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A substância ilícita mais consumida no Brasil é a maconha: 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a usaram ao menos uma vez na vida. Em segundo lugar, fica a cocaína em pó: 3,1% já consumiram a substância. Mas os usuários de crack compõem uma população majoritariamente marginalizada, que vive em situação de rua. Uso dos analgésicos opiáceos e dos tranquilizantes benzodiazepínicos. Nos 30 dias anteriores à pesquisa eles foram consumidos de forma não prescrita, ou de modo diferente àquele recomendado pela prescrição médica, por nada menos que 0,6% e 0,4% da população brasileira, respectivamente. O consumo do tabaco parece estar diminuindo. “Outras pesquisas têm mostrado que há um declínio com relação ao uso do cigarro convencional. Por outro lado, têm chamado atenção para formas emergentes de fumo, com a ascensão de aparatos como cigarros eletrônicos e narguilés. Ainda assim, cerca de um terço (33,5%) dos brasileiros declarou ter fumado cigarro industrializado pelo menos uma vez na vida. Mais da metade da brasileira de 12 a 65 anos declarou ter consumido bebida alcóolica alguma vez na vida. Cerca de 46 milhões (30,1%) informaram ter consumido pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores. O álcool é a substância mais associada, direta ou indiretamente, a danos à saúde que levam à morte. A população alvo desse dispositivo é constituída por usuários de álcool e outras drogas em situação de rua. A população em situação de rua (PSR) é definida como um grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória. Foi instituída pela Política Nacional de Atenção Básica em 2011 e faz parte da RAPS. Chamamos de Consultório na Rua equipes multiprofissionais que desenvolvem ações integrais de saúde frente às necessidades dessa população. Elas devem realizar suas atividades de forma itinerante e, quando necessário, desenvolver ações em parceria com as equipes das Unidades Básicas de Saúde do território. COMPOSIÇÃO: Os Consultórios na Rua são formados por equipes multiprofissionais, podendo fazer parte delas as seguintes profissões: A: enfermeiro, psicólogo, assistente social ou terapeuta ocupacional; B: agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de educação física ou profissional com formação em arte e educação. As equipes dos Consultórios na Rua podem ser organizadas em três modalidades: Modalidade I: equipe formada minimamente por 4 (quatro) profissionais, entre os quais 2 (dois) destes obrigatoriamente deverão estar conforme a letra A (descrição acima) e os demais entre aqueles descritos nas letras A e B; Modalidade II – equipe formada minimamente por 6 (seis) profissionais, entre os quais 3 (três) destes obrigatoriamente deverão estar conforme a letra A (descrição acima) e os demais entre aqueles descritos nas letras A e B; Modalidade III – equipe da Modalidade II acrescida de um profissional médico. Ressalta-se que a responsabilidade pela atenção à saúde da população em situação de rua como de qualquer outro cidadão é de todo e qualquer profissional do Sistema Único de Saúde, mesmo que ele não seja componente de uma equipe de Consultório na Rua (eCR). Desta forma, em municípios ou áreas em que não haja eCR, a atenção deverá ser prestada pelas demais modalidades de equipes da Atenção Básica. É importante destacar, ainda, que o cuidado em saúde da população em situação de rua deverá incluir os profissionais de Saúde Bucal e os Nasf do território onde essas pessoas estão concentradas. No Consultório na Rua as ações são voltadas para a saúde geral da população em situação de rua. Em um município brasileiro, o gestor local decide realizar a adequação das equipes dos Consultórios de Rua para uma das modalidades de Consultório na Rua. Atendendo às determinações do Ministério da Saúde, estas equipes deverão estar vinculadas à Unidade Básica de Saúde. Conjunto de políticas e práticas cujo objetivo é reduzir os danos associados ao uso de drogas psicoativas em pessoas que não podem ou não querem parar de usar drogas. Por definição, redução de danos foca na prevenção aos danos, ao invés da prevenção do uso de drogas; bem como foca em pessoas que seguem usando drogas. Outra ação importante para usuários de crack é a distribuição de protetores labiais e piteiras para uso