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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS Eliane Conterato Lélis Espartel Vinicius Simionato Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 C761i Conterato, Eliane. Instalações hidráulicas / Eliane Conterato, Lélis Espartel, Vinicius Simionato. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 237 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-096-2 1. Instalação hidráulica – Engenharia hidráulica. I. Espartel, Lélis. II. Simionato, Vinicius. III. Título. CDU 696.1 Revisão técnica: Shanna Trichês Lucchesi Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS) Professora do curso de Engenharia Civil (FSG) Iniciais_Instalações hidráulicas.indd 2 12/07/2017 11:39:45 Água quente: componentes e dimensionamento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conhecer a nomenclatura e função dos componentes de uma insta- lação predial de água quente (IPAQ). Selecionar os materiais utilizados em uma IPAQ e compreender suas diferenças. Aplicar a metodologia das normas para o dimensionamento de ins- talações de água quente. Introdução Um sistema de fornecimento de água quente em edificações busca melhorar a qualidade de vida dos residentes ao oferecer serviços e co- modidade (banho quente, cuidados pessoais, utilização na cozinha, etc.). Outra vantagem advinda desse sistema é a redução do uso de sistemas de aquecimento e fornecimento de energia que são prejudiciais ao meio ambiente. Assim, neste capítulo você vai estudar os principais componentes de um sistema de instalações prediais de água quente (conhecido como IPAQ), com foco na terminologia específica, e nos dispositivos e materiais utilizados. Terminologia dos componentes de uma IPAQ A norma que estabelece os pré-requisitos de um projeto de instalações de águas prediais no Brasil é a ABNT NBR 7198:1993. Este documento contém as diretrizes que norteiam fatores importantes, como o tipo e a fi nalidade das edifi cações, o tipo do projeto concebido, o nível de conforto desejado, o consumo provável de água quente e o custo da energia consumida. Por possuir U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 156 11/07/2017 12:45:21 apenas 6 páginas, muitas vezes os assuntos são abordados de maneira um tanto superfi cial, logo, para o completo entendimento deste sistema, você vai precisar ler materiais complementares. Segundo a ABNT NBR 7198:1993, as instalações de água quente devem ser projetadas e executadas de modo a: garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e temperatura controlável, com segurança, aos usuários, com as pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários e das tubulações; preservar a potabilidade da água; proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários; racionalizar o consumo de energia. A elaboração do projeto das instalações prediais de água quente é de responsabilidade de um profissional de nível superior, legalmente habilitado pelas leis do país. O projeto terá de conter todas as informações necessárias à sua perfeita compreensão e materialização. A ABNT NBR 7198:1993 aplica-se a instalações prediais de água quente para uso humano, cuja temperatura seja, no máximo, de 70ºC. Em casos em que seja necessário o fornecimento de água em temperaturas mais altas (cozinhas industriais, lavanderias ou hospitais, por exemplo), você terá de consultar normas específicas. Quanto aos componentes que constituem uma IPAQ, a norma traz as seguintes definições: 157Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 157 11/07/2017 12:45:21 Aquecedor Aparelho destinado a aquecer a água. Aquecedor de acumulação Aparelho que se compõe de um reservatório dentro do qual a água acumulada é aquecida. Aquecedor instantâneo Aparelho que não exige reservatório, aquecendo a água quando de sua passagem por ele. Barrilete Tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento particular. Coluna de distribuição Tubulação derivada do barrilete, destinada a alimentar os ramais. Diâmetro nominal (DN) Número que serve para classificar o diâmetro de uma tubulação e que corresponde aproximadamente ao seu diâmetro interno ou externo, em milímetros. Dispositivo antirretorno Dispositivo destinado a impedir o retorno de fluidos para a rede de distribuição. Dispositivo de pressurização Dispositivo destinado a manter sob pressão a rede de distribuição