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Aula 08 - Fis. III C � Teoria cinética dos gases A. Movimento browniano Consiste no movimento aleatório adquirido por part́ıculas mesoscópicas (1 µm) por estarem se chocando aleatoriamente com part́ıculas muito menores (1 nm). � Brown achava que o polén possuia vida pois obser- vou seu movimento aleatório em um meio aquoso. Video: movimento browniano em esferas de polie- stireno. www.youtube.com/watch?v=PzssJDZn9xI � Einstein explicou que o movimento nada mais é do que a interação com muitas moléculas de água. Exemplo de difusão por movimento browniano: Caminhante aleatório em uma dimensão. � Caminhante em 1D. Eixo x com espaçamentos l partindo da origem. < x1 >= 0 , < x21 >= l 2 . < x2 >=< x1 ± l >= 0 , < x22 >=< (x1±l)2 >=< x21+l2±2x1l >=< x21 > +l2 = 2l2 . < xN >= 0 , < x2N >= Nl 2 . Logo, a distância média quadrática, xNrms = √ < x2N > = l √ N . Para 100 passos temos que o caminhante está, na média, próximo de 10 passos de distância da origem. A teoria do movimento browniano também é aplicada no mercado de ações, devido as constantes flutuações a que estão submetidas. O entendimento do movimento browniano reforçou a ideia de que gases, ĺıquidos e sólidos são na ver- dade formados por entes muitos menores, átomos e moléculas. 2 B. Velocidade média quadrática Considere n mols de um gás ideal em uma caixa de volume V . Todo o sistema é mantido a temperatura T . � “Caixa” quadrada de tamanho L com uma molécula i viajando a velocidade vx pronta para colidir com a parede sombreada. O momento linear é a quantidade caracterizada pela multiplicação da massa pela velocidade de um corpo. A variação de momento linear da molécula i após a colisão com a parede sombreada é ∆p = pf − pi = −mvx−mvx = −2mvx, onde m é a massa da molécula e vx é sua velocidade. Ela simplesmente inverte o sinal da velocidade pois a caixa é extremamente mais pesada que a molécula. Pela conservação de momento, a parede recebe uma variação de momento igual mas de sinal contrário. Após um tempo ∆t a parede recebe um novo choque da molécula. Esse tempo pode ser obtido pelo movimento da molécula. Peŕıodo entre colisões: ∆t = 2L vx . Lembramos que estamos lidando com somente uma das paredes. A força sentida pela parede pode ser obtida pela variação de momento da mesma, F = ∆p ∆t = 2mvx2L vx F = mv2x L . A pressão é definida como sendo P = F A , enquanto que A = L2. Logo, P = mv2 x L3 . Mas todas as moléculas presentes na caixa exercem essa pressão. Devemos somar todas as contribuições: P = m1v 2 x1 L3 + m2v 2 x2 L3 + m3v 2 x3 L3 + ...+ mNv 2 xN L3 . Considerando uma substância pura, todas as moléculas tem a mesma massa. Nesse caso, P = m L3 ( v2x1 + v 2 x2 + v2x3 + ...+ v 2 xN ) . Multiplicando por N em cima e embaixo, obtemos: P = mN L3 ( v2x1 + v 2 x2 + v2x3 + ...+ v 2 xN N ) . 3 Identificamos o valor médio da velocidade das part́ıculas ao quadrado, < v2x >. P = mN L3 < v2x > . Sendo que a velocidade é uma grandeza vetorial, v2 = v2x + v 2 y + v 2 z , ao aplicar a média, vemos que < v2 >=< v2x > + < v 2 y > + < v 2 z > . Como o sistema é simétrico, não temos uma preferência de dinâmica para as moléculas e os quadrado das com- ponentes da velocidade se comportam de maneira seme- lhante. Podemos então dizer que < v2x >=< v 2 y >=< v 2 z > , logo, < v2 >=< v2x > + < v 2 x > + < v 2 x >= 3 < v 2 x > . Logo, P = mN 3L3 < v2 > . Sendo n = N/NA, M = NAm e V = L 3, onde n é o número de mols, NA é o número de Avogrado e M é a massa molar, temos P = nM 3V < v2 > . < v2 >= 3PV nM . Mas PV = nRT , pela lei dos gases ideais. Logo: < v2 >= 3RT M . A velocidade média quadrática é definida como vrms = √ < v2 >. Então: vrms = √ 3RT M . Vemos que a velocidade das part́ıculas que compõem o gás tem ligação direta com a temperatura do mesmo. 4 Tabela para gases a temperatura de 300 K. Gás vrms (m/s) H2 1920 O2 483 CO2 412 C. Energia cinética média A energia cinética média de uma molécula é dada por Kmed = m < v2 > 2 . Vamos supor que a energia cinética média da molécula é igual a energia cinética média das moléculas do gás. Com isso: Kmed = mv2rms 2 = 3mRT 2M . A massa molar dividida pela massa da molécula é o número de Avogrado. M/m = NA. Com isso: Kmed = 3RT 2NA . Mas nR = NkB logo R/NA = kB . Então: Kmed = 3kBT 2 . A energia de translação média de cada molécula ou part́ıcula do gás depende diretamente da temperatura do gás. 5 I. PROBLEMA 1 Se as moléculas contidas em 1 g de água fossem distribúıdas uniformemente sobre a superf́ıcie da terra, quantas moléculas haveria em 1 cm2 da superf́ıcie do planeta? 6 II. PROBLEMA 2 Qual a velocidade média quadrática das moléculas de hidrogênio a temperatura de 2, 7 K? MH2 = 2, 02× 10−3 kg mol 7 III. PROBLEMA 3 A temperatura da atmosfera solar é 2×106 K. Calcule a velocidade média quadrática dos elétrons livres na superf́ıcie do sol, supondo que se portam como um gás ideal. A massa do elétron é 9, 11× 10−31 kg. 8 IV. PROBLEMA 4 Um feixe de moléculas de hidrogênio faz 55◦ com a normal de um parede. As moléculas tem uma velocidade média de 1 km/s e uma massa de 3, 3× 10−24 g. O feixe atinge a parede em uma área de 2 cm2 a uma taxa de 1023 moléculas por segundo. Qual é a pressão do feixe sobre a parede?
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