individual. Isso quer dizer que, caso haja compartilhamento do cachimbo, deve ser adicionada uma piteira de uso individual. A RD é uma alternativa de saúde pública para modelos moral/criminal e de doença do uso e da dependência de drogas. Reconhece a abstinência como resultado ideal, mas aceita alternativas que reduzam danos. Surgiu principalmente como uma abordagem de “baixo para cima”. Promove acesso a serviços de baixa exigência como alternativa para abordagens tradicionais de alta exigência. A RD baseia-se nos princípios do pragmatismo empático versus idealismo moralista. As estratégias de redução de danos têm sido implementadas com mais frequência desde 1984 e, de lá para cá, as diversas formas de uso seguro de drogas têm sido discutidas com usuários e trabalhadores do campo das drogas como forma de aprimorar as ações de prevenção e assistência. No início, acreditava-se que a RD era um conjunto de estratégias de prevenção; depois, com o desenvolvimento das ações e teorização dos seus princípios, pode-se perceber que a RD comporta ações de assistência. Longe de ser apologia ao uso de drogas, a RD é uma forma de garantir o direito às informações relacionadas ao uso de drogas — informações que podem garantir ao usuário o direito de uso de drogas de forma mais segura, minimizando os riscos sociais e à saúde. A relação constitutiva da redução de danos, entre acesso aos territórios e ativação do protagonismo do usuário, segue sendo uma das dimensões importantes para se manter uma consistência a respeito do que seriam práticas em redução de danos ou sobre como as práticas no SUS passam a ser orientadas por esse conceito. A influência da prática holandesa mais pautada no protagonismo do usuário a partir do território encontrou terreno propício nas apostas estratégicas do SUS, do Movimento AIDS e da Reforma Psiquiátrica brasileira, que acumularam bastante experiências sobre a clínica do território, a escuta ampliada, o trabalho em equipe e a construção de redes. O conceito de redução de danos, operando como diretriz para o SUS, conecta um conjunto de práticas que têm em comum a defesa dos direitos dos usuários dentro de uma perspectiva não criminalizadora, portanto, que se pauta por uma ética alternativa à ética da abstinência como meta universal, entendendo que os problemas de saúde que podem decorrer do uso de drogas exigem uma abordagem singular e processual. PORTARIA Nº 1.028, DE 1º DE JULHO DE 2005 Determina que as ações que visam à redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, sejam reguladas por esta Portaria. Definir que as ações de redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, compreendam uma ou mais das medidas de atenção integral à saúde, listadas a seguir, praticadas respeitando as necessidades do público alvo e da comunidade: I - informação, educação e aconselhamento; II - assistência social e à saúde; e III - disponibilização de insumosde proteção à saúde e de prevenção ao HIV/Aids e Hepatites. Definir que as estratégias de redução de danos incluam a disponibilização de insumos de prevenção ao HIV/Aids e as estratégias da saúde pública dirigidas à proteção da vida e ao tratamento dos dependentes de produtos, substâncias e drogas que causem dependência. Separação da Política Nacional de Saúde Mental (PNAD) para a Política Nacional De Álcool e outras drogas (PNAD) Uma das principais mudanças refere-se ao tratamento dos dependentes químicos, com a adoção da abstinência como abordagem preferencial. Até então, a estratégia privilegiava a redução de danos (RD). Outra novidade é o estímulo às comunidades terapêuticas. Já a terapia de abstinência cessa o uso da droga pelo dependente químico. Durante esse período, podem ser administrados medicamentos que atenuem os efeitos da falta da substância que era consumida pelo paciente. Os sintomas incluem agitação, irritação e mal-estar. Para isso, é necessário o tratamento adequado e equipes especializadas. Os profissionais envolvidos devem trabalhar as motivações e objetivos de vida do paciente, buscando construir um projeto terapêutico e de reabilitação cognitiva e social. Leitos hospitalares devem estar disponíveis para acolher, proteger e tratar os dependentes. A nova PNAD é analisada por diferentes pontos de vista entre organizações de classe envolvidas diretamente no