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Petição Inicial Aposentadoria Especial Elisabete

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LUCIANA ALVEZ & ADVOGADOS ASSOCIADOS 
CONSULTORIA JURÍDICA EMPRESARIAL 
Luciana dos Santos Alvez 
OAB 66.766 
 
 
 
Av. Ipiranga, n. 301 – Porto Alegre/RS – CEP: 90020-010 – Tel: 51 3372-0945 - 51 9507-3308 
 
1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA PREVIDENCIÁRIA DA 
JUSTIÇA FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE PORTO ALEGRE - SEÇÃO 
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 
 
Assistência Judiciaria Gratuita 
 
 
 
 
 
 
ELISABETE NUNES LAUX, brasileira, auxiliar de geral 
de lavanderia, inscrita no CPF sob o nº 
694.269.370-72, , residente e domiciliada na Rua 
Ruda, 461, Balneário Tiaraju _ Tramandaí RS, por 
intermédio de sua advogada, com escritório 
profissional sito à Rua Marechal Floriano Peixoto, 
nº 270, sala 802, Bairro Centro, Cidade Porto 
Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, CEP 900-060, 
lsalvez@gmail.com , 51 99507-3308 onde recebe 
notificações e intimações, vem respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência propor a presente 
AÇÃO PARA CONCESSAO DE APOSENTADORIA 
ESPECIAL em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO 
SOCIAL – INSS, em Porto Alegre localizado na 
Superintendência Regional com sede na Rua Jerônimo 
Coelho, 127, centro, pelos motivos e fatos 
jurídicos que passa a expor; 
 
