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DTM DTM é um termo utilizado para incluir todas as desordens funcionais do sistema mastigatório. Trata-se de um problema significativo na população em geral. Quando o sistema mastigatório é sobrecarregado, várias estruturas podem entrar em colapso, levando aos sintomas. Alguns dos sintomas mais comuns são: desgaste dentário, dor de cabeça, pulpite, mobilidade dentária, dor na musculatura mastigatória, dor na articulação temporomandibular, dor no ouvido. Embora os sinais e sintomas de desordem no sistema mastigatório sejam comuns, a compreensão de sua etiologia pode ser muito complexa. Não há uma única etiologia que justifique todos os sintomas. Fatores predisponentes: Aumentam os riscos de DTM. Fatores desencadeantes: Iniciam a DTM. Fatores perpetuantes: Interferem na cura ou aumentam a progressão de DTM. *Em alguns casos, apenas um único fator é capaz de desempenhar todos esses papéis. (O controle bem- sucedido da DTM depende da identificação e do controle desses fatores). 5 PRINCIPAIS FATORES RELACIONADOS A DTM: Condição oclusal; Trauma; Estresse emocional; Fontes de estímulo de dor profunda e atividades parafuncionais; 1)Trauma: Parece ter um impacto maior na desordem intracapsular que nas desordens musculares. Pode ser dividido em 2 tipos gerais: Microtrauma e Macrotrauma. Macrotrauma: Qualquer força súbita que pode gerar alterações estruturais. Ex: Golpe direto na face. Microtrauma: Qualquer força pequena repentinamente aplicada às estruturas por um longo período de tempo. Ex: Bruxismo. 2)Estresse: Os centros emocionais do cérebro tem uma influência na função muscular. Esses centros (hipotálamo e sistema reticular) influenciam a atividade muscular de muitas maneiras, uma delas por meio de impulsos eferentes gama. - Circunstancias ou experiências que criam o estresse: agentes estressantes. - Analogia ao estresse: O estresse é como se fosse uma energia, quando surge uma situação estressante o corpo gera essa energia que deve ser liberada de alguma forma. Existem 2 tipos de mecanismo de liberação: 1) Mecanismo externo: gritar; esbravejar; bater; 2) Mecanismo interno: O indivíduo libera o estresse internamente e desenvolve uma desordem psicofisiológica, tal como: hipertensão. - Níveis elevados de estresse emocional aumentam não somente a toxicidade muscular da cabeça e pescoço, mas também os níveis de atividade muscular parafuncional, como: bruxismo e apertamento. - Na presença de estresse, o fluxo sanguíneo capilar nos tecidos periféricos é diminuído, permitindo um aumento do fluxo sanguíneo para as estruturas musculoesqueléticas e órgãos internos mais importantes. O resultado é o esfriamento da pele, como mãos. - A atividade simpática pode aumentar o tônus muscular, consequentemente produzindo uma condição de dor muscular. A atividade simpática que o tônus representa, é um fator etiológico para DTM. 3)Dor profunda: Um estimulo de dor profunda pode excitar centralmente o tronco encefálico, produzindo uma resposta muscular conhecida como: Concontração protetora. (Maneira natural e saudável de como o corpo responde a lesão). Ex: Paciente com dor de dente e limitação para abrir a boca. 4)Atividade parafuncional: As atividades da musculatura mastigatória podem ser divididas em 2 tipos: -Funcionais: Mastigar; Falar; Deglutir; -Parafuncional: Apertar; Ranger; -Hiperatividade muscular: Termo tem sido utilizado para descrever qualquer aumento na atividade muscular acima do necessário para função. Algumas dessas atividades podem gerar sintomas de DTM, divididas em 2 grupos no geral: diurna (normal o indivíduo manter os dentes em contato e aplicar força) e noturna (atividade parafuncional durante o sono é muito comum). OBS: Os eventos de bruxismo parecem estar associados a mudança de sono profundo para sono leve, como pode ser demonstrado dirigindo-se um foco de luz ao rosto da pessoa que está dormindo. Atividades musculares e sintomas mastigatórios: 1)Força de contato dos dentes: 2 fatores devem ser considerados: a magnitude e o tempo de contato. A força e duração dos contatos dentários durante as atividades parafuncionais constituem ameaças muito mais serias do que nas atividades funcionais. 2)Direção das forças aplicadas: Durante a mastigação e a deglutição, a mandíbula movimenta-se, principalmente, na direção vertical. Durante as atividades de bruxismo, esse movimento produz forças horizontais, que não são bem aceitas e aumentam a probabilidade de danos aos dentes e/ou às estruturas de suporte. 