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3 2 - Divisão eferente- Controle autonômico e motor somático

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Divisão eferente: Controle autonômico e 
motor somático.
APRESENTAÇÃO
O sistema nervoso periférico pode ser subdividido em sistema nervoso somático, o qual controla 
os músculos esqueléticos, e sistema nervoso autônomo, o qual controla o músculo liso e 
cardíaco, diversas glândulas e parte do sistema adiposo. 
Nesta Unidade de Aprendizagem abordaremos os aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema 
nervoso somático e do sistema nervoso autônomo. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as subdivisões do sistema nervoso periférico;•
Listar as principais funções do sistema nervoso periférico;•
Reconhecer as diferenças entre os sistemas simpático e parassimpático e seus respectivos 
neurotransmissores.
•
DESAFIO
Considere a seguinte situação hipotética: você é profissional da área da saúde e recebe uma 
paciente mulher, de 35 anos, que relata ter sido picada por uma vespa, na região do braço, em 
um almoço ao ar livre. A paciente relata que alguns minutos após a picada sentiu que sua 
garganta começou a inchar e que após isso também começou a sentir dificuldade em respirar. A 
região da picada ficou muito inflamada. Diz que já passou por experiências semelhantes 
anteriormente e que é alérgica à picada de insetos. Você e sua equipe devem agir rapidamente. 
Levando em consideração que a paciente manifestou bronco constrição devido ao veneno da 
vespa, qual seria mais útil no alívio do sintoma de dispneia, a administração de acetilcolina ou a 
adrenalina? Explique por quê. 
INFOGRÁFICO
O esquema mostra a subdivisão do Sistema Nervoso Periférico
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
 
BIOFÍSICA E 
FISIOLOGIA
Camilla Lazzaretti
Divisão eferente: 
controle autonômico 
e motor somático
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as subdivisões do sistema nervoso periférico.
 � Listar as principais funções do sistema nervoso periférico.
 � Reconhecer as diferenças entre os sistemas simpático e parassimpático 
e seus respectivos neurotransmissores.
Introdução
O sistema nervoso é composto por duas partes importantes, o sistema 
nervoso central (SNC), constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, 
e o sistema nervoso periférico (SNP), que compreende todos os tecidos 
nervosos fora do SNC. O SNP coleta informações corporais periféricas por 
meio dos nervos cranianos e espinhais, para fazer a integração e a geração 
de respostas específicas pelo SNC na manutenção da homeostase. 
Tanto o que sentimos na pele, como um “cutucão”, quanto o que 
sentimos nos órgãos viscerais, como uma dor de barriga, por exemplo, 
são informações sensoriais enviadas pelo SNP e integradas pelo SNC. 
Da mesma maneira, as atividades motoras que realizamos no cotidiano, 
o ato de caminhar, correr, escovar os dentes e o processo digestório, 
são realizadas pelo SNP; sem ele os comandos encefálicos estariam sem 
execução.
Neste capítulo, você vai estudar os componentes do SNP e suas lo-
calizações estruturais. Também irá estudar os mecanismos funcionais e 
as importantes características de neurotransmissão química efetora das 
funções sensoriais e motoras, da periferia e dos órgãos viscerais. 
Subdivisões do sistema nervoso periférico
O SNC inclui o encéfalo e a medula espinal (também chamada de medula 
espinhal); já o SNP é representado por estruturas fora do SNC, isto é, ner-
vos periféricos e cranianos. Especificamente, o SNP engloba receptores 
sensoriais, nervos, gânglios, plexos e terminações motoras (somáticas e 
viscerais). Funcionalmente, o SNP pode ser subdivido em divisão sensorial 
(aferente), que leva informações deste cunho para o SNC de locais externos 
e internos; divisão motora (eferente), que transmite informações do SNC 
para a musculatura esquelética e órgãos viscerais. A divisão motora ainda 
pode ser delimitada em um componente voluntário, denominado de sistema 
nervoso somático (SNS), e outro involuntário, nomeado de sistema nervoso 
autônomo (SNA), que serão abordados mais tarde neste capítulo. A Figura 1 
exemplifica a divisão do sistema nervoso e seus constituintes (VANPUTTE; 
REGAN; RUSSO, 2016; BECKER, 2018). 
As células existentes no SNP são semelhantes às do SNC; encontram-se 
presentes neurônios (sensoriais e motores), e células gliais. Entretanto, quando 
componentes do SNC, as células gliais são:
 � oligodendrócitos;
 � astrócitos;
 � micróglia;
 � células ependimárias. 
Já no SNP são observadas, segundo Becker (2018), Tortora e Derrickson 
(2017), Silverthorn (2017), Vanputte, Regan e Russo (2016), Marieb e Hoehn 
(2008):
 � as células satélites, que não produzem mielina e são formadoras de uma 
cápsula de suporte nos gânglios espinhais;
 � as células de Schwann, que são parte da bainha de mielina neuronal; 
a cada axônio podem ser observadas até 500 destas células.
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático2
Figura 1. Divisão do sistema nervoso em central e periférico.
Fonte: Adaptada de Vanputte, Regan e Russo (2016).
