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DESCRIÇÃO A avaliação psicológica a partir do modelo dos cinco grandes fatores de personalidade (Big Five ). PROPÓSITO Compreender o conceito de personalidade e as formas de avaliá-la é importante para o psicólogo, pois todas as interações humanas têm a personalidade em sua base e as mais variadas atuações do psicólogo consideram a personalidade uma variável relevante. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever os cinco grandes fatores (Big Five ) de personalidade MÓDULO 2 Reconhecer as condições e os processos de medição da personalidade MÓDULO 3 Identificar os testes psicométricos e projetivos na avaliação da personalidade INTRODUÇÃO O que um psicólogo estuda? Se fizermos essa pergunta para pessoas leigas, algumas vão dizer que o psicólogo estuda a mente. Outras poderão dizer que o psicólogo estuda os comportamentos. Haverá também quem diga que psicólogo é aquele que estuda personalidade. Todas as respostas estão corretas. Neste tema, aprenderemos a avaliar esse conceito central dentro da Psicologia. Inicialmente, abordaremos o modelo fatorial da personalidade, com ênfase no modelo dos cinco grandes fatores de personalidade (Big Five ), que tem origem em um conjunto de pesquisas sobre personalidade advindo de teorias fatoriais e de traços de personalidade. Não podemos nos esquecer do modelo Myers-Briggs Type Indicator (MBTI). Posteriormente, serão apresentados o histórico e algumas considerações pertinentes à medida da personalidade. Por fim, serão mostrados os principais testes psicométricos e projetivos para a avaliação dessa importante faceta humana. ATENÇÃO Materiais de avaliação psicológica são de uso exclusivo do psicólogo. Podem ser utilizados como objeto de estudo sob a supervisão do profissional qualificado da área. MÓDULO 1 Objetivo: Descrever os cinco grandes fatores (Big Five ) de personalidade ESTUDO DE FATORES Como é formada a nossa personalidade? Qual a estrutura dela? Essas perguntas são respondidas pelo estudo dos fatores da personalidade. Praticamente todas as áreas da Psicologia utilizam a personalidade como base para seus estudos. Veja alguns exemplos: Foto: Shutterstock.com A Psicologia escolar deve conhecer a personalidade dos alunos e professores de uma escola, a fim de que o processo de aprendizagem se dê de forma mais efetiva. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com A Psicologia organizacional deve entender a personalidade de pessoas no ambiente de trabalho. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com A Psicologia clínica busca conhecer a personalidade das pessoas em atendimento e daquelas que interagem com elas. Foto: Shutterstock.com Do ponto de vista evolutivo, conhecer a personalidade (BUSS, 1996) é bastante adaptativo para o ser humano. Imagine a vantagem que possui alguém que compreende a personalidade dos outros. Essa pessoa consegue antecipar as ações de seus semelhantes, agir de acordo com o sentimento deles. Conhecer a personalidade de parceiros e potenciais parceiros traz uma grande vantagem reprodutiva e evita o envolvimento em situações desagradáveis. O início do estudo da personalidade se dá a partir de uma ideia interessante. Suponha que você queira saber tudo que está incluído na personalidade humana. Qual base você utilizaria? Na década de 1930, Gordon Willard Allport teve a ideia de utilizar a linguagem como base para a compreensão da personalidade. Isso é chamado de hipótese léxica. A hipótese léxica afirma que, se alguma coisa é relevante dentro de nossa personalidade, de alguma forma tal coisa foi decodificada pela linguagem. Dessa maneira, a base para o estudo da personalidade foram todos os adjetivos do dicionário. Allport e Odbert (1936) analisaram 400 mil palavras do Webster’s New International Dictionaire , chegando a 4.500 descritores de personalidade. Esse trabalho influenciou Raymond Cattell, que fez análises fatoriais a partir desses descritores na década de 1940. Entretanto, na época, a análise fatorial era uma técnica estatística que dava seus primeiros passos. A estrutura computacional era inexistente. Portanto, não foi possível criar uma estrutura mais simples para a personalidade. GORDON WILLARD ALLPORT (1897-1967) Famoso psicólogo social que “passou quase toda a sua carreira acadêmica em Harvard, concluindo seu bacharelado e doutorado na universidade e atuando como membro do corpo docente de 1930 a 1967”. Fonte: Harvard University (2021a). javascript:void(0) javascript:void(0) RAYMOND CATTELL (1905-1998) Psicólogo norte-americano que retomou a teoria de Allport sobre personalidade, definindo-a como uma estrutura de traços. Identificou 16 fatores, também designados traços profundos, que determinariam a personalidade. Elaborou um teste, designado por 16 PF (Personality Factors ), tendo por objetivo avaliar e distinguir os indivíduos segundo os fatores de personalidade. Fonte: Infopédia (2021). COMENTÁRIO A análise fatorial é uma técnica estatística que permite avaliar a quantidade de traços latentes necessários para explicar todos os itens. Posteriormente, com o aprimoramento da análise fatorial, modelos mais simples puderam ser criados. Cabe mencionar que um princípio bastante importante da ciência é o da parcimônia. Por parcimônia, entende-se que, quanto mais simples, melhor é o modelo, desde que ele dê conta da complexidade dos fatos. Esse princípio está associado a uma corrente científica chamada reducionismo. SAIBA MAIS SOBRE REDUCIONISMO Reduzir fenômenos complexos é a melhor forma de entendê-los. Entretanto, o reducionismo adequado jamais perde de vista que essa redução não pode excluir elementos importantes daquilo que está sendo pesquisado. O objetivo do reducionismo é tão somente encontrar elementos que convergem para tratá-los como a mesma coisa. Por exemplo, não há necessidade de dizer que uma pessoa é desatenta e distraída ao mesmo tempo. Se uma pessoa é desatenta, ela também é distraída, então esses dois elementos podem reduzir-se a um só. Ao realizarem-se análises fatoriais de diversos instrumentos de medida de personalidade, percebeu-se que soluções com cinco fatores eram as mais adequadas. Mesmo instrumentos javascript:void(0) que não foram feitos para avaliar cinco fatores apresentavam-nos nessas análises fatoriais. Essa solução também foi encontrada em análises fatoriais de descritores oriundos de dicionários. Foto: Shutterstock.com Como isso é feito? Primeiro, um pesquisador faz um levantamento de todos os adjetivos existentes no dicionário (descritores). Depois, ele cria uma escala na qual os participantes pontuam (por exemplo, de 1 a 5) o quanto consideram que aquele adjetivo os descreve. As análises fatoriais servem para criar grupos de adjetivos que são similares. As soluções tendem a demonstrar que cinco grupos são suficientes para explicar toda a estrutura dos adjetivos do dicionário. Assim como algumas descobertas da ciência, a descoberta dos cinco fatores deu-se ao acaso. O que ocorreu foi que todos os estudos convergiram para a mesma solução. Não existe uma teoria prévia sobre os cinco fatores de personalidade, mas teorias posteriores foram criadas. Entretanto, não há consenso na ciência sobre como eles devem ser batizados. Isso não constitui em um problema epistemológico e é possível que, futuramente, tenham seus nomes padronizados por alguma convenção de pesquisadores. Foto: Shutterstock.com Os fatores são: Abertura à experiência Conscienciosidade Extroversão Neuroticismo Amabilidade/socialização Uma maneira de recordá-los, frequentemente encontrada nos livros, é por meio do acrônimo OCEAN — que significa “oceano”, em inglês. Esse acrônimo contém as iniciais de todos os cinco fatores no mesmo idioma, a saber: Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O Openess (Abertura) C Consciensioness (Conscienciosidade) E Extraversion (Extroversão) A Agreeableness (Amabilidade/socialização) N Neuroticism (Neuroticismo)Uma maneira de recordá-los em português é por meio do acrônimo NASCE: Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal N Neuroticismo