3) Posição mandibular: A maior parte das atividades ocorrem perto ou na máxima intercuspidação. Quando ocorre muitos desgastes, a posição passa a ser excêntrica, com isso ocorre pouco contato dentário. Tal atividade resulta na aplicação de força em poucos dentes e uma carga maior no sistema mastigatório, fazendo com que este esteja mais sujeito ao colapso. 4) Tipos de contração muscular: A maioria consiste em contrações rítmicas e bem controladas do relaxamento do musculo envolvido. (Funcional-fisiológica). 5) Influência dos reflexos de proteção: Estão presentes durante a atividade funcional protegendo as estruturas odontológicas de serem danificadas. Durante as atividades parafuncionais os mecanismos de proteção parecem estar menos intensos, isso resulta em colapso. Etiologia dos eventos de bruxismo: Um fator que parece influenciar no bruxismo é o estresse emocional. Um estudo mostra que a medida que o indivíduo se depara com um evento estressante, a atividade noturna do masseter aumenta. Acredita-se que certas medicações possam aumentar os eventos de bruxismo; outros dizem ter predisposição genética; outros relatam serem desordens do SNC; Bruxismo em crianças: Um estudo concluiu que é um fenômeno autolimitante, não associado a sintomas significativos e não relacionado com um risco aumentado de bruxismo à medida que se aproxima a maturidade. Adaptabilidade do paciente: Os fatores que influenciam a adaptabilidade são provavelmente vinculados a problemas inato, como: variabilidade genética e resistência do hospedeiro; Fatores biológicos, como dieta, hormônios, sono e condicionamento físico; Fatores demográficos, como idade e sexo. O fato importante a ser considerado é que cada paciente possui necessidades e cuidados diferentes. A relação precisa entre os fatores oclusais e as desordens temporomandibulares: Relações oclusais sólidas e estabilidade são básicas para uma função mastigatória adequada. Havia 4 condições oclusais para pacientes com DTM e que eram raras em indivíduos saudáveis: Presença de mordida aberta anterior esquelética, posição de contato retruida com posição de contato intercuspidea com deslize maior que 2mm, trespasse horizontal maior que 4mm e cinco ou mais dentes posteriores perdidos e não substituídos. Relações funcionais dinâmicas entre oclusão e desordens temporomandibulares: Ao considerar a relação da mandíbula e crânio, parece que a condição oclusal pode afetar algumas DTMS de pelo menos 2 maneiras: 1) Modo como a condição oclusal afeta a estabilidade ortopédica da mandíbula quando exerce a carga contra o crânio. 2) Como mudanças agudas na condição oclusal influenciam na função mandibular, levando assim, a sintomas de DTM. Os efeitos dos fatores oclusais na estabilidade ortopédica: Quando a posição de máxima intercuspidação habitual está em harmonia com a posição muscoloesqueleticamente estável dos côndilos da fossa. Se houver instabilidade ortopédica e os dentes não estiverem em oclusão, os côndilos são mantidos em suas posições estáveis pelos músculos elevadores. No entanto, em casos de instabilidade, gera uma posição oclusal muito instável. Como a estabilidade oclusal é básica paraa função (mastigar, deglutir e falar) a prioridade é obter uma estabilidade oclusal e levar a mandíbula em uma posição que maximize os contatos oclusais, quando isso ocorre, leva os côndilos em sua posição estável, levando a uma instabilidade ortopédica. Portanto, quando os dentes estão em uma posição estável, os côndilos não estão e vice-versa. Efeitos das mudanças agudas na condição oclusal e desordens temporomandibulares: A condição oclusal pode afetar de 2 formas: mudança súbita ou aguda. Atividades do sistema mastigatório, podem ser dividas em funcional (inibitórios) ou parafuncional (excitatórios) podendo ser crônico ou agudo, como visto anteriormente. SINAIS E SINTOMAS CAPITULO 8 Desordens musculares funcionais: 1) DOR: É a queixa mais frequente dos pacientes. Mialgia: dor relacionada ao tecido muscular. Sintomas mais frequentes estão associados a sensação de fadiga e tensão muscular. Pode ser bastante influenciada por mecanismos centrais. 