equilibrada. Conceito e gênese 
O que conhecemos como medicina tradicional chinesa é um conjunto de técnicas O 
mais comum, na medida em que às vezes é entendido como sinônimo de medicina 
chinesa, é a acupuntura. Trata-se da prática médica de inserção de agulhas na pele 
para promover a saúde. Originou-se de forma terapêutica nas planícies do sul da 
China, utilizando pontos em regiões pré-determinadas do corpo para aplicação de 
agulhas. No início, era praticado com agulhas de corte de pedra, concha (tartaruga ou 
casco de tartaruga), bambu (vegetal) e cobre. Atualmente, as agulhas utilizadas na 
medicina são de aço, com diferentes tamanhos e, devido às normas de 
biossegurança, são de uso único (descartáveis) (BARROCO, 2018). 
Outro ramo da medicina chinesa é a fitoterapia, que surgiu no oeste do país a 
partir do consumo de sopas e decocções para fins medicinais. A farmacopeia chinesa 
é muito grande. Os produtos são avaliados cuidadosamente, de acordo com suas 
propriedades de temperatura, sabor, ação de movimento, trofismo e toxicidade. 
Posteriormente são combinados e sua forma de preparo é criteriosamente estipulada. 
 
11 
 
Existem fórmulas clássicas já descritas, incluindo suas aplicações. Porém, é possível 
ajustá-las à necessidade específica de um paciente. 
A moxabustão consiste na queima de ervas (Artemisia vulgaris) em locais 
específicos do corpo, sob a pele ou próximo a ela. Esse outro braço da medicina 
oriental se originou nas montanhas do norte da China. Na pré-história, a moxabustão 
era realizada com pedras aquecidas pelo sol que eram posicionadas em pontos 
específicos do corpo para promover calor e pressão local. Atualmente, temos várias 
formas de apresentar a moxa, que é feita a partir da árvore Artemísia. Podemos utilizá-
la como carvão, lã e bastão, sendo esta última a forma mais comum. Há diversas 
práticas de aplicação de moxabustão. Em algumas aplicações, a queima da erva é 
feita diretamente sob a pele. Outras empregam fitoterápicos entre a pele e a erva. Há 
casos, ainda, o em que a queima é feita apenas próxima à pele. Trata-se de um 
estímulo físico-químico. As diversas técnicas de manipulação de pele e músculos, 
também conhecidas como massagens, foram inicialmente empregadas nas planícies 
centrais da China. Essas manipulações são estímulos físicos que seguem as bases 
das teorias chinesas. Hoje são amplamente utilizadas de forma profilática e 
combinadas com outras técnicas para diversos tratamentos. Este grande acervo de 
diferentes recursos da medicina tradicional chinesa facilita ao profissional interferir nas 
desarmonias dos seus pacientes e/ou clientes objetivando estabelecer o equilíbrio do 
organismo (BARROCO, 2018). 
2.4 Acupuntura e os meridianos energéticos 
A acupuntura faz parte das práticas intervencionistas da medicina tradicional 
chinesa. A terapia segue os fundamentos teóricos e visionários de que todos os 
processos do nosso corpo estão em constante mudança e que os ajustes cíclicos são 
benéficos para o equilíbrio integral do indivíduo. Ao observar os fenômenos do corpo 
no processo saúde-doença, os chineses descobriram os pontos de acupuntura, locais 
específicos na superfície da pele que, quando pressionados ou aquecidos, aliviam a 
dor e ajudam a curar doenças, restabelecer o equilíbrio do corpo. A síntese desses 
pontos foi estudada e a relação entre eles foi estabelecida. Percebemos que certos 
pontos estão ligados a certos órgãos e também a outros pontos. Assim, a rede de 
canais tornou-se a teoria dos meridianos de energia, sistematizando os pontos de 
 
12 
 
acupuntura e sua relação com o fluxo de energia. Os pontos de acupuntura são 
espaços, reentrâncias ou caminhos pelos quais a agulha experimenta pouca 
resistência ao entrar. São quase dois mil pontos, dos quais 670 estão no meridiano. 
Esses são os mais usados (BARROCO, 2018). 
A estimulação de um acuponto pode produzir efeitos sistêmicos. Os meridianos 
de energia são canais pelos quais a energia passa, estabelecendo a unidade do corpo. 
Existem certas classificações, dependendo da conexão feita e do tipo de energia que 
flui pelo canal. Os meridianos principais estão intimamente relacionados com os 
órgãos internos (Zang Fu), que possuem passagens superficiais na pele, que podem 
ser intervencionadas através da acupuntura e canais profundos, promovendo a 
comunicação com os órgãos internos. Ao localizar a dor, podemos sugerir o meridiano 
afetado e tratar o canal em questão. Outra forma de intervenção ocorre quando 
queremos tratar o órgão afetado. Para tratar o estômago (E), podemos aplicar a 
estimulação da acupuntura na linha externa do meridiano E principal, pois a linha é 
rasa com a linha profunda, a partir da qual essa linha se conecta aos órgãos internos. 
Desta forma, o reequilíbrio energético é restabelecido. 
O Quadro, a seguir, indica a relação entre o meridiano principal, seu trajeto 
superficial e as características do órgão correspondente quando está em 
desequilíbrio. 
Relação entre o meridiano principal, seu trajeto superficial e as características do órgão 
correspondente quando está em desequilíbrio. 
 
Meridiano principal Trajeto superficial Características do órgão 
afetado 
Pulmão (P) Emerge próximo à axila e segue 
em direção à mão pela face 
radial até o ângulo ungueal do 
polegar. 
Mal-estar torácico, dispneia, 
tosse, tristeza, sudorese 
noturna, cansaço, choro. 
Intestino grosso (IG) Inicia no ângulo ungueal do 
dedo indicador, segue em 
direção ao ombro pela face 
póstero lateral do braço, 
ascende para o pescoço e vai 
pela mandíbula até a asa do 
nariz. 
Gengivite, odontalgia, 
constipação, diarreia, bocejos 
frequentes, boca seca, dor 
abdominal. 
 
13 
 
Estômago (E) Começa abaixo do olho, segue 
em direção ao canto da boca e 
orelha, desce pelo abdômen, 
segue pela coxa e perna, 
passando pela face lateral do 
joelho e terminando no ângulo 
ungueal do segundo dedo do 
pé. 
Desnutrição, náusea, vômito, 
diarreia, azia, distensão 
epigástrica, má digestão, 
sensação de fome frequente, 
eructação. 
Baço-pâncreas (BP) Surge no hálux seguindo pela 
região medial da perna e 
subindo pela região anterior do 
abdômen até a região torácica. 
Desnutrição, vômitos após 
alimentação, diarreia, opressão 
no peito, distensão abdominal, 
preocupação, dificuldade de 
concentração, excesso de 
pensamentos 
Coração (C) Emerge na axila, descende ao 
longo do aspecto antero-medial 
do braço, segue pela palma da 
mão até a o ângulo ungueal 
lateral do dedo mínimo 
Aperto no peito, palpitação, 
agitação, calor ou rubor facial, 
suor noturno, falta de memória, 
boca seca, sede, 
choque/trauma, euforia. 
Intestino delgado (ID) Inicia no ângulo ungueal medial 
do dedo mínimo, ascende pela 
porção posterior do braço, 
percorre a região da escápula e 
segue pela lateral do pescoço 
até a orelha 
Adormecimento ou 
formigamento da nuca, ombro e 
braço, zumbido no ouvido 
Rim (R) Começa na planta do pé, 
ascende pela região medial da 
perna, sobe pelo abdômen e 
termina próximo à clavícula. 
Cansaço, pouca resistência, 
impotência,distúrbios nos 
dentes e ossos, surdez, 
vertigem, cálculo renal, oligúria 
ou poliúria, medo 
Bexiga (B) Surge no canto medial do olho, 
sobe ao topo da cabeça e 
desce próximo à coluna, 
percorrendo o glúteo até a 
região atrás do joelho; sobe 
novamente percorrendo a 
região lateral à coluna e desce 
até ficar próximo ao maléolo 
lateral, finalizando no ângulo 
Acometimento na região 
posterior, distúrbios nas costas 
que irradiam para a perna, 
problemas urinários. 
 
