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Roteiro Trabalho Psicanalise Dani FINAL 2.0

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Roteiro Trabalho Psicanalise Dani 
1- Ryan - Psicólogo 
2- Sara - Estudante 
3- Luciana – S.A.M 
4- Jhonatan - Freud 
5- Livia – Caso Emmy von N 
6- Jhenifer – Kid Emmy 
7- Eli - Young 
8- Diarula - Sabina Spielrein 
9- Mateus - Oto 
10- Vitória - Produção 
11- Sophia - Produção 
12- Poliana - produção 
13- Denise – produção 
Anotações Sabina Spielrein 
Dentro deste contexto, o tratamento psiquiátrico utilizado por Jung para curar Sabina foi 
baseado em várias técnicas, incluindo a análise dos sonhos, testes de associação de palavras, 
repouso e o distanciamento dos familiares. 
Os comportamentos de Sabina apresentados durante sua internação passou por três fases 
distintas: o primeiro momento foi caracterizado por sintomas de desobediência, quebrando 
regras e normas do hospital; no segundo momento, o sintoma mais presente foi um tipo de 
comportamento sadomasoquista, e o terceiro momento foi caracterizado “por uma fase mais 
adulta e erótica-sexual” no qual ela apresentava certa maturidade em seus comportamentos. 
A melhoria dos sintomas de Sabina se deu de forma gradual, porém, de vez em quando, alguns 
destes sintomas voltavam. 
É interessante elucidar que desde sua infância Sabina tinha grande interesse por ciências e 
sempre sonhou estudar medicina. Como forma de estimular o desenvolvimento intelectual de 
Sabina, Bleuler a apoiou e permitiu que Sabina assistisse às palestras médicas na Universidade 
de Zurique. Após este período, Sabina foi aprovada no curso de medicina. 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO 
Narração inicial: A história se passa em um futuro mais distante, no século XXX, onde um 
professor busca testar e ao mesmo tempo ensinar sua aluna que concorre à vaga de estágio 
em seu consultório. Para isso ambos utilizarão de óculos de realidade virtual que possibilitará a 
imersão dos dois em meio a projeção de alguns casos reais do ramo da psicanálise. 
SAM: Olá, bem vindos ao Sistema de Armazenamento de Memórias, para facilitar a pronuncia 
me chame de SAM. Em que posso lhes ajudar? 
Ryan: Sam, quero visitar o caso Frau Emmy Von N. 
SAM: Ok, pesquisando Frau Emmy Von N. 
Equipe de produção coloca duas cadeiras uma de frente para a outra 
Freud e Emmy entram e se sentam 
SAM: Caso: Histeria. Nos encontramos na primavera de 1889, em uma consulta de Fanny 
Moser, que Freud adotou o pseudônimo de Frau Emmy Von N em suas anotações. A viúva rica 
de 40 anos vivia mal desde a morte do marido, 14 anos antes. Sofria de depressão, insônia, 
dores, crises de pânico, movimentos compulsivos, tiques e constantemente xingava sem 
motivo aparente. Além das intervenções de Freud, esta também recebia sessões de massagem 
e de banhos mornos todos os dias como parte do tratamento. 
OBS: Emmy tinha um certo pavor, por conta de traumas passados, sobre portas abertas 
repentinamente. Sempre que acontecia, mesmo com ela em transe, ela fechava a cara, abria 
os olhos e emitia um grunhido/rosnado. 
Freud balançando o relógio de pulso com uma mão e colocando Emmy em estado de transe. 
Freud: Feche os olhos que você vai melhorar, vai dar fim à seus tiques, e não terás mais medo 
das..... 
Emmy: FIQUE QUIETO! Não me toque! Não diga nada! (Emmy fala com olhos fechados e cara 
contorcida) 
Emmy abre os olhos, já com uma expressão calma. 
Emmy: aconteceu alguma coisa doutor? 
Freud faz uma expressão franzina 
Freud: Quero experimentar um novo método. 
Ryan pausa a cena 
Sara: ué, qual o problema? 
Ryan: Quero que você me diga, o por quê de eu te trazer exatamente nessa cena 
Sara: Bom, pela cena ela já não está mais aceitando a hipnose como tratamento. Seria aí que 
ele abandona a hipnose e dá início à livre associação? 
