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gestão de obras

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GESTÃO DE 
OBRAS
Júlia Hein 
Mazutti 
Planejamento 
e controle de obras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir planejamento estratégico, tático e operacional da obra.
 � Elaborar o cronograma físico e o diário de obra.
 � Identificar a importância e os elementos de uma reunião de microciclos
de planejamento.
Introdução
O planejamento de obras é essencial e decisivo para o sucesso de um 
projeto. Um bom planejamento dá ao gestor um norte de como guiar e 
encaminhar sua obra. Além disso, a obra precisa ser continuamente con-
trolada para que o gestor verifique se todos os trabalhos estão andando 
de acordo com o planejamento ou se existem discordâncias. Assim, o 
gestor pode tomar atitudes que corrijam e moldem o planejamento 
inicial para as situações da obra.
Neste capítulo, você vai ver como categorizar os planejamentos da 
obra com base em longo, médio e curto prazos. Além disso, vai apren-
der como chegar à elaboração do cronograma físico e como montar o 
gráfico de Gantt, que serve como um calendário para a obra. Por fim, 
você vai estudar sobre a importância da elaboração do diário de obras, 
da divisão da obra em ciclos e da necessidade do acompanhamento da 
obra por meio de indicadores de desempenho, conhecendo um plano 
de contingência e vendo como ele pode ajudar o gestor de obras.
Planejamento estratégico, tático e operacional
Para garantir que os objetivos de um projeto sejam cumpridos, é essencial um 
planejamento das atividades. Conforme Paula (2015), começar um projeto 
sem planejamento é como sair de viagem sem destino. Você pode chegar, 
eventualmente, a lugares interessantes, mas também pode chegar a lugares 
desagradáveis e perigosos. E mesmo que chegue a lugares interessantes, 
poderia gastar menos tempo e dinheiro com um pouco de planejamento. Na 
construção civil, é a mesma coisa.
O planejamento pode ser dividido em três: estratégico, tático e operacional. 
Veja, a seguir, a definição de cada uma das partes, segundo Paula (2015), e, 
na Figura 1, uma maneira simples de entender suas características, descritas 
a seguir.
 � Planejamento estratégico: é baseado no longo prazo. É importante 
levar em conta fatores internos e externos, como o cenário econô-
mico e o mercado em que a empresa atua. Aqui, define-se a missão, 
a visão e os valores da empresa. Exemplos de objetivos estratégicos 
são: aumentar a satisfação dos clientes, reduzir custos de produção e 
aumentar o índice de capacitação de funcionários. Para Mattos (2010), a 
programação estratégica de uma obra é também baseada no longo prazo, 
com subdivisões genéricas dos serviços, comumente apresentados em 
um cronograma por mês que mostra uma visualização geral das etapas 
da obra. Por exemplo, para a construção de um prédio, as subdivisões 
poderiam ser: serviços preliminares, fundações, estrutura, alvenaria 
e revestimento.
 � Planejamento tático: é baseado no médio prazo. É como uma de-
composição do planejamento estratégico para os diversos setores da 
empresa, sendo definidos planos de marketing, planos de produção, 
entre outros. Exemplos de objetivos táticos são: garantir que os pedi-
dos de clientes sejam atendidos em um determinado prazo, garantir 
que produtos defeituosos não sejam comercializados e que todos 
funcionários possuam graduação. Para obras, Mattos (2010) destaca 
a programação tática como a programação em médio prazo. Se, na 
programação estratégica, o cronograma foi dividido em meses, por 
exemplo, na tática, ele será subdividido em semanas. O principal 
objetivo está ligado com o planejamento de aquisição de recursos 
para a obra. Um exemplo é a divisão dos serviços de um prédio por 
pavimentos, como a subdivisão dos serviços de alvenaria em alvenaria 
do 1º pavimento, 2º pavimento, etc.
