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Prévia do material em texto

Revista de Jovens e Adultos da
Convenção Batista Fluminense
Revista evangélica trimestral da Convenção Batista 
Fluminense.
O intuito desta revista é servir de material de edu-
cação cristã acerca do que é ensinado na Palavra de 
Deus, pela leitura e interpretação dos escritores des-
tas lições.
Esta revista não é um manual para a vida cristã, mas 
um material de auxílio educacional. Antes de tudo leia 
a Bíblia, que é a Palavra de Deus.
Publicada pela Convenção Batista Fluminense, pro-
duzida pelo Departamento de Educação Cristã, jun-
tamente com o Departamento de Comunicação.
(21) 9 9600-6132 | contato@batistafluminense.org.br 
Rodovia BR-101, KM 267 - Praça Cruzeiro, Rio Bonito/RJ 
(CEP 28.800-000)
Sumário
9 Primeiras Palavras
18 Palavra do Redator
21 Apresentação
A Biografia de Jesus25 Lição 1
Palavras Marcantes35 Lição 2
As Leis do Reino44 Lição 3
Histórias Inesquecíveis53 Lição 4
Vede Que Vos Tenho Predito62 Lição 5
Sinais e Maravilhas71 Lição 6
Autoridade Sobre as Forças do Mal80 Lição 7
A Cura de Toda Dor88 Lição 8
A Natureza Lhe Obedece98 Lição 9
O Legado de Cristo106 Lição 10
Novas de Grande Alegria114 Lição 11
A Maior Prova de Amor121 Lição 12
A Grande Vitória133 Lição 13
145 Ficha Técnica
4
20
23
Epístola aos Romanos 
Pr. Danilo Azevedo Aguiar
1° Trimestre 2023
1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas 
Pr. Alonso Colares
2° Trimestre 2023
1 e 2 Epístola aos Coríntios
Pr. Valtair Miranda
3° Trimestre 2023
Josué, Juízes e Ruth
Pr. Fabio Martins
4° Trimestre 2023
O que estamos 
preparando para 
as próximas 
edições
https://open.spotify.com/show/2NUITJISzYYlzBtWajkruV?si=YDz-1MiyQX6zcDwAJN4IZQ&dl_branch=1
https://www.youtube.com/tvbatista
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.shoutcast.stm.app0002ca1c9104bfe574734c494dbe8a2e
Pr. Amilton Ribeiro Vargas
Diretor Executivo da CBF 
Membro da PIB 
Universitária do Brasil
A prosperidade que 
Deus deseja para você
Quando pensamos em prosperidade geralmente 
a pensamos apenas no aspecto material (econô-
mico-financeiro) e não poucas vezes esquecemos 
das coisas imateriais (emocionais e espirituais), as 
quais, embora o dinheiro não possa comprar, são 
as mais essencialmente humanas, pois trazem sen-
timento de realização e bem-estar mais duradouro 
e permanente.
Meu desejo é que estas palavras sejam estímulo 
para grandes vitórias para sua vida e de todos que 
você ama. Eu sei que Deus guarda experiências 
muito boas para seu futuro. Não fosse assim, Paulo 
9
Primeiras Palavras
não teria dito em I Coríntios 2,9: “mas, como está 
escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem 
jamais penetrou em coração humano o que Deus 
tem preparado para aqueles que o amam.” 
Costumo dizer que muitos não prosperam por não 
saberem diferenciar desejos de necessidades.
Se os bens materiais e o dinheiro não forem bem 
administrados, embora não seja esta área a essen-
cial, isso pode tirar o sono e trazer turbulências até 
em nossa vida espiritual, mas essa questão pode 
ser resolvida também pelo Senhor, que pode operar 
milagres nas coisas de que necessitamos e não te-
mos condições para resolver com nossos próprios 
recursos, especialmente se não forem resultantes 
de nossas escolhas.
A grande maioria das pessoas tem feito escolhas 
equivocadas, por exemplo: gasta seus recursos 
com desejos, não se importando com nada mais 
no momento, a não ser com a satisfação, sequer 
chegando a pensar nas consequências. Por essa 
razão, 78% dos brasileiros estão endividados (julho 
2022), sendo que 28,7% destes estão com o nome 
negativado no SPC/SERASA. Será que a maioria foi 
por gastar com necessidade? Isso tem solução!
10
Precisamos aprender a fazer diferença entre de-
sejo e necessidade. Quando ficamos preocupados 
em satisfazer os desejos sem que Deus nos conceda 
isso, deixamos de lado o compromisso do Senhor, 
nosso Deus Maravilhoso que se compromete a su-
prir nossas necessidades. Veja essa linda promes-
sa: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá 
todas as vossas necessidades em glória, por Cristo 
Jesus.” (Filipenses 4:19)
Quando as coisas estão fora de controle é impor-
tante perguntar: Nossas escolhas têm sido orien-
tadas pelo Senhor, ou somos do tipo que pedimos 
e não recebemos? Como diz a palavra de Deus, em 
Tiago 4:3, “pedis e não recebeis, porque pedis mal, 
para esbanjardes em vossos prazeres.”
Há muitos anos fiz um curso sobre liberdade fi-
nanceira e a primeira coisa que nos foi ensinado é 
que existe uma sequência que precisa ser segui-
da rigorosamente: Primeiro precisamos aprender 
a ganhar dinheiro; segundo precisamos aprender 
a poupar e terceiro precisamos aprender a gastar. 
É nessa hora que precisamos fazer pelo menos 
três perguntas: Eu preciso comprar isso? Eu pre-
ciso agora? Eu tenho dinheiro para pagar sem fa-
11
zer dívida e sem prejudicar meus projetos de longo 
prazo? Estes geralmente são os mais importantes. 
(se você perguntar ao Dr. Google ou Youtube, talvez 
eles lhe ofereçam mais perguntas e vídeos muito 
interessantes).
Entretanto, o conselho da palavra ainda é o me-
lhor, pois só Deus pode desembaraçar nosso ca-
minho quando as coisas parecem não ter solução, 
conforme a palavra nos ensina: “Deus é a minha 
fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente 
desembaraça o meu caminho” (II Samuel 22:33). 
Com Deus você não apenas aprende, mas adquire 
sabedoria para não cair em armadilhas do inimigo, 
bem como recebe o poder para superar a si mes-
mo e vencer tentações e compulsividades.
Quando você tem compromisso com Deus, Ele 
tem compromisso com o suprimento de suas neces-
sidades, O meu Deus, segundo as suas riquezas, 
suprirá todas as vossas necessidades em glória, 
por Cristo Jesus. (Filipenses 4:19). No entanto, não 
podemos esquecer o passado de eventuais equí-
vocos, pois muitas vezes as pessoas levam anos 
fazendo tudo errado e querem que Deus resolva 
aquilo que é consequência... “Tudo que o homem 
12
plantar, isso também colherá” (Gálatas 6:7).
Em qualquer circunstância Deus demonstra seu 
amor para conosco e nos dá promessa de solução, 
mas é preciso ter prazer em Deus e nas coisas es-
pirituais, como diz o salmista: “Deleita-te também 
no Senhor, e te concederá os desejos do teu cora-
ção. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, 
e ele o fará.” (Salmos 37:4-5.)
Então, “Entrega o teu caminho ao Senhor” Creia 
em Jesus de todo o coração e Ele o abençoará cada 
vez mais!
Como é bom ter prazer no Senhor!
13
https://batistafluminense.org.br/plano-cooperativo
https://colegiobatistafluminense.com.br/
https://www.missoesestaduais.com.br/
Pr. Samuel Pinheiro
Diretor do Departamento de 
Educação Cristã da CBF e 
Coordenador Acadêmico da 
FABERJ
Palavra do Redator
“Louvarei o nome de 
Deus com cânticos e 
proclamarei sua gran-
deza com ações de gra-
ças” (Salmos 69:30). 
Grande é a nossa grati-
dão por esta edição, a última de 2022. É com ale-
gria e júbilo que apresentamos a revista Palavra de 
Vida para o 4º trimestre deste ano. Primeiramente, 
somos gratos a toda equipe e pessoas que, des-
de sua constituição, tem colaborado para que este 
feito seja possível. Especialmente, agradeço ao Pr. 
Alonso por ter trabalhado com tanto afinco e des-
treza, sendo uma inspiração, apoio e suporte nesta 
primeira edição em que trabalho.
Também agradecemos imensamente aos pasto-
res da Primeira Igreja Batista em Alcântara. Foi um 
privilégio ler em primeira mão palavras tão revigo-
rantes e elucidativas a respeito de nosso Senhor e 
Salvador. Que nosso Deus e Pai derrame das mais 
lindas e ricas bênçãos sobre a vida de cada um.
O tema de nossa revista neste trimestre é Jesus 
Cristo: vida e obra. A cada lição, teremos contato 
18
com textos bíblicos que comprovam a identidade 
de nosso Mestre e Senhor: Verbo que se fez car-
ne, Segunda Pessoa da Trindade, Homem e Divino, 
Servo Sofredor, Salvador Ressurreto. Ao lermos as 
lições, a cada semana, nossas orações enquanto 
equipe de produção de nossa revista, é que cada 
irmãoe cada irmã seja visitado e visitada pela po-
derosa presença de nosso Senhor, tendo seus co-
rações elevados à devoção, temor e adoração ao 
único que é digno de nosso Louvor.
Os amados irmãos poderão constatar algumas 
mudanças e diferenças entre esta e edições ante-
riores. Isso se deve a medidas de usabilidade de 
nossa revista, pensando em como cada leitor pode-
rá usufruir do melhor que temos a oferecer. Cremos 
que fazemos sempre o nosso melhor, pois sempre 
o fazemos como para Deus. Sendo assim, nosso 
coração tem a expectativa de que seja um trimes-
tre abençoador.
Finalmente, com alegria demonstramos nossa 
gratidão à equipe de revisores da FABERJ, assim 
como o trabalho de nossas educadoras cristãs na 
elaboração dos recursos didáticos. Ainda, agra-
decemos o empenho e trabalho que o Pr. Rodrigo 
Zambrotti e toda a sua equipe têm realizado na dia-
gramação e produção final de nossa revista. Que o 
Senhor nosso Deus esteja com cada um de nós!
19
João 8:32
Pôncio Pilatos ao inquirir o Senhor Jesus lhe per-
guntou: “O que é a verdade”? Não sabia o governa-
dor romano que a personificação da Verdade estava 
em pé diante dele naquele momento. Vivemos atual-
mente na chamada era da informação, e aquilo que 
deveria ser motivo de satisfação e avanço tem se tor-
nado causa de imensa preocupação. O acesso irres-
trito e ilimitado a toda e qualquer informação acer-
ca dos mais variados assuntos de todas as partes 
do mundo tem sido causa de grande confusão nes-
se primeiro quarto do século XXI. Somos solapados 
constantemente por todo tipo de inverdades, ou seja, 
“verdades de conveniência” que tão somente visam 
atender aos interesses daqueles que as propagam. 
Faz-se necessário portanto, mais do que nunca, reafir-
marmos nossas convicções e mantermos fincadas as 
estacas de nossa fé no solo firme e seguro da Palavra 
de Deus. As Escrituras Sagradas tem como ápice a 
revelação da pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. 
Ele é a verdade essencial no qual baseamos toda 
nossa fé e esperança a despeito das circunstâncias 
“E conhecereis a 
verdade, e a verdade 
vos libertará”
21
Apresentação
que nos afetam neste presente tempo. Sendo assim, 
caminharemos ao longo deste trimestre através de 
lições que irão convidar o leitor a explorar a biografia 
do Mestre. Serão abordadas as mais diversas face-
tas de seu ministério terreno, desde o anúncio de seu 
nascimento até a notícia mais fantástica da história 
humana: a ressurreição de Cristo. Contudo, as lições 
estão ordenadas por temas e não cronologicamente, 
proporcionando aos estudantes uma abordagem te-
ológica diferenciada sobre a pessoa de Jesus Cristo. 
Esperamos suscitar nos corações um desejo profundo 
de conhecer ainda mais a verdade a respeito do Deus 
que se fez homem a fim de resgatar a humanidade do 
“reino das trevas para a sua maravilhosa luz”, Aquele 
que encantou a todos com suas palavras e milagres e 
também contrariou a muitos com suas verdades cor-
tantes e confrontadoras. O Filho do Homem fez muita 
diferença nos mundos físico e espiritual; neste, sal-
vando almas e, naquele, operando milagres. O Cristo 
que entregou a sua vida na cruz do calvário, decretou 
a grande e definitiva vitória sobre a morte e o inferno. 
Que as verdades eternas a respeito do nosso gran-
de Mestre inundem o seu coração e alimente a sua 
alma.
Desejamos a todos um ótimo trimestre de estudos!
22
Com muita satisfação e honra as lições des-
te último trimestre foram escritas pela equi-
pe pastoral da Primeira Igreja Batista em 
Alcântara:
Pr. Elierme Mantaia - Casado com Georgina 
Oliveira Mantaia, pai de Elierme Mantaia Jr e 
Juliana de Oliveira Mantaia - Lições 02 e 03.
Pr. Leandro da Costa Carvalho - Casado com a 
Dra Renata Santos de Moura Carvalho - Lições 
07 e 09.
Pr. Lucas do Amaral Silva - Noivo da irmã 
Thamara Ayres - Lições 04 e 11.
Pr. André Luiz Cotrim de Alencar - Casado 
com Valéria Lima Pinheiro Cotrim, pai de Isaque 
Pinheiro Cotrim de Alencar- Lições 05 e 06.
Pr. Vanderlei Batista Marins - Casado com 
Rita de Cassia Silva Miranda Marins, pai de 
Eber Jonathas Miranda Marins e Mikhael 
Wander Miranda Marins (in memoriam). Avô de 
Júlia Suett Marins e de Heitor Gabriel Martins 
Marins. Escreveu as demais lições.
23
Quem escreveu
http://ebad.batistafluminense.org.br
A Biografia 
de Jesus
Por Pr. Vanderlei Batista Marins
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Mateus 8.18-22
Atos 7.54-60
Lucas 18.35-43
Romanos 15.1-13
Mateus 3.13-17
1 João 4.9-15
João 17.1-26
Texto Base:
Lição 1
João 20.30,31
Voltar para o sumário
Jesus é a pessoa central da Bíblia, clímax da 
Revelação do Pai (Hb 1.1,2), graça vestida de hu-
manidade (Jo 1.14) e Verbo encarnado (Jo 1.1-3). A 
Sua história de amor sacrificial, de entrega plena e 
de doação pela missão reflete o propósito eterno de 
redenção da humanidade. Os fatos que ornamen-
tam essa história, a sua biografia, encontram-se 
nos sinóticos, como são chamados os evangelhos 
de Mateus, Marcos e Lucas, por cultivarem simila-
ridades e sequências de fatos, deixando evidente 
a humanidade de Jesus, apresentando-o como ho-
mem e, pelo evangelho de João, que enaltece a sua 
divindade e o apresenta como Deus.
Jesus realizou muitos milagres, maravilhas ex-
traordinárias que encantaram, mas, também, pro-
vocaram inquietações diversas. Aqueles que eram 
por eles beneficiados, festejavam e se deliciavam. 
Mas, na sua grande maioria, líderes, autoridades 
religiosas e integrantes da aristocracia judaica cri-
ticavam e lançavam dúvidas sobre a sua origem, 
veracidade e integridade. 
Olhando para o texto bíblico em destaque, perce-
bemos que os milagres eram construtivos e pedagó-
gicos, traziam à tona o poder e a grandeza de Jesus 
26
Cristo, o Messias divino. Seus feitos ficam além da 
possibilidade de catalogar, excedem a capacidade 
de registro pleno, absoluto e integral, conforme Jo 
21.25. 
Entrar em contato com a sua biografia, observan-
do os destaques que a compõe, mostra a sua es-
sência, promessa e missão.
1. Jesus é o Filho do Homem
Essa era uma expressão muito comum nas pági-
nas das Sagradas Escrituras, especificamente no 
Novo Testamento. Como Jesus gostava de chamar 
a si mesmo de Filho do Homem, sendo a primeira 
vez em Mt 8.20, para confrontar um escriba que afir-
mava segui-lo por qualquer lugar, independente de 
situações ou circunstâncias e, consequentemente, 
para colocar à prova os que desejavam caminhar 
com Ele seguindo-o na trajetória da vida.
A esse respeito, a voz profética nos encanta quan-
do constatamos o que disse Dn 7.13,14. O que rela-
tou o profeta era algo incomum a um simples mortal, 
a qualquer pessoa que fosse detentora de alguma 
coroa dos reinos de então. Tal afirmação proféti-
ca encontra agasalho na expressão de Mt 26.64. 
27
Ao afirmar essas palavras diante do sinédrio, Jesus 
angariou a fúria do sumo sacerdote, que rasgou as 
suas vestes e o acusou de blasfêmia. Tal atitude 
conquistou outras vozes, que proclamaram ser Ele 
réu de morte (Mt 26.65,66). 
Os olhos do profeta Daniel, guiados por Deus, 
atravessaram os séculos e vislumbraram o triun-
fo do Filho do Homem, para quem todas as coisas 
convergem.
Outro fato significativo foi a experiência de Estevão, 
cheio do Espírito Santo, perante o sinédrio, relata 
verdades duras e contundentes (At 7.51-53), repro-
vando as atitudes dos integrantes do Tribunal e dos 
seus pais, dizendo ser eles “teimosos e incircunci-
sos de coração e de ouvidos”. Foi exatamente dian-
te daquelas autoridades, que ele afirmou “eis que 
vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à 
direita de Deus” (Atos 7.56).
Que cena triste pela forma cruel e desumana de 
uma liderança, que deveria ter discernimento, sen-
so de justiça e julgar sem parcialidade, lendo com 
nitidez os acontecimentos do tempo e dependendo 
de Deus para se posicionar com correção, humani-
dade e amor. Mas, também uma cena gloriosa. Pois 
28
ver os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à 
direita de Deus,foi amparo nas agressões que lhe 
sucederam, segurança para enfrentar a realidade 
do martírio e certeza do triunfo sobre a morte.
A identificação de Jesus como o Filho do Homem 
nos remete à sua humilhação e sofrimento, reali-
dades marcadas pelo seu nascimento, pelo exercí-
cio do seu ministério e por ter sido traído, negado, 
preso e morto. Mas, também, por sua exaltação, 
instrumentalizada na ressurreição e promessa de 
sua volta, evidenciando a sua notável e gloriosa di-
vindade.
2. Jesus é o Filho de Davi
Esse título é atribuído a Jesus e nos remete à sua 
identificação terrena. É uma alusão a descendên-
cia de Davi (Lc 1.32,33). Essa ligação é terrena, 
segundo a carne (Rm 1.3), vista na árvore genea-
lógica, uma exposição cronológica sobre os ascen-
dentes.