14 
 
ungueal lateral do quinto dedo 
do pé. 
Pericárdio (PC) Inicia próximo ao mamilo, 
percorre a região anterior do 
braço até a palma da mão e 
termina na ponta do dedo 
médio. 
Irritabilidade, ansiedade, riso 
incontrolável, desconcentração, 
opressão no peito. 
Triplo aquecedor (TA) Emerge próximo ao ângulo 
ungueal medial do dedo anular, 
segue ao longo do aspecto 
posterior do antebraço, 
percorre ombro e trapézio, 
região lateral do pescoço, 
contorna a orelha e termina na 
extremidade lateral da 
sobrancelha 
Superior: tosse, transpiração 
espontânea. Médio: calor e suor 
à tarde, distensão abdominal. 
Inferior: edema, ascite, distúrbio 
genital. 
Vesícula biliar (VB) Começa no canto lateral do 
olho, percorre a região lateral 
da cabeça, desce pelo tronco, 
cintura, coxa e perna, 
terminando no ângulo ungueal 
lateral do quarto dedo do pé. 
Enxaqueca, problemas de 
visão, vertigem, vômito, 
indecisão, irritabilidade. 
Fígado (F) Surge no hálux, seguindo pelo 
dorso do pé e aspecto medial 
da perna até região a inguinal e 
abdominal e finaliza no sexto 
espaço intercostal 
Perturbação da visão, 
distúrbios menstruais, 
patologias de fígado, febre, 
icterícia, irritabilidade, raiva, 
insônia, alterações de tendões 
e fáscias 
Fonte: BARROCO, 2018. 
Conhecendo essa relação entre a acupuntura e os meridianos e os trajetos de 
cada meridiano, o desenho do tratamento pode ser baseado diretamente na porção 
superficial do meridiano afetado. As reclamações entre canais podem ser identificadas 
e resolvidas localmente. Um exemplo desse tipo de tratamento da dor usando um 
meridiano afetado pode ser um paciente que descreve a dor na área do dedão do pé 
que irradia do médio pé para a região do meio do joelho. Este é o processo do primeiro 
meridiano baço-pancreático (BP). Um desequilíbrio pode ser identificado pela 
sinalização da dor e podemos utilizar fontes de acupuntura diretamente neste canal, 
 
15 
 
através de acupontos ali, outra forma de tratamento ocorre neste caso, órgãos 
internos são afetados, como o coração ou o estômago (BARROCO, 2018). 
O meridiano correspondente foi determinado pela avaliação da compatibilidade 
das características citadas pelo paciente. A aplicação da acupuntura se dará de forma 
superficial, que entrará em contato com o órgão alvo para promover o equilíbrio 
energético. Como exemplo de avaliação dos sintomas, ligando-os aos órgãos 
afetados e aos meridianos de energia, temos as seguintes queixas: azia, má digestão 
e aperto epigástrico. Estes são sinais de um desequilíbrio no estômago (E). Para tratar 
este órgão interno, a acupuntura conduz a estimulação ao longo da linha de superfície 
do meridiano principal, comunicando-se com a linha visceral, e transmitirá a 
estimulação da acupuntura (BARROCO, 2018). 
3 DIFERENÇA ENTRE ACUPUNTURA SISTÊMICA E ACUPUNTURA DE 
MICROSSISTEMAS 
 
Fonte: smcarefisioterapia.com 
A medicina tradicional está repleta de contribuições técnicas e terapêuticas na 
avaliação, diagnóstico e tratamento das mais diversas doenças. Dentre elas, a 
acupuntura pode ser dividida em acupuntura de corpo inteiro, também conhecida 
como macro acupuntura ou micro acupuntura. A diferença entre essas duas 
modalidades está em seu sistema fisiológico de ação. A acupuntura de corpo inteiro 
é um sistema clássico e bem conhecido de acupuntura com pontos de acupuntura e 
 
16 
 
meridianos que percorrem toda a superfície do corpo. A acupuntura em 
microssistemas trabalha com pequenos sistemas localizados em partes específicas 
do corpo que expressam e recebem reflexos de todo o organismo, inclusive enviando 
e recebendo mensagens para meridianos e órgãos internos. Um exemplo de 
microssistema é a acupuntura auricular, que oferece a oportunidade de uma técnica 
terapêutica chamada acupuntura auricular (SUTTER, 2020). 
3.1 Acupuntura sistêmica 
Dentre as técnicas da medicina tradicional chinesa, segundo Sutter (2020) a 
acupuntura é a mais conhecida. Geralmente, quando o termo "acupuntura" é usado, 
refere-se à acupuntura de corpo inteiro, a mobilização de energia por todo o corpo, 
estimulando os meridianos de energia em seus ramos superficiais. As agulhas são 
inseridas em pontos por todo o corpo (pontos de acupressão), que podem estar dentro 
ou fora da linha do meridiano. Os pontos que não pertencem ao meridiano são 
chamados de "pontos ashi" e "pontos complementares". A seleção de pontos de 
acupuntura para promover o efeito é indicada no processo de desenvolvimento do 
protocolo de tratamento, após avaliação e diagnóstico do paciente de acordo com a 
medicina oriental. 
A combinação de pontos é projetada com foco no reequilíbrio do paciente. Na 
superfície da pele existem muitos pontos de acupuntura e suas funções podem ser 
complementares, antagônicas ou não diretamente relacionadas entre si. 
Ao escolher os acupontos para o tratamento, os profissionais devem atentar-se ao 
princípio da coordenação, pois o movimento de energia do paciente deve ser 
cuidadosamente simulado. A seleção de pontos também se caracteriza pelo seu 
equilíbrio, buscando assim o reequilíbrio do indivíduo. É necessário observar o fluxo 
da energia Qi pelos meridianos para que a partir da intervenção das agulhas ela possa 
fluir adequadamente, revertendo ou aliviando a patologia e seus sintomas (SUTTER, 
2020). 
As regras de equilíbrio que governam as combinações de pontos são: „ponto 
distante e ponto local; „A parte superior e inferior do corpo; "direita e 
esquerda;" dianteiro e traseiro; "Yin e yang. Pontos distais e pontos locais. As 
técnicas de agulhamento podem ser aplicadas próximo a um local específico 
afetado e são mencionadas no histórico. São os chamados "pontos locais". 
Potencialmente atuando em "pontos distantes", fatores que contribuem para 
 
17 
 
encontrar o reequilíbrio, mas localizado longe do local afetado (MACIOCIA, 
2014 apud SUTTER, 2020). 
A acupuntura na parte superior e inferior do corpo envolve uma infinidade de 
pontos, localizados nas regiões superior ou inferior, nas laterais do corpo, no 
estômago e nas costas. Ao elaborar um método de tratamento, os pontos 
selecionados devem considerar essas regiões de maneira uniforme, sem 
sobrecarregá-las ou esquecê-las (SUTTER, 2020). 
 
Direita e esquerda 
 
Os principais canais de energia são apresentados bilateralmente, ao longo do 
lado direito e esquerdo do indivíduo. Ao escolher os pontos para fazer um tratamento, 
esse grau de lado deve ser respeitado. O uso de suturas bilaterais é comum, 
principalmente quando o terapeuta deseja induzir efeitos mais contundentes, como 
punções de P5 direito e P5 esquerdo (P5 bilateral, localizado na dobra), flexão do 
cotovelo) para evitar tosse e tórax excessivo aperto. Assim equilibra os lados direito e 
esquerdo, sem sobrecarregar os dois lados. Outra forma de manter essa harmonia, 
do ponto de vista lateral, é utilizar dois pontos diferentes, um de cada lado, como o 
LI11 direito (localizado próximo ao cotovelo) e o TA5 esquerdo (localizado próximo ao 
cotovelo) próximo às costas dobra do pulso) para dissipar o calor. Frente e verso da 
mesma forma, o uso excessivo de pontos na frente ou atrás do paciente deve ser 
evitado. Equilíbrio é sempre bem-vindo (SUTTER, 2020). 
 