Basicamente, os axônios das fibras nervosas se organizam em feixes para 
formar os nervos, que inervam receptores sensoriais e terminações nervo-
sas motoras na musculatura (esquelética e visceral) e glândulas. Os nervos 
organizam-se em espinhais e cranianos. Os nervos espinhais são 31 pares 
que inervam estruturas a partir da medula espinal, compostos de duas raízes 
nervosas, a dorsal (sensorial) e a ventral (motora). Essas raízes emergem 
da coluna por meio do forame intervertebral, formando assim um nervo 
misto. Na raiz dorsal há um gânglio, que contém os corpos celulares dos 
neurônios sensoriais. Já na raiz ventral os corpos neuronais estão contidos 
dentro da medula. Esses nervos levam a nomenclatura de acordo com sua 
origem (cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea). Os nervos cranianos, 
3Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
por sua vez, arranjam-se em 12 pares e realizam a conexão entre partes do 
encéfalo (tronco encefálico, bulbo olfatório e quiasma óptico) e estruturas 
ligadas a funções gustatórias, visuais, olfativas, auditivas (BECKER, 2018; 
VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; TORTORA; DERRICKSON, 2017; 
MARIEB; HOEHN, 2008).
Ao longo da trajetória de ambos os tipos de nervos (espinhais e cranianos) 
há vasos sanguíneos, para sua nutrição. Os axônios são revestidos de camadas 
de tecido conjuntivo denominadas endoneuro. Inúmeros endoneuros compõem 
os feixes nervosos chamados de fascículos, revestidos pelo perineuro. Exter-
namente, o nervo é recoberto pelo epineuro, que se funde com a dura-máter, 
a meninge mais externa da medula espinal que envolve o SNC (MARIEB; 
HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; TORTORA; DERRI-
CKSON, 2017).
A Figura 2 ilustra a estrutura de um nervo espinal.
Figura 2. Estrutura de um nervo espinal.
Fonte: Vanputte, Regan e Russo (2016, p. 411).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático4
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que provoca a destruição 
da bainha de mielina dos neurônios periféricos, o que pode ocorrer após infecções 
virais ou não. Com isso, o sistema imune reconhece e busca eliminar as proteínas da 
bainha de mielina (P0 e PMPP22), resultando em desmielinização. Sabe-se que a bainha 
de mielina promove a transmissão do potencial de ação pelo axônio, impedindo a 
dissipação de cargas elétricas para a parte externa do neurônio. Os sintomas dessa 
doença são paralisias faciais e dificuldade respiratória, sendo que alguns indivíduos 
acometidos podem necessitar de ventilação mecânica. Seu tratamento envolve a 
realização de plasmaférese e a administração de gamaglobulinas para a diminuição 
de autoanticorpos. 
Fonte: Kandel et al. (2014).
Os plexos são ramificações de extensas redes axonais nervosas e alguns 
corpos de neurônios fora do SNC, que, muitas vezes, não se estendem até as 
estruturas a serem inervadas e seunem a nervos próximos. A partir dos plexos, 
emergem nervos que suprem regiões específicas que dão nome aos principais 
deles: o plexo cervical realiza o suprimento nervoso da pele e da musculatura 
da parte posterior da cabeça até o diafragma; o plexo braquial é composto 
por inervação para membros superiores e músculos do pescoço e ombros; 
já o plexo lombar faz o suprimento nervoso genital, da parede abdominal e 
membros inferiores; e, finalmente, o plexo sacral perfaz os nervos de membros 
inferiores, região glútea e perineal (MARIEB; HOEHN, 2008; VANPUTTE; 
REGAN; RUSSO, 2016; TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
Divisão sensorial (aferente)
A informação sensorial deve ser detectada na periferia corporal e trafegar por 
vias ascendentes para a sua codificação e geração de respostas adequadas ao 
contexto específico que o indivíduo está inserido. Inúmeros são os estímulos 
sensoriais detectados por estruturas sensoriais. Para a detecção de estímulos e a 
geração de respostas, a informação sensorial deve trafegar três níveis para sua 
codificação, segundo Marieb e Hoen (2008) e Vanputte, Regan e Russo (2016).
5Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
 � a detecção inicial é realizada por receptores sensoriais, que são termi-
nações nervosas ou células livres que detectam estímulos de diferentes 
origens e estão localizadas na pele, musculatura, sistema articular, 
órgãos viscerais e órgão sensoriais especializados (olhos, orelhas);
 � a informação chega à parte dorsal da medula espinal, responsável 
pela transmissão das informações sensoriais ao encéfalo;
 � essa informação trafega por vias ascendentes na medula espinal com 
destino ao córtex somatossensorial encefálico, que realizará a integração 
e codificação da informação e, com isso, proporcionará o discernimento 
da natureza do estímulo, gerando respostas adequadas. 
A Figura 3 mostra o trajeto dos estímulos sensoriais.
De acordo com Marieb e Hoen (2008) e Vanputte, Regan e Russo (2016), 
cada tipo de receptor sensorial identifica estímulos particulares, como vemos 
a seguir.
 � Mecanorreceptores: detectam alterações quando há deformação 
mecânica tecidual (vibração, estiramento, toque, pressão, inclusive 
sanguínea).
 � Termorreceptores: constatam diferenças de temperatura.
 � Fotorreceptores: percebem energia luminosa.
 � Quimiorreceptores: reagem a substâncias químicas no ambiente, como 
odores ou alimentos sentidos pelo paladar.
 � Nociceptores: seu nome deriva de noci, que significa “lesão”; reconhe-
cem estímulos que tenham potencialidade de gerar dor, como alterações 
inflamatórias, de temperatura e pressão mecânica.
Você pode sentir a ação da divisão sensorial, por exemplo, quando toma 
uma xícara de chá com biscoitos. Imagine que, ao tocar a xícara nos lábios, 
você sente a textura da louça, bem como o líquido quente e o sabor do chá. 