A genealogia de Jesus (Mt 1.1-17), nos ensina 
várias lições: há um propósito eterno que se mani-
festa no tempo; o ser humano é indispensável aos 
ideais divinos; as gerações se comunicam através 
29
da família; os problemas e lutas fazem parte da 
vida, mas não determinam sobre ela; apesar da 
fragilidade humana, o poder de Deus, Sua miseri-
córdia e graça sempre estarão presentes; pessoas 
podem mudar, serem restauradas e ocupar lugar 
de honra na história. Também aponta para o fato 
de o Messias ser o Filho de Davi, pertencer a sua 
linhagem, egresso da Tribo de Judá, pela pessoa 
de José, seu pai adotivo, e de Maria, sua mãe, ins-
trumento para a encarnação do Verbo (Mt 1.21).
A promessa de uma dinastia que jamais teria fim 
parecia ter fracassado, levando-se em conta ape-
nas a composição da monarquia hebraica, com os 
filhos biológicos de Davi. Mas, através de Jesus, a 
promessa “Estabelecerei para sempre o seu reino” 
(2 Sm.7.13) se concretizou (Mc 1.11; Hb 1.5); es-
tava mais viva do que nunca, eficaz e pujante para 
atravessar os séculos. Deus não falha no que ga-
rante aos seus, Ele é justo e cumpridor dos seus 
compromissos. Jesus, é, portanto, verdadeiramente 
o Messias, integrante da família real do homem se-
gundo o coração de Deus e Seu ungido, para anun-
ciar um novo tempo, o ano aceitável do Senhor, as 
novas de redenção e as virtudes daquele que pode 
transportar das trevas para a Sua maravilhosa luz.
30
Jesus foi identificado em diversos momentos 
como Filho de Davi. Algo surpreendente por surgir de 
lábios sofredores, como no caso do filho de Timeu, 
cego mendigo excluído do convívio social, que à mar-
gem do caminho clamava por auxílio, tendo por Ele 
a sua vida e visão restauradas (Mc 10.46-52). Há 
também situações de pessoas agredidas pelo ma-
ligno. O caso da mulher cananeia com a sua filha 
endemoninhada (Mt 15.21-28) e, em adição, des-
taca-se a postura da multidão, surpresa pela cura 
de um endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22,23).
O significado desse título não se restringe à huma-
nidade de Jesus, vai além da sua linhagem huma-
na. A prova maior encontramos no fato de Davi ter 
chamado o Messias de Senhor (Sl 110.1; Mt 22.43-
45), indicando sua divindade. Com isso, concluímos 
que Jesus é, ao mesmo tempo, seu filho e Senhor; 
fato não destoante na história da Revelação Bíblica, 
pois Jesus é ao mesmo tempo Deus e homem. O 
próprio Jesus faz a seu respeito e, consequente-
mente corroborando com o assunto, uma notável 
e linda declaração: “Eu sou a Raiz e a Geração de 
Davi, a brilhante Estrela da Manhã” (Ap 22.16).
31
3. Jesus é o Filho de Deus
A obra redentora de Jesus é a expressão máxima 
do amor divino, realidade possível pelo sacrifício do 
calvário. Quando nos referimos à pessoa do Filho, 
trazemos à memória não propriamente a eternida-
de de Deus, mas a sua manifestação no tempo (Jo 
3.16,17).
O Filho esvaziou-se (Fl 2.5-11), renunciou à glória 
para viver a vida humana, falar aos humanos e mos-
trar-lhes o caminho de volta ao Pai (2Co 5.18,19). 
Conquanto Jesus tivesse natureza humana, não ti-
nha pecado, era perfeito em tudo (Cl. 2.9). A de-
signação “Filho de Deus” ornamenta a biografia de 
Jesus, identifica a sua Deidade, o Filho é Divino, da 
mesma essência e substância que o Pai (Jo 10.30). 
Ao lermos o Novo Testamento percebemos o Pai fa-
zendo uma significativa declaração sobre o Filho, 
exaltando-o soberanamente, aclamando à vista de 
todos, por ocasião do seu batismo no Rio Jordão 
(Mt 3.16,17).
Paulo, após a sua conversão (At 9.1-18), come-
çou a proclamar nas sinagogas que Jesus é o fi-
lho de Deus (At 9.20), deixando os seus ouvintes 
perplexos, atônitos, e os Judeus revoltados, bus-
32
cando oportunidade para silenciarem a sua voz (At 
9.21-24). Em Gálatas 1.15,16, o Apóstolo falando 
aos gentios do seu encontro com Cristo proclama 
que Deus, o Pai, achou por bem revelar a ele o Seu 
Filho, acrescentando que o fizera como a um aborti-
vo (1Co. 15.8). Esse tema, Filho de Deus, foi muito 
utilizado em sua pregação como porta-voz do céu 
entre os homens, vox clamantis de Jesus na divul-
gação da redenção (2Co 1.19). Para ele, Jesus era 
o Pré-existente Filho de Deus enviado ao mundo.
Observando os evangelhos, percebemos que 
Marcos apresenta Jesus como Filho de Deus (Mc 
1.1). Mateus e Lucas o reconhecem como tal; João 
enaltece o relacionamento Pai-Filho, dizendo que 
em virtude da natureza eterna, o Filho possui todas 
as prerrogativas divinas para revelar o Pai (Jo 1.18).
Para pensar e agir
A biografia de Jesus mostra a sua humanidade, a 
sua divindade e evidencia a sua missão.
A presença de não-judeus na genealogia de Jesus, 
pessoas que cometeram falhas e até graves erros, 
mas que tiveram experiência com Deus e mudaram, 
mostra que o Senhor não faz acepção de pessoas 
33
(At 10.34,35), que não são pelos méritos humanos, 
e sim por graça divina que as coisas acontecem.
A vida de Jesus é expressiva, vai muito além da 
questão de longevidade. Ela evidencia essência, 
qualidade, modalidade nova, vida plena que ema-
na da graça, mediante a fé (Ef. 2.8,9), e que reflete 
a missão de Cristo como “o Cordeiro de Deus que 
tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Jesus é vida que opera vida, algo evidente nos 
muitos milagres por Ele realizados, que davam tes-
temunho da sua deidade. Em Jo 14.6, a Palavra re-
flete o seu testemunho. Jesus é vida que gera vida 
e conduz à vida. 
34
Palavras 
Marcantes
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
João 7.37-46
João 3.1-15
Mateus 8.23-27
Lucas 4.36,37
Mateus 8.1-13
João 8.1-11
João 10.1-16
Por Pr. Elierme Mantaia
Texto Base:
Lição 2
Jo 7:46 e Mc 1:22
Voltar para o sumário
Todos nós podemos lembrar daquele professor 
ou professora especial que disse ou fez algo que im-
pactou nossas vidas, olhar para trás com gratidão 
e ver a diferença que fez em nossas vidas. Lembro-
me, com carinho, de Dona Nara, minha professora 
no colégio Dôrval Ferreira da Cunha. Ela, por mui-
tas vezes, deu aulas extras para podermos fazer o 
exame admissional nos colégios Henrique Lage ou 
Liceu Nilo Pessanha, no qual fui aprovado, pela gra-
ça de Deus e ajuda dela. Grandes mestres vieram 
e se foram ao longo dos tempos, homens e mulhe-
res que demonstraram profundo conhecimento em 
sua área de atuação. O mundo teve seus grandes 
professores, homens de intelecto gigante e exten-
sa pesquisa, homens cujas palavras estimularam 
o pensamento e abriram a visão de vastos campos 
do conhecimento. Jesus é o mestre por excelência. 
Ele tocou a alma das pessoas. Estimulou com gen-
tileza os que não tinham esperança. Marcou com 
suas palavras a vida das pessoas.
1. Porque tinham poder (Mc 1:22)
Todas as vezes que Jesus falava ninguém fica-
va indiferente. Mesmo aqueles que não acredita-
vam que Ele era o Messias ficavam atônitos com 
36
suas palavras. Os soldados perplexos exclamaram 
“Jamais alguém falou como este homem” (Jo 7:46). 
Os fariseus ficaram irados, pois até mesmo os guar-
das foram impactados pelas marcantes palavras 
de Jesus. Mas, o que é necessário para compreen-
dermos o efeito de suas palavras sobre as pesso-
as? Como entender o fascínio provocado em todos 
quantos o ouviam? Até mesmo um mestre da lei 
procurouJesus para tentar entender. Nicodemos 
deixa isso claro quando afirma: “Rabi, bem sabe-
mos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém 
pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não 
for com ele” (Jo. 3:2). Todo homem judeu compa-
recia à sinagoga no sábado para ouvir sobre a lei. 
Jesus foi à sinagoga, no sábado, não como um ju-
deu comum, Ele foi ensinar a sua doutrina, que não 
eram meras repetições de escritos da lei como fa-
ziam os fariseus. Jesus tinha grande zelo e ardor 
pelas coisas de seu Pai, razão pela qual ensinava 
com autoridade. Seus ensinos vinham diretamente 
de Deus, o Pai (Jo 12.49).
Se pudéssemos ouvir Jesus hoje da mesma for-
ma que seus discípulos, é certo de que ficaríamos 
tão embevecidos quanto os que ouviram suas pa-
lavras naquele tempo. Não era tão somente o que 
37
Ele falava, mas como falava. Jesus falava com au-
toridade. Ele não apenas demonstrava ter pleno 
conhecimento sobre tudo quanto era questionado, 
como também tinha poder para fazer muito além 
das possibilidades de qualquer pessoa. 
A Escritura atesta de várias maneiras o ofício 
profético de Cristo, e Ele exerceu o seu ministério 
profético com total autoridade nos seus ensinos 
(Mt 7:28,29; Mt 28:18). Ele é prenunciado como 
profeta em Dt 18.15, cuja passagem é aplicada a 
Cristo em At 3.22, 23. Ele fala de Si como profeta 
em Lc 13.33. Além disso, Jesus afirma que traz uma 
mensagem do Pai (Jo 8.26-28; 12.49, 50; 14.10, 
24; 15.15; 17.8, 20). Ele prediz coisas futuras nos 
seus ensinos com toda autoridade (Mt 24.3-35; 
Lc 19.41-44), e fala com singular autoridade (Mt 
7.29). Suas poderosas obras serviam para autenti-
car a Sua mensagem. Em vista disso tudo, o povo o 
via como o Profeta (Mt 21.11, 46; Lc 7.16; 24.19; 
Jo 3.2; 4.19; 6.14; 7.40; 9.17).
2. Porque tinham autoridade
As palavras de Jesus marcam porque tem autori-
dade.
38
a) Autoridade sobre a natureza (Mt 
8:27)
Os discípulos entraram em um barco e Jesus foi 
com eles. Em dado momento, formou-se uma forte 
tempestade. Seus discípulos estavam muito assus-
tados e com medo. Eles eram pescadores, estavam 
acostumados a enfrentar tempestades, mas esta 
não era uma simples garoa. De fato, as ondas inun-
davam o barco e eles achavam que iriam morrer. 
Entretanto, apesar do tempo ruim, Jesus dormia. 
Como pode alguém dormir debaixo de uma tempes-
tade? Poderia ser uma pergunta legítima de alguns 
de seus discípulos. Entretanto, o grito de deses-
pero foi: “Senhor, salva-nos”! Jesus, pergunta aos 
discípulos: “Por que vocês estão com tanto medo, 
homens de pequena fé?” Então, Ele se levantou 
e falou com a natureza. Ele repreendeu o vento e 
o mar (Mt. 8.26), sendo prontamente obedecido. 
E em profunda perplexidade perguntaram “Quem 
é esse que até os ventos e mar lhe obedecem?”. 
Ficou muito evidente que o poder de Jesus estava 
muito além da compreensão daqueles discípulos. 
Somente Deus poderia, com tanta facilidade, do-
minar a natureza. 
39
b) Autoridade sobre os demônios
Enquanto caminhava pelas ruas e aldeias e até 
mesmo em uma sinagoga de Israel, Ele se deparou 
com pessoas que eram escravizadas por demônios. 
Jesus libertou essas pessoas com grande autori-
dade. “E veio espanto sobre todos, e falavam uns 
e outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos 
espíritos imundos manda com autoridade e poder, 
e eles saem”? (Lc 4:36).
c) Autoridade para ensinar
Frequentemente citamos outros professores, es-
critores ou especialistas em nosso campo de es-
tudo, mas Jesus não tinha que fazer isso. Ele falou 
com Sua própria autoridade porque “toda autorida-
de no céu e terra lhe fora dada” (Mt 28:18).
d) Autoridade para curar
Jesus curava e isso era notório em todos os luga-
res por onde passava. Muitas vezes curou pessoas 
quando as encontrava pelo caminho e/ou quando 
elas o procuravam onde Ele estava. Vale destacar 
que a sua bendita ação em benefício das pessoas 
aconteciam estando elas perto ou longe. Vejamos:
40
● Perto (Lc 13:12)
Há vários relatos de pessoas doentes de diversas 
enfermidades que tiveram um encontro com Jesus 
e foram curadas apenas com suas palavras: “E, 
vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, 
estás livre da tua enfermidade” (Lc.13:12).
● Longe (Mt 8:5)
Um centurião romano se dirigiu a Jesus dizen-
do que seu servo estava em casa muito doente. 
Prontamente, Jesus diz que irá à sua casa para 
curar aquele servo. O centurião diz não ser digno 
de receber Jesus em sua casa. Ele diz a Jesus que 
bastava uma palavra e seu servo seria curado. Ele 
argumenta que sabe o que é dar uma ordem e ser 
obedecido. Que ele ordenava a um de seus solda-
dos que fosse e ele iria e a outro que viesse e ele vi-
ria. Que ele também estava sujeito a ordens. Então 
Jesus disse àquele centurião. “Vá! Assim como você 
creu, assim acontecerá”. E aquele servo foi curado. 
3. Por que traziam esperança
Uma pobre mulher fora pega em adultério e leva-
da até Jesus apenas para por Jesus à prova. Pela 
41
lei, ela estava condenada. Vale lembrar que a lei 
determinava que os adúlteros, homem e mulher, 
deveriam ser apedrejados até a morte (Lv. 20:10). 
Porém, somente a mulher fora denunciada pelo adul-
tério. O homem com quem ela havia adulterado po-
deria até estar no meio daquela gente acusadora. 
No entanto, Jesus não discute as questões legais. 
Ele apenas disse aos acusadores “Aquele que den-
tre vós está sem pecado seja o primeiro que atire 
pedra contra ela” (Jo. 8:7). Como todos saíram um 
após outro, não sobrou mais ninguém para acusá-
-la. Então, Jesus disse “Mulher, onde estão aque-
les teus acusadores? Ninguém te condenou?” E ela 
disse “Ninguém, Senhor”. E disse-lhe Jesus “Nem 
eu também te condeno; vai-te e não peques mais.” 
(Jo 8.10-11). Uma palavra de misericórdia e espe-
rança para aquela mulher.
Para pensar e agir
Jesus sempre teve as palavras certas para todos 
os momentos. Sempre surpreendeu seus ouvintes 
com ensinamentos profundos, porém de forma sim-
ples. Ele tinha autoridade sobre a natureza, sobre 
as doenças, sobre os demônios. E Ele tinha poder. 
Nunca ninguém havia visto alguém como ele. 
42
Como tem sido a minha maneira de falar? As mi-
nhas palavras são consonantes com as palavras 
de Jesus?
Quando falo do evangelho, falo com autoridade 
ou falo verdade com cara de mentira?
Nossas palavras precisam ser marcantes, dife-
renciadas e significativas, assim como foram as 
de Jesus Cristo, nosso amado Mestre, Salvador e 
Senhor.
43
As Leis do 
Reino
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Mateus 5.1-12
Mateus 5.13-19
Mateus 5.20-30
Mateus 6.1-13
Mateus 7.1-14
Mateus 7.15-23 
Mateus 9.10-13
Por Pr. Elierme Mantaia
Texto Base:
Lição 3
Mateus 5:12
Voltar para o sumário
O que as expressões “sal da terra”, “luz do mun-
do”, “Deus e Mamom”, “bem-aventurados os man-
sos”, “dar a outra face” e “pérolas aos porcos” têm 
em comum? Elas aparecem em vários textos e cita-
ções com muita frequência e todas elas se originam 
no Sermão do Monte, o maior sermão já proferido 
em todos os tempos. Esse sermão consiste nos en-
sinamentos de Jesus aos seus discípulos, que são 
narrados no Evangelho de Mateus.
1. A Estrutura do Sermão do Monte
De acordo com o Dr. Dale C. Allison Jr., professor 
de Novo Testamento no Seminário de Princeton, 
USA, o sermão do monte tem a seguinte estrutura. 
A introdução Mt.4:25 e a conclusão Mt 7:28;8:1. 
Estes textos têm uma simetria e se correspondem 
e têm as seguintes palavras ou frases em comum: 
Mt 4:25 “numerosas multidões o seguiam”; Mt 5:1 
“monte”; Mt 5:1 “subiu”; Mt 5:1,2 “ensinar”; Mt 
7:28-8:1 “grandes multidões o seguiam”; Mt 8:1 
“as multidões”; Mt 7:28 “monte”; Mt 8:1 “descen-
do”; Mt 8:1”ensino”; Mt 7:28 “as multidões”. Além 
disso, “abrir a boca” Mt 5:2 tem como contrapartida 
“quando Jesus terminou estas palavras” Mt 7:28. 
O resultado de um começo e um fim que se espe-
45
lham e a criação de uma inclusão espremida en-
tre Mt 4:23-5:2 e Mt 7:28-8:1 como um livro entre 
dois suportes, Mt 5:3-7:27 é marcadocomo uma 
unidade. Isso, por sua vez, implica que o esboço 
mais simples do sermão é: Introdução Mt 4:23-5:2; 
Discurso Mt 5:3-7:27; Conclusão Mt 7:28-8:1. 
Dr. John Stott, eminente teólogo e escritor, diz que 
a essência do Sermão da Montanha foi o apelo de 
Cristo a seus seguidores para serem diferentes de 
todos os demais. “Não sejam iguais a eles”, disse 
Jesus (Mt 6.8). O Reino que Cristo proclamou deve 
ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto 
de valores e padrões distintos do mundo.
Dr. Martyn Lloyd Jones, em sua magna obra “O 
Sermão do Monte”, afirma-nos que esse discurso 
do Senhor Jesus permite-nos refletir com serieda-
de acerca das elevadas demandas da vida cristã 
e, ao mesmo tempo, continua cativando o coração 
dos crentes, levando-os a considerar a beleza e a 
profundidade das palavras do Senhor Jesus regis-
tradas em Mateus 5, 6 e 7. O Sermão do Monte, 
conforme diz Lloyd Jones, não é um código de ética 
ou moral; é, antes, uma descrição do que o cristão 
deve ser. 
