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Geografia Aplicada ao Turismo

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Prévia do material em texto

2012
GeoGrafia aplicada 
ao Turismo
Prof. Vinicius De Lucca Filho
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Vinicius De Lucca Filho
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 910
D366g De Lucca Filho, Vinicius
 Geografia aplicada ao turismo / Vinicius De Lucca Filho. Indaial : 
Uniasselvi, 2012. 
 
 211 p. : il 
 ISBN 978-85-7830- 565-9
 1. Geografia; 2. Turismo. I. Centro Universitário Leonardo
da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
III
apresenTação
Caro(a) acadêmico(a)!
A atividade turística é um amálgama de atividades e ocupações, 
como hotelaria, alimentação fora do lar, construção civil, empresas de 
elaboração de projetos de planejamento, captação de recursos, transportes, 
entretenimento, organização de eventos, pesquisa, segurança, educação no 
setor, entre outras. Além disso, o Estado envolve-se na atividade por meio 
de políticas públicas e investimentos em espaços para eventos, infraestrutura 
básica – saneamento, segurança, vias, entre outras questões. 
A atividade impacta os destinos - social, cultural, política e 
economicamente - em qualquer região em que se faz presente. Naturalmente 
que tais impactos são positivos e negativos para as localidades. É possível 
amenizarmos os impactos negativos e potencializarmos os positivos? É 
possível fazermos da atividade turística uma atividade inclusiva? Quais as 
possibilidades de contribuição que a geografia pode ceder ao turismo? 
As questões acima estão presentes na presente obra, que tem como 
objetivo principal perceber a complexidade do espaço geográfico e suas 
relações com a atividade turística, para, a partir daí, buscar na geografia a 
teoria e os instrumentos práticos que auxiliam no planejamento e no estudo 
do turismo. 
Além do objetivo principal, outros objetivos norteiam as três unidades 
que compõem a obra. As relações entre as informações cartográficas, o 
clima, aspectos de recepção e emissão da demanda turística, os processos 
de urbanização fomentados pelo turismo e a sustentabilidade – que deve 
perpassar cada processo do planejamento e da realização da atividade 
turística - são encontrados aqui.
Prof. Vinicius De Lucca Filho
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO ........................................... 1
TÓPICO 1– NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA ............................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A GEOGRAFIA DO TURISMO ......................................................................................................... 3
3 MÉTODOS DE ANÁLISES GEOGRÁFICAS ................................................................................. 8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 9
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 10
TÓPICO 2 – TURISMO E ESPAÇO ...................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 11
2 CONCEITOS ESSENCIAIS ................................................................................................................ 11
3 TURISMO E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ................................................................................ 12
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 19
TÓPICO 3 – CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO ............................................................ 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 21
2 REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS ....................................................................................... 22
3 GEOPROCESSAMENTO .................................................................................................................... 34
3.1 O GPS ................................................................................................................................................. 35
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 37
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 38
TÓPICO 4 – CLIMA E TURISMO ........................................................................................................ 39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 CLIMA ..................................................................................................................................................... 39
2.1 OS PRINCIPAIS CLIMAS DO MUNDO ...................................................................................... 43
3 AS RELAÇÕES ENTRE CLIMA E TURISMO ................................................................................ 44
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 52
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 53
TÓPICO 5 – RELEVO E TURISMO ..................................................................................................... 551 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 CONCEITO DE RELEVO .................................................................................................................... 55
3 O RELEVO BRASILEIRO ................................................................................................................... 56
4 TURISMO E RELEVO .......................................................................................................................... 58
4.1 MUNDO ............................................................................................................................................ 58
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 67
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 68
sumário
VIII
UNIDADE 2 – ESPAÇOS, CIDADES E TURISMO URBANO ....................................................... 69
TÓPICO 1 – ESPAÇO URBANO ........................................................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 71
2 CONCEITOS DE ESPAÇO URBANO .............................................................................................. 71
3 A CIDADE .............................................................................................................................................. 73
4 EQUIPAMENTOS URBANOS .......................................................................................................... 76
5 MOBILIÁRIO URBANO ..................................................................................................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 83
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 84
TÓPICO 2 – TURISMO URBANO ..................................................................................................... 85
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 85
2 CONCEITO DE TURISMO URBANO ............................................................................................. 85
3 TURISMO E REGENERAÇÃO URBANA ....................................................................................... 88
4 E O TURISMO NA REGENERAÇÃO URBANA? ......................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 95
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 96
TÓPICO 3 – TIPOS DE TURISMO URBANO ................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 97
2 TURISMO CULTURAL ....................................................................................................................... 97
3 TURISMO DE EVENTOS .................................................................................................................103
4 TURISMO RELIGIOSO ....................................................................................................................106
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
TÓPICO 4 – IMAGEM DA CIDADE E TURISMO ........................................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 IMAGEM ..............................................................................................................................................113
3 CITYMARKETING ..............................................................................................................................115
4 A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM ....................................................................................................117
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................128
UNIDADE 3 – TURISMO E SUSTENTABILIDADE ......................................................................129
TÓPICO 1 – TURISMO E SUSTENTABILIDADE ..........................................................................131
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
2 CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE ......................................................................................131
3 TURISMO SUSTENTÁVEL .............................................................................................................136
4 A CAPACIDADE DE CARGA ..........................................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................144
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................145
TÓPICO 2 – CERTIFICAÇÃO E TURISMO ....................................................................................147
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147
2 CARACTERÍSTICAS DA CERTIFICAÇÃO .................................................................................147
3 VANTAGENS DA CERTIFICAÇÃO ..............................................................................................148
3.1 NORMAS ISO .................................................................................................................................149
3.2 COMPOSIÇÃO DA FAMÍLIA ISO 9000 .....................................................................................149
IX
3.3 A ISO 14000 .....................................................................................................................................150
4 OUTRAS CERTIFICAÇÕES UTILIZADAS NO SETOR TURÍSTICO ...................................150
4.1 O PROGRAMA HÓSPEDE DA NATUREZA ............................................................................150
4.2 CERTIFICAÇÃO PARA TURISMO DE AVENTURA ..............................................................152
4.3 CERTIFICAÇÃO E EVENTOS .....................................................................................................153
4.4 CERTIFICAÇÃO E ALIMENTAÇÃO .........................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................155AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156
TÓPICO 3 – RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS TURÍSTICAS .....................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 ASPECTOS QUE CONTRIBUEM PARA QUE AS EMPRESAS TURÍSTICAS
 ALCANCEM NÍVEIS DE SUSTENTABILIDADE ......................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................164
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165
TÓPICO 4 – DO CONSUMO AO TURISMO DE EXPERIÊNCIA...............................................167
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167
2 CONSUMO ..........................................................................................................................................167
3 GLOBALIZAÇÃO E TURISMO ......................................................................................................169
4 TURISMO DE EXPERIÊNCIA .........................................................................................................171
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................175
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................176
TÓPICO 5 – REDES E TURISMO ......................................................................................................177
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................177
2 REDES ...................................................................................................................................................177
3 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS ..........................................................................................................181
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................189
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................190
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................191
X
1
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO 
TURISMO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender a finalidade da geografia e a sua relação com o turismo;
• analisar as interferências do turismo no espaço geográfico;
• conhecer as representações cartográficas e a sua utilização para o turismo;
• relacionar os elementos climáticos com os tipos de turismo. 
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um deles você 
encontrará atividades que o/a ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
TÓPICO 1 – NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA
TÓPICO 2 – TURISMO E ESPAÇO 
TÓPICO 3 – CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
TÓPICO 4 – CLIMA E TURISMO
TÓPICO 5 – RELEVO E TURISMO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO
O que é “Geografia do Turismo”? Quais as relações entre a geografia e o 
turismo? Tais temas serão tratados no presente tópico. 
A geografia estuda um espaço específico – o espaço geográfico. “Para 
estudá-lo, desenvolveu, ao longo de sua história, um conjunto de teorias e 
conceitos que permitem compreender o mundo em que vivemos em diferentes 
escalas, tanto no tempo quanto no espaço” (CAVALCANTI, 2003 apud ALMEIDA; 
GUERREIRO; FIORI, 2007, p. 8). 