Yin e Yang 
 
Considerando que a teoria do Yin e Yang é um dos grandes fundamentos da 
Medicina Tradicional Chinesa, por meio da qual as estruturas anatômicase 
fisiológicas podem ser classificadas em Yin e Yang, na hora de selecionar os pontos 
para estabelecer o método de tratamento, esta questão é de primordial importância. 
Algumas estruturas com características Yin podem ser destacadas, como as regiões 
inferior e medial, pré-frontal e frontal. Os principais meridianos Yin são o coração, 
pericárdio, baço, pâncreas, pulmões, rins e fígado. Outras estruturas possuem 
características Yang, como as partes superior e lateral, as regiões posteriores lateral 
 
18 
 
e posterior. Os principais meridianos Yang são o intestino delgado, a tríade quente, o 
estômago, o intestino grosso, a bexiga e a vesícula biliar. Seguindo os princípios do 
equilíbrio, é traçada uma seleção harmoniosa de pontos (BARROCO, 2018). 
4 MECANISMOS DE MERIDIANOS NA APLICAÇÃO DE AGULHAS OU 
PRESSÃO 
 
Fonte: interfisio.com 
No corpo humano, há diversos pontos que reagem à aplicação da acupuntura. 
Ao se traçar linhas ligando esses pontos, obtém-se linhas longitudinais e horizontais 
que possuem ligação direta com os órgãos (zang) e as vísceras (fu). Em alguns 
meridianos nascem ramos que percorrem as cavidades do corpo e outros que estão 
localizados mais superficialmente (SUTTER, 2020). 
Sendo assim, nosso corpo é como um mapa constituído de canais que se 
conectam e reagem aos estímulos internos e externos. Supõe-se que a 
Teoria dos Meridianos foi descoberta pela observação dos estímulos dos 
pontos de acupuntura e relato de sensação de calor e pequenos choques 
percorrendo direções o corpo (WEN, 2017 apud SUTTER, 2020). 
Existem meridianos diferentes descritos, conforme a função que 
desempenham. Os mais importantes são os 12 meridianos principais, que reproduzem 
os dois lados do corpo, e os dois meridianos extras, passando verticalmente pelo 
centro do corpo e tendo como função regular o fluxo energético dos meridianos 
principais. Cada meridiano possui muitos pontos, que são nomeados se gundo o início 
 
19 
 
de sua localização. Os pontos de acupuntura descobertos até o momento não são 
considerados únicos. Muitos pontos continuam sendo descobertos, contribuindo para 
os tratamentos e evidências científicas dessa área. Os meridianos principais são: 
pulmão (P), intestino grosso (IG), estômago (E), baço-pâncreas (BP), coração (C), 
intestino delgado (ID), bexiga (B), rins (R), circulação sexo (CS), triplo aquecedor (TA), 
vesícula biliar (VB) e fígado (F). Os meridianos extras são: vaso da concepção (VC) e 
vaso governador (VG) (SUTTER, 2020). 
4.1 Acupuntura sistêmica 
A acupuntura sistêmica emprega os fundamentos da MTC para traçar o 
diagnóstico e o tratamento do paciente, estimulando pontos com agulhas nas regiões 
do corpo. Cada pessoa é única e as queixas fazem parte de um processo próprio de 
hábitos, estilo de vida e relação com o ambiente. O tratamento com acupuntura é mais 
eficaz quando a combinação de pontos é pensada para atender as necessidades 
específicas de cada indivíduo. Pacientes diferentes podem manifestar um mesmo 
sintoma, mas o tratamento deve ser analisado de forma exclusiva para cada caso, 
considerando os aspectos individuais levantados na anamnese. Dessa forma, os 
pontos a serem aplicados não serão os mesmos. Os mecanismos de ação da 
acupuntura consistem em (SUTTER, 2020): 
 Alterar a circulação sanguínea, promovendo o relaxamento muscular e 
diminuindo a inflamação e a dor; 
 Promover a liberação de hormônios como o cortisol e endorfina, promovendo a 
analgesia; 
 Auxiliar na imunidade, aumentando a resistência do hospedeiro e equilibrando 
o organismo; 
 Regular e normalizar as funções orgânicas, além de recuperar o metabolismo, 
importante no processo de cura. 
Antes de uma sessão de acupuntura, é recomendável que o acupunturista 
realize um levantamento de dados do paciente, contendo anamnese completa, 
inspeção, exame físico e diagnóstico de língua e pulso, para poder traçar um plano 
adequado de tratamento com foco no paciente de forma integral. No exame físico, o 
 
20 
 
acupunturista deverá examinar as áreas doloridas, nódulos subcutâneos e edemas, 
além de verificar a temperatura da pele, descamações, alergias, etc (SUTTER, 2020). 
A escolha dos pontos que serão utilizados na sessão de acupuntura deve 
estar de acordo com a necessidade do paciente e com a avaliação realizada 
pelas etapas do diagnóstico. É importante que o protocolo elaborado seja 
reavaliado nas sessões posteriores para maior êxito no tratamento. A ação 
de um ponto de acupuntura é definida pelo efeito que promove no local, ou 
seja, mobilizar o qi (energia), expelir agentes patógenos, nutrir o sangue, 
entre outros (MACIOCIA, 2019 apud SUTTER, 2020). 
Logo após a inserção da agulha, é comum observarmos uma coloração 
avermelhada ao redor dela. Essa reação faz parte da resposta do organismo, sendo 
interpretada como um efeito positivo de ação naquele ponto com a chegada do qi. A 
acupuntura, por ser um método de prática clínica complexa, requer conhecimento 
aprofundado das bases da MTC. Pensando em simplificar o método por etapas, 
alguns pesquisadores contemporâneos instituíram cinco princípios fundamentais para 
melhorar o efeito curativo dessa prática (SUTTER, 2020): 
 Identificar o problema e analisar a natureza da doença; 
 Classificar o conjunto dos sintomas e síndromes; 
 Identificar os meridianos afetados; 
 Escolher os meridianos a serem tratados e selecionar os pontos; 
 Selecionar os métodos de tratamento. 
Cada etapa está relacionada aos conhecimentos prévios que o acupunturista 
precisa possuir sobre as bases teóricas, incluindo as causas e a evolução das 
doenças segundo a MTC, o estudo dos meridianos e seus respectivos pontos, a 
fisiologia energética, conhecimento dos zang fu e diagnóstico. As agulhas de 
acupuntura são estéreis e devem ser descartadas na caixa coletora para material 
perfuro-cortante. As embalagens podem acondicionar uma, cinco ou 10 unidades. 
Assim, quando o método de tratamento requer poucas agulhas, uma embalagem com 
menos unidades torna-se mais econômica. Cada pacote geralmente acompanha um 
mandril de guia para a aplicação (SUTTER, 2020). 
Segundo Sutter (2020) o tamanho das agulhas varia bastante, mas as mais 
utilizadas são as de calibre 0,18 × 0,8 mm para auriculoterapia e/ou locais mais 
sensíveis à dor, como mãos e dedos, por serem menores e mais finas. As agulhas de 
calibre 0,25 × 30 mm são de tamanho médio, indicadas para o corpo. Já as agulhas 
de tamanho 25 × 40 mm são mais longas e recomendadas para regiões que exigem 
 
21 
 
aprofundamento, como a região glútea. Porém, há agulhas diversificadas à disposição 
do profissional, cabendo a ele identificar na sua prática clínica qual se adequa melhor 
ao tratamento almejado. Durante a sessão, é importante atentar à indicação da 
direção da agulha, para então direcionar o ângulo nos pontos específicos. Saber o 
objetivo que se pretende atingir na terapia é essencial para o tratamento ter sucesso. 
Os ângulos mais utilizados são (WEN, 2017): 
 Perpendicular — ângulo de 90° com a superfície cutânea; 
 Oblíqua — ângulo de 30° a 60° com a superfície cutânea; 
 Horizontal — ângulo de 10° a 20° com a superfície cutânea. 
Além do direcionamento da agulha, é importante analisar a profundidade de 
inserção, pois existem fatores que implicam nessa decisão. Deve-se constatar a 
constituição física do paciente, pois quando estão obesos as agulhas podem ser mais 
aprofundadas. Já naqueles de constituição magra, a inserção deve ser mais 
superficial, assim como em idosos e crianças. Doenças por deficiência energética 
requerem menor estímulo (SUTTER, 2020). 
Nesses casos, as técnicas de manipulação também devem ser adaptadas para 
essas necessidades. Um cuidado que se deve ter na inserção das agulhas é com o 
risco de pneumotórax. O pneumotórax é um colapso pulmonar, sendo ocasionado 
nesses casos pela perfuração do pulmão pela agulha deacupuntura. O paciente sente 
falta de ar e pode vir a óbito se não diagnosticado brevemente e encaminhado ao 
hospital. Outro risco são as varizes, já que são contraindicadas as inserções de 
agulhas na região afetada. Como visto, é essencial ter conhecimentos e habilidades 
técnicas para a prática da acupuntura sistêmica (SUTTER, 2020). 
 