46
2. As bem-aventuranças
No transcurso de seu ministério, Jesus frequente-
mente se dirigia às multidões; assim também acon-
tece em Mt 5:1. O discurso todo é antecedido por: 
“E ele abriu sua boca e passou a ensiná-los, dizen-
do” (Mt 5:2; Lc 6:20). Encerra-se com as mesmas 
palavras: “Ora, quando Jesus acabou de proferir 
estas palavras, estavam as multidões maravilha-
das de sua doutrina” (Mt 7:28; Lc 7:1). Em ambos 
os evangelhos, o cenário histórico é o mesmo; o 
“Sermão do Monte” é precedido por uma grande 
multidão que se reúne para ouvir o Mestre. A se-
quência das ideias é a mesma: as bem-aventuran-
ças, a supremacia da lei do amor e a parábola dos 
dois construtores. Jesus fala inicialmente das Bem-
aventuranças; em seguida, fala dos cidadãos do 
Reino e de sua relação com o mundo, como sal da 
terra e luz do mundo (Mt 5:12-16). Em sequência, 
Jesus apresenta a justiça do Reino e o alto padrão 
exigido pelo Rei (Mt 5:17 - Mt 7:12). 
A introdução do sermão é a famosa passa-
gem tradicionalmente conhecida como as “Bem-
aventuranças” Mt 5:1-17, a palavra que introduz 
cada frase na septuaginta (a versão em latim) é 
47
“beatus”, que significa “muito feliz”, no grego é 
makarios, que significa “supremamente abençoa-
do”. “Bem-aventurados os pobres de espírito... Bem-
aventurados os que choram... Bem-aventurados 
os mansos... Bem-aventurados os que têm fome e 
sede de justiça... Bem-aventurados os misericordio-
sos... Bem-aventurados os puros de coração... Bem-
aventurados os pacificadores... Bem-aventurados 
os que são perseguidos”. Estas são as leis do Reino. 
Parece uma lista de características que o cristão 
tem e pelas quais é abençoado e feliz; mas, na ver-
dade, oferece uma série de desafios colocados por 
Jesus àqueles que desejam segui-lo, deixando cla-
ro onde deve estar sua prioridade na vida. Se ser 
cristão não significa necessariamente ser pobre, 
oprimido ou vitimizado como Jesus foi; envolve ten-
tar ser gentil, compreensivo e reconciliador, como 
Jesus se propôs a ser; então os cristãos são todos 
‘bem-aventurados’, isto é, afortunados, pois estão 
imitando seu Mestre de todas essas maneiras. Eles 
pertencem a Deus, e Ele está do lado deles: ‘deles 
é o Reino dos céus’.
A primeira bem-aventurança nos dá uma pista im-
portante sobre o que todas elas estão apontando. 
Pode ser observado que o equivalente no Sermão 
48
da Planície, de Lucas, que começa de forma mais 
simples, “Bem-aventurados vocês que são pobres” 
Lc. 6:20, exemplificando a preocupação de Lucas 
em mostrar Jesus particularmente preocupado 
com os economicamente pobres e vulneráveis na 
sociedade. Em contraste, Mateus escreve: ‘Bem-
aventurados os pobres de espírito’, dando ao en-
sinamento de Jesus uma dimensão mais espiritu-
al que está em consonância com o ensinamento 
do Antigo Testamento sobre ‘os pobres de Deus’, 
os anawim (pobres), que eram reconhecidos como 
aqueles que colocaram toda a sua confiança em 
Deus e em seu cuidado por eles. Logo no início do 
Sermão do Monte, Jesus convida todos os que que-
rem segui-lo a serem ‘pobres de espírito’ — isto é, 
nunca serem totalmente dependentes de si mes-
mos ou de seus recursos e bens materiais, mas 
confiando sempre no amor de Deus por eles, acon-
teça o que acontecer.
Depois de listar as bênçãos pelas quais seus se-
guidores se identificam com ele, Jesus afirma que 
seus discípulos são ‘o sal da terra’, tornando a água 
saudável por meio de seu discipulado “Então saiu 
ele ao manancial das águas, e deitou sal nele; e 
disse: Assim diz o Senhor: Sararei a estas águas; e 
49
não haverá mais nelas morte nem esterilidade” (2 
Reis 2:21); e como a ‘luz do mundo’ Mt 5:13-16, ilu-
minando outros em seu testemunho cristão. Jesus 
faz uma afirmação muito importante e de grande 
significado, dizendo que qualquer bem que eles fa-
çam na condição de discípulos, estarão fazendo 
pelo poder de seu Pai: ‘deixe sua luz brilhar diante 
dos outros, para que eles vejam vossas boas obras 
e deem glória ao vosso Pai que está nos céus’ (Mt 
5:16). No fim da parte introdutória do sermão, Jesus 
tranquiliza seus discípulos que vieram do judaísmo 
dizendo que a Lei do Reino não deixará de lado a 
lei mosaica. Pelo contrário, Jesus diz que veio “não 
para abolir, mas para cumprir” a lei e os profetas 
(Mt 5:17).
3. O Sermão do Monte e a vida do 
cristão
O “Sermão do Monte” foi pronunciado na prima-
vera do ano 28 d.C., após Jesus ter passado uma 
noite em oração (Lc 6:12). A oração foi seguida pela 
escolha dos doze discípulos (Mc 3:13-19; Lc 6:13-
16). Esta, por sua vez, foi sucedida pela cura de 
muitos enfermos (Lc 6:17-19). Vindo em sequên-
cia o “Sermão do Monte” (Lc 6:20-49).
50
Ao finalizar o referido Sermão, Jesus nos advertiu 
a fazermos nossas escolhas de forma apropriada, 
com base nas orientações de Deus em Sua Palavra 
e não simplesmente seguir a multidão, tomando o 
caminho mais fácil para viver. Em Mt 7:13,14 Jesus 
fala da porta estreita, que não é a escolha mais 
confortável e nem a escolha da maioria. Ele nos 
adverte sobre os falsos profetas que afirmam ser 
cristãos, mas cujas vidas não refletem os valores 
de Deus e a verdadeira conversão. Profetas e mi-
nistros devem ser avaliados por seus frutos — suas 
ações e os resultados das mesmas. No versículo 
16, é dito “Por Seus Frutos”. Então Jesus deu uma 
advertência muito séria: “Nem todo aquele que me 
diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, 
mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está 
nos céus” Mt 7: 21. Nem todo que se auto intitula 
cristão é realmente cristão. Devemos obedecer às 
leis do Reino dadas por Jesus no sermão do monte, 
caso contrário Jesus dirá: “Eu nunca vos conheci; 
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquida-
de!” Mt 7:23.
Para pensar e agir
As impactantes palavras de Jesus no Sermão do 
51
Monte devem ser cuidadosamente observadas por 
todos aqueles que dizem ser seus discípulos. Se a 
práxis diária não for a de dar a outra face, ser luz 
ou ser sal fora do saleiro, ou seja, se não for o fiel 
cumprimento das Leis do Reino, não seremos súdi-
tos deste Reino.
No meu dia a dia tenho obedecido às “Leis do 
Reino”? Tenho feito tudo o que Ele tem nos orienta-
do a fazer? Guardar, observar e obedecer ao Rei do 
Reino e Suas diretrizes precisam ser o nosso ideal.
52
Histórias 
Inesquecíveis
DOM
SÁB
SEX
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QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Mateus 13.3-9
Mateus 13.18-23
Mateus 13.24-30
Mateus 13.36-43
Mateus 13:34,35
Lucas 21:29-31
Efésios 2.3-5
Por Pr. Lucas do Amaral Silva
Texto Base:
Lição 4
Mateus 13.3a, 10, 11
Voltar para o sumário
Quando estamos na escola, observamos tanto 
nas atividades que o professor passa, quanto nos 
livros os exemplos do conteúdo ali proposto, seja 
um cálculo de matemática ou um exercício de língua 
portuguesa, que serve como orientação para uma 
melhor compreensão daquilo que está sendo pas-
sado. Outra experiência que temos desde criança 
são as fábulas e apólogos que nos trazem muitas 
histórias que têmcomo objetivo nos ensinar uma 
lição ou nos ajudar a compreender algo da vida. 
Ilustrar é uma das melhores formas de transmitir um 
ensinamento. Na cultura oriental são muito usadas 
as parábolas, ilustrações e histórias. Jesus fez uso 
delas como ferramenta de propagação da palavra 
da vida.
O vocábulo “parábola” (termo originado da pala-
vra grega “Parabolê”), por derivação significa “pôr 
as coisas lado a lado” e se assemelha à palavra 
“alegoria”, que por derivação significa “dizer as coi-
sas de maneira diferente”. O Dr. Augustus Strong, 
notável teólogo batista, comenta: “No que tange 
às parábolas de Jesus registradas nos evangelhos, 
tanto a supervalorização como a supersimplifica-
ção devem ser evitadas na interpretação das pa-
rábolas. As parábolas de Jesus visam iluminar o 
54
ouvinte, apresentando-lhe ilustrações que possam 
concluir por si mesmo e, neste caso, com a ajuda 
do Espírito Santo, a absorção das verdades espi-
rituais do texto. As verdades assim aprendidas fi-
xam-se na mente e no coração mais facilmente.”
Nesta lição aprenderemos um pouco sobre as 
ilustrações que Jesus contou para revelar as verda-
des profundas do Reino de Deus. Estudaremos as 
estruturas das mais conhecidas parábolas e sua 
aplicação para nossos dias.
1. O Semeador
A primeira parábola que encontramos no Novo 
Testamento dita e explicada por Jesus é a parábo-
la do semeador (Mt 13.1-23), em que ele saiu a 
semear e parte das sementes caíram pelo cami-
nho e as aves as comeram, outra parte caiu em 
solo rochoso, onde rapidamente as sementes ger-
minaram, mas como não tinha muita terra para fir-
mar suas raízes ao sair o sol as queimou e secou. 
Outras caíram em meio a espinhos e os espinhos 
as sufocaram. Por fim, outra caiu em boa terra, ger-
minou e deu muitos frutos. 
Esta parábola não precisa de muito esforço para 
55
compreender, já que o próprio Cristo deu sua expli-
cação (Mt 13.18-23). As primeiras sementes que 
caíram pelo caminho representam o coração da-
queles que ouviram as boas novas e não as com-
preenderam, nem acolheram, então vem o maligno 
(as aves) e leva aquilo que foi semeado (13.19).
As sementes que caíram em solo rochoso são os 
que recebem com alegria a mensagem, mas por 
conta da perseguição e angústias deste mundo logo 
a abandona (13.20-21). Os ensinos aqui descritos 
nos permitem aplicar aos que se mostram inconsis-
tentes, nominais, sem raízes profundas, instáveis, 
vulneráveis e que jamais pagariam o preço pelo 
evangelho, nem muito menos estariam dispostos a 
dar a sua vida por ele.
As que caíram em meio aos espinhos são os que 
ouvem a palavra, mas a preocupação com este mun-
do e a sedução das riquezas os sufocam, tirando 
seu foco do alvo, tornando-os infrutíferos (13.22). 
São aqueles cujo os corações ainda estão fascina-
dos e ligados à realidade e demandas deste mun-
do.
Por fim, as que caíram em boa terra são os que 
ouvem a palavra e a compreende e assim dão bons 
56
frutos (13.23). Estes são os salvos e redimidos ver-
dadeiramente por Cristo.
2. O Joio e o Trigo
Imediatamente após a parábola do semeador, 
Jesus lhes contou uma outra parábola (13.24-30), 
que falava sobre um homem que semeou boa se-
mente em seu campo, mas ao anoitecer veio seu 
inimigo e semeou joio no meio de seus trigos. Ao 
produzir o fruto, apareceu também os joios, e seus 
servos propuseram que fossem arrancados, mas o 
senhor não deixou que fizessem isto, pois ao ten-
tar arrancá-los poderiam também arrancar os tri-
gos. Então disse-lhes que esperassem a colheita, 
pois no dia da colheita diria aos seus ceifeiros para 
ajuntar os joios e os queimar e que os trigos fossem 
recolhidos e postos em seu celeiro.
Esta parábola é interpretada mais adiante por 
Jesus (13.36-43). Ele começa explicando o que sig-
nifica cada elemento. O que semeia a boa semen-
te é o Filho do Homem (13.37), o próprio Cristo; o 
campo é o mundo; a boa semente são os filhos do 
Reino, os servos de Jesus, os salvos; o joio são os 
filhos do maligno (13.38), os ímpios; o inimigo que 
57
os semeou é o diabo; a ceifa é a consumação dos 
séculos e os ceifeiros são os anjos (13.39). Então 
Ele explica o contexto da história (13.40-42), dizen-
do que assim como o joio é colhido para ser lança-
do no fogo, assim será no fim dos tempos com to-
dos os que praticam a iniquidade, sendo lançados 
na fornalha acesa, ardente (13.50). Já os justos 
resplandecerão no Reino (celeiro) de seu Pai, o lar 
celestial para todo o sempre.
Nesta parábola podemos compreender o motivo 
de vermos tantas pessoas que aparentam ser rege-
neradas, mas que na verdade são joios em nosso 
meio. Não é fácil para nós distinguirmos aqueles 
que são pecadores em processo de santificação 
daqueles que são ímpios disfarçados demonstran-
do sua verdadeira natureza. Por isso, precisamos 
tolerar com paciência os injustos pois no grande 
dia o Senhor da seara dará a recompensa de cada 
um. 
3. O Reino dos céus 
A expressão “Reino dos céus” ocorre 33 vezes 
em Mateus. O “Reino de Deus” ocorre 4 vezes em 
Mateus (Mt 12:28; 19:24; 21:31; 21:43), 14 ve-
58
zes em Marcos, 32 vezes em Lucas e 2 vezes em 
João (Jo. 3:3,5), 6 vezes em Atos, 8 vezes nas car-
tas de Paulo e 1 vez em Apocalipse (Apoc. 12:10). 
O “Reino dos céus” e o “Reino de Deus” são varia-
ções linguísticas da mesma ideia. A língua judaica 
frequentemente colocava um termo apropriado no 
lugar do nome da deidade (Lc 15:21; Mt 21:25; Mc 
14:61). Na parábola do joio, assim como em mui-
tas outras, vemos a expressão “O Reino dos Céus 
é como”. Essa frase se repete inúmeras vezes, po-
dendo estar explícita ou implícita, mas a verdade 
é que todas as parábolas de Jesus falam sobre o 
Reino dos Céus. Cristo sabia que se falasse direta-
mente, a mente humana dificilmente entenderia ou 
teria uma noção de como realmente é o lar celeste 
(Jo 16.12). Então Jesus usa as parábolas para dar 
uma ideia de como é o Reino de Deus. 
O Reino dos Céus ou Reino de Deus é o tema 
central da pregação de Jesus, segundo os evan-
gelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). A pro-
clamação do reino por Jesus seguia a pregação de 
João Batista, só que nos ensinos de Cristo a men-
sagem do Reino tem uma amplitude eterna. Jesus 
anunciava o Reino (Mc 1:14,15) não simplesmente 
como uma realidade que está para realizar-se em 
59
um futuro escatológico, mas também como uma re-
alidade que já se fizera presente em Sua própria 
pessoa, vida e ministério (Mt 9:35; Mt 12:28; Lc 
17:20,21). 
Quão maravilhoso é para nós sabermos que Deus 
se importou em nos explicar sobre o seu reino, so-
bre as coisas que outrora nos eram ocultas, mas 
que pelo seu Santo Espírito nós as compreende-
mos. É maravilhoso saber que Deus quis comparti-
lhar conosco parte de seu conhecimento eterno (Pv 
2.6, Ef 1.17, 2 Pe 1.3-7). Maravilhosa é a Graça de 
Deus que pelo seu precioso amor não apenas nos 
dá o conhecimento do Reino, mas nos chama a fa-
zer parte dele, mesmo não sendo merecedores (Ef 
2.3-5).
Para pensar e agir
1. Olhando para a parábola do Semeador, você 
entende que tem sido que tipo de semente, aquela 
que recebe da Palavra da Verdade e logo a abando-
na por conta das coisas desse mundo ou a que foi 
semeada em terra boa e produz bons frutos? Que 
frutos você tem produzido?
2. Como se sente ao saber que Deus comparti-
60
lha com você as coisas do seu reino? 
Deus te chamou não para viver para sempre nes-
te mundo, mas para ter uma vida eterna ao lado 
dEle, então não perca o alvo, agarre-se em Cristo, 
pois Ele é“.. o caminho, e a verdade, e a vida…” (Jo 
14.6).
61
Vede Que Vos 
Tenho Predito
Marcos 13:23
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Mateus 24:1-14
Mateus 24:15-28
Mateus 24:29-41
Mateus 24:42-51
Mateus 25:1-13
Mateus 25:14-30
Marcos 13:1-23
Por Pr. André Luiz Cotrim de Alencar
Texto Base:
Lição 5
Mateus 24 e 25
Voltar para o sumário
O famoso “Sermão Profético”, também chama-
do “Profecia do Monte das Oliveiras” está registra-
do nos três evangelhos sinóticos, respectivamentenos textos de Mateus 24 e 25, Marcos 13:1-27 e 
Lucas 21:5-36. Nesse importante conjunto de en-
sinamentos, Jesus dá aos seus discípulos instru-
ções acerca dos eventos do porvir, a fim de que 
estivessem preparados quando estes aconteces-
sem. Ele não dá detalhes a respeito dos aconteci-
mentos, mas orientações sobre o comportamento 
diante das circunstâncias. Muito mais do que falar 
sobre o “quando”, o Senhor focaliza suas palavras 
no “como”. Os ensinos do Mestre foram preciosos 
no enfrentamento daqueles dias difíceis vivencia-
dos pelos cristãos do primeiro século e certamente 
continuam valiosos para os cristãos da atualidade.
Interessante pensar que esta conversa entre 
Jesus e seus discípulos teve origem na admiração 
demonstrada por eles ao observarem as belíssi-
mas edificações do Templo de Jerusalém. Os após-
tolos nitidamente esperavam que o Senhor com-
partilhasse com eles do mesmo entusiasmo diante 
dos luxuosos adornos do templo. Frustrando suas 
expectativas, Jesus profetiza a respeito da com-
pleta destruição daquelas paredes imponentes. 
63
Surpreende como a visão daqueles homens estava 
meramente limitada ao natural, enquanto o Mestre 
enxergava muito além do que seus olhos eram ca-
pazes de ver. Precisamos estar atentos a fim de não 
sermos distraídos pelas belezas do mundo natural 
e ficarmos “míopes” para as verdades eternas.
1. Queda de Jerusalém e Segunda 
Vinda de Cristo (Mt 24:1-41)
Os elementos que compõem as palavras proféti-
cas proferidas por Cristo neste sermão estão relacio-
nados às perguntas feitas pelos discípulos quando 
chegaram ao Monte das Oliveiras, após deixarem 
o ambiente do templo. Estas indagações, por con-
seguinte, foram provocadas pelo prenúncio da des-
truição daquele lugar sagrado (Mt 24: 2, 3).
