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DRENAGEM LINFÁTICA CORPORAL

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TECIDO EPITELIAL 
O tecido epitelial pode ser classificado em duas categorias: epitélio de revestimento e epitélio glandular. 
 
EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
O tecido epitelial de revestimento (ou proteção) é o revestimento externo do corpo, que cobre todos os 
tipos de cavidades. Quando os tecidos epiteliais são formados somente por uma camada de células, 
podem ser classificados como epitélios simples ou uniestratificados. 
Os epitélios formados por mais de uma camada de células são chamados estratificados. Ainda existem 
epitélios que, apesar de formados por uma única camada celular, têm células de diferentes alturas, o que 
dá a impressão de serem estratificados. 
Por isso, eles costumam ser denominados pseudoestratificados. 
Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em: pavimentosos, quando as células 
são achatadas como ladrilhos; cúbicos, quando as células têm a forma de cubo; ou prismáticos, quando 
as células são alongadas, em forma de coluna. 
No epitélio que reveste a bexiga, a forma das células é originalmente cúbica, mas elas se tornam achatadas 
quando submetidas ao estiramento causado pela dilatação do órgão. Por isso, esse tipo de epitélio é 
denominado epitélio de transição. 
EPITÉLIO GLANDULAR 
Conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de secreção. As células secretoras 
são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo no interior da glândula é denominado estroma. O 
estroma sustenta também vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. 
As moléculas a serem secretadas geralmente são armazenadas nas células em pequenas vesículas 
envolvidas por uma membrana, chamadas grânulos de secreção. 
As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar proteínas, lipídios ou complexos 
de carboidratos e proteínas. 
Existem parâmetros para classificar os diferentes tipos glandulares, como o número de células e o local 
onde a secreção é lançada. 
Quanto à organização das células, as glândulas podem ser unicelulares (a secreção é realizada por células 
especializadas, espalhadas entre outras células não secretoras) ou multicelulares (a secreção é realizada 
por um conjunto de células). 
Quanto ao local em que a secreção é lançada, as glândulas podem ser classificadas como: 
• endócrinas – glândulas sem ductos em que a secreção é lançada na corrente sanguínea e é 
distribuída para todo o corpo. É a secreção de hormônios que atuam em locais distantes de onde 
foram produzidos; 
• exócrinas – glândulas com ducto excretor que transportam a secreção glandular para a superfície 
do corpo ou para o interior de um órgão. 
 
 
Quanto à função, as glândulas podem ser: 
• holócrinas – quando as células são eliminadas juntamente com os produtos de 
secreção. As células eliminadas são substituídas a partir de células-fonte existentes na 
glândula; 
• apócrinas – quando as células eliminam, juntamente com os produtos de secreção, 
parte do citoplasma no qual a secreção fica acumulada; ou 
• merócrinas – quando as células eliminam somente o produto de secreção, 
permanecendo o restante da célula intacto. 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
Ao contrário dos epitélios, os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar elevada quantidade 
de substância intercelular. As células que constituem esses tecidos possuem formas e funções bastante 
variadas. Trata-se, portanto, de um tecido com diversas especializações. Entre suas funções estão: 
preenchimento, estabelecimento de conexão entre os diversos tipos de tecidos ou órgãos, sustentação 
(osso e cartilagem), transporte de substâncias (sangue) e auxílio na defesa orgânica (glóbulos brancos). 
 
Pode ser dividido conforme detalhado a seguir. 
TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO: 
O tecido conjuntivo propriamente dito é o menos diferenciado e o mais genérico dos tecidos conjuntivos, 
preenchendo todos os espaços entre os tecidos restantes. Logo, está presente em todos os órgãos, e 
abaixo da derme, estabelecendo a ligação entre eles. Permite o transporte de metabólitos e participa na 
defesa do organismo. É constituído por vários tipos de células que se encontram imersas em uma 
substância intercelular, designada como matriz extracelular. 
Pode ser classificado como frouxo (tecido de consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações) 
ou denso (com predominância acentuada de fibras colágenas). Os conjuntivos densos podem 
ser: irregulares, com feixes colágenos em trama tridimensional, conferindo ao tecido resistência às 
trações em qualquer direção; ou regulares, com feixes colágenos seguindo uma organização fixa, em 
resposta a trações exercidas em um mesmo sentido, como, por exemplo, nos tendões. 
 
TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADES ESPECIAIS: 
Enquadram-se nesse grupo os tecidos adiposos, elástico, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo. 
O tecido adiposo apresenta células adiposas (adipócitos), que armazenam gordura. Essas células 
possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de acordo com o metabolismo do indivíduo). A 
quantidade de gordura difere nas partes do corpo. Suas principais funções são de isolante térmico, de 
proteção dos órgãos contra choques mecânicos e de reserva energética. 
O tecido elástico é formado por fibras elásticas grossas, por fibras colágenas finas e por fibroblastos. 
Também é um tecido pouco frequente, sendo encontrado nos ligamentos da coluna vertebral e no 
ligamento suspensor do pênis. 
O tecido reticular é formado por fibras reticulares e por células reticulares. É um tecido muito delicado 
que forma uma rede para sustentar as células. Encontra-se nos órgãos que formam as células do sangue 
(medula óssea) 
O tecido mucoso tem aspecto gelatinoso, e é o principal constituinte do cordão umbilical. Também é 
encontrado na polpa dental jovem. Nesse tecido há predominância de substância fundamental amorfa e 
poucas fibras. 
O tecido cartilaginoso é formado por células denominadas condroblastos e condrócitos. Os condroblastos 
produzem grande quantidade de fibras proteicas; quando sua atividade metabólica diminui, passam a ser 
denominados condrócitos. O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos e de nervos; é nutrido 
pelo tecido conjuntivo denso que o envolve. 
O tecido ósseo é o principal componente dos ossos. É bem mais resistente que o cartilaginoso, pois é 
constituído de uma matriz rígida (formada basicamente por fibras colágenas e sais de cálcio), e composto 
por vários tipos de células: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA: 
A substância fundamental amorfa ocupa os espaços entre as fibras elásticas e colágenas, funcionando 
como lubrificante para esta microarquitetura móvel. 
É formada pelo fluido intersticial, ácido hialurônico e complexos de glicosaminoglicanas e proteínas, 
denominados proteoglicanas e glicoproteínas. 
Caracteriza-se por uma substância incolor, transparente e homogênea que representa uma barreira à 
penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. Apresenta-se como um elemento não fibroso 
da matriz, em que as células e outros elementos estão mergulhados. 
 
FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO: 
São proteínas que se polimerizam formando estruturas alongadas presentes em proporções variáveis nos 
diversos tipos de tecido conjuntivo. Podem ser classificadas em três tipos 
principais: colágenas, reticulares e elásticas. Como as fibras colágenas e reticulares são constituídas de 
colágeno, existem, na verdade, apenas dois tipos de sistemas de fibras: o sistema colágeno e o sistema 
elástico. 
 
Fibras colágenas: 
São as fibras mais frequentes no tecido conjuntivo. São brancas e alongadas e têm diâmetro entre 1 µm 
e 20 µm (micrômetros) mostrando uma estriação longitudinal, pois são constituídas por fibrilas. São 
constituídas por colágeno, que é uma glicoproteína formada principalmente pelo aminoácido glicina. O 
colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano, representando 30% das proteínas totais. 
Representa cerca de 70% do peso dapele seca e tem como função fornecer resistência e integridade 
estrutural a diversos órgãos e tecidos. 
 
Os tipos de colágenos mais frequentes são: 
 Tipo I – é o mais abundante e representa 90% do total de colágeno do organismo. É 
encontrado nos tendões, ligamentos, derme, cápsula de órgãos, tecido conjuntivo frouxo, 
ossos, dentina e outros. É sintetizado pelos fibroblastos, odontoblastos e osteoblastos; 
Tipo II – é encontrado nas cartilagens: hialina e elástica. É sintetizado pelas células 
cartilaginosas; 
Tipo III – forma as fibras reticulares e é produzido pelos fibroblastos e pelas células reticulares; 
Tipo IV – está presente nas lâminas basais e no tecido epitelial (não faz parte do tecido 
conjuntivo) e é sintetizado pelas células do último; 
Tipo V – associa-se ao colágeno do tipo I para formar as fibrilas e é sintetizado pelos 
fibroblastos; 
Tipo VI – encontrado junto com o colágeno do tipo II e produzido pelos condroblastos. 
 
 
Fibras reticulares: 
Fibras anastomosadas umas às outras que se dispõem formando uma estrutura semelhante a uma rede. 
Possuem diâmetro de 0,5 µm a 2 µm. São formadas por colágeno do tipo III, associado e elevado teor de 
glicídios. Formam o arcabouço dos órgãos hemopoiéticos (baço, linfonodos, medula vermelha...) e redes 
em torno das células musculares e órgãos epiteliais (fígado, glândulas endócrinas). São fibras curtas, finas 
e inelásticas, compostas principalmente por um tipo de colágeno denominado reticulina. 
 
Fibras elásticas: 
Fibras delgadas, que se distinguem facilmente dos outros tipos de fibras por não apresentar estriações 
longitudinais. Possuem cor amarelada e são sintetizadas por diversas células (condrócitos, fibroblastos e 
células musculares lisas). 
Seu principal componente é a elastina, que é bem mais resistente que o colágeno, mas é facilmente 
hidrolisada pela elastase (enzima pancreática). 
Essas fibras cedem facilmente a trações mínimas, porém retornam rapidamente à sua forma original, tão 
logo cessem as forças deformantes. As fibras elásticas são formadas por fibrotúbulos com 10 nm de 
espessura, envolvendo uma parte central amorfa (constituída de elastina). 
 O sistema elástico apresenta ainda as fibras elaunínicas, encontradas na pele (formadas de fibrotúbulos 
e elastina), e as oxitalânicas (só fibrotúbulos), encontradas no ligamento periodontal e nos tendões. 
 