Unindo-se ao pensamento acima, cabe observarmos Santos (2002), quando 
diz que o espaço geográfico é a natureza modificada pelo homem. O autor considera 
que a “natureza natural” é intocada pelo homem e a natureza social ou artificial é 
aquela em que o homem teve contato e que está em permanente construção, sendo 
(re)construída a cada momento. Santos (1988, p. 26-27) expõe que:
 
O espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável de que 
participam, de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos 
naturais e objetos sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os 
anima, ou seja, a sociedade em movimento. O conteúdo (da sociedade) 
não é independente da forma (os objetos geográficos), e cada forma 
encerra uma fração do conteúdo. O espaço, por conseguinte, é isto: um 
conjunto de formas em movimento. As formas, pois, têm um papel na 
realização social.
Vamos estudar um pouco mais sobre o assunto?
2 A GEOGRAFIA DO TURISMO
A geografia tem vivenciado, nestas últimas décadas: 
algumas inovações na perspectiva de abordagem do seu objeto de 
estudo: o espaço geográfico. Isto se deve, em parte, ao desenvolvimento 
de pesquisas nas áreas de saúde, meio ambiente, turismo, entre outras 
que, embora interfiram na organização e reestruturação espacial, 
não despertavam o interesse do profissional de geografia (SOUZA 
JUNIOR; ITO, 2005, p. 116).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
4
A preocupação com a geografia do turismo é antiga, como relata Rodrigues 
(1999, p. 1), quando afirma que o termo “Geografia do Turismo” data de 1905. 
“Face às incidências espaciais do turismo, o tratamento geográfico do fenômeno 
vem se tornando cada vez mais destacado.
Rodrigues (1999, p. 1) ainda escreve que o:
estudo do turismo no âmbito da geografia acentua-se a partir da 
década de 1960, tendo em vista o acelerado desenvolvimento do 
fenômeno ligado à prosperidade econômica que marcou o período de 
pós-guerra nos países centrais do capitalismo.
Albach (2011) fez um quadro interessante, mostrando alguns autores e 
temas que se preocupam com as relações entre geografia e turismo – perceba a 
grande variedade de temas abordados:
QUADRO 1 – TEMAS DA RELAÇÃO GEOGRAFIA E TURISMO
Autores Temas
JAFARI E RITCHIE 
(1981)
- Identificação e análise de regiões turísticas funcionais.
- Previsão do volume de viagens entre origens.
CAZES (1992)
- A temática da distribuição da atividade turística no espaço 
(comportamentos da demanda, estratégias de localização, prob-
lemas de distância etc.).
- A temática da produção espacial turística (representação, per-
cepção, formas, modelos de ordenação, paisagens construídas 
etc.).
- A temática sobre a articulação espacial do sistema turístico 
com o sistema local (processo de turistificação, impactos no 
território etc.).
VERA et al. (1997)
Em leitura mundial:
- Na Alemanha: prioridade a aspectos morfológicos (paisagem) e 
sociais.
- Na França: turismo internacional, modelos de pequena e grande 
escala.
- Nos Estados Unidos e Reino Unido: recreação em áreas rurais 
e naturais e generalização dos temas de planejamento.
KNAFOU (1999) -
- Territórios sem turismo.
- Turismo sem territórios.
- Territórios turísticos.
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA
5
GOLDNER, 
RITCHIE, 
MCINTOSH (2002)
- Localização de áreas turísticas.
- Deslocamentos de pessoas em função das localidades turísticas.
- Mudanças que a atividade traz para a paisagem por causa das 
estruturas turísticas.
- Dispersão do planejamento físico do desenvolvimento turístico 
e dos problemas econômicos, sociais eculturais.
RODRIGUES (2001)
Dimensão espacial do turismo; fundamentos geográficos do tur-
ismo; ecoturismo; turismo ambiental; meio ambiente e turismo; 
gestão ambiental; avaliação de impactos ambientais em áreas 
turísticas; turismo, espaço, paisagem; turismo: potencialidades e 
impactos; estrutura e planejamento de unidades de conservação; 
ecossistemas brasileiros: potencialidades e conflitos; turismo e 
desenvolvimento sustentável; planejamento e gestão sustentável 
do turismo; dentre outros.
PEARCE (2003)
- Os padrões de distribuição espacial da oferta.
- Os padrões de distribuição espacial da demanda.
- A geografia dos centros de férias (veraneio).
- Os movimentos e fluxos turísticos.
- O impacto do turismo.
- Os modelos de desenvolvimento do espaço turístico.
CORIOLANO E 
MELLO E SILVA 
(2005)
Espaço geográfico, organização espacial, tempo, espaço rural 
e urbano, lugar, território, territorialidades, território turístico,
desterritorializar e reterritorializar, paisagem, produção espacial, 
técnica, natureza, patrimônio histórico e artístico, sentimento 
de patrimônio, comunidade, turismo comunitário, arranjo pro-
dutivo, litoral, região, regionalização, cidade, cultura, mundo, 
local, população, rede, relação sociedade/natureza e unidade 
geoambiental. 
FONTE: Albach (2011)
“O conceito de turismo é o centro de inúmeras discussões entre 
pesquisadores e instituições. Visões economicistas, sociais, culturais, ecológicas 
e holísticas discutem qual conceito é mais adequado à atividade” (DE LUCCA 
FILHO, 2005, p. 24).
Para Sampaio, Gândara e Mantovanelli Júnior (2004 apud DE LUCCA 
FILHO, 2005, p. 24):
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
6
O crescimento da atividade turística, e sua complexidade como 
fenômeno, demandam uma análise da mesma dentro de uma 
perspectiva mais ampla, que considere de forma equânime os 
aspectos econômicos, ambientais e sociais, pois somente desta forma 
será possível uma aproximação mais ampla e concreta de seus reais 
impactos, positivos e negativos, considerando sempre que uma 
aproximação parcial e relativizada sempre comprometerá a percepção 
do todo e distorcerá a compreensão do fenômeno de forma indelével.
O turismo, como um campo específico de estudo, tem diversas 
definições, como a de Hunzilker e Krapf (apud FÜSTER, 1985), que o conceituam 
como “fenômeno originado pelo deslocamento e permanência de pessoas fora 
do seu local habitual de residência, desde que tais deslocamentos não sejam 
utilizados para o exercício de uma atividade lucrativa principal, permanente 
ou temporária”. 
[...]
Mathieson e Wall (1982) consideram o turismo como um movimento 
temporário de pessoas para destinos fora dos seus locais normais de trabalho 
e de residência, as atividades desenvolvidas durante sua permanência nesses 
destinos e as facilidades criadas para satisfazer as suas necessidades. 
[...]
Sobre os eventuais problemas gerados pela atividade turística, Lins 
(2000, p. 66) observa que:
se o turismo agrava problemas existentes (e produz novos problemas) 
e se esse agravamento representa ameaça tanto à qualidade de 
vida da população quanto à sustentabilidade do próprio turismo, 
promover o combate aos efeitos deletérios da sua expansão constitui 
processo fundamental. 
FONTE: De Lucca Filho (2005, p. 24-25)
Outros críticos à atividade levantam questões como: 
O caráter mercadológico e fetichista [...]. O turismo vem ganhando força 
nos discursos e nas práticas do Estado neoliberal [...]. O turismo se desenvolve 
apropriando-se e expropriando comunidades tradicionais, transformando os 
lugares em “paraísos artificiais”, fazendo com que se viva a partir da imagem, isto 
é, o espaço torna-se mercadoria a ser contemplada e consumida passivamente. 
(NOGUEIRA; ROCHA, 2010, p. 25).
Jafar Jafari (apud BENI, 2001, p. 36) introduziu um conceito holístico de 
turismo em que aborda seus fenômenos, suas relações e seus efeitos na área de origem 
dos turistas. “Turismo é o estudo do homem longe de seu local de residência, da 
indústria que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a indústria, 
geram sobre os ambientes físico, econômico e sociocultural da área receptora”. 
TÓPICO 1 | NOÇÕES GERAIS DE GEOGRAFIA
7
Para definirmos o que é turismo para a geografia, optamos pela definição 
proposta por Cruz (2001, p. 5), que o identifica como, “antes de mais nada, uma 
prática social, que envolve o deslocamento de pessoas pelo território e que tem no 
espaço geográfico seu principal objeto de consumo”. 