Nesta seção do texto, o evangelista reuniu os di-
zeres de Jesus que predizem a queda de Jerusalém 
e a vinda final do Filho do Homem em juízo. Parece 
que os discípulos quando colocaram essas duas 
interrogações em justaposição, atrelaram os dois 
eventos muito de perto em suas mentes. Para eles, 
a iminente queda da cidade santa e a vinda de 
Jesus, que marcaria o fim da presente era, acon-
64
teceriam concomitantemente. Contudo, Jesus de-
monstra preocupação em orientar seus discípulos 
no sentido de que esses dois “julgamentos” não 
ocorreriam necessariamente em ordem cronológi-
ca imediata. O Mestre passa, então, a exortá-los 
a não se deixarem levar pelas enganosas afirma-
ções dos falsos Messias que surgiriam de tempos 
em tempos, bem como não considerarem que os 
eventos que poderiam parecer de natureza desas-
trosa (a exemplo: guerras entre nações, terremotos 
e fomes severas), fossem sinais incontestáveis de 
que o fim estava próximo. Esses acontecimentos, 
na verdade, constituem apenas o “princípio das do-
res” (Mt 24: 4-8). Jesus também previu a persegui-
ção da igreja promovida pelo mundo, o consequen-
te “abandono da fé”, surgimento de falsos profetas 
e decadência espiritual com traições e ódio den-
tro do próprio corpo cristão. A culminância desses 
eventos está na profecia a respeito da pregação do 
evangelho do reino pelo mundo inteiro, “então virá 
o fim” (Mt 24: 9-14).
Nos versos 15-28, Jesus passa a tratar dos 
eventos relacionados à destruição de Jerusalém. 
O Senhor faz menção da expressão “abominável 
da desolação” ou “abominação assoladora”, ter-
65
mo utilizado pelo profeta Daniel em 11:31 e 12:11, 
cujas predições tiveram seu cumprimento por meio 
do monarca selêucida Antíoco Epifânio, que no ano 
170 a.C. profanou o templo ao erigir um altar a Zeus 
e ordenar sacrifícios sobre ele. Entendemos, por-
tanto, que essa profecia possui duplo cumprimen-
to. O evangelista Lucas interpretou que a consuma-
ção dessa fala profética dar-se-ia quando do cerco 
e posterior invasão da cidade de Jerusalém fosse 
perpetrada pelos exércitos romanos (Lc 21: 20).
O surgimento deste sinal seria uma indicação para 
os habitantes da Judéia de que chegara o tempo de 
sua desolação. Conforme as instruções de Jesus, 
deveriam fugir imediatamente para os montes, e 
tão depressa que não haveria tempo de salvar seus 
pertences. Os discípulos deveriam orar para que as 
condições dessa fuga fossem favoráveis, ou seja, 
para que não tivesse de ser realizada no inverno, 
nem no sábado.
2. Cumprimento das Profecias
Os chamados “sinais dos tempos” anunciados 
por Jesus servem para confirmar a verdade de suas 
palavras e não para o estabelecimento de um ca-
66
lendário escatológico. Certamente, o cumprimento 
desses eventos fortaleceu a fé dos primeiros cren-
tes, bem como das gerações posteriores que pude-
ram observar no curso da história a realização des-
sas profecias. Vamos destacar aqui alguns desses 
sinais.
● No ano 70 d.C., cerca de 37 anos após o 
sermão profético ter sido pronunciado no Monte 
das Oliveiras, sob a liderança do comandante 
romano Tito, a cidade de Jerusalém é invadida 
e destruída pela segunda vez em sua história. 
Quando chegou a crise, os judeus cristãos fugi-
ram para Pella, na Peréia, uma das cidades de 
Decápolis. Para chegar lá, tiveram que fazer uma 
viagem de 160 quilômetros através dos montes 
da Judéia e de Moabe. “Então os que estiverem 
na Judéia fujam para os montes” (Mt 24: 16). Os 
soldados romanos também colocaram fogo no 
Templo e, posteriormente, por ordem de César, 
nivelaram as suas paredes, na demolição sis-
temática da cidade. “Em verdade vos digo que 
aqui não ficará pedra sobre pedra que não seja 
derrubada” (Mt 24:2).
● “Porque virão muitos em meu nome, dizen-
do: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 
67
24:5). O historiador Flávio Josefo afirma que 
quando Félix era o procurador da Judéia, torna-
ram-se tão numerosos os “impostores de nature-
za religiosa” que alguns deles eram mortos qua-
se todos os dias. Três desses falsos cristos são 
mencionados no livro de Atos: Teudas (5:36), 
Judas da Galiléia (5:37) e o egípcio (21:28).
● “E ouvireis falar de guerras e rumores de 
guerras (...)” Quando lemos esta passagem, na-
turalmente pensamos nos inúmeros conflitos 
bélicos de nossa história recente. Contudo, é 
importante observar que os judeus do primeiro 
século vivenciaram o cumprimento dessas pa-
lavras ainda em sua época.
● “(...) e haverá fomes e terremotos em vários 
lugares”. A grande fome predita por Ágabo (At 
11:28) também foi registrada por alguns historia-
dores, como Suetônio, Tácito e Eusébio. Ocorreu 
nos dias do imperador Cláudio César (41-54 
d.C.) e foi tão severa em Jerusalém que muitos 
morreram de inanição, por falta absoluta de ali-
mentos. Ocorreram também vários terremotos 
nesse período. Em Creta, 46 d.C.; Apamea, na 
Frígia; Campanha; Laodicéia e Jerusalém, 67 
d.C.
68
3. A importância de sermos 
vigilantes
Jesus deixa claro neste sermão que não há meios 
de predizer os eventos precisos que precederão a 
vinda final do Filho do Homem, pois esses eventos 
serão tão inesperados como a vinda do dilúvio nos 
dias de Noé, ou o arrombamento de uma casa feito 
por um ladrão. O Mestre orienta seus discípulos a 
estarem preparados para o inesperado. Conforme 
podemos observar na parábola do servo fiel e do 
infiel, os que foram colocados por seu Senhor em 
posições de responsabilidade especial, os líderes e 
mestres da igreja cristã, devem estar tão constan-
te e fielmente ocupados com o seu trabalho que, 
quando ele voltar, ache-os prestando serviço a seu 
Senhor.
O dever de vigiar mostra-se tão essencial que o 
Senhor Jesus insere em seu discurso três parábo-
las que tratam do senso de expectativa que precisa 
existir em todo aquele que aguarda pelo advento da 
segunda vinda. Para garantir a atitude de vigilância, 
cada geração deve considerar a possibilidade de 
estar vivendo nos últimos tempos, e que todos es-
ses acontecimentos podem ser completados den-
69
tro de um breve período.
Para pensar e agir
1. Os discípulos ficaram admirados diante da be-
leza do Templo. Assim como eles, nós também nos 
maravilhamos mais com os encantos desta terraem detrimento das maravilhas dos céus?
2. Jesus alertou seus discípulos quanto ao cuida-
do que deveriam tomar a fim de não serem engana-
dos pelos falsos profetas, bem como não se deixa-
rem alarmar pelos acontecimentos deste mundo.
3. Jesus enfatizou a importância de nos manter-
mos alertas acerca da sua vinda. Precisamos culti-
var o senso de expectativa de que o nosso Senhor 
voltará em breve. 
70
Sinais e 
Maravilhas
DOM
SÁB
SEX
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QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Lucas 7:11-17
Lucas 7:18-23
Lucas 7:24-28
Lucas 5:17-26 
Lucas 8:22-25
Mateus 14:22-33
João 20:24-31
Por Pr. André Luiz Cotrim de Alencar
Texto Base:
Lição 6
Lucas 7:22,23
Voltar para o sumário
João Batista, homem acostumado à liberdade do 
deserto, agora estava encerrado em uma prisão, 
na masmorra de Maquerós, nas proximidades do 
mar Morto. Permaneceria ali por quase um ano até 
ser martirizado. Diante de tantos sinais extraordi-
nários operados por Jesus, talvez João tivesse a 
expectativa de ser libertado dessa masmorra por 
uma intervenção sobrenatural. Porém, em virtude 
de as circunstâncias não mudarem, ele envia dois 
de seus discípulos a Jesus, para saber se ele era 
mesmo o Messias, ou se haveria de esperar outro 
(Lc 7: 19). Causa-nos estranheza quando nos depa-
ramos com este episódio registrado nos evangelhos 
de Mateus e Lucas, tendo em vista que fora o pró-
prio João Batista, o grande precursor do Messias, 
a reconhecer e apontar para Ele como aquele que 
haveria de vir (Jo 1: 29-34). Como o grande profeta 
agora questiona suas próprias convicções?
João falou sobre um Messias que traria o juízo 
de Deus. Um Messias que colocaria o machado na 
raiz da árvore. Um Messias que recolheria a palha 
e a jogaria na fornalha acesa. João, talvez, esperou 
que Jesus viesse exercer seu juízo, sua vingança, 
brandindo a espada com uma corte celestial para 
libertá-lo. Mas o que João escuta é sobre os atos 
72
de misericórdia de Jesus. O Messias não se move 
para libertá-lo. Enquanto Jesus está cuidando dos 
enfermos, João está mais próximo do martírio. A 
resposta que Jesus apresentou diante do questio-
namento do Batista, evidenciava os sublimes pro-
pósitos contidos nos sinais e maravilhas realizados 
pelo Cristo. Nesta lição falaremos destes propósi-
tos e observaremos que os milagres tinham um ob-
jetivo muito maior.
1. Os milagres de Jesus 
evidenciavam a chegada do Reino 
de Deus
O anúncio da iminente chegada do Reino de Deus 
estava no centro da mensagem de João Batista, a 
ele coubera a nobre tarefa de apregoar essa impe-
riosa mensagem: “Arrependei-vos, pois o reino do 
céu está próximo”. (Mt 3:2).
A vinda de Jesus marcava uma linha divisória. 
Ele veio inaugurar o reino. E os valores do reino 
são completamente diferentes de tudo o que os ho-
mens conheciam. E o menor daquele reino é maior 
do que o maior entre os homens. Conforme a ava-
liação feita por Jesus acerca de seu primo e arauto 
73
que lemos em Lc 7: 28 “entre os nascidos de mu-
lher, não há outro maior que João”. Contudo, João 
pertencia à era da promessa. O menor do reino é 
maior não por causa de quaisquer qualidades que 
venha a possuir, mas sim porque pertence ao tem-
po do cumprimento. Jesus não está subestimando 
a importância de João; está colocando os cidadãos 
do reino na perspectiva apropriada.
Os milagres de Jesus evidenciavam a chegada do 
Reino, pois a mensagem transmitida por meio deles 
mostrava que o reino dos céus abre as portas para 
que os rejeitados sejam aceitos. Ninguém era mais 
discriminado na sociedade do que os cegos, os co-
xos, os leprosos e os surdos. Eles não tinham valor, 
eram marginalizados pela sociedade. Eram como 
excesso de bagagem à beira da estrada. Mas, a 
estes que a sociedade chamava de escória, Jesus 
valorizou, restaurou, curou e devolveu a dignidade. 
Jesus manda dizer a João que o reino que ele está 
implantando não tem os mesmos valores dos rei-
nos deste mundo. No reino de nosso Senhor Jesus 
Cristo a sepultura não tem força e a morte não tem 
mais a última palavra. O problema do homem não 
é o tipo de morte que enfrenta agora, mas o tipo de 
ressurreição que terá no futuro (Jo 5.29; Jo 11.25). 
74
Se Jesus é o nosso Senhor, então a morte não tem 
mais poder sobre nós. Seu aguilhão foi arrancado. 
A morte foi vencida (1Co 15: 54-57).
2. Os milagres de Jesus 
apresentavam a mensagem do 
evangelho
O ministério de Jesus não se limitava a cura do 
corpo, mas, sobretudo, a cura da alma. Não há nada 
mais inclusivo do que o evangelho de nosso Senhor 
Jesus Cristo. Nosso Mestre por excelência ensinava 
a todos quantos desejassem ouvir suas palavras. 
Curava e libertava de espíritos maus tantos quantos 
se aproximassem dele a fim de serem agraciados 
pela virtude que dEle fluía. O alcance indiscrimina-
do do ministério de Jesus é expresso por Ele mes-
mo ao afirmar: “Vinde a mim, todos os que estais 
cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 
11: 28). Contudo, a mensagem do evangelho não é 
apenas inclusiva, mas, também e principalmente, 
transformadora. Todos aqueles que vinham a Jesus 
conforme estavam, não poderiam permanecer na 
mesma condição em que se encontravam. 
Jesus não curava apenas por curar, sem obje-
75
tivo. Sempre fazia a ponte com a Sua mensagem. 
Quando Jesus alimentou a multidão em Jo 6:35, 
Ele se declarou como pão da vida; depois de livrar 
a mulher adúltera do apedrejamento (Jo 8: 12) e 
antes de abrir os olhos do cego (Jo 9:5), se revelou 
como a luz do mundo. Na cidade de Betânia, quan-
do conversava com Maria, irmã de Lázaro, Jesus já 
sabendo o grande milagre que iria realizar, afirmou 
ser a ressurreição e a vida (Jo 11: 25). 
Os propósitos dos milagres de Jesus eram para 
apontar a existência de Deus, glorificar ao Pai, de-
monstrar a grandeza do Seu poder, a revelação de 
Jesus como Messias, o Filho de Deus. 
3. Os milagres de Jesus revelavam 
a Sua divindade
Além de testificar acerca da chegada do Reino e 
apresentar o teor da mensagem evangelística, os mi-
lagres revelavam a divindade de Cristo. Observamos 
no evangelho de João que os milagres registrados 
atestam que Jesus é o Filho de Deus. “Na verdade, 
fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais 
que não estão escritos neste livro. Estes, porém, 
foram registrados para que creiais que Jesus é o 
76
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais 
vida em seu nome” (Jo 20: 31). A designação Filho 
de Deus, ao contrário do que os arianos modernos 
afirmam, evidenciam a divindade de Cristo “Quem 
nele crê não é julgado; o que não crê já está julga-
do, porquanto não crê no nome do unigênito Filho 
de Deus” (Jo.3.18). O uso da expressão unigênito 
Filho de Deus é uma das formas pelas quais João 
apresenta Cristo como divino.
Jesus apresentou sua divindade em diversas 
ocasiões, podemos citar alguns desses eventos. 
No caso da tempestade acalmada (Mt 8.23-27; 
Mc 4.35-41; Lc 8.22-25), vemos que a pergunta 
dos discípulos era exatamente sobre Sua pessoa: 
“Quem é este que até os ventos e o mar lhe obe-
decem?” (Mt 8.27; Mc 4.41; Lc 8.25). Embora ne-
nhuma conclusão dos seus discípulos seja dada, 
a pergunta pode ser entendida como retórica, pois 
ficou evidente que entre os homens, ninguém teria 
tal poder. Entretanto, quando Cristo anda sobre as 
águas, segundo o relato de Mateus, fica evidente 
que os Seus discípulos o reconheceram como Deus: 
“Verdadeiramente és Filho de Deus!” (Mt 14:33).
Jesus demonstrou possuir soberania divina, ou 
77
seja, autoridade exclusiva de Deus, no fato de que 
Ele podia perdoar pecados (Lc 5:17-26). Quando 
se trata de pecado no sentido mais geral, porém, 
meros homens não têm autoridade para perdoar. 
Pecados são ofensas contra Deus, e só Deus pode 
perdoá-los. O Antigo Testamento deixou claro esse 
fato: “Contigo, porém, está o perdão, para que te 
temam” (Sl 130:4). Deus disse: “Eu, eu mesmo, 
sou o que apago as tuas transgressões por amor 
de mim, e não me lembro dos teus pecados” (Is 
43:25). Daniel disse: “Ao Senhor,nosso Deus, per-
tence a misericórdia e o perdão, pois nos temos re-
belado contra ele” (Dn 9:9).
Por fim, na relação de Cristo com o sobrenatural 
vemos os espíritos malignos reconhecendo a natu-
reza divina de Jesus. Os demônios na cidade dos 
gerasenos clamaram em alta voz: “Que tenho eu 
contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” (Lc 8: 28). 
Certamente que as forças das trevas já conheciam 
a real natureza de Jesus Cristo, ao contrário dos 
homens que ainda estavam descobrindo.
Para pensar e agir
1. A prisão fez com que o grande João Batista 
78
questionasse suas próprias convicções. Como te-
mos enfrentado as circunstâncias desfavoráveis 
da nossa vida? As dificuldades têm enfraquecido 
ou fortalecido nossa fé?
2. Jesus Cristo veio inaugurar o Reino de Deus! Os 
valores deste reino são muito diferentes daqueles 
defendidos pela sociedade. Assim como o Senhor 
apresentou esses valores ao longo do seu ministé-
rio, somos desafiados a fazer o mesmo em nosso 
dia a dia. 
3. Os milagres realizados por Cristo apontavam 
para a revelação de sua natureza divina, bem como 
para a realidade do reino dos céus e a natureza 
de sua mensagem transformadora. Não podemos 
ter dúvidas acerca destas coisas, pois delas fomos 
chamados para darmos testemunho.
79
Autoridade 
Sobre as 
Forças do Mal
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Lucas 8:26-39
Atos 10:36-38
Marcos 1:21-28
Lucas 13:10-17
Marcos 5:1-20
Marcos 7:24-30
Marcos 9:14-27
Por Pr. Leandro da Costa Carvalho
Texto Base:
Lição 7
Marcos 8:16,17
Voltar para o sumário
Os maravilhosos prodígios de Jesus mostraram 
como Sua autoridade, Sua presença e Seu modo 
de lidar com as pessoas significavam salvação e li-
bertação para elas. Assim, também significou para 
nós quando nos encontramos com o Mestre. Temos 
plena consciência de que o encontro com Cristo era 
o princípio de uma nova vida e receber a salvação, 
que é dádiva de Deus e presente imerecido. Por 
isso, devemos ser gratos a Ele e reconhecer o Seu 
senhorio e a Sua autoridade. 
Jesus é quem tem toda a autoridade no céu e na 
terra (Mt 28.18). Tudo está no domínio e controle 
de Suas mãos e debaixo do Seu poder, inclusive 
nossas vidas, o universo e as forças do mal (1 Co 
15.27; Ef 1.20-23). Como faz bem a certeza que 
Jesus Cristo, o Messias de Deus, é quem sustenta 
todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3). 
Nesta lição, estudaremos os milagres que Cristo re-
alizou em pessoas possessas de espíritos malignos. 