tratamento de usuários de drogas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), por exemplo, são favoráveis à mudança. A justificativa das entidades está na ineficiência do método de redução de danos. Outra mudança diz respeito ao local preferencial para o atendimento, que anteriormente eram os ambulatórios dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps). A internação compulsória figurava como último recurso. Agora, a nova PNAD incentiva o encaminhamento do paciente para as chamadas comunidades terapêuticas (CTs). Em geral, essas organizações já promovem a abstinência. Cerca de 82% delas são vinculadas a igrejas e organizações religiosas, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Seu foco não é o tratamento, mas o acolhimento dos dependentes químicos por meio de uma rotina de atividades religiosas. O Programa “De Volta para Casa”, criado pelo Ministério da Saúde, é um programa de reintegração social de pessoas acometidas de transtornos mentais, egressas de longas internações, segundo critérios definidos na Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que tem como parte integrante o pagamento do auxílio-reabilitação psicossocial. Esta estratégia vem ao encontro de recomendações da OPAS e OMS para a área de saúde mental com vistas a reverter gradativamente um modelo de atenção centrado na referência à internação em hospitais especializados por um modelo de atenção de base comunitária, consolidado em serviços territoriais e de atenção diária. Reabilitação psicossocial é um conjunto de medidas e ações que são instituídas, que são compartilhadas dentro de um Centro de Atenção Psicossocial que visa uma melhoria das condições de vida, de relação entre as pessoas portadoras de sofrimento psíquico sua família e também dentro da comunidade, é um resgate, mais que um resgate das questões referentes aos portadores de sofrimento psíquico, é um resgate da cidadania, é o momento de efetuar trocas, entre outras coisas. O processo de reabilitação psicossocial implica variáveis a serem trabalhadas, como casa (habitar); trabalho e relações sociais. O problema é que muitos se limitam ao fornecimento de medicação. Para ir, além disso, também é necessário apoio próximo de profissionais de Saúde Mental. Um pacote mínimo de cuidado na Atenção Básica deve incluir intervenções psicoeducacionais simples e, principalmente, a intermediação de ações intersetoriais. Essas visam aumentar a capacidade das pessoas que sofrem com transtornos mentais graves e persistentes de exercitarem sua cidadania. Ou seja, estudar, trabalhar, ganhar dinheiro, fazer amigos, namorar, frequentar espaços públicos, participar das decisões que influenciam em sua vida. Portanto visa, autonomia, participação pessoal, familiar e comunitária no processo de reabilitação psicossocial, além do trabalho interdisciplinar com a equipe. Essas são ações que dependem de inserção no território, e é por isso que a Atenção Básica tem tanto a contribuir e aprender com o trabalho dos Caps. Além disso, há que prover cuidado para as comorbidades clínicas frequentes nessa população, um aspecto frequentemente negligenciado. Entendemos que as práticas em saúde mental na Atenção Básica podem e devem ser realizadas por todos os profissionais de Saúde. O que unifica o objetivo dos profissionais para o cuidado em saúde mental devem ser o entendimento do território e a relação de vínculo da equipe de Saúde com os usuários, mais do que a escolha entre uma das diferentes compreensões sobre a saúde mental que uma equipe venha a se identificar. É preciso cuidado para que as intervenções de saúde não se transformem em regras rígidas, sob a consequência de que estas ações estejam apenas baseadas na remissão dos sintomas, descontextualizadas da vida do usuário e do território em que ele vive. As intervenções em saúde mental devem promover novas possibilidades de modificar e qualificar as condições e modos de vida, orientando-se pela produção de vida e de saúde e não se restringindo à cura de doenças. Entende-se a IB como uma técnica de abordagem para a diminuição dos problemas associados ao uso de substâncias em que o principal objetivo é identificar o problema e motivar a pessoa a alcançar determinadas metas estabelecidas em parceria com o profissional de saúde. Essas metas podem ser iniciar