Ryan: Sim e não. Realmente, te trouxe na cena onde Freud já percebe que a hipnose já não era 
mais cabível nesse caso em específico, tendo em vista que ela tinha tido reações do tipo 
anteriormente, e quando acordava dizia não se lembrar do que ocorreu. No entanto ele não 
partiu direto pra associação livre. Antes disso ele deu início ao método da pressão, que mais 
tarde veio à se tornar a associação livre, que curiosamente vai ser aplicada à primeira vez 
agora. 
Sara: O método da pressão não seria o método Catartico? Em que ele induz o paciente ao 
transe hipnótico e induz ele à recordar experiências traumatizantes que tenha sofrido ao 
decorrer da vida? 
Ryan: Exatamente. 
Ryan despausa a cena 
Freud novamente coloca Emmy em estado de transe hipnótico 
Freud: Irei colocar minha mão sobre sua testa e assim que eu a retirar, quero que fale quando 
foi a primeira vez que você sentiu o medo. 
Emmy: Primeiro, quando tinha 5 anos, e meus irmãos e irmãs atiravam em mim animais 
mortos. E isso foi quando tive meu primeiro desmaio e espasmos. Mas minha tia disse que era 
uma vergonha e que eu não devia ter acessos como aquele e assim não se repetiram. Então eu 
me assustei novamente quando tinha 7 anos. Inesperadamente, vi minha irmã no caixão. E 
mais uma vez, quando contava 8 anos e meu irmão me assustava tremendamente e rolando 
em lençóis, como fantasma. Ainda quando tinha 9 anos e vi minha tia no caixão. 
Ryan pausa 
Ryan: Freud já percebeu em outros momentos que, durante a hipnose, Emmy conversava 
livremente com o doutor, sem necessitar de uma ordem para falar sobre determinado tema. 
Por conta disso, ele começou à adaptar seu método de forma que agora daria mais enfoque 
em fazer a paciente falar. O ponto é, nesse método da pressão, nem sempre o paciente 
conseguia recordar de fato sobre a determinada lembrança ou sensação, e muitas vezes lhe 
dava um branco. Foi aí que, nos momentos de “branco” do paciente, Freud pedia que ele 
falasse sobre a primeira coisa que lhe viesse à mente, independente se fizesse sentido ou se 
fosse algo deplorável/imoral. É aí que nasce a associação livre, mas ainda não ocorrerá aqui. 
Ryan despausa 
Freud: Que acontecimentos de sua vida você acredita que tenham produzido um efeito mais 
duradouro em você? 
Emmy: A cena de meu marido caindo morto em minha frente, e eu não conseguir fazer nada 
sobre isso, minha infância aterradora, em que todos me atormentavam, mas sabe, as vezes eu 
acho que merecia isso... 
SAM: Para facilitar o entendimento de todos, optamos em personificar a visão que ela tinha de 
si mesma sobre sua infancia. 
Kid Emmy entra em cena de uma vez 
Kid Emmy: CLARO QUE VOCÊ MERECIA! QUEM ERA VOCÊ? UMA IMBECIL, NÃO CONSEGUIU 
NEM SALVAR O MARIDO E AGORA QUER SALVAR À SI MESMA? OLHA SÓ PRA QUEM VOCÊ 
ERA, TODA TORTA, CHORONA, VIVIA DOENTE, NÃO É ATOA QUE VOCÊ TÁ INTERNADA AGORA! 
Freud: Talvez você tenha uma visão muito rígida sobre si mesma no passado, até porque 
aquela criança hoje é você, e não há nada de errado nisso. Hoje você é saudável, superou 
diversos obstáculos daquela época, da mesma forma que está em tratamento para superar os 
últimos que lhe afligem. Lembre-se que os julgamentos alheios não definem a sua verdade, 
não faça igual aqueles ao seu redor que só queriam lhe julgar na infância, aceite que você era 
uma criança e não tinha culpa de nada que acontecera. Ao invés de abominar, aceite sua 
criança. 
Emmy e sua versão criança se olham, se abraçam, e a versão criança se retira. Freud se retira 
de cena logo em seguida 
Sara: Um ponto interessante sobre a Histeria, por favor me corrija se eu estiver errada, é que 
não há cronologia nos fatos narrados pelo paciente, e sim uma espécie de nível traumático. 
