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Feminic ío : tra géd ia a nunc iada. V ive mos e m uma soc iedade o nde d iar ia me nte mulheres são vít imas de a taq ues, vio lê nc ia e assass inato. I nfe lizme nte de ixa ndo filhos, pa is, irmão s, a migos, so nhos inco mp leto s, obje t ivos não a lca nçados. G uer re iras q ue t e m se us no mes t imbrados e m es tat ísticas c r ué is e ass ustado ras. Cansados de sta d ura e cr ue l rea lidade, a C PMI, C o missão Par la me ntar M is ta de I nq ué r ito sobre Vio lê nc ia co nt ra a M ulher (Re lat ório Fina l, CP MI-V CM, 2013), c r io u o ter mo : fe min ic íd io, uma e xp ressão ut ilizad a para de no mina r as mo rte s vio le ntas de mulhe res e m ra zão de gê nero. S ua s mo t ivações ma is co muns são : o c iúme, ód io, o desp re zo o u o sent ime nto de pe rda da prop r iedade sobre as mulhe res, e m s ua ma ior p arte o s c ulpado s são os ex- co mpa nhe iros Busca ndo acab ar co m esse prob le ma q ue asso la par te da pop ula ção fe minina , a L e gis lação bras ile ir a pôs e m vigor o c r ime de fe minic íd io, pre visto e na Le i nº 13.104/2015, q ue a lte ro u o art. 121 do C ód igo Pe na l ( Decre to - Le i nº 2.848 /1940), par a pre ver o ato co mo c ir c unstâ nc ia qua lif icadora do cr ime de ho mic íd io, se gundo Mapa da Violên cia 2015 (Cebe la/F lacso). É co mum q ue já estivésse mos aco st umado s co m a Le i Mar ia da Pe nha, a q ua l es tabe le ce punições para casos de vio lê nc ia do mé stica co nt ra a mulher, a gressõe s q ue var ia m de fís ica, ps ico ló gica, se xua l, pat r imo nia l e mor a l. Poré m a rea lidad e é o utr a. O fe minic íd io é a últ ima e tapa da vio lê nc ia, até c he gar à mo rte. É per t ine nte sa lie ntar a d ifere nça e xis te nt e e ntr e ho mic íd io e fe minic íd io. N o ho mic íd io, mes mo q ue seja co ntar uma mulher, trat a - se do fato de mata r um s er huma no. C e ifar a vida de out ra pesso a a lea tor ia me nte. Q ua ndo no s pe ga mo s debate ndo a respe ito de um fe min ic íd io, o ass unto se tor na um ta nto co mp le xo pe lo fato de ha ver um co nte xto por t ra z de se u de s fec ho, var ia ndo de vio lê nc ia fís ica, tor t ura ps ico ló gica o u se xua l, esc ra vidão, mut ilaçã o, ho mo fob ia e rac is mo, t udo e m função do gê ne ro, co nsec ut iva me nte à mor te. É neces sár io q ue haja co nsc ie nt izaç ão de todos. Tor nar p úb lico todo t ipo de ato q ue de nigra a ima ge m fe minina, a fim de le var os pos s íve is caso s às a uto r idade s co mpe te nte s, e q ue faç a m cumpr ir as pe na lidade s pre vistas na for ma da le i, visa ndo diminu ir a inc idê nc ia da vio lê nc ia que por muit o te mpo fo i invis íve l aos o lhos da pop ula ção. Mes mo q ue a ma ior ia dos caso s seja re inc ide nte, pre c isa mos a t ua lizar nos sas at itude s espec ia lme nte no q ue ta nge às ações de preve nção, e ja ma is esq uece r no q ue d iz respe ito à c ult ur a, desde o pr inc ip io das c ivi lizaçõe s, mulher te m se u pape l funda me nta l na soc iedad e, não se int imida d ia nt e dos obst ác ulos, já fo i No Brasil o feminicídio ocupa o 5º lugar na posição de homicídios a mulheres, numa lista de 84 países. Essa situação expõe mulheres a violência doméstica, familiar, menosprezo e discriminação feminina. A violência contra mulher existe desde modelo social patriarcal, onde a mulher, por não existir uma regulamentação de esfera pública que a protegesse se tornava inteiramente submissa ao senhor que a sustentava. A mulher no passado era obrigada a manter relações com seu marido mesmo sem vontade afim de manter a “legitimidade da honra masculina”. Eram privadas de ter acesso à educação, cidadania política e reprimidas em sua sexualidade, consideradas completamente incapazes pela sociedade. Com o avanço do processo de urbanização a dominação doméstica foi ressignificada trazendo para as mulheres algumas conquistas como direito de frequentar escolas de ensino fundamental e superior, o direito de voto, da prática de esportes etc. Mesmo com o crescimento civilizatório os índices estatísticos continuam aumentando. Durante a pandemia o convívio com os agressores