O turismo deve ser compreendido também como uma atividade 
socioeconômica, à medida que gera a produção de bens e serviços para o 
indivíduo, visando à satisfação de necessidades básicas (e desejos), como a de 
alimentação, hospedagem, transporte e complementares, como lazer, assumindo 
lugar de destaque na economia do país, de uma região ou localidade.
O turismo se desenvolveu, ao longo da história, a partir de deslocamentos 
de diversas ordens, somente sendo reconhecido “enquanto atividade coprodutora 
do espaço geográfico” (MACHADO 2000 apud SANTOS, 2005, p. 73).
No século XX, quando foi impulsionado pelo advento das revoluções 
tecnológicas e dos meios de transporte, o seu desenvolvimento está atrelado à 
melhoria dos meios de locomoção, à expansão urbana e à ascensão do capitalismo, 
principalmente a partir de meados do século XX. A Revolução Industrial (século 
XIX) promoveu modificações econômicas – e consequentemente sociais – e a 
consolidação do capitalismo – que fomentaram a atividade turística (inclusive no 
Brasil, como a regulamentação das férias dos trabalhadores - Decreto federal no 
4.982//925). (SANTOS, 2005).
Ainda sobre as mudanças relacionadas ao turismo no século XX, Becker 
(1996 apud SANTOS, 2005, p. 74) observa que: 
no período pós-guerra é que houve uma mudança importante para o 
turismo, marcada pela massificação, pela regulação do trabalho, na 
limitação de seu tempo, nas férias, na aposentadoria, na sociedade 
de massa de consumo, nos transportes desenvolvidos, como o avião, 
e aí sim o turismo, realmente, apresentou essa característica de 
massificação.
É importante observarmos o que nos conta Milton Santos (1993, p. 36 
apud SANTOS (2005, p. 74): 
após a Segunda Guerra Mundial, a integração do território se torna 
viável, integração esta que se iniciara com as estradas de ferro que 
até então ligavam as áreas produtoras com os portos de exportação. 
Estas estradas, entretanto, eram em sua maior parte desconectadas. A 
interligação toma um novo impulso com a construção das estradas de 
rodagem, que põem em contato as diversas regiões entre si e, sobretudo, 
com o polo mais dinâmico do país, eixo Rio–São Paulo, o que redunda 
na execução de um ousado programa de infraestruturas. Esse período 
duraria até fins da década de 1970. O golpe de Estado de 1964 aparece 
como um marco, pois foi o ciclo militar que criou as condições de uma 
rápida integração do país a um movimento de internacionalização que 
aparecia como irreversível, em escala mundial. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
8
3 MÉTODOS DE ANÁLISES GEOGRÁFICAS
O turismo é um agente transformador do espaço geográfico e uma 
atividade complexa. Devemos ter como base de análise para esta temática na 
geografia o conceito de formação socioespacial (FSE), proposto por Milton 
Santos (1977). Ou seja: cada região possui suas particularidades, sejam elas 
físicas ou sociais. E se cada região possui suas especificidades, deve, portanto, 
ser analisada em sua totalidade, tendo em vista sua formação espacial. 
Vieira e Pereira (1997) nos mostram que tal método possibilita conhecer 
uma sociedade em sua totalidade e em suas frações, e tal perspectiva reintroduz 
na geografia uma interpretação totalizadora manifestadanos escritos de Marx 
(as “múltiplas determinações”), que amplia as possibilidades das análises, pois 
considera o estudo dialético entre elementos naturais e humanos e insere estes 
elementos em diversas escalas (mundial, nacional, regional, local), o que permite 
compreender que uma determinada realidade tem sua explicação num universo 
mais amplo. (VIEIRA E PEREIRA, 1997). 
Para Mamigonian (1996, p. 202):
Milton Santos percebeu que formação social e geografia humana não 
coincidem completamente, não pelas teorias que embasam aquela 
categoria marxista e esta área do conhecimento acadêmico, e mais pela 
prática indispensável de localização da geografia, nem sempre usada 
nos estudos de formação social, daí ter proposto a categoria formação 
socioespacial. 
 Como várias das atividades turísticas estão diretamente ligadas à 
exploração de paisagens naturais e seus impactos socioambientais, deve-se 
utilizar outra categoria de análise: a de geossistema, proposta e aperfeiçoada pelo 
geógrafo Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro (2000 apud SOUZA; BASTOS, 
2010). Ambos os conceitos aqui sugeridos são passíveis de serem utilizados. Na 
prática, um estudo de viabilidade ambiental de um empreendimento turístico 
requer o uso do conceito de geossistema, mas se esse estudo necessitar saber 
a viabilidade socioeconômica, cabe o uso da FSE, para possibilitar o estudo da 
totalidade das variáveis envolvidas.
É importante salientar que tanto uma forma de análise quanto outra não 
despreza a importância dos diferentes problemas que envolvem a atividade.
9
 Neste tópico você estudou:
● As relações entre a geografia e o turismo.
● Os temas de estudo e os métodos de análises geográficas que podem ser 
aplicados ao turismo.
● Que a atividade turística recria/refaz o espaço – e que tal interação é o escopo 
do estudo geográfico aplicado ao turismo. 
● Que o método de formação socioespacial nos dá instrumentos para avaliar de 
forma totalizadora para conhecermos a sociedade.
RESUMO DO TÓPICO 1
10
Quais são os principais temas relacionados ao turismo que a geografia aborda 
atualmente?
AUTOATIVIDADE
11
TÓPICO 2
TURISMO E ESPAÇO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como visto no tópico anterior, “a geografia estuda um espaço específico 
– o espaço geográfico. Para estudá-lo, desenvolveu, ao longo de sua história, um 
conjunto de teorias e conceitos que permitem compreender o mundo em que 
vivemos em diferentes escalas, tanto no tempo quanto no espaço” (CAVALCANTI, 
2003 apud ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007, p. 8).
O espaço geográfico é fruto da combinação de elementos físicos, biológicos 
e humanos. A dinâmica de um espaço geográfico precisa ser compreendida à luz 
dos processos sociais, sem esquecer as características naturais (definidor) que 
oferecem a base para seu desenvolvimento. Assim, o espaço é a cristalização do 
tempo e da história.
Essa visão é interdisciplinar e multidisciplinar, para a percepção da 
totalidade. Ao introduzir a dimensão espacial, demonstra a impossibilidade 
de compreensão da sociedade sem referência ao espaço, pois toda formação 
econômico-social é espacial e temporalmente determinada.
2 CONCEITOS ESSENCIAIS
Precisamos conhecer alguns conceitos para seguirmos adiante.
Segundo Santos (apud PEREIRA, 2003), o processo histórico é responsável pela 
formação socioespacial atual, ou seja, a materialidade concreta expressa no espaço: 
A relação dialética entre os elementos naturais e humanos, em diferentes 
escalas (mundial, nacional, regional e local), propicia uma interpretação 
totalizadora manifestada por Marx como múltiplas determinações 
(ao mesmo tempo que permite analisar a especificidade de cada 
lugar histórica e geograficamente, sem desprezar o conhecimento do 
conjunto. É um enfoque globalizante, ou seja, a visão holística de algo, 
fundamental para que se chegue à essência). O concreto (realidade) é a 
síntese de múltiplas determinações. (PEREIRA, 2003, p.101).
Segue uma lista dos conceitos mais utilizados na geografia – e necessários 
ao estudo do turismo (CAVALCANTI, 2003 apud ALMEIDA; GUERRERO; 
FIORI, 2007, p. 8). 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
12
Lugar: podemos dizer que se trata do espaço familiar ao indivíduo, 
denominado espaço vivido, onde experienciamos a vida. Seria uma 
parcela do espaço e particularidades devem ser compreendidas na 
mundialidade, ou seja, um problema local deve ser analisado como 
problema global.
Paisagem: para a geografia, esse conceito permite a observação de 
aspectos visíveis dos fatos, fenômenos e acontecimentos geográficos. O 
geógrafo Milton Santos a definia não só como tudo aquilo que a visão 
abarca do ponto de vista da forma e do volume das formas concretas, 
mas também por cores, sons, movimentos, odores e outros atributos 
sensoriais. É um conceito relacionado ao campo da percepção, 
sendo esta uma habilidade do processo seletivo de apreensão da 
realidade. Pode ser classificada em: natural ou artificial e cultural (ou 
humanizada).