A Abertura S Socialização C Conscienciosidade E Extroversão É muito importante que você memorize esses fatores, bem como suas descrições. Trata-se de apenas cinco elementos que permitem um conhecimento amplo da personalidade de qualquer indivíduo. RECOMENDAÇÃO Tente observar em si próprio ou nas pessoas que estão à sua volta o quanto essas características estão presentes. Como veremos a seguir, cada um deles possui seis facetas (COSTA; MCCRAE, 1992; LEITE, 2020). ABERTURA À EXPERIÊNCIA Foto: Shutterstock.com Enfoca a apreciação da arte e da beleza, bem como uma recepção geral à novidade. Também pode ser encontrado na literatura científica com o nome de “intelecto” ou somente “abertura”. Foto: Shutterstock.com MAIOR PONTUAÇÃO EM ABERTURA À EXPERIÊNCIA Sujeitos com pontuação alta na análise desses fatores, na abertura à experiência tendem a ser criativos e receptivos a novas ideias e atividades. Possuem uma vida interna rica e extensa, gastando seu tempo em atividades como pensar em conceitos, refletir sobre obras de arte ou teorias intelectuais. Foto: Shutterstock.com MENOR PONTUAÇÃO EM ABERTURA À EXPERIÊNCIA Aqueles que pontuam baixo na abertura à experiência são mais inclinados ao pensamento convencional. Seu leque de interesses é geralmente menor. Tendem a ser mais “pé no chão”. Esse fator é composto por: FANTASIA Vida mental ativa e elevada imaginação; vida interior rica e repleta de criatividade. ESTÉTICA Valorização da arte e da beleza; apreço por poesia, arte e música. SENTIMENTOS Receptividade aos próprios sentimentos e emoções; vivência das emoções de forma intensa. AÇÕES Gosto por explorar novos lugares, experimentar novos alimentos e experimentar novas atividades. IDEIAS Curiosidade intelectual; encanto por argumentos filosóficos e quebra-cabeças. VALORES Facilidade para explorar e avaliar seus próprios valores sociais, políticos e religiosos. CONSCIENCIOSIDADE Foto: Shutterstock.com O segundo fator desse modelo, a conscienciosidade, gira em torno da ideia de organização e perseverança. Também pode ser encontrado na literatura com nomes como “realização” e “escrupulosidade”. Foto: Shutterstock.com MAIOR PONTUAÇÃO EM CONSCIENCIOSIDADE Os melhores pontuadores em conscienciosidade tendem a ser muito confiáveis e trabalhadores dedicados. Eles dependem fortemente da organização e usam uma abordagem metódica para atingir seus objetivos. Estão dispostos a dedicar uma enorme quantidade de esforço para ter sucesso. Foto: Shutterstock.com MENOR PONTUAÇÃO EM CONSCIENCIOSIDADE Porém, aqueles com menores pontuações tendem a ser mais impulsivos e descolados. A espontaneidade costuma caracterizar sua abordagem às situações acadêmicas e vocacionais. Não se dão bem com horários e planos concretos. As seis facetas da conscienciosidade são: COMPETÊNCIA Capacidade de lidar com desafios e dificuldades da vida. ORDEM Clareza e abordagem metódica das tarefas; preocupação com organização. SENSO DE DEVER Preocupação em cumprir suas responsabilidades. REALIZAÇÃO-ESFORÇO Facilidade para trabalhar duro; motivação para cumprir metas. AUTODISCIPLINA Capacidade para seguir com as tarefas e evitar distrações; foco nas atividades. DELIBERAÇÃO Tendência a contemplar cuidadosamente as decisões antes de agir. EXTROVERSÃO Foto: Shutterstock.com O terceiro fator do modelo Big Five é a extroversão, que avalia de onde os indivíduos retiram sua energia. Enquanto os introvertidos possuem uma fonte de energia interna (que os possibilita estar muito bem consigo mesmos, quase que dispensando a presença de outras pessoas), os extrovertidos possuem uma fonte de energia externa. Foto: Shutterstock.com MAIOR PONTUAÇÃO EM EXTROVERSÃO Pessoas com pontuação alta na extroversão tendem a preferir estar na presença de outras. Podem ser descritas como a “alma da festa”. Preferem estar no centro das atenções. Deixam as situações sociais sentindo-se animadas e cheias de energia. Foto: Shutterstock.com MENOR PONTUAÇÃO EM EXTROVERSÃO Pessoas introvertidas tendem a ser mais reservadas. Estar cercado de pessoas pode deixá-las cansadas. Preferem atividades individuais, como a leitura. Possuem inclinação para a quietude. As seis facetas da extroversão são: CALOROSIDADE Facilidade de aproximar-se das outras pessoas; capacidade de ser carinhoso, amigável e cordial. GREGARIEDADE Preferência pela companhia dos outros e por fazer parte de grupos; evitar a solidão. ASSERTIVIDADE Tendência para liderar e dominar situações sociais; afirmar seus pensamentos com clareza. ATIVIDADE Disposição energética; estilo de vida acelerado e propensão para estar ocupado. BUSCADOR DE ENTUSIASMO Desejo de alegria e estimulação; preferência por lugares agitados. EMOÇÕES POSITIVAS Tendência a experimentar emoções positivas; inclinação para a alegria e o otimismo. AMABILIDADE Foto: Shutterstock.com O quarto fator do modelo Big Five é a amabilidade, que também recebe os nomes de “concordância” ou “socialização”. Ele gira em torno da ideia de confiança, honestidade e conformidade. Indivíduos que são agradáveis tendem a ser mais simples e tolerantes por natureza. Foto: Shutterstock.com MAIOR PONTUAÇÃO EM AMABILIDADE As pessoas com maior amabilidade tipicamente são mais moderadas interpessoalmente. Elas tendem a procurar o melhor em todos com quem se encontram e são altamente leais. São generosas, honestas, confiáveis e preocupadas com o bem-estar dos outros. Foto: Shutterstock.com MENOR PONTUAÇÃO EM AMABILIDADE Já indivíduos que pontuam baixo em amabilidade tendem a suspeitar mais dos outros. São cínicos e céticos sobre o mundo ao seu redor. Além disso, estão mais dispostos a usar a lisonja ou a astúcia em busca de favores. As seis facetas são: CONFIANÇA Inclinação para acreditar que as pessoas são honestas e bem-intencionadas. FRANQUEZA Simplicidade e sinceridade na expressão de opiniões e pensamentos; avalia comportamento ético e retidão. ALTRUÍSMO Ação e dedicação à promoção do bem-estar dos outros; generosidade e disposição para ajudar seu semelhante. CONFORMIDADE Inibição da agressão, deferência aos outros para evitar conflitos interpessoais. MODÉSTIA Humildade para falar de suas próprias realizações. EMPATIA Simpatia e preocupação com dificuldades e necessidades dos outros. NEUROTICISMO Foto: Shutterstock.com O fator modelo final do Big Five é o neuroticismo, que se concentra na experiência das emoções negativas. Indivíduos que caem na categoria neurótica tendem a ser mais propensos a mudanças de humor e reatividade emocional. Esse fator também tem recebido o nome de “estabilidade emocional”, referindo-se ao polo oposto do neuroticismo. Foto: Shutterstock.com MAIOR PONTUAÇÃO EM NEUROTICISMO Aqueles que pontuam alto em neuroticismo tendem a experimentar intensamente emoções negativas e têm dificuldade para controlar essas emoções. São vulneráveis à angústia psicológica. Foto: Shutterstock.com MENOR PONTUAÇÃO EM NEUROTICISMO Pessoas com baixas pontuações em neuroticismo são tipicamente mais estáveis em sua experiência de emoções. São mais calmas e relaxadas em tempos de estresse e tendem a ser bastante lentas para a raiva. Geralmente confiam em sua capacidade de lidar com situações estressantes e não internalizam situações sociais desconfortáveis. As seis facetas são: ANSIEDADE Disposição ao medo, à tensão, à inquietação. HOSTILIDADE Sensibilidade para experimentar frustração, amargura e raiva. DEPRESSÃO Propensão a experimentar sintomas depressivos, como perda de energia, dificuldade de concentração e problemas de sono. AUTOCONSCIÊNCIA Desconforto em relação aos outros; experiências de vergonha e constrangimento. IMPULSIVIDADE Incapacidade de controlar os própriosdesejos e impulsos. VULNERABILIDADE Dificuldade para lidar com estresse; dependência de apoio dos outros. Alguns autores, como Gomes e Golino (2012), salientam a importância de polos na estrutura dos cinco grandes fatores de personalidade. Todos os fatores têm um polo positivo e um polo negativo. A extroversão, por exemplo, é oposta à introversão. Neuroticismo é o oposto de estabilidade emocional. Conscienciosidade se opõe à inescrupulosidade; abertura para