um tratamento, rever seu padrão de consumo e planejar uma possível redução ou, ainda, obter mais informações sobre os riscos e os problemas que estão associados a esse uso. Outra característica da IB é o estímulo à autonomia das pessoas, atribuindo-lhes a capacidade de assumir a iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas. Apresenta baixo custo para sua implementação e manutenção e efetividade constatada por alguns estudos no que se refere à diminuição de problemas associados ao consumo especialmente do álcool, por ser utilizada por diferentes categorias profissionais (psicólogos, terapeutas ocupacionais, agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros e outros). É uma ferramenta importante que permeia a prevenção primária e o tratamento em si. As IBs são, geralmente, indicadas para aquelas pessoas que estão em uso abusivo de substância, ou seja, ainda não desenvolveram sinais nem sintomas que sejam passíveis de considerá-las dependentes. O uso abusivo difere-se da dependência por não haver um desejo extremamente forte para o consumo da substância e, também, por não haver a perda do controle devido ao uso e nem à dependência física. Além disso, a dependência inclui o aspecto da tolerância, em que a pessoa necessita de quantidades crescentes da substância para se obter o efeito desejado. Em razão da brevidade desse tipo de intervenção, geralmente não se indica essa modalidade para pessoas com problemas graves, como a própria dependência de substâncias, uma vez que, em geral, essas pessoas apresentam outros problemas associados e, nesse caso, uma intervenção breve não seria capaz de promover o cuidado. As IBs podem durar de cinco a 30 minutos, sendo constituídas por uma curta sequência de etapas que inclui: A identificação e dimensionamento dos problemas ou dos riscos, geralmente por meio do uso de um instrumento padronizado de rastreamento. O oferecimento de aconselhamento, orientação e, em algumassituações, monitoramento periódico do sucesso em atingir as metas assumidas pela pessoa. A atividade organiza-se como um espaço comunitário que possibilita a troca de experiências e de sabedorias de vida. A TC visa trabalhar de forma horizontal e circular ao propor que cada um que participe da sessão seja corresponsável no processo terapêutico que se realiza naquele momento e que produz efeitos tanto grupais quanto singulares. Para a realização da TC, um ou dois terapeutas comunitários com formação e um recinto que permita a realização da roda de conversa são suficientes. Qualquer pessoa que tenha interesse pode participar da TC: usuários portadores ou não de sofrimento e/ou patologia psíquica e/ou orgânica. O espaço é aberto e, para cada encontro, forma-se um grupo que dará conta da sessão do dia Etapas da Terapia Comunitária: 1. Acolhimento – momento de apresentação individual e das cinco regras. 2. Escolha do tema – as pessoas apresentam as questões e os temas sobre os quais querem falar. Vota-se o tema a ser abordado no dia. 3. Contextualização – momento em que o participante, com o tema escolhido, conta sua história. O grupo faz perguntas. 4. Problematização – o mote (questão-chave para reflexão) do dia, relacionado ao tema, é jogado para o grupo. 5. Rituais de agregação e conotação positiva – com o grupo unido, cada integrante verbaliza o que mais o tocou em relação às histórias contadas. 6. Avaliação – feita entre os terapeutas comunitários. As Regras da Terapia Comunitária são: respeitar quem está falando, falar da própria história, não dar aconselhamentos ou sermões, utilizar músicas que tenham a ver com o tema escolhido, preservar segredo do que é exposto na TC (comum em comunidades violentas). Reforça a construção de redes sociais solidárias que possibilitam a troca de experiências e o enfrentamento dos problemas com os quais se depara a comunidade. Conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar Um projeto terapêutico é um plano de ação compartilhado composto por um conjunto de intervenções que seguem uma intencionalidade de cuidado integral à pessoa. Neste projeto, tratar das doenças não é menos importante, mas é apenas uma das ações que visam ao cuidado integral. Cabe ressaltar que esse é um processo dinâmico, devendo manter sempre no seu horizonte o caráter provisório dessa construção, uma vez que a