 � Planejamento operacional: é baseado no curto prazo. Nessa etapa, são 
definidos métodos, processos e sistemas a serem utilizados para que os 
Planejamento e controle de obras2
objetivos sejam alcançados. Esse planejamento é muito mais detalhado 
que os outros, especifica as atividades, os responsáveis, prazos, custos e 
tudo que for necessário para que a atividade seja cumprida conforme o 
planejado. No planejamento operacional, são gerados os planos de ações 
e cronogramas do empreendimento. Exemplos de objetivos operacio-
nais são: implantar um sistema de rastreamento de pedidos, implantar 
um programa de qualidade e fechar parcerias com universidades para 
capacitar funcionários. Para Mattos (2010), a programação operacional 
da obra é a baseada no curto prazo e gera uma agenda para a obra, que 
é o cronograma físico detalhado da obra, tipicamente dividido em dias. 
Essa programação é essencial para o controle e monitoramento das 
atividades da obra, sendo muito útil na identificação de quais atividades 
estão atrasadas, em dia ou adiantadas conforme o planejamento. Um 
exemplo é subdividir a execução de todos elementos da estrutura dos 
pavimentos, como desforma da viga do 2º pavimento, concretagem da 
laje do 3º pavimento, etc.
Figura 1. Planejamento estratégico, tático e operacional.
Fonte: Paula (2015).
3Planejamento e controle de obras
Na construção civil, o planejamento da execução da obra, com especi-
ficação de todas as atividades de execução da obra, com durações e custos, 
encaixa-se no planejamento operacional da obra. Segundo Mattos (2010), esse 
planejamento inicia pela descrição de todas as atividades da obra de forma 
hierárquica por meio da Estrutura Analítica de Projeto (EAP), que você pode 
ver no Quadro 1. Em seguida, deve-se estabelecer as durações das atividades, 
em horas, dias, semanas, etc., para todas as atividades da EAP (Quadro 2). A 
duração dependerá da quantidade de serviço a ser realizada, da produtividade 
e da quantidade de recursos disponíveis.
Imagine que a obra tenha 180 m2 de revestimento de argamassa para realizar. A 
produtividade do trabalhador é, em média, 2 m2/h. A jornada de trabalho é de 8 h/
dia. Então, a duração da atividade será:
Ou seja, necessita-se de 90 horas ao todo de trabalho de pedreiros para executar o 
revestimento — ou 90 Hh (homem-hora). Assim, se a obra contar com um pedreiro, 
ele deverá trabalhar 90/8 = 11,25 dias, ou seja, pelo menos 12 dias para terminar o 
revestimento. Já se a obra contar com 2 pedreiros, serão 45 horas totais de trabalho 
para cada um e uma duração de 45/8 = 5,625 dias, ou seja, 6 dias de trabalho para 
terminar o revestimento de argamassa.
O próximo passo é estabelecer a precedência das atividades. Segundo 
Mattos (2010), aqui, define-se a sequência das atividades e “quem vem antes 
de quem”. Deve-se definir as atividades predecessoras de cada atividade, ou 
seja, as atividades que são uma condição necessária para que a outra seja 
realizada. Por exemplo, para realizar o reboco de uma parede, primeiro, 
deve-se executar a alvenaria da parede. Então, a execução da alvenaria é 
a atividade predecessora do reboco. Assim, em regra, uma atividade só 
poderá ser realizada quando a sua predecessora estiver finalizada. Veja um 
exemplo no Quadro 2.
Planejamento e controle de obras4
Fonte: Adaptado de Mattos (2010).
Atividade Duração
Fundação
 Escavação 1 dia
 Sapatas 3 dias
Estrutura 
 Alvenaria 5 dias
 Telhado 2 dias
 Instalações 9 dias
Acabamento
 Esquadrias 1 dia
 Revestimento 3 dias
 Pintura 2 dias
Quadro 1. Estrutura Analítica do Projeto (EAP) e duração das atividades
Fonte: Adaptado de Mattos (2010).
