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Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos| DAVILLANNE VALENTIM | Estudante de Medicina Veterinária Definição: Trata-se de uma doença causada pelo protozoário Giardia spp., caracteriza-se por provocar quadros de diarreia aguda e crônica, ao parasitar o intestino dos mamíferos, principalmente dos cães e humanos, tendo menor prevalência em gatos. • Giardia lambia • Giardia duodenalis • Giardia intestinalis • Giardia canis Etiologia: O gênero Giardia pertencente ao filo Sarcomastigophora, classe Zoomastigophorea, ordem Diplomonadida, subordem Diplomonadina e família Hexamitidae. Este protozoário apresenta-se em duas formas simples denominadas cisto e trofozoíto. O trofozoíto parasita o intestino delgado, enquanto o cisto é a forma de resistência encontrada nas fezes, sendo o grande responsável pela contaminação do ambiente, e disseminação da doença. O cisto é a forma infectante, possui formato oval, sua parede exterior é formada de glicoproteínas, que quando entra em contato com o organismo, sofre ação das enzimas digestivas desencadeando o desencistamento, dando início a forma de trofozoíto que irá se multiplicar intensamente O trofozoíto é a forma patogênica, e tem forma piriforme, simétrico, bilateral. Possui quatro pares de flagelos e uma estrutura ventral encontrada exclusivamente no gênero Giardia, chamado disco ventral ou disco adesivo, estrutura que permite adesão do parasita no intestino. Ele alimenta-se dos enterócitos. Epidemiologia: Trata-se de uma doença com distribuição mundial e que se apresenta com grande frequência na clínica de pequenos animais, tendo também grande importância na saúde pública. A Giardia lamblia é a principal espécie a acometer os animais domésticos, destacando-se cães jovens, imunossuprimidos ou que convivem em grupos. Transmissão: Se dá através da ingestão de água e alimentos contaminados, por fômites ou pela ingestão direta das fezes infectadas. Há dois estágios do ciclo, que é a forma cística e a forma trofozoítica. Quando o hospedeiro ingere algo contaminado, está ingerindo a forma cística, que logo após irá se instalar no intestino delgado, se transformando na forma de trofozoíto, ocorrendo a fissão binária e chegando a luz do intestino, onde ele irá se multiplicar intensamente Outras formas de transmissão é a coprofagia. Os cistos possuem elevada viabilidade ambiental, principalmente se possuírem acesso a umidade e condições de má higiene. Animais infectados eliminam cistos de forma intermitente. Patogenia: Intimamente ligada a quantidade de parasitas presentes no ID. Se tratam-se de cepas mais ou menos virulentas, como está o crescimento bacteriano e fúngico, além de outros fatores relacionados ao hospedeiro. GIARDIASE Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos| DAVILLANNE VALENTIM | Estudante de Medicina Veterinária O trofozoíto, forma que causa a doença, alimenta-se dos enterócitos do duodeno, prejudicando a digestão e produção de enzimas como os dissacarídeos. Causando síndrome da má absorção de nutrientes, quadros inflamatórios, em casos crônicos, achatamento das vilosidades intestinais Sinais Clínicos: Mais evidentes em cães jovens que em cães adultos, pois cães adultos costumam ser assintomáticos, sendo fontes de infecção ambiental. A doença pode se apresentar de forma sintomática ou assintomática (geralmente em animais adultos), aguda ou crônica. Forma mais comum de manifestação da doença é através de enterites e diarreias – organismos habitantes comuns do intestino delgado e colón, a infecção tem inicio cinco dias após a infecção CARACTERÍSTICA MARCANTE!! As fezes apresentam odor fétido e rançoso sendo moles e pastosas, espumosas, pálidas ou esteatorreicas (sinal patôgnomônico da doença!!) >> Evolução: Dor abdominal, desidratação, apatia, perda de peso, êmese e desenvolvimento corporal insuficiente. Diagnostico: O diagnóstico é baseado em sinais clínicos associados a avaliação laboratorial. O exame laboratorial definitivo consiste na detecção de cistos e/ou trofozoítos nas fezes dos pacientes – utiliza- se o método de Faust. As coletas devem ser seriadas em três dias consecutivos ou três dias intercalados. • Elisa • PCR (alta sensibilidade e especificidade) OBS: Atenção a pacientes que estejam recebendo antibióticos, antiácidos ou preparados para enema, estes poderão ter exames falso- negativos, pois estas substâncias podem causar alterações morfológicas ou o desaparecimento dos cistos e trofozoítos nas fezes Diagnostico diferencial: Infecções gastrointestinais, alergias alimentares, síndromes de má-absorção e gastroenterites induzidas por fármacos Tratamento: Terapêutica primária • Febendazol Terapêutica secundária • Metronidazol • Albendazol Controle e Profilaxia: A doença possui vacina especifica, o animal deve receber suplementação prévia com probióticos. A principal forma de prevenir a doença é realizar a higienização adequada, tanto no ambiente, quanto em animais acometidos pela doença, uma vez que os cistos permanecem viáveis no ambiente e na pelagem dos animais por semanas. As instalações devem ser limpas com uso de desinfetantes, deve manter os animais higienizados, o tutor deve lavar as mãos frequentemente, lavar os utensílios de manejo do animal, oferecer água de boa qualidade, e realizar a vermifugação de rotina.
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