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Princípios que regem a aplicação da pena

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DIREITO PENAL II 
 
PRINCÍPIOS QUE REGEM A APLICAÇÃO DA PENA 
 
 Princípio da legalidade 
Art.1º CP: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
Entende-se que só é considerado crime aquilo que está previsto em norma penal, 
isto é, um crime só é tido como tal se existir uma norma que assim o defina. 
O princípio da reserva legal é desdobramento do princípio da legalidade, onde se 
estabelece que somente a lei em sentido estrito, ou seja, elaborada diretamente pelo 
Poder Legislativo, poderá definir quais são as condutas consideradas criminosas e 
elencar qual será sua pena caso ela seja praticada. 
 
 Princípio da humanidade das penas 
O princípio da humanidade consiste no benefício Constitucional concedido para 
que a pena não ultrapasse a pessoa do réu (com ressalvas aos efeitos extrapenais da 
pena), nem que esta atente contra sua integridade física e mental. 
Art. 5º, XLVII, CF: Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, 
nos termos do art. 84, XIX. b) de caráter perpétuo. c) de trabalhos forçados. d) de 
banimento. e) cruéis. 
 
 Princípio da individualização da pena 
O princípio constitucional da individualização da pena, previsto no art. 5º, XLVI, 
CF, garante aos indivíduos no momento de uma condenação em um processo penal 
que a sua pena seja individualizada, isto é, levando em conta as peculiaridades 
aplicadas para cada caso em concreto. 
A aplicação desse princípio pode ser dividida em três etapas diferentes. O primeiro 
momento é uma etapa que se chama de fase in abstrato. O legislador faz a aplicação 
deste princípio para elaboração do tipo penal incriminador, com a determinação das 
penas em abstrato estabelecendo os patamares mínimo e máximo de pena que poderá 
ser aplicado pelo juiz a cada caso concreto. A segunda fase, a individualização 
judiciária, é o momento em que o juiz faz a aplicação do tipo penal ao ato que o 
acusado cometeu, verificando qual será a pena mais adequada, levando em conta as 
características pessoais de cada réu. E a última fase, quanto à aplicação da sanção, é 
aquela em que o magistrado responsável pela execução da pena do apenado vai 
determinar o cumprimento individualizado da sanção aplicada. 
 
 Princípio da intranscendência 
Art. 5º, XLV, CF: Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da 
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lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido. 
Também chamado de princípio da pessoalidade, personalidade ou 
intransmissibilidade da pena, que garante que apenas a pessoa sentenciada poderá 
responder pelo crime que praticou. Nesse contexto, não importa se a pena é privativa 
de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples), restritiva de direitos (prestação 
de serviços à comunidade e interdição temporária de direitos) ou multa: em todos os 
casos a responsabilidade é sempre do condenado. 
 
 Princípio da proporcionalidade 
A pena deve ser proporcional à gravidade da infração (meio proporcional ao fim 
perseguido com a aplicação da pena). 
A proporcionalidade deve estar presente tanto no plano abstrato (legislador que 
comina as penas) quanto no plano concreto (magistrado que aplica as penas). Desta 
forma, o princípio da proporcionalidade funciona como limite não apenas à atividade 
judicial de interpretação/aplicação das normas penais, mas também à própria atividade 
legislativa de criação/conformação dos tipos legais incriminadores, o que possibilita 
o exercício da fiscalização, por parte da Jurisdição Constitucional, da 
constitucionalidade das leis em material penal. 
O princípio da proporcionalidade apresenta três dimensões: a) adequação da pena. 
b) necessidade da pena. c) proporcionalidade em sentido estrito. 
Nota-se, em todas estas dimensões, que almeja-se evitar uma resposta penal 
excessiva frente à infração penal considerada. Por isso que a utilização do princípio 
da proporcionalidade (ou da proibição de excesso) envolve a apreciação da 
necessidade e da adequação da resposta penal.

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