Atividade Duração Predecessora
Fundação
 Escavação 1 dia –
 Sapatas 3 dias Escavação
Estrutura
 Alvenaria 5 dias Sapatas
 Telhado 2 dias Alvenaria
 Instalações 9 dias Sapatas
Acabamento
 Esquadrias 1 dia Alvenaria
 Revestimento 3 dias Telhado, instalações
 Pintura 2 dias Esquadrias, revestimento
Quadro 2. Definição da precedência das atividades
5Planejamento e controle de obras
O principal objetivo da definição da precedência das atividades é criar 
um consenso sobre a lógica construtiva para quese possa montar o diagrama 
de rede e identificar o caminho crítico. Conforme Mattos (2010), o diagrama 
de rede nada mais é que a representação gráfica da sequência de atividades 
da obra, permitindo a visualização da relação entre as atividades. Veja, na 
Figura 2, o diagrama de rede correspondente ao Quadro 2.
Figura 2. Diagrama de rede e identificação do caminho crítico.
Fonte: Mattos (2010).
Com o diagrama de rede definido, pode-se estabelecer o caminho crítico, 
que mostrará a duração total do projeto. Deve-se contar o tempo de cada um 
dos caminhos possíveis mostrados pelo diagrama de rede, concluindo que o 
caminho que representar o maior tempo é o caminho crítico e a duração total 
da obra. As atividades que constam no caminho crítico interferem diretamente 
no prazo da obra caso atrasem ou sejam feitas em um tempo reduzido, ou seja, 
para reduzir o tempo da obra, deve-se reduzir o tempo de alguma atividade 
que está no caminho crítico.
Com a elaboração do diagrama de rede e do caminho crítico, pode-se 
elaborar o cronograma físico da obra. O cronograma será o calendário da 
obra e é a ferramenta mais importante do planejamento operacional. Para 
Mattos (2010), é a partir do cronograma que o gerente da obra e sua equipe 
devem tomar providências como: programar as atividades das equipes de 
campo e instruí-las, fazer pedidos de compras e aluguéis, contratar operários, 
definir o progresso das atividades, monitorar atrasos, replanejar a obra e 
definir reuniões.
Planejamento e controle de obras6
Cronograma físico e o diário de obra
Toda obra deve ser baseada em um cronograma, mas como elaborá-lo? Para 
começar, é preciso elaborar a Estrutura Analítica do Projeto (EAP), a duração 
das atividades e o diagrama de rede. Com isso, pode-se elaborar o cronograma 
físico da obra em forma de gráfico de Gantt, com as atividades e sua duração 
distribuídas nas datas da obra, como mostra a Figura 3. O gráfico de Gantt 
nada mais é que a apresentação das atividades da obra, à esquerda do gráfico, 
com a barra da duração de cada atividade à direita, conforme escala de tempo. 
No caso da Figura 3, apresenta-se o caminho crítico em tom mais escuro para 
destacar as atividades mais importantes para o prazo da obra.
Figura 3. Cronograma em forma de gráfico de Gantt.
Fonte: Mattos (2010).
Atividade DUR(dias)
FOLGA
(dias)
DIA
A
B
C
D
E
F
G
H
ESCAVAÇÃO
SAPATAS
ALVENARIA
TELHADO
INSTALAÇÕES
ESQUADRIAS
REVESTIMENTO
PINTURA
1
3
5
2
9
1
3
2
0
0
2
2
0
6
0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Além do caminho crítico, é interessante incorporar ao gráfico de Gantt 
as folgas de cada atividade. Segundo Mattos (2010), a folga é o período de 
tempo que uma atividade possui além da sua duração para ser realizada sem 
alterar o prazo da obra. Assim, somente as atividades que não estão no ca-
minho crítico possuem folga. Na Figura 3, as folgas estão apresentadas com 
os traços pontilhados.
7Planejamento e controle de obras
Dias úteis são diferentes de dias corridos. Na elaboração de um cronograma, não 
esqueça de considerar o tempo dos dias que não serão trabalhados, como os finais 
de semana e dias feriados. Deve-se verificar com atenção se os cálculos da estimativa 
do cumprimento de prazos estão sendo feitos em dias úteis ou corridos.