CÉLULAS PRÓPRIAS DO TECIDO CONJUNTIVO: 
As células mais comuns do conjuntivo são os fibroblastos, responsáveis pela formação das fibras e do 
material intercelular amorfo. Eles sintetizam colágeno, mucopolissacarídeos e fibras elásticas. São 
dotados de certa mobilidade. Quando inativo, o fibroblasto passa a se chamar fibrócito. 
O fibroblasto tem prolongamentos citoplasmáticos, seu núcleo é claro, grande, de forma ovoide, com 
cromatina e nucléolo evidente. É rico em retículos endoplasmáticos rugosos e o complexo de Golgi é bem 
desenvolvido. Já o fibrócito é menor, tende a ser fusiforme com menos prolongamentos. 
Seu núcleo é menor, alongado e escuro; seu citoplasma é acidófilo, deficiente em retículos 
endoplasmáticos rugosos e complexo de Golgi. Contudo, mediante estímulos de cicatrização, o fibrócito 
reassume aspecto de fibroblasto. Nos adultos, os fibroblastos não se dividem com frequência, entrando 
em mitose apenas quando há lesão do tecido conjuntivo. 
O miofibroblasto é uma célula com características entre o fibroblasto e a célula muscular lisa (tem actina 
e miosina), sendo responsável pelo fechamento das feridas. 
 
COMPONENTES DO TECIDO CONJUNTIVO: 
Além dos fibroblastos, dentro do tecido conjuntivo existem: os macrófagos, que desempenham papel 
importante na remoção de elementos intercelulares que se formam nos processos involutivos fisiológicos, 
como o retorno do útero ao tamanho original, após a gestação; as células mesenquimatosas 
indiferenciadas, que possuem a capacidade de originar qualquer outra célula do tecido conjuntivo; 
os mastócitos, plasmócitos e leucócitos, que atuam nos processos inflamatórios e infecciosos; e, 
finalmente, os adipócitos, que são células derivadas dos fibroblastos, que compõem o tecido adiposo e 
que são especializadas no armazenamento de gorduras neutras. 
 
 
SISTEMA TEGUMENTAR: 
O sistema tegumentar é formado pela pele e pela hipoderme (tela subcutânea), juntamente com os 
anexos cutâneos. O tegumento constitui o manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o 
e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais 
(narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva mucosa. As principais 
funções do sistema tegumentar são: proteção, regulação da temperatura do organismo, excreção, 
sensibilidade tátil e produção de vitamina D. 
 
A pele possui uma porção epitelial, a epiderme, e uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo e em 
continuidade com a derme está a hipoderme (tela subcutânea), que embora tenha a mesma morfologia 
da derme, não faz parte da pele, que é formada por apenas duas camadas. A hipoderme serve de suporte 
da derme com os órgãos subjacentes, além de permitir à pele uma considerável amplitude de 
movimento. 
Unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas constituem os anexos cutâneos. A abertura dos 
folículos pilossebáceos e das glândulas sudoríparas na pele formam os orifícios conhecidos como poros. 
 
PELE: 
A pele, cútis ou tez é o órgão de revestimento externo do corpo, constituindo o maior e mais pesado 
órgão do corpo humano. Principal responsável pela proteção do organismo, representa 
aproximadamente 12% do peso seco total do corpo. A pele protege o corpo da perda excessiva de água, 
do atrito e dos raios solares ultravioletas, graças a uma camada de queratina relativamente impermeável 
que recobre a epiderme. 
Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular a temperatura corporal, 
por meio de vasos e glândulas, oferecendo uma grande superfície de dispersão calórica e evaporação. A 
função protetora da pele é desempenhada por intermédio da percepção sensorial exercida pelos 
numerosos receptores especializados e terminações nervosas que fazem da pele uma estrutura sensorial, 
tátil, térmica, dolorosa e de pressão. 
Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme, que é a camada superficial, composta de células 
epiteliais intimamente unidas; e a derme, que é a camada mais profunda, composta por tecido conjuntivo 
denso e irregular. 
 
EPIDERME: 
Superfície mais externa da pele, formada por um revestimento de células sobrepostas. É constituída por 
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, de origem ectodérmica. A epiderme apresenta ainda 
três tipos de células: os melanócitos e as células de Langerhans e de Merkel. A espessura e a estrutura 
da epiderme variam com o local do corpo, sendo mais espessa e complexa na palma da mão e na planta 
do pé. Com essas características, as principais funções do epitélio incluem absorção, difusão, excreção, 
filtração, secreção e proteção. É formada por quatro camadas: 
A camada córnea é a mais superficial. Embora seja de pequena espessura, sua capacidade de retenção 
hídrica conserva a superfície da pele macia. Essa camada forma uma cobertura ao redor de toda a 
superfície do corpo e protege o organismo contra a invasão de vários tipos de agressores do meio externo. 
As células mais superficiais são continuamente eliminadas como resultado da abrasão, como pelo atrito 
com a roupa, e substituídas por células oriundas das camadas mais profundas da epiderme. 
Logo abaixo, está a camada granulosa, caracterizada pela presença de células poligonais com núcleo 
central, nitidamente achatadas, em cujo citoplasma são observados grânulos grosseiros e basófilos. São 
os grânulos de querato-hialina, que contribuem para a constituição do material interfilamento da camada 
córnea. 
Esses grânulos são expulsos das células e formam uma camada de substância intercelular que age 
vedando essa camadade células, impedindo a passagem de compostos, inclusive a água, entre elas. As 
células da camada granulosa e também as da parte mais alta da camada espinhosa apresentam uma 
camada proteica, elétron-densa, com 10 nm de espessura, presa à superfície interna da membrana 
celular. Esse material proteico confere grande resistência à membrana celular. 
Abaixo da camada granulosa, está a camada espinhosa, constituída por quatro a oito fileiras de células 
poligonais cuboides ou ligeiramente achatadas, de núcleo central com pequenas expansões 
citoplasmáticas que contêm tonofibrilas partindo de cada uma das células adjacentes. Essas expansões se 
aproximam e se mantêm unidas pelos desmossomas, o que dá à célula um aspecto espinhoso. 
As tonofibrilas e os desmossomas têm importante função na manutenção da coesão das células da 
epiderme e, consequentemente, na sua resistência ao atrito. Observa-se que, quanto maior a ação de 
pressões e fricções sobre a epiderme, maior é a sua camada espinhosa. 
A camada germinativa (basal) é a mais profunda da epiderme e apresenta intensa atividade mitótica 
gerando novas células. É responsável pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para 
substituir as que são perdidas na camada córnea. Nesse processo, as células partem da camada 
germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. 
É constituída por células prismáticas ou cuboides que repousam sobre a membrana basal que separa a 
epiderme da derme. Os queratinócitos e os melanócitos são as células dessa camada que repousam em 
fileira única. 
 
DERME: 
É uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apoia a epiderme. Está conectada com a fáscia 
dos músculos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme há fibras 
elásticas, reticulares e muitas fibras colágenas. Apresenta vasos sanguíneos, linfáticos e inervações. 
Contém glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia 
de região para região. 
 
HIPODERME (TELA SUBCUTÂNEA): 
Tecido sobre o qual a pele repousa, formada por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ao denso nas 
várias localizações e nos diferentes indivíduos. A hipoderme não faz parte da pele, porém a fixa às 
estruturas subjacentes. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo dependendo da região do corpo. 
Além da função de reservatório energético, a hipoderme apresenta a função de isolamento térmico, 
modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação de órgãos. Em 
algumas regiões, como no abdome e na nádega, o acúmulo de gordura no tecido subcutâneo pode ser 
muito amplo. A hipoderme é bem suprida de vasos sanguíneos e terminações nervosas. 
Compõe-se por duas camadas: a superficial é chamada de areolar e possui adipócitos globulares e 
volumosos, e é ricamente irrigada; a mais profunda é chamada de lamelar e é onde ocorre aumento de 
espessura no ganho de peso. 
 
 
ANEXOS DA PELE: 
Na pele existem várias estruturas anexas: os pelos, as unhas e as glândulas. 
 
Os pelos se originam de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso. São visíveis externamente por 
sua haste e estão distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões exercem papel de proteção, 
principalmente nas aberturas do corpo. 
As unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua extremidade proximal uma 
estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo (cutícula). Possuem coloração rosada e 
crescem cerca de 1 mm por semana. 
As glândulas sebáceas são encontradas anexas aos pelos em todas as regiões do corpo, sendo mais 
numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pelos são abundantes. Sua secreção é uma 
mistura complexa de lipídios cuja função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida. 
As glândulas sudoríparas distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número varia em cada região e 
diminui com a idade. A estimulação dos nervos simpáticos faz com que essas glândulas secretem um 
fluido de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade 
do meio e atividade muscular. 
 
FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR: 
Sensibilidade: as sensações cutâneas como tato, dor, calor e frio são captadas por receptores 
especializados. Os receptores para dor são terminações nervosas livres situadas abaixo da epiderme. As 
sensações táteis são dadas pelos corpúsculos de Paccini e de Meissner, a sensação de frio pelos 
corpúsculos de Krause e a de calor pelos de Ruffini. 
Proteção: a pele cobre o corpo e fornece uma barreira física que protege os tecidos subjacentes de 
abrasão física, invasão bacteriana, desidratação e radiação UV. 
Regulação da temperatura corporal: a pele desempenha um papel importante na regulação da 
temperatura corporal. O calor é perdido através da pele pelos processos de radiação, convecção, 
condução e evaporação. A sudorese é um processo útil somente quando o suor pode evaporar. As 
alterações no fluxo sanguíneo na pele também auxiliam a regular a temperatura corporal. 
Excreção: a pele contém dois tipos de glândulas sudoríparas – as glândulas écrinas, que são glândulas 
sudoríparas pequenas, e as apócrinas, ou glândulas sudoríparas grandes. As glândulas estão distribuídas 
por todo o corpo e são as verdadeiras secretoras que produzem o suor transparente e aquoso, 
responsável pela regulação térmica. 
Imunidade: certas células da epiderme (células de Langerhans) são componentes importantes do sistema 
imunológico, que expulsa os elementos invasores do corpo. 
Absorção percutânea: é referente à penetração de substâncias através da pele, o que permite que elas 
entrem na corrente sanguínea. O estrato córneo é a principal barreira à difusão 
Síntese de vitamina D: a exposição da pele à radiação ultravioleta (UV) auxilia na produção de vitamina 
D, uma substância que ajuda na absorção de cálcio e fósforo no sistema digestório, e na circulação 
sanguínea. 
 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS DO SISTEMA TEGUMENTAR: 
A tensão e a elasticidade são propriedades físicas relacionadas com: macromoléculas estruturais, 
colágeno e elastina contidas na pele. A tensão é a característica que explica o fato de a pele resistir ao 
estiramento por ação de forças fracas. 
A tensão varia em áreas diferentes, sendo mais marcantes nos locais em que a pele contém fibras elásticas 
densas, em particular em regiões na qual a pele é fina. 
 
SISTEMA LINFÁTICO: 
 sistema linfático é uma via acessória da circulação sanguínea, pela qual líquidos, proteínas e pequenas 
células provenientes do interstício são devolvidas ao sistema venoso. É um sistema fechado, 
intimamente ligado à circulação sanguínea e importante na manutenção da homeostase corporal. Tem 
sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos. 
Suas principais funções são: 
• promover o retorno de líquido dos tecidos para a circulação – cerca de 10% do líquido que 
extravasa dos capilares para o tecido retorna para a circulação por meio dos capilares linfáticos. 
A linfa da parte inferior do corpo flui pelo canal torácico e retorna à circulação nas grandes 
veias do pescoço (jugular interna esquerda e subclávia). A linfa do lado esquerdo do corpo 
também entra no canal torácico. A linfa do lado direito flui pelo canal linfático direito e retorna 
à circulação na junção da veia subclávia direita e da veia jugular interna direita; 
• promover a remoção de proteínas e outras substâncias de alto peso molecular do Líquido 
Extracelular (LEC) – os vasos linfáticos têm paredes finas e com extremidades fechadas (em 
dedo de luva). A borda de uma célula endotelial sobrepõese à borda da célula adjacente, 
formando uma válvula que se abre para o interior do capilar. As substâncias de alto peso 
molecular penetram nos linfáticos por essas aberturas; 
• transportar lipídios do intestino para a circulação sanguínea – os lipídios absorvidos na forma 
de quilomicronssão lançados diretamente na circulação linfática, ao contrário dos outros 
nutrientes, que caem direto na circulação sanguínea; 
• destruir bactérias e remover outras partículas por filtração nos linfonodos, além de participar 
de reações imunológicas de defesa. 
 
O sistema linfático não possui um elemento de bombeamento como o sistema circulatório sanguíneo. A 
circulação linfática acontece por meio de contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias 
próximas aos vasos linfáticos. 
 
 
 
ÓRGÃOS LINFOIDES: 
Os órgãos linfoides são o baço, timo e tonsilas (amídalas). Tais órgãos não possuem associação direta com 
os vasos do sistema linfático ou com a linfa, mas fazem parte do sistema imune do organismo. A produção 
de linfócitos é a principal função dos tecidos linfoides e órgãos linfáticos. Os linfócitos têm importante 
papel no desenvolvimento das respostas imunológicas, produção de anticorpos e reações imunes. 
A ação dos tecidos linfáticos servindo como filtros em certas condições patológicas deram origem à teoria 
de barreira, segundo a qual esses tecidos desempenham importante papel nos mecanismos de defesa do 
corpo. Partículas inertes, como o carbono, bactérias, vírus, células cancerosas e hemácias, são retidas nos 
tecidos linfáticos. Os tecidos linfáticos, no entanto, só são barreiras até certo ponto, pois os seus vasos 
aferentes podem permitir a disseminação de infecções e neoplasias malignas para outros órgãos e 
tecidos. 
O baço é um órgão linfoide situado no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao diafragma, ao nível 
da nona, décima e décima primeira costela. Apresenta duas faces distintas, uma relacionada com o 
diafragma (face diafragmática) e outra voltada para as vísceras abdominais (face visceral). Na face visceral 
localiza-se o hilo do baço, por onde penetram vasos e nervos. 
 
BAÇO 
O timo é uma massa bilobada de tecido linfoide localizada abaixo do esterno, na região do mediastino 
anterior. Ele aumenta de tamanho durante a infância, quando então começa a atrofiar-se lentamente, 
diminuindo após a puberdade. No adulto, pode ser inteiramente substituído por tecido adiposo. O timo 
confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em células que podem 
efetuar o processo de imunidade mediada por células. 
 
TIMO 
As amídalas (tonsilas) são massas pequenas de tecido linfoide incluídas da mucosa de revestimento das 
cavidades bucal e faríngea. As tonsilas palatinas estão localizadas na parede póstero-lateral da garganta, 
uma em cada lado. As tonsilas faríngeas se localizam na parte nasal da faringe. As tonsilas linguais estão 
localizadas na face dorsal da língua, próxima a sua base. 
 
 
LINFA: 
O termo linfa é derivado da palavra latina lympha, que significa água – especificamente, rio claro ou água 
nascente. Divide com os outros líquidos extracelulares a responsabilidade de manter o equilíbrio do meio 
interno do organismo. 
É um líquido incolor e viscoso com composição quase igual à do plasma sanguíneo, que consiste 
principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam do sangue através dos capilares. O que difere 
a linfa do sangue é a ausência de células sanguíneas. Juntamente com o líquido cefalorraquidiano, é 
considerada o líquido mais nobre do organismo. 
Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no nível do ducto torácico 
fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso de um aumento patológico de demanda. 
O fluxo da linfa é relativamente lento. Cerca de três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 
24 horas. Em média, o fluxo total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto. 
 
O mecanismo de formação da linfa envolve três processos simultâneos: 
• ultrafiltração – movimento de saída de água, oxigênio e nutrientes do interior do capilar arterial 
para o interstício; 
• absorção venosa – movimento de entrada de água, gás carbônico, pequenas moléculas e 
catabólitos do interstício para o interior do capilar venoso, que ocorre por difusão; 
• absorção linfática – início da circulação linfática determinada pela entrada de líquido intersticial, 
proteínas de alto peso molecular e pequenas células, no interior do capilar linfático, 
caracterizando a formação da linfa. 
 
TOPOGRAFIA DO SISTEMA LINFÁTICO: 
A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam nos pré-coletores, que, por sua vez, 
desembocam nos vasos coletores e por fim nos troncos linfáticos. Os vasos linfáticos estão ausentes: no 
sistema nervoso central, músculo esquelético, medula óssea, polpa esplênica e cartilagem hialina. 
 
ESTRUTURA DO SISTEMA LINFÁTICO 
 
CAPILARES LINFÁTICOS: 
Os capilares linfáticos são os vasos iniciais da circulação linfática. São pequenos vasos condutores 
constituídos por células endoteliais que se sobrepõem em escamas, formando microválvulas que se 
tornam pérvias, permitindo sua abertura ou seu fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos 
filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a penetração de água, partículas, 
pequenas células e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O 
refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas. 
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares linfáticos estão 
dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos 
vasos e ductos linfáticos. Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo 
que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de dentro para 
fora, como de fora para dentro do vaso. 
 
PRÉ-COLETORES LINFÁTICOS: 
Os pré-coletores linfáticos são vasos intermediários entre os capilares e os coletores linfáticos. Possuem 
estrutura semelhante aos capilares. Seu endotélio é recoberto por tecido conjuntivo, que em certos 
pontos se prolonga juntamente com as células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando 
as válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, 
elementos elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e 
contratibilidade. 
 
COLETORES LINFÁTICOS: 
São os vasos mais calibrosos, possuindo estrutura semelhante à das grandes veias. Compõem-se por três 
camadas: a túnica íntima, mais interna, com fibras elásticas longitudinais que formam numerosas 
válvulas; a túnica média, que envolve a anterior e possui células da musculatura lisa, responsáveis pela 
contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa; e a túnica adventícia, mais externa e espessa formada 
por fibras colágenas longitudinais e por terminações nervosas. Os coletores podem ser pré-nodais 
(aferentes) ou pós-nodais (eferentes). 
O coletor linfático, quer superficial ou profundo, possui numerosas válvulas bivalvulares; sendo os espaços 
compreendidos entre cada válvula denominados linfangions. 
As válvulas linfáticas asseguram o fluxo da linfa numa só direção, ou seja, para o coração. Assim como 
para as veias, as válvulas linfáticas se projetam na direção da corrente linfática e estão dispostas de tal 
maneira que permitem um escoamento livre em direção aos grandes vasos linfáticos e impedem o refluxo. 
As válvulas são semilunares e formadas por finas camadas de tecidos fibrosos, cobertos em ambas as 
faces por endotélio. Estão inseridas por sua borda convexa à parede do vaso. 
Nos vasos linfáticos, as válvulas são mais numerosas próximas aos linfonodos e são encontradas mais 
frequentemente nos vasos linfáticos do pescoço e do membro superior do que nos do membro inferior. 
A parede do vaso linfático logo acima do local de inserção de cada válvula é dilatada em uma bolsa ou 
seio, que dá a esses vasos, quando distendidos, o aspecto nodoso ou em rosário. 
 