se tornou mais próxima sendo muito mais fácil de evitar que a vítima se direcionasse a uma delegacia para pedir ajuda, ou acessasse canais de socorro ou até mesmo aplicativos para se defender. A causa da violência doméstica também se dá ao desemprego, a fome, a desigualdade social e a omissão do poder público e a dependências de seus agressores. Todos esses fatores contribuem para que o parceiro desconte na sua parceira todas as frustações além da falta de informação por parte das mulheres, de conhecerem a fundo os sinais de um feminicídio faz com que a violência doméstica perpetue. A violência doméstica vai muito mais a fundo do que uma agressão física, ela envolve agressões psicológicas onde muitas mulheres também ficam com sequelas físicas como aumento de peso/gastrite e psicológicas como a depressão. Considerando o problema, como a fome, e a desigualdade de gênero no âmbito social, onde a maioria dessas mulheres na maior parte das vezes agredidas são de baixa renda, o governo poderia propor um programa onde essas mulheres buscassem abrigo e proteção até se estruturarem como apoio emocional até refazerem sua vida longe de seus parceiros. O apoio psicológico é fundamental para que essas mulheres sintam confiantes em deixar seu parceiro e a procurar por seus direitos. Em conclusão, acredito que nossas leis e penas são muitos brandas e nossa população muito deficiente em conhecer os direitos adquiridos em nossa constituição, é preciso uma política maior abrangendo desde nossos filhos na escola que a mulher tem seus direitos e devem ser respeitados, pois, essa condição machista é intolerável em pleno século XXI. No campo da ética e da cultura, é possível envolver mais essas mulheres em projetos prol a outras mulheres para que vejam a sua importância e se sintam uteis para sociedade. No dia 09 de março de 2015, entra em vigor a lei do feminicídio 13.104/15, o assassinato de mulheres por serem mulheres, que considera feminicídio quando o assassinato envol ve violência doméstica e familia r, menosprezo ou discriminação à condi ção de mu lher da vítima. A nova legislação alterou o Código Penal (Decreto -Lei 2.848/40) e estabeleceu o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio. També m modificou a Lei de C rimes Hediondos (Le i 8.072/90), para incluir o feminicídio na l ista. Com isso, o crime de homicídio si mples tem pena de seis meses a 20 a nos d e prisão, e o de feminicídio, um homicídio qualificado, de 12 a 30 anos de prisão. Fonte:https://www .camara.leg.br/noticias/643729-lei-do-feminicidio-faz-cinco-anos/- Agência Câmara de Notícias. Acesso em 29/ago/2020 . De acordo co m a definição oficial do dicionário, femini cídio é a morte de mulheres em razão do gênero, ou seja, si mple smente po r serem mul heres. O termo femi é derivado de femin, vem do grego, que significa "manifestar seu pensa mento pela palavra, d izer, falar, op inar", enquanto que a expressão cídio origina -se do latim cid /um, cujo signi ficado é "ação de quem mata ou o se u resultado". Já o homicídio é definido pelo dicionário como a ação de matar um ser humano, independentemente de seu gênero ou situação. O femin icídio deve ser um tema a ser tratado na sociedade constantemente, já que o número de casos desse crime é contin uo ou crescente. Mesmo com a legisl ação composta por leis como a Maria da Penha que foi sancionada em 7 de agosto de 2006 , com 46 artigos distribuídos em sete títulos, que cria mecani smos para prevenir e coib ir a violência doméstica e familiar contra a mul h er e também a lei d o femini cídio 13.104 /15, há dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública que apon tam um au mento d e 22 % nos registros d e caso s de feminicídio n o Brasil du rante a pand emia do novo coronavírus. Os número s correspondem a os meses de março e abril e fora m comparados com o mesmo períododo ano passado. O número passou de 117, em 2019, para 143 neste ano. Isso se de ve ao fato de que a vítima esta c onfinada com seu agressor, o que nos mostra que somente a legislação não basta sem u ma conscientização sobre o assunto trabalhada no meio social atual.
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