Quando são incluídos os dados de gastos no cronograma físico, ele passa 
a ser chamado de cronograma físico-financeiro. A Figura 4 apresenta um 
exemplo de cronograma físico-financeiro e algumas dicas sobre seus principais 
componentes — esse cronograma pode ser facilmente elaborado em Excel.
Figura 4. Exemplo de cronograma físico-financeiro.
Fonte: Faria (2011).
Planejamento e controle de obras8
Os cronogramas também podem ser elaborados em softwares específicos. 
O MS Project é um software amplamente utilizado para o gerenciamento de 
projetos na construção civil, tendo diversas ferramentas para o controle de 
tempo e gastos da obra. O MS Project permite a criação do cronograma da obra, 
com inserção de EAPs e de atividades da obra, sequenciação de atividades, 
definição de recursos, definição do calendário da obra, com datas de início e 
fim, feriados, inserção da duração das atividades, identificação do caminho 
crítico da obra, geração do gráfico de Gantt, entre muitas outras funções. 
Paixão (2017) destaca as seguintes vantagens e utilidades do MS Project na 
engenharia de projetos:
 � Estar atento às atividades do projeto: ver as ligações das atividades 
e monitorar o andamento das atividades predecessoras permite um 
controle geral do projeto e possibilita que a obra tenha um fluxo melhor, 
com menor probabilidade de falhas.
 � Otimização de projetos: por meio da criação de diversos tipos de pla-
nilhas e gráficos, o MS Project ajuda o profissional a planejar, gerenciar 
e otimizar seu projeto.
 � Criação de vínculos entre as tarefas: as atividades da obra requerem 
tempo e recursos e são realizadas na sequência de outras tarefas. A 
possibilidade de ligar tarefas entre si, tornando-as dependentes, é uma 
importante ferramenta do software.
 � Maior vantagem no mercado: a eficácia do software atua no controle 
sobre o planejamento e controle da obra, aumentando a qualidade do 
gerenciamento e da execução da obra.
 � Identificação do caminho crítico: o software identifica automati-
camente o caminho crítico, permitindo o acompanhamento da obra a 
partir desse parâmetro e facilitando a vida do gestor.
 � Controle de custos: pode-se atribuir os custos dos recursos atribuídos 
a cada atividade, e o programa calcula os custos e gastos conforme o 
andamento da obra.
 � Planejamento físico e financeiro: por meio da geração de cronogramas 
e gráficos de Gantt, o software permite a elaboração do planejamento 
físico e financeiro da obra.
 � Conhecer e prever riscos: o software permite calcular a probabilidade 
de riscos na obra, como ameaça de atraso de tarefas ou da data final 
da obra e aumento do orçamento, aumentando a previsibilidade de 
problemas durante sua execução.
9Planejamento e controle de obras
Assista ao vídeo disponível no link a seguir para ver como realizar um cronograma 
no MS Project.
https://goo.gl/XhVynz
Para que haja controle sobre o planejamento e sobre o andamento do 
cronograma da obra, é muito importante que o diário de obra seja elaborado. 
O diário de obra funciona como um memorial descritivo para a obra, no 
qual estão presentes as principais atividades e os fatos ocorridos na obra 
todos os dias. A Resolução nº. 1.024 do Conselho Federal de Engenharia e 
Agronomia (Confea) (2009) determinou a obrigatoriedade do documento, 
que foi chamado de Livro de Ordem, em obras e serviços de engenharia, 
tanto para obras públicas quanto privadas. O Livro de Ordem deve ser pre-
enchido pelo responsável técnico da obra, sendo facultado aos autores dos 
projetos, ao contratante ou proprietário da obra efetuar anotações com data 
e assinatura. Lima (2017) destaca alguns itens essenciais para a elaboração 
do diário de obras:
 � dados da obra;
 � lembrar de especificar o nome do responsável pelo diário, datas e 
horários;
 � detalhar quantas pessoas trabalham em cada atividade do dia;
 � especificar os materiais utilizados em cada atividade;
 � indicar a condição climática;
 � relatar possíveis acidentes, especificando motivo, a pessoa envolvida, 
a atividade que estava envolvida e as medidas de socorro executadas;
 � especificar máquinas e equipamentos utilizados, o tempo utilizado, 
os trabalhadores envolvidos, a finalidade da utilização e se é alugado 
ou não;
 � serviços interrompidos ou situações imprevistas;
 � comentários e assinaturas das partes envolvidas.