mailto:lsalvez@gmail.com
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PRELIMINARMENTE 
A Autora é funcionária do GRUPO HOSPITALAR NOSSA 
SENHORA DA CONCEIÇÃO situado na Rua Francisco Trein n.º 
596, Porto Alegre/ RS por mais de 28 anos, trabalhando 
sempre em regime de insalubridade, em caráter de trabalho 
permanente, não ocasional, exercendo funções que 
prejudicaram a sua saúde e integridade física, comprovando 
tal alegação através de Laudo Técnico Pericial, estando 
exposta a agentes nocivos físicos (químicos ou biológicos), 
pelo período equivalente ao exigido para a concessão do 
benefício da Aposentadoria Especial, da Lei n.º 9.032 da 
seguridade social, subseção IV, arts. 62 e seguintes, Lei 
n.º 8.212 e 8.213. Ainda conforme o art. 189 e seguintes da 
CLT. 
O tempo mínimo exigido para fins de aposentadoria 
especial de "trabalho" segundo tabela fornecida pelo INSS é 
de "25 anos". Ocorre que, tendo o empregado trabalhado por 
34 anos, sete meses e três dias em local insalubre, na 
realidade, multiplica-se seu número de anos por 1,4; tabela 
do INSS, ou 1,75 da mesma legislação (a ser arbitrado por 
Vossa Excelência). Na realidade o Autora trabalha 26 anos 
0 meses e 16 dias (no mínimo), que somado ao tempo de 
trabalho comum lhe concede o direito da aposentadoria 
especial. 
Passível é de que por lógica a Autora já preencheu 
os requisitos para a concessão do benefício, devendo, 
portanto ser aposentado desta forma, e tal cientificado ao 
Instituto da Seguridade Social. 
DOS FATOS 
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A autora postulou em 23 de maio de 2019 pedido de 
aposentadoria especial na via administrativa junto à 
Autarquia Previdenciária para reconhecimento de período 
exercido em condições especiais, não reconhecidos no pedido 
de concessão de aposentadoria protocolo 20285660-70 (vide 
cópia do protocolo de requerimento administrativo em 
anexo). 
Ao apurar o tempo de contribuição da parte autora a 
autarquia-ré deixou de reconhecer como atividade 
prejudicial à saúde os períodos de: os períodos em que 
não houve remuneração nem recebimento de benefício por 
incapacidade foram deduzidos do tempo de contribuição, ou 
seja, 02/2001 a 09/2003, 11/2003 a 06/2004. Além disso, 
consideramos o vínculo somente até a última remuneração, em 
01/2009, pois não foi comprovado o retorno à atividade após 
o término do recebimento do benefício por incapacidade. 
Houve retorno a atividade em de auxiliar geral de 
lavanderia no período de abril a dezembro de 2019 conforme 
relação de contribuições em anexo. 
Esse período não foi considerado como tempo de 
contribuição nem para o computo do tempo de auxílio doenças 
entre os vínculos de emprego. 
A parte autora postula o enquadramento da sua 
atividade profissional como prejudicial à saúde, tendo em 
vista que o exercício dos cargos de auxiliar de limpeza e 
auxiliar de lavanderia/geral, o colocam em contato habitual 
e permanente com substâncias insalubres existentes no seu 
ambiente de trabalho. 
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4 
Os agentes nocivos acima mencionados estavam 
presentes no deslinde da sua atividade profissional e lhe 
colocavam em efetiva exposição habitual e permanente aos 
agentes nocivos descritos nos códigos nos códigos 2.5.5 do 
quadro anexo III ao Decreto nº 53.831/64. 1.2.10 e 2.5.8, 
respectivamente, dos quadros anexos I e II ao Decreto 
83.080/79 e código 1.0.3 do Anexo IV do Decreto nº 
3.048/99, conforme atestam os documentos juntados quando do 
requerimento administrativo (cópia em anexo), sendo estes 
agentes ensejadores de reconhecimento de atividade 
prejudicial à saúde. 
DO DIREITO 
Com relação a questão probatória para fazer jus ao 
direito ora pleiteado, o legislador cuidou de estabelecer 
qual seria o meio de prova necessário ao reconhecimento do 
direito a comprovar a efetiva exposição aos agentes 
prejudiciais à saúde (insalubre) no desempenho de atividade 
profissional, e assim dispôs no art. 58 § 1º da Lei 
8.213/91: Lei n° 8.213/91: 
“Art. 58 -(...) 
§1°. A comprovação da efetiva exposição do serviço do 
segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, 
na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro 
Social – INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base 
em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido 
por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho 
E veja-se que o dispositivo legal não obriga os 
segurados a apresentarem o laudo técnico de condições 
ambientais de trabalho, mas atribui obrigação à empresa 
empregadora de preencher o formulário com base naquele 
laudo (aliás, de produção obrigatória no âmbito das 
relações trabalhistas – NRs 7 e 9), inclusive atribuindo-
lhe pena pelo seu inadimplemento: 
Lei n° 8.213/91: “Art. 58 – 
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5 