Ao morder o biscoito, você sente o sabor e a maciez ou não da superfície 
da cobertura, junto do sabor. Todo esse cenário saboroso é possível porque 
os receptores sensoriais contidos nesse local fazem com que você detecte 
todas as características possíveis do seu lanche da tarde. Veja na Figura 4 
que as estruturas citadas neste exemplo possuem seus receptores sensoriais 
(KANDEL et al., 2014).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático6
Figura 3. Via sensorial ascendente. Note que os estímulos sensoriais são tato e dor, enviados 
por meio desta via até o córtex encefálico.
Fonte: Kandel et al. (2014, p. 430).
7Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Figura 4. Diferentes modalidades sensoriais são detectadas por receptores sensoriais 
localizados em várias estruturas do corpo humano.
Fonte: Kandel et al. (2014, p. 394).
Divisão motora (eferente)
As terminações motoras alcançam músculos e glândulas e proporcionam a 
atividade muscular ou secretória como resposta essencial para a homeostase 
corporal. A informação motora é transportada do encéfalo para a medula 
espinal por vias descendentes, que têm origem no SNC (córtex motor e tronco 
encefálico) e descem pela medula espinal até a inervação do órgão-alvo. 
Na parte ventral da medula espinal os corpos dos neurônios motores são 
encontrados, e fibras nervosas saem pela raiz anterior, partindo até o músculo 
esquelético ou órgãos viscerais. Acompanhe esse trajeto na Figura 5.
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático8
Figura 5. Vias motoras descendentes. Note a saída dos neurônios do SNC até a parte ventral 
da substância cinzenta da medula espinal.
Fonte: Adaptada de Marieb e Hoehn (2008).
9Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Com isso, a divisão do SNP eferente pode ainda ser subdividida conforme 
os fatores a seguir.
 � SNS: dito voluntário, isto é, o movimento muscular é realizado cons-
cientemente. Esta divisão promove a inervação de músculos esquelé-
ticos por meio de sinapses denominadas junções neuromusculares. 
Neste momento, você está lendo este texto e fazendo anotações em seu 
caderno, o movimento muscular exercido por seus dedos segurando a 
caneta e escrevendo palavras é de responsabilidade desta divisão motora 
somática. Esses movimentos são voluntários, pois você conscientemente 
pode inibi-los, isto é, parar de fazer anotações a qualquer momento.
 � SNA: é dito involuntário, pois suas ações controlam a musculatura lisa, 
glândulas e tecido muscular cardíaco, sem a necessidade de pensamento 
consciente para tal. Este componente autônomo ainda se dividir em 
duas partes:
 ■ sistema nervoso autônomo simpático (situações de estresse de “luta 
ou fuga”);
 ■ sistema nervoso autônomo parassimpático (funções de repouso e 
digestão).
Veja uma comparação entre o SNS e o SNA na Figura 6.
Essa divisão autônoma controla todas as nossas funções viscerais, e você 
já deve ter sentido essa parte do seu sistema nervoso agir. Imagine que você 
entrou em uma rua escura, à noite, com fama de perigosa. Você sente seu 
coração bater fortemente, e caso escute um som de passos caminhando atrás 
de você, talvez se apresse para sair logo dessa situação aversiva. Neste exem-
plo, o SNA simpático se sobrepôs e estimulou as funções de “luta ou fuga”, 
proporcionando que seu sistema cardíaco bombeasse mais sangue e, com 
isso, levasse um maior aporte de nutrientes aos músculos esqueléticos para 
que você caminhasse rápido ou corresse, caso visse que o perigo é eminente 
(Figura 6) (MARIEB; HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016). 
Atualmente já se tem estudado uma outra divisão do SNP, o sistema nervoso 
entérico. Este trabalha realizando reflexos locais para o controle de estímulos 
digestórios intestinais, com autonomia do SNC. Entretanto suas funções são 
também realizadas ou podem ser substituídas pelo sistema nervoso autônomo 
(SILVERTHORN, 2017; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático10
Figura 6. SNP via eferente, comparação entre a via somática e autônoma.
Fonte: Vanputte, Regan e Russo (2016, p. 364).
11Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Principais funções do sistema nervoso 
periférico 
Como já visto, o SNP conecta o SNC com a periferia corporal. É ele que 
detecta estímulos externos e internos para a integração pelo SNC e a gera-
ção de respostas apropriadas a cada contexto. Esses estímulos podem ser 
sensoriais, como um toque de um amigo em suas costas. Junto a isso, o SNP 
promove respostas motoras musculares de dois tipos, conforme descrito a seguir 
(SILVERTHORN, 2017; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; MARIEB; 
HOEHN, 2008).
 � Voluntárias: representadas pelo movimento consciente, como a prática 
de um esporte.
 � Involuntárias: representadas pela secreção glandular ou batimentos 
cardíacos.
Divisão aferente (sensorial)
Os receptores sensoriais detectam inúmeros estímulos, que são levados por 
meio de nervos sensoriais à parte dorsal da substância cinzenta medular, como 
visto na Figura 3. De lá realizam sinapses para o tráfego da informação por 
meio das viasascendentes medulares. Essas chegam ao córtex cerebral e são 
processadas em regiões específicas ao tipo de estímulo (MARIEB; HOEHN, 
2008). 
Os receptores sensoriais identificam alterações mecânicas, químicas, 
luminosas e de dor por meio de receptores sensoriais localizados em órgãos-
-alvo. Morfologicamente, esses receptores diferem em estrutura, podendo 
ser estruturados de acordo com as características a seguir e também como 
mostra a Figura 7.
 � Terminações nervosas livres ou não encapsuladas (discos de Merkel), 
que são fibras do tipo C, amielínicas que detectam diferentes tipos de 
estímulos.