Planejamento e controle de obras10
A elaboração do diário de obras permite um acompanhamento mais deta-
lhado do planejamento, com oficialização dos fatos ocorridos pelos relatos. 
Segundo Lima (2017), o diário de obras beneficia o controle do planejamento 
também no sentido de: organização do cronograma, com informações para 
avaliara evolução da obra; explicar atrasos e imprevistos, por meio do registro 
de alterações climáticas, falha de equipamentos, entre outros; avaliação da 
qualidade do trabalho dos envolvidos, a partir do registro e acompanhamento 
dos serviços prestados; e prevenção de acidentes e imprevistos, pois, com o 
registro dos acontecimentos, torna-se mais fácil criar meios de prevenção.
Reunião de microciclos de planejamento
Para realizar a avaliação constante dos resultados da obra, o acompanhamento 
do planejamento da obra é imprescindível. É o mesmo que realizar uma viagem 
e verificar no GPS quanto do caminho já foi percorrido e se você chegará ao 
seu destino no tempo planejado. Para a obra, é também importante monitorar 
o desenvolvimento de suas atividades periodicamente. Para isso, existem as 
reuniões de planejamento.
As etapas de uma obra podem ser divididas em ciclos, que, por sua vez, 
podem ser divididos em microciclos, mesociclos e macrociclos. Os microciclos 
envolvem as pequenas tarefas do dia a dia que devem ser cumpridas; um grupo 
de microciclos forma um mesociclo. Um exemplo é pensar no mesociclo como 
a finalização da execução de um andar de um prédio e os microciclos como as 
atividades que compõem a execução desse andar, como a concretagem de vigas, 
pilares e lajes. Um grupo de mesociclos, por sua vez, forma um macrociclo. 
Veja, na Figura 5, uma maneira simples de compreender a organização dos 
ciclos. O acompanhamento do cumprimento dos microciclos nas reuniões e 
atividades da obra se torna, assim, essencial para que o planejamento da obra 
seja seguido, pois esses microciclos são a base para o sucesso dos mesos e 
macrociclos.
11Planejamento e controle de obras
Figura 5. Microciclos, mesociclos e macrociclos.
Fonte: Fernandes (2017, documento on-line).
Como gestor de uma obra, você deverá, então, realizar o acompanhamento 
das atividades do planejamento em micro, meso e macrociclos. Mas como você 
poderá executar esse acompanhamento na prática? Para isso, é fundamental 
definir indicadores de desempenho na obra, também conhecidos como KPIs 
(Key Performance Indicators). São eles que permitirão medir o quanto o 
planejamento está sendo cumprido na obra. Confira, a seguir, as cinco for-
mas mais importantes de medir a execução do planejamento dentro da obra 
indicadas pela Globaltec (2017).
1. Indicadores de custos: toda obra tem, em seu início, o orçamento de 
materiais, equipamentos e mão de obra. Deve-se cotar e detalhar o 
preço de todos os recursos para chegar a um orçamento final para a 
obra. Porém, sabe-se que essa área precisa ser constantemente revista, 
recalculada e adaptada aos imprevistos da obra. Para que a obra termine 
dentro de seu orçamento, é essencial que aconteça o acompanhamento 
assíduo dos gastos e do que entra e sai da obra. Os indicadores de 
custo permitem avaliar os desvios do orçamento em relação ao inicial, 
efetuar o controle dos gastos e do estoque e ajudar a tomar medidas 
que aumentem o lucro da obra. Um exemplo é o indicador de desvio de 
custo acumulado, que mostra a porcentagem de distorção do orçamento 
e que permite controlar o estoque.
