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Introdução à sustentabilidade_conceitos_vertentes e aplicabilidades

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ECOLOGIA 
GERAL
Ronei Tiago Stein
Introdução à 
sustentabilidade: conceitos, 
vertentes e aplicabilidades
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir biodiversidade e a sua importância para o homem.
 � Discutir o papel da Biologia da Conservação na prevenção da extinção 
de espécies.
 � Analisar as principais ameaças à biodiversidade.
Introdução
O planeta Terra é rico em seres vivos e tem uma encantadora diversidade 
em fauna e flora, o que é conhecido como biodiversidade. Porém, nas 
últimas décadas, o homem vem destruindo o ambiente e, dessa forma, 
tem sido considerado o principal responsável por um profundo impacto 
sobre o ambiente natural, afetando, assim, a biodiversidade, que varia 
entre os habitats — por exemplo, a floresta tropical tem uma enorme 
variedade de espécies em comparação a uma área de deserto, que apre-
senta poucas espécies.
Contudo, visando a preservação e o uso sustentável dos recursos 
naturais, a Biologia da Conservação surge com o foco de encontrar formas 
de reduzir a degradação ambiental e a taxa de extinção das espécies. 
Obviamente, essa não é uma tarefa fácil, pois, atualmente, o mundo se 
preocupa apenas com a questão econômica, deixando o ambiente de 
lado. 
Neste capítulo, você vai compreender o significado da expressão 
“biodiversidade” e sua importância para o ambiente e para o homem. 
Além disso, vai ver uma discussão sobre o papel da Biologia da Con-
servação visando a proteção das espécies e, por fim, vai analisar como 
as diferentes práticas antrópicas vêm assolando a biodiversidade em 
todo o planeta.
Biodiversidade
Etimologicamente, a palavra biodiversidade significa diversidade da vida 
(do grego bios, que significa vida), ou seja, a variedade e a multiplicidade de 
seres vivos que há em nosso planeta. Miller e Spoolman (2013) descrevem 
a biodiversidade (também conhecida como diversidade biológica) como a 
variedade de espécies da Terra ou as variações de formas de vida, os genes 
que elas contêm, os ecossistemas em que vivem e os processos ecossistêmicos 
de fluxo de energia e ciclagem de nutrientes que sustentam toda a vida.
Em outras palavras, a diversidade dos seres vivos também pode ser compre-
endia como uma associação de vários componentes hierárquicos (ecossistema, 
comunidade, espécies, populações e genes) interligados e interagindo numa 
determinada área geográfica (BARSANO; BARBOSA; VIANA, 2014). A 
variedade de seres vivos na Terra foi surgindo de acordo com diversos aspectos 
determinantes, como os processos evolutivos de seleção natural, e também 
por causa de ações antrópicas (BARBOSA; VIANA, 2014). A diversidade é 
classificada em três categorias:
 � Alfa: corresponde ao número de espécies em um habitat homogêneo. 
 � Beta: revela-se pela heterogeneidade da estrutura da comunidade.
 � Gama: corresponde ao número total de espécies observado em todos 
os habitats em uma determinada área geográfica.
Segundo Barsano, Barbosa e Viana (2014), a classificação dos seres vivos 
teve suas origens a partir dos estudos do sueco Carl von Linné (1707-1778), 
também conhecido como Carlos Lineu, que, em 1735, eternizou a ciência 
propondo a nomenclatura binomial dos seres vivos. De acordo com essa 
nomenclatura, cada ser deveria ser nomeado com duas palavras: a primeira 
referindo-se ao nome genérico (gênero) e a segunda referindo-se ao nome 
específico (espécie).
Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades2
Conforme essa classificação, tais nomes seriam apresentados em itálico ou 
grifados com a primeira letra (prenome) em maiúsculo. Por exemplo:
 � Gato (nome popular) — Felis silvestris catus (nome científico).
 � Boi (nome popular) — Bos taurus (nome científico).
A biodiversidade consiste na variedade de diferentes espécies encontradas em uma 
determinada área. Na sua forma mais simples, o termo é usado para expressar a riqueza 
de espécies, ou seja, o número de espécies presentes em uma unidade geográfica 
definida. 