predial, composto de tubulação, reservatórios, equipamentos e instalação elevatória. Engate Tubulação flexível ou que permite ser curvada, utilizada externamente para conectar determinados aparelhos sanitários – geralmente bidês e lavatórios – aos respectivos pontos de utilização. Isolamento térmico Procedimento para reduzir as perdas de calor nas instalações. Misturador Dispositivo que mistura água quente e fria. Ponto de utilização Extremidade a jusante do sub-ramal. Ramal Tubulação derivada da coluna de distribuição, destinada a alimentar aparelhos e/ou sub-ramais. Registro de controle de vazão Dispositivo, geralmente do tipo pressão, instalado em uma tubulação para regular e/ou interromper a passagem de água (ver NBR 10071). Tabela 1. Componentes de uma IPAQ e suas definições. (Continua) Instalações hidráulicas 158 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 158 11/07/2017 12:45:22 Tabela 1. Componentes de uma IPAQ e suas definições. Veja na Figura 1 a seguir a ilustração de alguns dos elementos citados e a sua localização em um projeto de instalação de água quente. Reservatório de água quente Reservatório destinado a acumular a água quente a ser distribuída. Respiro Dispositivo destinado a permitir a saída de ar e/ou vapor de uma instalação. Separação atmosférica Distância vertical, sem obstáculos e através da atmosfera (sem ligação física), entre a saída da água da peça de utilização e o nível de transbordamento do aparelho sanitário. Tubulação de retorno Tubulação que conduz a água quente de volta ao reservatório de água quente ou aquecedor. Válvula de retenção Dispositivo que permite o escoamento da água em um único sentido. Válvula de segurança de temperatura Dispositivo destinado a evitar que a temperatura da água quente ultrapasse determinado valor. Dilatação térmica Variação nas dimensões de uma tubulação, devida às alterações de temperatura. Junta de expansão Dispositivo destinado a absorver as dilatações lineares das tubulações. Reservatório superior de água fria Reservatório elevado que alimenta por gravidade os aquecedores. Dispositivo de recirculação Dispositivo destinado a manter a água quente em circulação, a fim de equalizar sua temperatura. Fonte: ABNT NBR 7198:1993. (Continuação) 159Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 159 11/07/2017 12:45:22 Figura 1. Desenho esquemático de instalação tipo de uma IPAQ. Além do projeto e da terminologia, a norma apresenta alguns comentários importantes quanto à execução das instalações (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1993): A execução das instalações prediais de água quente, inclusive a insta- lação dos aquecedores, bem como o remanejamento destas instalações devem ser de responsabilidade de profissional de nível superior, legal- mente habilitado pelas leis do país. A execução de qualquer uma das partes constituintes das instalações deve ser feita observando-se, além das condições específicas, as pres- crições do projeto e as normas brasileiras relativas aos materiais com- ponentes utilizados. Qualquer modificação na execução das instalações projetadas deve ter a aprovação prévia do autor do projeto. Materiais utilizados em uma IPAQ Tão importantequanto a escolha do sistema é a especifi cação dos materiais utilizados, a fi m de garantir o correto funcionamento de uma instalação predial de água quente. Os materiais mais empregados para as tubulações são os tubos de cobre, de polipropileno (conhecido como PPR), de policloreto de vinila clorado (CPVC) e de polietileno reticulado (PEX). Você vai ver a seguir uma breve descrição de cada um desses materiais. Instalações hidráulicas 160 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 160 11/07/2017 12:45:23 Tubos de cobre Na instalação de aquecedores de passagem, a utilização de tubulações e conexões de cobre é obrigatória por questão de segurança aos usuários. O cobre é o único material que possui resistência a elevadas temperaturas, sem sofrer rompimentos, deformações ou estrangulamentos, logo, seu uso se torna mandatório também devido a essa característica. Qualquer outro produto não deve ser empregado na instalação de aquecedores, uma vez que podem sofrer rompimentos, provocar vazamento de água aquecida ou até causar a explosão do aquecedor no caso de estrangulamento da tubulação, decorrente do processo de incrustação ou derretimento