Vamos também aplicar esses ensinamentos para 
compreendermos como identificar e, assim como 
Jesus, sermos agentes de cura espiritual contra as 
ações malignas que tanto agridem nesse tempo.
81
1. Como agentes de Cristo 
devemos valorizar aqueles a quem 
nosso Senhor valorizou
O texto de Lc 8:26-39 nos relata como Jesus re-
alizou mais um de seus milagres. Antes de chegar 
com seus discípulos ao destino pretendido, enfren-
taram uma forte tempestade. Neste momento, de-
pois que os ventos foram acalmados, eles foram 
levados ao seu porto desejado, e navegaram para 
a terra dos gadarenos, e ali chegaram à praia, con-
forme lecionam objetivamente os versículos 26 e 
27 do mesmo texto, como segue: “Então, rumaram 
para a terra dos gadarenos, fronteira da Galiléia. 
Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encon-
tro um homem possesso de demônios que, havia 
muito, não se vestia, nem habitava em casa algu-
ma, porém vivia nos sepulcros”. E, logo o Senhor se 
encontrou com o alvo de sua missão naquele lugar. 
Jesus deu tanto valor àquela vida, que considerou 
que valeria a pena atravessar a tempestade para 
libertá-la.
Às vezes, devemos renunciar à satisfação e até 
mesmo aos benefícios e confortos pessoais para 
ganharmos uma oportunidade de sermos úteis às 
82
pessoas e investirmos para a salvação de suas al-
mas.
Jesus Cristo é o regente do tempo e da eternidade, 
Senhor sobre toda a criação, Aquele que em tudo 
tem a supremacia, que abriu mão da Sua glória, es-
vaziou-se para descer a este mundo e se entregar 
naquela cruz para resgatar a humanidade perdida 
e decaída. Que maravilha e exemplo de amor! Ele 
se importou com toda a humanidade, sendo para 
nós, os que creem, exemplo de conduta e de como 
também devemos nos importar com aqueles que 
estão presos pelo pecado e cegos de entendimen-
to (2Co 4.3,4).
Quando lemos sobre a pessoa de Jesus, vemos 
que Ele se importou com o outro. Isso demonstra 
que como servos de Cristo devemos nos importar 
também com o próximo. Deus sempre olhou para 
o necessitado com carinho e é com este mesmo 
olhar que devemos ver quem está ao nosso redor. 
Desprezar e escarnecer o necessitado é insultar 
diretamente a Deus (Pv. 17.5), a Palavra nos ensi-
na que devemos ser justos e não negar a justiça a 
quem precisa (Dt 27.19). Como servos do Senhor, 
devemos agir como Ele agiu, valorizando os que se 
83
encontram desvalorizados. Pois, na cruz de Cristo, 
todos nós fomos levantados. Por isso, devemos pres-
tigiar àqueles a quem Deus, na pessoa de Jesus, 
valorizou.
2. Como agentes de Cristo 
devemos fazer o bem como o 
nosso Senhor
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o 
Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda 
parte, fazendo o bem, e curando a todos os oprimi-
dos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10:38). 
A igreja em seu início, fato que podemos conferir no 
livro dos Atos dos Apóstolos, dava testemunho de 
que Jesus andou pela terra dos judeus fazendo o 
bem. Esse “fazer o bem” é depois explicado com 
a cura de doentes e a expulsão de demônios. Isso 
combina com o que os evangelhos narram sobre 
a maneira íntima de como o Mestre se importou 
com os necessitados, com a Sua compaixão para 
com os doentes e para com todos os que, no modo 
de pensar da época, estavam “oprimidos”. Jesus 
se empenhava ativamente por todos os necessita-
dos. Diante dos frutos maus e dolorosos das tre-
vas, Ele colocava somente atos bons. As Escrituras 
84
Sagradas nos ensinam a olhar para Jesus para al-
cançarmos o ideal e os propósitos de Deus. Vamos 
avançar olhando para Cristo, o Mestre bendito, imi-
tando-o e seguindo os seus passos. Aprendemos 
que Jesus, o Filho amado, enviado de Deus, veio a 
este mundo para oportunizá-lo e fazer-lhe o bem. 
Agora, Ele nos envia para fazermos à semelhança 
dos Seus feitos.
A liberdade que Cristo nos dá nos faz olhar com 
compaixão para os que estão aprisionados pelo pe-
cado e por toda força maligna. Assim como fomos 
alcançados e chamados por Cristo, devemos ser 
instrumentos nas mãos do nosso Mestre para que 
o bem chegue a tantos outros que carecem. 
3. Como agentes de Cristo não 
devemos ser insensíveis
No tópico anterior, vimos que Jesus andou fazen-
do todo o bem e que Ele nos envia para fazermos o 
mesmo. E isso implica em não sermos insensíveis 
ao sofrimento do próximo. Em Lc 13:10-17, temos 
o relato de Cristo livrando uma mulher daquilo que 
a aprisionava. Encantam-nos os resultados do Seu 
agir, que não se limitam ao tempo. A passagem em 
destaque indica a sua autoridade, poder e genero-
85
sidade, pois a mulher não podia realizar nenhuma 
ação sobre ela mesma, não tinha como endireitar-
-se. Mas, o Senhor agiu em seu favor. De igual modo, 
a humanidade sem Cristo também não pode endi-
reitar-se. Somente Ele tem toda autoridade e todo 
poder para restaurar vidas, salvar almas e mudar 
a história do ser humano. Jesus quis e realizou um 
milagre na vida dessa mulher, libertando-a do mal 
que a acometia. Assim como Cristo agiu naquela 
vida, Ele também quer agir, neste tempo, na vida 
de muitos outros através da Sua igreja. 
A ação de Jesus tira a insensibilidade. A dureza 
de coração nos faz perder muita coisa. Quando não 
se tem Jesus na vida, perde-se a sensibilidade no 
ser. E como é ruim alguém que não tem mais sen-
sibilidade. As coisas boas, mínimas e necessárias, 
que nos são dadas por misericórdia divina, perdem 
valor e sentido, e deixamos de ser gratos a quem 
em tudo nos sustenta. Jesus ensina a nos impor-
tarmos com o sofrimentodo outro. Não devemos 
ser indiferentes. Porque o toque de Cristo transfor-
ma, e Ele nos transformou para sermos agentes 
de transformação. O toque de Jesus liberta, e Ele 
nos libertou para sermos mensageiros da liberda-
de. Somente Cristo pode e tem o poder para liber-
tar de toda e qualquer prisão. Sejamos verdadeiros 
86
representantes de Cristo.
“Torna para tua casa, e conta quão grandes coi-
sas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a 
cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito” 
(Lc 8:39). O homem que Jesus havia libertado não 
anuncia uma mensagem teórica, mas o que Jesus 
realizara em sua própria vida, fala da sua própria 
experiência. Ele era um retrato vivo do poder do 
evangelho, um verdadeiro testemunho da graça li-
bertadora e salvadora.
Assim deve ser a nossa vida, refletindo as vir-
tudes de Cristo Jesus. Como Ele pregou, devemos 
pregar. O nosso Mestre se importou com os perdi-
dos, também devemos nos importar com eles. Ele 
nos curou, devemos ser, então, instrumentos viabi-
lizadores da graça, que plenamente redime, liberta 
e restaura. 
Para pensar e agir
De que Cristo lhe libertou? Seja grato a Ele. 
Cristo nos libertou para anunciarmos a liberdade. 
Salvou-nos para levarmos a mensagem de salva-
ção. 
Estejamos disponíveis nas mãos do Senhor, como 
agentes de restauração espiritual.
87
A Cura de 
Toda Dor
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Mateus 8.5-13
Marcos 2.1-12
Marcos 4.35-41
Lucas 8.49-56
Lucas 17.11-19
João 2.1-12
João 6.1-15
Por Pr. Vanderlei Batista Marins
Texto Base:
Lição 8
João 3:1-2
Voltar para o sumário
Os milagres são manifestações da parte do 
Senhor que evidenciam o Seu poder, autoridade, 
divindade e missão. Também, serviram para con-
substanciar, dar credibilidade à obra que estava re-
alizando (1Co 1.22). Destaco, aqui, dois conceitos 
sobre milagre: do dicionário Aurélio, afirmando que 
é “Fato sobrenatural oposto às leis da natureza.” e, 
do Michaelis, quando leciona que é “Fato ou acon-
tecimento fora do comum, inexplicável pelas leis da 
natureza”. 
A palavra ‘milagre’ é muito significativa e, facil-
mente, ligada à Pessoa de nosso Salvador e Senhor 
Jesus Cristo, o Messias divino, vista na encarnação 
do verbo (Jo 1.14). Enquanto o inimigo articulava os 
seus ardis e os homens voltavam para si mesmos, 
empreendendo ações egoístas, Jesus operava ma-
ravilhas divinas, sinais extraordinários e miraculo-
sos, mostrando grande diferença em relação aos 
seus adversários. Os feitos de Jesus evidenciavam 
o projeto da eternidade e mostravam o Seu grande 
e sacrificial amor para o resgate da humanidade.
Muitos foram os milagres por Cristo operados, 
conforme registrado nos evangelhos, revelando efi-
cácia, plena suficiência, superioridade e domínio 
89
de Jesus sobre todas as coisas, como por exem-
plo: a morte e o inferno, o diabo e seus agentes, 
as enfermidades e, por remate, a própria nature-
za. Conquanto, a expressão “muitos milagres” es-
teja aqui mencionada, devo ressaltar que o Senhor 
Jesus realizou muito mais do que isso; foi além do 
que fora registrado nos evangelhos, à luz de João 
21.25.
1. O propósito dos milagres de 
Jesus
Jesus desafiou a força da natureza, demonstrou 
que tem domínio diante das enfermidades, sobre 
as potestades das trevas, sobre a morte e o peca-
do e, também, sobre o inferno, tudo isso para tes-
tificar o poder que como, Deus, possuía. O Texto 
Sagrado afirma: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, 
dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na ter-
ra.” (Mt 28.18). Jesus, enquanto Deus demons-
trou Seu poder, para que ‘cressem nele e fossem 
salvos’. O apóstolo João registrou diversos sinais 
que seu Mestre realizou, para com isso provar que 
Jesus é Deus, de acordo com o que está escrito em 
João 20.31: “Mas estes foram escritos para que 
vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus 
90
e, crendo, tenham vida em seu nome”.
Além de mostrar Seu poder, para que cressem 
que, Ele tinha sido enviado por Deus, Jesus veio 
para fazer a vontade do Pai: “Porque eu desci do 
céu, não para fazer a minha vontade, mas a von-
tade daquele que me enviou”. (Jo 6.38). Em mo-
mento algum, Jesus queria chamar a atenção para 
si ou somente atrair uma multidão com seus feitos 
milagrosos com o fim de obter fama e dinheiro; Ele 
curava, saciava a fome das pessoas e ressuscitou 
os mortos, porque “jamais deixou de socorrer os 
necessitados e aflitos, pois, compadecia-se deles. 
O sofrimento e a dor das pessoas que o cercavam 
chamava-lhe a atenção e, por isso, ele sentia mi-
sericórdia e agia para socorrê-los. “E, Jesus, sain-
do, viu uma grande multidão, e possuído de íntima 
compaixão para com ela, curou os seus enfermos” 
(Mt 14.14).
2. A existência de um Deus livre 
e pessoal decide a questão da 
possibilidade dos milagres
Se Deus é o Criador do mundo, ninguém pode 
negar-lhe o direito e o poder de intervir nele. Aquele 
91
que crê em Deus como soberano, de vontade livre 
e pessoal, não pode negar-lhe a possibilidade dos 
milagres. Uma vez admitindo-se que Deus é um ser 
pessoal, onipotente e livre para agir, crer que Ele 
possa intervir no mundo, é uma conclusão já envol-
vida na crença em ser livre; pessoal e onipotente. 
Afirmar, como o fazem os filósofos e teólogos racio-
nalistas, de que Deus tem de se limitar a manifes-
tar-se de acordo com as leis da natureza, contradiz 
essa liberdade – é o oposto do que seria realmen-
te de esperar. É ilógico, anti-teológico e anti-bíblico 
admitir o milagre da criação e negar a possibilidade 
dos milagres subsequentes. O que Deus fez, uma 
vez, pode ser capaz de fazer sempre, se Ele assim 
o quiser, no âmbito da sua Soberania.
3. A vontade soberana de Deus
Se os milagres são possíveis a um Deus imutável, 
inalterável em Seu poder, então eles são prováveis 
de ocorrer ainda em nossos dias, se estiverem de 
acordo com a vontade soberana de deus. A espe-
rança presumida e pré-assumida de que Deus vai 
agir e intervir, reveste-se, de fato, de um caráter ir-
resistível. “Deus amou o mundo de tal maneira que 
92
deu o Seu Filho Unigênito” – eis o maior de todos 
os milagres. Uma vez admitido o milagre do amor, 
como atributo comunicável do Deus pessoal, o mi-
lagre da redenção do pecador se nos imporá como 
consequência lógica desse iniludível fato. 
Admitindo-se a realidade de um Deus soberano, 
eterno e pessoal por um lado, e de um mundo morto 
em seus delitos e pecados, a possibilidade do mi-
lagre da redenção daqueles que creem em Cristo, 
torna-se um profundo a priori teológico e uma ver-
dade absoluta.
O filósofo holandês do século XVII (1632-1677), 
Benedictus Spinoza, negou a possibilidade de mi-
lagres, porque não cria na existência de um Deus 
pessoal. O filósofo inglês, David Hume, negou a pro-
babilidade dos milagres, porque negou a liberdade 
de Deus e o aprisionou no mundo que Ele tinha 
criado, com suas leis invioláveis e inalteráveis. Um 
milagre para os filósofos racionalistas seria um ato 
de violação de Deus de Seu espaço hermético e de 
suas próprias leis naturais.
Se o miraculoso não faz parte nem mesmo dos 
desígnios e propósitos eternos de Deus e de Seus 
atos na história, então não se deve orar junto ao lei-
93
to de um enfermo e moribundo; não se deve clamar 
a Deus por auxílio em face da morte ameaçadora, 
visto que nem que seja de Sua vontade soberana, 
Ele interviria no curso da vida de Seu povo. 
Há sem dúvida, uma uniformidade na natureza; 
há leis que governam a operação das causas secun-
dárias no mundo físico. Todavia, isto não significa 
que Deus não possa deixar de lado as leis da natu-
reza, e não possa produzir um efeito extraordinário, 
que não resulte de causas naturais. Quando Deus 
opera milagres, produz efeitos extraordinários de 
maneira extraordinária. Houve teólogos reformados 
mais antigos (séculos XVI-XVIII), os quais não hesi-
tavam em falar dos milagres como completamente 
improváveis de acontecer, visto que isto seria uma 
ruptura ou violação divina das leis da natureza.O Dr. Charles Hodge, em sua obra Outline of 
Theology (Conteúdo da Teologia), p.275, assim afir-
ma “Quando se há um milagre, as leis da natureza 
não são violadas, mas são superadas num deter-
minado ponto por uma superior manifestação da 
vontade de Deus. As forças da natureza não são 
anuladas ou suspensas, mas são apenas neutrali-
zadas, num ponto particular, por um poder superior 
94
a elas”. 
4. Quanto aos milagres, os cristãos 
podem ser definidos:
a) Os Cessacionistas:
Os quais afirmam categoricamente que, os mila-
gres ocorridos no passado do povo de Deus e mais 
pertinentemente, na Igreja primitiva, não podem 
acontecer na presente Era; 
b) Os Contemporanistas:
Os quais afirmam que, os milagres que aconte-
ceram no passado, fazem parte da fatualidade de 
Deus para a Sua Igreja e ainda podem acontecer, 
se assim Deus o quiser; 
c) Os Normativistas:
Os quais afirmam que, os milagres acontecidos, 
nos tempos bíblicos, têm necessariamente que 
acontecer em nossos dias.
95
Para pensar e agir
Como filhos de Deus e servos do Senhor Jesus, 
podemos afirmar com segurança as seguintes ver-
dades: 
1. Que os milagres não foram realizados por Deus 
de maneira acidental ou extemporânea;
2. Que nunca foram realizados por Cristo como 
exibição de poder, ou destinados a provocar admi-
ração; 
3. Que os milagres realizados pelo Senhor Jesus 
foram feitos atestatórios da Sua Messianidade e 
Deidade (Jo 20.30,31);
4. Que os milagres acontecidos na história, tinham 
como finalidade precípua, a manifestação da glória 
de Deus.
Naturalmente, cremos que o nosso Deus pode 
usar todos os recursos que ELE quiser, para curar 
alguém, ou mesmo resolver quaisquer tipos de pro-
blemas. 
Entretanto, como cristãos bíblicos e neo-testa-
mentários, também cremos que, o SENHOR pode 
agir miraculosamente na vida dos seus servos, 
96
curando-os e trazendo-lhes solução, se esta for a 
Sua vontade santa, soberana para aquela vida. 
Deus se fez homem em Jesus Cristo, proporcionan-
do-nos o maior de todos os milagres: a salvação 
das nossas almas por meio da fé em Cristo Jesus. 
A Existência de um Deus livre e pessoal decide a 
questão da possibilidade dos milagres (Is 43.11; 
Rm 11.33-36). 
Ao esvaziar-se da glória, a prioridade de Jesus 
não foi realizar milagres, mas tornar-se servo, sen-
do obediente, entregando-se por nós (Fl 2.7,8). Sua 
missão, na dinâmica do tempo, foi salvar o peca-
dor, não apenas das enfermidades quanto ao físi-
co, mas a alma da eterna condenação. Logo, não 
há dúvida: o maior milagre operado por Cristo é a 
salvação pelos méritos do Calvário e do túmulo va-
zio.
97
A Natureza 
Lhe Obedece
DOM
SÁB
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QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Lucas 8:23-25
Sl 65:7; Lc 5:1-11
Marcos 4:35-41
Filipenses 4:6,7
Mateus 14:22,33
Lucas 5:17-25
João 21:1-14
Por Pr. Leandro da Costa Carvalho
Texto Base:
Lição 9
Lucas 8:25
Voltar para o sumário
A redenção da humanidade só poderia ser reali-
zada por um mediador que em si mesmo reunisse 
as duas naturezas: a divina e a humana. Isto porque 
o seu trabalho seria o de reconciliar o homem com 
Deus e apaziguar a justiça divina. Somente Jesus 
poderia realizar tal intento, por ser o Verbo encar-
nado, o Deus-Homem. Na Pessoa do Filho, o Pai 
passou a viver a vida humana, estendendo-lhe a 
mão e instrumentalizando o seu retorno aos céus.