22 
 
5 AURICULOTERAPIA 
 
Fonte: champi.com 
A acupuntura pode ser aplicada nos microssistemas do corpo, sendo um deles 
o pavilhão auricular. Nesse caso, o método terapêutico realizado pela estimulação de 
pontos específicos da orelha é denominado acupuntura auricular ou auriculoterapia. 
Historicamente, ela aparece juntamente com a acupuntura sistêmica nos escritos do 
Nei Jing, não sendo possível ter uma noção exata de tempo em sua história. Sendo 
uma prática milenar, foi utilizada por diversos povos da Antiguidade, como egípcios, 
indianos e chineses. Inclusive Hipócrates, considerado o pai da medicina, realizava a 
técnica de cauterização e sangria em pontos auriculares (SUTTER, 2020). 
De acordo com Sutter (2020), no século XVII, as cauterizações auriculares 
eram utilizadas para tratar dor ciática. No ano de 1935, a prática ganhou evidência na 
China, com a cauterização sobre o ápice da orelha para o tratamento da conjuntivite. 
Aproximadamente em 1957, o médico francês Paul Nogier, em seus estudos sobre a 
acupuntura auricular, investigou a relação das regiões da orelha com as partes do 
corpo. Ele apresentou a teoria de que a anatomia da orelha poderia ser comparada à 
figura de um feto em posição pré-natal. Essa analogia entre as áreas da orelha e as 
regiões do corpo é utilizada até os dias atuais. A Figura demonstra a relação da orelha 
com a imagem de um feto de ponta-cabeça. 
 
 
23 
 
 
Fonte: SUTTER, 2020. 
 
A orelha é uma região muito inervada e conectada ao sistema nervoso central. 
Dessa forma, os pontos mapeados pela auriculoterapia correspondem a todos os 
órgãos e funções do corpo. Quando esses pontos são estimulados, o cérebro recebe 
impulsos que geram fenômenos físicos e químicos que promovem o reequilíbrio de 
áreas e funções do corpo como um todo. Essa prática é reconhecida em vários países 
e auxilia no tratamento de diversas patologias, como dores de forma geral, úlceras, 
gastrites, transtornos aerofágicos, diarreias, herpes, eczemas, transtornos vasculares 
periféricos, problemas relacionados ao ciclo menstrual, entre outros (SUTTER, 2020). 
O microssistema da orelha é uma opção para a aplicação da acupuntura sem 
o uso de agulhas, podendo ser utilizada como uma terapia isolada ou 
associada com outras. O diagnóstico na auriculoterapia é realizado com base 
na observação da orelha (alterações dermatológicas e anatômicas), queixa 
do paciente e os conhecimentos da teoria dos cinco elementos. Dessa forma, 
o terapeuta desenvolve um protocolo individualizado de pontos auriculares, 
visando a melhoria da saúde como um todo. Os pontos são estimulados 
utilizando sementes, esferas de ouro, esferas metálicas, cristais, agulhas 
semipermanentes ou até mesmo agulhas de acupuntura para auriculoterapia. 
No caso das agulhas, a punturação ocorre por certo período na sessão de 
tratamento, enquanto as esferas e sementes são fixadas com fitas adesivas 
e permanecem no local por até uma semana (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012 
apud SUTTER, 2020). 
As fitas mais utilizadas para a fixação das esferas ou sementes na orelha são 
a microporosa ou esparadrapo da cor da pele — por serem discretas, muitas vezes 
nem se percebe que a pessoa está com o estímulo terapêutico. Os cristais são ótimas 
opções para aplicação — por serem menores, são indicados para orelhas pequenas, 
como das crianças. A auriculoterapia pode ser associada à acupuntura sistêmica, 
 
24 
 
sendo aplicada ao final da sessão como potencializador do tratamento, já que assim 
os estímulos permanecerão durante a semana auxiliando o paciente (SUTTER, 2020). 
6 TÉCNICAS DE ACUPUNTURA IDEAIS A CADA PACIENTE 
 
Fonte: zhiterapias.com 
A acupuntura é uma prática multidisciplinar, podendo ser exercida por 
profissionais de nível superior com diploma na área da saúde, sendo reconhecidos, 
nesse caso, como especialistas na área (pós-graduação). Outras categorias 
profissionais também podem realizar a formação, já que se considera a acupuntura 
uma prática milenar. Em 2010, a Organização das Nações Unidas para a Educação, 
a Ciência e a Cultura (Unesco) anunciou a inclusão da acupuntura como Patrimônio 
Cultural Intangível da Humanidade, buscando manter a salvo os conhecimentos da 
MTC, ameaçados pelo processo de globalização e imposição de mudanças pela 
medicina ocidental (SUTTER, 2020). 
“Diante deste compromisso internacional, o Estado Brasileiro não poderá 
promulgar legislação que afete as formas tradicionais da prática da 
Acupuntura, particularmente os dispositivos do chamado ‘Ato Médico’ e da 
legislação regulamentando a Acupuntura” (CONSELHO REGIONAL DE 
FISIOTERAPIA E DE TERAPIA OCUPACIONAL DA 8ª REGIÃO - CREFITO-
8, 2017 apud SUTTER, 2020). 
Assim, ao concluir o curso, o acupunturista proverá o estudo teórico e prático 
para que possa diagnosticar com base nos ensinamentos da MTC e construir um 
 
25 
 
protocolo de pontos para cada caso. Dessa forma, vamos abordar a seguir 
tratamentos de acupuntura utilizando a técnica do-in, indicada para autoaplicação, 
pelo estímulo da pressão dos dedos nos pontos de acupuntura. Também estudaremos 
sugestões de pontos para tratamentos utilizando a técnica da auriculoterapia e a 
eletroacupuntura e laserterapia como ferramentas auxiliares para o tratamento em 
acupuntura. Técnica do-in A técnica do do-in, ou digitopressura, é efetuada pela 
pressão dos dedos sobre os pontos patógenos dos meridianos. A aplicação pode ser 
realizada com o dedo indicador, pressionando três vezes cada ponto por um tempo 
de mais ou menos 5 a 10 segundo cada vez. Em casos especiais, como bebês, 
podemos fazer pequenas e suaves batidas com o dedo no ponto, já sendo o suficiente 
(SUTTER, 2020). 
Na Antiguidade, “quando o primeiro homem massageou o próprio pé ferido 
na tentativa de aliviar a dor, a ideia do Do-In já estava formada” 
(CANÇADO,1993 p. 13 apud SUTTER, 2020). 
O registro dessa técnica também estava no clássico do Imperador Amarelo, o 
Nei Jing. A técnica do Do-In é antiga como as demais práticas de acupuntura, sendo 
que foi descrita na primeira obra que retratava tais terapias voltadas para a cura das 
doenças. Esse método é utilizado dessa forma até os dias atuais. Esse tipo de 
massagem atua basicamente na condição energética do organismo. Para que haja 
uma resposta satisfatória da terapia, é importante que o paciente esteja relaxado e 
receptivo aos estímulos dos pontos (SUTTER, 2020). 
Essa terapia não deve ser aplicada em pacientes com lesões. Quando um 
ponto está doloroso, isso indica que há um bloqueio de circulação de energia, que 
poderá estar em excesso ou em deficiência no organismo. Nesse caso, o Do-In visa 
normalizar o fluxo de qi nos meridianos. 
Geralmente, o do-in não apresenta contraindicações, mas deve-se evitar a 
prática dessa massagem no abdome da gestante, no IG4 (ponto específico 
do intestino grosso) e no BP6 (ponto específico do baço). Na acupuntura, 
esses pontos também não devem ser aplicados em gestantes. Pontos para 
aplicação de do-in e auriculoterapia A seguir são apresentadas ilustrações 
com a indicação dos pontos para do-in e auriculoterapia para tratamentos de 
queixas comuns. Ponto C7 Indicado para situações de ansiedade e angústia. 
Para o estímulo, realize a pressão contínua com a unha do polegar. Esse 
ponto se localiza “sobre a prega de flexão do punho, na margem radial do 
tendão do músculo flexor ulnar do carpo” (LIMA, 2018, p. 111 apud SUTTER, 
2020). 
 