2) DISFUNÇÃO: Observa-se uma diminuição na amplitude do movimento mandibular. Má oclusão aguda: Refere-se a qualquer alteração súbita na condição oclusal causada por um distúrbio. Pode ser causada por uma alteração repentina no comprimento de repouso do musculo que controla a posição da mandíbula. Modelo clinico de dor nos músculos mastigatórios: Esse modelo inicia a hipótese de que os músculos mastigatórios estão saudáveis e funcionando corretamente. No entanto, se a contração protetora for quebrada, podem surgir alterações bioquímicas e estruturais, causando dor muscular local. Pode ser resolvida com repouso ou tratamento. Se não for resolvida, podem ocorrer alterações nos tecidos musculares, resultando em dor prolongada, podendo afetar o SNC e desencadear respostas musculares especificas. (EX: dor mio facial e mio espasmo). OBS: Cocontração protetora é relatada clinicamente como uma sensação de fraqueza muscular logo após um evento. Dor muscular local: É uma desordem de dor miogênica não inflamatória, muitas vezes é a primeira resposta do tecido muscular a uma concentração mais prolongada e é o tipo mais comum de dor muscular aguda. A dor muscular local é dolorosa a palpação e revela aumento de dor na função e gera fraqueza muscular. Efeitos do sistema nervoso central na dor muscular: Desordens de dor muscular influenciadas centralmente são terapeuticamente divididas em desordens mialgicas agudas, como mioespasmos, e desordens mialgicas crônicas, que são, por sua vez, dividem-se em desordens mialgicas regionais e desordens mialgicas sistêmicas. AS desordens milagicas regionais são subdivididas em dor miofascial e mialgia crônica centralmente mediada. Mioespasmo: (Mialgia de contração tônica) Normalmente são de curta duração, semelhante a cãibra. Quando repetitivas podem ser classificadas em distonia. Desordens mialgicas regionais: (Dor miofascial: mialgia de pontos de gatilho) A dor miofascial é uma dor miogena regional caracterizada por áreas locais de bandas musculares firmes e hipersensíveis conhecidas como pontos de gatilho. Ponto de gatilho- áreas localizadas em tecidos musculares/inserções tendineas são sentidas a palpação como áreas de tensão, o que provoca dor. Um ponto gatilho é uma região circunscrita em que apenas algumas unidades motoras parecem se contrair. Além disso, são uma fonte profunda de dor constante e podem produzir efeitos excitatórios centrais. O ponto gatilho pode se apresentar em estado ativo (produz efeitos excitatórios centrais-cefaleia é comum) ou latente (não podem ser encontrados com palpação e não tem cefaleia). Acredita-se que os pontos gatilhos não se resolvam sem tratamento. Distúrbios funcionais da articulação temporomandibular: Quando presentes, se apresentam de 3 categorias: 1) Desarranjos do complexo côndilo-disco 2) Incompatibilidade estrutural das superfícies articulares. 3) Desordens articulares inflamatórias. Distúrbios inflamatórios surgem a partir de qualquer resposta localizada dos tecidos associados à ATM. DOR: Em qualquer estrutura articular é chamada de artralgia., podendo se originar de nociceptores localizados nos tecidos moles ao redor da articulação. Três tecidos periarticulares contém tais nociceptores: ligamentos discais, ligamentos capsulares e os tecidos retrodiscais. Quando esses ligamentos são alongados ou tecidos retrodiscais são comprimidos, os nociceptores enviam sinais de dor e a dor é reconhecida. A estimulação desses nociceptores gera uma inibição nos músculos que movimentam a mandíbula. Portanto, quando a dor aparece de forma inesperada, o movimento mandibular cessa imediatamente e quando a dor é crônica, o movimento fica limitado. (Concração protetora). DISFUNÇÃO: Apresenta como uma alteração de movimento normal do côndilo-disco, com produção de sons articulares, como: estalidos e se for alto: estalo. A crepitação tem som semelhante a cascalho, grosseiro, múltiplo. Ademais, ocorre sensação de agarramento quando o paciente abre a boca. A medida que os episódios de travamento ou bloqueio se tornam mais frequentes e crônicos, os ligamentos se rompem e há perda de inervação. Qualquer condição ou evento que desencadeie o alongamento dos ligamentos discais o disco pode causar estes desarranjos do complexo côndilo-disco. Sendo um dos fatores mais comuns o trauma: macro e micro. MACROTRAUMA: Qualquer força súbita na articulação que possa resultar em alterações estruturais. Pode ser dividido em: Direto (golpe direto na face) ou indireto (Refere-se a lesão que pode ocorrer na ATM secundaria a uma força súbita, mas não em função daquela que ocorre diretamente na