Região: trata-se de um espaço concreto, dotado de características 
espaciais capazes de torná-lo homogêneo internamente, mas distinto 
de outros espaços. Está associado à localização e à extensão de um 
fato ou fenômeno. Em outro sentido, pode ser atribuída à região 
a característica de unidade administrativa, cuja hierarquização se 
dá pela divisão regional. Um exemplo seria a divisão do território 
brasileiro em cinco regiões, proposta do IBGE (regiões sul, sudeste, 
norte, nordeste e centro-oeste).
Território: constituem parcelas do espaço que são apropriadas pelos 
seres humanos de forma concreta ou abstrata (por interesses políticos, 
econômicos ou por representações, por exemplo). Um território 
é delimitado por fronteiras, redes e nós, limites, continuidades e 
descontinuidades, domínios material e não material. Esses limites 
estão associados às áreas de influência (de poder ou política) de grupos 
humanos, sendo entendido como um campo de forças que envolve 
relações de poder. 
3 TURISMO E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
O turista modifica o espaço, criando-os e recriando-os. A dinâmica social 
do turismo gera a apropriação dos espaços, causando transformações territoriais 
por meio da incorporação e desagregação de espaços novos e antigos. Novos 
espaços são incorporados à prática do turismo, enquanto antigos são total ou 
parcialmente abandonados, perdendo sua antiga função.
Tais transformações têm como principais elementos motivadores de sua 
ação o ganho financeiro e os modismos. Existem ainda ações que visam devolver 
espaços a comunidades tradicionais – ou evitar que tais espaços sejam modificados 
por agentes externos à comunidade.
TÓPICO 2 | TURISMO E ESPAÇO
13
ESTUDOS FU
TUROS
O turismo de base local, fincado na rotina da população autóctone, será 
observado com detalhes ainda na Unidade 3.
Almeida (2004, p. 1) observa que:
 
Os núcleos receptores de turistas têm as mais variadas transformações 
socioespaciais: infraestruturas montadas e/ou apropriadas em função 
da acessibilidade dos visitantes; infraestrutura de hospedagem, 
de alimentação, lazer e de serviços em geral. O turismo é capaz de 
reorganizar sociedades inteiras para que ele possa acontecer, mormente 
apoiado por políticas ditas de desenvolvimento que “redescobrem” 
regiões eleitas como turistificáveis. 
O mercado liderado pelos agentes promotores do desenvolvimento da 
atividade turística tem, na iniciativa privada, seu principal ator, composto por 
empreendedores responsáveis pela turistificação dos lugares através de seus 
investimentos (CRUZ, 2003). Não podemos esquecer que, além do setor privado, 
o Estado atua como importante incentivador desse processo e, como tendência 
atual, existem as parcerias público-privadas (PPP), quando os dois atores agem 
em conjunto.
Tais investimentos são responsáveispela transformação do território, por 
meio de uma série de mudanças estruturais que são impostas ao espaço, como 
demonstra Cruz (2003, p. 13):
Como tais objetos não podem ser “lançados no território” 
aleatoriamente, são, necessariamente, acompanhados por 
infraestruturas de saneamento básico, energia, telefonia e acesso. Esse 
conjunto de “objetos turísticos” e “objetos-suporte” (infraestrutura de 
saneamento, energia e viária), quando somado à presença do turista, 
configura, materializa o lugar turístico. 
Rodrigues (1999, p. 3) observa que: 
a dificuldade para conceituar o espaço turístico está basicamente 
em captar o peso ou a força que esta atividade exerce na produção 
do espaço. Distinguem-se os espaços de vocação turística, como 
os parques nacionais, onde apesar do turismo ser uma atividade 
intensamente explorada, não foi esta que os produziram. Por outro 
lado, encontram-se espaços produzidos pelo turismo e para o 
turismo, apesar da ausência de quase todos os fatores apontados 
como favoráveis para a produção do espaço turístico. Las Vegas é 
excelente exemplo. Localiza-se em pleno deserto de Nevada, cujo 
índice pluviométrico pouco ultrapassa 100 mm anuais, distante mais 
de 500 km de Los Angeles e quase 1.000 km de São Francisco, dois 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
14
grandes centros urbanos da Califórnia, que além de se comportarem 
com os polos emissores, funcionam também na captação e distribuição 
da demanda turística de Las Vegas, proveniente do mundo todo. 
Considerando os princípios da Geografia Clássica, seu “sítio” e sua 
“posição geográfica” são completamente desfavoráveis, e, entretanto, 
constitui o maior centro internacional do jogo, captando uma enorme 
soma de recursos financeiros.
De fato, a questão conceitual é bastante discutida. Outro conceito que temos 
que abordar é o de “atrativo turístico”. Vejamos o que escreveu Cruz (2003, p. 9):
O atrativo turístico é uma definição complexa, pois depende da 
significação do que atrai o turista para um lugar ou não e essa definição 
varia no espaço e no tempo, pois é um elemento cultural da sociedade. 
O que é atrativo turístico hoje pode não ter sido no passado, como 
exemplo do turismo praticado nas comunidades do Rio de Janeiro (os 
safáris urbanos na Rocinha). 
Outro exemplo bem claro de como o atrativo turístico modifica a 
organização do espaço é a cidade de Florianópolis (SC), onde, até meados do 
século XX, a praia era tida como lugar de trabalho e não de lazer, com reflexos 
diretos nos tipos de construções: as mais antigas, que resistiram às mudanças do 
tempo, foram construídas de costas para o mar, valorizando a visão da rua; já 
as modernas têm a frente orientada para o mar, explorando essa nova atividade 
inserida na prática social da região. Tais construções (arquitetura) modificam a 
paisagem ao longo do tempo. As paisagens transformadas exercem um papel 
fundamental na indução do turismo, pois esses elementos culturais tornaram-
se um grande atrativo turístico e formam o que podemos chamar de paisagem 
turística, “que têm muito a ver como o que se habituou chamar de cultura de 
massa e, portanto, com o papel da mídia na homogeneização de gostos e na 
disseminação de padrões de consumo homogeneizados” (CRUZ, 2003, p. 10).
Cabe ainda dizer que: 
nenhum lugar turístico tem sentido por si mesmo, ou seja, fora do 
contexto cultural que promove sua valorização, em dado momento 
histórico. Isso significa reconhecer, por exemplo, que as praias 
tropicais, colocadas hoje entre os mais importantes recursos turísticos, 
assim o são porque as sociedades construíram culturalmente sua 
valorização. Sem essa dimensão cultural, tais praias seriam – para o 
turismo – um recurso (ou um lugar) tal como qualquer outro recurso 
natural. (CRUZ, 2001, p. 8).
Vale conferir o que fala Urry (2001 apud SÁ, 2005, p. 2) sobre ações 
preparadas exclusivamente para o turismo – inventadas ou pouco autênticas – são: 
os pseudoacontecimentos (atrações inventadas e com pouca 
autenticidade) e a bolha ambiental (sistema fechado que “protege” 
o turista da realidade local, composto por hotéis familiares de redes 
internacionais, ônibus com ar-condicionado, restaurantes de fast-food, 
guias de turismo bilíngues, etc.). Os espaços turísticos podem ser 
TÓPICO 2 | TURISMO E ESPAÇO
15
encenados, com uma autenticidade questionável - tanto as paisagens, 
quanto o comportamento das pessoas. (...) os conceitos não são 
necessariamente pejorativos, já que as culturas são constantemente 
reelaboradas, reinventadas e seus elementos e símbolos são 
reorganizados. Ou seja, não fica claro quando uma encenação destinada 
ao turista e aparentemente inautêntica, é diferente daquilo que ocorre 
de qualquer maneira em todas as culturas. Urry ainda aborda outros 
conceitos, como o processo de sacralização que torna um determinado 
artefato, natural ou cultural, um objeto sagrado do ritual turístico. 
