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Primavera Árabe O que foi e como começou? Juliana A primavera árabe é um período de transformações históricas nos rumos da política mundial. Ocorreu uma onda de protestos e revoluções no Oriente Médio e no norte da África, a população protestava pela saída de ditadores do poder e também reivindicava uma melhoria nas condições sociais. Teve como motivação a crise econômica, altas taxas de desemprego, privação de liberdade e a corrupção dos governantes. O início foi em 2010 na Tunísia, conhecida como Revolução de Jasmim, quando derrubaram o ditador Zine El Abidini Ben Ali. Depois passaram a ter protestos em outros países, como: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. Os acontecimentos por país Giovanna Egito O momento decisivo da Primavera Árabe aconteceu com a renúncia forçada do então presidente Hosni Mubarak após 20 anos de governo autoritário. Sendo assim, o poder ficou nas mãos da Suprema Corte das Forças Armadas, órgão que orquestrou a pressão sob o ditador. Com as eleições parlamentares de 2012 o islamita Mohammed Morsi, do Partido da Liberdade e da Justiça, assumiu como novo presidente. Entretanto, utilizou da sua autoridade para ganhar ainda mais poder através da revogação de um decreto que o limitava. Isso gerou oposição pública que começou a esboçar um modelo de constituição islamita. Apesar das tentativas de Morsi de instituir um governo repressivo, com manifestantes nas ruas e com a força dos militares, foi retirado do poder. O Egito então ficou com um governo provisório que se opunha aos muçulmanos em 2013, a repressão de certa forma permanece. Síria O país multirreligioso conta com um regime republicano repressivo, o qual gerou grandes protestos que começaram em 2011. As inquietações partiram de cidades pequenas, mas rapidamente ganharam uma proporção maior, chegando nas áreas urbanas mais influentes. O povo pedia por um regime mais democrático e flexível, com maiores liberdades políticas. Além da deposição do presidente Bashar al-Assad. O governo reagiu agressivamente e uma guerra civil se iniciou na Síria. A grande maioria Sunita que compõe a população síria apoia os rebeldes assim como a Arábia Saudita. Já esse regime repressivo que ainda está em vigor é apoiado pela Rússia. A guerra civil ainda está acontecendo nos dias de hoje. Líbia Os protestos contra o regime do coronel Muammar al-Gaddafi tiveram início em 2011, a revolução contra seu governo configurou a primeira guerra civil da Primavera Árabe. Gaddafi era acusado de corrupção e concentração de riquezas em meio a uma pobreza generalizada no país. A oposição, Conselho Nacional de Transição (CNT), entrou em embate com os aliados do governo. O Conselho de Segurança da ONU foi acionado e medidas de proteção foram dadas aos civis. As forças da OTAN intervieram na luta, entretanto, não foi o suficiente para estagnar os confrontos. Gaddafi, participante de outros conflitos e portador de armas químicas, foi considerado uma ameaça global. Este foi capturado e morto no mesmo ano pelo CNT. O triunfo dos rebeldes durou pouco, o país foi dividido entre o comando de várias milícias e continua em guerra civil. Como está a situação nesses países atualmente? Gustavo Egito O Egito, depois de finalmente conseguir se tornar uma república presidencial democrática, recentemente vem passando por uma fase de autoritarismo, visto que o atual presidente Al-Sisi teve uma emenda constitucional que o permite governar o país até 2030. Mesmo que o próprio Al-Sisi tenha ganhado as eleições de 2014 e 2018 do país, a emenda efetivamente é autoritária já que não dá muito espaço para a oposição Síria Comparado ao início da Primavera Arabe na Síria, a situação pode ser considerada “melhor” visto que o Estado Islamico (ISIS) diminui seus ataques e teve sua última base destruída em 2019 com o apoio dos russos. Porém, com a intervenção do ISIS, o governo de Bashar Al-Assad conseguiu diminuir o risco de ser derrubado politicamente e ainda permanece em vigor. Com isso, o estado atual da Síria ainda seria de guerra civil, em que o leste é dominado por rebeldes com o apoio dos Estados Unidos, e o centro e o oeste é dominado pelo governo com alguns pontos dominados por extremistas religiosos e a Turquia. Líbia A Líbia se encontra em uma guerra civil desde 2014, em que o poder é disputado pelo Governo de Acordo Nacional (GAN); liderado por Sarraj e apoiado pela ONU, e pela administração Tobruk, liberada por Haftar e pelo Exército Nacional Libio (ENL). Os únicos avanços em relação a situação seria: - O encontro que os dois representantes, Sarraj e Hafter, tiveram em 2018 numa conferência internacional na Itália, foi considerado um avanço na relação das 2 forças que controlam o país. - E a tentativa de eleições gerais 2 vezes, uma em novembro de 2021 e outra em novembro de 2022, porém ambas foram canceladas. Tirando isso, o país ainda está inserido em uma disputa de poder.
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