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i � BASE E DIMENSÃO Seja V um espaço vetorial sobre R. Um conjunto � = fu1; : : : ;ung de vetores em V é uma base de V se as seguintes condições são satisfeitas: 1. � = fu1; : : : ;ung é LI. 2. V = [�] = [u1; : : : ;un]: Exemplo 0.1 Seja V = R2 e � = f(1;0) ; (1; 1)g: Veri�que se � é uma de V . Solução: Note que x (1;0) + y (1; 1) = (0; 0)) (x+ y;y) = (0; 0)) x = y = 0 Assim, � é LI: Agora seja, (a; b) 2 R2, tal que (a; b) = x (1;0) + y (1; 1)) (x+ y;y) = (a; b) De onde temos:( x+ y = a y = b ! ( x = a� b y = b Portanto V = R2 = [�] = [(1;0) ; (1; 1)] Exemplo 0.2 Seja V = R3 e � = f(1; 0; 0) ; (0; 1; 0) ; (0; 0; 1)g: Já vimos que V = [�], além disso é fácil ver que � é LI. Assim, � é uma base �nita de V , a qual chamaremos de base canônica de V . Denotaremos os vetores de �, por e1 = (1; 0; 0), e2 = (0; 1; 0) e e3 = (0; 0; 1) e os chamaremos de vetores canônicos do R3: De�nição 0.3 Seja V um espaço vetorial sobre R. Dizemos que V é de dimensão �nita se ele possui uma base �nita, por exemplo, V = R3 é de dimensão �nita. Caso contrário, V é de dimensão in�nita. A dimensão de V é dada pelo número de vetores em qualquer base de V e será denotada por dimV: Exemplo 0.4 Note que dimR3 = 3 e dimR2 = 2 Observação 0.5 ÁLGEBRA LINEAR APLICADA iv 1. Sendo V = Rn, o conjunto � = f(1; 0; � � � 0) ; (0; 1; � � � ; 0) ; � � � ; (0; � � � ; 1)g é chamado de base canônica do Rn, fazendo e1 = (1; 0; � � � 0) ; e2 = (0; 1; � � � ; 0) ; � � � ; en = (0; � � � ; 1), teremos � = fe1; e2; � � � ; eng 2. Da observação anterior note que dimRn = n. 3. Se V é um espaço vetorial real, tal que dimV = n, então todo conjunto LI formado por n vetores forma uma base para V: Exemplo 0.6 Note que � = f(1;0) ; (0; 1)g é base canônica do R2 Exemplo 0.7 Note que � = f(1;0;0;0) ; (0; 1; 0; 0) ; (0; 0; 1; 0) ; (0; 0; 0; 1)g é base canônica do R4 Exemplo 0.8 Sendo V = Rm�n o espaço vetorial das matrizes quadradas de ordem m�n, temos que dimRm�n = m:n Exemplo 0.9 Sejam V = R2�2 e E11 = " 1 0 0 0 # ; E12 = " 0 1 0 0 # ; E21 = " 0 0 1 0 # ; E22 = " 0 0 0 1 # vetores em V . Como � = [E11;E12;E21;E22] é LI, temos que � é uma base para V , ou seja dimR2�2 = 2:2 = 4. Exemplo 0.10 Seja V = R4. Veri�que se � = f(1;1;1;1) ; (�1; 1; 0; 1) ; (0; 0; 1; 1) ; (�1;�1; 0;�1)g forma uma base para V . Solução: Exercício Exemplo 0.11 Seja V = R4. Veri�que se o conjunto � = f(1; 1; 0; 0); (0; 1; 1; 0); (0; 0; 1; 1); (1; 0; 0; 1)g é uma base para V: Solução: Como a dimensão de V é 4, ou seja, dimR4 = 4. Basta veri�car se o conjunto é LI, pois 4 vetores LIs no R4 forma uma base pela observação anterior. Logo, fazendo x(1; 1;�1; 0) + y(0; 1; 1;�1) + z(�1; 0; 1; 1) + t(1; 0; 1; 1) = (0; 0; 0; 0) Obtemos o sistema linear 8>>><>>>: x+ y + t = 0 x+ y = 0 �x+ y + z + t = 0 �y + z + t = 0 : Resolva o sistema, caso o sistema seja possível e determinado com solução (0; 0; 0; 0) o conjunto é LI, caso contrário LD e não forma uma base para V . Façam as contas como exercício!!! BASE ORDENADA v Seja V um espaço vetorial de dimensão �nita sobre R. Uma base ordenada de V é uma sequência �nita de vetores LI que gera V e será denotada por (u1; : : : ;un) e fu1; : : : ;ung Se a seqüência u1; : : : ;un é uma base ordenada de V , então fu1; : : : ;ung é uma base de V . Observação 0.12 É importante destacar as principais diferenças entre seqüência e conjunto de vetores: a primeira é a ordem - no conjunto não importa a ordem dos elementos enquanto na seqüência a ordem é importante - segunda é a identidade - no conjunto os elementos são todos distintos enquanto na seqüência todos podem ser iguais, isto é, ui = u; i = 1; : : : ; n: Teorema 0.13 Sejam V um espaço vetorial de dimensão �nita sobre R e � = fu1; u2 : : : ;ung uma base ordenada de V . Então todo vetor u 2 V pode ser escrito de modo único sob a forma: u = x1u1 + � � �+ xnun: Os escalares x1; : : : ; xn são chamados as coordenadas do vetor u em relação à base ordenada � e será denotada por [u]� = 264 x1... xn 375 : Note que [u+ v]� = [u]� + [v]� e [au]� = a[u]�; 8 u;v 2 V; a 2 R: Exemplo 0.14 Sejam V = R3 e � = f(1; 0;�1); (1; 1; 1); (1; 0; 0)g uma base ordenada de V . Determine [(a; b; c)]�. Solução. Para resolver esse problema devemos encontrar x1; x2; x3 2 R tais que (a; b; c) = x1(1; 0;�1) + x2(1; 1; 1) + x3(1; 0; 0); isto é, resolver o sistema não-homogêneo8><>: x1 + x2 + x3 = a x2 = b �x1 + x2 = c : vi É fácil veri�car que x1 = b� c, x2 = b e x3 = a� 2b+ c. Portanto, [(a; b; c)]� = 264 b� cb a� 2b+ c 375 : Note que [(�1; 1; 2)]� = 264 1� 21 �1� 2:1 + 2 375 = 264 �11 �1 375 Assim, (�1; 1; 2) = (�1) (1; 0;�1) + 1(1; 1; 1) + (�1) (1; 0; 0)
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