a experiência é o oposto da convencionalidade. Amabilidade, por fim, tem seu polo negativo em antissociabilidade (DIGMAN, 1996). MYERS-BRIGGS TYPE INDICATOR (MBTI) Embora o modelo Big Five seja hegemônico e considerado o Estado da Arte em termos de teorias de personalidade, não podemos desconsiderar o papel de outros modelos. SAIBA MAIS SOBRE O ESTADO DA ARTE Os estudos de Estado da Arte, que objetivam a sistematização da produção em determinada área do conhecimento, já se tornaram imprescindíveis para apreender a amplitude do que vem sendo produzido. Os estudos realizados a partir de uma sistematização de dados, denominada Estado da Arte, recebem essa denominação quando abrangem toda uma área do conhecimento em diferentes aspectos que geraram produções. Fonte: Romanowski (2006). A teoria jungiana sobre a personalidade, criada por Carl Gustav Jung, embora originária da Psicanálise, tem sido bastante estudada sob o ponto de vista psicométrico. O modelo de Jung entende a estrutura psíquica da personalidade como três oposições entre seis características (RAMOS, 2005): CARL GUSTAV JUNG (1875-1961) Carl Gustav Jung nasceu na pequena aldeia de Kesswil, no norte da Suíça. Seu pai era um pastor reformado e sua mãe vinha de uma família de pastores da região de Basel. Muitas de suas experiências como criança formariam mais tarde o desenvolvimento de suas teorias sobre a psique, incluindo seu próprio senso de ter duas personalidades distintas — uma criança suíça normal e a outra uma personalidade mais profunda, talvez mais velha — e experiências incomuns de sua mãe e outros membros da família. Fonte: Instituto junguiano do Rio de Janeiro (2021). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Extroversão (extroversion – E): Orientação da energia psíquica para fora (mundo exterior, das pessoas, das coisas ou atividades). Introversão (introversion Orientação da energia psíquica para dentro (mundo psicológico, das ideias, emoções ou impressões). javascript:void(0) javascript:void(0) - I): Sensação (sensing - S): Preferência por adquirir a informação a partir dos cinco sentidos. Intuição (intuition - N): Preferência por adquirir a informação a partir do “sexto sentido”. Pensamento (thinking - T): Preferência por organizar e estruturar a informação e tomar decisões em termos lógicos. Sentimento (feeling - F): Preferência por organizar e estruturar a informação e tomar decisões em termos de valores. Posteriormente, o Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) acrescentou mais uma oposição: Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Julgamento (judgement - J): Preferência por um estilo de vida planejado e organizado. Percepção (perception - P): Preferência por um estilo de vida espontâneo e flexível. SAIBA MAIS SOBRE O MYERS-BRIGGS (MBTI) O Indicador de Tipo de Personalidade Myers-Briggs (MBTI) é um inventário de autorrelato projetado para identificar o tipo de personalidade, pontos fortes e preferências de uma pessoa. O questionário foi desenvolvido por Isabel Myers e sua mãe, Katherine Briggs, com base em seu trabalho com a teoria dos tipos de personalidade de Carl Jung. Atualmente, o inventário MBTI é um dos instrumentos psicológicos mais utilizados no mundo. javascript:void(0) Fonte: Cherry (2020b). Combinando as quatro polaridades na ordem em que foram apresentadas, chegamos a 16 tipos humanos (PASQUALI, 2003): Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal 1. ENFJ: liderança de grupos; 2. INFJ: vontade e prazer em ajudar os outros; 3. ENFP: percepção das motivações alheias; 4. INFP: capacidade para o cuidado e calma; 5. ENTJ: procura posições de responsabilidade; 6. INTJ: autoconfiança e pragmatismo; 7. ENTP: não conformismo e inovação; 8. INTP: precisão no pensamento e linguagem; 9. ESTJ: responsabilidade e força; 10. ISTJ: decisão em questões práticas, confiabilidade; 11. ESFJ: sociabilidade e harmonia; 12. ISFJ: estar a serviço das necessidades dos outros, fidelidade; 13. ESTP: atividade, competição, negociação; 14. ISTP: otimismo, senso de humor e charme; 15. ESFP: impulsividade e coragem; 16. ISFP: gosto pelas artes, sentidos muito refinados. ATENÇÃO Avalie sua personalidade de maneira bastante sucinta, de acordo com o modelo MBTI. Confira indicação no item Explore +. VAMOS REVER O QUE APRENDEMOS? PARA ISSO, COMPLETE AS FRASES COM AS PALAVRAS DO QUADRO. Big Five completo parcimonioso personalidade simples Resumindo, embora haja vasta literatura científica relacionada ao modelo dos cinco grandes fatores ---------- , não se trata do único modelo teórico. Outras maneiras de compreender a ---------- são sustentação complementares ao modelo Big Five. Ainda assim, cabe ressaltar que análises fatoriais de outras teorias frequentemente têm encontrado soluções congruentes com esse modelo. Dessa forma, reforçando-se a importância do estudo da personalidade para a Psicologia, recomenda-se a compreensão desse modelo, por ser ---------- , ---------- , ---------- e com elevada ---------- empírica. RESPOSTA A sequência correta é: Resumindo, embora haja vasta literatura científica relacionada ao modelo dos cinco grandes fatores Big Five, não se trata do único modelo teórico. Outras maneiras de compreender a personalidade são complementares ao modelo Big Five. Ainda assim, cabe ressaltar que análises fatoriais de outras teorias frequentemente têm encontrado soluções congruentes com esse modelo. Dessa forma, reforçando-se a importância do estudo da personalidade para a Psicologia, recomenda-se a compreensão desse modelo, por ser simples, parcimonioso, completo e com elevada sustentação empírica. Assista ao vídeo com o professor Vicente Cassepp-Borges sobre teorias da personalidade . VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. NA DÉCADA DE 1930, GORDON ALLPORT (1897-1967) APRESENTA UMA HIPÓTESE NA QUAL AFIRMA QUE SE ALGUMA COISA É RELEVANTE DENTRO DE NOSSA PERSONALIDADE, ESSA COISA DE ALGUMA FORMA FOI DECODIFICADA PELA LINGUAGEM. ESSA COMPREENSÃO DIZ RESPEITO A: A) Hipótese léxica B) Imperativo categórico C) Neuroticismo D) Projetos psicomotores E) Miocinética 2. SOBRE O INDICADOR DE TIPO DE PERSONALIDADE MYERS-BRIGGS (MBTI) PODEMOS AFIRMAR QUE: I. O MBTI É FUNDAMENTADO NA TEORIA DA PERSONALIDADE DO PSICANALISTA JUNG. II. SEGUNDO JUNG, A ESTRUTURA PSÍQUICA DA PERSONALIDADE APRESENTA-SE EM QUATRO OPOSIÇÕES, QUE COMPREENDEM OITO CARACTERÍSTICAS. III. A PARTIR DO TRABALHO DE MYERS E BRIGGS, É POSSÍVEL IDENTIFICAR DEZESSEIS TIPOS HUMANOS, NA ANÁLISE DA PERSONALIDADE. ESTÁ(ÃO) CORRETA(S) A(S) AFIRMATIVA(S): A) II somente B) I e II C) I e III D) II e III E) I somente GABARITO 1. Na década de 1930, Gordon Allport (1897-1967) apresenta uma hipótese na qual afirma que se alguma coisa é relevante dentro de nossa personalidade, essa coisa de alguma forma foi decodificada pela linguagem. Essa compreensão diz respeito a: A alternativa "A " está correta. Gordon Allport foi o primeiro a utilizar a linguagem como base para a compreensão da personalidade. Por isso, essa compreensão é chamada de hipótese léxica, visto que léxico se refere àquilo que é relativo às palavras de determinado idioma ou área de conhecimento. 2. Sobre o indicador de tipo de personalidade Myers-Briggs (MBTI) podemos afirmar que: I. O MBTI é fundamentado na teoria da personalidade do psicanalista Jung. II. Segundo Jung, a estruturapsíquica da personalidade apresenta-se em quatro oposições, que compreendem oito características. III. A partir do trabalho de Myers e Briggs, é possível identificar dezesseis Tipos Humanos, na análise da personalidade. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): A alternativa "C " está correta. As quatro oposições, que compreendem oito características e que determinarão os 16 Tipos Humanos do MBTI, foram desenvolvidas por Myers e Briggs a partir da teoria da personalidade de Jung. Porém, originalmente, ele só havia proposto três oposições (portanto, com seis características) em seu modelo. MÓDULO 2 Reconhecer as condições e os processos de medição da personalidade MEDINDO A PERSONALIDADE Foto: Shutterstock.com A avaliação psicológica, como conhecemos hoje, iniciou-se no início do século XX com a avaliação de inteligência desenvolvida por Alfred Binet, na França. Até a década de 1930, a avaliação psicológica baseava-se somente em medidas de inteligência (PASQUALI, 2004). A partir de então, quando se demonstrou que esses testes eram dependentes da cultura, o entusiasmo com o estudo da inteligência perdeu força. Com isso, iniciou-se o estudo da personalidade, baseado na teoria psicométrica desenvolvida para os testes de inteligência. ALFRED BINET (1857-1911) Nasceu em Nice, França. Seu pai, um médico, e sua mãe, uma artista, se divorciaram quando ele era jovem e Binet mudou-se para Paris com a mãe. [...] Binet e seu colega Theodore Simon desenvolveram uma série de testes destinados a avaliar as habilidades mentais. Em vez de focar nas informações aprendidas, como matemática e leitura, Binet concentrou-se em outras habilidades mentais, como atenção e memória. A escala que desenvolveram ficou conhecida como Escala de Inteligência Binet-Simon. Fonte: Cherry (2020a). Diferentemente da inteligência, geralmente os itens de um teste de personalidade não possuem questões certas e erradas. Os itens são compostos de afirmativas, e o respondente irá avaliar o quanto condizem com a realidade dele próprio. Um exemplo de afirmativa é “Gosto javascript:void(0) de dar o melhor de mim em tudo o que faço”, extraída do Inventário Fatorial de Personalidade- II (IFP-II). O tipo de resposta mais usual são as escalas do tipo Likert (LIKERT, 1932). No modelo tradicional, essas escalas têm cinco pontos, expressando concordância ou discordância com uma sequência de afirmações. Dois exemplos desse tipo de escala podem ser encontrados a seguir: Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Discordo completamente Discordo Nem concordo nem discordo Concordo Concordo completamente Nunca Poucas vezes Às vezes Muitas vezes Sempre ATENÇÃO Repare que a escala possui um ponto neutro central (em ambos os casos na alternativa “c”). As duas alternativas extremas (representadas pelas letras “a” e “e”) refletem níveis máximos. As alternativas “b” e “d” representam algo intermediário entre o neutro e o extremo. É bastante importante ressaltar que, obrigatoriamente, os dois pontos extremos são exatamente o oposto um do outro, assim como os pontos intermediários. O ponto central também deve ser obrigatoriamente neutro, não podendo pender para nenhum dos lados da escala. Foto: Shutterstock.com Todos os itens representam comportamentos que o participante executa. De acordo com a teoria psicométrica, esses comportamentos são uma manifestação de traços latentes ou, nesse caso, o próprio traço de personalidade. Existem diversas maneiras de se fazer essa associação entre os itens e a personalidade. Fonte: Rômulo Rosa A primeira delas é somar os escores de todos os itens. Fonte: Rômulo Rosa A segunda, muito parecida, é extrair a média aritmética de todos os itens respondidos. Utilizar a média, entretanto, é útil para eliminar o viés de pessoas que deixam respostas em branco. O resultado dessa conta é entendido como a expressão do traço latente na personalidade. MÉDIA ARITMÉTICA Soma de todos os elementos dividida pelo número de elementos. Ainda em comparação com as medidas de inteligência, as medidas de personalidade também podem estimar o traço latente θ (theta ) utilizando conceitos da Teoria de Resposta ao Item (TRI). Assim, todos os itens são avaliados considerando-se seus parâmetros de dificuldade e discriminação. A estimativa do valor de θ faz uma ponderação desses parâmetros com os itens que o respondente endossou. Enquanto em testes de inteligência avaliam-se acertos nos itens, em personalidade avaliam-se o quanto os itens são endossados. De acordo com Nunes et al . (2008), outra diferença é que na avaliação da inteligência também se pode avaliar o acerto ao acaso (chute) dos itens. Em javascript:void(0) personalidade isso não faz sentido, pois entende-se que todas as pessoas leram o enunciado com atenção e responderam de maneira sincera. VALIDADE E PRECISÃO Em Física, os instrumentos de medida devem ser calibrados. Todo o teste psicológico, incluindo os de avaliação da personalidade, por serem instrumentos de medida, também devem demonstrar ser calibrados. Em Psicologia essa calibração é chamada de validade e precisão (PASQUALI, 2004). Foto: Shutterstock.com A validade refere-se ao fato de sabermos se o teste está medindo aquilo que se pretende. Isso não é óbvio. Em Física, não devemos nos preocupar se um termômetro de fato está medindo a temperatura. Entretanto, em Psicologia, é possível que os nossos testes não estejam medindo aquilo que se deseja medir. Um teste de personalidade que avalie a dimensão neuroticismo muito facilmente, por exemplo, pode se desviar de seu caminho e medir depressão, ansiedade, angústia — que são construtos correlatos. A validade divide-se em três categorias: VALIDADE DE CONSTRUTO VALIDADE DE CRITÉRIO VALIDADE DE CONTEÚDO VALIDADE DE CONSTRUTO A validade de construto pode ser considerada a principal validade que um teste deve demonstrar. Isso porque refere-se diretamente ao conceito de validade, ou seja, se o teste está medindo aquilo que pretende medir. Em outras palavras, a validade de construto está avaliando se os itens desse teste se referem ao traço latente e pode ser feita de diversas formas. Uma delas é por meio da avaliação da consistência interna. SAIBA MAIS SOBRE CONSISTÊNCIA INTERNA O princípio da consistência interna aponta que, se todos os itens estiverem medindo a mesma coisa, no caso personalidade, todos os itens serão correlacionados entre si. A avaliação da convergência entre os itens, portanto, é um forte indicador de validade de construto. Caso algum item esteja divergindo dos demais, a recomendação é excluí-lo da escala. A principal maneira de avaliar a validade de construto é por meio de análise fatorial. Assim, de acordo com o modelo Big Five , cinco traços latentes são necessários para explicar toda a estrutura da personalidade: Extroversão; Amabilidade; Conscienciosidade; Neuroticismo; javascript:void(0) Abertura para novas experiências. Um teste de personalidade válido deve demonstrar que seus itens estão medindo essas cinco facetas. Outro tipo de validade de construto que deve ser demonstrado em testes de personalidade e testes psicológicos em geral são as validades por hipótese. Nesse tipo de validade, temos a validade convergente e a validade divergente ou discriminante. Essas validades são opostas. Veja: Validade convergente A validade convergente avalia se o teste é correlacionado com outra avaliação do mesmo construto. Dessa maneira, a avaliação da extroversão no teste dos cinco grandes fatores deve se correlacionar com a extroversão em um teste no modelo MBTI, pois ambas as medidas se referem ao mesmo traço latente. Validade divergente Com relação à validade divergente, trata-se de verificar se existe correlação próxima de nula entre duas facetas que não devem se correlacionar. Por exemplo, não é esperada nenhuma correlação entre amabilidade e inteligência. Logo, se um teste estiver medindoamabilidade, sua correlação com inteligência deve ser próxima de zero, a fim de demonstrar a validade divergente. VALIDADE DE CRITÉRIO A validade de critério trata da eficácia com a qual o teste é capaz de predizer algum desempenho. EXEMPLO No caso da conscienciosidade — que se trata de uma personalidade associada ao trabalho e ao estudo —, é esperado que pessoas conscienciosas tenham melhor desempenho na escola, faculdade ou no local de trabalho (critério). A validade de critério pode ser concorrente ou preditiva. Validade concorrente A diferença é que na validade concorrente o critério é avaliado concomitantemente com o teste psicológico. Validade preditiva Na validade preditiva, o critério é avaliado após o teste psicológico. Entenda melhor abaixo: Caso aplicássemos uma escala de conscienciosidade em alunos que estão iniciando o semestre em alguma faculdade, é possível predizer que pessoas mais conscienciosas terminarão o semestre com menor número