26 
 
Ponto IG20 Indicado para congestão nasal. Deve-se fazer pressão contínua 
com a ponta do dedo médio. Ponto IG4 Indicado para cefaleia. O estímuloocorre pela 
pressão contínua com a polpa do polegar. 
Os mapas de auriculoterapia ajudam a localizar pontos específicos no pavilhão 
auricular, e cada ponto tem a sua função principal. Porém, é importante ressaltar que, 
apesar disso, não é recomendada a aplicação sem os conhecimentos necessários. 
Alguns sintomas podem encobrir um problema grave de saúde, sendo necessário 
estudo, prática e dedicação à auriculoterapia para ser realizada de forma adequada e 
segura (SUTTER, 2020). 
Na Figura, você pode observar um mapa auricular que corresponde ao padrão 
da escola chinesa. Não existe um mapa único para a auriculoterapia, e você pode 
encontrar outros modelos disponíveis para venda que especificam ou não no verso do 
mapa a função de cada ponto ou pontos extras localizados atrás da orelha. 
 
Fonte: SUTTER, 2020. 
 
Alguns pontos atuam na zona correspondente equilibrando as energias 
daquela área. O ponto “boca”, por exemplo, atua equilibrando a circulação de energia 
nessa área, e também acalma a tosse e equilibra o apetite. Sendo assim, é indicado 
para casos de obesidade, aftas, anorexia, entre outros. Porém, existem pontos que 
 
27 
 
tratam além da área referida. Vale lembrar que a auriculoterapia segue as bases da 
MTC e a escolha de um protocolo requer conhecimentos além da localização dos 
pontos no mapa. O Quadro descreve o nome de pontos auriculares, algumas funções 
referentes a eles e sua localização na orelha. Não se objetiva aqui explicar a totalidade 
de função e indicações que abrangem esses pontos. Utilize o mapa auricular para 
encontrá-los mais facilmente (SUTTER, 2020). 
 
Pontos auriculares: função, indicação e localização 
 
Nome do ponto Função Indicação Localização 
Shen men Deve ser o primeiro 
ponto estimulado para 
qualquer protocolo de 
auriculoterapia. 
Acalma a mente, 
sendo um 
tranquilizante. 
Também é analgésico 
para dores de 
qualquer natureza. 
Ansiedade, desordens 
mentais, inflamação, 
tosse seca, asma 
brônquica, epilepsia, 
hipertensão arterial, 
prurido, sedativo, anti-
inflamatório. 
No mapa, observe que 
ele aparece acima do 
ponto quadril, na 
região da fossa 
triangular da orelha. 
Ponto estômago Regula a energia pré- -
natal, favorece a 
formação de gu qi (qi 
dos alimentos) e 
equilibra as vísceras. 
Problemas digestivos 
de forma geral, insônia 
com sono leve, 
depressão, afta, 
retenção de alimentos. 
Região onde 
desaparece a raiz do 
hélix da orelha. 
Ponto fígado Equilibra a livre 
circulação de energia e 
sangue. É benéfico 
para a atividade do 
fígado e da vesícula 
biliar, além de 
influenciar o sistema 
digestório. 
Gastrite crônica, 
diarreia ou 
constipação, 
depressão ou 
ansiedade por 
abstinência, cefaleias, 
irritabilidade, estresse, 
globus hystericus 
(sensação de bola na 
garganta). 
No bordo 
posteroinferior da 
concha cimba, acima 
do ponto baço. 
Ponto pulmão Esse ponto influencia 
na dispersão e 
descendência dos 
Pneumonia, 
melancolia, resfriado, 
rinite, tosse, asma, 
Acima e abaixo do 
ponto coração. 
 
28 
 
fluidos no corpo, 
drenando a umidade e 
acalmando a tosse. 
Regula o fechamento e 
abertura dos poros 
bronquite, dermatite, 
urticária, distúrbios de 
pele como acne e 
vitiligo 
Ponto coração Acalma o shen 
(mente), controla os 
vasos sanguíneos e a 
produção de sangue, 
fortalece a atividade do 
coração, tem influência 
na língua, na fala e 
garganta. 
Palpitações, dor 
torácica, trombose, 
varizes, ansiedade e 
depressão, insônia, 
distúrbios relacionados 
à fala, distúrbios 
mentais, hipertensão 
Centro da concha 
cava. 
Fonte: Adaptado de FONSECA (2004) e SENNA, SILVA E BERTAN (2012). 
Tanto a auriculoterapia quanto a acupuntura são utilizadas também no 
tratamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, de forma coadjuvante 
ao tratamento medicamentoso. 
6.1 Eletroacupuntura e laserterapia 
Durante a sessão, o acupunturista poderá fazer uso do recurso da 
eletroacupuntura. Trata-se da utilização de um aparelho que emite uma potência 
variada de corrente elétrica, sendo adaptada por cabos que se ligam às agulhas de 
acupuntura. Durante a aplicação da eletroacupuntura, pode-se observar a mobilização 
das agulhas, devido à contração muscular do corpo. Esse método substitui a 
movimentação manual das agulhas pelo acupunturista. Atualmente, há outra 
ferramenta utilizada nas sessões de acupuntura, o laser. A laserterapia tem sido 
amplamente divulgada como um método seguro e não invasivo que pode ser substituir 
o uso das agulhas. Nesse caso, a aplicação do feixe de laser se dá precisamente nos 
pontos da acupuntura, conhecida também como laserpuntura (SUTTER, 2020). 
O laser de baixa potência ou terapêutico é utilizado para fins de tratamentos há 
alguns anos em consultórios na Espanha, Rússia e Japão. Como todo procedimento 
clínico, deve-se identificar o problema e avaliar a dose necessária para o caso. Assim, 
 
29 
 
como o laser também pode ser aplicado em lesões, é avaliada sua profundidade ou 
área que está manifestada. 
A potência é definida pelo profissional, além de analisar os critérios para o 
tratamento após anamnese do paciente. A laserterapia dispõe de muitas 
vantagens, incluindo a curta duração do procedimento, pois o tempo de 
estímulo do ponto pode variar de 30 segundos a 2 minutos. É indolor e pode 
ser combinada com outras técnicas de tratamento. Trata-se de uma 
alternativa para os pacientes com fobia a agulhas e pessoas sensíveis à dor, 
como as crianças, idosos, pacientes psiquiátricos, entre outros (VALCHINOV; 
PALLIKARAKIS, 2015 apud SUTTER, 2020). 
Segundo Sutter (2020) além de complexa, a prática da acupuntura é ampla 
tanto no uso das técnicas associadas, permitindo outros recursos concomitantes, 
quanto na sua aplicação para diversos problemas de saúde. É uma prática que 
sobreviveu aos anos e que hoje resiste para se manter ativa em meio aos 
conhecimentos e valorização do modelo de saúde contemporâneo. Podemos 
identificar pela prática clínica o êxito na escolha desse tratamento, mesmo sendo ele 
indicado como complementar no Brasil. Os ganhos de qualidade de vida citados por 
seus adeptos incluem melhora no padrão do sono, identificação do contexto 
emocional envolvendo menos ansiedade e agitação, alívio das dores no corpo de 
forma geral, além do relaxamento obtido nas sessões 
O acupunturista necessita se aperfeiçoar constantemente, estudar de forma 
contínua, tanto a teoria quanto sua prática clínica. Estudos de casos são bem-vindos 
no processo de estudo exploratório, pois a vivência permite aplicar os conhecimentos 
em cenários que conhecemos e que nos instigam a buscar respostas. A acupuntura é 
uma arte, envolvendo inclusive a intuição do acupunturista na percepção do que não 
é relatado pelo paciente e captado pelo sistema energético do seu corpo. Atuar com 
a acupuntura permite ter apropriação de conhecimentos para curar e se autocurar 
(SUTTER, 2020). 
 