Eles organizam ocasiões de acordo com o nível que aquilo tenham lhe traumatizado e citam 
estas uma a uma, independente se ocorreram em tempos distintos. 
Ryan: Exatamente. Agora quero que você me diga uma das principais, senão a considerada 
principal causa da histeria 
Sara: Seria a repressão sexual? 
Ryan: Muito bem, e é isso que vamos ver agora, mas em outro caso. SAM, por favor, nos leve 
ao caso de Sabina Spielrein. 
Equipe de produção organiza colocam duas cadeiras, uma de costas para a outra 
SAM:Caso: Histeria. Nos encontramos em Zurich, em 17 de agosto de 1904, onde Sabina 
Spielrein se encontrava a primeira vez com o doutor Carl Jung. Sabina era originara russa, 
advinha de uma família rica de comerciantes, fora dotada de boa educação e era rigidamente 
criada para adotar um bom desempenho escolar, diante de severas punições caso não o 
conseguisse. Aos 18 anos encerrou o ginásio e pretendia estudar medicina, mas fora graças ao 
regime do Czar Nicolau II, que proibiam as mulheres em âmbitos do tipo. Foi nesse ponto que 
seus sintomas começaram à se desenvolver fortemente. Seguiu para o sanatório Interlaken, 
onde recebeu tratamentos de eletrochoque por 4 semanas, sem sucesso. Tempos depois fora 
designada para o instituto Burghölzli que é onde nos encontramos no presente momento. 
Sabina entra em meio um surto levada por enfermeiras, é colocada em uma sala sentada à 
espera do Dr. Carl Jung. Após de um período, o doutor entra na sala. 
Jung - Bom dia! Sou o Dr. Jung, eu a internei ontem. 
Sabina - Eu não, eu não sou louca… 
Jung - Vou explicar a minha ideia, proponho que nos encontremos aqui, na maioria dos dias, 
para conversar por uma ou duas horas. Vou tentar identificar o que aflige você, e para não a 
distrair, vou sentar atrás de você, não se vire de maneira nenhuma. 
Jung se senta 
Jung - Sabe o que pode ter causado esses ataques? 
Sabina - Humilhação. Qualquer tipo… de humilhação. Não aguento ver humilhação. Me deixa 
enojada. E começo a suar, um suor frio. Meu pai… sempre perdeu o controle. Ele sempre se 
zangou com… 
Sabina se cala 
Jung - Quando parou de falar agora… um pensamento veio à sua cabeça? 
Sabina - eu não sei. 
Jung - ou uma imagem, talvez. Foi uma imagem? 
Sabina - Sim! Sim! 
Jung - que imagem foi essa? 
Sabina - era uma mão. A mão… de meu pai. 
Jung - por que acha que viu isso? 
Sabina - Quando ele… depois que ele… quando ele nos batia… depois, tínhamos que… beijar a 
mão dele. 
Ryan avança a cena 
Equipe de produção retira todos os objetos do cenário 
Sara: Pera, mas o doutor Jung não era da Psicologia Analítica? 
Ryan: Sim, mas antes disso ele atuou fortemente na psicanálise, sendo um dos maiores pupilos 
de Freud. No entanto, houve um momento em que os dois começaram à discordar acerca do 
andar da psicanálise, e mais a frente cortaram vinculo, à ponto de Jung seguir para outro ramo 
da psicologia. Mas no caso atual, ele ainda atua nos parâmetros da psicanalise, com auxílio de 
Freud 
Sabina e Jung seguem conversando em meio uma caminhada 
Jung - Espera ser médica um dia, não é? 
Sabina - nunca serei médica. 
Jung - por que não? 
Sabina se cala e sacode a cabeça 
Jung - Preciso me ausentar por um tempo. Desculpe, apenas começamos. O serviço militar, 
todos temos que fazer isso. Apenas por duas semanas. 
Sabina se inflama, dizendo: - É uma perda de tempo! Não posso lhe dizer o que quer saber! 
Está me deixando nervosa! E mesmo que dissesse, você se arrependeria, enfim não há nada de 
errado comigo. Eu nem quero melhorar 
Enquanto ela dizia, o seu casaco tinha caído ao chão, Jung se abaixa pega o casaco e começa a 
bater nele para limpá-lo 
Sabia: - Pare! 