de faltas do que pessoas com baixa conscienciosidade, caso a escala tenha validade preditiva. Se essa escala fosse aplicada ao final do semestre, quando já se conhece o número de faltas de cada aluno, continuaríamos esperando que pessoas mais conscienciosas tivessem maior assiduidade (PASQUALI, 2004). Entretanto, estaríamos avaliando aqui a validade concorrente. Foto: Shutterstock.com A validade de critério é especialmente importante no contexto organizacional. Quando se avalia a personalidade para uma seleção de pessoal, na prática, o que o psicólogo está tentando fazer é prever qual daqueles candidatos ao emprego será o melhor funcionário para a empresa a partir de fatores de personalidade e outras características psicológicas. Caso essa previsão tenha sido demonstrada em pesquisas anteriores (FERREIRA; SANTOS, 2010), o trabalho do psicólogo na seleção de pessoal adquire base científica e maior solidez em suas conclusões. VALIDADE DE CONTEÚDO O terceiro tipo de validade é a de conteúdo. Um teste apresenta validade de conteúdo quando ele constitui uma amostra representativa de universo finito de comportamentos (PASQUALI, 2004). Isso quer dizer que, dentre todos os comportamentos relacionados à personalidade, um teste deve pegar uma amostra de suas diferentes facetas. Por exemplo, a dimensão neuroticismo pode ser compreendida em seis facetas: Ansiedade; Hostilidade enfurecida; Depressão; Autoconsciência; Impulsividade; Vulnerabilidade. Um teste de personalidade que avalie o neuroticismo deve distribuir seus itens de forma equitativa entre elas. Não teria validade de conteúdo uma avaliação de neuroticismo focada em depressão e ansiedade, ignorando as demais dimensões, por exemplo. Assim, fica demonstrada a tríade da validade. Um teste que apresente demonstrações empíricas de que atende a esses critérios garante muito mais segurança ao psicólogo que o está utilizando. Entretanto, não basta um teste demonstrar apenas que é válido. De nada adianta medir a personalidade com validade se isso é feito de maneira imprecisa! PRECISÃO Foto: Shuttestock.com Tal qual os instrumentos de medida físicos precisam demonstrar sua precisão, esse atributo também é inerente a testes psicológicos. Não existe nenhum instrumento de medida 100% preciso, em nenhuma área do conhecimento. É verdade, entretanto, que a Psicologia e as demais ciências humanas trabalham com uma imprecisão maior do que as ciências ditas exatas. No caso dos testes psicológicos de personalidade que avaliam formas de resposta com escalas do tipo Likert, a maneira mais utilizada para avaliar a precisão de um teste é por meio do cálculo do coeficiente α (alfa) de Cronbach (CRONBACH, 1951). Essa lógica é proveniente da ciência física: se uma mesma pessoa subir em 20 balanças e obtiver 20 medidas diferentes de seu peso, pode-se dizer que a medida é imprecisa. Da mesma forma, se avaliarmos abertura a experiências de 20 maneiras diferentes (20 de um teste psicológico), é esperado que tenhamos o mesmo resultado, pois todos os itens estão medindo a mesma coisa (abertura, no exemplo). O erro de medida faz parte do cotidiano do psicometrista. Sempre que se trabalha com medidas é importante ter em mente que existe erro. O erro é um problema a ser evitado, pois impede a tomada correta de decisões. Entretanto, toda medida tem erros e temos que conviver com isso. RECOMENDAÇÃO Portanto, sempre que for utilizada uma medida de personalidade, avalie o erro de medida e o interprete como uma restrição das suas conclusões. Mesmo que utilize um instrumento com boas evidências científicas, as conclusões podem estar erradas. Um sujeito que está no percentil 34 de neuroticismo pode estar entre os percentis 31 e 37, por exemplo, dependendo da margem de erro com a qual o teste trabalha. NORMATIZAÇÃO Estimadas a validade e a precisão, o próximo passo é a normatização dos escores. A palavra “normatização” remete à curva normal, que pode ser uma das maneiras de normatizar. Imagine que alguém tenha feito um teste de personalidade e seu escore tenha sido 55 em extroversão. O que isso quer dizer? Essa pessoa é introvertida ou extrovertida? Simplesmente, não temos como responder apenas com esse dado. Por isso, precisamos de normas. As normas nos permitem comparar esses escores com o de outras pessoas. Foto: Shutterstock.com Em testes de personalidade é pouco comum o uso de normas de desenvolvimento. A maneira mais usual é utilizarem-se normas intragrupo. O primeiro tipo de norma intragrupo é o posto percentílico e o segundo é o escore padrão (Z). POSTO PERCENTÍLICO O posto percentílico indica o percentual de sujeitos que possuem um escore menor do que o participante em questão. EXEMPLO Se alguém está no percentil P70 em abertura para novas experiências, significa que 70% das pessoas são menos abertas do que a pessoa que está sendo avaliada. Consequentemente, 30% serão mais abertas do que essa pessoa. É importante saber que ao percentil P50 (valor em que metade das pessoas tem menor abertura e a outra metade tem maior abertura do que o sujeito avaliado) é dado o nome mediana. Ainda sobre posto percentílico, também é necessário conhecer sobre os quartis. Confira: PRIMEIRO QUARTIL (Q1) SEGUNDO QUARTIL (Q2) TERCEIRO QUARTIL (Q3) QUARTO QUARTIL (Q4) PRIMEIRO QUARTIL (Q1) Ao grupo de pessoas entre os que têm menor escore (P0) e os que estão até o percentil P25 é dado o nome de primeiro quartil (Q1). SEGUNDO QUARTIL (Q2) Os próximos 25% das pessoas (entre P25 e P50) são o segundo quartil (Q2). TERCEIRO QUARTIL (Q3) O terceiro está entre P50 e P75. QUARTO QUARTIL (Q4) O quarto está entre P75 e P100. Essa divisão das amostras de pesquisa em grupos a partir de postos percentílicos permite, por exemplo, fazer comparações entre as pessoas mais abertas (4Q) e as menos abertas (1Q). ESCORE PADRÃO (Z) O escore padrão (Z) representa o quanto cada sujeito se afasta da média em unidades de desvio-padrão. Desvio-padrão é uma medida de dispersão dos dados, ou seja, indica o quanto um conjunto de dados é uniforme. EXEMPLO Assim, se um sujeito estiver a um desvio-padrão acima da média, seu escore padrão (Z) será = +1. Se um sujeito estiver dois desvios-padrões abaixo da média, seu escore Z será = -1. Caso ele esteja na média, teremos Z = 0. Desse modo, se alguém estiver um escore padrão acima da média (Z = +1) de amabilidade, pode-se dizer que essa pessoa tem esse traço de personalidade bastante presente dentro de si. Escores padrões também facilitam a comunicação entre profissionais e pesquisadores. Com eles, todos trabalham a mesma unidade de medida (desvio-padrão), independentemente da escala utilizada. Em distribuições perfeitamente normais, que não ocorrem na prática, mas servem de parâmetro para a maioria das situações, pode-se observar que a distância entre os escores Z é sempre a mesma, como pode ser observado na Figura: Imagem: Sergio de Giacomo Figura: Distância entre postos percentílicose escores Z em uma distribuição normal. Entretanto, repare que os postos percentílicos têm distâncias maiores nas duas pontas da curva e distâncias menores no centro. Isso ocorre porque existe maior concentração de pessoas no meio do que nas extremidades de uma curva normal. Entre Z = -1 e Z = +1, temos mais de dois terços das pessoas (68,26%). Acima de três desvios-padrões acima da média (Z > +3) temos apenas 0,13% das pessoas. VAMOS REVER O QUE APRENDEMOS? PARA ISSO, COMPLETE AS FRASES COM AS PALAVRAS DO QUADRO. ciência Dessa maneira, ficam explicitados todos os processos fenômenos psicológicos personalidade psicometria científicos para a medida da ---------- . De todas as coisas que podem ser medidas no universo, é possível que os ---------- sejam os mais difíceis de mensurar. Felizmente, a ---------- vem avançando na solução desse problema e aprimorando tecnologias para a medida da personalidade, o que representa um avanço para a ---------- psicológica como um todo. RESPOSTA A sequência correta é: Dessa maneira, ficam explicitados todos os processos científicos para a medida da personalidade. De todas as coisas que podem ser medidas no universo, é possível que os fenômenos psicológicos sejam os mais difíceis de mensurar. Felizmente, a psicometria vem avançando na solução desse problema e aprimorando tecnologias para a medida da personalidade, o que representa um avanço para a ciência psicológica como um todo. Assista ao vídeo com o professor Vicente Cassepp-Borges sobre normatização . VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUAL TIPO DE VALIDADE REFERE-SE À CAPACIDADE DE UM TESTE EM PREDIZER COMPORTAMENTOS FUTUROS? A) Construto B) Critério C) Conteúdo D) Convergente E) Clínica 2. SUPONHAMOS QUE, EM UM CONCURSO PÚBLICO, CHRISTIANE ACERTE 18 QUESTÕES EM UMA PROVA DE 25 QUESTÕES, CUJA MÉDIA DE ACERTOS FOI 15 E DESVIO-PADRÃO DE DUAS QUESTÕES. QUAL FOI O ESCORE PADRÃO (Z) DE CHRISTIANE? A) -1,0 B) 0 C) +1,0 D) +1,5 E) + 2,0 GABARITO 1. Qual tipo de validade refere-se à capacidade de um teste em predizer comportamentos futuros? A alternativa "B " está correta. A validade de critério estabelece se um teste consegue predizer comportamentos. Mais especificamente, a validade preditiva (um subtipo de validade de critério) é o tipo de validade que faz essa predição testando a hipótese da ocorrência de um comportamento futuro. 