 � Terminações encapsuladas, que são terminações neuronais envoltas 
em tecido conjuntivo, formando uma cápsula (corpúsculos de Pacini, 
Ruffini e Meissner).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático12
Figura 7. Classificação dos receptores sensoriais gerais quanto à estrutura e à função.
Fonte: Adaptada de Marieb e Hoehn (2008).
13Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
A maior parte dos receptores sensoriais são mecanorreceptores, pois a pele 
é sensível a toques de saliência de 0,006 mm de altura e 0,04 mm de largura, 
que sejam sentidos quando encostada por um dedo, por exemplo. Vejamos mais 
sobre eles (MARIEB; HOEHN, 2008; BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017).
 � Mecanorreceptores encapsulados: estão presentes em quase toda a 
extensão corporal, tanto na parte externa (pele) quanto na parte interna, 
em órgãos como o coração e vasos sanguíneos. São sensíveis à pressão, 
estiramento e flexão. Os primeiros a serem estudados são os corpúsculos 
de Pacini, que se localizam na derme (camada abaixo da epiderme) 
e respondem à pressão alta rápida realizada em um local (como um 
botão de liga/desliga). São de tamanho grande, podendo chegar a cerca 
de 2 mm, e se assemelham a uma cebola cortada. Os corpúsculos de 
Meissner são encapsulados finos com células de Schwann ao redor. 
Também chamados de corpúsculos táteis, auxiliam no tato discrimi-
nativo de toque leve. São encontrados em locais sem pelos na pele, 
abaixo da epiderme, nas papilas dérmicas (solas de pés, ponta de dedos). 
Os corpúsculos de Ruffini, localizados na derme e articulações, res-
pondem a pressões profundas e contínuas.
 � Mecanorreceptores não encapsulados ou terminações nervosas 
livres: essas terminações nervosas podem se acoplar a células epiteliais 
e adquirir formato de disco, sendo denominadas discos de Merkel. 
Atuam na discriminação do tato fino. Estes discos estão presentes, 
por exemplo, nos folículos pilosos — você pode sentir quando alguém 
mexe no seu cabelo, e a informação tátil daquele movimento é sentida 
por estes receptores.
Acompanhe na Figura 8 uma ilustração desses mecanorreceptores. 
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático14
Figura 8. Mecanorreceptores na epiderme e derme.
Fonte: Bear, Connors e Paradiso (2017, p. 417).
A escrita em Braille foi criada há aproximadamente 200 anos na França, em 1825, por 
Louis Braille, que na época era um jovem de 15 anos deficiente visual, que perdeu a visão 
por conta de um acidente na infância. O alfabeto em Braille consiste em combinações 
de 63 caracteres circulares, escritos em alto relevo para a leitura com a ponta dos 
dedos. Nesse caso, o sistema sensorial periférico é extremamente importante, pois a 
pele é especializada na sensibilidade de pontos salientes com apenas 0,006 mm de 
altura e 0,04mm de largura, e a escrita em Braille é 167 vezes maior do que o limite de 
sensibilidade das pontas dos dedos (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017).
15Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Fonte: Andrii_M/Shutterstock.com.
As estruturas musculares, tendões, articulações e órgãos dos sentidos 
(olhos, nariz, orelhas) possuem seus próprios receptores sensoriais, que são 
estimulados por alterações específicas — distensão e excesso de carga mus-
cular, imagens, odores e sons (MARIEB; HOEHN, 2008; BEAR; CONNORS; 
PARADISO, 2017). Entretanto, neste capítulo abordaremos com detalhes 
somente aqueles relacionados à pele.
Divisão eferente (motora)
A divisão eferente representa a inervação motora realizada por fibras que 
possuem origens na substância cinzenta medular, como vimos na Figura 5. 
Essas fibras inervam estruturas de controle voluntário (SNP somático reali-
zando sinapses na musculatura esquelética) e involuntário (SNA com sinapses 
em glândulas, tecido muscular liso e cardíaco) (TORTORA; DERRICKSON, 
2017; BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 
2016). Acompanhe:
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático16
 � SNP somático: o músculo esquelético é denominado assim, pois está 
aderido aos ossos e realiza os movimentos corporais voluntários, como 
correr e caminhar. As fibras musculares são comandadas pelo neurônio 
motor alfa, que contém seus corpos celulares na parte ventral da subs-
tância cinzenta medular. Seus axônios deixam a medula espinal para 
se unirem a fibras sensoriais e formar um nervo denominado misto. 
A sinapse química realizada entre o neurônio motor alfa e a fibra muscu-
lar é denominada junção neuromuscular, e inúmeras fibras musculares 
podem ser inervadas por apenas um neurônio motor; assim esse conjunto 
representa uma unidade motora. O disparo de potenciais de ação pela 
célula neuronal alfa gera a liberação do neurotransmissor acetilcolina 
(Ach) (por aumento do influxo de cálcio para dentro do neurônio) na 
fenda sináptica, o qual é responsável pela contração muscular. A Ach 
se liga a receptores nicotínicos, que são canais iônicos de sódio, resul-
tando em uma despolarização pós-sináptica na fibra muscular (BEAR; 
CONNORS; PARADISO, 2017; HALL, 2011). Acompanhe a Figura 9.
Figura 9. Junção neuromuscular e mecanismo da contração muscular.
Fonte: Krebs, Weinberg e Akesson (2013, p. 55).
17Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
 � SNP autônomo: as fibras do SNA partem do SNC e realizam duas 
sinapses no caminho até os órgãos-alvo, diferentemente da parte so-
mática. Os corpos celulares dos neurônios emergem da substância 
cinzenta medular e realizam uma sinapse no gânglio autonômico, por 
isso esse neurônio se denomina pré-ganglionar. Posteriormente, há 
o seguimento das fibras ao destino efetor por meio do neurônio pós-
-ganglionar, localizado após o gânglio autonômico. O componente 
autônomo se divide em duas partes:
 ■ SNA simpático: suas funções se sobressaem em situações de exer-
cício físico e de estresse de “luta ou fuga”. Com a sobreposição do 
tônus simpático, há uma elevação do gasto energético corporal, 
presença de taquicardia, com aumento do fluxo sanguíneo para os 
músculos esqueléticos e pupila dilatada para a melhora do campo de 
visão. Esses fenômenos são imprescindíveis caso um indivíduo seja 
submetido a uma situação de perigo, como a proximidade de um cão 
raivoso, por exemplo, na qual seu corpo deve estar preparado para 
qualquer eventualidade, buscando lutar ou fugir do cão. Isso se dá 
igualmente no exercício físico, no qual há a necessidade de fluxo 
sanguíneo muscular e maior quantidade de batimentos cardíacos 
(MARIEB; HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; 
KREBS; WEINBERG; AKESSON, 2013). 
 ■ SNA parassimpático: suas funções se destacam em episódios de 
repouso, digestão e esvaziamento da bexiga. Neste caso, a energia 
corporal se mantém baixa, com menor frequência cardíaca e pressão 
arterial, contração pupilar para a visualização de situações próximas 
e aumento do fluxo sanguíneo para o sistema digestório. 
Os dois sistemas inervam os mesmos órgãos e, por muitas vezes, possuem 
funções opostas. Com isso, os locais inervados por eles podem receber dupla 
modulação, isto é, ambos os sistemas promovem ações que normalmente são 
antagonistas. Em algumas situações, os sistemas agem de forma sinérgica, 
promovendo o sucesso de uma atividade específica — como na genitália 
masculina, o parassimpático causa ereção e o simpático desencadeia a ejacu-
lação. Em poucas situações atuam de maneira exclusiva,sendo apenas uma 
das partes preponderantes, como, por exemplo, na sudorese ativada pelo 
simpático (MARIEB; HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; 
KREBS; WEINBERG; AKESSON, 2013). Devido a distinções estruturais, 
neuroquímicas e morfológicas, os sistemas simpático e parassimpático serão 
abordados por partes, para seu melhor entendimento.
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático18
Diferenças entre os sistemas simpático e 
parassimpático
Sistema nervoso simpático
Como detalhado no tópico anterior, o SNA simpático possui ação evidenciada 
quando em situações de estresse, bem como em exercício físico, pois há um 
aumento da demanda de energia corporal e fluxo sanguíneo. Entretanto, essa 
atividade “tudo ou nada” é mais rara, pois esse sistema está sempre ativo, pro-
porcionando um ajuste fino de funções juntamente com a parte parassimpática. 
As fibras neuronais pré-ganglionares têm origem nos cornos laterais da 
medula espinal (presentes pela grande quantidade de corpos neuronais motores 
viscerais e ausentes no sistema parassimpático), especificamente nos níveis 
torácico até a parte lombar (T1 a L2). As fibras pré-ganglionares deixam a 
medula espinal pela raiz ventral e seguem por ramos comunicantes brancos, e, 
geralmente, realizam sinapse com as pós-ganglionares no gânglio autonômico, 
muito próximo à medula. Após seguem o tráfego até o órgão-alvo. Os gânglios 
podem ser de dois tipos (MARIEB; HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; 
RUSSO, 2016; KREBS; WEINBERG; AKESSON, 2013):
 � localizados no tronco simpático, similar a um cordão acoplado aos 
gânglios, com 23 em cada lado (3 cervicais, 11 torácicos, 4 lombares, 
4 sacrais e 1 coccígeo). Esta via inerva músculos dos pelos da pele, 
glândulas sudoríparas, musculatura lisa de vasos sanguíneos, íris dos 
olhos, glândulas nasais e salivares (são inibidas), coração, aorta, pul-
mões e esôfago;
 � gânglios colaterais, que possuem vias por um nervo denominado 
esplâncnico, que se une aos plexos, inervando as vísceras abdominais, 
compostas de estômago, intestino, baço, rins, e a parte pélvica, composta 
de bexiga e órgãos genitais.
Na Figura 10 é possível observar uma grande quantidade de órgãos iner-
vados pelo componente simpático em relação ao parassimpático.
19Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Figura 10. SNA simpático e parassimpático.
Fonte: Adaptada de Marieb e Hoehn (2008).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático20
A inervação realizada para a glândula adrenal trafega a via pelo nervo 
esplâncnico, entretanto não realiza sinapse no caminho, porque a glândula 
possui a mesma origem embriológica que os gânglios, podendo ser conside-
rada um deles. As fibras pré-ganglionares estimulam diretamente a glândula, 
promovendo a liberação na corrente sanguínea dos hormônios excitatórios 
adrenalina e noradrenalina, presentes em momentos de estresse “luta ou 
fuga”, gerando grande excitação no indivíduo (MARIEB; HOEHN, 2008; 
VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; KREBS; WEINBERG; AKESSON, 
2013). Acompanhe a Figura 11.
Figura 11. SNA simpático.
Fonte: Marieb e Hoehn (2008, p. 520).
21Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Neurotransmissores e vias
As fibras pré-ganglionares de ambos, sistemas simpático e parassimpático, 
são denominadas colinérgicas, isto é, liberam acetilcolina. Entretanto, no 
órgão-alvo, a noradrenalina (NA) é geralmente liberada pelas fibras pós-
-ganglionares simpáticas. Algumas exceções ocorrem nas glândulas sudo-
ríparas e vasos sanguíneos musculares, pois essas fibras liberam Ach. Suas 
funções dependem dos receptores contidos nas sinapses, e não necessariamente 
podem ser consideradas inibitórias ou excitatórias (MARIEB; HOEHN, 2008; 
VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; KREBS; WEINBERG; AKESSON, 
2013).