(...) § 3°. A empresa que não mantiver laudo técnico 
atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no 
ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir 
documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo 
com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista 
no art. 133 desta Lei. (Redação dada pela Lei 9.528, de 
1997). § 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado 
perfil profissiográfico abrangendo as atividades 
desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da 
rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse 
documento. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997).” 
A conduta adotada pela parte autora, no tocante a 
comprovação da efetiva exposição habitual e permanente aos 
agentes nocivos já mencionados não foi diversa do 
estabelecido pela legislação vigente, pois o demandante 
apresentou, quando do requerimento administrativo, a 
documentação necessária, a qual ratifica a sua atividade 
profissional como prejudicial à saúde no período ora 
requerido. 
Contudo, a autarquia - ré deixou reconhecer não 
porque não foi apresentada a PROVA LEGAL exigidapelo 
legislador, mas pelo fato da referida prova haver sido 
simplesmente recusada, sem que o réu tenha empreendido 
qualquer esforço no sentido de eliminar. 
O réu não pode, dentro da legalidade, instituir 
deveres ou obrigações ex novo com base exclusivamente em 
sua autoridade. No sistema constitucional brasileiro, só o 
Poder Legislativo – através de LEI – pode fazê-lo. 
 Neste sentido: 
 “Nos termos do art. 5°, II, ‘ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’. Aí 
não se diz ‘em virtude de’ decreto, regulamento, resolução, 
portaria ou quejandos. Diz-se ‘em virtude de lei’. Logo, a 
Administração não poderá proibir ou impor comportamento algum 
a terceiro, salvo se estiver previamente embasada em 
determinada lei que lhe faculte proibir ou impor algo a quem 
quer que seja. Vale dizer, não lhe é possível expedir 
regulamento, instrução, resolução, portaria ou seja lá que 
ato for para coatar a liberdade dos administrados, salvo se, 
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em lei, já existir delineada a contenção ou imposição que o 
ato administrativo venha a minudenciar.” (CELSO ANTÔNIO 
BANDEIRA DE MELLO. Curso de Direito Administrativo. 8ª ed. 
rev. ampl. atual. São Paulo: Malheiros, 1996. P.59) 
 Tratando de uma das tantas “criações legislativas” 
do réu, o egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, 
em acórdão relatado pela culta Juíza Maria Lúcia Leiria (AC 
1999.71.00.017799-4/RS), teve ocasião de fixar que: 
“(...) Assim sendo, a autoridade administrativa extrapolou o 
poder regulamentar, estabelecendo dispositivo impeditivo ao 
cômputo de serviço não previsto na legislação de regência; 
violando, desta maneira, o princípio da legalidade, já que o 
ato normativo derivado não cria direito novo, mas tão somente 
lança normas que norteiam a execução da lei. 
Nesta linha de entendimento, reporto-me à lição de 
Odete Medauar sobre a extensão e amplitude do princípio da 
legalidade: 
“(...) buscou-se assentar o princípio da legalidade em bases 
valorativas, sujeitando as atividades da Administração não 
somente à lei votada pelo Legislativo, mas também aos 
preceitos fundamentais que norteiam todo o ordenamento. A 
constituição de 1988 determina que todos os entes e órgão da 
Administração obedeçam ao princípio da legalidade (caput do 
art. 38); a compreensão desse princípio deve abranger a 
observância da lei formal, votada pelo Legislativo, e também 
dos preceitos decorrentes de um Estado democrático de 
direito, que é o modo de ser do Estado brasileiro, conforme 
reza o art. 1°, caput da Constituição; e, ainda, deve incluir 
a observância dos demais fundamentos e princípios de base 
constitucional. (...) 
O sentido do princípio da legalidade não se exaure com o 
significado de habilitação legal. Este deve ser combinado com 
o primeiro significado, com o sentido de ser vedado à 
Administração editar atos ou tomar medidas contrárias às 
normas do ordenamento. A Administração, no desempenho de suas 
atividades, tem o dever de respeitar todas as normas do 
ordenamento.” (In: Direito administrativo moderno. São Paulo, 
Revista dos Tribunais, 1999, 3.ed. págs. 138 e 140). 
Por igual, Clèmerson Merlin Clève em seu livro Atividade 
Legislativa do poder Executivo, ao tratar das relações entre 
o regulamento e a lei, elenca uma série de princípios 
catalogados por José Joaquim Gomes Canotilho que as regem, 
entre os quais destaca o princípio do congelamento da 
categoria. Por este princípio o regulamento não pode alterar 
aquilo que foi posto e explicitado pela lei, extravasando 
seus limites. Nas palavras deste autor: 
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“O quarto princípio é o do congelamento da categoria. Dele 