Jung - só estava tentando… 
Sabina - Pare com isso! 
Sabina começa a se contorcer durante as batidas e corre para pegar o casaco 
Ryan avança a cena 
Equipe de produção organiza colocam duas cadeiras, uma de costas para a outra 
Ryan: percebeu isso? 
Sara: É impressão minha ou ela pareceu sentir prazer enquanto ele batia no casaco? 
Ryan faz um gesto concordando e dá play na cena 
Essa cena é iniciada com os dois reunidos realizando a terapia, com Jung sentado atrás de 
Sabina. 
Jung - pode me explicar por que suas noites tem sido tão ruins? 
Sabina - tenho medo 
Jung - de que? 
Sabina - há algo no quarto. algo como… um gato, só que ele pode falar. Ele fica na cama 
comigo. Ontem… ontem a noite, ele sussurrou algo em meu ouvido. Não pude ouvir direito. E 
depois… 
Ela para de falar e começa a se contorcer. 
Sabina - senti algo em minhas costas. Algo escorregadio, algo como… um molusco, movendo-
se em minhas costas. Mas, quando me virei, não havia nada. 
Jung - você sentiu isso nas costas? 
Sabina - sim. 
Jung - estava nua? 
Sabina - estava. 
Jung - estava se masturbando? 
Sabina - sim. 
Sabina colocava sua mão na boca em um gesto de culpa. 
Jung - fale sobre a primeira vez que lembra de ter apanhado de seu pai. 
Sabina - acho que tinha… 4 anos. Eu tinha quebrado um prato… e ele me disse… para ir ao 
quartinho, tirar minhas roupas e depois… ele entrou. E ele me espancou, fiquei tão assustada 
que me molhei toda… e aí ele me bateu de novo. Depois, eu… 
Jung - nessa primeira vez, como se sentiu sobre o que estava acontecendo? 
Sabina - eu gostei. 
Jung - pode repetir isso, por favor? Não ouvi bem. 
Sabina - eu gostei. Isso me excitou. 
Jung - e continua gostando? 
Sabina disse em prantos: Sim! Em pouco tempo, bastava ele me dizer para ir ao quartinho… 
que eu já ficava molhada. Quando se tratava dos meus irmãos… só a ameaça já bastava. Eu 
tinha que descer, e queria me deitar e me tocar. Mais tarde, na escola… qualquer coisa me 
desencadeava isto. Qualquer tipo de humilhação. Eu procurava a humilhação. Mesmo aqui, 
quando bateu em meu casaco com a bengala. Tive que me afastar na hora, de tanta excitação! 
Não há esperança pra mim… sou vil… suja e corrompida. Eu… nunca devo sair daqui. 
Ryan avança para a conversa de Freud com Jung 
Equipe de produção organiza duas cadeiras uma de frente para a outra 
SAM: Após isso, Sabina teve um grande progresso no tratamento psiquiátrico, em que 
utilizaram meio como: análise dos sonhos, associação livre, repouso e o distanciamento dos 
familiares. A parte dos familiares foi necessária tendo em vista que aquele ambiente abusivo 
agravava ainda mais o estado dela. A melhoria dos sintomas de Sabina se deu de forma 
gradual, porém, de vez em quando, alguns destes sintomas voltavam. 
Freud - Me diga mais sobre sua paciente russa. 
Jung - Ela obteve uma melhora extraordinária, matriculamos na faculdade de Medicina, e ela 
vai muito bem. De fato, essa garota é o exemplo vivo da eficácia da psicanálise. 
Freud - Ainda está tratando ela? 
Jung - sim, ela é dotada de uma grande capacidade técnica, extraordinária até. Ela inventou, 
quando criança, que ao senta sobre um calcanhar, tentando defecar, ao mesmo tempo que 
tenta evitar defecar. Ela me falou que isso despertou os sentimentos mais deliciosos. 
Freud - bela história. Os meus pacientes que ficam permanentes na fase anal do 
desenvolvimento erótico dizem os detalhes mais divertidos. Lógico, todos eles são 
meticulosos… teimosos e extremamente mãos de vaca. Sua paciente russa deve ser similar a 
esse padrão. 
Jung - não, não é. Os aspectos masoquistas da condição dela são muito mais arraigados do que 
qualquer fixação anal que possamos descobrir. 