 
 
VÁLVULAS LINFÁTICAS: 
O linfangion é a unidade funcional do sistema linfático, responsávelpela propulsão da linfa. Sua estrutura 
corresponde a um segmento com uma camada muscular central e válvulas formadas por prolongamentos 
da túnica íntima em ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte. 
A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial aberta e a final fechada, 
então começa a se encher de linfa e, quando estiver totalmente cheia, a linfa pressiona suas paredes 
estimulando as fibras musculares da túnica média que abrem a válvula final e fecham a inicial. Esse 
processo acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com pulsações 
variando entre 8 e 22 vezes por minuto, resultando em um fluxo circulante no organismo de 2 a 5 litros 
de linfa em situações normais. 
Ao lado do sistema linfático, outras ações podem interferir na motilidade dos linfangions: o bombeamento 
do sistema arterial; o bombeamento muscular; os movimentos respiratórios que provocam mudanças na 
pressão da cavidade torácica, estimulando o ducto torácico; o peristaltismo intestinal; a massagem de 
drenagem linfática e a pressão externa promovida por enfaixamentos e contensão elástica. 
 
TRONCOS LINFÁTICOS: 
Os troncos linfáticos, ou coletores terminais, são vasos de maior calibre que recebem o fluxo linfático, e 
compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e 
descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto 
torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito. 
 
DUCTOS LINFÁTICOS 
O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção da veia jugular interna 
com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna do quilo, uma dilatação situada 
anteriormente à segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. 
Recebe a linfa oriunda dos membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além 
do membro superior esquerdo. 
O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno anterior na base do pescoço 
e termina na junção da veia subclávia direita com a veia jugular interna direita. Seu orifício possui duas 
válvulas semilunares, que evitam a entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro 
superior e hemitórax direito, do pescoço e da cabeça. 
 
 
LINFONODOS (GÂNGLIOS OU NODOS LINFÁTICOS): 
Aglomerados de tecido retículo-endotelial revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se 
dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático. Pesquisadores afirmam existir entre 400 e 600 
linfonodos no homem (entre superficiais e profundos), os quais geralmente estão dispostos em cadeia. O 
número de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável, ocorrendo 
um importante aumento com a idade, em decorrência dos processos patológicos ou agressões que a área 
de drenagem tenha sofrido. 
Apresentam variações na forma, tamanho e coloração, ocorrendo normalmente em grupos e 
desempenham em geral o papel de reguladores da corrente linfática, cuja função é filtrar impurezas da 
linfa e produzir linfócitos, células de defesa especializadas. Estão geralmente situados na face anterior das 
articulações, ao longo do trajeto dos vasos sanguíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácicas, 
abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são abundantes, sendo inclusive palpáveis. 
O linfonodo é formado por uma cápsula conjuntiva periférica que se adere ao tecido adiposo. É 
constituído por dois tipos de células: as células reticulares, cuja atividade primordial é a fagocitose e a 
pinocitose; e as células linfoides, que são muito especializadas, contêm a memória imunológica e que, 
portanto, são essenciais no mecanismo das reações imunológicas, podendo reagir diretamente, ou por 
meio de anticorpos, contra um único tipo de antígeno. 
 
LINFONODO 
 
CIRCULAÇÃO LINFÁTICA: 
As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. As moléculas pequenas vão, em 
sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes 
partículas alcançam a circulação por meio do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas 
passam para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no 
total, o sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. 
Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração proteica média 
dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e 
recupera a proteína extravasada. Ao fluir pelos capilares, pré-coletores e coletores, o fluxo linfático 
proveniente de várias regiões do corpo desemboca nos dois principais ductos coletores do corpo humano: 
o canal linfático direito e o ducto torácico. Os ductos coletores transportam a linfa, em direção às cadeias 
ganglionares. 
O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os 
fenômenos de filtração e reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos 
nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desemboca no interstício, onde as 
células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação 
celular. Em seguida, o líquido intersticial, pelas pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos. 
 
TROCAS SANGUÍNEAS E LINFÁTICAS 
 
Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sanguíneo: a pressão 
hidrostática sanguínea impulsiona o fluido pela membrana capilar, em direção ao interstício. A pressão 
osmótica sanguínea tende a movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar. A pressão de 
filtração surge da relação entre as pressões hidrostáticas e osmóticas. A pressão tissular é a pressão 
exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares. 
 
O FLUXO LINFÁTICO DEPENDE DE FATORES EXTRÍNSECOS E INTRÍNSECOS. FAZEM 
PARTE DOS EXTRÍNSECOS: 
• contração e peristaltismo muscular – os movimentos de contração muscular, pela própria 
fisiologia do movimento, influenciam a formação da linfa, a sua propulsão e o fluxo linfáticos. 
Promove movimentação dos líquidos tanto da circulação sanguínea quanto da linfática. Essa 
movimentação permite que os líquidos que se encontram em estase alcancem os ductos 
linfáticos, facilitando sua drenagem; 
• gradiente de pressão entre os espaços intersticiais e os vasos linfáticos – quanto maior a 
pressão dos espaços intersticiais, maior é a quantidade de líquidos que alcançam os vasos, pois 
o líquido é formado devido a um valor de pressão resultante, sendo grandezas diretamente 
proporcionais; 
• respiração e pressões intratorácicas – os movimentos respiratórios promovem uma ação 
rítmica e contínua no fluxo linfático 24 horas por dia. Ao inspirarmos ocorre um aumento no 
volume pulmonar. Entre os pulmões existe um órgão chamado cisterna do quilo, que, durante 
essa fase da respiração, é comprimido. Essa compressão impulsiona a linfa no sentido 
antigravitacional, para o ducto torácico; 
• compressão externa dos tecidos – a compressão externa aumenta a pressão resultante e 
consequentemente a quantidade do líquido formado; 
• alterações térmicas – o aumento da temperatura promove uma dilatação das arteríolas e com 
isso ocorre uma elevação no volume sanguíneo e consequentemente um aumento do volume 
filtrado. 
 
Já os intrínsecos são: 
• contractilidade dos vasos linfáticos – os vasos linfáticos realizam contrações rítmicas que 
independem dos movimentos respiratórios e da pulsação arterial. A linfa é conduzida na 
direção centrípeta, e quanto maior é a contratilidade dos vasos, maior será a propulsão da 
linfa; 
• vias acessórias de fluxo – geralmente surgem em condições patológicas como queimaduras e 
processos inflamatórios, facilitando o transporteda linfa. Em condições normais, essas vias 
estão inativas; 
• presença e localização das válvulas que evitam o refluxo da linfa – as válvulas são constituídas 
por filamentos contráteis, se encontram no interior dos vasos, se abrem quando a linfa passa, e 
se fecham logo após essa passagem. Esse mecanismo impede que o fluxo que está em direção 
contra a gravidade retorne, facilitando seu trajeto. O fluxo da linfa ocorre de acordo com 
contrações rítmicas ao longo dos vasos coletores e pré-coletores, os quais são constituídos por 
músculo liso. A propulsão da linfa é determinada pelos seguintes mecanismos: dilatação das 
paredes; fechamento e abertura da válvula; fluxo linfático. 
 
ANATOMIA DOS LINFÁTICOS: 
 
Os linfáticos do membro superior dividem-se em: superficiais, localizados na derme e no tecido celular 
subcutâneo sob a aponeurose; e profundos, localizados abaixo dos superficiais. A rede superficial é mais 
densa nos dedos e na face palmar da mão. Existem coletores interósseos anteriores e posteriores, dois 
coletores radiais e dois coletores ulnares profundos. Os principais gânglios linfáticos do membro superior 
são os gânglios supraepitrocleares e gânglios do sulco deltopeitoral. 
Os linfáticos do membro inferior compreendem os coletores superficiais satélites das safenas interna e 
externa e os coletores da região glútea. Os principais gânglios linfáticos do membro inferior são os 
gânglios inguinais, poplíteos, o gânglio tibial anterior, os gânglios ilíacos e lombo-aórticos. 
O tórax é drenado pela via anterointerna diretamente pelos gânglios situados na altura das articulações 
condroesternais. Os linfáticos da região abdominal média e supraumbilical se dirigem igualmente aos 
gânglios mamários internos. 
Os linfáticos da parede abdominal se dirigem da linha abdominal média infraumbilical aos grupos 
ganglionares inguinais correspondentes. 
A face posterior do tórax é drenada em direção aos gânglios axilares; em direção aos grupos 
subescapulares homolaterais. 
 
