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antidepressivos - Transtorno depressivo é multifatorial: envolvendo fatores · Biológicos: · Genético · Alteração hormonal · Alimentação · Estilo de vida · Neurotransmissão · Psicológicos: · Resiliência · Aprendizagem · Personalidade · Sociais: · Estresse crônico · Suporte familiar · Suporte social - Sintomas da depressão: · Físicos: · Distúrbios do sono – distúrbios do ciclo circadiano devido a alteração dos neurotransmissores · Alteração do apetite · Disfunção sexual · Perda de energia · Declínio da concentração · Emocionais: · Humor deprimido · Anedonia · Sentimento de culpa · Ideação suicida · Tristeza · Perda de interesse · Associados: · Dor · Ruminações · Melancolia · Ansiedade · Fobias · Irritabilidade - Neuro-eixos envolvidos na depressão – principais neurotransmissores envolvidos: serotonina (5-HT), dopamina (DA) e noradrenalina (NA) – as projeções serotoninérgicas, dopaminérgicas e noradrenérgicas se sobrepõem em vários locais do SNC, portanto não tem como identificar isoladamente qual dessas vias está prejudicada nesse indivíduo - Hipótese monoaminérgica da depressão: depressão causada em deficiência de monoaminas (-HT, NA e DA), ou seja, pouca liberação e produção de neurotransmissores – em função disso há aumento de receptores pós-sinápticos a fim de captar ao máximo os neurotransmissores que estão sendo liberados em pequena quantidade desequilíbrio – desregulação total da neurotransmissão -Introdução dos antidepressivos: há diferença no timing de início do tratamento com o do início da melhora clínica – com o início do tratamento há o início dos efeitos colaterais, porém, não dos efeitos terapêuticos esperados isso ocorre porque com as primeiras doses da medicação as quantidades de neurotransmissores se elevam rapidamente e a sensibilidade para esses está alta (em função do grande número de receptores) – com o tempo ocorre uma dessensibilização, daí a melhora clínica se inicia *O fato dos efeitos colaterais se iniciarem juntamente com a administração da droga também está relacionado ao excesso de receptores que o paciente possui antes da dessensibilização (demora 2-4 semanas e ocorre por feedback negativo) – com o tempo os EAD se amenizam e o efeito terapêutico se inicia por isso, iniciar tratamento sempre com as doses mínimas - Outras teorias que explicam a depressão: As monoaminas são responsáveis por se ligar em seus receptores neuronais e estimular a produção do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma das substâncias que todo neurônio possui, tendo a finalidade de manter a vitalidade do neurônio (sem essa substância o neurônio morre), além de estimular a neurogênese, neuroplasticidade e sinaptogênese. Assim como as monoaminas estimulam a produção de BDNF, o cortisol inibe, ou seja, em indivíduos que sofrem estresse crônico há uma grande redução dessa substância, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de depressão e outras patologias psiquiátricas. Em um paciente depressivo crônico não tratado, a quantidade de monoaminas diminui muito, o que também leva a diminuição de BDNF, levando até a atrofia de regiões cerebrais devido a ausência dessa substância que mantém a vitalidade neuronal. - Tratamento farmacológico da depressão: 1. Fase aguda – 2-4 meses – meta do tratamento: remissão de sintomas e normalização da neurotransmissão 2. Continuação – 4-12 meses – remissão sustentada prevenindo recaídas 3. Manutenção – > 12 meses – alguns pacientes têm indicação de manter o tratamento por anos a fim de prevenir recorrência do quadro depressivo - Classes: Inibidores da MAO: - Mecanismo de Ação: inibe a enzima monoamina oxidase (MAO – degrada as monoaminas mantendo a quantidade de neurotransmissores adequada – MAO-A inativa 5-HT e NA e MAO-B, DA) - Droga: · Tranilcipromina – inibidora não seletiva da MAO (inibe MAO-A e MAO-B) - Uso terapêutico: em desuso, mas: síndrome do pânico, depressão atípica e refratária pouco usada em função aos seus muitos efeitos adversos por aumentar demais as catecolaminas e serotonina em todo o organismo - Efeitos adversos: crises hipertensivas, síndrome serotoninérgica - Interação medicamentosa: · Droga-alimento: alimentos que possuem tiramina – ex: queijos, nozes, banana, vinho, embutidos/defumados – pois a tiramina serve como substrato para a síntese de monoaminas elevando ainda mais suas quantidades no organismo – prejudicial já que a MAO está inibida · Droga-droga: qualquer droga que aumente de alguma forma a circulação de catecolaminas e serotonina Tricíclicos: - Mecanismo de ação: inibe a recaptação neuronal de 5-HT e NA atuando no SERT e NET/NAT (transportador da recaptação neuronal de serotonina e noradrenalina, respectivamente) aumentando a quantidade desses neurotransmissores na fenda sináptica e, consequentemente, estimulando mais intensamente os receptores pós-sinápticos - Drogas: respectivamente