2. Indicadores de qualidade: esses indicadores estão diretamente ligados 
aos indicadores de custos. Eles permitem verificar a qualidade dos ma-
teriais que foram entregues na obra, checar as notas fiscais, identificar 
Planejamento e controle de obras12
se os materiais conferem com o pedido, se a qualidade está dentro do 
padrão requerido, entre outros. Esses indicadores estão atrelados não 
somente aos materiais, mas a tudo que envolve a construção do pro-
jeto, como mão de obra e serviços executados. Alguns exemplos são: 
percentual de material estragados, quantidade de erros e quantidade 
de tempo gasto em retrabalho.
3. Indicadores de segurança: o acompanhamento desses indicadores é 
de extrema importância, pois eles estão relacionados não somente com 
o andamento da obra, mas com a vida dos trabalhadores e envolvidos. 
Alguns exemplos de indicadores de segurança são: sistema de notas para 
a segurança no canteiro de obras, frequência de acidentes de trabalho 
no canteiro de obras, gravidade dos acidentes de trabalho no canteiro 
de obras e quantidade de riscos encontrados e eliminados.
4. Indicadores de prazos: esses indicadores estão relacionados com 
o atraso ou adiantamento da obra e permitem identificar o que está 
atrasando os processos da obra. Pode-se destacar como indicadores de 
prazos: índice de atividades planejadas concluídas e desvio de prazo 
acumulado. Esses indicadores devem ser analisados de modo a garantir 
que o cronograma seja mantido em dia.
5. Indicadores de impactos ambientais: indicam o impacto do projeto 
na vizinhança e no meio ambiente como um todo. Nesses indicadores, 
são criados limites e planos para diminuir a geração de resíduos, o 
uso de água e o uso de energia. Exemplos de indicadores de impactos 
ambientais são: geração de resíduo por metro quadrado de obra, litros 
de água utilizados por área construída e porcentagem de reaproveita-
mento de materiais.
Imagine uma obra com centenas de trabalhadores e centenas de atividades sendo 
realizadas todos os dias. Se você fosse o gestor dessa obra, como avaliaria todos os 
indicadores envolvidos na obra? Nesses casos, para que as informações cheguem ao 
gestor a tempo para que tome uma decisão eficaz, o uso da mobilidade e de tecno-
logias tem grande impacto na obra. Por isso, Scheid (2018) destaca que a utilização de 
aparelhos móveis que permitam a captação das informações da obra em tempo real 
se torna extremamente importante para o controle dos indicadores de desempenho 
da obra e das atividades como um todo.
13Planejamento e controle de obras
Agora você já sabe como medir o andamento da sua obra com os indicadores 
de desempenho. E quando eles indicarem que alguma coisa não está dando 
certo, o que você faria se fosse o gestor da obra? Para isso, existem os planos 
de contingência, que indicam o que fazer em situações de falha de andamento 
da obra. Para elaborar os planos de contingência, você deve prever o que fará na 
sua obra se alguma coisa der errado antes de ela dar errado — assim, quando 
alguma situação adversa acontecer, você já estará preparado.
Os planos de contingência são baseados em uma análise dos riscos que a 
obra corre. Assim, para cada obra, os riscos devem ser reavaliados, uma vez 
que cada obra possui suas singularidades. Veja, a seguir, algumas etapas de 
boas práticas utilizadas para a elaboração de planos de contingência indicadas 
por Fuly (2016).
1. Pesquisa: compreender a estrutura e a sequência de atividades da obra 
é essencial para que se possa explorar minuciosamente os pontos de 
fragilidade e risco do projeto. Para enriquecer o plano de contingência e 
possibilitar a reflexão sobre as medidas preventivas dos riscos, deve-se 
fazer uma pesquisa profunda e que envolva uma equipe multifuncional.
2. Análise preliminar de risco: permite identificar quais são os principais 
riscos que a obra corre, priorizar os riscos conforme seu impacto na 
obra, planejar quais medidas deverão ser tomadas e quais recursos 
serão necessários.