Essa classificação é excelente para a ciência em geral, uma vez que facilita 
o entendimento e a comunicação entre os cientistas de diferentes partes do 
mundo, tendo em vista que um mesmo ser vivo, dependendo da região onde 
é encontrado, pode ser identificado e conhecido por diferentes nomes (BAR-
SANO; BARBOSA; VIANA, 2014).
Por volta de 1969, o botânico norte-americano Robert Harding Whittaker 
(1920-1980) criou uma forma de classificar os diferentes organismos que ainda 
é utilizada nos dias atuais e divide os em cinco reinos diferentes, conforme 
descrevem Burnie (2007) e Barsano, Barbosa e Viana (2014), em:
 � Fungos: organismos, em geral, multicelulares, que vivem por absor-
ção de alimento. Constituem o reino dos fungos (Fungi) seres que se 
parecem com plantas, mas vivem de modo bem distinto. Não usam 
a luz para produzir alimentos, absorvem as substâncias da matéria 
viva ou morta. Contêm cerca de 200 mil espécies conhecidas. Como 
exemplo de seres desse reino, há os fungos (Figura 1), os responsáveis 
por produzir bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas, 
cogumelos-de-chapéu, etc.
3Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
Figura 1. A orelha-de-pau (Pycnoporus sanguineus), também conhecida como pironga e 
urupê, é um fungo que cresce, normalmente, em árvores em estado de putrefação.
Fonte: Dave Cutts/Shutterstock.com.
 � Plantas: o reino Plantae ou reino dos vegetais é representado por seres 
eucarióticos, na maioria, multicelulares, autotróficos e fotossintetizantes, 
dos mais presentes na Terra, chegando a passar de 400 mil espécies 
conhecidas, incluindo as árvores e ervas, os arbustos, as frutas, as 
plantas microscópicas, etc.
 � Animais: o reino Animalia ou reino animal (Metazoa) abriga indivíduos 
eucarióticos, pluricelulares e heterotróficos, cujas células foram for-
mando tecidos biológicos em condições de responder ao ambiente que 
os envolve. Os animais podem locomover-se, embora alguns passem a 
maior parte da vida no mesmo lugar. O reino animal contém mais de 
2 milhões de espécies.
 � Protistas: grupo de organismos intermediários, parecidos, ao mesmo 
tempo, com plantas e animais. O reino Protoctista (Protista), de forma 
geral, é composto por organismos eucariontes, unicelulares, coloniais 
ou multicelulares, que não possuem tecidos verdadeiros e se alimentam 
por ingestão ou absorção, como é o caso dos protozoários e das algas 
marinhas. Esse reino contém, no mínimo, 50 mil espécies.
 � Moneras: organismos unicelulares sem núcleo organizado. Essas for-
mas microscópicas de vida são procariotas, ou seja, não contêm núcleo 
individualizado. Esse reino inclui as bactérias e as cianofíceas. As 
moneras foram as primeiras formas de vida desenvolvidas na Terra. O 
reino das moneras contém cerca de 4 mil espécies. 
Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades4
No início, os primeiros sistemas de classificação compreendiam apenas dois reinos, 
vegetal e animal. Depois, os estudiosos da área ambiental acrescentaram mais reinos, 
distinguindo formas de vida que não pertenciam, de fato, nem aos vegetais nem 
os animais. Hoje, a maioria dos sistemas de classificação baseia-se em cinco reinos: 
moneras, protistas, fungos, plantas e animais.
Na maioria dos grandes grupos de organismos (vegetal, animal, e talvez 
microbiano), o número de espécies aumenta marcantemente, com umas pou-
cas exceções, em direção ao Equador. Ricklefs e Relyea (2016) apresentam 
alguns exemplos:
 � Numa pequena região a 60° de latitude ao norte, poderíamos encontrar 
10 espécies de formigas; a 40°, entre 40 e 100 espécies de formigas; numa 
área de tamanho similar, a 20º do equador, entre 100 e 200 espécies.
 � A Groenlândia é o lar de 56 espécies de pássaros procriadores; Nova 
Iorque (EUA), de 105; a Guatemala, de 469; e a Colômbia, de 1395. 