decorre que disciplinada determinada matéria por meio de lei, 
apenas por lei ou por ato de hierarquia superior poderá 
sofrer alterado. Da hierarquia normativa, extrai-se a regra 
segundo a qual um ato normativo só pode ser revogado 
(derrogado ou ab-rogado), modificado ou substituído, por meio 
de outro ato normativo de igual ou superior qualidade formal. 
Formule-se um exemplo: disciplinado por regulamento 
determinado ângulo acessório de normativa legal, ele admitirá 
alteração por novo regulamento ou por lei. Se, todavia, a 
própria lei se encarregou do referido ângulo acessório, ainda 
que pudesse perfeitamente (sob o prisma da legalidade) ficar 
a cargo da Administração , então jamais poderá o regulamento 
alterá-lo”. (São Paulo, Revista dos Tribunais, 2000, págs. 
289 e 290). 
Dessa forma é que o segurado da previdência social 
que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à 
integridade física tem direito a ter reconhecido o direito 
ao gozo de aposentadoria especial. Para tanto, precisa 
apresentar os documentos exigidos pela legislação 
pertinente, fazendo prova legal das condições prejudiciais 
a que esteve sujeito. 
Tal afirmação é válida, tanto para os segurados que 
implementaram as condições para concessão do benefício até 
16/12/1998 (vigência da Emenda Constitucional nº 20), 
quanto para os que vieram a implementá-las após esta data: 
EC-20/1998: "Art. 3º. É assegurada a concessão de 
aposentadoria e pensão, a qualquer tempo, aos servidores 
públicos e aos segurados do regime geral de previdência 
social, bem como aos seus dependentes, que, até a data da 
publicação desta Emenda, tenham cumprido os requisitos para a 
obtenção destes benefícios, com base nos critérios da 
legislação então vigente. 
" Art. 15. Até que a lei complementar a que se refere o art. 
201, § 1º, da Constituição Federal, seja publicada, permanece 
em vigor o disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 
de julho de 1991, na redação vigente à data da publicação 
desta Emenda.” 
Em matéria de PROVA LEGAL, vale o disposto no 
artigo 334 do Código de Processo Civil - CPC: 
"Art. 334 - Não dependem de prova os fatos: 
 IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou 
de veracidade." 
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Dessa forma, os FATOS são claros. O demandante 
laborou em condições prejudiciais à saúde, sendo estas 
expressamente previstas como tais na regulamentação 
pertinente - nos códigos 2.5.5 do quadro anexo III ao 
Decreto nº 53.831/64. 1.2.10 e 2.5.8, respectivamente, dos 
quadros anexos I e II ao Decreto 83.080/79 e código 1.0.3 
do Anexo IV do Decreto nº 3.048/99 -, sendo ilegal o não 
reconhecimento da atividade profissional como especial. 
DA PROVA EMPRESTADA PARA COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE 
ESPECIAL 
Na doutrina processual civil a chamada prova 
emprestada é exatamente o que o nome sugere: o “transporte” 
da prova produzida em um processo, para que seja utilizada 
em outro processo. O principal fundamento do “empréstimo” é 
a economia processual. Além disso, se justifica em 
situações em que não se teria como repetir a produção 
daquela prova em outro processo. 
 Marinoni conceitua a prova emprestada da seguinte 
maneira: 
“Prova emprestada é aquela que, produzida em outro processo, 
é trazida para ser utilizada em processo em que surge 
interesse em seu uso. Trata-se de evitar, com isso, a 
repetição inútil de atos processuais, otimizando-se, ao 
máximo, as provas já produzidas perante a jurisdição, 
permitindo-se, por consequência, seu aproveitamento em 
demanda pendente. Entretanto, não é apenas a ideia de 
aproveitamentode atos que importa, quando se pensa em prova 
emprestada. Eventualmente, pode acontecer que a prova não 
possa mais ser colhida, por alguma circunstância, motivo mais 
que suficiente para autorizar, ao menos em princípio, a 
tomada de empréstimo da prova já realizada em outro processo” 
(Processo de Conhecimento, 9ª ed. Rev. E atual. – São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2011). 
Em vista das reconhecidas vantagens da prova 
emprestada no processo civil, é recomendável que essa seja 
utilizada sempre que possível, desde que se mantenha 
hígida a garantia do contraditório. No entanto, a prova 
emprestada não pode se restringir a processo sem que 
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figurem partes idênticas, sob pena de se reduzir 
excessivamente sua aplicabilidade, sem justificativa 
razoável para tanto. 
Independentemente de haver identidade de partes, o 
Contraditório é o requisito primordial para o 
aproveitamento da prova emprestada, de maneira que, 
assegurado às partes o contraditório sobre a prova, isto é, 
o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la 
adequadamente, afigura-se válido o empréstimo. 
DO PEDIDO DE TUTELA DE URGENCIA COM CARATER ANTECIPADO 
 