2. Suponhamos que, em um concurso público, Christiane acerte 18 questões em uma prova de 25 questões, cuja média de acertos foi 15 e desvio-padrão de duas questões. Qual foi o escore padrão (Z) de Christiane? A alternativa "D " está correta. Basta aplicar a fórmula Z = (X-M)/DP, em que Z é o escore padrão, X é o escore do sujeito (18), M é a média geral, e DP é o desvio-padrão. Caso não queira aplicar uma fórmula, pode-se usar a lógica. Basta fazer a pergunta “quantos desvios padrões Christiane está acima da média?” Note que o número total de questões da prova é indiferente para a resolução do exercício. MÓDULO 3 Identificar os testes psicométricos e projetivos na avaliação da personalidade ESCALAS PSICOMÉTRICAS Foto: Shutterstock.com Antes de iniciar a temática central deste módulo deve-se salientar que, de acordo com o código de ética profissional do psicólogo, a avaliação psicológica é uma atividade privativa do psicólogo (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005). Portanto, as descrições de testes psicológicos somente devem ser lidas por psicólogos ou estudantes da área. ATENÇÃO Este conteúdo não pode ser acessado por estudantes de outra área, bem como por parentes e amigos. O compartilhamento de informações sobre os testes constitui uma falta ética grave. A ciência para construção de um teste psicológico, como pode-se supor a partir das discussões do módulo 2, é cara, demorada e dispendiosa, envolvendo estudos de larga escala e com base em constructos teóricos relevantes. Todo esse esforço é inútil se o teste for compartilhado e não considerar toda a ciência envolvida, podendo banalizar os estudos sobre o comportamento humano. A manutenção de sigilo e rigor na utilização de testes psicológicos é algo que fortalece a profissão de psicólogo. Para ter condições de uso, um teste psicológico deve demostrar evidências empíricas de bom funcionamento. Essas evidências são compiladas em um manual e analisadas pela comissão consultiva em Avaliação Psicológica, que recorre a pareceristas ad hoc para sua avaliação. Somente poderão ser utilizados testes psicológicos (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2020) que constem como favoráveis em uma lista organizada pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI (disponível para consulta no site da instituição). A única exceção a essa regra é o uso para finalidade de pesquisa, que não depende de reconhecimento do SATEPSI. AD HOC A expressão latina ad hoc significa em sua tradução literal “para isto” ou “para esta finalidade” e no meio acadêmico o revisor ad hoc é aquele que realiza a revisão de um estudo científico submetido para publicação em um periódico sem, contudo, participar como membro permanente do corpo editorial ou de revisores. Como algumas vezes os pedidos de parecer não são respondidos ou atrasam, seja por qualquer alteração de contato do revisor, pela sua dificuldade ou mesmo impossibilidade de emitir seu parecer em tempo hábil, o trabalho do revisor ad hoc tem sido extremamente valioso. Fonte: Garcia (2014). ATENÇÃO Essas diretrizes foram previstas na resolução 002/2003 (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2003) e corroboradas pela resolução 009/2018 (CONSELHO FEDERAL DE javascript:void(0) PSICOLOGIA, 2018). Dito isso, passemos à parte das possíveis classificações feitas entre testes psicológicos, quando diversas divisões são plausíveis. Se pensarmos com relação à forma de resposta, ela pode ser: Foto: Shutterstock.com VERBAL Foto: Shutterstock.com MOTORA Foto: Shutterstock.com EM LÁPIS E PAPEL Foto: Shutterstock.com VIA COMPUTADOR Podemos classificar os testes de acordo com o construto que estão medindo. Nesse caso, teríamos uma infinidade de divisões, pois são muitos os construtos que a Psicologia avalia. Alguns exemplos são (PASQUALI, 2020): Inteligência; Psicomotricidade; Atenção; Depressão; Ansiedade; Habilidades sociais; Personalidade — nosso tema de interesse. A maneira mais comum de dividir testes psicológicos é separá-los em psicométricos x projetivos. Os psicométricos têm base na teoria da medida. São tarefas objetivas e padronizadas ao máximo. Técnicas projetivas, por outro lado, não possuem padronização, dando mais liberdade ao respondente e ao aplicador para desvendar novos caminhos durante a avaliação psicológica. Enquanto técnicas psicométricas focam a quantificação, técnicas projetivas baseiam-se em descrições linguísticas. De maneira poética, Pasquali (2004) compara o trabalho do psicometrista com o trabalho do fotógrafo, enquanto o trabalho do aplicador de testes projetivos é comparado com o trabalho do artista. FOTOGRAFIA Tal e qual a fotografia, a medida psicométrica é tirada rapidamente e possui precisão e fidelidade próximas da realidade. Foto: Pixabay ARTE Por outro lado, a arte é mais livre, demorada, e com grande riqueza de detalhes, fazendo seus admiradores ficarem por horas na frente de uma obra, tal e qual o que vemos em testes projetivos. Foto: Pixabay Muitos psicólogos se especializam em técnicas psicométricas ou em projetivas. Isso cria uma aparente rivalidade sobre qual é a melhor técnica. Por meio de avaliações que associem as vantagens de técnicas psicométricas e projetivas, é possível fazer um processo psicodiagnóstico muito mais confiável. O ideal é a realização de avaliações que apresentem a profundidade de técnicas projetivas amparadas por confiabilidade e precisão de técnicas psicométricas. ATENÇÃO As técnicas psicométricas demandam análise qualitativa de seus resultados, relacionada ao objetivopelo qual foi utilizada. A seguir, serão apresentados, inicialmente, alguns exemplos de testes psicométricos e, posteriormente, de testes projetivos de personalidade. TESTES PSICOMÉTRICOS Foto: Shutterstock.com Confira abaixo os testes psicométricos. INVENTÁRIO DE CINCO FATORES NEO REVISADO O inventário NEO é o instrumento de personalidade mais utilizado em nível internacional (MCCRAE, 2002). Ele possui duas versões: uma versão completa (NEO-PI-R) e uma versão abreviada (NEO FFI-R). O NEO-PI-R possui 240 questões e seu tempo de aplicação é estimado de 40 a 60 minutos. Já o NEO FFI-R possui apenas 60 questões e seu tempo de aplicação gira em torno de 10 a 15 minutos. Como já vimos, os cinco fatores são: 1. Neuroticismo; 2. Extroversão; 3. Abertura; 4. Amabilidade; 5. Conscienciosidade. Cada fator ou domínio é representado por seis facetas, totalizando um conjunto de 30: Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Neuroticismo N1: Ansiedade N2: Raiva/Hostilidade N3: Depressão N4: Embaraço/Constrangimento N5: Impulsividade N6: Vulnerabilidade Extroversão E1: Acolhimento E2: Gregarismo E3: Assertividade E4: Atividade E5: Busca de sensações E6: Emoções positivas Abertura O1: Fantasia O2: Estética O3: Sentimentos O4: Ações variadas O5: Ideias O6: Valores Amabilidade A1: Confiança A2: Franqueza A3: Altruísmo A4: Complacência