mandíbula, ex: chicote). MICROTRAUMA: Refere-se a qualquer força pequena que seja repetidamente aplicada as estruturas articulares por um longo período de tempo. Se, no entanto, o limite de carga funcional do tecido for excedido, podem aparecer mudanças irreversíveis ou lesões. Pode ser resultante da carga articular associada à hiperatividade muscular, como: bruxismo ou apertamento. SUBLUXAÇÃO: Algumas vezes referido como hipermobilidade, descreve certos movimentos da ATM observados clinicamente durante a abertura ampla, geralmente acompanhado de um som de golpe surdo. Na articulação com subluxação, o movimento de rotação do disco é atingido antes da translação máxima do côndilo. LUXAÇÃO ESPONTANEA: Ao abrir a boca além do seu limite, ela trava. Resumo da progressão: 1) Articulação saudável e normal. 2) Perda de função do côndilo: macro ou micro. 3) Inicia-se movimento de translação anormal entre disco e côndilo. 4) A borda posterior do disco torna-se mais afinada. 5) Alongamento dos ligamentos discais e retrodiscais inferiores. 6) O disco torna-se funcionalmente deslocado: único estalido ou estalido reciproco; 7) O disco torna-se luxado: luxação com redução ou sem redução; 8) Retrodiscite. 9) Osteoartrite. Desordens funcionais da dentição: A dentição pode mostrar sinais e sintomas de desordens funcionais. Estes, são normalmente associados à lesão gerada por forças oclusais intensas nos dentes e suas estruturas de suporte. 1) MOBILIDADE: 2 fatores podem levar a mobilidade: doença periodontal e forças oclusais excessivamente fortes (hiperatividade muscular). A quantidade de mobilidade clinica depende da duração e do grau de força aplicadas ao dente. 2) PULPITE: As forças pesadas de atividade parafuncional, especialmente quando colocadas em alguns dentes, podem dar origem a sintomas de pulpite. Outra etiologia sugerida, é que forças oclusais fortes interrompem o movimento dos fluidos intratubular e intrapulpar. 3) DESGASTE DENTARIO: Sinal mais comum ligado a desordem dentária. Umaárea de desgaste é chamada de faceta de desgaste. Etiologia tem origem da atividade parafuncional. OBS: É extremamente importante distinguir o desgaste dentário de abrasão química, pois os tratamentos são diferentes. Abrasão é encontrada nas cúspides linguais dos dentes posteriores superiores e nas áreas palatinas dos incisivos superiores, uma vez que estas são áreas que parecem estar mais expostas a altos níveis de ácido. DIAGNÓSTICO A primeira etapa, deve ser obtenção de dados do paciente através de: Anamnese (exame clinico + exame físico). No exame físico, é realizada a palpação muscular: Musculo temporal: Dividida em 3 areas e cada uma deve ser palpada: Região anterior, média e posterior. Musculo masseter: É palpado bilateralmente em suas inserções superior e inferior. Musculo esternocleidomastoideo: É feita bilateralmente perto de sua inserção sobre a superfície externa da fossa mastoidea por trás da orelha, sendo palpado em todo o seu comprimento, até a origem na clavícula. *Significado dos pontos gatilho: Podem ser latentes ou ativos. Quando ativos, eles são clinicamente identificados como áreas de hipersensibilidade dentro dos tecidos musculares. Quando latentes, eles não são detectáveis. Medida de abertura de boca: Pede-se ao paciente para abrir a boca até a 1 sensação de dor e mede-se das bordas incisais de incisivo a incisivo; pede-se ao paciente para abrir a boca ao máximo possível, mesmo com dor. Diagnósticos diferenciais: Radiografias e tomografias. Desvio: Deflexão: CLASSIFICAÇÃO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES: 1) Desordens articulares inflamatórias: Tipo etiologia histórico Características Sinovite Trauma nos tecidos: macro ou micro Se origina na região articular e qualquer movimento que alongue os ligamentos provoca do Dor profunda e ininterrupta Retrodiscite Trauma: macro ou micro Dor originaria de região articular e movimento mandibular Limitação dos movimentos mandibulares Artrite Reposta ao organismo devido ao aumento de carga na articulação Dolorosa e aumenta com movimentos Relata dor articular unilateral, constante. Hipomobilidade mandibular crônica: Anquilose: Quando superfícies intracapsulares desenvolvem adesões, as quais impedem o movimento normal. Origem mais comum é om macrotrauma, os pacientes relatam injúria com limitação do movimento mandibular muito óbvia.
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