 
 
 
 
 
EDEMA: 
O termo edema refere-se ao acúmulo de quantidades anormais de líquido nos espaços intercelulares ou 
nas cavidades do organismo. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como aumento de volume dos 
tecidos que cedem facilmente à pressão localizada, dando origem a uma depressão que rapidamente 
desaparece. Microscopicamente, o edema se expressa por alargamento dos espaços entre os 
constituintes celulares. 
A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão capilar, da pressão do líquido 
intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade dos capilares, do número de capilares ativos, do fluxo 
linfático e do volume total de líquido extracelular. O surgimento do edema está ligado à circulação 
linfática, seja diretamente, em consequência do aumento do aporte líquido, ou indiretamente, em 
consequência de uma patologia linfática específica. 
Existem dois extremos de edema: um ligado ao excesso de aporte de líquido e outro causado por 
insuficiência da rede de evacuação. Esse edema ligado ao excesso de aporte de líquido é de origem 
vascular. Clinicamente, ele apresenta o sinal de Godet ou cacifo, ou seja, uma pressão aplicada com o 
dedo o deprime e, após a supressão dessa pressão, a depressão persiste. O outro tipo de edema ocorre 
quando a drenagem é insuficiente, enquanto o aporte de filtragem é normal. As vias linfáticas possuem 
um poder de adaptação muito grande: elas podem drenar uma média de 24 a 30 litros de linfa por dia. 
Pode ocorrer, entretanto, que, apesar de tudo, a rede seja insuficiente. O edema se instala, se organiza e 
se torna fibroso, e as possibilidades de evacuação dependerão do seu grau de evolução e de organização. 
Clinicamente, ele não apresenta o sinal de Godet, não sendo, dessa forma, possível deslocá-lo por meio 
de pressões. 
FISIOPATOLOGIA DO EDEMA: 
O estudo da fisiopatologia do edema deve ser feito levando-se em conta as principais causas desse sinal. 
Em condições normais, os gradientes sangue-interstício de pressão hidrostática e oncótica e a drenagem 
linfática são os responsáveis pela filtração e absorção de líquidos na microcirculação sem que haja 
acúmulo excessivo de água no interstício. O edema se forma quando surgem transtornos nesses 
componentes. 
A origem dos edemas está relacionada com os seguintes fatores: aumento da pressão hidrostática do 
sangue na microcirculação; redução da pressão oncótica (coloidosmótica) das proteínas plasmáticas; 
permeabilidade vascular aumentada; alterações da drenagem linfática; alterações do interstício; retenção 
renal de sódio e água. Os edemas podem resultar da ação isolada de qualquer dos fatores citados, mas é 
mais frequente e grave quando há participação de mais de um deles. 
 
AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA: 
A pressão hidrostática varia em virtude da posição do indivíduo. Ela irá aumentar nas veias ao se assumir 
a posição ortostática, será nula ao nível da safena interna ao deitar-se e poderá atingir valores negativos 
quando o indivíduo estiver deitado com os membros inferiores levantados. O aumento da pressão 
hidrostática facilita a filtração líquida para o interstício. Qualquer variação na dinâmica do transporte de 
líquido ao nível da membrana capilar que puder aumentar a pressão do líquido intersticial desde seu valor 
normal negativo de - 6 mmHg até valor positivo irá produzir edema. 
O aumento da pressão hidrostática relaciona-se a hiperemia ativa ou passiva (com suas diversas causas, 
como calor, traumas, inflamações, varizes, oclusões venosas etc.). O edema assim determinado pode ser 
localizado (por exemplo, as obstruções venosas) ou generalizado (por exemplo, na insuficiência cardíaca 
congestiva). 
 
REDUÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA: 
A pressão oncótica está ligada à presença de proteínas em oposição à filtração capilar, exercendo, em 
condições normais, uma pressão de aproximadamente 25 mmHg. Qualquer diminuição das proteínas 
“circulantes” terá como consequência a diminuição da pressão oncótica que se opõe à filtragem. Disso 
resulta que a diminuição das proteínas plasmáticas aumenta a filtragem e diminui a reabsorção. 
 
AUMENTO DA PERMEABILIDADE CAPILAR: 
O aumento da permeabilidade traduz-se, morfologicamente, por ampliação dos espaços interendoteliais, 
aumento da atividade pinocitótica do endotélio e adelgaçamento da parede vascular. Quando o aumento 
da permeabilidade ocorre, não apenas o líquido vaza muito rapidamente dos capilares para os espaços 
teciduais, como também ocorre escapamento das proteínas plasmáticas, que se acumulam, em excesso, 
nos espaços intersticiais. Por conseguinte, a permeabilidade capilar aumentada pode ser causa de edema 
por pelo menos três fatores diferentes: vazamento excessivo de líquido pelos poros dilatados para os 
espaços intersticiais; pressão coloidosmótica plasmática diminuída, pela perda de proteína; e pressão 
coloidosmótica intersticial aumentada, pelo acúmulo de proteína. 
 
OBSTRUÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA (LINFEDEMA): 
Na maioria dos edemas, o fluxo da linfa aumenta consideravelmente, indicando que o sistema linfático 
desempenha nesses casos, papel antiedema. Desde que o sistema linfático permaneça em condições de 
exercer sua função, a maior oferta de líquido ao interstício ou a menor reabsorção de líquido pelos vasos 
sanguíneos é compensada pelo aumento da drenagem linfática; o edema só aparece quando é 
ultrapassada a capacidade de compensação do sistema linfático. 
A interferência com a drenagem linfática é uma causa óbvia de expansão do líquido intersticial. A causa 
mais grave para essa condição é o bloqueio dos linfáticos, que impede o retorno normal das proteínas à 
circulação. 
Embora o revestimento endotelial normal seja impermeável à passagem de proteínas, uma pequena 
quantidade de albumina passa para o espaço intersticial juntamente com a troca de líquido entre os 
compartimentos vascular e intersticial. Com a obstrução linfática, nem a pequena quantidade de líquido 
perdida docompartimento intravascular, nem a proteína de dentro do líquido intersticial consegue sair, 
assim reduzindo a pressão osmótica efetiva do sangue. Desse modo surge o linfedema. 
 
 AUMENTO DA PRESSÃO COLOIDOSMÓTICA DO LÍQUIDO INTERSTICIAL: 
Quando aumenta a permeabilidade capilar para macromoléculas e cresce o conteúdo em proteínas no 
interstício, a pressão oncótica intersticial eleva-se, favorecendo a retenção de líquido. As proteínas que 
vazam através das paredes capilares vão ficar gradualmente acumuladas nos espaços intersticiais até que 
a pressão coloidosmótica intersticial adquira valor próximo da pressão coloidosmótica plasmática. Como 
resultado, os capilares perdem sua capacidade osmótica normal de reter líquido na circulação, de modo 
que esse líquido passa a ficar acumulado nos tecidos. Dessa forma, a pressão oncótica plasmática diminui 
e a pressão oncótica do líquido intersticial aumenta, levando ao acúmulo de líquido nos espaços 
intersticiais e à consequente formação de edema. 
 
LINFEDEMA: 
Desenvolve-se a partir de um desequilíbrio entre a demanda linfática e a capacidade do sistema em 
drenar a linfa. Sendo as proteínas de alto peso molecular extravasadas para o interstício e absorvidas 
exclusivamente pelo sistema linfático inicial, no momento em que ele perde sua capacidade de 
escoamento, por destruição ou obstrução da via linfática em algum ponto de seu trajeto, ocorre a 
estagnação da linfa no vaso, e posterior extravasamento de volta ao interstício. 
O aumento da concentração de proteínas no meio vascular causado pelo extravasamento e não 
absorção delas gera alteração da pressão osmótica e acarreta a presença definitiva de fluido no 
interstício, o que constitui o linfedema. Uma vez que a linfa é um fluido com altas concentrações de 
proteínas, sua presença no interstício propicia a proliferação e cultura de germes, tornando o membro 
acometido sujeito a episódios de infecção, cada uma delas aumentando a perda de vasos linfáticos. 
A presença de proteínas gera também fibrose, tornando o edema mais duro e menos responsivo a 
drenagem postural. Estudos indicam que o linfedema é o resultado de uma combinação de fatores, e 
não de uma única causa. Podem ser classificados quanto à: 
• origem – podem ser primários ou secundários. Quando primários, são subdivididos 
em precoce e congênito. O linfedema precoce é de etiologia desconhecida, ocorre nos 
membros inferiores, podendo ser decorrente de desequilíbrios hormonais ou falhas no 
desenvolvimento dos vasos linfáticos. O linfedema congênito aparece ao nascimento, sendo 
caracterizado por uma estrutura inadequada dos vasos linfáticos. São secundários quando 
decorrem de causas externas (lesões teciduais; patologias como a filariose, insuficiência 
venosa, erisipela, linfangites ou celulites; quadros infecciosos e inflamatórios e efeitos 
colaterais de tratamentos oncológicos); 
• instalação e aos achados clínicos – podem ser classificados como: agudos, os linfedemas 
moderados e transitórios que ocorrem nos primeiros dias após a cirurgia como resultado da 
incisão dos canais linfáticos; ou crônicos, que é a forma mais comum, sendo usualmente 
insidioso, com ausência de dor, não sendo associado a eritemas, normalmente, irreversível; 
• intensidade – o linfedema pode ser classificado em fases de I a IV. Os linfedemas de fase I são 
os que se desenvolvem após atividades físicas ou ao final do dia e melhoram espontaneamente 
ao repouso e aos estímulos linfáticos. Os de fase II são espontaneamente irreversíveis, mas 
podem ser controlados com terapêuticas apropriadas. Os de fase III são irreversíveis e mais 
graves. Apresentam grau elevado de fibrose linfostática com grande estagnação da linfa nos 
vasos e capilares. Possuem alterações de pele importantes, tornando-se vulneráveis a 
erisipelas, eczemas, papilomatoses e fistulas linfáticas. Os de fase IV são as chamadas 
elefantíases, sendo irreversíveis e apresentam complicações como papilomatose, queratoses, 
fistulas linfáticas e angiomas. Traduz a total falência dos vasos linfáticos; 
• topografia – o linfedema de grau A ocorre em pacientes que permanecem a maior parte do 
tempo sem edema, sendo portadoras de uma insuficiência linfática crônica e compensada, 
apresentando todas as medidas simétricas iguais e com ausência de edema em dorso de mão. 
O linfedema de grau B ocorre em pacientes permanentemente com edemas suaves, sem 
modificações estruturais da pele e do tecido celular, tendo pelo menos uma medida desigual 
no braço, antebraço ou mão. O linfedema de grau C ocorre em pacientes com modificações 
estruturais definitivas da pele e tecido celular, consistindo as verdadeiras elefantíases 
cirúrgicas. 
 
