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Sofrimento Espiritual

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Clinical Skills
Sofrimento espiritual no fim da vida
Overview
Pacientes no final da vida podem experimentar sofrimento espiritual. O bem-estar espiritual reduz o desespero, a depressão e o desejo
de morrer e melhora a qualidade de vida.
VISÃO GERAL
Pacientes no final da vida podem experimentar sofrimento espiritual. A equipe de cuidados paliativos pode ter um impacto significativo
nos cuidados no final da vida, reconhecendo e abordando essas necessidades espirituais. Nos Estados Unidos, as diretrizes nacionais de
cuidados paliativos incluem cuidados espirituais como um de oito domínios de cuidados de qualidade esperados.
A espiritualidade é a maneira como os indivíduos buscam e expressam significado e propósito na vida. Isso pode ser visto em uma
interconexão com o eu, os outros, a natureza ou qualquer coisa que o indivíduo considere significativo ou sagrado. A espiritualidade é
pessoal, intangível e altamente subjetiva. As necessidades espirituais podem ser simples, como silêncio, conectividade, comunidade ou
comunicação. Existem muitas definições e explicações de espiritualidade; no entanto, o fio condutor é a busca de significado e propósito
na vida e na morte.
Em muitos casos, a espiritualidade pode estar associada à religião; no entanto, comitês americanos e internacionais delinearam a espiritualidade como
uma busca por significado e propósito, que pode ou não estar relacionada ao divino. Não entender essa distinção pode distorcer a avaliação espiritual,
arriscando não identificar o sofrimento espiritual. A religião tende a se concentrar em crenças, ética, rituais e tradições. A espiritualidade é uma
compreensão íntima e pessoal de si mesmo, seu lugar no mundo e seus próprios valores.
O sofrimento espiritual pode ser um conflito dentro da identidade, do mundo ou da comunidade do paciente, o que pode levar a
questões sobre existência e significado. A equipe de cuidados paliativos não pode tratar ou resolver a angústia espiritual de um
paciente, mas pode fornecer apoio e ferramentas ao paciente, ajudando-o a alcançar o equilíbrio espiritual. A resolução da angústia
espiritual no final da vida reduz a ansiedade, a sensação de desamparo, de raiva, de tristeza e de medo, e pode ajudar no conforto.
Existem várias ferramentas disponíveis para ajudar a equipe de cuidados paliativos a avaliar a espiritualidade. Uma ferramenta de
triagem útil é a ferramenta de triagem espiritual FICA (Quadro 1) que faz perguntas abertas sobre fé, comunidade, importância da espiritualidade e como o
paciente gostaria que a espiritualidade fosse abordada como parte de seus cuidados.
MATERIAIS
Consulte em "Materiais".
EDUCAÇÃO
Forneça educação adequada ao desenvolvimento e à cultura, baseada no desejo de conhecimento, prontidão para aprender e estado
neurológico e psicossocial geral.
Considere os valores e objetivos do paciente, da família e do cuidador no processo de tomada de decisão.
Ajude o paciente, a família e o cuidador a antecipar as necessidades do paciente no final da vida.
Eduque a família e o cuidador sobre cuidados com o luto e aconselhamento.
Auxilie o paciente e a família a se engajarem e participarem como condutores do plano de cuidados.
Estabeleça um relacionamento com o paciente, com a família e com o cuidador que encoraje perguntas. Responda-as à medida que
surgirem.
AVALIAÇÃO
O objetivo dos cuidados é reduzir a ansiedade e a dor do paciente e aumentar seu conforto e felicidade no final da vida.
Considere o impacto para a família e para os cuidadores.
1. Realize a higiene das mãos.
2. Apresente-se ao paciente, família e cuidadores.
3. Confirme a identidade do paciente usando dois identificadores.
4. Avalie o nível de consciência do paciente e a capacidade de entender e participar das decisões. Inclua o paciente tanto quanto
possível em todas as decisões.
5. Avalie a necessidade de serviço social, serviços de aconselhamento e cuidados espirituais para o paciente, a família e o cuidador.
6. Avalie a compreensão do paciente, da família e do cuidador sobre a filosofia hospice.
7. Avalie a compreensão e as expectativas da família e do cuidador em relação às mudanças fisiológicas e comportamentais que
provavelmente ocorrerão à medida que o paciente se aproxima do fim da vida.
PREPARAÇÃO
1. Crie um ambiente de confiança que sustente conversas contínuas sobre o gerenciamento das expectativas, o direito de morrer da
maneira determinada pelo paciente e a compreensão do processo de tratamento dos sintomas e conforto no final da vida.
2. Crie um ambiente que sustente as necessidades do paciente usando uma equipe interdisciplinar holística. Envolva a equipe para
assistir e apoiar o paciente, a família e o cuidador durante a última fase da vida.
 