 � Receptores pós-ganglionares: as fibras pós-ganglionares possuem 
receptores nicotínicos para Ach, similares aos receptores nos músculos 
esqueléticos na junção neuromuscular. São canais iônicos, que, com a 
ligação da Ach, promovem a entrada de sódio, permitindo a despola-
rização da fibra seguinte.
 � Receptores no órgão-alvo: há presença de receptores do tipo adrenér-
gicos, que respondem à NA e à adrenalina. Podem ser denominados α 
(α1 e α2 ) e β (β1, β2 e β3), e assim a NA liberada pode alcançar efeitos 
excitatórios ou inibitórios, dependendo do tipo de receptor contido no 
local. Pode-se exemplificar esta ação no coração, onde há receptores 
excitatórios β1 que promovem taquicardia; entretanto, nos brônquios, 
há os β2 inibitórios, que realizam a broncodilatação.
Veja um resumo dos efeitos parassimpáticos e simpáticos no Quadro 1.
Órgão ou 
sistema-alvo
Efeitos parassimpáticos Efeitos simpáticos
Olho (íris) Estimula os músculos 
esfíncteres da 
pupila;contrai as pupilas
Estimula os músculos 
dilatadores da pupila; 
dilata as pupilas
Quadro 1. Efeitos das divisões parassimpáticas e simpáticas em diversos órgãos
(Continua)
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático22
Quadro 1. Efeitos das divisões parassimpáticas e simpáticas em diversos órgãos
Órgão ou 
sistema-alvo
Efeitos parassimpáticos Efeitos simpáticos
Olho (músculo ciliar) Estimula músculos 
cuja ação torna a 
lente (cristalino) mais 
abaulada, adaptado 
para a visão de perto
Inibe fracamente 
músculos cuja ação 
torna a lente (cristalino) 
mais plana para a 
visão à distância
Glândulas (nasal, 
lacrimal,gástrica, 
pancreática)
Estimula a atividade 
de secreção
Inibe a atividade de 
secreção; provoca 
constrição de vasos 
sanguíneos que 
irrigam as glândulas
Glândulas salivares Estimula a secreção 
de saliva com alto 
teor de água
Estimula a secreção 
de saliva viscosa, 
pouco teor de água
Glândulas 
sudoríparas
Nenhum efeito (não 
há inervação)
Estimula sudorese 
acentuada (fibras 
colinérgicas)
Medula adrenal Nenhum efeito (não 
há inervação)
Estimula células 
da medula adrenal 
a secretarem 
adrenalina e NA
Músculos eretores 
dos pelos 
associados aos 
folículos pilosos
Nenhum efeito (não 
há inervação)
Estimula a contração 
(ereção dos pelos, 
produzindo “arrepios”)
Músculo cardíaco Diminui a frequência 
cardíaca
Aumenta a frequência 
e a força das 
contrações cardíacas
Coração: vasos 
sanguíneos 
coronarianos
Dilata levemente os 
vasos coronarianos
Provoca vasodilatação*
Bexiga/uretra Provoca contração do 
músculo liso da parede 
da bexiga; relaxa o 
esfíncter da uretra; 
promove esvaziamento
Provoca relaxamento do 
músculo liso da parede 
da bexiga; contrai o 
esfíncter da uretra; 
inibe o esvaziamento
(Continua)
(Continuação)
23Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Quadro 1. Efeitos das divisões parassimpáticas e simpáticas em diversos órgãos
Órgão ou 
sistema-alvo
Efeitos parassimpáticos Efeitos simpáticos
Pulmões Contrai os bronquíolos Dilata os bronquíolos*
Órgãos do trato 
digestório
Aumenta a motilidade 
(peristalse) e a quantidade 
de secreção dos órgãos 
digestórios; relaxa os 
esfíncteres, permitindo o 
movimento do alimento 
ao longo do trato
Diminui a atividade de 
glândulas e músculos 
do sistema digestório e 
contrai os esfíncteres (p. 
ex., esfíncter do ânus)
Fígado Nenhum efeito (não 
há inervação)
Estimula a liberação de 
glicose para o sangue*
Vesícula biliar Excita (vesícula biliar 
contrai, liberando a bile)
Inibe (vesícula biliar 
está relaxada)
Rim Nenhum efeito (não 
há inervação)
Promove vasoconstrição; 
diminui a produção 
de urina; ocasiona 
liberação de renina
Pênis Produz ereção 
(vasodilatação)
Promove ejaculação
Vagina/clitóris Promove ereção 
(vasodilatação do clitóris)
Produz contração da 
vagina; aumenta a 
secreção de muco
Vasos sanguíneos Pouco ou nenhum efeito Contrai a maioria dos 
vasos e aumenta a 
pressão sanguínea; 
quando necessário, 
contrai vasos de vísceras 
abdominais e da pele, 
desviando o sangue 
para músculos, encéfalo 
e coração; se houver 
necessidade, a NA 
contrai a maior parte 
dos vasos; adrenalina 
dilata os vasos dos 
músculos esqueléticosdurante o exercício*
(Continua)
(Continuação)
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático24
Você sente sono após o almoço? Por que isso acontece? Veja a explicação desse 
fenômeno na reportagem disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/adQoc
Sistema nervoso parassimpático
A divisão parassimpática se mostra mais simples em termos de inervação 
e fibras do que a simpática. Como visto, o sistema parassimpático atua em 
funções de repouso, processo digestório e esvaziamento da bexiga. Nessas 
situações há o oposto do componente simpático, pois há menor demanda de 
energia corporal, aumento do fluxo sanguíneo para o sistema digestório, baixas 
frequência cardíaca e pressão arterial. Na pupila há contração, com campo 
visual apenas para perto. Os corpos celulares dos neurônios parassimpáticos 
Fonte: Adaptado de Marieb e Hoehn (2008).