A MASSAGEM TERAPÊUTICA 
A palavra masage data da Antiguidade e pode ser derivada de raízes de diferentes línguas, como o termo 
grego massein, que se traduz como amassar, o termo hebraico massech ou o termo árabe mass, com o 
significado de palpar. O termo francês masseur foi utilizado na língua inglesa com o significado atribuído 
aos praticantes de diferentes técnicas. 
O homem utiliza a massagem como recurso terapêutico desde os tempos pré-históricos. A utilização da 
massagem na prática médica foi descrita por Homero em 1200 a.C. e por Hipócrates em 460 a.C. Era usada 
nos banhos pelos gregos e romanos para assegurar saúde e beleza. 
Em tempos mais recentes foi desenvolvida e elaborada por Peter Ling, da Suécia, e Mezger, da Holanda. 
Posteriormente seus defensores foram Weir Mitchell e Kellogg, nos Estados Unidos, e Cyriax e Mennel, 
na Inglaterra. 
A massagem terapêutica pode ser definida como uma compressão metódica e rítmica do corpo, ou parte 
dele, para que se obtenham efeitos terapêuticos. É um conjunto de diversas técnicas manuais que atuam 
nos tecidos corporais, com efeito, sob os sistemas: nervoso, muscular, circulatório e energético. 
Com objetivo de promover o alívio do estresse ocasionando relaxamento, mobilizando estruturas 
variadas, aliviando a dor, diminuindo o edema, prevenindo deformidades, além de promover a 
independência funcional em um indivíduo que tenha um problema de saúde específico. 
 
Existem diversos tipos de massagens oriundas de diversas técnicas, porém todas são derivadas de 
movimentos primários que fazem parte da técnica denominada de massagem clássica. Os 
movimentos básicos da massagem clássica são derivados principalmente de termos franceses, como: 
deslizamento ou alisamento, superficial e profundo (effleurage), amassamento (petrissage), percussão 
(tapotment); entre outros, como a fricção e a vibração. 
 
A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
HISTÓRICO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL: 
Já na Antiguidade, os médicos possuíam noções sobre a linfa e os vasos linfáticos, sendo conhecidos desde 
as primeiras dissecações feitas por Hipócrates (450 a.C.) e posteriormente Vesalius (no século XVI). No 
século XVII, porém, foi que alguns anatomistas descobriram e estudaram a linfa e os vasos linfáticos. Em 
1651, Pecquet observou o ducto linfático descrevendo a “Cisterna Chyli”, comprovando que o quilo não 
é drenado para o fígado e sim para um local determinado que mais tarde recebeu o nome de “Cisterna 
de Pecquet”. 
Em 1628, Gassend fez uma descrição de veias leitosas que observou no cadáver de um condenado à 
morte, porém, a descoberta da importância e das funções da linfa é creditada ao anatomista dinamarquês 
Thomas Bartholin, que comparou em seu trabalho a circulação linfática ao fértil vale do rio Nilo. 
O primeiro relato de utilização da drenagem linfática data de 1892, quando o cirurgião austríaco 
Winiwarter iniciou a aplicação da técnica. Em 1936, o dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid 
desenvolveram o estudo e a prática da drenagem linfática na Riviera Francesa. Observou-se sucesso no 
tratamento de pacientes com estados gripais crônicos por meio de estimulação suave nos linfonodos 
cervicais. 
Em 1967, foi criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual, incorporada em 1976 à Sociedade Alemã 
deLinfologia. Muitos grupos aderiram à técnica e passaram a difundi-la, acrescentando contribuições 
individuais, porém mantendo os princípios preconizados por Vodder. 
Na década de 60, Foldi estudou as vias linfáticas da cabeça e suas relações com o líquor cerebroespinhal. 
Ele e sua equipe desenvolveram a terapia complexa descongestiva, associando cuidados higiênicos, o uso 
de bandagens compressivas e exercícios linfomiocinéticos à drenagem linfática manual, principalmente 
no tratamento clínico do linfedema. 
Em 1977, os professores Albert e Oliver Leduc adaptaram o método do professor Foldi e do doutor 
Vodder, demonstrando, por radioscopia, o efeito de aceleração do fluxo linfático mediante drenagem 
linfática manual. 
Em 1978, num Congresso Internacional da Associação para Drenagem Linfática Manual, na Áustria, 
comprovou-se a eficácia da drenagem linfática manual em pacientes pósmastectomizadas. 
Atualmente, a técnica de drenagem linfática manual difundiu-se por todo o mundo e é utilizada em 
diversos serviços de saúde para o tratamento de muitas patologias. 
 
CONCEITOS GERAIS: 
A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem altamente especializada, representada por um 
conjunto de manobras suaves, lentas e rítmicas muito específicas, que atuam basicamente sobre o 
sistema linfático superficial, visando drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e 
dentro dos vasos, através das anastomoses superficiais. Objetiva aumentar a atividade linfocinética dos 
canais linfáticos normais e a motricidade do linfangion além do relaxamento e/ou amolecimento do tecido 
conjuntivo alterado. 
Para ser efetiva, a drenagem linfática manual deve ser aplicada por profissional habilitado em linfoterapia, 
que conheça bem a anatomia, fisiologia e patologias linfáticas e que saiba aplicar com segurança todos os 
componentes da técnica. Ao executar a drenagem linfática manual é preponderante observar aspectos 
como o ritmo, a característica e a pressão das manobras, a harmonia dos movimentos e o sentido orgânico 
do fluxo linfático. 
Se corretamente executada, a drenagem pode estimular a abertura dos linfáticos iniciais e aumentar o 
volume do fluxo da linfa em até 20 vezes. 
 
 
 
 
EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
Os efeitos da drenagem linfática estão baseados nos mecanismos fisiológicos de 
pressões existentes entre os tecidos e os vasos sanguíneos e linfáticos. Os sistemas 
neurovegetativo, imunológico e vascular sofrem influência direta dessa técnica. A 
drenagem linfática influencia diretamente: 
• as respostas imunes – estimulando a produção e a renovação das células de 
defesa do organismo; 
• a velocidade de filtração da linfa – a drenagem linfática induz o aumento do 
fluxo linfático e consequentemente proporciona o aumento da velocidade com 
que a linfa passa pelo linfonodo; 
• filtração e absorção dos capilares sanguíneos – a pressão exercida pela 
massagem, sobretudo na fase de captação, atua também sobre o sistema 
circulatório sanguíneo; 
• quantidade de linfa processada pelos gânglios linfáticos – em decorrência do 
aumento do fluxo linfático e do volume de linfa circulante, a quantidade de 
linfa processada pelos gânglios será maior; 
• motricidade intestinal – as massagens abdominais realizadas no trajeto 
intestinal aumentam a motricidade das alças e as condições de absorção 
intestinal; 
• sistema nervoso autônomo – a drenagem linfática exerce efeito vagotônico 
com ação sedante e analgésica sobre as estruturas tratadas, devido à ativação 
do sistema nervoso parassimpático; 
• previne a formação de fibrose tecidual – por causa da remoção de proteínas do 
interstício; 
• promove um retorno mais rápido da sensibilidade fina - dos retalhos 
decolados em cirurgias. 
 
A drenagem linfática influencia indiretamente no(a): 
• aumento da quantidade de líquido excretado – a drenagem linfática favorece o 
escoamento de líquidos congestionados nos tecidos; 
• melhora da nutrição celular – a drenagem linfática aumenta a captação de 
oxigênio pelos tecidos, favorecendo a nutrição celular; 
• melhora da oxigenação tecidual – a drenagem linfática reduz o edema, 
facilitando o aporte de sangue arterializado; 
• desintoxicação dos tecidos intersticiais – a retirada de líquido intersticial 
acumulado favorece a troca e o aporte de substâncias importantes ao 
organismo, possibilitando a renovação do líquido intersticial nos tecidos que 
sofreram influência da drenagem linfática; 
• eliminação de ácido lático da musculatura esquelética – a drenagem linfática 
manual acelera o fluxo linfático, colaborando com a excreção do ácido lático 
acumulado em músculos fatigados, diminuindo o tempo de dor; 
• absorção dos nutrientes pelo trato digestivo – os alimentos ingeridos e 
processados sofrem o processo de reabsorção de gorduras através do sistema 
linfático. 
 