de tubos (MARTINHO; AGUIAR, 2003). Quando opcional, a principal vantagem dos tubos de cobre é a menor perda de carga, uma vez que sua superfície é menos áspera do que as demais. Outro ponto positivo é que as tubulações feitas com esse metal podem ser projetadas com diâmetros menores do que as dos outros materiais, sem colocar em risco a vazão e a pressão da instalação. A resistência mecânica do cobre supre as necessidades da pressão causada pela coluna d’água, sendo também uma vantagem para instalações com elevadas pressões. Sua durabilidade também é um dos principais motivos para a escolha deste material. Os tubos rígidos de cobre apresentam 99,9% de cobre (no mínimo) na composição e são fabricados com os mesmos diâmetros das conexões, de acordo com a ABNT NBR 13206:2010. Para evitar a perda de calor, as tubulações devem ser envoltas em um material isolante, como a lã de vidro. Tubos de PPR A procura por um sistema de condução de água quente que suportasse altas temperaturas e pressões e, ao mesmo tempo, garantisse a estanqueidade das junções foi o que motivou o desenvolvimento dos tubos PPR na Europa. Pro- duzido no Brasil já há alguns anos, e utilizado em água quente e fria, o sistema é composto por tubos e conexões de polipropileno copolímero Random tipo 3, uma resina plástica atóxica e de baixa condutividade térmica. Isso evita a transmissão de calor para a parte externa do tubo, dispensando a necessidade de isolamento térmico. Esse tipo de tubulação não requer roscas, soldas e colas. A instalação dos tubos de PPR utiliza o processo de termofusão, em que o material se funde a 260°C, passando a formar uma tubulação contínua. Para isso, é preciso usar uma ferramenta específi ca para o processo: o termofusor. 161Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 161 11/07/2017 12:45:23 A tecnologia PPR facilita a instalação, já que bastam alguns segundos para a fusão acontecer. Essa facilidade de instalação, contudo, não o isenta de tomar alguns cuidados. O principal deles é o respeito ao tempo necessário para a termofusão, indicado pelos fabricantes. Outra tarefa que exige precisão é a marcação da profundidade da bolsa de conexão. Além disso, não descuide da limpeza, pois rebarbas e poeiras podem comprometer o desempenho da fusão. Entre as principais vantagens da termofusão estão a segurança (pois há a garantia de uma tubulação contínua com uniões permanentes); a praticidade (já que não existe a necessidade de isolamento térmico adicional); e a alta qualidade (há uma maior resistência a eventuais golpes de aríete). Os tubos e as conexões em PPR devem atender à norma ISO 15874:2003: Sistemas de tubulações de plástico para instalações de água quente e fria – Polipropileno (PP), que supera as especificidades exigidas pela ABNT NBR 7198:1993 Projeto e execução de instalações prediais de água quente. Tubos de CPVC O CPVC (Cloreto de Polivinila Clorado) é um PVC com maior adição de cloro em sua composição, ideal para utilização em prumadas de água quente. No Brasil, tem sido utilizado desde a década de 1980 e há mais de 50 anos nos Estados Unidos. Seus pontos fortes são: o material atóxico, que proporciona mais segurança para os usuários; a dispensa de isolamento térmico; a alta impossibilidade de corrosão (como o CPVC tem alta resistência química, ele proporciona durabilidade e elimina o risco de trocas e vazamentos devido à oxidação); a inexistência de incrustações (por ter paredes internas extremamente lisas e não conduzir energia elétrica, o CPVC permite que, ao longo do tempo, a instalação fique sem incrustações e sem redução do diâmetro da tubulação); a alta resistência (suporta uma pressão de serviço de 8,6 Bar −86 mca−, conduzindo água a 82°C, e de 30 Bar −300 mca−, conduzindo água a 20°C; e a junta simples (a união de tubos e conexões é feita por junta soldável a frio com Adesivo Plástico CPVC). Tubos de PEX Apropriado para a condução de água fria e quente, o sistema PEX (polietileno reticulado) tem a capacidade de fazer curvas, reduzindo a quantidade de conexões. O mais indicado é fazer instalações com o uso de um distribuidor (manifold), mas também é possível adotar ramais, sub-ramais, joelhos e co- Instalações hidráulicas 162 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 162 11/07/2017 12:45:23 nexões em “T”. Neste caso, aumenta-se a quantidade de conexões e perde-se a