Freud - Os dois estão ligados. Se analisarmos, podemos definir que esse masoquismo advenha 
da fase oral. Como sabemos, nosso instinto inicial quando bebes é de querer alimento, que até 
então é o seio, que entra em contato com a nossa boca, gerando aquele prazer durante o ato, 
o que explica as crianças que não querem abandonar o leite materno pela mamadeira e 
também o do porquê delas sempre colocarem tudo na boca. O ponto é, você disse que desde 
cedo ela sofria maus tratos do pai, o qual fazia questão de bater nela e nos irmãos todos nus, e 
no fim obrigava-os a beijar sua mão. O masoquismo possivelmente deve ter advindo disso, 
onde o beijo na mão possa ter desencadeado esse prazer sexual em meio os atos de violência, 
o masoquismo. 
Ryan pausa a cena 
Ryan: Caso você não lembre, foram citadas aqui duas das 4 fases da sexualidade infantil. Para 
Freud, esta não consistia de fato com o coito genital, mas sim de maneiras que as crianças 
buscam de ter prazer, satisfação, ou nas palavras de Freud, uma pulsão sexual. As duas 
primeiras fases foram pré-definidaspelo próprio Freud e Jung em meio o diálogo, restando as 
fases fálica e genital. 
Sara: Sim, eu lembro disso. A fase Fálica é aquela em que as crianças tem noção acerca do 
pênis, que Freud denomina como “Falo”, em que o menino nota o seu e tem uma sensação de 
potência sobre isso, com um grande medo de um dia perde-lo; e a menina nota a falta de um, 
gerando assim uma sensação de impotência. É na fase fálica que as crianças começam à ter 
noção de seu órgão genital e tem curiosidade em interagir cm ele, manipulá-lo de alguma 
forma, e é aí que ocorre o surgimento do complexo de Édipo. Seguido disso, tem o período da 
Latência, onde a criança cria uma certa independência, começa à criar e definir gostos 
próprios, há uma mudança da pulsão quanto o desenvolvimento sexual para o 
desenvolvimento social e intelectual, sendo considerada um intermédio entre a sexualidade 
infantil e adulta. É o momento em que se finda o complexo de Édipo e dá lugar para o Super 
Ego, mas não é considerada uma fase psicossexual. E por último a fase genital, que segue para 
o resto da vida, onde a criança passa pela puberdade, chega ao desenvolvimento sexual adulto 
e a maior parte daquela pulsão sexual, senão toda a pulsão, se volta para as regiões genitais. 
Ryan: Muito bom, é isso mesmo! Mas vamos seguir com as cenas que já que eu entro na parte 
ID, Ego e Super Ego. 
Ryan avança a cena para o diálogo entre Otto Gross e Carl Jung. 
Freud sai de Cena e entra Otto Gross 
SAM: Dias após o encontro de Freud e Jung, ainda no instituto Burghölzli em 1908, Freud pediu 
para que Jung internasse e tratasse de um psicanalista de nome Otto Gross, em meio um 
processo de desintoxicação do Ópio e da Cocaína, até que em outubro Freud assumiria o 
tratamento dele e faria uma análise, que no fim não veio à acontecer. 
Jung - Então você não acredita em monogamia? 
Otto - para um neurótico como eu, não posso imaginar um conceito mais estressante. 
Jung - e você não acha necessário nem desejável exercitar uma abstenção, para o bom 
funcionamento da sociedade. 
Otto - o que? E adoecer? 
Jung - eu pensaria que qualquer forma de repressão sexual teria de ser praticada em qualquer 
sociedade racional. 
Otto - não é de admirar que os hospitais estejam lotados. Me diga, acha que a melhor maneira 
de aumentar sua popularidade com seus pacientes é dizer a eles o que mais querem ouvir? 
Jung - e do que importa se somos populares com eles ou não? 
Otto - não sei. Suponha que queira fazer sexo com elas. Se aprendi uma coisa na minha curta 
vida, foi isto. Nunca reprima nada. E analisando a forma que fica quando fala dela e como 
reagiu quando disse sobre transar com as pacientes, você está cogitando a ideia há tempos 
Jung – Claro que não, sou um homem casado, minha esposa está gravida. 