Cristo é soberano sobre os espaços, os tempos 
e as eras. Está acima de tudo e todas as coisas 
estão no controle de Suas mãos. Pois todo poder a 
Ele pertence. Ele é Rei soberano, tem o domínio, a 
primazia, a majestade, e age para que tudo concor-
ra de acordo com a Sua boa, agradável e perfeita 
vontade. Então, vale ressaltar que Cristo é supe-
rior a tudo e a todos. Por isso, toda a criação está 
debaixo do Seu governo e escrutínio. Também lhe 
obedece e deve a Ele render glória, tributo e louvor. 
Nesta lição, iremos refletir a respeito dos mila-
gres de Jesus sobre a natureza e sobre as leis na-
turais, evidenciando a autoridade do Mestre sobre 
a criação e indicando os objetivos que Ele queria 
comunicar mediante esses sinais.
99
1. A autoridade de Cristo
“E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma 
tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, 
estando em perigo. E, chegando-se a ele, o desper-
taram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, 
levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; 
e cessaram, e fez-se bonança.” (Lucas 8:23,24). 
Conforme a Bíblia nos ensina, há uma só persona-
lidade em Cristo, mas duas naturezas: a humana e 
a divina, sendo cada uma delas perfeita. Pela des-
crição bíblica acima, visualizamos claramente as 
duas naturezas intimamente entrelaçadas, o que 
a teologia chama de união hipostática. O Mestre 
Jesus que dormiu exausto depois de um dia cheio 
no cumprimento de Sua missão, testifica da Sua 
verdadeira humanidade; mas também Se levanta e 
acalma o vento e o mar, o que prova ser Ele verda-
deiramente Deus.
Cristo tem autoridade porque é superior em 
grandeza, pois encontramos nEle o auge da reve-
lação; porque Deus o constituiu herdeiro de todas 
as coisas, sendo enviado pelo próprio Pai; porque 
é o Criador do universo. Ele é aquele por meio de 
quem Deus fez o universo; é o resplendor da glória 
100
de Deus; expressão exata do Ser Divino, por isso, 
se queremos ver o Pai, devemos olhar para o Filho 
(Jo 14.9,10; Jo 10.30, 1Jo 5.20; Cl 1.15), porque 
pelo poder da Sua palavra sustenta todas as coi-
sas; porque é superior em obras, pois tem poder 
para purificar os nossos pecados; porque está em 
um lugar superior, de elevada posição e destaque, 
à destra do Pai (Hb 1.1-3).
Jesus em tudo tem supremacia. É Soberano em 
glória, poder, obra, majestade e honra. É inigualável 
e maravilhoso. Ele é o cabeça da Igreja (Cl 1.18), 
por isso tem autoridade sobre ela, que é o seu cor-
po. Tudo passa pelo crivo da Sua vontade, ou seja, 
Ele dirige todas as coisas. Não é por força ou de-
sejo humano, seja quem for, inclusive, os que aos 
nossos olhos podem parecer mais importantes e 
proeminentes. O que rege e governa sobre a Igreja 
e todas as coisas é Cristo. E Ele não divide Sua gló-
ria com outro, porque o nosso Mestre é incompará-
vel.
O mesmo Jesus que sentiu cansaço, que acal-
mou o vento e o mar, também tem autoridade para 
perdoar pecados (Lc 5.20-24). E nisto está a ma-
ravilha: que Cristo está no barco da nossa vida, Ele 
101
está em nós, acalmando toda e qualquer tempes-
tade na vida dos que O servem, também, curando, 
perdoando e purificando dos pecados.
2. O poder pertence a Cristo
Esta porção da Palavra nos ensina que tudo está 
sujeito às mãos de Cristo. Tudo pertence a Ele. Se a 
natureza, juntamente com suas leis, obedece ape-
nas a quem tudo criou, Jesus prova ser o Criador, 
Sustentador, o Mantenedor da natureza e de todo 
ser que existe, Regente do tempo e da eternidade. 
O vento ouve a Sua voz. O mar se acalma ao Seu 
falar. Todo o universo se curva diante da Sua auto-
ridade e poder.
Nós também somos criaturas do Senhor. A Ele 
pertencemos e devemos honra e glória. Assim como 
Jesus tem o controle de todas as coisas, nossas vi-
das estão asseguradas em Suas mãos porque tudo 
Lhe pertence. “Porque estou certo de que, nem a 
morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principa-
dos, nem as potestades, nem o presente, nem o 
porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem al-
guma outra criatura nos poderá separar do amor 
de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” 
102
(Rm 8:38,39).
No capítulo oito do evangelho de Lucas é desta-
cado justamente a plena autoridade de Jesus so-
bre todas as coisas. Ele está revelando o seu po-
der sobre as leis da natureza, acalmando o mar (v. 
24); mostrando a sua autoridade sobre os demô-
nios, libertando o gadareno de uma legião (v 33); 
demonstrando a sua autoridade sobre a enfermi-
dade, curando uma mulher hemorrágica, que vivia 
doze anos prisioneira de sua doença (v.43-48); e 
ressuscitando a filha de Jairo para provar que até 
a morte está debaixo dasua absoluta autoridade e 
poder (v. 54,55).
Vejam a beleza e grandeza do nosso Senhor. 
Domínio, poder e autoridade pertencem a Jesus. 
“... Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o 
nome que está acima de todo nome, para que ao 
nome de Jesus se dobre todo joelho ...” (Fp 2.9,10). 
Que maravilha é poder servir ao Rei dos reis, Senhor 
dos senhores, Deus de toda a criação, que com po-
der absoluto nos resgatou e nos conduziu para per-
to de Si.
103
3. A certeza da Paz em Cristo
O Senhor do céu e da terra estava no mesmo 
barco que os discípulos e, por isso, a embarcação 
não poderia afundar. O Rei do universo, de igual 
modo, está conosco, não precisamos ter medo das 
tempestades. Note, no relato do evangelista Lucas, 
a paz de Jesus. Enquanto a tempestade rugia com 
toda fúria, Jesus estava dormindo certo de que o 
Pai cuidaria dEle.
O Príncipe da Paz vai com os Seus. Na jornada 
aqui neste tempo, muitas tempestades nos acome-
terão. Contudo, a diferença está no modo como as 
enfrentaremos. Que seja sempre na dependência 
de Cristo Jesus, o Deus-Homem. Porque a certeza 
da presença dEle conosco e em nós é o que nos dá 
coragem e paz para enfrentarmos as adversidades 
e situações da vida.
Qual tem sido a sua tempestade? Lembre-se de 
que Cristo tem o domínio sobre todas as coisas; 
tem toda autoridade e poder; está no barco que 
chamamos de vida. Não temas e não desanimes, 
mas olhe para Jesus, a âncora da nossa alma (Hb 
6.19).
104
Para pensar e agir
Cristo provou ser homem e por isso Ele pode se 
compadecer das nossas fraquezas. A nossa vida 
está nas mãos de Cristo Jesus, o Deus-Homem. 
Servimos a quem tudo pode. Por isso, podemos ter 
a certeza de que em nossas lutas e adversidades 
o nosso Senhor está conosco e, se Ele está conos-
co, está tudo bem! Aprendemos, à luz da Bíblia, que 
para quem tem esperança, sempre tudo vai muito 
bem. 
Está enfrentando tempestade? Saiba você que 
há um jeito de enfrentá-la e que a melhor e mais 
segura maneira de enfrentar é na dependência do 
Nosso Senhor, que tem um propósito em tudo.
Ele quer nos fazer crescer e fortalecer a nossa 
fé. De modo que a nossa caminhada aqui seja ex-
clusivamente na dependência dEle.
O que te causa temor? As circunstâncias ou o 
Senhor das circunstâncias? Os discípulos tiveram 
medo porque olharam para as circunstâncias. Olhe 
sempre para Jesus, autor e consumador da nossa 
fé (Hb 12.2).
105
O Legado 
de Cristo
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
João 1:1-14
João 3:31-36
João 5:19-29
Filipenses 2:1-11
Cl 1:13-20
Hebreus 1:1-14
Ap 19:11-16
Por Pr. Vanderlei Batista Marins
Texto Base:
Lição 10
João 1:11-14
Voltar para o sumário
Chegamos aqui à maravilhosa e sublime verda-
de, âmago da teologia. JESUS É DEUS. Jesus Cristo, 
embora verdadeiro homem, era também verdadei-
ro Deus. Este é um dos maiores fundamentos da 
fé cristã. Os judeus compartilham a crença da exis-
tência de um Ser Supremo, e o reverenciam como 
o Deus dos patriarcas e profetas do Tanakh (a bí-
blia judaica, que nós cristãos chamamos de Antigo 
Testamento); todavia, apenas o Cristianismo reco-
nhece a Divindade de Jesus. O Novo Testamento 
atribui as perfeições e atributos de Deus à pessoa 
de Jesus. Vejamos alguns aspectos principais de 
identificação de Deus Pai com o Deus Filho.
Quando lemos as Escrituras do Antigo e Novo 
Testamentos e suas profecias, percebemos que 
Jesus é a figura central de toda a revelação bíblica. 
Toda a Bíblia aponta para Jesus. Ele não somente 
é o Salvador prometido (Lc 2:11). Mas, Ele é tam-
bém o Senhor do Universo, o autor da Criação (Jo 
1:1-3), da mesma natureza do Pai (Jo 10:30), o Rei 
dos Reis e Senhor dos senhores (Ap 19:16).
O texto do Antigo Testamento foi traduzido para 
a língua grega por 70 sábios em Alexandria, sul do 
Egito, no ano 270 a.C., cuja tradução foi chamada 
107
de Septuaginta. O nome Sagrado de DEUS – YHWH, 
geralmente interpretado pelos judeus do AT como o 
nome proibido, na língua grega a palavra usada foi 
KYRIOS (Senhor). Os judeus já o faziam no Antigo 
Testamento, utilizando o termo ADONAY em lugar de 
YHWH. O nome KYRIOS foi utilizado cerca de 700 
vezes para o texto do Antigo Testamento na versão 
grega. Este título Sagrado e exaltado foi atribuído a 
Jesus, muitas vezes nos textos apostólicos. Várias 
vezes, os escritores do Novo Testamento aplicaram 
textos que falam de DEUS diretamente a Cristo (Leia: 
Mt 22:43, 44; Sl 110:1; Lc 2:11; At 2:36; Mt 1:23; 
Is 7:14; Jo 20:28, 29). 
1. A primeira confissão de fé do 
Novo Testamento
A declaração pelos cristãos de que JESUS É O 
SENHOR. (Leia: Rm.10:9; Rm. 14:9; 2Co. 4:5; Fp 
2:11; 1Pe 3:15; At 16:31). Ele é exaltado como 
Senhor dos senhores. (Leia: 1Tm 6:15; Ap 17:14; 
Ap 19:16).
Primeiro legado
A glória de Deus. O teólogo Bruce Milne, em sua 
108
obra “Estudando as Doutrinas da Bíblia”, faz o se-
guinte e pertinente comentário:
A glória de Deus é a manifestação visível de Sua 
majestade (Ex 24:15-18; Ex 4:34; Lv 9:6,23; 2Cr. 
7:1-3; Is 6:1-4; Ez 1:28). A glória de Deus servia 
no Judaísmo como um santo e reverente substituto 
para o próprio nome Sagrado. A glória de Deus é 
intransferível (Is 42:8; 48:11). No entanto, o Novo 
Testamento fala da glória de Cristo em vários luga-
res (Jo 8:54; Jo 17:5; Jo 17:24; Hb 1:3). 
Segundo legado
A adoração a Deus e a Cristo. Oferecer adora-
ção a qualquer outro ser, além do Senhor Deus, 
era totalmente inconcebível e tido como um pecado 
capital, ou seja, uma grande culpa e ofensa à san-
tidade de Deus. Essa ofensa constituiu-se o mais 
terrível e abjeto de todos os pecados (Ex 2 :3-6; Dt 
6:4,13-15). Todavia, todos os discípulos, os quais 
eram judeus, adoravam e cultuavam a Jesus. Cristo 
foi adorado e recebeu a adoração (Mt 2:2; Jo 9:38; 
Mt 28:16,17). 
Doxologias são atribuídas a Cristo (Rm 11:33-
36; 2Tm 4:18; 2Pe 3:18; Ap 1:5); duas doxolo-
109
gias são atribuídas tanto ao Pai como ao Filho (Ap 
5:13; 7:10). Orações foram dirigidas a Cristo (At 
7:59; 9:13; 1Co 16:22; Ap 22:20). Passagens de 
adoração do Antigo Testamento são transferidas 
de Adonai para Cristo (Is 8:13; Rm 9:33; 1Pe 2:7; 
1Pe. 3:15). Na Septuaginta, a tradução comum da 
palavra hebraica SHALAH (adoração, inclinação), 
foi utilizada a palavra grega PROKYNEIA. Nos en-
sinamentos de Jesus, ela descreve a atitude que 
devemos adotar somente para Deus (Mt 4:10). Os 
evangelistas do Novo Testamento, no entanto, usa-
ram esta palavra para descrever a atitude do povo 
em relação a Jesus (Mt 2:2; 8, 11; 14:33; Mc 5:6; 
Jo 9:38). Portanto, a reação dos discípulos para 
com o Cristo ressurreto é pertinente “O adoraram” 
(Mt 28:17; Lc 24:52), uma reação que tem resso-
nância no livro de Apocalipse (Ap 5:12), uma de-
monstração clara da Divindade. 
O teólogo Leon Morris, em sua magna obra “O 
Evangelho de acordo com João”, comenta sobre a 
Divindade de Jesus:
Há um contraste explícito entre um modelo de 
existência, que tem um início definido e um que “é 
Eterno”. Jesus aludiu a Ele mesmo, com a termi-
110
nologia Divina “Eu sou” (Jo 6:48; 8:59; 10:9,10; 
11:25, 26; 15:1; 14:6) em várias ocasiões nos 
evangelhos, cuja expressão foi a maneira pela qual 
Deus se identificou a Moisés e aos antigos hebreus 
como o único e verdadeiro Deus (Ex 3:14, 15). A 
Bíblia também atribui ao Senhor Jesus o poder de 
ter criado todas as coisas (Jo 1:1-3; Hb 1:3).
Terceiro legado
Jesus é o filho do Deus vivo e possui a mes-
ma natureza do Pai. O texto de Oséias 11:1 foi 
interpretado pelos escritores do Novo Testamento, 
como referindo-se a pessoa de Jesus, o “Filho de 
Deus”. A passagem de Mateus 2:15 aplica esse 
texto de Oséias diretamente a Jesus Cristo. O tex-
to de Salmos 2:7 é também um relevante contexto 
Cristológico no Antigo Testamento, conforme vemos 
em At 13:33 e em Hb 1:5.
A declaração de fé do apóstolo Pedro tem uma 
significação especial para a cristologia dos evan-
gelhos, quando ele declara “Tu és o Cristo, o Filho 
do Deus vivo” (Mt 16:16). Após Jesus acalmara 
tempestade, os seus discípulos declararam “ver-
dadeiramente tu és o Filho de Deus” (Mc 14:33). O 
111
apóstolo Paulo afirma que na ocasião de sua ressu-
reição, Jesus foi designado o “Filho de Deus” (Rm 
1;4). Em outras palavras, a prova inconteste de que 
Jesus é o “Filho de Deus” é que a morte não conse-
guiu retê-lo no sepulcro. Veja outros textos do Novo 
Testamento que declaram a filiação Eterna de Jesus 
(Leia: Jo 5:18; 20:31; Gl 2:20: At 9:20; Rm 1:3,4; 
Ef 4:13; Cl.1:15-20; 1Jo 5:20).
Quarto legado
Jesus é a segunda pessoa da trindade e o Deus 
encarnado. Foi a segunda pessoa da Trindade que 
assumiu a natureza humana, o Deus Unigênito se 
fez carne (Jo 1:14). Ao mesmo tempo, devemos lem-
brar que cada uma das pessoas divinas agiu na en-
carnação (Leia: Mt 1:20; Lc 1.35; Jo 1:14; At 2:30; 
Rm 8:3; Gl 4:4; Fp 2:7). Quer dizer também que a 
encarnação foi uma ativa realização da parte dEle. 
Ao se falar de encarnação em distinção do nasci-
mento do Logos, dá-se ênfase à Sua participação 
ativa neste fato histórico, e se pressupõe a Sua pre-
existência. Não é possível falar da encarnação de 
alguém que não teve existência prévia.
Essa preexistência é claramente ensinada na 
112
Escritura (Jo 1.1; 2Co 8.9; Gl 4:4); O preexisten-
te Filho de Deus assume a natureza humana e se 
reveste de carne e sangue humanos, um milagre 
que ultrapassa o nosso limitado entendimento. Isto 
mostra claramente que o infinito pode entrar em 
relações finitas, e de fato entra, e que, de algum 
modo, o sobrenatural pode entrar na vida histórica 
do mundo.
Para pensar e agir
O primeiro legado demonstrou, à luz das Escrituras, 
que toda a glória deve ser tributada pela igreja tanto 
ao Pai quanto ao Filho. No segundo legado, apren-
demos que a Igreja deve adorar a Deus e a Cristo 
ao mesmo tempo. Os próprios anjos de Deus ado-
ram tanto ao Pai quanto ao Filho (Hb 1:5,6). No 
terceiro legado, nós nos apropriamos da verdade 
iniludível de que Cristo é o Filho de Deus e possui a 
mesma natureza do Pai (Jo 10:30; Cl 1:18,19; Hb 
1:1-4). No quarto legado, nós absorvemos a verda-
de de que Cristo é a Segunda Pessoa da Trindade 
e é também o Deus Encarnado (Jo 1:1-3). E ago-
ra, sabedores e conhecedores destas realidades 
Supremas e magníficas das Escrituras, devemos vi-
ver para adorar, servir e glorificar a Deus e a Cristo 
em nossas vidas.
113
Novas de 
Grande Alegria
DOM
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QUA
TER
SEG
Leitura Diária
Lucas 2.10,11
Lucas 1.26-35
Mateus 1:20-25
Lucas 2:4-7
Lucas 2:10-12
Gálatas 4:4-5
Filipenses 2:5-8
Por Pr. Lucas do Amaral Silva
Texto Base:
Lição 11
Lucas 2:10 e 11
Voltar para o sumário
Você com certeza já deve ter tido a experiência 
de receber uma boa notícia da qual aguardava an-
siosamente para ter resposta, seja uma vaga de 
emprego, um concurso público, uma confirmação 
de gravidez ou qualquer outra boa notícia que al-
guém pode receber. Imagine agora ter novidades 
de algo que você, seu pai, seu avô, enfim, gerações 
inteiras aguardavam, ou seja, a resposta do cumpri-
mento de uma promessa feita há séculos, mas que 
agora se cumpriu. Há pouco mais de dois mil anos, 
um grupo de pastores de Belém experimentou essa 
sensação. Certamente, foi uma alegria sem medi-
da. Nesta lição, estudaremos sobre o acontecimen-
to singular do nascimento de Jesus e seu significa-
do para a humanidade. Assim, refletiremos sobre a 
importância da vinda do Filho de Deus e Salvador 
do mundo e a aplicação desse acontecimento em 
nossas vidas.