Quadro 1. Efeitos das divisões parassimpáticas e simpáticas em diversos órgãos
Órgão ou 
sistema-alvo
Efeitos parassimpáticos Efeitos simpáticos
Coagulação 
sanguínea
Nenhum efeito (não 
há inervação)
Aumenta a coagulação*
Metabolismo celular Nenhum efeito (não 
há inervação)
Aumenta a taxa 
metabólica*
Tecido adiposo Nenhum efeito (não 
há inervação)
Estimula a lipólise 
(quebra da gordura)*
*Estes efeitos são mediados pela liberação de adrenalina, da medula adrenal, na corrente sanguínea.
(Continuação)
25Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
são observados no tronco cerebral e na medula sacral (S2-S4), em oposição 
aos simpáticos. As sinapses ocorrem em gânglios denominados terminais, 
próximos aos órgãos-alvo. Sua origem a partir do SNC é denominada crânio-
-sacral. Na região encefálica, suas fibras trafegam por meio de nervos cranianos 
(III, VII, IX e X) até os órgãos-alvo:
 � Nervo oculomotor (III): suas fibras fazem inervação ocular para a 
contração pupilar a partir do mesencéfalo.
 � Nervo facial (VII): por este nervo há a ligação com glândulas salivares, 
nasais e lacrimais, com origem na ponte.
 � Nervo glossofaríngeo (IX): realiza inervação de glândulas paróti-
das, com início nos núcleos salivatórios inferiores no bulbo. As fibras 
pré-ganglionares destes nervos podem seguir unidas com o nervo 
trigêmeo (V) antes de sua sinapse. Por meio do nervo vago (X), com 
origem bulbar, segue a principal inervação parassimpática, com 90% 
de fibras pré-ganglionares. Estas fibras inervam os plexos de órgãos 
abdominais (rins, pâncreas, intestinos, vesicular biliar) e torácicos 
(plexos, plexo cardíaco, aórtico, pulmonar e esofágico). Os gânglios 
próximos aos órgãos, na maior parte das vezes, são intramurais, isto 
é, estão nas paredes teciduais dos órgãos-alvo (MARIEB; HOEHN, 
2008; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; KREBS; WEINBERG; 
AKESSON, 2013).
Já a porção sacral parassimpática possui os corpos neuronais na parte lateral 
da substância cinzenta medular para a união e formação dos nervos esplâncni-
cos. Estes nervos se unem aos plexos nervosos para chegarem aos órgãos-alvo 
pélvicos, que possuem gânglios intramurais: ureteres, órgãos genitais e parte 
distal do intestino grosso (MARIEB; HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; 
RUSSO, 2016; KREBS; WEINBERG; AKESSON, 2013).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático26
Neurotransmissores e vias
As fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares no sistema parassimpático são 
ambas colinérgicas. A similaridade com o sistema simpático se dá apenas 
nas fibras pré-ganglionares, pois há distinções no neurotransmissor e, con-
sequentemente, em seus receptores, conforme descrito a seguir (MARIEB; 
HOEHN, 2008; VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016; KREBS; WEINBERG; 
AKESSON, 2013).
 � Receptores pós-ganglionares: similarmente ao sistema simpático, 
as fibras pós-ganglionares possuem receptores nicotínicos para Ach, 
que são canais iônicos que promovem a entrada de sódio, permitindo 
a despolarização da fibra.
 � Receptores no órgão-alvo: diferentemente do sistema simpático, os 
receptores contidos nos órgãos-alvo são ditos muscarínicos, podendo 
ser excitatórios, como na motilidade intestinal, ou inibitórios, como 
na atividade cardíaca.
Veja uma ilustração do sistema nervoso parassimpático e sua atuação nos 
órgãos-alvo na Figura 12. 
Alguns medicamentos agem nos receptores do SNA para modificar a atividade do 
órgão e auxiliar no tratamento de algumas doenças. Na hipertensão arterial sistêmica 
alguns indivíduos recebem prescrição médica de metoprolol. Este fármaco atua como 
um bloqueador seletivo dos receptores adrenérgicos β1, que se encontram no coração. 
Com isso, a ação simpática da noradrenalina reduz, o que resulta em diminuição da 
pressão arterial. Acompanhe este caso:
Um homem de 70 anos de idade está se recuperando bem de um infarto agudo do 
miocárdio, pós-procedimento de angioplastia. Como sua pressão arterial está elevada, 
seu médico prescreveu, entre outros, medicamentos o metoprolol, que auxiliará na 
regulação da pressão arterial. 
Fonte: Toy et al. (2015, p. 45).
27Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
Figura 12. Sistema nervoso parassimpático.
Fonte: Marieb e Hoehn (2008, p. 518).
Divisão eferente: controle autonômico e motor somático28
Neste capítulo estudamos o sistema nervoso periférico e seu componen-
tes básicos. Também vimos suas funções relacionadas à parte sensorial e 
compreendemos que nosso corpo está preparado para inúmeros estímulos 
táteis, pressão mecânica, dor e temperatura. Da mesma maneira, vimos que 
a divisão eferente atua realizando respostas motoras: voluntárias, fazendo a 
contração muscular esquelética (quando escovamos os dentes, por exemplo); 
e involuntárias, quando nosso coração bate forte acompanhado do nervosismo 
de um jogo de final de copa do mundo. 