30 
 
7 O DIREITO DE PRATICAR A ACUPUNTURA NO BRASIL 
 
Fonte: acupunturatradicionalzaragoza.com 
7.1 Aspectos legais da acupuntura no Brasil 
A preocupação com os aspectos legais da Acupuntura no país teve início em 
1984 com a criação do Projeto de Lei 3838 da Câmara dos Deputados Federais. 
Desde então, os Conselhos Federais, preocupados com tal prática pelos seus pares, 
iniciaram regulamentações próprias: o COFFITO (fisioterapia e terapia ocupacional) 
em 1985, o CFBM (biomedicina) em 1986, o COFEN (enfermagem) e o CFM 
(medicina) em 1995, o CFF (farmácia) em 2000, o CFFa (fonoaudiologia) em 2001 e 
o CFP (psicologia) em 2002 (CRF, 2019). 
Segundo o CRF (2019), segue um breve relato a fim de compreender a 
evolução do processo de legalização da prática da acupuntura em nosso país: 
 
1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde - Práticas Integrativas e Complementares 
no sistema de saúde que fixaram normas e diretrizespara o atendimento em 
homeopatia, acupuntura e fitoterapia. 
 
1995: Instituição do Grupo Assessor Técnico-Científico em Medicinas Não 
Convencionais, por meio da Portaria nº 2543/GM, de 14 de dezembro de 1995, 
 
31 
 
editada pela então Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da 
Saúde. 
 
1996: 10ª Conferência Nacional de Saúde - aprova a “incorporação ao SUS, em 
todo o País, de práticas de saúde como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, 
contemplando as terapias alternativas e práticas populares”. 
 
2000: 11ª Conferência Nacional de Saúde - recomenda “incorporar na atenção 
básica: Rede PSF e PACS práticas não convencionais de terapêutica como 
acupuntura e homeopatia”. 
 
2003:12ª Conferência Nacional de Saúde - delibera pela efetiva inclusão da MNPC 
no SUS (Atual Práticas Integrativas e Complementares). 
 
2004: 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações em Saúde à 
MNPC (Atual Práticas Integrativas e Complementares) - incluída como nicho 
estratégico de pesquisa dentro da Agenda Nacional de Prioridades em Pesquisas. 
 
2006: Edição nº 84 de 04/05/2006: Ministério da Saúde - Gabinete do 
Ministro: PORTARIA Nº 971, de 3 de maio de 2006: Aprova a Política Nacional de 
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS (CRF, 2019). 
 
 
7.2 Conflito legal 
O desenvolvimento e o reconhecimento da acupuntura como prática efetiva, 
bem como sua inclusão no SUS, por meio da Portaria 971, conforme mencionado, 
têm suscitado uma série de discussões. O antagonismo entre as classes em relação 
à prática da acupuntura - médica e outras - caracteriza-se por um aumento da tensão 
que leva a amargos conflitos jurídicos (ROCHA et al., 2015). 
Segundo Rocha et al, (2015) houve alguma ação judicial e, em 2012, a 
discussão sobre a regulamentação da acupuntura continuou, quando a 1ª Vara 
 
32 
 
Federal decidiu, em 27 de março de 2012, que a acupuntura só pode ser praticada 
por médicos. “Nesta ação, o Conselho Federal de Medicina questiona a legitimidade 
das resoluções periciais em acupuntura das Comissões de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional, Dispensário, Psicológica e Terapêutica. Linguagem e Medicina. 
Esta decisão provocou discussões entre os outros conselhos de classe 
desfavorecidos. 
 Um processo que ficou parado desde 2004, onde essas entidades proibiam 
os outros Conselhos de baixar resoluções aceitando a acupuntura, de 
repente, sem mais nem menos, no dia 27 de março de 2012, algum juiz 
suplente liberou uma sentença a favor do Conselho Federal de Medicina, 
portanto caíram todas as liminares. (Dr. Wu). Recentemente, temos uma 
discussão contrária, na segunda instância do Tribunal Federal Regional – 
TRF1, dizendo que os conselhos não podem regulamentar a acupuntura, pois 
estariam ampliando seu campo de atuação. (Dr. Delvo) (ROCHA et al., 2015). 
Esse conflito vem sendo discutido desde 2001, quando o CFM solicitou ao 
Tribunal a revogação de resoluções que permitiam que enfermeiros, psicólogos, 
fonoaudiólogos, farmacêuticos e fisioterapeutas exercessem a Acupuntura. Conforme 
mencionado, o CFM defende que a acupuntura utilizada no tratamento da dor deve 
ser diagnosticada, o que é prática exclusiva dos médicos. No entanto, o Conselho 
Federal de Farmácia e Fisioterapia recorreu da decisão do tribunal de garantir aos 
médicos o direito exclusivo de praticar acupuntura (BRASIL, 2012 apud ROCHA et al., 
2015). 
Os conselhos estão recorrendo ao Tribunal Superior e ao Supremo Tribunal 
Federal. Se este ou aquele profissional não pode fazer, essa determinação 
fere o direito líquido e certo de manifestação de exercício, porque não existe 
regulamentação da prática da acupuntura no país (Dr. Delvo) (ROCHA et al., 
2015). 
O maior medo entre outras categorias diz respeito ao fim da 
multidisciplinaridade nos hospitais/serviços de saúde, pois impedirá que as decisões 
sobre os pacientes sejam tomadas em conjunto, pois a última palavra será do médico, 
isso culminará e caracterizará a dependência. Outro para categoria médica (ROCHA 
et al., 2015). 
A lei da saúde, de acordo com Rocha (2015) pela maioria dos colaboradores, 
foi considerada inconstitucional e um retrocesso em relação às diretrizes e princípios 
estabelecidos na Constituição de 1988 para um sistema único de saúde. De uma 
perspectiva geral, a lei da saúde, como foi formulada, apresenta compromissos. O 
 
33 
 
modelo de atenção à saúde preconizado pelo SUS, baseado no cuidado inclusivo, 
equânime e inclusivo, por equipes multidisciplinares. 
Temas relacionados às necessidades de saúde há muito circulam no campo da 
saúde pública "nos estudos de acesso aos serviços e cuidados, qualidade do 
atendimento e prática dos profissionais, bem como sobre o direito à saúde e a 
obrigação do Estado em suas políticas. ” Dados os complexos obstáculos culturais, 
políticos e ideológicos, notou-se que os objetivos são difíceis de alcançar (ROCHA et 
al., 2015). 
Pode-se dizer que segundo Rocha (2015) o direito sanitário tem se mostrado 
incompatível com a multiplicidade de programas que vêm sendo desenvolvidos dentro 
do sistema único de saúde, impedindo sua continuidade, que opera a partir de um 
trabalho multidisciplinar. Essa foi a principal justificativa da então presidenta Dilma 
Rousseff para os poderes de veto, que foram recebidos calorosamente por 
especialistas médicos, que chamaram de grande vitória. No entanto, o Conselho 
Federal de Medicina os chamou de “ato de agressão contra médicos”. 
Ao caracterizar de maneira ampla e imprecisa o que seriam procedimentos 
invasivos, os dois dispositivos atribuem privativamente aos profissionais 
médicos um rol extenso de procedimentos, incluindo alguns que já estão 
consagrados no Sistema Único de Saúde a partir de uma perspectiva 
multiprofissional. Em particular, o projeto de lei restringe a execução de 
punções e drenagens e transforma a prática da acupuntura em privativa dos 
médicos, restringindo as possibilidades de atenção à saúde e contrariando a 
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema 
Único de Saúde. O Poder Executivo apresentará nova proposta para 
caracterizar com precisão tais procedimentos (BRASIL, 2013 apud ROCHA 
et al., 2015). 
Nessa visão, deve-se destacar que "a oferta de práticas integradas e 
complementares dentro do sistema único de saúde é incentivada para ampliar a 
integralidade da atenção e sua acessibilidade, mas é muito difícil integrá-las aos 
serviços, principalmente quando o número de profissionais capacitados recursos 
humanos é insuficiente, assim como os recursos financeiros da maioria das operações 
(SOUZA, 2005 apud ROCHA et al., 2015). 
 Com base na perspectiva integrativa, [...] a curto prazo, o modelo de 
atenção à saúde poderá ter custo mais elevado, em razão das mudanças na 
organização do sistema de saúde e nas percepções dos profissionais sobre 
o processo saúde-doença. Porém, a médio e longo prazos, a criação de 
serviços integrados levará à diminuição de gastos, devido ao cuidado integral, 
prevenção de doenças e promoção da saúde com que opera. (TESSER; LUZ, 
2008 apud ROCHA et al., 2015). 
 