 � Em relação ao ambiente marinho, há uma tendência mais ou menos 
semelhante. As águasárticas abrigam 100 espécies de tunicados, mas 
mais de 400 espécies são conhecidas nas regiões temperadas e mais 
de 600 nos mares tropicais.
Tunicados (também conhecidos como Urochordata) são um subfilo do filo Chordata. 
Os animais desse subfilo vivem sésseis e podem atingir grandes profundidades no mar.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2018), o Brasil ocupa 
quase metade da América do Sul e é o país com a maior diversidade de espécies 
no mundo, espalhadas nos seis biomas terrestres e nos três grandes ecossistemas 
marinhos. São mais de 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais 
conhecidas no país. Suas diferentes zonas climáticas favorecem a formação 
de zonas biogeográficas (biomas), a exemplo da floresta amazônica, maior 
5Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
floresta tropical úmida do mundo; o Pantanal, maior planície inundável; o 
Cerrado, com suas savanas e bosques; a Caatinga, composta por florestas 
semiáridas; os campos dos Pampas; e a floresta tropical pluvial da Mata 
Atlântica. Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km2, 
que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, 
estuários e pântanos.
Conservação da biodiversidade
A taxa de extinção de espécies decorrente da influência humana é a principal 
preocupação dos biólogos da conservação. Para avaliarmos a dimensão desse 
problema, precisamos conhecer o número total de espécies que existem no 
mundo, a taxa na qual elas estão sendo extintas e compará-la com a taxa de 
extinção de períodos anteriores à evolução da espécie humana (TOWNSEND; 
BEGON; HARPER, 2011).
Ainda existem incertezas quanto ao número de espécies existentes no globo 
terrestre: as estimativas variam de 8 a 100 milhões, mas o melhor palpite é 
o de que há 10–14 milhões de espécies, e cerca de 1,9 milhão de espécies já 
foram descritas pelos cientistas (Figura 2).
Figura 2. Número de espécies identificadas e classificadas e estimativas de espécies não 
classificadas que existem.
Fonte: Townsend, Begon e Harper (2011, p. 512).
Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades6
Barsano. Barbosa e Viana (2014) relatam previsão de que a crescente taxa 
de extinção de espécies está entre 1 mil e 10 mil vezes maior que a natural. 
Esse fato demostra que o mundo natural não pode mais suportar tamanha 
degradação.
Biologia da Conservação é uma nova disciplina que surgiu na última década devido 
à crescente preocupação com a velocidade a que têm ocorrido extinções de espé-
cies. Essa nova disciplina tem como objetivo estudar como preservar as espécies, as 
comunidades e os ecossistemas.
A Biologia da Conservação estabelece quatro agentes que resultam na 
extinção:
 � A exploração, que gera a redução da população efetiva.
 � A perda e a fragmentação de habitat das espécies.
 � A introdução de espécies invasoras, que competem com habitats nativos 
ou modificados.
 � Interações sinérgicas por meio das quais a extinção de uma espécie 
gera a extinção de outras em um efeito em cadeia.
Os biólogos da conservação buscam manter três importantes aspectos da 
vida na Terra: a diversidade natural encontrada nos sistemas vivos (biodiversi-
dade); a composição, a estrutura e o funcionamento desses sistemas (integridade 
ecológica); e sua resiliência e habilidade de resistir ao longo do tempo.
Para facilitar seu o entendimento a respeito dos princípios dois quais trata 
a Biologia da Conservação, apresenta-se, no Quadro 1, um resumo dos temas 
e princípios primários e secundários dessa área.
7Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
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9Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
Importância das Unidades de Conservação (UC)
No contexto da Biologia da Conservação e da preservação das espécies, 
é de grande importância falar sobre as Unidades de Conservação (UC), 
denominação dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza (SNUC), por meio da Lei nº 9.985/2000, para as áreas natu-
rais passíveis de proteção por suas características especiais. As UCs têm 
a função de salvaguardar a representatividade de porções significativas e 
ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitat e ecossistemas 
do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio 
biológico existente. Além disso, garantem às populações tradicionais o 
uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda propiciam 
às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas 
sustentáveis (MENEZES, 2015).