facilidade para manutenção. De acordo com os fabricantes, o PEX possui elevada resistência térmica (sendo capaz de suportar até 95°C) e baixa con- dutividade térmica (o que signifi ca pouca perda de calor). A vantagem primordial do sistema PEX é garantir acessibilidade total às instalações para que, em caso de eventual manutenção, os condutores de fluido possam ser substituídos sem a necessidade de quebrar paredes. Outra importante propriedade construtiva é o fato de ele ser totalmente compatível com o sistema de paredes divisórias com painéis de gesso acartonado, que está em franco crescimento mundial. O sistema já é muito utilizado na construção de banheiros pré-fabricados especialmente para edifícios comerciais e hotéis. Os banheiros chegam prontos na obra e são içados até o local por meio de gruas. Com o banheiro fixado no local, é só fazer as ligações da alimentação do manifold, das saídas de esgoto e da instalação elétrica. Como ainda não existe normatização específica para estes tipos de tubulação, os fabricantes e instaladores devem seguir as recomendações da Norma Internacional ISO 15875:2003. Dimensionamento dos componentes de uma IPAQ O dimensionamento para as instalações de água quente segue as mesmas premissas e metodologia de cálculos para o sistema de água fria no que se refere a pressões e perda de carga. Todavia, você deve fi car atento para o fato de a perda de carga com água quente ser menor do que a perda com água fria, devido à diminuição da viscosidade do líquido. É importante que você lembre também que as canalizações de água quente não poderão ser superdimensionadas, para não funcionarem como reservatórios, ocasionando uma demora excessiva na chegada da água até os pontos de consumo, o que provoca seu resfriamento. 163Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 163 11/07/2017 12:45:23 Para o dimensionamento, a atualização de 1993 para a ABNT NBR 7198:1993 retirou os quantitativos sugeridos para o dimensionamento, porém os dados da versão de 1982 ainda servem de base para os cálculos, como você vai ver nos passos a seguir: 1. População a ser atendida Veja na Tabela 2 os valores de referência de acordo com os diferentes tipos de edifício. Tipo de edifício População Escritório 1 pessoa/3 m2 Loja 1 pessoa/3 m2 Hotel 1 pessoa/15 m2 Hospital 1 pessoa/15 m2 Apartamento/residênciaP = 2 Nds + Nde ou 5 pessoas por unidade Nds = número de dormitórios sociais. Nde = Número de dormitórios de serviço Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1993). Tabela 2. Tabela para definição da população na edificação. 2. Determinação do consumo diário de água quente: Para o cálculo do consumo diário de água quente, você vai usar a seguinte fórmula: CD = C × NP onde: CD = consumo diário (L/dia); C = consumo diário per capita (L/dia); NP = número de pessoas a serem atendidas. Instalações hidráulicas 164 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 164 11/07/2017 12:45:24 Veja na Tabela 3 os valores de referência para o consumo diário de água morna de acordo com o tipo da edificação. Prédio Consumo de água morna (litros/dia) Alojamento provisório de obra 24 por pessoa Casa popular ou rural 36 por pessoa Residência 45 por pessoa Apartamento 60 por pessoa Quartel 45 por pessoa Escola (internato) 45 por pessoa Hotel (sem incluir cozinha e lavanderia) 36 por pessoa Hospital 125 por leito Restaurantes e similares 12 por refeição Lavanderia 15 por kg de roupa seca Tabela 3. Tabela para a definição da população na edificação. 3. Mistura AQ+AF Para determinar a mistura adequada, você vai utilizar a seguinte fórmula: VMIST × TMIST = VAQ × TAQ + VAF × TAF onde: TAQ = temperatura da água quente (no aquecedor = 70ºC); VAQ = volume de água quente (incógnita); TAF = temperatura da água fria (no inverno):17ºC; TMIST = temperatura da água morna (42ºC); VMIST = volume de água morna utilizada (consumo diário). Fonte: ABNT (1993). 165Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 165 11/07/2017 12:45:24 Equação da continuidade: VMIST = VAQ + VAF 4. Distribuição O dimensionamento do sistema de distribuição de água quente é feito de maneira análoga ao do sistema de água fria, ou seja, consideramos o regime permanente em conduto forçado, onde fazemos um balanceamento entre o diâmetro da tubulação, a vazão de projeto esperada e as pressões necessárias para o funcionamento adequado dos aparelhos e equipamentos sanitários, tendo em vista a carga disponível. 