3. Identificação dos recursos existentes: deve-se analisar quais recursos 
estão disponíveis para atender às possíveis emergências e riscos. A dica 
para essa fase é comparar, listar e quantificar recursos para facilitar a 
elaboração e execução do plano de contingência.
4. Desenvolvimento: primeiramente, deve ocorrer a validação do plano de 
contingência, verificando sua eficácia — o plano deve ser aprovado por 
todas as partes envolvidas. Em seguida, deve-se testar o plano a partir 
de simulações de ocorrência de anomalia, com o usuário final aplicando 
as ações previstas no plano de contingência. No desenvolvimento do 
plano de contingência, deve-se visar elaborar um plano dinâmico, com 
a realização de manutenções e adaptações com o passar do tempo, se 
necessário. As melhorias e mudanças nas atividades da obra devem ser 
absorvidas peloplano e, por isso, ele deve ser revisado e melhorado 
periodicamente — as etapas de validação e treinamento devem ser 
repassadas quando necessário.
Planejamento e controle de obras14
Um bom plano de contingência ainda deve ser organizado e elaborado de 
maneira que sua compreensão seja simples e rápida. O usuário do plano deve 
entender as medidas propostas de maneira lógica e progressiva. A adaptabi-
lidade do plano de contingência é importante para que ele seja utilizado em 
situações inesperadas e de emergência. Além disso, ele deve ser compatível 
com os outros possíveis planos de contingência utilizados e aplicados em 
situações simultâneas. 
Para que os indicadores de desempenho sejam acompanhados e o plano de 
contingência atualizado, os tópicos devem estar periodicamente presentes nas 
reuniões de microciclos da empresa. Essa atitude permite que o planejamento 
e o rendimento da obra sejam acompanhados mais de perto, facilitando a 
tomada de decisões e o desempenho da obra como um todo.
CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA (CONFEA). Resolução n°. 1.024, 
de 21 de agosto de 2009. Disponível em: <http://normativos.confea.org.br/ementas/
visualiza.asp?idEmenta=43000>. Acesso em: 13 jan. 2019.
FARIA, R. Planejamento: cronograma físico-financeiro. Equipe de obra, maio 2011. Dis-
ponível em: <http://equipedeobra17.pini.com.br/construcao-reforma/35/cronograma-
-fisico-financeiro-213994-1.aspx>. Acesso em: 13 jan. 2019.
FERNANDES, L. Planificação de treinamentos: o que são macrociclos, mesociclos e 
microciclos de treinamento. BlogdeEscalada.com, 28 ago. 2017. Disponível em: <http://
blogdescalada.com/planificacao-de-treinamentos-o-que-sao-macrociclos-mesociclos-
-e-microciclos-de-treinamento/>. Acesso em: 13 jan. 2019.
FULY, E. M. F. Plano de contingência: sua empresa está preparada? PMKB, 14 dez. 2016. 
Disponível em: <https://pmkb.com.br/artigos/plano-de-contingencia-sua-empresa-
-esta-preparada/>. Acesso em: 13 jan. 2019.
GLOBALTEC. Cinco indicadores de desempenho essenciais para a construção civil. 6 jun. 
2017. Disponível em: <https://www.globaltec.com.br/2017/06/06/cinco-indicadores-
-de-desempenho-essenciais-para-a-construcao-civil/>. Acesso em: 13 jan. 2019.
LIMA, T. Diário de obra: como utilizar. Sienge Platarform, 4 set. 2017. Disponível em: 
<https://www.sienge.com.br/blog/diario-de-obra/>. Acesso em: 13 jan. 2019.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010.
PAIXÃO, L. A importância do MS Project na área das engenharias. 20 nov. 2017. Dispo-
nível em: <https://www.aarquiteta.com.br/blog/engenharia-e-construcao-civil/ms-
-project/>. Acesso em: 13 jan. 2019.
15Planejamento e controle de obras
PAULA, G. B. Planejamento estratégico, tático e operacional: o guia completo para sua 
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SCHEID, L. C. M. A importância do uso e da gestão de indicadores na construção civil. 
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