As UCs podem apresentar diferentes objetivos, como, por exemplo: pre-
servação das espécies e da diversidade genética; proteção de características 
naturais e culturais locais; manutenção dos serviços ambientais (água, regu-
lação do clima, diminuição da erosão, dentre outros); investigação científica; 
turismo e recreação; educação ambiental; utilização sustentável dos recursos 
naturais.
As Unidades de Conservação de Uso Sustentável, segundo a Lei nº 
9.985/2000, podem ser de sete tipos distintos: Área de Proteção Ambiental, 
Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrati-
vista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva 
Particular do Patrimônio Natural (BRASIL, 2000).
Por se tratar de áreas protegidas, as Unidades de Conservação possuem diferentes 
objetivos, mas apresentam como elemento central uma preocupação com a proteção 
da natureza local. Os objetivos podem variar consideravelmente em uma Unidade 
de Conservação, podendo apresentar uma forte restrição da presença humana até 
abordagens inspiradas na ideia de desenvolvimento sustentável ou de proteção 
integrada.
Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades10
Um dos principais objetivos das Unidades de Conservação é a conservação 
do patrimônio genético (PG), definido, segundo o Ministério do Meio Ambiente 
(BRASIL, 2018), como o conjunto de informações genéticas contidas nas 
plantas, nos animais e nos microrganismos, no todo ou em suas partes (cascas, 
folhas, raízes, pelos, penas, peles, etc.). Também está contido em substâncias 
produzidas por eles, como resinas, látex de plantas ou veneno de animais, e 
substâncias químicas produzidas por microrganismos. O Brasil está entre 
os poucos países do mundo que reúne as principais características para ter 
um sistema de gestão de acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos 
tradicionais associados que promova o desenvolvimento sustentável. O país 
apresenta, em relação:
 � à biodiversidade: mais de 200 mil espécies já registradas em seus 
biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e 
Pampa) e na Zona Costeira e Marinha. Estima-se que esse número 
possa chegar a mais de 1 milhão e oitocentas mil espécies;
 � à sociodiversidade: são mais de 305 etnias indígenas, com cerca de 
270 diferentes idiomas, além de diversas comunidades tradicionais e 
locais (quilombolas, caiçaras, seringueiros, etc.) e agricultores fami-
liares, que detêm importantes conhecimentos tradicionais associados 
à biodiversidade; 
 � ao complexo industrial: dispõe de um diversificado e bastante avançado 
complexo industrial em setores ligados à bioeconomia e à biotecnologia, 
com empresas de referência mundial;
 � à capacidade científica: conta com pesquisadores que detêm grande 
expertise no tema, além da capacidade de desenvolvimento tecnológico 
para fazer desse potencial uma realidade de benefícios econômicos, 
sociais, culturais e de qualidade de vida.
À medida que se tem espécies ameaçadas ou que acabam ficando isolados, 
tem-se perda da variação genética. Mesmo que a espécie se recupere, seu 
nível de variação genética não será recuperardo. A variação genética somente 
será restaurada lentamente pela acumulação de mutações por meio de muitas 
gerações. Por essa razão, uma espécie ameaçada com baixa variação genética 
continuará em risco de extinção por muito tempo após a recuperação do 
tamanho da população. 
11Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
Ou seja, pouco adianta ter áreas protegidas para conservação da fauna se 
esses locais se encontram isolados. Dessa forma, os corredores ecológicos 
(também conhecidos como corredores de biodiversidade) apresentam uma 
função fundamental, uma vez que ligam áreas naturais isoladas, como Unidades 
de Conservação, para possibilitar o deslocamento de animais, a dispersão de 
sementes e o aumento de cobertura vegetal. Com o movimento da biota entre 
ecossistemas fragmentados, os corredoresaumentam, também, o fluxo de 
genes. Assim, as Unidades de Conservação são uma estratégia para amenizar 
os impactos do homem sob o meio ambiente e possibilitam uma extensão 
maior para a circulação das espécies.