4.1. Vazão Para determinar a vazão, você vai seguir o mesmo método para a instalação de água fria (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1998): Q = 0,3√∑P onde: Q= vazão, L/s; 0,30 = coeficiente de descarga, L/s; ∑P = soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas pela tubulação considerada. Veja na Tabela 4 os valores de referência para a vazão mínima de algumas peças de utilização. Instalações hidráulicas 166 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 166 11/07/2017 12:45:24 4.2. Pressão Você deve obedecer algumas orientações: A pressão estática máxima nos pontos de utilização não deve ultrapassar 400kPa (40mca). Para pressões maiores, deve ser instalada uma válvula redutora de pressão. As pressões dinâmicas mínimas não devem ser inferiores a 5kPa (0,5mca). As pressões dinâmicas mínimas devem ser: ■ aquecedor a gás: 2mca ■ aquecedor elétrico: 0,5mca ■ chuveiro: 1mca 4.3. Velocidade A ABNT NBR 7198:1993 recomenda que as velocidades devem ser infe- riores a 3m/s. É recomendado fazer ainda a verificação por 14(D)0,5. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1998). Peça de utilização Vazão (L/s) Peso Banheira 0,30 1,0 Bidê 0,10 0,1 Chuveiro 0,20 0,4 Lavatório 0,15 0,3 Pia de cozinha 0,25 0,7 Pia de tanque 0,25 0,7 Lavadora de roupa 0,30 0,7 Tabela 4. Vazão mínima das peças de utilização. 167Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 167 11/07/2017 12:45:24 5. Dimensionamento 5.1. Sub-ramais Veja na Tabela 5 os valores de referência para os diâmetros das peças de utilização para os sub-ramais. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1998). Peças de utilização Diâmetro (mm) Banheira 15 Bidê 15 Chuveiro 15 Lavatório 15 Pia de cozinha 15 Pia de despejo 20 Lavadora de roupa 20 Tabela 5. Diâmetros sugeridos para sub-ramais. 5.2. Ramais e colunas de distribuição Para determinar este item, você deve seguir o mesmo procedimento adotado para a canalização de água fria. 5.3. Perdas de carga Como a norma não fixa uma equação de perda de carga, muitas vezes acabam sendo adotadas equações de perda de carga de água fria, uma vez que os resultados ficam a favor da segurança. Veja na Figura 2 as equações que você deve utilizar de acordo com o material da tubulação. Instalações hidráulicas 168 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 168 11/07/2017 12:45:25 Figura 2. Equações para perda de carga de acordo com o material da tubulação. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1998). Tubos de aço galvanizado e ferro fundido (água fria) J = 20,2 x 106 Q 1,88 D 4,88 Tubos de cobre ou plástico (água fria) J = 8,69 x 106 Q 1,75 D 4,75 Tubos de cobre ou latão (água quante) J = 6,92 x 106 Q 1,75 D 4,75 5.4. Aquecedores No dimensionamento dos aquecedores, você deve considerar: o volume do reservatório, se houver; o tempo de aquecimento da água do reservatório, se houver; a produção de água quente (litros/hora), se houver. Como existem diversos tipos de aquecedores e sistemas de fornecimento de energia (elétrica, gás, solar, etc.), a melhor forma de dimensionar é buscar as especificações dos fornecedores, que apresentarão os dados técnicos do produto de maneira detalhada. 169Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 169 11/07/2017 12:45:26 1. Sobre as limitações que a norma impõe para o dimensionamento, assinale a alternativa correta: a) A velocidade da água nas tubulações deve ser superior a 3 m/s. b) A pressão máxima em um chuveiro alimentado por um sistema de água quente central é de 0,5kPA. c) A norma NBR 7198/1993 se aplica às instalações prediais de água quente para o uso humano, cuja temperatura, em graus Celsius, seja, no máximo, 42ºC. d) A pressão estática máxima nos pontos de utilização não deve ser superior a 400 mca. e) Deve ser levado em consideração no projeto o efeito de dilatação e contração térmica da tubulação, e devem ser cumpridas as especificações de instalação para cada tipo de material. 2. Segundo a ABNT NBR 7198:1993, as instalações de água quente devem ser projetadas e executadas de modo a: a) Garantir a chegada de água quente até o ponto de consumo, independentemente de sua potabilidade. b) Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e temperatura controlável, com segurança, aos usuários, com as pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários e das tubulações. c) Fornecer água na temperatura necessária, independentemente do consumo energético. d) Fornecer água na maior temperatura possível para o usuário. e) Fornecer água quente em todos os pontos da edificação. 