A5: Modéstia A6: Sensibilidade Conscienciosidade C1: Competência C2: Ordem C3: Senso do Dever C4: Esforço por realizações C5: Autodisciplina C6: Ponderação Cinco Fatores NEO Revisado. Fonte: Autor. Tabela: Vicente Cassepp-Borges. Cabe salientar que o NEO FII-R desconsidera as facetas, sendo um teste de avaliação apenas dos cinco grandes fatores de personalidade. BATERIA FATORIAL DE PERSONALIDADE A Bateria Fatorial de Personalidade é um extenso instrumento baseado na teoria dos cinco grandes fatores de personalidade (NUNES; HUTZ; NUNES, 2010). Trata-se de uma escala com 126 itens, cuja aplicação dura em torno de 30 minutos, e deve ser respondido em uma escala tipo Likert de 1 a 7. As escalas possuem algumas subdivisões. A saber: Extroversão (E1 Comunicação / E2 Altivez / E3 Dinamismo / E4 Interações Sociais); Socialização (S1 Amabilidade / S2 Pro-sociabilidade / S3 Confiança nas pessoas); Realização (R1 Competência / R2 Ponderação / R3 Empenho); Neuroticismo (N1 Vulnerabilidade/ N2 Instabilidade/ N3 Passividade / N4 Depressão); Abertura (A1 Abertura a ideias /A2 Liberalismo / A3 Busca por novidade). A Bateria Fatorial de Personalidade unificou outros testes que continuam sendo comercializados no mercado de testes psicológicos, como a Escala Fatorial de Extroversão (EFex), a Escala Fatorial de Socialização (EFS) e a Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN). INVENTÁRIO FATORIAL DE PERSONALIDADE (IFP) O Inventário Fatorial de Personalidade (LEME; RABELO; ALVES, 2013) é de autoria de Luiz Pasquali e atualmente se encontra em sua 2ª versão, o IFP-II. Foi baseado na teoria das necessidades básicas, de Henry Murray. O IFP baseia-se em um modelo complexo, com 13 fatores de personalidade. Possui 100 itens que devem ser respondidos dentro de uma escala tipo Likert, de 1 a 7. A versão anterior do IFP (PASQUALI; AZEVEDO; GHESTI, 1997) era um teste bastante utilizado na Psicologia brasileira, mas enfrentou algumas polêmicas principalmente em função de um fator javascript:void(0) javascript:void(0) denominado heterossexualidade, considerado homofóbico por alguns ativistas dos direitos humanos (COSTA; NARDI, 2013). O inventário possui duas tabelas normativas separadas: uma para homens e outra para mulheres. Assim, sua correção depende do sexo da pessoa avaliada. As tabelas normativas consideram ainda a idade. Esse fator não foi retirado na atual versão. Os fatores podem ser agrupados dentro de fatores de segunda ordem. Portanto, a estrutura do IFP é a que segue: Necessidades afetivas: assistência, intracepção, afago, deferência, afiliação e mudança; Necessidades de organização: ordem, persistência e desempenho; Necessidade de controle e oposição: dominância, exibição, autonomia e agressão. QUATI - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO TIPOLÓGICA O questionário de avaliação tipológica é o primeiro teste do Brasil a avaliar os tipos psicológicos, utilizado em processos seletivos e/ou com ênfase em desenvolvimento de equipes (ZACHARIAS, 2003). É baseado na teoria de Carl Gustav Jung e apresenta seis situações cotidianas, com aproximadamente 15 pares de afirmações, entre as quais o avaliado escolhe as que julga mais se aproximarem de seu comportamento. Os sujeitos são avaliados dentro dos aspectos: Extroversão versus Introversão; Sensação versus Intuição; Pensamento versus Sentimento. LUIZ PASQUALI Nasceu em Gaurama, interior do Rio Grande do Sul. Foi o segundo filho dentre catorze (nove irmãos e quatro irmãs). Atualmente, reside em Brasília, cidade que o acolheu em meados dos anos 1970. Foto: Lins (2018). javascript:void(0) HENRY MURRAY (1893-1988) Nasceu em Nova York. Completou seus estudos de graduação em História em Harvard, em 1915. Mais de uma década depois, com graduação em Medicina e Biologia pela Universidade de Columbia, um Ph.D. em Bioquímica da Universidade de Cambridge e ampla compreensão do método de psicanálise de Carl Jung, Murray seria ideal para dirigir a Harvard Psychological Clinic. Foi seu diretor de 1928 a 1937. Foto: Harvard University (2021b). INTRACEPÇÃO Segundo Santos e Nascimento (2012, p. 167), “pessoas com escores elevados nesse fator deixam-se conduzir por sentimentos e inclinações difusas e por julgamentos subjetivos; buscam a felicidade pela fantasia e imaginação”. TESTES PROJETIVOS Foto: Shutterstock.com Confira abaixo os testes projetivos. RORSCHACH/ZULLIGER Ambos são testes que apresentam borrões de tinta simétricos, alguns coloridos, alguns monocromáticos e outros em duas cores. Nesses testes, é solicitado que o avaliado diga o que visualiza nas imagens. O teste Rorschach é o mais antigo, tendo sua origem na década de 1920. Ele possui 10 pranchas, que são exatamente as mesmas desde a sua criação. Embora seja um teste de caráter projetivo, sua correção pode ser feita de variadas formas. Na mais difundida delas, o sistema Exner, as respostas são codificadas dentro de uma complexa cadeia de códigos (EXNER; SENDÍN, 1999). Outros sistemas de correção bastante difundidos no Brasil são KLOPFER e R-PAS (KLOPFER, 1954; VIGLIONE et al ., 2012). O Zulliger surgiu posteriormente como um método abreviado do Rorschach, com apenas três pranchas (FERREIRA; VILLEMOR-AMARAL, 2005). Outra adaptação é a possibilidade de o teste Zulliger ser projetado em uma parede para a aplicação coletiva, enquanto o Rorschach deve ter suas pranchas apresentadas ao respondente de maneira individual. A diminuição do número de pranchas também abrevia a correção, embora diminua o volume de informações sobre o avaliado. TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA (TAT) O Teste de Apercepção Temática é composto por 31 pranchas em preto e branco contendo imagens (MURRAY, 1964). O objetivo é que o avaliado crie uma história com início, meio e fim a partir do estímulo da prancha. Algumas pranchas são exclusivas para homens, outras para mulheres e algumas para pessoas mais jovens. Também existem pranchas comuns a todas as pessoas. As pranchas são reproduções de obras de artistas famosos da época em que foi criado — década de 1930 (PARADA; BARBIERI, 2011; SCADUTO; BARBIERI, 2013). Destaca-se ainda a presença de uma prancha em branco para o avaliado criar a sua própria história. Baseado no TAT, foram criadas versões infantis para o teste, chamadas de CAT (Children's Apperception Test - Teste de Apercepção Infantil). O CAT também consiste em um teste com pranchas contendo figuras para ser contada uma história. No entanto, os desenhos são infantilizados. Ele possui duas versões: O CAT-A e o CAT-H. A diferença é que oCAT-A apresenta figuras de animais, enquanto o CAT-H traz desenhos de humanos. É esperado que as histórias evocadas pelo CAT-A e o CAT-H sejam as mesmas. Entretanto, as versões infantis ainda necessitam de maiores evidências empíricas sobre seu funcionamento no Brasil, ainda que estejam aprovadas pelo SATEPSI (SCHELINI; BENCZIK, 2010). PALOGRÁFICO Um teste bastante utilizado para avaliação da personalidade é o teste palográfico, que consiste em uma folha branca com três traços verticais desenhados (palos). A tarefa é pedir aos sujeitos avaliados para reproduzirem os mesmos traços da maneira mais rápida possível. A personalidade é avaliada a partir de diversos aspectos no desenho desses traços, como distância entre eles, inclinação, velocidade com que foram feitos, entre outros aspectos. A padronização do teste requer que os palos sejam feitos obrigatoriamente com lápis número 2, bem apontado. Tradicionalmente, a correção do palográfico é dispendiosa e necessita de acessórios como régua e transferidor. Entretanto, hoje em dia, a correção do palográfico já pode ser feita a partir de um sistema informatizado chamado SKIP, que realiza todos os cálculos quantitativos sobre os palos desenhados automaticamente, a partir de um scanner. A avaliação qualitativa do teste, entretanto, ainda necessita do olhar humano de um psicólogo. FIGURA HUMANA/HTP O Desenho da Figura Humana é um teste clássico dentro da Psicologia (FERNANDES, 2006). A tarefa consiste em desenhar uma pessoa em uma folha branca. Com base na teoria da