pró-fármaco e metabólito ativo: possuem indicações clínicas diferentes (metabólitos ativos aumentam mais NA que 5-HT) · Amitriptilina – Nortriptilina – menos efeitos colaterais anticolinérgicos que seu pró-fármaco · Imipramina – Desipramina Não são seletivos, portanto, possuem ação em muitos tecidos diferentes, o que pode causar muitos efeitos adversos – considerados drogas sujas - Uso terapêutico: depressão, síndrome do pânico, dor crônica, neuropatia, fibromialgia, insônia, enxaqueca (amitriptilina/nortriptilina), controle de enurese (imipramina) // TOC (clomipramina) cada doença responde a uma dose - Efeitos adversos: - Devido as ações: · Antagonistas de receptores muscarínicos – efeitos anticolinérgicos xerostomia, visão turva, obstipação, retenção urinária · Antagonistas de receptores H1 – efeitos anti-histamínicos aumento do apetite, sonolência (para pacientes com insônia, efeito sedativo benéfico) · Antagonistas de receptores α-1 hipotensão postural, fraqueza, diminuição do limiar convulsivo (epiléticos) · Bloqueio dos canais de sódio no coração e SNC efeitos cardiotóxicos, portanto contraindicado para pacientes cardiopatas e idosos - Interação medicamentosa: · Droga-droga: com medicações que inibem a CYP2D6 – pois são metabolizados por essa, com sua inibição aumentam-se os riscos de intoxicação Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina: ISRS - Mecanismo de ação: inibe a recaptação neuronal agindo no SERT - Drogas: · Fluoxetina – maior tempo de ½ vida, portanto a que menos causa síndrome de abstinência · Paroxetina – efeito anticolinérgico · Fluvoxamina · Sertralina – droga de escolha para gestantes · Citalopram · Escitalopram - Uso terapêutico: · Fluoxetina – TOC, bulimia, depressão maior e bipolar · Paroxetina – depressão e ansiedade · Fluvoxamina – ansiedade e TOC · Sertralina – depressão ansiedade e TOC · Citalopram – depressão ansiedade e TOC · Escitalopram – depressão ansiedade e TOC - Efeitos adversos: · Fluoxetina – perda de libido · Paroxetina – perda de libido e ganho de peso · Citalopram – efeitos cardiotóxicos – arritmias (prolongamento do intervalo QT) - Interação medicamentosa: · Fluoxetina – por ser inibidora da CYP2D6 e CYP3A4 não se pode associar com tricíclicos · Paroxetina – inibe CYP2D6 · Fluvoxamina – inibe CYP1A2 e CYP3A4 · Sertralina – não tem interação com outras drogas – droga limpa · Citalopram – com drogas que ajam no intervalo QT · Escitalopram – depressão ansiedade e TOC Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina: IRSN ou DUAIS - Mecanismo de ação: inibe a recaptação neuronal de 5-HT e NA atuando no SERT e NET/NAT (transportador da recaptação neuronal de serotonina e noradrenalina, respectivamente) aumentando a quantidade desses neurotransmissores na fenda sináptica e, consequentemente, estimulando mais intensamente os receptores pós-sinápticos - Drogas: · Venlafaxina – Desvenlafaxina · Duloxetina - Uso terapêutico: · Venlafaxina – depressão, ansiedade e sintomas vasomotores da perimenopausa e menopausa (cansaço e fogachos) · Desvenlafaxina – depressão e ansiedade · Duloxetina – depressão, dor neuropática e fibromialgia - Efeitos Adversos: apesar terem o mesmo mecanismode ação dos tricíclicos não possuem os efeitos adversos na mesma intensidade Inibidores da Recaptação de Noradrenalina e Dopamina: - Mecanismo de ação: inibe a recaptação neuronal de NA e DA atuando no NET/NAT e DAT (transportador da recaptação neuronal de serotonina e noradrenalina, respectivamente) aumentando a quantidade desses neurotransmissores na fenda sináptica e, consequentemente, estimulando mais intensamente os receptores pós-sinápticos - Drogas: · Bupropiona - Uso terapêutico: depressão e tabagismo – geralmente em associação com outras drogas (ex: ISRS) quando os pacientes apresentam sintomas residuais e falta de libido – apresenta melhoras na falta de concentração e de energia // faz parte do protocolo de cessação do tabagismo: ajuda com sintomas de abstinência como fissura e é antagonista dos receptores nicotínicos, impedindo que a nicotina do cigarro se ligue a esses -Efeitos adversos: alteração da PA e diminuição do limiar convulsivo – portanto, tomar cuidado com hipertensos e epiléticos - Apesar das drogas acima serem antidepressivas, apresentam um importante efeito ansiolítico – as mais eficientes para esse fim são: paroxetina, sertralina, escitalopram, fluvoxamina, venlafaxina - Síndrome da Abstinência: ocorre quando o desmame da droga é feito de forma incorreta – sintomas: tontura, ansiedade, náuseas, vômitos, palpitações, sudorese e insônia - Síndrome Serotoninérgica: quando uma antidepressivo é usado em doses altas e faz-se associação com outros antidepressivos que também elevam a 5-HT – o excesso de 5-HT leva a efeitos periféricos e centrais: diarreia intensa, taquicardia, hiperreflexia, irritação, inquietação, convulsões e coma
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