34 
 
7.3 Sobre o direito de praticar a acupuntura no Brasil 
Recentemente através da Resolução nº 681, de 19 de Janeiro de 2021 foi 
regulamentada a prática de acupuntura pelo nutricionista. E da resolução nº 710, de 
30 de julho de 2021 que dispõe sobre as atribuições do farmacêutico nas práticas 
integrativas e complementares no âmbito da medicina tradicional chinesa. 
Segundo FEBRASA, 2018), a acupuntura no Brasil é uma profissão descrita na 
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). No CBO, existem códigos ocupacionais 
de acupuntura para fisioterapeutas, psicólogos, médicos e técnicos. Como tal, não é 
especialidade de uma profissão da área médica, mas não regulamentada por lei 
federal. Como não há lei federal regulamentando a acupuntura no Brasil, a 
Constituiçãodesta República é soberana: 
Art. 5º -Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; XIII - é livre o exercício 
de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. 
Sem um projeto de lei que regulamentasse a acupuntura, nenhum Conselho 
Federal e nenhuma decisão judicial impediria qualquer pessoa de usar a acupuntura 
em todo o país. Existem atualmente dois projetos de lei em andamento em Brasília e 
ambas as leis que regem a acupuntura multiprofissional no Brasil devem ser criadas. 
Trata-se também da necessidade de criar faculdades de acupuntura e de criar uma 
nova profissão no Espaço Médico. Os fisioterapeutas usam a acupuntura sem nenhum 
engano social comprovado. O mesmo vale para outras profissões médicas que 
também regulamentam a prática de seus especialistas (FEBRASA, 2018). 
Esse é o ponto chave que o Juiz TRF1 não entende. Quando o Conselho 
Federal de Fisioterapia (COFFITO), por meio de sua primeira presidente, Dra. Sonia 
Gusman, em 1985, publicou a resolução 60 e depois as resoluções 97, 201 e 209, de 
autoria do Dr. Rui Gallart de Menezes e da Dra. Célia Rodrigues. Cunha, não são 
ações que visam ampliar o campo de atuação de seus especialistas, mas sim ações 
que estabelecem regras e limites para sua prática no campo da acupuntura. O mesmo 
pode ser dito para as resoluções de outros conselhos médicos. 
As resoluções do COFFITO estabeleceram critérios rígidos para o uso da 
acupuntura por fisioterapeutas. Além da função de fisioterapeuta, ele deve cumprir 
 
35 
 
uma carga horária de 1.200 horas por um período mínimo de dois anos e também 
fazer exames de especialidade. Só assim poderá usar o título de fisioterapeuta 
especializado em acupuntura. De certa forma, os critérios estabelecidos pelo 
COFFITO são aqueles que as boas escolas de acupuntura do Brasil utilizam para 
emitir certificados para seus alunos. Os técnicos fisioterapeutas profissionais também 
possuem o selo de qualidade SOBRAFISA, disponível em diversas escolas, 
garantindo a qualidade teórica, prática, clínica e científica do treinamento em 
acupuntura. 
Enquanto os projetos de lei não forem aprovados no Brasil, a Constituição 
Federal garante a livre prática profissional da acupuntura; Conselhos profissionais e 
associações de classe protegem os usuários, que buscam a acupuntura como forma 
de tratamento, por meio de suas resoluções e regulamentações. Dessa forma, o 
beneficiário é o usuário, que tem a liberdade de escolher o melhor especialista para 
realizar seu tratamento (FEBRASA, 2018). 
7.4 Regulamentação da acupuntura 
O Projeto de Lei de Regulamentação da Acupuntura no Brasil foi aprovado pela 
Constituição, pelo Judiciário e pela Comissão de Cidadãos da Câmara dos 
Deputados. Escrito pelo deputado Celso Russomano, levou 16 anos para passar por 
três comissões da Câmara Federal e permitir que profissionais não médicos 
exercessem a atividade (NEVES, 2019). 
Segundo Neves (2019) a proposta agora será analisada pelo Senado, na 
ausência de convocação dos parlamentares para que o plenário da Câmara discuta o 
assunto. O deputado Hiran Gonçalves (PPRR), que criticou a proposta, ressaltou que 
a acupuntura é uma especialidade médica e requer conhecimento adequado para a 
prática. "Ao querer prescrever a profissão de acupuntura para quem não estudou 
medicina, empoderamos alguém que não tem conhecimento de anatomia, fisiologia, 
neurologia, neurologia, enfim, um pré-requisito, necessário para a prática envolve até 
procedimentos invasivos ”, argumentou o vice-ministro. 
Em resposta, o deputado Gilson Marques (Novo SC) argumentou que são os 
consumidores que julgam as empresas. “Existem duas perspectivas de como analisar 
este projeto. A perspectiva do médico e a perspectiva do paciente e do consumidor. 
 
36 
 
Acredito que a gente passa essa medida que vai ser melhor para o paciente. O que 
precisamos é abrir o mercado. Quem define o que é um bom trabalho, o que é um 
bom especialista, o que é um bom preço, quem tem mais serviços, é consumidor, é 
cliente”, disse Gilson Marques (NEVES, 2019). 
Segundo o presidente da Federação dos Acupunturistas do Brasil (FENAB), 
Afonso Henrique Soares, a decisão é um avanço para a região (NEVES, 2019). 
Segundo a FENAB, cerca de 160 mil profissionais poderão se beneficiar desse 
convênio. 
Se as disposições forem aprovadas no país, os seguintes trabalhadores 
qualificados podem ser acupuntura: 
 Indivíduos com diploma universitário em acupuntura emitido por uma 
instituição reconhecida; 
 Pessoas com estudos de graduação emitidos por instituições 
estrangeiras com validade e registro; 
 Especialistas qualificados no setor da saúde com título de especialista 
em acupuntura reconhecido pelo governo federal; 
 Pessoas treinadas em cursos técnicos de acupuntura com diploma 
emitido por instituição reconhecida; 
 Pessoas sem habilitações que demonstrem pelo menos cinco anos de 
exercício profissional ininterrupto. 
Segundo o texto aprovado pelos deputados, compete ao profissional de 
acupuntura segundo Neves (2019): 
 Observar, reconhecer e avaliar sinais, sintomas e síndromes de energia; 
 Consultar, avaliar e tratar os pacientes através da acupuntura; 
 Organização e gestão de serviços de acupuntura em empresas ou 
instituições; 
 Prestação de serviços de teste, aconselhamento e formação de opinião 
sobre acupuntura; 
 Participar do planejamento, implementação e avaliação de programas 
de saúde; 
 Participar da elaboração, implementação e avaliação de planos de 
saúde; 
 Apoio à educação destinada a melhorar a saúde da população. 
 
37 
 
8 MÉTODOS DE APLICAÇÃO 
 
Fonte: incisaimam.com 
Os pontos de acupressão podem ser estimulados por acupressão, acupuntura, 
acupuntura a laser, acupuntura e eletroacupuntura, entre outras técnicas. A 
acupressão é a aplicação de pressão na superfície do corpo em geral (massagem) ou 
em pontos específicos. Geralmente não é usado por veterinários, mas os proprietários 
podem ser treinados para usar essa técnica além da terapia com agulha (ALTMAN, 
2006). 
O aquecimento do ponto de acupuntura é o aquecimento do ponto de 
acupuntura com uma haste em chamas de uma planta cientificamente conhecida 
como Artemisia vulgaris. Essa técnica pode ser realizada diretamente, queimando a 
haste diretamente na pele, ou indiretamente. Outro método não invasivo é utilizar um 
laser (Light Amplification by Stimulated Radiation), com potência de 1 a 10 mW cm2 
(softlaser), em pontos de acupuntura para alívio da dor (DRAEHMPAHEL & 
ZOHMANN, 1997). 
A aplicação de softlaser aumenta a síntese intracelular de trifosfato de 
adenosina (ATP), induz hiperpolarização e suprime estímulos menores, reduzindo a 
transmissão de impulsos dolorosos (TAFFAREL, 2009). 
A injeção de medicamento no ponto de acupuntura é chamada de 
hidroacupuntura. É especialmente indicado na terapia pós-dermoabrasão. Também 
pode ser usado para tratar a dor lombar, melhorando a excreção de toxinas 
 
38 
 
metabólicas e agentes de dor através do sistema linfático (DRAEHMPAHEL & 
ZOHMANN, 1997). 
Por outro lado, a acupuntura envolve o uso de estimulação elétrica de uma 
agulha, emitida por um dispositivo de estimulação elétrica. LIU et al. (2007) relataram 
que a estimulação elétrica dos pontos de acupressão foi eficaz na redução da dor 
central e periférica. O efeito analgésico desta abordagem tem sido descrito em cirurgia 
abdominal (LIN et al., 2002), correção de hérnia inguinal e toracotomia, como 
analgesia adicional em pacientes com câncer, carta e lesão da articulação tibiotársica.(TAFFAREL, 2009). 
A auriculoterapia é indicada em doenças agudas e reversíveis, como 
analgésico e adjuvante em doenças crônicas. Alimi et al. (2003) demonstraram a 
eficácia da auriculoterapia como tratamento adjuvante para dor neuropática crônica 
em pacientes com câncer. Apesar dos resultados promissores, as evidências para o 
uso da acupuntura no tratamento da dor permanecem inconclusivas. Em geral, a 
perfuração da orelha não é praticada em animais, mas a cauterização (TAFFAREL, 
2009). 
 