Cabe ainda destacarmos alguns conceitos relacionados com o local em 
que o turismo é praticado:
a) Turismo e cidade (turismo urbano): esse tipo de turismo apresenta o maior 
fluxo turístico atualmente, gerando uma grande concentração de serviços 
relacionados a essa atividade (hotéis, hospitais, bancos, comércio, locadoras, 
parques, bares, restaurantes), com as melhores vias de acesso (rodoviárias, 
aeroportos, rodovias, portos).
O processo de urbanização, na grande maioria das vezes, é anterior aos 
fluxos turísticos, pois o processo de urbanização está ligado a outras 
atividades econômicas, mas há casos em que a atividade turística gera 
um processo de urbanização, na medida em que esta atividade vai 
se desenvolvendo, como no “caso de Cancun (México) ou Las Vegas 
(Estados Unidos)... Porto Seguro (Brasil)”. (CRUZ, 2003, p. 17).
b) Turismo em áreas naturais (ecoturismo, turismo ecológico e turismo de 
natureza): tem ganhado importância nos últimos anos e está relacionado com a 
busca constante de uma parcela da sociedade por essa prática, na qual encontra 
uma possibilidade de entrar em contato com a natureza. As atividades mais 
comuns são os esportes de natureza, como o rafting, o rapel, o trekking, safáris, 
entre outras. Mas não é por acaso que se busca essa volta do homem ao contato 
com a natureza. Vejamos o que diz Cruz (2003, p. 18) a respeito:
[...] há que se considerar que, de meados da década de 1970 para 
cá, ou seja, desde a realização da primeira conferência sobre meio 
ambiente, em Estocolmo (Suécia), em 1972, vimos assistindo a uma 
crescente atribuição de importância às questões ditas ambientais... É 
nessa atmosfera de resgate de natureza que se gesta o modismo em 
torno de tudo o que diz respeito a ambientes naturais. É nesse período 
que cresceram, também, em importância, as práticas de ecoturismo. 
Não por acaso, portanto, mas como mais um produto desse momento 
histórico. (CRUZ, 2003, p. 18).
c) Turismo em espaços rurais: a prática do turismo rural tem uma relação direta, 
na maioria das vezes, com a vontade do homem da cidade de retornar às suas 
origens. A atual população urbana é fruto de diversos processos de migração 
que ocorreram durante as etapas de industrialização, em diferentes locais, 
e que, como bem sabemos, não aconteceram de forma homogênea e nem 
finalizaram por completo.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
16
São percebidos outros tipos de espaços na literatura:
Tipos de espaço (BENI, 2001):
● Espaço real: totalidade da superfície do planeta e a biosfera que o envolve.
● Espaço potencial: destinar ao espaço real uso diferente do atual. Possibilidades 
de uso de um território.
● Espaço cultural: parte que a ação do homem mudou a fisionomia original.
● Espaço natural adaptado: espécies naturais sob as condições que o homem 
fixou.
● Espaço artificial: tudo que foi feito pelo homem.
● Espaço naturalvirgem: sem vestígios da ação humana.
● Espaço turístico: resultado da presença e distribuição territorial dos atrativos 
turísticos.
Tipos de espaço turístico (MONTEJANO, 2001):
● Espaço de influência heliotrópica e talassotrópica: o sol e as praias são os fatores 
que desencadeiam a corrente turística.
● Espaços naturais: motivação e atrativo são atrativos naturais, que permitem 
estar em contato com a natureza e aproveitá-la para desenvolver atividades 
relacionadas com este meio.
● Espaços culturais: onde a história e a arte deixaram vestígios.
● Espaços antropológicos: onde o homem desenvolveu uma série de atividades 
culturais e antropológicas relacionadas com o artesanato, gastronomia, folclore.
● Espaços urbanos constituídos por núcleos urbanos grandes, médios ou pequenos, 
com muitos núcleos turísticos (polinucleares ou multiproduto), como é o caso de 
Paris, Londres, Nova York; ou mononucleares ou produto único, com um núcleo 
turístico, como cidades de peregrinação Lourdes, Fátima etc.
Existem diversas maneiras de se estudar e delimitar uma unidade de 
paisagem geográfica. O mais importante é estabelecer critérios e compreender 
a interdependência de todos os elementos que a integram. Vejamos 
algumas etapas para um estudo da paisagem geográfica, que não precisam 
necessariamente seguir essa ordem:
a) definição da escala de abordagem (espacial e temporal);
TÓPICO 2 | TURISMO E ESPAÇO
17
b) descrição da topografia;
c) caracterização da estrutura geológica, geomorfológica (relevo) e pedológica 
(solo): identificar problemas de erosão e usos do solo;
d) caracterização climática (temperaturas médias, ocorrência de chuvas e 
ventos ao longo do ano e alterações observadas nos últimos anos);
e) identificação da estrutura e fluxo de energia e matérias;
f) identificação dos ecossistemas existentes;
g) caracterização das formações vegetais predominantes: áreas de reflorestamento, 
áreas protegidas, recursos utilizados;
h) inventário da fauna e cadeias alimentares;
i) determinação do grau de interferência humana: agricultura (tipos de culturas, 
histórico dessas culturas, grau de mecanização, origem das sementes, uso de 
agrotóxicos e adubos etc.), habitat, urbanização, atividades industriais (modo 
de produção, localização e tratamento de resíduos);
j) identificação das espécies animais e vegetais ameaçadas ou em vias de 
extinção;
k) análise dos recursos hídricos: quantos e quais são; qual a utilização desses 
recursos (irrigação, abastecimento, produção de energia, atividades de lazer), 
verificação da presença de vegetação ciliar, fauna aquática, assoreamento e 
substâncias poluentes;
l) caracterização da estrutura e dinâmica da população;
m) identificação das políticas de organização e gestão dos espaços;
n) inventário dos valores culturais da sociedade;
o) síntese das etapas anteriores.
FONTE: Almeida; Guerrero; Fiori (2007, p. 13)
Pela quantidade e tipo de variáveis a serem analisadas, pode-se constatar que tais 
análises devem ser realizadas por equipes multidisciplinares. Além disso, cabe sempre ressaltar 
que cada análise tem validade para determinado espaço geográfico em determinado período.
ATENCAO
18
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico:
● Observamos conceitos e tipos de espaço. 
● Verificamos como o turismo reconstrói o espaço. 
● Observamos também alguns conceitos essenciais, como: “lugar” (espaço 
vivido); “paisagem” (aspectos visíveis dos fatos, fenômenos e acontecimentos 
geográficos); “região” (espaço concreto – associado à localização de um fato 
ou fenômeno – ou ainda unidade administrativa, por exemplo, a divisão do 
território brasileiro em cinco regiões); “território”, que são parcelas do espaço 
apropriadas pelos seres humanos de forma concreta ou abstrata, delimitado 
por fronteiras, redes e nós, limites, continuidades e descontinuidades, domínios 
material e não material.
19
Quais as principais modificações que o turismo impõe ao espaço 
geográfico?
AUTOATIVIDADE
20
21
TÓPICO 3
CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
“A informação tem uma grande importância para o setor turístico” (DE 
LUCCA FILHO, 2005, p. 31). Ela serve tanto para os possíveis turistas (aqueles 
que estão escolhendo o destino), para os turistas que já decidiram o seu destino, 
os destinos que estão a caminho do destino e para o turista que já está no destino. 
O “uso” da informação na atividade turística tem aumentado. Porém, já 
em 170 a.C, Pausânias publicou dez volumes de um guia intitulado “Um Guia 
para a Grécia”, que descrevia as esculturas, lendas e mitos da região, tendo 
como público-alvo os romanos mais abastados, que viajavam com frequência, 
em especial para a Grécia e para o Egito (OMT, 2001).
Na Idade Média, as peregrinações, viagens comerciais e descobrimentos 
geográficos estavam relacionados com a literatura de viagem, caracterizada 
por escritos que se referiam a rotas, destinos, mapas, características de 
determinadas regiões visitadas. O primeiro Guia Turístico de Santiago de 
Compostela, Espanha, foi escrito em 1140 pelo francês Aymeric Picaud, que 
descreveu suas viagens, a qualidade das terras e o seu relacionamento com as 
pessoas. (MONTEJANO, 2001).
[...]
Com o intuito de orientar viajantes, os guias de turismo surgiram na 
Alemanha, editados por Baedecker, no início do século XIX (FÜSTER, 1985). 