Ameaças à biodiversidade
Segundo Oliveira (2008), as preocupações com aquecimento global, redu-
ção da camada de ozônio, salinização e desertificação de áreas, perda de 
biodiversidade e qualidade da água de mananciais, dentre outros diversos 
impactos ambientais, são efeitos do acúmulo dos impactos das mais diversas 
ações humanas ao longo dos séculos. Isso porque não se deu importância às 
enormes quantidades de gases lançados na atmosfera, aos poluentes lançados 
nos recursos hídricos, aos desmatamentos e queimadas, à caça predatória, ao 
uso de agrotóxicos, entre outros, não havendo uma real avaliação dos impactos 
ambientais, que, atualmente, vêm assolando a saúde do planeta Terra. 
Ou seja, a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da 
fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais e a expansão urbana 
e industrial estão levando muitas espécies vegetais e animais à extinção. 
Estima-se que, a cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta 
tropical são desmatados. Se isso continuar nesse ritmo, entre 5% e 10% das 
espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos 
próximos 30 anos (WWF, 2018).
A poluição ambiental sempre existiu, mas seus efeitos eram tão pequenos 
que praticamente não havia consequências para o meio ambiente. Essa situação 
começou a mudar, principalmente, após a Revolução Industrial, quando o 
homem deixou de produzir produtos e alimentos unicamente para seu consumo 
próprio, passando a produzir em larga escala. Com o passar dos anos, segundo 
Barsano, Barbosa e Viana (2014), a sociedade foi modificando-se de acordo 
com o desenvolvimento tecnológico e científico, buscando melhorar a vida e 
atender os objetivos individuais e coletivos de crescimento econômico.
Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades12
A poluição, que pode ser definida como a presença, no ambiente, de de-
terminadas substâncias químicas em doses prejudiciais aos seres vivos, afeta 
diretamente a saúde humana, além de prejudicar o equilíbrio dos ecossistemas 
naturais. Ao poluir o ambiente, a espécie humana põe em risco sua saúde e a 
própria sobrevivência. 
As atividades humanas, principalmente nas sociedades industrializadas 
modernas, têm gerado diversos tipos de poluentes: esgotos, resíduos indus-
triais, gases tóxicos, substâncias radioativas, dentre tantos outros (AMABIS; 
MARTHO, 2007).
De acordo com a localização dos poluentes no ambiente, a poluição pode 
ser dividida em três categorias:
 � Do solo: substâncias que possam resultar em alterações físicas, químicas 
ou microbiológicas do solo.
 � Atmosférica: os principais agentes poluidores do ar são o monóxido de 
carbono, o dióxido de enxofre e de nitrogênio, os hidrocarbonetos e a 
matéria particulada em suspensão.
 � Da água: o lançamento de resíduos industriais e domésticos na água e 
no solo constitui um grave problema ecológico. Substâncias poluentes, 
como detergentes, ácido sulfúrico e amônia, entre outras, envenenam 
os rios e prejudicam sua comunidade biológica.
Você sabe qual é a diferença entre poluição e contaminação ambiental?
 � Poluição: alteração ecológica na relação entre os seres vivos provocada, principal-
mente, pelo homem, prejudicando, direta ou indiretamente, a vida das pessoas ou 
o seu bem-estar, como, por exemplo, danos aos recursos naturais, como a água 
e o solo, e impedimentos a atividades econômicas, como a pesca e a agricultura.
 � Contaminação: presença, em determinado ambiente, de seres patogênicos, que 
provocam doenças, ou substâncias em concentração nociva aos seres vivos. No 
entanto, se essas substâncias não alterarem as relações ecológicas ali existentes ao 
longo do tempo, essa contaminação não é considerada uma forma de poluição.
Em relação à poluição, os solos, por exemplo, sofrem diariamente com 
os efeitos devido às diversas atividades antrópicas que causam sua dete-
rioração. De acordo com Abiko e Moraes (2009), a poluição do solo ocorre 
13Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
basicamente sob duas formas: atividades humanas que provocam alterações 
em suas características e lançamento de resíduos no solo. Entre essas fontes 
de poluição, pode-se citar:
 � aplicação de agentes químicos;
 � presença de dejetos oriundos de animais;
 � despejos de resíduos sólidos;
 � lançamento de resíduos líquidos, domésticos ou industriais; 
 � atividades que possam resultar na erosão do solo.