própria relação entre o profissional e o usuário está em constante transformação. O PTS pode ser definido como uma estratégia de cuidado que articula um conjunto de ações resultantes da discussão e da construção coletiva de uma equipe multidisciplinar e leva em conta as necessidades, as expectativas, as crenças e o contexto social da pessoa ou do coletivo para o qual está dirigido. Nesse sentido, pode ser utilizado como uma ferramenta do processo de integração entre NASF e equipes vinculadas. Desenvolve-se em 4 momentos: 1. Diagnóstico: É entendido como uma avaliação orgânica, psicológica e social que possibilita uma conclusão a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do usuário. 2. Definição de metas: Propostas construídas para curto, médio e longo prazo que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da equipe com quem tiver um vínculo melhor. 3. Divisão de responsabilidade: As tarefas de cada envolvido, inclusive do sujeito singular em questão. 4. Reavaliação: Momento para discussão da evolução e acordo de correções, se necessário. O Projeto Terapêutico Singular pode ser proposto também para um território, sendo desenvolvido no mesmo momento, tendo como sujeito a comunidade ou parte dela. Não é viável nem necessário elaborar um PTS para todas as pessoas atendidas em um serviço de Atenção Básica. O cuidado, no âmbito do Centro de Atenção Psicossocial, é desenvolvido por intermédio de Projeto Terapêutico Singular, envolvendo em sua construção a equipe, o usuário e sua família, que acompanhe o usuário nos contextos cotidianos, promovendo e ampliando as possibilidades de vida e mediando suas relações sociais. Pode ser definido como um modo de produzir saúde em que equipes complementam suas atividades, num processo de construção compartilhada, com o fim último de tratar das dificuldades de uma pessoa por meio de uma proposta de intervenção pedagógica e terapêutica conjunta. Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico- terapêutica. Na horizontalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema de saúde se reestrutura em dois tipos de equipes: Equipe de referência; Equipe de apoio matricial Na situação específica do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) funcionam como equipes de referência interdisciplinares, atuando com uma responsabilidade sanitária que inclui o cuidado longitudinal, além do atendimento especializado que realizam concomitantemente. E a equipe de apoio matricial, no caso específico desse guia prático, é a equipe de saúde mental. Profissionais matriciadores em saúde mental na atenção primária são psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros de saúde mental. Exemplo de ações matriciais: Atendimento conjunto (especialista + generalista); Discussão de casos clínicos; Educação permanente. Dimensão técnico-pedagógico: Engloba ações de desenvolvimento de competência e Educação Permanente junto as equipes vinculadas, com e para ela, podendo se materializar através de discussões de caso ou de tema, ações coletivas conjuntas, atendimentos conjuntos e outros arranjos possíveis. Dimensão assistencial: Ações clínicas diretas do profissional do NASF também podem ser efetuadas para a produção do cuidado, conformando-se à dimensão assistencial do Apoio Matricial. Entretanto, para a sua realização, é importante ressaltar que o NASF não é porta de entrada, ou seja, suas ações não são de livre acesso na Atenção Básica. Interconsulta é o principal instrumento do apoio matricial na atenção primária sendo, por definição, uma prática interdisciplinar para a construção do modelo integral do cuidado. Consulta conjunta: É uma técnica de aprendizagem em serviço voltada a dar respostas resolutivas a demandas da assistência à saúde que reúne, na mesma cena, profissionais de saúde de diferentes categorias, o paciente e, se necessário, a família deste. A estratégia de matriciamento ou apoio matricial refere-se ao suporte efetivado por profissionais de diversas áreas especializadas, que é realizado por uma equipe interdisciplinar, para ampliar o campo de atuação e qualificar as suas ações de saúde à comunidade. As propostas do matriciamento englobam diminuir os efeitos burocráticos e integrar saberes nos diferentes níveis assistenciais.
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