Tipos de agulhas 
 
Fonte: portalunisaude.com.br 
8.1 Agulha Filiforme: 
 
 
39 
 
Inserção com Mandril: 
 
Inserção sem Mandril: 
 
8.2 Inserção sem Mandril 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inserção de Agulhas Curtas Inserção de Agulhas Longas 
 
 
40 
 
 
 
Inserção superficial e horizontal Inserção com Pele Enrugada 
 
 
 
8.3 Ângulos de Inserção 
 Perpendicular 
 Obliqua 
 Horizontal 
 
 
41 
 
8.4 Formas de Procurar o Qi 
Pancadas no Cabo Massagear o Trajeto do Canal 
 
 
Empurrar e Puxar (Bicada do Pássaro) 
 
Sacudir e/ou Vibrar; Apoiar ou Pressionar e/ ou Mudar o Local da Picada. 
8.5 Formas de Reter o QI 
Empurrar a agulha até a profundidade Níveis de profundidade 
 Céu, homem e terra 
 
 
42 
 
 Rotação Arranhar 
 
 
 Curva Girar a agulha 
 
 
 
 Voar Agitar 
 
 
 
 
43 
 
8.6 Cuidados 
Existem algumas contraindicações absolutas ao tratamento com acupuntura, 
pois geralmente é um procedimento seguro e bem tolerado. Apesar disso, é 
importante ressaltar que a acupuntura deve ser evitada em pacientes com leucopenia 
grave, como observado em pacientes submetidos à quimioterapia mielossupressora. 
Além disso, devemos ter em mente que a introdução de agulhas de acupuntura em 
locais de infecção ou tumores ativos é contraindicada, pois há risco de metástase de 
células tumorais em caso de malignidade. Deve-se mencionar também que, embora 
a acupuntura tradicional seja segura em pacientes em uso de desfibrilador implantável 
(CDI) ou marcapasso, a acupuntura elétrica deve ser evitada nesses pacientes devido 
ao risco de interferência na alimentação do dispositivo (DE SOUZA, 2020). 
8.7 Método de Tonificação (Reforço) Sedação (Redução) 
 
 Tonificação e Sedação pela Manipulação de Agulhas 
 
Penetrar e Puxar Respiração 
 
 
 
44 
 
9 APLICAÇÕES DA ACUPUNTURA PARA TRATAMENTO SAÚDE MENTAL 
 
Fonte: canalacupuntura.com 
A Medicina Tradicional Chinesa se originou há milhares de anos na China e se 
caracteriza por um sistema médico integrado com uma linguagem que representa 
simbolicamente as leis da natureza e considera a inter-relação harmônica entre as 
partes, propondo uma visão integrada do ser que tem como base a divisão do mundo 
em duas forças ou princípios fundamentais, a teoria Yin-Yang (MIRANDA e VIEIRA, 
2021). 
Com isso, todos os fenômenos são entendidos como opostos complementares 
e sua terapêutica objetiva modos de equilibrar essa dualidade e, para tal, utiliza como 
elementos a anamnese, a palpação do pulso, a observação da face e língua e a 
promoção e recuperação da saúde. Em suas modalidades de tratamento estão a 
acupuntura, as plantas medicinais (fitoterapia tradicional chinesa), a dietoterapia 
(orientação alimentar), as práticas corporais (lian gong, chi gong, tuina, tai-chi-chuan) 
e mentais (meditação) (BRASIL, 2015). 
Especificamente em relação à acupuntura, nota-se que se trata de uma 
tecnologia de intervenção da Medicina Tradicional Chinesa baseada em estímulos 
precisos de locais anatômicos definidos por meio da introdução de agulhas metálicas 
(BRASIL, 2015). O efeito terapêutico da estimulação das zonas, por meio das agulhas 
é admitido como liberador de neurotransmissores e outras substâncias responsáveis 
 
45 
 
pelas respostas de renovação de funções orgânicas e modulação imunitária, atuando 
na prevenção e manutenção do processo saúde-doença (MIRANDA e VIEIRA, 2021). 
No que tange ao uso da acupuntura para o cuidado em saúde mental, Girão et 
al. (2014) realizaram pesquisa sobre o efeito da acupuntura na ansiedade em 30 
mulheres no climatério, que foram divididas em grupo controle (placebo) e 
experimental (acupuntura). 
Os resultados mostraram que o tratamento com acupuntura reduziu a 
ansiedade e melhorou os sintomas da síndrome climatérica e, com isso, os autores 
concluíram que se trata de uma terapêutica eficaz que, junto a demais PICS, pode 
contribuir para a promoção da saúde mental no climatério. Também em relação à 
ansiedade, Silva (2010) relatou tratamento com acupuntura (10 sessões) em uma 
paciente com transtorno de ansiedade, a qual indicou, a partir da sexta sessão, 
melhora significativa com alívio de sintomas. Porém, a autora alerta que se trata de 
um tratamento processual, sem cura milagrosa, que busca o reequilíbrio da saúde de 
modo contínuo e gradual. Cintra e Figueiredo (2008) realizaram pesquisa por meio de 
entrevistas com profissionais e usuários/as (n =9) de serviços públicos da Região 
Centro-Oeste do município de São Paulo que ofertavam, regularmente, tratamento 
com acupuntura e observaram que muitas pessoas procuravam por este tratamento 
em razão de ansiedade e depressão, indicando uma alta demanda local por cuidado 
em saúde mental. 
Como resultados, os/as participantes relataram melhora no sono, na 
depressão, no emagrecimento, no bem-estar e no estado de humor. “Porque 
eu tenho problema de depressão, insônia, assim, eu tomo remédio, mas 
quando eu faço acupuntura, eu me sinto assim, mais tranqüila (Usuário 7)” 
(CINTRA & FIGUEIREDO, 2008, p. 22 apud MIRANDA e VIEIRA, 2021). 
As autoras concluem que a técnica tem a potencialidade de reduzir riscos e 
vulnerabilidades à saúde e promover a qualidade de vida, ao incentivar a reeducação 
de hábitos diários, além de contribuir para diminuir o consumo de remédios alopáticos 
e reduzir gastos no serviço público. Diante dos achados dos estudos supracitados é 
possível verificar que a acupuntura é um tratamento eficaz para redução de sintomas 
ansiosos, e pode, assim, ser utilizada para a promoção de saúde mental e melhoria 
de qualidade de vida e bem-estar (MIRANDA e VIEIRA, 2021). 
 
46 
 
10 ACUPUNTURA NA ESTÉTICA CORPORAL 
 
Fonte: pontodeequilibrioterapias.com 
A medicina tradicional chinesa (MTC) trata as disfunções com recursos que 
buscam deixar o organismo em equilíbrio. A partir de avaliação e diagnóstico das 
alterações estéticas, vários recursos da MTC podem ser utilizados para complementar 
o tratamento, como: acupuntura, fitoterapia, moxa, ventosa, tui ná, gua sha, entre 
outros. Os tratamentos estéticos aliados às terapias alternativas baseadas na MTC 
podem ter seus resultados potencializados. As terapias estéticas produzem benefícios 
ao organismo, melhoram a circulação, contribuindo para maior oxigenação, hidratação 
e nutrição tecidual, auxiliam na remoção de líquidos acumulados, melhoram o tônus 
tissular, promovendo mais firmeza para a pele, entre outros. A acupuntura é uma 
técnica milenar que surgiu na China por volta de 4.500 anos atrás. Ao longo da 
história, teve diversas contribuições

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