Verificada a presença dos requisitos para a 
satisfação antecipada do direito pleiteado pelo Autor, 
demonstrando o dano real que ainda sofre o requerente, 
torna-se imperativo o deferimento da tutela de urgência 
para que este juízo determine a concessão da aposentadoria 
especial. 
A medida antecipatória, objeto de liminar na 
própria ação principal, representa providências de natureza 
emergencial, executiva e sumária, adotadas em caráter 
provisório, conforme dispõe o artigo 300, §2º e §3º e 
artigo 303 ambos do Código de Processo Civil. 
 
Art. 300 A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, 
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea 
para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente 
hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou 
após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será 
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos 
efeitos da decisão. 
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A probabilidade do direito resta-se comprovada pelas 
provas anexadas referente ao tempo de contribuição e ao 
Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP que comprovam 
claramente que o requerente faz jus ao beneficio. 
Ademais, o perigo de dano de cunho financeiro é 
claro, uma vez o autor está impossibilitado de exercer suas 
funções laborais que garantem o seu sustento, não obtendo 
renda de nenhuma outra forma, estando assim atualmente 
temerariamente dependente da percepção do benefício. 
Diante de todo o exposto, está evidente a prática 
abusiva na relação de seguro social, devendo ser concedido 
a aposentadoria especial ora pretendida 
 DOS PEDIDOS 
Diante do EXPOSTO, REQUER digne Vossa Excelência 
determinar: 
1. A CITAÇÃO DO RÉU para, querendo, contestar o 
feito; 
2. A PROCEDENCIA da presente ação DECLARANDO o 
direito da parte autora de ter os períodos de 06 de 
novembro de 1993 a 30 de dezembro de 2019 trabalhados no 
Hospital Nossa Senhora da Conceição S/A, nas funções de 
auxiliar de limpeza e auxiliar de lavanderia/geral, 
RECONHECIDOS INTEGRALMENTE COMO PREJUDICIAIS À SAÚDE 
(INSALUBRE), conforme atesta a documentação pertinente, 
erigida pelo legislador em prova legal; 
3. O aproveitamento do laudo pericial realizado 
pelo perita Eng. Denise Maria Rocha Eng. Química e Eng. 
Segurança do Trabalho, nas dependências do HOSPITAL NOSSA 
SENHORA DA CONCEIÇÃO (Setor Lavanderia), onde no presente 
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laudo pericial e de conformidade com a legislação 
previdenciária e trabalhista esta perita conclui que a 
Autora trabalhou em condições nocivas à saúde consideradas 
como insalubres e atividade especial, devido à exposição 
durante toda a jornada de trabalho a riscos biológicos, de 
modo habitual, permanente, não ocasional nem intermitente, 
conforme fundamentado no item 5.3 e enquadramentos na 
legislação previdenciária no item 7. 
4. A PROCEDÊNCIA da presente ação condenando o 
réu a conceder ao demandante a APOSENTADORIA ESPECIAL, 
desde a data do requerimento administrativo 23 de maio de 
2019, com pagamento de todas as mensalidades e demais 
parcelas devidas desde então, corrigidas monetariamente 
desde os respectivos vencimentos com incidência de juros 
moratórios de 1% (um por cento); 
5. A CONDENAÇAO DO REU a pagar honorários 
advocatícios a serem fixados por esse douto Juízo, tendo em 
conta os parâmetros objetivos constantes do parágrafo 3° do 
artigo 20 do Código de Processo Civil – CPC; 
6. -Que seja deferida a antecipação dos efeitos 
da tutela, em caráter liminar, no sentido de obrigar a ré a 
conceder o benefício de aposentadoria especial, no prazo 
máximo de 30 dias; 
7. -Que caso não seja deferida em sede 
liminar a antecipação dos efeitos da tutela, pede-se 
que seja concedida a tutela antecipada após a 
apresentação da defesa da ré. 
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8. Seja-lhe possibilitada, caso se entenda 
necessária no curso do processo, a produção de todos os 
meios de prova em direito admitidos; 
9. Seja-lhe deferido os benefícios da 
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA, posto que não encontra-se 
em condições financeiras de pagar as custas desta demanda 
sem que disto resulte prejuízo do sustento próprio e da 
família, nos termos do artigo 5°, inc. LXXIV da 
Constituição Federal e do artigo 4° da Lei n° 1.060, de 
1950, fazendo-se a presente declaração em conformidade com 
os poderes expressamente conferidos no instrumento de 
mandato incluso. 
Atribui-se à causa, para fins fiscais, o valor de 
R$ 85.151,89, (oitenta e cinco mil cento e cinquenta e um 
reais e oitenta e nove centavos) Calculo em anexo. 
Observação: A autora não aceita renunciar ao valor 
que excede a 60 salários mínimos nacionais, solicita que o 
processo seja encaminhado para uma das Varas Federais 
competentes. 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
 Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2022. 
 
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