 
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3. Assegure ao paciente, à família e ao cuidador que o objetivo principal é aliviar a ansiedade e promover o conforto do paciente.
4. Escolha um ambiente calmo e tranquilo onde não haverá muitas interrupções, se houver um.
ESTRATÉGIAS
1. Realize a higiene das mãos.
2. Apresente-se ao paciente, família e cuidadores.
3. Confirme a identidade do paciente usando dois identificadores.
4. Explique as estratégias ao paciente, à família e ao cuidador e certifique-se de que eles concordem em discuti-las para lidar com o
sofrimento espiritual.
5. Explique a importância e o raciocínio de uma avaliação espiritual ao paciente, à família e ao cuidador, se indicado.
6. Selecione uma ferramenta de avaliação espiritual aprovada de acordo com a prática da instituição.
7. Uma vez que a avaliação esteja completa, faça os encaminhamentos apropriados para um provedor de cuidados espirituais, conforme
necessário e desejado pelo paciente, pela família ou pelo cuidador.
8. Comunique as intervenções espirituais à equipe de cuidados paliativos.
9. Apoie e promova recomendações dentro do plano espiritual de cuidados que é desenvolvido pelo provedor de cuidados espirituais.
10. Realize a higiene das mãos.
11. Documente as estratégias no prontuário do paciente.
MONITORAMENTO E CUIDADOS
1. Auxilie o paciente, a família ou cuidador com recursos para apoiar as necessidades emocionais, psicossociais e espirituais. Incentive-
os a usar recursos comunitários e voluntários disponíveis.
2. Incentive o paciente, a família e o cuidador a entrar em contato com a equipe para dúvidas e preocupações à medida que surgirem.
RESULTADOS ESPERADOS
Paciente, família ou cuidador identificam e verbalizam necessidades e pontos fortes espirituais.
Paciente, família ou cuidador identificam recursos espirituais conforme necessário.
Paciente, família ou cuidador contribuem para um plano de cuidados espirituais.
RESULTADOS INESPERADOS
Paciente, família ou cuidador não conseguem identificar ou verbalizar necessidades e pontos fortes espirituais.
Paciente, família ou cuidador não conseguem identificar recursos espirituais conforme necessário.
Paciente, família ou cuidador não conseguem identificar recursos espirituais conforme necessário.
DOCUMENTAÇÃO
Educação.
O progresso do paciente em direção às metas.
Resultados inesperados e intervenções relacionadas.
CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Não há.
Quadro 1 Ferramenta de triagem espiritual FICA
 A sigla FICA pode ajudar a estruturar questões quando os membros da equipe de cuidados paliativos obtêm uma história espiritual.
 
F – Fé e crença
“Você se considera espiritual ou religioso?” ou
“A espiritualidade é algo importante para você?” ou
“Você tem crenças espirituais que o ajudam a lidar com o estresse ou tempos difíceis?”
Se o paciente responder “Não”, o membro da equipe de cuidados paliativos pode perguntar: “O que dá sentido à sua vida?” Os pacientes podem re
com respostas como família, carreira ou natureza, mas essa pergunta deve ser feita mesmo que o paciente responda simà espiritualidade.
I –Importância
“Que importância tem a sua espiritualidade na sua vida?”
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“Sua espiritualidade influenciou no modo como você cuida de si mesmo, de sua saúde?”
“Sua espiritualidade influencia na tomada de decisões sobre os seus cuidados de saúde, ou tratamentos?”
C – Comunidade
“Você faz parte de uma comunidade espiritual ou religiosa?”
Comunidades como igrejas, templos e mesquitas (ou um grupo de amigos ou familiares com ideias semelhantes) 
podem servir como fortes sistemas de apoio para alguns pacientes.Pode explorar mais:
“Essa comunidade lhe dá apoio? Em caso afirmativo, como?”
“Existe um grupo de pessoas que você realmente ama ou que são importantes para você?”
A – Abordagem dos cuidados*
“Como você gostaria que eu e outros membros da equipe de cuidados paliativos abordássemos esses problemas em seus cuidados de saúde?”
*Com os modelos mais recentes que incluem um diagnóstico do sofrimento espiritual, o A também se refere à avaliação e plano de sofrimento espi
ou problemas dentro de um plano de tratamento ou de cuidados.
REFERÊNCIAS
1. Ford, J.A. (2016). The complexity of assessment and treatment for anxiety in patients with a terminal illness. Journal of Hospice &
Palliative Nursing, 18(2), 131-138. doi:10.1097/njh.0000000000000223
2. Ferrell, B.R. (2017). Spiritual care in hospice and palliative care. The Korean Journal of Hospice and Palliative Care, 20(4), 215-220.
doi:10.14475/kjhpc.2017.20.4.215
3. National Coalition for Hospice and Palliative Care. (2018). Clinical practice guidelines for quality palliative care (4th ed.). Retrieved January 22, 2021,
from https://www.nationalcoalitionhpc.org/wp-content/uploads/2018/10/NCHPC-NCPGuidelines_4thED_web_FINAL.pdf (Level VII)
4. Steinhauser K. E., Fitchett G., Handzo G. F., Johnson K. S., Koenig H.G., Pargament K. I., Puchalski C. M., Sinclair S., Taylor E. J., Balboni T. A. (2017).
State of the Science of Spirituality and Palliative Care Research Part I: Definitions, Measurement, and Outcomes, Journal of Pain and Symptom
Management, 54 (3), 428-440. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2017.07.028.
5. Taylor, E.J. and others. (2017). Self-reported frequency of nurse-provided spiritual care. Applied Nursing Research, 35, 30-35.
doi:10.1016/j.apnr.2017.02.019 (Level VI)
6. Puchalski, C.M., King, S.D.W., Ferrell, B.R. (2018). Spiritual considerations. Hematology/Oncology Clinics of North America, 32(3), 505-517.
doi:10.1016/j.hoc.2018.01.011
LEITURAS ADICIONAIS
Wu, L.F., Tseng, H.C., Liao, Y.C. (2016). Nurse education and willingness to provide spiritual care. Nurse Education Today, 38, 36-41.
doi:10.1016/j.nedt.2016.01.001
Schultz M., Meged-Book T., Mashiach T. (2016). Bar-Sela G. Distinguishing Between Spiritual Distress, General Distress, Spiritual Well-Being, and Spiritual
Pain Among Cancer Patients During Oncology Treatment. Journal of Pain and Symptom Management, 54, 66-73.
doi: 10.1016/j.jpainsymman.2017.03.018
© 2022 , Elsevier Health Solutions
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https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2017.03.018

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