Otto – Tente se enganar, mas você não me engana. Você como eu estudamos o fenômeno da 
transferência, e sabemos bem que há a chance de analista e paciente interporem sua carga um 
sob o outro à risco de confundir as coisas e inconscientemente reproduzir padrões de 
comportamento que teria com um pai, mãe, conjugue, etc. No caso dela, ela é uma virgem 
masoquista afim de uma transa intensa com alguém que imponha ordem sobre a vida dela, e 
você um estudioso frustrado sexualmente com sua esposa gravida e psicologicamente com o 
desenvolvimento do trabalho temporariamente interrompido por conta da questão da 
gravidez. A questão é quanto mais ambos vão se segurar até que se atraquem no consultório. 
Jung - o prazer nunca é simples, você sabe disso. 
Otto - claro que é. Nós é que complicamos. 
Jung - mas é errado ceder esses impulsos. 
Otto - claro que não, vá, renda-se. Não deixe essa experiência escapar, essa é a minha dica. 
Jung - eu deveria estar tratando você. 
Otto - e você está. 
Sara: Pera aí, então o doutor e a paciente tiveram mesmo relações? 
Ryan: Você já vai ver, mas antes quero te fazer um último teste de conhecimento. Sabemos 
que Freud dividiu nossa psique inicialmente em inconsciente, pré-consciente e consciente. 
Mais tarde ele definiu estas como ID, Ego e Superego, que em sua tese é a forma que nossa 
mente encontra de equilibrar a obtenção de mais prazer e menos desprazer. O ID são nossas 
vontade e desejos mais primitivos, onde não há a racionalidade, apenas uma vontade de saciar 
um desejo. O Super Ego é todo um conjunto de regras e princípios que criamos ao decorrer da 
vida e buscamos seguir internamente, responsável principalmente pelos sentimentos de culpa 
e remorso. O Ego, por sua vez, já é o equilíbrio dos dois, onde se permite atender 
determinados desejos e barra outros por não serem convictos à certos princípios. Agora, quero 
que você me diga, nessa conversa em especifica, o ID, Ego e Super Ego de Jung. 
Sara: Hmm, é bem fácil. O ID é a vontade dele de ter relações com sua paciente, o super ego é 
a culpa, é o princípio que tenta impedir isso, por ser casado e sua esposa estar gravida. 
Ryan: Correto, mas e o Ego? 
Sara: Não sei, acho que a indecisão dele sobre ceder ou não à sua vontade? 
Ryan acena com a cabeça e avança para a conversa de Jung e Sabina 
Ryan: SAM, por favor, nos leve ao próximo encontro de Jung e Sabina 
Equipe de produção organiza duas cadeiras uma do lado da outra 
Sabina e Jung estão conversando em uma praça 
Sabina - Quando meu pai me trouxe até você, eu estava muito doente, e era uma doença 
sexual. É claro que o assunto em que estudo se baseia apenas na sexualidade. Eu acabei 
percebendo que não tive nenhuma experiência sexual. 
Jung - não é esperado que estudantes de direito assaltem bancos. 
Sabina olha para ele, e toma a iniciativa de abraçar Jung. 
Jung - Todos pensam que a iniciativa deve ser tomada pelo homem. 
Sabina - toda mulher tem um lado masculino. 
Jung - talvez… 
Sabina - se quiser tomar iniciativa, moro bem ali, naquele prédio, o da janela vermelha. 
Sabina sai de cena 
Jung sai de cena pouco tempo depois 
Ryan: Bom, respondendo à sua pergunta, sim eles mantiveram relações por praticamente 5 
anos. Como Otto explicou, Jung era frustrado por conta do seu desenvolvimento laboratorial, 
onde recebera uma proposta nos EUA e recusou por conta do bebe à caminho, e sexualmente 
por conta da gravidez. O fato de manter o contato diário um com o outro, além da tensão 
sexual e satisfação quanto a atuação dos dois em meios as pesquisas, fez com que o caso 
perdurasse. 
Sara: Mas isso não vai contra o código de Ética do Psicólogo? 
Ryan: Sim, mas na época não havia isso. Aos poucos eu vou lhe explicando mais no decorrer 
do nosso estágio. Até lá, continue se esforçando. 
Ryan abre a porta para Sara, ela sai e ele sai em seguida 
 
FIM

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