 
 
 
 
INDICAÇÕES 
É indicada para: 
• edemas e linfedemas – a drenagem linfática age ativando a circulação sanguínea propiciando a 
redução do linfedema e regeneração do sistema linfático. A depender do estágio da disfunção 
podem ser necessárias medidas auxiliares como o uso de enfaixamento compressivo e 
contenções elásticas; 
• fibro edema geloide e lipoesclerose – a drenagem linfática auxilia a evacuação de líquidos 
proteicos e toxinas que tornam o tecido acometido pela patologia edemaciado e com aderências, 
normalizando o pH intersticial e favorecendo a nutrição e a oxigenação tissular; 
• insuficiência venosa crônica – a incontinência valvular, com estase ou refluxo, leva a rede 
linfática a se revelar insuficiente para drenar o líquido intersticial excessivo. Juntamente com 
esse excesso de líquido intersticial, há uma aglomeração anormal de proteínas e um aumento do 
número de leucócitos. A drenagem linfática auxilia na redução do edema de forma eficaz e 
rápida, eliminando o excesso de líquido do meio tissular para os vasos venosos e linfáticos; 
• cefaleias e nevralgias – a cefaleia do tipo tensional é a mais frequente entre todos os tipos. Essa 
modalidade de cefaleia tem como mecanismo fisiopatogênico a seguinte sequência de eventos: 
uma problemática psicológica desencadeia uma contração muscular que aliada a vasoconstrição 
leva à produção de catabólicos algogênicos, dando a dor como resultado final. A drenagem 
linfática manual aumenta a circulação local, além de promover relaxamento e sedação geral, 
contribuindo para a redução da dor e do espasmo muscular; 
• edemas gestacionais – durante o período gestacional ocorrem inúmeras modificações no 
organismo feminino para proporcionar ao feto o máximo de desenvolvimento e independência, 
o que põe à prova todo organismo da gestante, e que poderá levá-la a relatar inúmeras queixas. 
O edema de membros inferiores faz parte das queixas mais frequentes, e é acompanhado por 
vários ajustes secundários de outros sistemas. Seu surgimento está ligado à circulação linfática: 
seja diretamente, em consequência do aumento de aporte de líquido; ou indiretamente, em 
consequência de uma patologia linfática específica. A drenagem linfática manual é um recurso 
valioso para a prevenção e o tratamento dessa condição; 
• síndrome pré-menstrual – a sintomatologia característica da síndrome da tensão pré-menstrual, 
como cefaleia, mastalgia, fadiga, dores nas pernas e desconforto pélvico, irritabilidade e 
ansiedade desse período, podem ser amenizadas pela drenagem linfática; 
• tratamento pós-cirurgia plástica – na recuperação pós-cirúrgica, a técnica de drenagem linfática 
manual é empregada para drenar edemas, favorecer e acelerar a regeneração tecidual e aliviar 
quadros álgicos. Quanto mais precoce for o início da realização da drenagem linfática manual 
melhor e mais rápida a recuperação do paciente. A drenagem atua tanto na regressão do edema 
como na uniformização do tecido que está cicatrizando por baixo da pele, evitando ondulações 
e a formação de nódulos na região. A execução da massagem de drenagem no pós-operatório 
deveobedecer a alguns princípios: ser suave, para evitar possíveis lesões teciduais; evitar 
movimentos de deslizamento; seguir o trajeto das vias que não foram comprometidas pelo ato 
cirúrgico; elevação do segmento a ser drenado; ser realizada de modo que não promova um 
maior tensionamento na incisão cirúrgica, fixando-a com uma das mãos; 
• tratamento coadjuvante de cicatriz hipertrófica e queloideana; 
• enfermidades crônicas das vias aéreas como rinites, sinusites, faringites. 
 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
 
Existem contraindicações absolutas e relativas para a realização da drenagem linfática. Entre as 
contraindicações absolutas estão: 
• tumores malignos não controlados – pelo risco de disseminação de metástases da patologia 
por via linfática; 
• tuberculose – o bacilo desencadeador da tuberculose (bacilo de Koch) aloja-se nos gânglios 
linfáticos. Por conta da estimulação ganglionar, o bacilo pode voltar à atividade; 
• processos infecciosos e inflamatórios agudos – a aceleração do fluxo linfático pode disseminar 
a infecção; 
• edemas oriundos de insuficiências renais, hepáticas ou cardíacas não controlados – a 
sobrecarga de fluxo linfático originado pela drenagem linfática pode levar a congestão e 
falência das estruturas fragilizadas por patologia de base; 
• insuficiência renal aguda – ao aumentar o aporte de líquido a ser filtrado pelo rim, a drenagem 
linfática pode causar um colapso do sistema renal; 
• trombose venosa profunda, flebites e tromboflebites agudas – pelo risco de 
tromboembolismo; 
• erisipela em fase aguda – a aceleração do fluxo linfático pode disseminar a infecção. 
 
Entre as contraindicações relativas estão: 
• hipertireoidismo – a estimulação direta sobre a glândula pode alterar a secreção hormonal, 
portanto, a drenagem linfática deve ser realizada sem manipulação sobre a área da tireoide; 
• insuficiência cardíaca – o aumento do fluxo cardíaco ocasionado pela drenagem linfática pode 
ocasionar aumento do trabalho cardíaco e colapso do sistema, portanto, a drenagem linfática 
só deve ser realizada em pacientes compensados metabolicamente e com autorização do 
médico cardiologista; 
• menstruação abundante – a drenagem linfática tende a aumentar o fluxo menstrual, portanto, 
nesse período, convém evitar estimulação direta sobre a área abdominal; 
• asma brônquica e bronquite – deve-se evitar estimular a região esternal para não potencializar 
as crises; 
• hipotensão arterial – pacientes portadores de hipotensão arterial devem ser monitorados 
quanto à pressão, antes, durante e após os atendimentos de drenagem linfática; 
• afecções da pele – não massagear diretamente as áreas acometidas; 
• estados febris – a aceleração do fluxo linfático pode disseminar processos infecciosos. 
 
 
 
 
COMPONENTES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
 
Há regras na drenagem linfática manual que devem ser respeitadas para que 
seus efeitos positivos sejam obtidos. 
 
Pressão 
Na drenagem linfática manual procura-se atuar nos tecidos mais periféricos, por possuírem 70% dos 
capilares linfáticos existentes no corpo, forçando, por pressão, o líquido intersticial a tornar-se linfa que 
acabará impulsionando a linfa já existente no capilar linfático e nos vasos linfáticos mais profundos. 
Portanto, a pressão exercida deve ser suave o suficiente para alcançar os capilares linfáticos superficiais, 
sem atingir o tecido muscular, o que significa um valor aproximado de 40 mmHg. Como é difícil 
dimensionar esse valor, pode-se basear no aspecto da pele, que não deve apresentar hiperemia. A pressão 
deve ser bem menor do que a usada na massagem terapêutica tradicional. 
Direção 
A drenagem linfática manual deve sempre ser iniciada pelo segmento proximal, pelas manobras que 
facilitem a evacuação, feitas nos linfonodos regionais, e só então deve seguir para as manobras de 
reabsorção e captação. Realizadas ao longo das vias linfáticas e nas regiões de edemas, obtendo assim 
um esvaziamento prévio das vias pelas quais a linfa terá que fluir. 
Ritmo e frequência 
Os movimentos da massagem devem ser feitos de forma rítmica e lenta. A mão do terapeuta deve 
percorrer a área tratada lentamente com pressão suficiente para produzir os efeitos desejados sem causar 
lesão tecidual, num ritmo constante, sendo a direção do movimento centrípeta. O ritmo deve ser 
uniforme, regular e sempre adaptado ao tecido tratado. A cada movimento de bombeamento deve 
corresponder um intervalo de tempo de, no mínimo, um segundo. 
Repetição 
As manobras devem ser repetidas de quatro a seis vezes em cada local, havendo uma concentração maior 
de tempo, nos locais onde o edema for maior. 
Etapas 
Ao final de cada etapa (cinco manobras de movimentos circulares em cada local de uma região), procede-
se à drenagem da linfa para o local de início da manobra, seguindo-se ao mesmo caminho inicial. 
Caminho 
A pressão exercida deve seguir sempre o sentido fisiológico da drenagem. O trajeto das manobras segue 
a anatomia do local, orientado pelas vias linfáticas que estabelecem continuidade entre si, sempre tendo 
em suas extremidades um grupamento ganglionar. Há a necessidade de se drenar um local mais proximal 
para se avançar a um local mais distal. A massagem deve iniciarse pelas manobras que facilitem a 
evacuação, objetivando descongestionar as vias linfáticas, para isso, é de vital importância o 
conhecimento das vias de drenagem para o sucesso da terapia. 
Tempo 
A drenagem linfática é uma técnica lenta e que induz ao relaxamento, portanto, demanda certo tempo 
para ser aplicada. O tempo médio para drenagem de cada segmento é de cerca de 20 minutos; 
considerando-se variações como a presença de edema ou linfedema severo, condições nas quais pode ser 
necessário um tempo maior. 
Produto 
Existe um deslocamento natural da pele durante as manobras de drenagem linfática. Esse deslocamento 
é um importante componente na ativação do sistema linfático. Dessa forma, o uso de produtos 
deslizantes pode impedir ou dificultar a realização de algumas manobras. Em casos de ressecamento 
extremo da pele podem-se aplicar algumas gotas de óleo apenas para lubrificação cutânea. 
Manobras de evacuação 
O objetivo dessas manobras é proporcionar um aumento do fluxo linfático na região proximal, deixando-
a descongestionada e preparada para receber a linfa de regiões mais distais. Ao esvaziar essas vias, não 
haverá sobrecarga maior a esses vasos quando da realização das demais manobras. 
Nessa etapa, as manobras de drenagem linfática devem ser realizadas da região proximal para a distal. A 
região proximal corresponde à raiz do membro e a região distal corresponde ao seu extremo inferior. Por 
exemplo, a região proximal do membro inferior é a virilha e a região distal é o pé. 
A drenagem do membro inferior inicia com o descongestionamento dos linfonodos inguinais. Segue-se da 
região proximal da coxa até os linfonodos inguinais, sendo que cada manobra na coxa reinicia um pouco 
menos proximal até os linfonodos inguinais, sendo a última manobra da coxa, da região mais distal até os 
linfonodos inguinais 
Segue-se para o joelho, parte-se da mais proximal da perna até os linfonodos do joelho, para enfim chegar 
a mais distal até os linfonodos do joelho. Depois, para a parte mais proximal do pé até o tornozelo, para 
enfim chegar à sua região mais distal, até o tornozelo. Segue-se para os dedos do pé, sempre se iniciando 
da proximal até a articulação metatarso-falangeana, para enfim chegar a mais distal até a articulação 
metatarso-falangeana. Nesse ponto, termina a evacuação e começa a captação. 
Manobras de captação 
O objetivo das manobras de captação é absorver os líquidos excedentes das regiões com estase linfática 
e transportá-los pelos vasos em direção à circulação venosa. Nessa etapa, as manobras devem ser 
realizadas da região distal de cada membro para a proximal, sempre no sentido da circulação de 
retorno. No membro inferior, inicia-se na região distal dos dedos até a articulação metatarsofalangeana;segue-se para o pé, inicia-se na região distal do pé até o tornozelo; segue-se para a perna, inicia-se na 
região distal até o joelho; segue-se para o joelho, inicia-se na região distal até a proximal e após 
descongestiona-se os linfonodos; segue-se para a coxa; inicia-se na região distal até a virilha e, depois, 
descongestiona-se os linfonodos. 
 