projeção, pode-se afirmar que esse desenho reflete a própria pessoa. Uma das grandes vantagens dessa técnica está em seu baixo custo, uma vez que são necessários somente uma folha em branco e um lápis apontado. Cabe ressaltar que o desenho é sempre feito a lápis, e não é permitido o uso de borracha. Além da personalidade, foram encontradas algumas correlações do desenho da figura humana com a inteligência (FLORES-MENDOZA et al ., 2010). Esse teste possui algumas variações, como o HTP (House-Tree-Person ), que propõe o desenho de uma casa, uma árvore e uma pessoa. Outra variante é o desenho da figura humana na chuva. Nesse caso, a chuva representa os problemas que a pessoa enfrenta. PSICODIAGNÓSTICO MIOCINÉTICO O psicodiagnóstico miocinético (PMK) é um teste cuja tarefa está em fazer desenhos como zigue-zagues, escadas e círculos em uma mesa especial para isso. A mesa possui regulagem para que possa ficar tanto na posição horizontal quanto na vertical. Além disso, a mesa possui um anteparo para que o sujeito avaliado não veja o seu desenho quando o realiza. A grande vantagem do PMK é que, mesmo que a pessoa conheça as suas interpretações, ela não conseguirá desempenhar a tarefa de maneira a ludibriar o teste. Entretanto, existem algumas evidências de validade negativas para o PMK. Descobriu-se que ele não é capaz de diferenciar grupos de critérios com transtornos de personalidade (VASCONCELOS; NASCIMENTO; SAMPAIO, 2011). Mesmo assim, o PMK ainda hoje é considerado apto para o uso dos psicólogos. VAMOS REVER O QUE APRENDEMOS? PARA ISSO, COMPLETE AS FRASES COM AS PALAVRAS DO QUADRO. qualidade SATEPSI técnica testes psicológicos Este foi um apanhado a respeito das principais técnicas para avaliação da personalidade. Muitas outras estão disponíveis. Recomenda-se sempre a consulta de listas de ---------- aprovados para uso pelo ---------- para saber se é ---------- , para saber se é possível usar o material pretendido, ou mesmo descobrir novos lançamentos na área. Conhecer os manuais e as propriedades psicométricas dos testes também ajuda na escolha da melhor ---------- para fazer a avaliação. Por fim, o conhecimento teórico sobre personalidade, proporcionado neste tema, também é crucial para uma avaliação psicológica de ---------- . RESPOSTA A sequência correta é: Este foi um apanhado a respeito das principais técnicas para avaliação da personalidade. Muitas outras estão disponíveis. Recomenda-se sempre a consulta de listas de testes psicológicos aprovados para uso pelo SATEPSI, para saber se é possível usar o material pretendido, ou mesmo descobrir novos lançamentos na área. Conhecer os manuais e as propriedades psicométricas dos testes também ajuda na escolha da melhor técnica para fazer a avaliação. Por fim, o conhecimento teórico sobre personalidade, proporcionado neste tema, também é crucial para uma avaliação psicológica de qualidade. Assista ao vídeo com o professor Vicente Cassepp-Borges sobre testes na avaliação da personalidade . VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FUNDATEC - PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDA ALTA - PR - PSICÓLOGO - 2019). QUAL DESTES TESTES O EXAMINANDO DEVE, OBRIGATORIAMENTE, REALIZAR A LÁPIS, E NÃO À CANETA? A) Rorschach. B) Palográfico. C) Zulliger. D) Teste de Atenção Concentrada TEACO-FF. E) Teste Pictórico de Memória TEPIC-M. 2. (VUNESP - EBSERH - PSICÓLOGO - ÁREA HOSPITALAR - 2020). UM PSICÓLOGO É SOLICITADO A AVALIAR A POSSIBILIDADE DE IDEAÇÃO SUICIDA EM UM PACIENTE INTERNADO POR RECIDIVA DE CÂNCER. ELE OPTA POR APLICAR A ESCALA BECK DE DESESPERANÇA (BHS) E A ESCALA BECK DE IDEAÇÃO SUICIDA (BSI), POR CONSIDERÁ-LAS ADEQUADAS AO DEBILITADO ESTADO FÍSICO E ÀS DIFICULDADES NA EXPRESSÃO ORAL DECORRENTES DA DOENÇA DO PACIENTE. PORÉM, AO CONSULTAR A LISTA DE TESTES APROVADOS PELO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE TESTES PSICOLÓGICOS (SATEPSI), OBSERVA QUE AMBOS ESTÃO NA LISTA DE TESTES DESFAVORÁVEIS, PORQUE OS ESTUDOS NORMATIVOS VENCERAM EM 2018. NESSAS CIRCUNSTÂNCIAS, O PSICÓLOGO: A) Poderá aplicar esses instrumentos, uma vez que já obtiveram parecer favorável no passado recente. B) Incorrerá em violação do código de ética profissional se usar instrumentos não aprovados pelo SATEPSI. C) Terá a aplicação das escalas justificada pela urgência e pelas especificidades do caso em questão. D) Deverá solicitar que um profissional não psicólogo da equipe se responsabilize pela aplicação das escalas. E) Terá o uso dessas escalas amparado na ampla literatura internacional que evidencia sua validade. GABARITO 1. (FUNDATEC - Prefeitura Municipal de Ronda Alta - PR - Psicólogo - 2019). Qual destes testes o examinando deve, obrigatoriamente, realizar a lápis, e não à caneta? A alternativa "B " está correta. Por ser um teste no qual alguns aspectos são avaliados, como a pressão exercida no traçado, o palográfico foi padronizado com a resposta realizada em lápis número 2, apontado. A resposta ao Rorschach é oral. O Zulliger pode ter a resposta oral ou geralmente a caneta para aplicações coletivas. Os outros testes podem ser preenchidos à lápis ou caneta. 2. (VUNESP - EBSERH - Psicólogo - Área Hospitalar - 2020). Um psicólogo é solicitado a avaliar a possibilidade de ideação suicida em um paciente internado por recidiva de câncer. Ele opta por aplicar a Escala Beck de Desesperança (BHS) e a Escala Beck de Ideação Suicida (BSI), por considerá-las adequadas ao debilitado estado físico e às dificuldades na expressão oral decorrentes da doença do paciente. Porém, ao consultar a lista de testes aprovados pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), observa que ambos estão na lista de testes desfavoráveis, porque os estudos normativos venceram em 2018. Nessas circunstâncias, o psicólogo: A alternativa "B " está correta. A utilização de testes não aprovados pelo SATEPSI é considerada uma falta de ética, independentemente das motivações para fazer isso. A única exceção é para a utilização em pesquisa. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Aprendemos sobre a personalidade e as maneiras de avaliá-la, de acordo com a ciência psicológica. É muito importante o aprofundamento na teoria dos cinco grandes fatores de personalidade (Big Five ), pois trata-se de um modelo simples, parcimonioso, com sólidas evidências científicas e que explica bastante sobre a personalidade humana. Vimos os critérios psicométricos que devem ser atendidos para uma medida de personalidadedemonstrar validade e precisão. Por fim, conhecemos as principais técnicas psicométricas e projetivas para avaliação da personalidade. A personalidade é uma temática muito importante para os estudos de Psicologia. Dentre as diversas temáticas que são possíveis de serem exploradas, a personalidade desempenha um forte papel na estrutura da mente humana. Quaisquer fenômenos psicológicos devem ser analisados sob a lente da personalidade. A compreensão das interações humanas deve considerar a personalidade das pessoas envolvidas. Um bom psicólogo deve ter um profundo conhecimento teórico sobre personalidade e as maneiras de avaliá-la. REFERÊNCIAS ALLPORT, G. 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Mesa PMK Psicodiagnóstico Miocinético Profissional: assista ao vídeo no YouTube sobre a construção da mesa do PMK. Teste de Personalidade, modelo MBTI: avalie sua personalidade de maneira sucinta por meio do site do Inspiira . Leia os seguintes artigos: O desenvolvimento de marcadores para a avaliação da personalidade no modelo dos cinco grandes fatores , de HUTZ, C. S. et al . Provavelmente, o primeiro artigo científico do Brasil sobre a teoria dos cinco grandes fatores de personalidade. Traz uma explicaçãomuito didática sobre o assunto. Testes psicológicos e técnicas projetivas: uma integração para um desenvolvimento da interação interpretativa indivíduo-psicólogo , de FORMIGA, N.; MELLO, I. Esse artigo aprofunda a discussão sobre testes psicométricos x projetivos. CONTEUDISTA Vicente Cassepp-Borges CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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