1. A Promessa
Todas as coisas foram criadas por Deus, para Ele, 
para a glória dEle (Rm 11.36).
Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo 
descansou, fez toda a criação perfeita e boa (Gn 
115
1). Porém, ordenou ao homem que não comesse 
do fruto da árvore do conhecimento do bem e do 
mal. No entanto, a serpente enganou Eva e ela co-
meu e deu do fruto ao seu marido que também o 
comeu. Dessa forma, o primeiro casal desobede-
ceu a Deus, fazendo com que o pecado entrasse 
no mundo e corrompesse toda a natureza criada 
(Gn 3). 
Naquele momento, o pecado que entrara em 
seus corações imediatamente os separou daquela 
comunhão íntima e singular que até então desfru-
tavam com Deus. Por isso, a Sua objetiva pergunta 
“onde estás?” (Gn 3.9). A partir desse momento, 
toda humanidade passa a ser escrava do pecado 
e merecedora do castigo eterno (Rm 3.23).
Deus poderia encerrar ali e deixar toda a huma-
nidade ir para o inferno, se assim o fizesse, estaria 
sendo justo. Mas, não o fez, pois, além de justo, é 
misericordioso (Lm 3.22-23).
Depois da queda do homem, Deus anuncia a pro-
messa da vinda do Messias, daquele que esmaga-
ria a cabeça da serpente e compraria os escravos 
do pecado a preço de Seu próprio sangue, reconci-
liando-os com o Criador. (Gn 3.15). Essa promessa 
116
toma forma no período patriarcal com o chamado 
de Abrão (Gn 12: 1-3). Conforme o desenrolar da 
história do povo de Deus, muitas foram as vozes 
que proclamaram a vinda do Messias, como a pa-
lavra de Moisés em Dt 18:15: “O Senhor, teu Deus, 
te despertará um profeta do meio de ti, de teus ir-
mãos, como eu; a ele ouvireis”, cuja referência tam-
bém encontramos em At 3:22-26.
2. A preparação
Deus, então, põe em prática o grandioso plano 
de redenção da humanidade. O que lemos nas pá-
ginas do Antigo Testamento é exatamente o Criador 
dando curso a história a fim de preparar o mundo 
para a vinda do Messias. 
Desde a chamada de Abrão, passando pela cria-
ção do povo escolhido, a promulgação da lei e o 
estabelecimento da religião de Israel, cada batalha 
vencida ou perdida, cada rei coroado ou destrona-
do, cada império erguido ou destruído, tudo foi para 
que a história chegasse no ponto apropriado para o 
nascimento e ministério de Jesus Cristo. O apósto-
lo Paulo chamou este momento de “plenitude dos 
tempos” (Gl 4: 4). Para tanto, Deus também o fez 
117
levantando profetas que nas mais variadas épocas 
e circunstâncias anunciaram a vinda do Ungido do 
Senhor (Lc 24: 44).
Podemos destacar dois aspectos históricos que 
contribuíram significativamente para a propagação 
das boas novas: o primeiro deles, foi a helenização 
da maior parte do mundo conhecido da época, ten-
do como característica marcante o uso predominan-
te do idioma grego nas relações entre os povos. Em 
segundo lugar, no período de dominação do Império 
Romano foram criadas muitas estradas ligando as 
cidades e vilarejos, facilitando as viagens e propor-
cionando o desenvolvimento das rotas de comércio 
da época. Esses fatos viabilizaram que Jesus e os 
apóstolos se deslocassem de uma cidade para ou-
tra com maior facilidade e frequência, bem como, o 
investimento em viagens missionárias para promo-
ção do reino (At 13: 1-4), e visitas às igrejas para 
confirmação da fé dos santos (At 14: 22; 15: 36).
3. O cumprimento da promessa
Tudo que diz respeito a vida de nosso Senhor 
Jesus Cristo foi extraordinário, no que concerne ao 
seu nascimento, não poderia ser diferente. Maria 
recebeu a visita de um anjo que anunciou que daria 
118
à luz ao Filho de Deus, ao Ungido do Senhor, numa 
ação do Espírito Santo enquanto ainda era virgem 
(Lc 1.34,35). Não obstante, o espantoso anúncio 
feito à jovem naquela ocasião, o profeta Isaías, mais 
de 700 anos antes, já havia predito a forma mila-
grosa por meio da qual o Cristo seria concebido (Is 
7: 14).
O nascimento virginal de Jesus aponta para Sua 
divindade e impecabilidade, pois, sendo Maria pe-
cadora, deu à luz àquele que não tinha pecado al-
gum. Sendo assim, por meio da ação do Espírito 
Santo, a humanidade de Jesus não foi afetada pela 
natureza de sua mãe, o que lhe qualifica como o 
perfeito sacrifício para a remissão de pecados e 
Salvador de todos aqueles que, por meio dele, che-
gam a Deus (Hb 4: 15; 7: 25-28).
Jesus foi crescendo em estatura e sabedoria 
(Lc 2.52), realizou milagres, mostrando que era o 
Messias de Deus, pregou a Palavra de vida eterna, 
trouxe consolo, paz, luz e esperança a um mundo 
que outrora estava obscurecido.O nascimento de Jesus representou o encontro 
do divino com o humano, ou seja, pela manjedoura 
Jesus trouxe Deus para o convívio dos homens e, 
pelo sacrifício da cruz, Jesus leva o homem para o 
convívio com Deus.
119
Para pensar e agir
Cristo nasceu, cresceu e viveu sem pecado al-
gum (2Co 5.21). Somos hoje chamados para ser-
mos semelhantes a Ele, vivendo como Ele viveu, 
fugindo do pecado e fazendo a vontade do Pai (Ef 
5.1-2). Isto conseguimos quando somos nascidos 
de novo, quando o Espírito de Deus opera em nós 
e abandonamos a influência da natureza pecami-
nosa, a herança do primeiro Adão e então, debaixo 
do senhorio do segundo Adão (Jesus Cristo), evi-
denciamos os efeitos do novo nascimento e somos 
levados a viver como Ele (1Co 15: 45-49).
O nascimento de Cristo nos deu a esperança da 
libertação do pecado, não apenas para a vida futu-
ra, mas, sobretudo, a certeza de que podemos ven-
cê-lo no presente e que não estamos mais sob seu 
pesado jugo, mas debaixo da Maravilhosa Graça 
de Jesus! (Jo 1: 14; 16,17).
Você se enche de esperança ou temor ao saber 
que Cristo se fez homem, nasceu, morreu, ressus-
citou e voltará?
Seu coração tem se esvaziado do velho homem, 
para viver como Cristo viveu, ou tem vivido pelos 
seus próprios propósitos?
120
A Maior Prova 
de Amor
DOM
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QUA
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Leitura Diária
João 3.16-18
Lucas 22.66-71
Lucas 23.1-12
Jo 18.39b; 19.1-16
Marcos 15.21-32
Marcos 15.33-43
Mateus 27.45-54
Por Pr. Vanderlei Batista Marins
Texto Base:
Lição 12
Mateus 27:23-31
Voltar para o sumário
Não há prova de amor mais expressiva do que 
dar o seu próprio Filho para a redenção da humani-
dade. Deus, em Cristo, pagou o preço da nossa sal-
vação, através do sangue do Cordeiro eterno, que 
nos purifica de todos os pecados (1Jo 1.7). Pois, 
sem ele não tem como haver remissão (Hb. 9.22). 
Por isso, salvou-nos, assegurando-nos vitória de di-
mensão eterna.
O sacrifício do Calvário, além de mostrar amor 
incondicional, revela que Deus não desistiu do ser 
humano, coroa da Sua criação. Que o eterno plano 
de redenção se evidenciou no tempo, trazendo sal-
vação a todo aquele que crê (Tt. 2.11-13). Jesus é 
a nossa redenção, segurança, proteção e amparo. 
Para tanto, pagou um preço alto e doloroso para 
que pudéssemos ter vida abundante! (Jo 10.7-10). 
Olhando para o relato bíblico, percebemos a indi-
ferença daqueles para os quais Jesus veio, não o 
recebendo (Jo 1.11). A crueldade de líderes religio-
sos, a exemplo de Mt 23; o caminho do calvário, 
com a coroa de espinhos, simbolizando a zomba-
ria; a cruz pesada, demonstrando o meio mais vil 
e cruel de castigo ou punição; o manto de púrpura, 
apontando para a ironia; as bofetadas, revelando 
agressividade dos injustos para com o justo. Foi as-
122
sim a trajetória do Senhor aqui nesta terra. Em tudo 
não pecou, nEle não foi achado falha alguma (1Pe 
2.22-24). Porém, disseram que Ele deveria morrer 
porque se fez Filho de Deus (Jo.19.7).
Jesus passou pelo corrompido julgamento dos 
judeus, sendo por ele condenado. Na presença do 
governador, as acusações são apresentadas, a in-
quirição é feita, mas Ele manteve-se em silêncio, 
impressionando Pilatos com sua postura de resig-
nação, equilíbrio e elevado controle diante de uma 
situação tão adversa. De acordo com os Evangelhos, 
na ocasião da Páscoa, o governador adotava o cos-
tume de soltar um preso, mediante o arbítrio do 
povo. Naquela ocasião, sendo manipulados pelos 
poderosos da época, o povo escolheu entre Jesus e 
Barrabás, optando pelo malfeitor. Quanto a Jesus, 
foi açoitado (Mt 27.24-26) e entregue para ser cru-
cificado. Esse ato de crueldade revelou a nature-
za pecaminosa e perversa das pessoas, multidões 
e líderes que patrocinaram e tornaram-se atores 
mais influentes daquele cenário. Aquele quadro 
também evidenciou amor, generosidade e graça do 
Pai Celestial, que com o nascimento de Cristo, em 
Belém, trouxe Deus para o convívio com os homens 
e, com a sua morte, na cruz, levou os homens para 
123
o convívio pleno com Deus. A maior prova de amor! 
1. Mostrou-se triunfante diante de 
atitudes equivocadas
Diante da escolha do povo por Barrabás, por influ-
ência do sinédrio, a Palavra de Deus em Mt 27.18 
diz “porque sabia que era por inveja que eles tinham 
entregado Jesus”. A inveja é arma cruel, pois vê o 
outro como concorrente, obstáculo e adversário. 
Então, a atitude que surge é livrar-se do incômodo, 
eliminando do convívio o que faz sombra ou causa 
barreira aos interesses defendidos e proclamados. 
Jesus realmente tornou-se um obstáculo aos líde-
res religiosos desconectados do projeto divino, es-
pecialmente para o sumo sacerdote e expressiva 
parte do sinédrio. 
Acusaram Jesus falsamente, pois não eram reais 
as alegações de que Ele “pervertia a nação, era con-
tra pagar tributo a César e se proclamava Cristo, o 
Rei” (Lc 23.2). Ao ser questionado por Pilatos, mos-
trou-se notável e elegante, sem semelhança algu-
ma com os seus algozes, pois respondeu “Tu o di-
zes! ou seja, o senhor está dizendo isso” (Lc 23.3), 
o que levou Pilatos, autoridade romana, a declarar 
“Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4).
124
Jesus nada falou sobre a escolha da multidão, 
apenas por ocasião do desfecho na cruz, rogou ao 
Pai que perdoasse todo aquele povo por não saber 
o que estava fazendo (Lc 23.34) e que não lhe im-
putasse tal pecado. Que atitude bendita a de Jesus, 
demonstrando incondicional amor, oferecendo-se 
pelos pecadores, o justo pelos injustos, o santo pe-
los ímpios e o perfeito pelos imperfeitos.
Diante de todos os erros, equívocos e perversi-
dades, Jesus mostrou-se impecável e triunfante, 
deixando evidente a sua irretocável diferença. Foi 
como a ovelha muda caminhando para o matadou-
ro, sem falar, questionar ou reclamar (Is 53.7). É a 
singularidade do Mestre da Galileia, sendo superior 
a tudo e a todos, mostrando que cumpria a sua mis-
são com altruísmo e verdadeiro amor. Independente 
das atitudes e escolhas humanas, Jesus triunfou e 
com Ele triunfarão os que creem e se rendem ao 
seu sacrifício. Sua morte no calvário expressa ple-
nitude de vida, vitória sobre o pecado e a morte, o 
inferno e tudo que se opõe a Deus. Nele encontra-
mos o perdão que restaura o ser e a realidade da 
vida, operando salvação (Jo 3.17). Encontramos a 
graça que nos faz participantes da natureza divina 
(2Pe 1.3,4), herdada pelo novo nascimento, quan-
125
do somos gerados de novo (1Pe 1.23). O sacrifício 
de Cristo é a nossa salvação. Por Ele, o Mestre pa-
gou a nossa dívida (Cl 2.14), venceu a morte (At 
2.24) e nos garantiu vitória (Rm 8.37; 1Co 15.57).
2. Evidenciou nobreza diante do 
crivo da humilhação
Os opositores e acusadores de Jesus fizeram de 
tudo por sua condenação. Para que tal intento fos-
se alcançado, usaram de artifícios, armadilhas e 
ciladas. Não foram elogiosas e dignas de apreço as 
atitudes dos principais sacerdotes e de todo siné-
drio, que buscaram construir narrativas e forjar tes-
temunhas que falsamente acusassem Jesus (Mc 
14.55-59). Anás e Caifás agiram de forma desto-
ante, não coerente com a lei que deveriam seguir e 
defender no sinédrio (Mt 27.20). Quando Jesus não 
refutou, contestando ser o Filho de Deus, eles o le-
varam a Pôncio Pilatos, pedindo que lhe decretas-
se pena de morte, alegando ser Ele Rei dos Judeus 
(Mc 14.61). Os tribunais Judeu (sinédrio) e Romano 
(Pilatos) não poderiam ter sentenciado Jesus com 
a pena de morte pelas acusações apresentadas, 
os crimes que lhe foram imputados, descritos em 
Lc 23.2. Mas, Pilatos seguiu o julgamento mesmo 
126
assim, sem ter achado nEle crime algum que justi-
ficasse a sua condenação (Lc 23.4,14,15). Então, 
disse-lhes que o prisioneiro seria açoitado e solto 
(Lc 23.16). Fato contestado pela multidão, que gri-
tava “Se você soltar esse homem, não é amigo de 
César! Todo aquele que se faz rei é contra César” (Jo 
19.12,13). Diante disso, “... Pilatos entregou Jesus 
para ser crucificado, e eles o levaram” (Jo19.16). 
Mas, mesmo diante de todos os ardis, artifícios e 
ciladas, o Mestre portou-se com dignidade e equilí-
brio, evidenciando nobreza diante dos malfeitores, 
não reclamando dos seus, nem dos que lhe faziam 
males.
Pilatos, ao ceder aos caprichos da multidão in-
fluenciada pelos principais sacerdotes e os anciãos 
(Mt 27.20), entregou o prisioneiro para ser açoita-
do (Mt 27.24-26), pois sabia que Jesus nada fez 
para ser digno de tal punição. Mas, vendo que a 
multidão estava desgovernada e descontrolada, 
temendo uma confusão generalizada, algo que se 
Roma soubesse não o perdoaria, preferiu sacrificar 
o acusado, cometendo um erro na justiça do jul-
gamento, a colocar em risco o seu futuro político. 
Então, pega um vaso com água, lava as mãos (Mt 
27.24) e entrega Jesus para ser crucificado. Diante 
127
de tudo, Ele permaneceu com a Sua postura impe-
cável, mostrando nobreza diante do crivo da humi-
lhação!
Ao ser açoitado com aquele chicote pequeno, mas 
de tiras longas com pontas finas de metal ou osso, 
para ferir e rasgar a pele das costas ou de outra 
parte do corpo por elas alcançada, Jesus sofreu 
sem murmurar, reclamar ou lançar culpas.
O Mestre da Galileia viu e ouviu a decisão do povo 
e os gritos de recepção a Barrabás. Interessante, 
desde aquele momento, o justo começou a pade-
cer pelo injusto. Fato que merece destaque: o jul-
gamento de Jesus serviu para libertar das prisões 
físicas um malfeitor. E, o Seu sacrifício na cruz, foi 
suficiente para libertar das prisões espirituais os 
cativos de Satanás.
Os soldados do governador conduziram Jesus 
para o Pretório, com toda a corte reunida (Mt 27.27) 
e colocaram sobre Ele uma capa de escarlate, ver-
melha, semelhante às que eram usadas pelos solda-
dos. Esse tipo de capa que colocaram sobre Jesus 
foi para deboche, zombaria e humilhação. Mas, 
mesmo sem intenção, estavam apontando para a 
realidade do sangue de Cristo que purifica de todo 
128
o pecado (1Jo 1.7), proporcionando salvação para 
servirmos ao Deus vivo (Hb 9.14). A coroa de espi-
nhos e a cana, como cetro, era para, mesmo que 
ironicamente, ele fosse apresentado como Rei (Mt 
27.29). Conquanto a motivação fosse de verdadei-
ra exposição e escárnio da pessoa do Filho de Deus 
— o Messias divino, o resultado foi aclamá-Lo Rei, 
indicando o mais efetivo e expressivo significado da 
morte de Cristo: remissão dos pecados, salvação 
pelo derramamento de sangue e que Jesus, o Rei 
Eterno, sofreu, venceu e reina majestoso, no tempo 
e na eternidade.
3. Teve seu ápice com Cristo 
pregado na cruz
O sinédrio judaico conseguiu autorização roma-
na para crucificar Jesus (Mc 15.13-15). Mas, não 
tiveram êxito, pois Jesus ressuscitou e, os seus dis-
cípulos, após o revestimento do Espírito Santo (At 
2.1-13) tornaram-se ousados e com intrepidez fala-
vam do que tinham visto e ouvido (At 4.20), enten-
dendo que mais importa obedecer a Deus do que 
aos homens (At 5.29b) e avançaram testemunhan-
do, por toda parte, sobre a morte e a ressurreição 
do Senhor e de como aparecera aos seus (Jo 21.1-
129
14).
A crucificação era um método de execução usado 
pelos romanos e também por nações antigas como 
a Assíria, Média e Pérsia, que utilizavam tal punição 
para castigar escravos e criminosos. Era, portanto, 
a forma mais vil, rude e vergonhosa de morte. Mas, 
foi exatamente neste cenário que o amor de Deus 
se expressou com toda a sua exuberância, virtude 
e graça (2Tm 1.9). A cruz é o ápice mais expressivo 
e contundente do amor divino revelado aos seres 
humanos, sendo a sua mais feliz, produtiva e ma-
ravilhosa expressão e prova de amor. Em Jo 15.13 
encontramos “Ninguém tem amor maior do este: 
de alguém dar a sua própria vida pelos seus ami-
gos”. Deus nos amou de tal maneira que não pou-
pou Seu próprio Filho (Rm 8.32), deu-se pela nossa 
redenção (Ef 1.7,8), para que por Ele tivéssemos 
vida em abundância (Jo 10.10b).