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema 
nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
BECKER, R. O. Anatomia humana. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
HALL, J. E. Guyton & Hall: tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
KANDEL, E. R. et al. Princípios de neurociências. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
KREBS, C.; WEINBERG, J.; AKESSON, E. Neurociências ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2013.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TOY, E. C. et al. Casos clínicos em farmacologia. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. (Série 
Lange).
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2016. 
29Divisão eferente: controle autonômico e motor somático
DICA DO PROFESSOR
A seguir, você irá assistir a um vídeo que aborda os seguintes tópicos: subdivisões do sistema 
nervoso periférico e suas funções:
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EXERCÍCIOS
1) O sistema nervoso periférico possui uma divisão sensitiva e uma divisão motora. A 
divisão motora ou eferente age através dos sistemas autônomo e somático. O sistema 
somático, que é voluntário e atua na musculatura esquelética do corpo, liberando um 
neurotransmissor através de seus neurônios motores. Qual é o neurotransmissor 
liberado pelo sistema somático? 
A) Acetilcolina.
B) Serotonina.
C) Noradrenalina.
D) Dopamina.
E) Adrenalina.
2) Substância cinzenta são aglomerados de corpos de neurônios que pertencem ao 
sistema nervoso central. Gânglios nervosos são aglomerados de corpos de neurônios 
fora do sistema nervoso central. Nos gânglios nervosos encontramos corpos celulares 
de neurônios: 
A) Motores somáticos.
B) Autonômicos pré-ganglionares.
C) Associativos.
D) Autonômicos pós-ganglionares.
E) Sensoriais.
3) O sistema nervoso parassimpático é uma divisão eferente do sistema nervoso 
autônomo e provoca ações em cada órgão-alvo, direcionadas ao estado de repouso e 
digestão do organismo. Sobre estas açõesé correto afirmar que este sistema 
colinérgico: 
A) Inibe as glândulas salivares.
B) Contrai a musculatura lisa da parede do trato gastrointestinal e relaxa os esfíncteres 
gastrointestinais.
C) Causa a contração do músculo dilatador da íris para permitir a acomodação à visão de 
perto.
D) Afeta apenas músculos lisos e glândulas.
E) Aumenta a frequência cardíaca.
4) Os sistemas simpático e parassimpático possuem características diferentes, entre elas 
os tipos de neurotransmissores que liberam, a morfologia de seus neurônios e os 
receptores nos órgãos-alvo. Em relação aos receptores do sistema nervoso 
parassimpático nos órgãos-alvo é afirmar que: 
A) Igualmente ao sistema simpático, os receptores contidos nos órgãos-alvo são ditos 
muscarínicos, podendo ser excitatórios, como na motilidade intestinal, ou inibitórios, como 
na atividade cardíaca. 
B) Igualmente ao sistema simpático, os receptores contidos nos órgãos-alvo são ditos 
muscarínicos, e são somente inibitórios, como na atividade cardíaca. 
C) Diferentemente do sistema simpático, os receptores contidos nos órgãos-alvo são ditos 
muscarínicos, e são somente excitatórios, como na motilidade intestinal. 
D) Diferentemente do sistema simpático, os receptores contidos nos órgãos-alvo são ditos 
muscarínicos, podendo ser excitatórios, como na motilidade intestinal, ou inibitórios, como 
na atividade cardíaca. 
E) Diferentemente do sistema simpático, os receptores contidos nos órgãos-alvo são ditos 
muscarínicos, e são somente inibitórios, como o aumento da coagulação sanguínea. 
5) Os efeitos dos sistemas simpático e parassimpático são diferentes em cada órgão. 
Estes efeitos ocorrem porque existem receptores específicos para os 
neurotransmissores de cada sistema. Mas em determinados órgãos e tecidos, por 
exemplo, não existem receptores para o sistema nervoso parassimpático. Quais são 
estes órgãos ou tecidos? 
A) Glândula suprarrenal e fígado.
B) Rins e vesícula biliar.
C) Tecido adiposo e pênis.
D) Glândulas sudoríparas e glândulas lacrimais.
E) Vesícula biliar e pulmões.
NA PRÁTICA
Mãos, pés, orelhas e nariz ficam privados de sua circulação sanguínea normal e a pele nestas 
regiões muda de cor, tornando-se inicialmente pálidas, mas depois desenvolvendo tonalidade 
cianótica. Uma coloração vermelha termina o ciclo, quando o fluxo sanguíneo retorna ao 
normal. Os sintomas podem se disseminar a áreas adjacentes, conforme a disfunção progride. 
Na maioria dos casos, não há lesão tecidual, embora, em raros casos, o fluxo sanguíneo 
diminuído por tempo prolongado possa deformar a pele e as unhas, até mesmo progredindo para 
úlceras cutâneas ou necrose tecidual mais extensa (gangrena seca). Mudanças comportamentais 
como evitar ambientes frios ou usar luvas e outras peças de vestuário para proteção, geralmente 
podem reduzir a frequência de ocorrência do evento. Parar de fumar e evitar drogas que 
possam causar vasoconstrição também pode ser benéfico.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Sistema Nervoso Somático e Autônomo
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Sistema Nervoso Autônomo - Resumo - Fisiologia
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Capítulo 11 e 13 do BARRET, K; BARMAN, S.; BOITANO, S. Fisiologia Médica de 
Ganong. 24aed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Capítulo 16 e 17 do MARTINI, F; TIMMONS, M.; TALLITSCH, R. Anatomia Humana. 
6aed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

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