Atualmente ainda existe o Guia Baedecker, publicado em várias línguas. 
Outro pioneiro do setor foi Eugéne Fodor, que em 1936 editou um guia sobre a 
Europa, para ser utilizado por turistas britânicos. 
A necessidade de informação para o turista já existia na Europa 
Moderna, como atesta Burke (2003, p. 69-70): 
Todo turista sabe que, quanto maior a cidade, maior a necessidade 
de um guia, seja sob a forma de uma pessoa ou de um livro. No início 
da Europa moderna havia uma demanda de cicerones [...] e também 
de livros-guia. [...] No século XVIII, esses livros-guia passaram 
a acrescentar à descrição das igrejas e das obras de arte algumas 
informações práticas, do tipo como negociar com os condutores de 
cabriolés ou quais ruas deviam ser evitadas à noite. 
FONTE: De Lucca Filho (2005, p. 31)
22
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, 
foi estabelecido em 1966 pela Associação Cartográfica Internacional (ACI), 
e posteriormente, ratificado pela Unesco, no mesmo ano: “A Cartografia 
apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e 
artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise 
de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas 
de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes 
físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização”. 
O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, 
análise, composição e representação de observações, de fatos, fenômenos e dados 
pertinentes a diversos campos científicos associados à superfície terrestre.
FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_
nocoes/introducao.html>. Acesso em: 6 mar. 2012.
A cartografia é uma forma de comunicação que tem atuado na 
instrumentação do turismo praticamente desde o seu surgimento 
como atividade econômica. E assim como outras formas de 
comunicação com o turista, como os folhetos de divulgação e placas 
informativas que são disponibilizados nos espaços turísticos, os 
mapas devem orientar as pessoas na localização dos objetos e lugares 
de seu interesse. Em especial nas tarefas de planejamento e gestão do 
turismo, a cartografia pode constituir um instrumental extremamente 
útil nas etapas de diagnóstico, de implementação e de avaliação de 
uma atividade turística (OLIVEIRA, 2005, p. 2).Um dos principais componentes de qualquer guia turístico é o mapa. 
Como são feitos os mapas? E quais seus usos na atividade turística?
2 REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS
Antes das representações cartográficas, é necessário conhecer o conceito 
de “escala”:
● Escala – com a necessidade de reduzir as proporções dos acidentes a 
representar, a fim de tornar possível a representação dos mesmos em um 
espaço limitado. Essa proporção é chamada de escala. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_
nocoes/representacao.html>. Acesso em: 6 mar. 2012.
“Quanto menor é a escala do mapa, maior será a porção de espaço abrangida. 
Consequentemente, os elementos representados terão um detalhamento menor”
(ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007, p. 26). 
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
23
FIGURA 1 – DIFERENÇAS DE ESCALAS
A escala cartográfica pode ser representada de duas formas:
	Escala	 gráfica: “Consiste em um segmento de reta, dividido em espaços 
regulares, que mostra a relação entre a medida no mapa e a medida na 
realidade” (ALMEIDA; GUERREIRO; FIORI, 2007, p. 27). Exemplo: 1 cm no 
mapa = 1km no terreno real. 
FONTE: IBGE (2012) 
24
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
FIGURA 2 – ESCALA GRÁFICA
0 50 100 150 KM
FONTE: O autor 
FIGURA 3 – ESCALA GRÁFICA EM USO
FONTE: Cantinho da Teodósia, 2012
 Escala numérica: “É representada em forma de fração, onde o numerador indica 
uma unidade medida no mapa e o denominador indica o valor, na mesma unidade, 
medida no terreno real” (ALMEIDA; GUERREIRO; FIORI, 2007, p. 27).
Numerador = 1 cm Denominador = 100.000 cm ou 1 km - 1:100.000
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
25
FIGURA 4 – ESCALA NUMÉRICA EM USO
FONTE: IBGE (2012)
“Para construir uma escala, geralmente utiliza-se o Sistema Métrico 
Decimal” (ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007, p. 27) – quilômetro, hectômetro, 
decâmetro, metro, decímetro, centímetro, milímetro.
É importante saber optar pela escala correta, pois, conforme Almeida, 
Guerrero e Fiori (2007, p. 27):
a opção por uma ou outra escala de representação é muito importante, 
pois define a quantidade de informações e detalhes possíveis de ser 
representados no mapa. Se a realidade for pouco reduzida, poderemos 
representá-la com mais detalhes. Ao contrário, se tivermos que reduzir 
muito a realidade, só poderemos representar as informações mais 
importantes, desprezando os detalhes. 
Resumindo:
Escala maior (denominador menor): mais detalhes representados.
Escala menor (denominador maior): menos detalhes representados.
Também é importante falarmos das coordenadas geográficas:
 
26
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
O homem começou a buscar uma forma de localização mais precisa que 
apontasse mais que uma direção e, com exatidão, um ponto na superfície 
terrestre. A partir daí que os gregos idealizaram um sistema de linhas 
imaginárias traçadas sobre a superfície terrestre. Essas linhas receberam 
os nomes de paralelos e meridianos. Ao se cruzarem, paralelos e 
meridianos indicam com exatidão o local de um determinado ponto 
na superfície terrestre. Esse sistema é conhecido como coordenadas 
geográficas (ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007, p. 23).
Como também é importante entender o que são paralelos e meridianos: 
Os paralelos são linhas paralelas ao Equador que indicam a latitude. 
No total, são 90 paralelos ao norte do Equador e 90 paralelos ao 
sul, num total de 180° de latitude. Os meridianos são semicírculos 
semelhantes ao Meridiano de Greenwich, que indicam a longitude. 
São 180 meridianos a leste de Greenwich e 180 a oeste, totalizando 
360° de longitude. As coordenadas geográficas são sempre medidas 
em graus (símbolo°), minutos (símbolo’) e segundos (símbolo”) e a 
indicação N ou S para a latitude, e L ou O para a longitude (ALMEIDA; 
GUERRERO; FIORI, 2007, p. 24-25). 
FIGURA 5 – MERIDIANOS E PARALELOS
FONTE: Dreamtime (2012)
Agora, podemos voltar às representações. Existem dois tipos de 
representação: por traço e por imagem.
Vamos estudar alguns conceitos da representação por traço:
• GLOBO – “representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala 
pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com 
finalidade cultural e ilustrativa” (IBGE, 1998, p. 23).
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
27
FIGURA 6 – GLOBO TERRESTRE
FONTE: Dreamtime (2012)
• MAPA: de acordo com o IBGE (1998, p. 18), os mapas possuem as seguintes 
características: 
- representação plana; 
- geralmente em escala pequena; 
- área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas 
etc.), político-administrativos; 
- destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos. 
FIGURA 7 – MAPA
FONTE: IBGE (2012)
28
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
A partir dessas características pode-se generalizar o conceito:
Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, 
dos aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma 
área tomada na superfície de uma figura planetária, delimitada por 
elementos físicos, políticos e administrativos, destinada aos mais 
variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos (IBGE, 2012).
O mapa é uma imagem convencionada, codificada, que representa 
feições e características da realidade geográfica. O mapa não reproduz 
fielmente o terreno; ele é uma construção que seleciona alguns aspectos 
e os representa, fazendo uso de um sistema de símbolos. Os elementos 
espaciais da superfície terrestre escolhidos para serem representados 
no mapa (como objetos, fatos e relações) são transformados em 
símbolos e localizados no mapa a partir de um sistema de coordenadas 
que considera distâncias e direções. (ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 
2007, p. 20).
Raisz (1969, p. 2) diz que o conceito elementar de um mapa é “uma 
representação convencional da superfície terrestre, vista de cima, na qual se 
colocam letreiros para sua identificação”. 
É importante na guerra e na paz que um soldado ou aviador americano 
seja capaz de ler um mapa francês ou que um montanhês canadense 
seja capaz de escalar os Andes usando um mapa chileno. Apesar de 
cada levantamento publicar uma legenda de símbolos, isto geralmente 
não se acha à mão (RAISZ, 1969, p. 94).
• CARTA: suas principais características são: 
- representação plana;
- escala média ou grande;
- desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática;
- limites das folhas constituídos por linhas convencionais, destinadas à avaliação 
precisa de direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_
nocoes/representacao.html>. Acesso em: 6 mar. 2012.
Da mesma forma que da conceituação de mapa, pode-se generalizar que 
carta é:
a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos 
artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, 
subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais - 
paralelos e meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliação 
de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala. (IBGE, 
1998, p. 17).
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
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• PLANTA – “a planta é um caso particular de carta. A representação se restringe 
a uma área muito limitada e a escala é grande, consequentemente o número de 
detalhes é bem maior” (IBGE, 1998, p. 20).
O outro tipo de representação cartográfica é a “por imagem”. Para facilitar, 
fizemos um quadro com as representações e suas características. São elas:
QUADRO 2 – TIPOS DE REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS POR IMAGEM
Representação Conceito
MOSAICO
É o conjunto de fotos de uma determinada área, recortadas e 
montadas técnica e artisticamente, de forma a dara impressão de 
que todo o conjunto é uma única fotografia. Pode ser de três tipos:
1) Controlado - é obtido a partir de fotografias aéreas submetidas 
a processos de correção para que a imagem resultante 
corresponda exatamente à imagem no instante da tomada da 
foto. Essas fotos são então montadas sobre uma prancha, onde 
se encontram plotados um conjunto de pontos que servirão de 
controle à precisão do mosaico. Os pontos lançados na prancha 
têm que ter o correspondente na imagem. Esse mosaico é de 
alta precisão.
2) Não controlado - é preparado por meio do ajuste de detalhes 
de fotografias adjacentes. Não existe controle de terreno e as 
fotografias não são corrigidas. É de montagem rápida, sem 
precisão. Para alguns tipos de trabalho ele satisfaz.
3) Semicontrolado - são montados combinando-se características 
do mosaico controlado e do não controlado. Por exemplo, 
usando-se controle do terreno com fotos não corrigidas; ou fotos 
corrigidas, mas sem pontos de controle.
FOTOCARTA
É um mosaico controlado, sobre o qual é realizado um tratamento 
cartográfico (planimétrico).
ORTOFOTOCARTA
É uma ortofotografia - fotografia resultante da transformação 
de uma foto original, que é uma perspectiva central do terreno, 
em uma projeção ortogonal sobre um plano - complementada 
por símbolos, linhas e georreferenciada, com ou sem legenda, 
podendo conter informações planimétricas.
ORTOFOTOMAPA
É o conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma 
determinada região.
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UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS DA GEOGRAFIA DO TURISMO
FOTOÍNDICE
Montagem por superposição das fotografias, geralmente 
em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da 
região. É insumo necessário para controle de qualidade de 
aerolevantamentos utilizados na produção de cartas através do 
método fotogramétrico. Normalmente a escala do fotoíndice é 
reduzida de 3 a 4 vezes em relação à escala de voo.
CARTA IMAGEM
Imagem referenciada a partir de pontos identificáveis e com 
coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção, 
podendo conter simbologia e toponímia.
FONTE: IBGE (1998, p. 20-21)
Mas como colocar a Terra, que é esférica, no papel, que é plano? “Para 
solucionar esse problema, foram criadas as projeções cartográficas. Projeções 
cartográficas são operações matemáticas utilizadas para representar a superfície 
esférica da Terra em uma superfície plana” (ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 
2007, p. 21). 
Apesar de todo o esforço dos cartógrafos, as projeções sempre 
apresentam alguma deformação da superfície terrestre. Tal deformação 
pode ser reduzida, mas nunca eliminada. Dependendo de como é 
feita a projeção, é possível conservar: a área, a forma, a distância ou a 
direção. (ALMEIDA, GUERRERO E FIORI, 2007, p.21).
Mas o que significa cada informação no mapa? A representação gráfica 
(Simiologia Gráfica) é o que determina cada informação presente nos mapas 
(ROSA, 2004). 
Cada parte de uma informação é chamada de componente, a qual 
apresenta as seguintes características:
a) comprimento - é o número de suas subdivisões (classes);
b) extensão - é a relação entre o número maior e o menor da série quantitativa 
considerada;
c) nível de organização - é a característica mais importante da componente, 
trata-se do significado, que pode ser: quantitativo (ex. no de alunos, no de 
dias de chuva etc.), ordenado (ex. dias da semana, meses do ano, hierarquias 
militares, tonalidades etc.), e qualitativo (ex. indústrias, culturas etc.).
As informações transmitidas por uma componente podem se referir a 
uma localização precisa, a um limite ou percurso, a uma superfície, ou ainda 
a um volume. Essas quatro maneiras de colocar a informação no plano da 
folha de papel representam os quatro modos de implantação (ou elementos de 
representação do espaço), a saber: ponto, linha, área (zona) e volume.
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
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Elementos de representação do espaço – São as maneiras de colocar a 
informação em um mapa.
● Ponto - não tem dimensão, representa apenas a posição (localidade ou 
localização). Ex. localização precisa de uma indústria, cidade etc.
● Linha - é unidimensional, representa apenas direção. Ex. o percurso de um 
rio, o limite administrativo (fronteira), uma estrada etc.
● Área (zona) - é bidimensional, representa a largura e comprimento. Ex. 
densidade de população, florestas, cultivos, áreas urbanas, lagos etc.
● Volume - é tridimensional, representa largura, altura e comprimento. Ex. 
quantidade de precipitação, produção etc.
As variáveis da retina – A linguagem gráfica é formada por variáveis da 
retina. Por ser a retina o órgão sensível do olho, todas as variações percebidas 
por ela são chamadas variáveis da retina, que são: 
a) Tamanho - é usado para representar dados quantitativos, traduzindo a 
proporção entre as classes dos diversos elementos cartográficos. Para a sua 
representação, usam-se as formas básicas (círculos, quadrados, retângulos, 
triângulos), conferindo-lhe tamanhos proporcionais ao valor dos dados. 
Varia do grande, médio, pequeno. Ex: total de população do Estado de Minas 
Gerais por município.
b) Valor - é usado para representar dados ordenativos, através da variação 
de tonalidade do branco ao preto, passando pelos tons cinza ou vermelho, 
ou de verde, ou de azul. O branco representa ausência (0%) e o preto a 
totalidade (100%), e os outros níveis representam valores intermediários, 
indo do claro (percentagens menores) ao escuro (percentagens maiores). Ex. 
profundidades do mar, altitudes etc.
c) Granulação - também usado para representar dados ordenativos, porém em 
substituição ao valor. Consiste na variação da repartição de preto no branco, 
onde a proporção de preto e branco permanece.
d) Cor - é usada para representar dados qualitativos (seletivos). Consiste na 
variação das cores, tendo as cores a mesma intensidade. Por exemplo: 
Azul é usado para representar água, frio, úmido, valores numéricos positivos.
Verde é usado para representar vegetação, terras baixas - planícies, florestas.
Amarelo/Ocre é usado para representar seca, vegetação pobre, elevações 
intermediárias.
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Marrom é usado para representar formas de relevos (montanhas, áreas 
elevadas), curvas de nível.
Vermelho é usado para representar elementos quentes, itens importantes, 
estradas, cidades. 
e) Orientação - também usada para representar dados qualitativos (seletivos) 
em substituição à cor. Orientação são as variações de posição entre o vertical, 
o oblíquo e o horizontal.
f) Forma - usada para representar dados qualitativos (associativos). Agrupa 
todas as variações geométricas ou não. Elas são múltiplas e diversas, podem 
ser geométricas (círculo, quadrado, triângulo etc.) ou pictóricas. As formas 
não devem ser muito variadas, se possível, devem ser limitadas a no máximo 
seis. Esses mapas são de fácil representação e leitura. A forma é um ponto, e, 
portanto, indica a localização.
A informação subdividida em componentes é transcrita, e traduzida 
em linguagem visual por meio das variáveis da retina. Cada componente é 
traduzido por uma variável da retina. Nem todas as variáveis da retina admitem 
todos os níveis de organização (quantitativo, ordenativo, seletivo, associativo). 
Por exemplo, o tamanho indica proporção; o valor e a granulação mostram 
uma hierarquia, uma ordem entre as classes; a cor e a orientação diferenciam 
as classes, sem ordená-las. A forma é associativa e indica a localização. 
