Buscar

AF - roubo majorado - afastamento da majorante -

Prévia do material em texto

_________________________________________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL E CRIMINAL DA 
Referente ao processo nº.
	, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, assistido pela, vem, perante Vossa Excelência, com respeito e acato, apresentar, nos termos da legislação pertinente, ALEGAÇÕES FINAIS, na forma a seguir:
I – DOS ATOS PROCESSUAIS
	O Ministério Público Estadual, ofereceu denúncia em face do acusado acima nominado, imputando-lhe a prática do crime previsto no art. 157, §2°, inc. II e §2°-B do Código Penal. 
	De acordo com a exordial acusatória, 
(...) no dia 07 de março de 2022 (segunda-feira), por volta das 12h30min, no Povoado Pastinho, neste município, o denunciado BRUNO SANTOS SILVA, agindo em unidade de desígnios e comunhão de esforços com um indivíduo identificado como ‘’Manoel’’, subtraíram, em proveito comum, 02 (duas) garrafas de Whisky e R$ 75,00 (setenta e cinco reais), do estabelecimento comercial Mini Mercado 60 KG, valendo-se de uma faca e arma de fogo. Emerge dos autos que, na data supra, a proprietária do estabelecimento, Srª. Maria Aparecida Rocha Santos foi surpreendida pela ação do denunciado e do seu comparsa Manoel, os quais adentraram no mercado e anunciaram o assalto. À partir disso, exigiram que a vítima lhes entregasse o dinheiro constante no caixa, bem como o aparelho celular da mesma, contudo, no tocante a esse último, não conseguiram efetuar a subtração, uma vez que a vítima rapidamente o escondeu. Desta feita, apenas recolheram R$ 75,00 (setenta e cinco reais) e 02 (duas) garrafas de Whisky. Consta que Manoel utilizava uma faca, ao passo em que o denunciado portava uma arma de fogo calibre .22, que a todo momento era apontada para a vítima, sob intensa ameaça de morte. Diante da resistência em entregar os pertences, o denunciado puxou o gatilho da arma, mas a mesma não efetuou disparos. A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência e, chegando local, verificou que o denunciado já havia sido contido por populares. No entanto, o seu comparsa empreendeu fuga, levando consigo a quantia roubada. No tocante às garrafas de Whisky, não foi possível recuperá-las, pois no momento da abordagem os criminosos jogaram-na no chão.’’
	Audiência de custódia realizada em 09/03/22, onde a prisão em flagrante do acusado foi convertida em preventiva (fls. 41/43), com mandado de prisão cumprido em 03/03/22.	
	Denúncia recebida em 31/03/2022, oportunidade em que foi determinada a citação do acusado para a responder à acusação, cf. fl. 105.
		Regularmente citado (fl. 129), o réu apresentou resposta escrita à acusação por intermédio da Defensoria Pública de Sergipe, cf. fl. 139.
	À fl. 183, termo de audiência de instrução realizada em 07/07/22, onde se procedeu à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação, bem como ao interrogatório do réu.
	Laudo pericial acostado às fls. 216/219, com a conclusão de que a arma apreendida é inapta para efetuar disparos. 
	Alegações Finais oferecidas pelo Ministério Público às fls. 228/235, pugnando pela condenação do réu nos moldes do artigo 157, afastando a causa de aumento prevista no §2° - B, do Código Penal. Eis o relatório dos atos processuais relevantes.
II - DA FUNDAMENTAÇÃO
1) Da autoria e da materialidade
		A autoria e a materialidade do crime de roubo restaram comprovadas no curso da instrução processual, em especial através das declarações da vítima, dos policiais e da confissão do acusado. Logo, nada tem a defesa a refutá-las.
2) Da incidência da atenuante da confissão espontânea 
	O denunciado, ao ser interrogado em juízo, confessou a prática do crime que lhe foi imputado pela acusação. 
	Assim, a defesa entende que ao réu deve ser aplicada a atenuante da confissão espontânea, prevista no art. 65, inc. III, “d”, do CP.
2) Da fixação da pena-base nos limites mínimos legais
	
		O acusado deve sofrer as reprimendas mínimas cominadas ao delito praticado, tendo em vista que todas as circunstâncias judiciais previstas no art. 59, do CP, são favoráveis a ele.
		Ao que pese o réu já ter respondido processos quando menor, é pacifico na jurisprudência que isto não é motivo apto a configurar maus antecedentes. 
As consequências, por sua vez, foram mínimas, já que o produto do crime foi apreendido pela Polícia (fl. 12).
		Por fim, destaca-se que as demais circunstâncias judiciais são todas normais ao delito, ou seja, já foram devidamente valoradas pelo legislador.
		
3) Do afastamento da causa de aumento de pena prevista no §2° - B do artigo 157, CP
		O Ministério Público, em sede de Alegações Finais, mais precisamente às fls. 233/234, com base no entendimento unificado do STJ, requereu o afastamento da causa de aumento de pena prevista no § 2° - B do artigo 157, do Código Penal, visto que a arma apreendida é inapta para a produção de disparos, conforme laudo pericial. 
Pelos mesmos fundamentos fáticos e jurídicos, a Defesa concorda com o requerimento do MP, motivo pelo qual pugna pelo afastamento da majorante acima citada. 
		
III – DOS PEDIDOS
		Diante do exposto, requer a defesa:
a) a incidência da atenuante da confissão espontânea, com fulcro no 65, inc. III, “d”, do CP;
b) a condenação do acusado nas penas mínimas cominadas ao delito;
c) a exclusão da majorante prevista no parágrafo 2° - B do artigo 157 do CP, em conformidade com o requerimento do MP.
			 Simão Dias/SE, 18 de novembro de 2022

Continue navegando