A DRENAGEM LINFÁTICA REVERSA 
Em cirurgias com incisões amplas, especialmente em cirurgias plásticas, existe uma interrupção dos vasos 
linfáticos superficiais prejudicando a drenagem linfática fisiológica dos líquidos. Ao realizar a drenagem 
linfática no sentido clássico podem surgir edemas pericicatriciais, uma vez que as vias não estão íntegras, 
promovendo uma tensão indesejável no local da lesão. 
Propôs-se, então, a utilização de outras vias para escoamento da linfa, que estejam íntegras. A essa 
técnica denominou-se drenagem linfática reversa. Em intervenções como as abdominoplastias, por 
exemplo, a drenagem da linfa dos quadrantes inferiores do abdome (que confluem para a região inguinal) 
fica interrompida pela retirada do tecido, restando íntegras apenas as vias dos quadrantes superiores (que 
confluem para os linfonodos axilares). 
Essa técnica foi bem fundamentada, já que nos procedimentos cirúrgicos exemplificados ocorrem 
rompimentos importantes de vasos arteriais, venosos e linfáticos, promovendo a obstrução da circulação 
linfática superficial e, às vezes, a profunda também fica comprometida, com infecções e necroses. Os 
edemas resultantes desses procedimentos são frequentemente observados. 
O termo reversa pode dar uma falsa ideia de que o fluxo da linfa pode ser invertido, o que não ocorre, 
pois o sistema linfático é um “sistema de mão única”. Porém, existe uma densa rede de capilares linfáticos 
que se anastomosam e se intercomunicam livremente, absorvendo e conduzindo a linfa a várias direções. 
Portanto, as linhas divisórias das áreas linfáticas delimitam as distintas zonas linfáticas, formando 
quadrantes ou áreas linfáticas com zonas de esvaziamento independentes. 
Entre essas zonas existem comunicações chamadas anastomoses, que permitem em caso de necessidade 
desviar o líquido edematoso de uma área a outra: são as anastomoses linfolinfáticas. Essas anastomoses, 
em situações de necessidade, podem ser estimuladas por meio de manobras manuais, isto é, por 
drenagem reversa, que encaminham a linfa para a direção pretendida. 
A drenagem linfática reversa deve ser realizada até a reconstituição dos vasos, fato que ocorre cerca de 
30 dias após a intervenção cirúrgica. 
 
 
MEDIDAS COMPLEMENTARES PARA O TRATAMENTO DO LINFEDEMA 
Em casos de linfedemas importantes, sobretudo após cirurgias de dissecção axilar ou na presença de 
patologias específicas do sistema linfático, pode ser necessárias a utilização de medidas complementares 
para o controle da disfunção, como a utilização do enfaixamento compressivo. 
O enfaixamento é realizado logo após a drenagem linfática com o objetivo de manter a diminuição do 
edema conseguida por meio do procedimento. Normalmente utilizam-se faixas de material pouco elástico 
e com pouca pressão. A pele é envolvida em uma malha de tecido para proteção e a seguir é recoberta 
por espumas e enchimentos próximos às articulações e saliências ósseas, para evitar que ocorram 
compressões. 
Na camada seguinte utiliza-se atadura de crepom para fixar os enchimentos no local e não permitir a 
movimentação. Finalmente aplicam-se as ataduras inelásticas, começando o enfaixamento a partir das 
articulações metacarpofalangeanas. Com o uso de várias camadas de faixas, realiza-se o ajuste de maneira 
a proporcionar maior pressão às porções mais distais dos membros e menor pressão às porções 
proximais. 
Também são importantes os exercícios miocinéticos. Esses exercícios são realizados com o membro 
enfaixado com ataduras elásticas. Quando o linfedema estiver mais controlado, a frequência da terapia 
de drenagem linfática e o enfaixamento compressivo vão sendo reduzidos e gradativamente substituídos 
pela utilização de contenções elásticas. 
 
AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL PARA REALIZAÇÃO DA DRENAGEM 
LINFÁTICA 
Para a realização segura da técnica de drenagem linfática é importante uma avaliação funcional prévia do 
paciente e de suas condições clínicas. Quando da presença de alguma alteração sistêmica importante ou 
patologia de base, a liberação do médico responsável torna-se relevante. Os itens que compõem a 
avaliação são apresentados a seguir. 
 
ANAMNESE 
 
Uma anamnese detalhada é importante pela influência que os hábitos diários e antecedentes 
patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a instalação e evolução de diversas disfunções. 
Pode ser estruturada em tópicos: 
• identificação do paciente – coleta de dados pessoais, como nome, endereço, telefone, além de 
idade, sexo, raça e profissão; 
• história clínica – o paciente deve ser questionado a respeito de ser portador de patologias 
sistêmicas/metabólicas, como: diabetes; hiper ou hipotensão arterial; alterações cardíacas ou 
vasculares; neoplasias; hiper ou hipotireoidismo; asma brônquica; alterações renais; hemofilia, 
distúrbios neurovegetativos; afecções cutâneas; alergias, entre outras; 
• patologias linfáticas de base – questionar o paciente com relação à presença de patologias 
linfáticas congênitas ou adquiridas, prévias à ocorrência dos edemas; 
• medicamentos em uso – é importante questionar o paciente a respeito do uso de medicamentos 
que possam ser indicativos do controle de alguma patologia; 
• estresse/ansiedade – é importante questionar o paciente em relação a sintomas de ansiedade; 
• qualidade do sono – deve-se questionar sobre a qualidade do sono, qualificando-a em ruim, 
regular ou boa; 
• prática regular de atividade física – se o paciente não realiza atividade física regular deve ser 
firmemente aconselhado a fazê-la, caso não existam patologias específicas que o impeçam. O 
exercício físico é parte do tratamento do linfedema; 
• menopausa/método contraceptivo – a paciente deve ser questionada em relação à utilização 
de hormônios que possam ser desencadeadores de edemas linfáticos; 
• sintomatologia – a sintomatologia dos edemas linfáticos pode incluir fadiga, astenia, sensação 
de peso nos membros, tensão, dores espontâneas e à palpação; 
• história cirúrgica (caso o linfedema seja decorrente de dissecção axilar/mastectomia ou 
cirurgia plástica) – questionar a respeito do tipo e data do procedimento, inclusão ou não de 
prótese, nome do cirurgião responsável, tempo de internação e tipo de anestesia, medicamentos 
em uso, recomendações médicas e restrições, intercorrências cirúrgicas, localização e aparência 
da cicatriz, sensibilidade local e sinais clínicos; 
• história obstétrica – se paciente do sexo feminino, questionar a respeito de gestações anteriores 
(ganho de peso, uso de cinta, alterações posturais, surgimento de estrias e flacidez); se gestante, 
questionar a respeito do tempo gestacional e possível intercorrência e sintomatologias 
presentes; 
• história do período menstrual – se paciente do sexo feminino, questionar a respeito da presença 
de sintomatologia dolorosa e incômodo durante o período menstrual (cefaleia, mastalgia, fadiga, 
dores nas pernas e desconforto pélvico, irritabilidade e ansiedade); 
• tratamentos anteriores (tipo, duração, objetivos, resultados) – é importante questionar o 
paciente em relação às suas experiências anteriores e expectativas para que todos os pontos do 
tratamento possam ser suficientemente esclarecidos e todas as dúvidas sanadas. 
 
EXAME FÍSICO 
Dividido em inspeção e palpação, devendo ser iniciado pela inspeção. Nesse item, são observados 
critérios como posição antálgica, edemas, hematomas, equimoses; e são avaliados de acordo com sua 
presença, ausência e localização. O critério “cicatrizes” se refere à localização, enquanto o “aspecto da 
pele” analisa a cor e o tônus. Um dos pontos mais importantes do exame físico se refere

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