Eventualmente, pode-se usar a associação entre as variáveis da retina.
Tipos de mapas
Os mapas, de acordo com seus objetivos e finalidades, podem ser 
divididos em três tipos: mapas gerais, especiais e temáticos [...]:
Mapa geral - objetiva alcançar um público bastante diversificado e grande. As 
informações contidasnesses mapas são muito genéricas, não permitindo aos 
especialistas, ao consultá-lo, obterem informações detalhadas. Normalmente 
são mapas que apresentam escalas reduzidas [...]. Os principais elementos 
representados nestes mapas são: divisão política, capitais e cidades de 
destaque, principais rodovias e ferrovias e algumas informações da parte física 
(rios, relevo, vegetação).
Mapa especial - atende a um reduzido número de pessoas, em geral técnicos, 
como geógrafos, meteorologistas, biólogos, geólogos e outros profissionais que 
se utilizam de mapas. As informações contidas nestes mapas estão relacionadas 
a estudos específicos e técnicos, sendo de pouca valia às pessoas fora da 
especialidade a que se destina. Normalmente, este tipo de mapa é construído 
em escala grande [...]. 
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
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Mapa temático - é construído a partir de um mapa base, normalmente com 
informações políticas e hidrográficas, no qual são cartografados os demais 
fenômenos geográficos. Dependendo da área, podem ser aspectos geológicos, 
demográficos, cobertura vegetal etc. Normalmente este tipo de mapas é 
construído em qualquer escala.
FONTE: Rosa (2004, p. 48-50)
“Entre os mapas temáticos básicos [...], podem-se citar os de uso e ocupação 
das terras, da infraestrutura disponível, das formas do relevo, dos elementos 
climáticos, entre outros” (OLIVEIRA, 2005, p. 35).
É necessário conhecermos os tipos de mapas importantes para a atividade 
turística. Para Oliveira (2005, p. 35):
Os mapas de uso e ocupação das terras representam as atividades 
econômicas já instaladas sobre determinado território, como a 
agricultura, a pecuária, as áreas urbanas, a malha viária e as áreas 
verdes remanescentes. O grau de detalhamento das classes escolhidas 
vai depender da escala do mapeamento e de sua relevância para o 
empreendimento turístico a ser instalado. 
Os mapas sobre a infraestrutura mostram a localização de elementos 
como a rede viária, as redes de energia elétrica, telefonia, água tratada, 
coleta de esgoto, TV a cabo etc., além da localização de serviços 
essenciais, como a presença de agências dos correios, postos de saúde 
ou hospitais, agências bancárias, postos policiais ou delegacias e 
postos de combustíveis. 
Segundo Oliveira (2005, p. 37):
A primeira função de um mapa para turistas é localizar, com precisão 
e clareza, onde estão os atrativos turísticos num determinado lugar. 
Portanto, na escolha dos elementos que devem constar no mapa é 
preciso considerar a necessidade de filtrar informações desnecessárias, 
que tornariam o mapa carregado visualmente e dificultariam a 
localização dos atrativos [...] O mapa deve ser visto como forma de 
comunicação com o turista. Precisa, portanto, utilizar uma linguagem 
adequada ao tipo de turista que deverá manuseá-lo, sob pena de ser 
descartado ou virar uma peça meramente ilustrativa.
Mapas sobre os elementos do clima são particularmente importantes 
para áreas com potencial para a instalação do turismo de lazer, como 
pousadas e hotéis ou outros tipos de empreendimentos em balneários 
ou em ambientes de altitudes mais elevadas. Enfim, qualquer atividade 
em que sejam relevantes as informações sobre a distribuição anual das 
chuvas, dias com insolação, direção e intensidade dos ventos ou a 
variação anual das temperaturas (OLIVEIRA, 2005, p. 35-36).
A relação dos atrativos com os aspectos naturais é muito importante, 
conforme alerta Oliveira (2005, p. 36):
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A partir dos mapas básicos ou sobre eles pode-se localizar e destacar 
os possíveis atrativos turísticos e relacioná-los com as características 
naturais ou socioeconômicas do lugar, para avaliar o grau de sua 
potencialidade e detectar prováveis problemas a serem superados em 
sua efetivação como atrativos. 
A cartografia serve como instrumento de promoção turística dos destinos 
– e teve um papel decisivo nas Ilhas Baleares (Espanha) no século XIX e no início 
do século XX, quando somente a elite europeia conseguia entender os mapas. O 
acesso era difícil e as informações disponíveis nos mapas ajudaram os aventureiros 
a chegar às ilhas (MUJICA, 2007).
Num exemplo simples, um mapa com a topografia de uma área, 
expressando as altitudes em curvas de nível e pontos cotados, quando 
cruzado com a rede de drenagens, pode dar indicativos da presença 
de quedas d’água, cachoeiras e corredeiras, que são atrativos naturais 
em potencial. Para maior detalhamento, pode-se associar também 
o uso de imagens orbitais ou fotografias aéreas [...]. A partir daí, o 
cruzamento com as informações sobre a infraestrutura disponível nas 
proximidades do local (rede viária, hotéis, postos de combustíveis, 
entre outros) e sobre os tipos de uso e ocupação das terras na região 
pode determinar a viabilidade ou não do local e sua potencialidade 
(OLIVEIRA, 2005, p. 36).
3 GEOPROCESSAMENTO
A recente popularização das técnicas de geoprocessamento tem feito 
surgir algumas confusões na atribuição dos termos Geoprocessamento e 
Sistemas de Informações Geográficas (SIG) [...]. 
O Geoprocessamento é um termo amplo, que engloba diversas 
tecnologias de tratamento e manipulação de dados geográficos, através de 
programas computacionais. Dentre essas tecnologias, se destacam: a cartografia 
digital, o processamento digital de imagens, os sistemas de posicionamento 
global e os sistemas de informação geográfica. Ou seja, o SIG é uma das técnicas 
de geoprocessamento, a mais ampla delas, uma vez que pode englobar todas as 
demais, mas nem todo o geoprocessamento é um SIG.
A tecnologia de SIG integra operações convencionais de bases de dados, 
com possibilidades de seleção e busca de informações e análise estatística, 
conjuntamente com possibilidades de visualização e análise geográfica 
oferecida pelos mapas. Esta capacidade distingue os SIG dos demais sistemas 
de informação e torna-os úteis para organizações no processo de entendimento 
da ocorrência de eventos, predição e simulação de situações, e planejamento 
de estratégias. Os SIG permitem a realização de análises espaciais complexas, 
através da rápida formação e alteração de cenários que propiciem aos 
planejadores e administradores em geral, subsídios para a tomada de decisões. 
FONTE: Rosa (2004, p. 71)
TÓPICO 3 | CARTOGRAFIA APLICADA AO TURISMO
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Não podemos abrir mão das tecnologias para um processo de planejamento 
mais eficiente.
3.1 O GPS
Segundo Rocha (2003), GPS é a abreviatura de NAVSTAR GPS (NAVigation 
System with Time And Ranging Global Positioning System). 
É um sistema de radionavegação baseado em satélites criado e 
monitorado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos que permite a 
qualquer usuário saber a sua localização, velocidade e tempo, 24 horas por dia, 
sob quaisquer condições atmosféricas e em qualquer ponto do globo terrestre. 
FONTE: Adaptado de: <http://www.duke.edu/~mmv3/geomatica/documents/Aula%201%20
Teorica%20Intro%20GPS.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2012.
Para Martoni e Varajão (2008, p. 6): 
o sistema de navegação por satélites pode ser dividido em três 
segmentos: o segmento espacial, composto pela constelação de 
satélites; o segmento de controle, composto por quatro estações 
de controle terrestres e uma estação mestra – a Consolidated Space 
Operations Center, localizada na Schriver Air Force Base no Colorado, 
EUA – que possuem o objetivo principal de monitorar e garantir o 
funcionamento de todo o sistema; e o segmento de utilização civil, que 
compreende o conjunto de usuários do sistema receptores dos sinais.
Segundo Bender (2012), há dois tipos de mapas para GPS:
1- Mapa simples, que serve apenas como referência.
2- Mapa roteável, que possui dados complementares como endereços, 
sentido de direção etc. Com um GPS que explora todas as informações 
de um mapa roteável,

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