De acordo com Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012), nas regiões ru-
rais, a falta de esgotamento sanitário adequado e o uso indiscriminado de 
pesticidas e fertilizantes são as principais fontes de contaminação dos solos. 
Os compostos presentes nos pesticidas e agrotóxicos, quando utilizados em 
demasia, provocam contaminações de grandes áreas, além de trazer enorme 
risco à saúde dos trabalhados e moradores do local.
De modo geral, Silva e Costa (2011) comentam que o uso dos pesticidas 
tem por objetivo a eliminação de pestes ou pragas, os quais são considerados 
organismos biológicos nocivos ao interferir na atividade humana, competindo 
por alimentos, disseminando doenças ou prejudicando colheitas, alimentos e 
ecossistemas urbanos.
Entre os problemas ambientais relacionados ao uso de agrotóxicos, pode-se 
mencionar a contaminação do solo e da água, tornando-a imprópria para o 
consumo humana (ou mesmo de animais). No entanto, existem outros problemas 
ambientais causados pelo uso desses produtos tóxicos, como, por exemplo, os 
inseticidas do tipo organoclorados e organofosforados, como os bioacumula-
tivos, o que significa que se acumulam nos níveis tróficos. Esses compostos 
permanecem no corpo do inseto ou dos animais (como peixes) mesmo após 
sua morte e, caso algum outro animal se alimente de um animal contaminado, 
também ficará intoxicado, e assim sucessivamente, aumentando o alcance do 
problema e afetando toda a cadeia alimentar. 
Qual é o valor da biodiversidade?
A biodiversidade constitui toda a riqueza viva do nosso mundo natural, é 
absolutamente admirável e infinita. Mas qual é o valor da biodiversidade? 
A biodiversidade não é homogênea, como um estoque de trigo ou de televi-
sores. Em todo o planeta, os ecossistemas são únicos e apenas parcialmente 
comparáveis. Coutinho (2001) descreve que a complexidade da biodiversidade 
Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades14
não nos permite pensá-la em quantidades ou partes e, ainda mais, como não 
há nenhuma segurança quanto ao funcionamento de sistemas extremamente 
complexos, como a Amazônia — se é que podemos dizer que a Amazônia 
“funciona” —, não se sabe qual seria o ponto de devastação a partir do qual 
o desequilíbrio poderia levar à completa degradação ou ao colapso desse 
ecossistema: não conhecemos o ponto de “não retorno”. Supor que há escolha 
entre produção de riqueza econômica e a manutenção da biodiversidade pode 
nos levar a equívocos extremamente graves.
Ou seja, a biodiversidade tem um valor intrínseco, que se refere a man-
termos as condições de permanência da vida — portanto, é incomensurável. 
Infelizmente, os custos do esgotamento e dos danos causados aos recursos 
naturais têm sido frequentemente desconsiderados quando se avaliam os 
impactos ambientais. 
A importância de museus de história natural para o patrimônio genético da biodiver-
sidade é imprescindível. Museus guardam espécies que representam a diversidade 
de um dado momento, e que, caso perdido, jamais será recuperado, como o que 
aconteceu com o Museu Nacional do Rio de Janeiro em 2018.
Muitas espécies têm um valor direto e muitas outras, provavelmente, têm 
um valor potencial que permanece desconhecido. Como exemplo disso, a 
carne de animais selvagens (carne de caça),os peixes e as plantas continuam 
sendo recursos vitais em muitas partes do mundo, enquanto a maior parte 
do alimento mundial vem de plantas originalmente selvagens e que foram 
domesticadas em regiões tropicais e semiáridas.
Para saber mais a respeito do valor da biodiversidade, assista o vídeo no link a seguir.
https://goo.gl/kCyejD
15Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
ABIKO, A.; MORAES, O. B. Desenvolvimento urbano sustentável. São Paulo: Escola Poli-
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17Introdução à sustentabilidade: conceitos, vertentes e aplicabilidades
Conteúdo: