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CPI E IMUNIDADE PARLAMENTAR RESUMO

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CPI: Comissão Parlamentar de Inquérito 
Objetivo: investigar um fato determinado e por um tempo determinado (que pode ser prorrogado) 
• Não é uma ação judicial, portanto não termina em condenação > somente o judiciário pode condenar 
• Irregularidades encontradas são encaminhadas ao ministério público 
• Em caso de crime a CPI pode oferecer uma denúncia para que se abra uma ação judicial 
 
Critérios de criação: 
• Requerimento de um 1/3 da casa legislativa > Câmara dos deputados; Senado ou Congresso (no caso do 
requerimento ocorrer pelo congresso será uma CPI mista) 
☆ É possível duas CPI's ocorrerem separadamente sobre um mesmo tema no Senado e na Câmara, pois 
ambos possuem autonomia. 
Poderes de uma CPI, Art 58, Parágrafo 3° 
 Poderes de investigação próprios das autoridades judiciais 
• Convocar ministro do estado 
• Tomar depoimento de autoridades 
• Determinar a condução coercitiva de testemunhas que se recusarem a comparecer 
• Solicitar informações das repartições públicas 
• Requisitar funcionários públicos para ajudar nas investigações 
• Pedir perícias 
• Determinar que o TCU (Tribunal de contas da União) realize auditorias 
• Quebra de sigilo bancário, de dados e telefônicos 
 
☆ CPI não pode decretar a indisponibilidade de bens do investigado nem interceptação telefônica. 
> A CPI pode requerer quebra de sigilo telefônico, ou seja, terá acesso aos dados de quando o investigado 
ligou, para quem ligou e quanto tempo durou a ligação, mas não pode ter acesso ao conteúdo do 
telefonema. 
> O Art 5° XII da CF prevê a inviolabilidade das ligações telefônicas, salvo em último caso por determinação 
JUDICIAL. (CPI não é processo judicial) 
• A busca e apreensão de documentos pode ocorrer a depender de onde estão os documentos, em caso 
dos mesmos se encontrarem em domicílio a busca só ocorrerá com autorização judicial. 
☆ A prisão somente ocorrerá em caso de flagrante. 
• Serão respeitados os diretos do depoente de permanecer calado e de ser assistido por um advogado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunidade parlamentar 
•A imunidade parlamentar, conjunto de direitos aplicável aos que exercem a função parlamentar, tem 
como objetivo que o mandato seja exercido com liberdade, conforme ensina Pedro Lenza (Direito 
Constitucional Esquematizado, 2019). 
•Referido autor informa que as imunidades parlamentares não são direitos pessoais dos parlamentares, 
mas sim da função que exercem, por isso não devem ser confundidas com privilégios. 
•Segundo a agência de notícias do Senado Federal, a Imunidade Parlamentar é prevista em diversos países. 
Como exemplo, na Inglaterra, local de sua origem (séc. XVII), a imunidade é exclusiva para atividades 
relacionadas ao Parlamento. 
 
1. Previsão constitucional da imunidade parlamentar material e formal 
A imunidade parlamentar é dividida em material e formal. 
a. Imunidade Material – Prevista no art. 53, caput, da CF/1988. Significa que o parlamentar é inviolável, 
penal e civilmente, por suas opiniões, palavras e votos. 
b. Imunidade formal – Como garantias processuais, a Constituição Federal prevê, no art. 53, §1º e 
seguintes, os seguintes direitos: 
● Foro por prerrogativa de função em ações penais no STF, desde a expedição do diploma. 
● Prisão somente em flagrante por crime inafiançável, desde a expedição do diploma. Nesta hipótese, os 
autos devem ser remetidos em 24 horas para a casa legislativa do parlamentar, para que decida por 
maioria sobre a prisão. 
● Possibilidade de sustação de processo criminal pela casa legislativa, por maioria, para crimes praticados 
após a diplomação. 
● Dispensa do parlamentar em testemunhar sobre informações relacionadas ao exercício do mandato. 
 
2. Imunidade dos parlamentares federais, estaduais e municipais 
Todas as regras mencionadas são aplicáveis aos parlamentares federais. O mesmo vale para 
os parlamentares estaduais (art. 27, §1º, da CF/1988), mas com adaptações. Por exemplo, o foro por 
prerrogativa, neste caso, será no respectivo Tribunal de Justiça se houver previsão na Constituição Estadual 
neste sentido. 
Aos parlamentares municipais, é aplicável apenas a imunidade material, ou seja, em relação às opiniões, 
palavras e votos no exercício do mandato e apenas na circunscrição do Município. 
 
3. Limites da imunidade parlamentar 
Apesar do previsto na CF/1988, alguns limites surgiram no âmbito do STF. Como exemplo, a Corte limitou o 
foro por prerrogativa de função na Ação Penal 937, quando decidiu que ele somente se aplica aos crimes 
cometidos na função parlamentar. Portanto, crimes praticados fora da função parlamentar devem ser 
julgados em 1ª instância. Além disso, o Supremo já decidiu por outras limitações: 
● Com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência penal 
do STF não será afetada pela perda da função ou por mudança de função do parlamentar. (AP 937 
QO, Rel. Min. Roberto Barroso, 11/12/2018). 
Isso significa que o parlamentar não pode mudar de cargo com a finalidade de atrasar o processo após 
ocorrido o marco definido pela Corte. 
● O foro por prerrogativa de função no STF não se aplica para ação de improbidade administrativa, caso 
em que o julgamento deve ocorrer na 1ª instância – uma vez que é ação de natureza cível, e não penal. 
(PET 3.067 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, 19/02/2015). 
● Cometido crime afiançável, mas em situação que não seja autorizada a fiança, como no caso em que 
preenchidos os requisitos da prisão preventiva (art. 324, IV, do Código de Processo Penal), a prisão do 
parlamentar é possível se for em flagrante. (AC 4.036, Rel. Min. Teori Zavascki, 29/02/2016). 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748842078
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=748842078
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=7798173
● A vedação de prisão dos parlamentares é apenas para a prisão preventiva, de forma que é possível a 
prisão após o trânsito em julgado do processo. (AP 396, Rel. Min. Cármen Lúcia, 26/06/2013). 
● A imunidade material somente se aplica quando as opiniões, votos e palavras forem proferidas em razão 
do mandato. Então, a divulgação de ofensas na internet pelo parlamentar, mesmo que proferidas 
originalmente na casa legislativa, não são cobertas por imunidade parlamentar. (PET 7.174/DF, Rel. Min. 
Alexandre de Moraes, 10/03/2020). 
 
4. Impunidade pela imunidade parlamentar 
A impunidade gerada pela imunidade parlamentar preocupa muitos brasileiros, os quais consideram as 
prerrogativas injustas e desiguais, porque somente são aplicadas para os que já se encontram em posição 
privilegiada. 
Com base na história brasileira, a Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, considerou que os benefícios 
seriam adequados para que não ocorressem perseguições aos parlamentares e para que estes pudessem 
exercer a função parlamentar de forma livre. 
Infelizmente, nos anos seguintes, as prerrogativas se mostraram desproporcionais, de sorte que a 
população exigiu mudanças, as quais ocorreram em certa medida com as limitações impostas pelo STF e 
por meio da Emenda à Constituição n.º 35/2001. 
Apesar de necessária, a imunidade parlamentar não é absoluta e deve ceder quando se mostrar 
desproporcional. Caminhamos, assim, para um país mais justo, igual e sem impunidade. Dever de todos os 
brasileiros. 
 
 
IMUNIDADE DOS NOSSOS PARLAMENTARES 
*Quem tem o direito: D (Deputado) S (Senador) V (Vereador) 
Garantia de manifestação de pensamento dentro e fora do local de trabalho. Ou seja, os parlamentares 
podem emitir quaisquer de suas opiniões durante seus mandatos. 
 
Imunidade formal 
-> Imunidade processual: (D/S) 
Garantia de sustação de processos casos esses tenham maioria (metade +1) na sua respectiva casa. 
-> Imunidade prisional: (D/S) 
Garantia de proteção contra prisão, exceto em casos de crimeinafiançável (crimes hediondos, de racismos, 
etc). 
 
Foro Privilegiado: (D/S) 
Garantia de julgamento de seus processos pelo STF, e não pela justiça comum, ou seja, só podem ser 
investigados e presos pelo STF. 
 
Imunidade probatória: (D/S) 
Garantia da não obrigação de testemunhar sobre informações recebidas ou dadas, e pessoas que lhe 
passaram informações ou delas receberam. 
 
Prerrogativa Testemunhal: (D/S) 
Garantia do direito de combinar o melhor dia, horário e local para o depoimento, em casos de processo do 
parlamentar.

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