3. No que diz respeito aos componentes que constituem uma IPAQ, assinale a alternativa correta sobre a terminologia: a) Aquecedor de acumulação: aparelho destinado a aquecer a água. b) Aquecedor instantâneo: aquecedor que transfere calor e acumula água para utilização. c) Barrilete: tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. d) Coluna de distribuição: tubulação que parte do reservatório até os ramais de distribuição. e) Dispositivo antirretorno: elemento do sistema de recirculação que impede a passagem de água fria para a tubulação de água quente. 4. Sobre os componentes de uma IPAQ, assinale a afirmativa correta: a) O isolamento térmico é obrigatório em todas as tubulações, independentemente do material. Instalações hidráulicas 170 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 170 11/07/2017 12:45:26 b) O uso de liras ou juntas de expansão é recomendado em tubulações com várias mudanças de direção. c) Ponto de utilização é a extremidadea jusante do sub-ramal. d) Respiro é o dispositivo utilizado para evitar que a temperatura da água esteja acima da necessária. e) A função da válvula de retenção é evitar que trechos tenham pressão acima do permitido. 5. Sobre o projeto de instalações prediais de água quente (IPAQ), assinale a alternativa correta: a) O dimensionamento hidráulico (pressões, vazões, velocidades) é totalmente diferente do dimensionamento de uma IPAF. b) As tubulações de cobre, por ser um material metálico, não necessitam de isolamento térmico. c) As instalações de água quente nunca devem ser enterradas, pois pode haver corrosão pelo solo e infiltrações de água na tubulação. d) A durabilidade das tubulações de CPVC é geralmente maior do que a das tubulações de cobre. e) Apropriado para a condução de água fria e quente, o sistema PEX (polietileno reticulado) tem a capacidade de fazer curvas, reduzindo a quantidade de conexões. 171Água quente: componentes e dimensionamento U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 171 11/07/2017 12:45:27 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5626:1998. Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro: ABNT, 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7198:1993. Projeto e execução de instalações prediais de água quente. Rio de Janeiro: ABNT, 1993. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13206:2010. Tubo de cobre leve, médio e pesado, sem costura, para condução de fluidos – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 15874:2003. Sistemas de tubu- lações de plástico para instalações de água quente e fria – Polipropileno (PP). Rio de Janeiro: ABNT, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 15875:2003. Plastics piping systems for hot and cold water installations – Crosslinked polyethylene (PE-X). Rio de Janeiro: ABNT, 2003. MARTINHO, E.; AGUIAR, J. G. Instalações de cobre para condução de água quente. [S.l.]: Pini Web, 2003. Disponível em: <http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/ instalacoes-de-cobre-para-conducao-de-agua-quente-80099-1.aspx>. Acesso em: 28 maio 2017. Leituras recomendadas AMANCO. Água quente: Amanco PPR. [S.l.]: Amanco, 2017. Disponível em: <http:// amanco.com.br/produtos/predial/agua-quente/amanco-ppr>. Acesso em: 28 maio 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5899:1995. Aquecedor de água a gás tipo instantâneo – Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8130:2004. Aquecedor de água a gás tipo instantâneo – Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ELUMA. Tubos de cobres: conexões e acessórios. [S.l.: s.n., 2010]. Disponível em: <http:// www.hidraulicapotenza.com.br/downloads/catalogos/eluma/catalogo-tubos-de- -cobre>. Acesso em: 28 maio 2017. Instalações hidráulicas 172 U3_C11_Instalações hidráulicas.indd 172 11/07/2017 12:45:27 http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/ http://amanco.com.br/produtos/predial/agua-quente/amanco-ppr http://www.hidraulicapotenza.com.br/downloads/catalogos/eluma/catalogo-tubos-de- Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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