No caminho do Calvário o Mestre foi padecendo 
angústia, dor e, naquela região de morte, chama-
do “lugar da caveira” (Mt 27.33), fora afixada na 
cruz a seguinte inscrição “Este é Jesus, o Rei dos 
Judeus” (Mt 27.37); quando os soldados Lhe ofe-
receram bebida forte, para que ficasse como que 
anestesiado, Ele recusou de pronto (Mc 15.23). A 
130
Palavra diz que Ele “...morreu na hora nona” (Mc 
15.25,34,37), sem que Suas pernas ou ossos fos-
sem quebrados, cumprindo-se o que estava nas 
Escrituras (Sl 22; Mc 15.24, 27,28). Ali, o Senhor 
Jesus deu a Sua vida por nós, reconciliando-nos 
com o Pai e deixando aberto o caminho de aces-
so direto aos céus, com o véu que fora rasgado de 
alto a baixo (Mc 15.38), inaugurando o sacerdócio 
universal dos crentes.
A crucificação de Cristo no Calvário é o retrato da 
graça, a maior prova de amor e presente imerecido. 
O apóstolo Paulo chama a crucificação de manifes-
tação do poder de Deus (1Co 1.23,24), maravilha 
demonstrada aos homens para mudar o curso da 
vida e proporcionar uma nova realidade espiritual, 
como expressão do amor de Jesus (Ef 2,8).
Após vencer a morte, Jesus deixou claro que cruz 
significa sofrer pelos pecados (Fp 2.8; Hb 12.2), 
reconciliar-se com o Pai (2Co 5.19; Cl 1.20), para 
termos paz (Ef 2.16). A Cruz, portanto, simboliza a 
glória do evangelho (1Co 1.17); é dívida paga (Cl 
2.14), é libertação garantida (Rm 6.6-11). A Cruz 
também é símbolo do amor, do poder de Deus e 
da vitória do salvo. Cristo pregado no madeiro é o 
símbolo da nossa salvação, é vitória sobre o peca-
131
do, é a maior prova de amor que alguém pudesse 
conhecer.
Para Pensar e Agir
1. O sacrifício de Jesus, a sua morte, retrato da 
graça, foi um presente divino. “Nisto conhecereis 
o amor: Que Cristo deu a sua vida por nós...” (1Jo 
3.16 a). Esta é uma magnífica, notável e imensa 
prova de amor!
2. O sofrimento de Jesus, conquanto doloroso, foi 
o espelho do amor incondicional do Pai, transmiti-
do pelo Filho obediente ao propósito da eternidade 
e deixado no tempo, à disposição de todo aquele 
que crer.
3. Enquanto Satanás influenciava os homens 
para, aparentemente, fazerem o pior; Jesus fazia o 
melhor: operava a nossa redenção.
4. A maior prova de amor foi o Justo sofrer pelos 
injustos, o Santo pelos pecadores, para que a vida 
fosse abundante. Essa prova de amor triunfou so-
bre as mazelas e equívocos das pessoas; eviden-
ciou nobreza ao passar pelo crivo da humilhação e 
teve o seu ápice em Cristo na cruz. Qual tem sido a 
nossa atitude diante de tudo isso?
132
A Grande 
Vitória
DOM
SÁB
SEX
QUI
QUA
TER
SEG
Leitura Diária
João 20. 1-10
João 20.11-18
João 20.24-29
Lucas 24.13-35
Lucas 24.36-49
Mateus 28.16-20
Atos 1.6-11
Por Pr. Vanderlei Batista Marins
Texto Base:
Lição 13
Marcos 16:1-11
Voltar para o sumário
A ressurreição de Cristo é uma das realidades 
mais gloriosas e significativas à fé cristã. Descreve 
triunfo, vitória, supremacia e notoriedade de Cristo 
sobre a morte, fazendo-se para nós, primícias dos 
que dormem (2Co 15.20-23).
Nos evangelhos, encontramos brilhantes e pre-
ciosos testemunhos assegurando a existência da 
ressurreição, conforme Mt 28.1-10; Mc 16.1-13; 
Lc 24.1-12, Jo 20.1-10. Somando-se a essas des-
crições bíblicas, encontramos outros preceitos do 
Novo Testamento quanto ao assunto, começando 
pelos apóstolos, testemunhas oculares da ressur-
reição do Senhor, que contundentemente sobre ela 
dissertavam e confrontavam as pessoas, indican-
do que Jesus venceu, está vivo à destra do Pai (1Pe 
3.22), pois é o regente absoluto da eternidade e 
do tempo, além de ser plenamente merecedor, dig-
no de receber reverência, adoração, honra, glória e 
louvor (Ap 4.11).
A ressurreição foi real, corpórea e o seu resulta-
do constatado e testemunhado por muita gente. As 
mulheres, por exemplo, foram as primeiras a con-
templá-Lo ressurreto, recebendo dEle uma incum-
bência (Mt 28.7). Então, saíram “apressadamente” 
134
para honrar o mandado, quando o Mestre veio ao 
encontro delas e as saudou. Imediatamente, “elas, 
aproximando-se, abraçaramos pés dele e o ado-
raram” (Mt 28.9). Outro momento significativo foi 
quando Jesus chamou Tomé e lhe disse “Ponha aqui 
o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda tam-
bém a sua mão e ponha no meu lado ...” (Jo 20.27). 
E, por remate, quão maravilhosa foi a experiência 
de Pedro quando pregava na casa de Cornélio, fa-
lando sobre a pessoa de Jesus (At 10.40,41).
A ressurreição, além de ser expressiva manifesta-
ção de vitória, é cumprimento da Palavra (Lc 24.25-
27,46). Ela aconteceu depois do sábado, na manhã 
de domingo, o dia do Senhor.
O evangelho de Mateus narra Jesus fazendo uma 
saudação às mulheres “Alegrem-se, fiquem conten-
tes!”. Ressurreição é júbilo, um brado de alegria e 
contentamento. É a expressão visível da vitória e 
triunfo de Jesus Cristo, o nosso Salvador e Senhor.
Algo notável a ser considerado é que foi conce-
dido aos anjos o privilégio de testemunhar a res-
surreição; já aos humanos, a notícia sobre ela. A 
ressurreição é, portanto, uma incomparável e gran-
diosa vitória!
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1. Identificada pelo sepulcro vazio
Aqui está a grande e marcante diferença entre 
o cristianismo e os demais segmentos religiosos. 
Nestes, os corpos dos seus fundadores ficaram 
restritos, limitados aos túmulos. O corpo de Jesus 
jamais, pois se fosse encontrado há muito teriam 
destruído a fé cristã.
O sepulcro vazio é prova lúcida e irrefutável de que 
o evangelho é absolutamente verdadeiro, Palavra 
do Senhor, que Cristo ressuscitou dos mortos, está 
vivo e, categoricamente, à luz de Rm 1.4, foi “decla-
rado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de 
santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus 
Cristo, nosso Senhor”.
O sepulcro vazio testifica o triunfo de Jesus sobre a 
morte (Jo 20.11-18), evidencia o cumprimento das 
Escrituras (1Co 15.3,4), declara ser substancial a 
nossa fé (1Co 15.14) e que a morte foi tragada na 
vitória, realidade alcançada exclusivamente pelos 
méritos de Cristo Jesus, o Senhor (1Co 15.54,55).
Algumas são as evidências da ressurreição: A pre-
ocupação das autoridades religiosas que articula-
ram o julgamento e condenação de Jesus sob os 
136
olhos dos romanos, quando colocaram guardas para 
vigiarem onde o mestre fora sepultado (Mt 27.62-
66); o testemunho das mulheres, levando a notí-
cia, algo não comum entre os judeus (Lc 24.1-10); 
os evangelhos informam que a pedra fora removida 
(Mt 28.2; Mc 16.3; Lc 24.2). Conquanto, Mc 16.5 
indique a presença naquele local de “um jovem... 
vestido de roupa comprida e branca”, Lc 24.4 men-
ciona a presença de “dois varões com vestes res-
plandecentes” e em Jo 20.1, encontramos apenas 
que “... sendo ainda escuro, viu a pedra tirada do 
sepulcro”, e que dois discípulos acharam os lençóis 
e, à parte, o lenço que estava sobre Sua cabeça (Jo 
20.6,7). Tudo isso indica que o corpo de Jesus fora 
colocado naquele local, havia estado ali. Todavia, 
não mais estava, ressuscitou, venceu a morte, Sua 
grande vitória.
Diante do exposto, não restam dúvidas sobre a 
bendita e gloriosa intervenção divina, ação sobre-
natural de Deus, mostrando Sua autoridade e co-
mando sobre todas as coisas nos céus e na Terra.
O sepulcro vazio aponta para a superioridade 
de Cristo, que se fez homem, humilhando-se até a 
morte de Cruz (Fl 2.8), dando-se por amor para a 
137
remissão dos nossos pecados (Cl 2.13,14). Mas, 
nada pode detê-Lo, sendo mais forte do que os for-
tes, vencendo a morte, visto subindo aos céus (At 
1.3-11), e sendo glorificado, recobrando a glória de 
que abriu mão para estar entre nós. É verdadeira 
referência de fé, pois o Salvador está vivo, com Ele 
podemos falar e sermos ouvidos. A Sua ressurrei-
ção reacende a nossa esperança, trazendo ânimo 
novo, vigor renovado e certeza de que o choro será 
substituído pela alegria, o pranto pela celebração 
e a morte jamais será o fim (Jo 11.25,26; 14.19). 
Cristo venceu e com Ele venceremos também (Jo 
16.33b; 1Jo 5.4,5).
2. Marcada por uma dualidade: 
medo e contentamento
Ao entrarem em contato com o cenário da res-
surreição, os personagens que lá estiveram foram 
tomados por um misto de sentimentos: medo e ale-
gria. (Mt 28.8). Diante daquela situação, ficaram so-
bressaltados, perplexos e cheios de interrogações, 
afinal de contas, o corpo de Jesus não estava lá; 
viram umas figuras no recinto, não comuns ao seu 
cotidiano, além da tensão normal inerente àquele 
quadro.
138
Ao ouvirem a notícia da ressurreição e recebe-
rem o desafio de anunciá-la aos discípulos, foram 
imersas em temor e assombro (Mc 16.7,8), de tal 
maneira que o silêncio as cercou. Diz-nos a Bíblia 
que “...nada diziam a ninguém”. Era, realmente, um 
quadro inusitado, cheio de inquietações e até de 
perigo, uma vez que a efervescência sobre o que 
acontecera a Jesus estava bem nítida na mente e 
no cotidiano de todo o povo em Jerusalém, confor-
me constatamos na conversa dos dois discípulos 
no caminho de Emaús. Ali, fica tudo muito claro, as 
coisas que aconteceram a Jesus ganharam domí-
nio público, era fato corriqueiro e notório entre todo 
o povo.
Naquele mesmo ambiente, além do temor, pode-
mos destacar a alegria pela vitória de Jesus Cristo 
sobre o poder do pecado e da morte. Também, o 
grande contentamento de poder ver Jesus e tocá-
-lo após aquele período de sofrimento, dor e mor-
te que eles presenciaram. Agora, poder abraçar os 
pés do Salvador ressurreto (Mt 28.9) é motivo de 
indescritível satisfação e regozijo.
Quando lermos o relato de Mt 28.1-10, notamos 
as reações pela presença divina: os guardas des-
139
maiaram de medo (v. 4), as mulheres foram conso-
ladas e animadas pela contundente verdade “Jesus 
vence a morte”. Venham conferir, o sepulcro está 
vazio (v. 6). Outra alegria naquele ambiente foi a 
incumbência recebida: levar a mensagem da res-
surreição. Foi ordem de Jesus (v. 7). Elas podiam 
falar do conteúdo da mensagem, pois viram que o 
corpo do Mestre não estava no sepulcro. Por isso, 
transmitiram uma mensagem de esperança, a mor-
te perdeu o seu poder de império. Podiam sair da 
tristeza e do esconderijo, pois não estavam mais 
sozinhos, o Senhor está presente!
Temor, no contexto bíblico, vai além de medo e 
receio. É respeito, reconhecimento, manifestação 
de obediência ao Senhor e disposição em cumprir 
com os seus preceitos e vontades (Jo 14.21), sen-
do-lhe fiel (Sl 86.11), zelando pela pureza espiritu-
al (Sl 24.3,4), buscando santidade (1Pe 1.15; Hb 
12.14) e um aprimoramento para as ações da vida. 
A ressurreição, grande vitória do Cordeiro Eterno, 
conduz à adoração (Mt 28.9,10), curvar-se ante a 
Sua face, ouvir a Sua voz, agir impulsionado por Sua 
palavra e motivado por Seu amor. (Jo 21. 15-17).
No mesmo ambiente, onde o medo e o contenta-
140
mento tiveram espaço, sem dúvidas este superou 
aquele. Pois, a ressurreição, além de uma boa notí-
cia, é uma realidade gloriosa e promissora, da qual 
a Igreja, o Novo Testamento e o dia do Senhor dão 
testemunho da Sua grandeza e magnífica impor-
tância. Pois, se Cristo não ressuscitasse seria vã 
nossa fé (1Co 15.13,14), não teríamos salvação e, 
por conseguinte, o plano divino de redenção teria 
falhado, tudo seria em vão.
3. Aponta para o desafio da grande 
comissão e ascensão de Jesus
A ressurreição de Cristo traz desafios à igreja; pois 
a possibilita crer, esperar e pregar a respeito des-
ta grande vitória sobre o pecado e a morte. Jesus, 
ao ressuscitar, aparece aos seus e transmite-lhes 
uma missão (Leia: Mc 16.15,16). Essa pauta pre-
cisa ser observada e integrar a realidade dos dis-
cípulos do Mestre da Galileia, na forma do que en-
contramos em Mt 28.19,20. É o que chamamos 
de “a Grande Comissão”, a agenda de Jesus para 
a Sua Igreja amada, vitrine de Deus e militante nas 
demandas do tempo na promoção do Reino.
Sem ressurreição, a vida seria sem sentido ou ine-
141
xistente. Assim como não existiria o Cristianismo e 
a Igreja, estaríamos todos mortos em nossas trans-
gressões (Ef 2.1).
A ressurreição é motivadora da Grande Comissão, 
instrução ministrada peloCristo ressuscitado aos 
seus discípulos para que espalhassem os seus en-
sinamentos por todas as nações. Essa palavra de-
monstra ser muito mais do que opção, era ordem do 
Senhor. Então, anunciar a verdade eterna sempre 
foi e será a Sua preocupação, compartilhada com a 
Igreja, que deve cumprir tal intento por obediência a 
Sua voz e amor aos perdidos (At 1.8). Essa agenda 
de Jesus é um imperativo à vida cristã, que valoriza 
o discipulado e o ensino, aperfeiçoando os salvos 
para o exercício do ministério (Ef 4.12). Tendo con-
cluído o seu conteúdo com uma exuberante pro-
messa que traz paz e equilíbrio para transitar em 
meio aos lobos (Lc 10.3), às turbulências e aflições 
da vida, mas sempre com o ânimo recobrado, com 
tranquilidade e segurança, conforme Ele assegurou 
(Mt 28.20b). A ascensão, o Seu retorno à glória, in-
dica a conclusão de Sua trajetória neste mundo, do 
Seu ministério terreno (Mc 16.19, Lc 24.50,51).
Com a ascensão de Jesus, os discípulos ficaram 
142
com os olhos voltados para os céus (At 1.9,10), pois 
estavam privados de Sua presença física. Daí, en-
tão, serem confortados ao ouvirem uma agradável 
promessa descrita em At 1.11. Diante do exposto, a 
ascensão de Jesus foi real, visível e física (At 7.56) 
sendo muito mais do que uma simples subida da 
Terra para os céus, como Jesus disse que aconte-
ceria (Jo 14.28; 20.17). Ela nos remete a algo bas-
tante expressivo: Cristo venceu a humilhação, o so-
frimento e a dor; recobrou a Sua glória, tendo o Seu 
sacrifício aceito pelo Pai; foi coroado como Rei dos 
reis e encontra-se junto ao Pai, exaltado por toda a 
eternidade (Fl 2.9).
Para Pensar e Agir
• A ressurreição foi o triunfo de Cristo sobre o 
pecado e a morte. A Sua e nossa vitória! É a reali-
dade mais expressiva, significativa e gloriosa da fé 
cristã. Também, apresenta-se como a grande dife-
rença entre o cristianismo e os demais segmentos 
religiosos.
• A ressurreição é o brado de alegria. É a ex-
pressão visível da vitória de Cristo, que teve espaço 
num ambiente marcado por uma dualidade: medo 
e contentamento, onde as autoridades e os guar-
143
das ficaram apavorados. Mas, as mulheres que ali 
estavam alcançaram tranquilidade e alegria, por 
constatarem que o Senhor não ficara preso ao do-
mínio da morte, pois Seu corpo não estava ali: ven-
ceu, triunfou!
• A ressurreição foi uma lição de superação de 
preconceitos. As mulheres foram arautos das boas 
novas, transmitindo a linda mensagem de encora-
jamento e esperança. De forma segura e solene, 
informaram o grande sucesso de Cristo. Tornaram 
a notícia pública por ordem do Cristo ressurreto, e 
cumpriram com maestria a missão: anunciar a vi-
tória sobre a morte, sendo esta também a nossa 
missão.
• Sem ressurreição não existiria cristianismo, 
igreja e salvação. A nossa fé seria vã, inútil e inexis-
tente. Mas, cumpriu-se as Escrituras e adquirimos 
a garantia de triunfarmos como Ele triunfou.
• A vitória da ressurreição do Senhor foi identifi-
cada pelo sepulcro vazio, marcada pelo pavor dos 
adversários e celebração dos que nEle criam e apon-
ta para o desafio da Grande Comissão. Precisamos 
honrar a obra de Cristo, dedicando-nos verdadeira-
mente a ela. NEle somos mais do que vencedores.
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	Primeiras Palavras
	Palavra do Redator
	Apresentação
	Lição 1 - A Biografia de Jesus
	Lição 2 - Palavras Marcantes
	Lição 3 - As Leis do Reino
	Lição 4 - Histórias Inesquecíveis
	Lição 5 - Vede Que Vos Tenho Predito
	Lição 6 - Sinais e Maravilhas
	Lição 7 - Autoridade Sobre as Forças do Mal
	Lição 8 - A Cura de Toda Dor
	Lição 9 - A Natureza Lhe Obedece
	Lição 10 - O Legado de Cristo
	Lição 11 - Novas de Grande Alegria
	Lição 12 - A Maior Prova de Amor
	Lição 13 - A Grande Vitória
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