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Economia
Irma Filomena Lobosco
Adaptada/Revisada por Alberto dos Santos e Zulmira Silva (setembro/2012)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Economia, parte in-
tegrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a 
educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre-
sentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ....................................................................................................... 7
1.1 Conceitos de Economia .................................................................................................................................................8
1.2 Classificação dos Bens ...................................................................................................................................................9
1.3 A Economia como Ciência Social ...........................................................................................................................10
1.4 A Economia e suas Relações .....................................................................................................................................11
1.5 O Problema Econômico .............................................................................................................................................12
1.6 Sistemas Econômicos ..................................................................................................................................................13
1.7 Recursos ou Fatores (Meios) de Produção ..........................................................................................................16
1.8 O Princípio do Custo de Oportunidade ...............................................................................................................19
1.9 Riqueza, Utilidade e Valor ..........................................................................................................................................20
1.10 Bens e Serviços ............................................................................................................................................................20
1.11 Setores Econômicos ..................................................................................................................................................20
1.12 Divisão da Economia ................................................................................................................................................21
1.13 Método ...........................................................................................................................................................................21
1.14 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................22
1.15 Atividades Propostas ................................................................................................................................................22
2 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .................................................................. 23
2.1 Antiguidade ....................................................................................................................................................................24
2.2 Mercantilismo ................................................................................................................................................................24
2.3 Fisiocracia ........................................................................................................................................................................25
2.4 Os Clássicos .....................................................................................................................................................................25
2.5 Teoria Neoclássica ........................................................................................................................................................27
2.6 A Era Keynesiana ...........................................................................................................................................................27
2.7 O Período Recente ........................................................................................................................................................28
2.8 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................29
2.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29
3 MICROECONOMIA .............................................................................................................................. 31
3.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica ..........................................................................................32
3.2 As Tarefas do Sistema de Mercado .........................................................................................................................35
3.3 Como o Mercado Funciona.......................................................................................................................................36
3.4 Produção ..........................................................................................................................................................................36
3.5 Os Setores de Produção .............................................................................................................................................37
3.6 Possibilidade de Produção ........................................................................................................................................37
3.7 Os Fatores de Produção .............................................................................................................................................37
3.8 A Produção do Capital ................................................................................................................................................39
3.9 Os Dois Mercados .........................................................................................................................................................39
3.10 Demanda, Oferta e Equilíbrio ................................................................................................................................40
3.11 Oferta ..............................................................................................................................................................................44
3.12 Equilíbrio de Mercado ..............................................................................................................................................453.13 Elasticidades .................................................................................................................................................................46
3.14 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................47
3.15 Atividades Propostas ................................................................................................................................................47
4 TEORIA DA PRODUÇÃO .................................................................................................................. 49
4.1 O Modelo Básico ...........................................................................................................................................................50
4.2 A Lei dos Rendimentos Decrescentes ...................................................................................................................51
4.3 Os Rendimentos da Firma .........................................................................................................................................52
4.4 Produtividade ................................................................................................................................................................52
4.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................54
4.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................54
5 MERCADO DE TRABALHO ............................................................................................................. 55
5.1 História do Trabalho ....................................................................................................................................................55
5.2 Mercado de Trabalho ..................................................................................................................................................56
5.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................58
5.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................59
6 FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA ........................................................................... 61
6.1 Principais Índices que Acompanham os Preços ...............................................................................................69
6.2 O Balanço de Pagamentos ........................................................................................................................................70
6.3 Políticas Econômicas ...................................................................................................................................................72
6.4 A Inserção do Brasil na Economia Mundial .........................................................................................................74
6.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................74
6.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................75
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 77
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 79
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INTRODUÇÃO
A Economia cada vez mais vai se firmando como uma ciência imprescindível para o mundo dos ne-
gócios, não só internamente em cada país, como externamente, pois os países, com a abertura econômi-
ca do mundo em seguida à liberalização do movimento de capitais, ficam expostos a decisões tomadas 
por agentes econômicos internacionais.
A estrutura da apostila baseia-se no problema da escassez, a fim de estudar a oferta e a procura 
de produtos e, a partir desse instrumental, abordar a microeconomia ou teoria dos preços/economia da 
empresa, analisando a demanda, a oferta, as estruturas de mercado, a teoria da produção e fatores de 
produção. 
A teoria macroeconômica, em âmbito nacional, propõe aos governos o estudo das variáveis ma-
croeconômicas, e, ainda, fornece ferramentas para a análise do comportamento da Economia como um 
todo. 
O presente material foi desenvolvido para a modalidade do Ensino a Distância (EaD) e seu uso será 
de grande valia no decorrer das aulas do curso.
Tem como objetivos gerais: propiciar a análise dos conceitos de oferta e demanda, entender a fun-
cionalidade da atividade econômica, sua abrangência e limitações, entender a interação das complexas 
variáveis da atividade econômica, e identificar a economia no que tange ao mercado de trabalho e prin-
cipais variáveis macroeconômicas. 
Ao final de cada capítulo, leia com atenção os enunciados e responda às questões propostas. Essas 
questões objetivam auxiliá-lo(a) na aprendizagem. Primeiramente, responda a todas as questões e so-
mente ao final verifique as suas respostas, relacionando-as com as respostas e comentários do professor, 
ao final desta apostila.
Irma Filomena Lobosco
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1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos dos conceitos da 
ciência econômica. Vamos iniciar a discussão?
Analisando o cotidiano, facilmente você 
identificará inúmeras questões econômicas, 
como, os exemplos a seguir de autores da área:
ƒƒ aumentos de preços nos alimentos, 
planos de saúde, aluguel da casa etc.;
ƒƒ inflação e deflação;
ƒƒ anúncios de períodos de crise econô-
mica ou de crescimento;
ƒƒ desemprego;
ƒƒ setores que crescem mais do que ou-
tros, como a indústria automobilística e 
a indústria da construção civil;
ƒƒ diferenças salariais, dissídios coletivos, 
greves;
ƒƒ crises no balanço de pagamentos: dívi-
da interna e dívida externa;
ƒƒ valorização ou desvalorização da taxa 
de câmbio: importação e exportação;
ƒƒ ociosidade em alguns setores de ativi-
dade;
ƒƒ diferença de renda entre as várias re-
giões do país: Norte, Nordeste, Sudeste 
etc.;
ƒƒ taxas de juros para financiamentos de 
capital;
ƒƒ déficit governamental;
ƒƒ elevação de impostos e tarifas públicas.
Os indivíduos discutem tais temas com em-
pirismo, ou seja, pela experiência de cada um e 
formam suas opiniões sobre como o Estado deve 
tomar medidas para resolvê-los. Um estudante de 
Economia, de Direito ou de outra área pode vir a 
ocupar um cargo de responsabilidade em uma 
empresa ou na própria administração pública e 
necessitará de conhecimentos teóricos mais sóli-
dos para poder analisar os problemas econômi-
cos que nos rodeiam no dia a dia (VASCONCEL-
LOS; GARCIA, 2010).
Todo indivíduo tem algum conhecimento 
sobre Economia e este conhecimento pode ser 
útil, porém um conhecimento insuficiente pode 
ser perigoso.
Com a estabilidade da economia após o 
controle da inflação na década de 1990, o cená-
rio empresarial brasileiro mudou. Os empresários 
que não atentaram para a modernização dos pro-
cessos de produção e de seus produtos, controle 
de custos e maximização dos lucros foram pegos 
de surpresa.
Da mesma forma que um profissional que 
tenha realizado vários negócios envolvendo con-
tratos trabalhistas, com sucesso, pode considerar-
-se um perito na economia dos salários ou que um 
administrador de empresa que tenha enfrentado 
o controledos custos de sua empresa pode consi-
derar que seu ponto de vista sobre o controle de 
preços é a última palavra, um profissional do mer-
cado financeiro que negocia ações pode concluir 
que sabe tudo a respeito de economia financeira.
Nesse sentido, chamo a atenção sobre o 
fato de que os eventos econômicos estão presen-
tes no nosso dia a dia, são divulgados na mídia: 
jornais, revistas, noticiário da televisão, rádio etc. 
e precisamos entender seus impactos para poder 
controlar as consequências.
Irma Filomena Lobosco
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A esse respeito, Guimarães e Gonçalves 
(2010, p. 1) argumentam que:
Entendendo o funcionamento da econo-
mia, somos capazes de julgar se o gover-
no deve intervir ou não nas mais variadas 
situações, e de compreender os princípios 
básicos que devem nortear as decisões 
sobre políticas públicas. Deve o governo 
interferir nos impactos sobre o preço do 
ouro de uma charge ofensiva a Maomé 
feita por um cartunista dinamarquês? 
Deve o governo cobrar pedágio a fim de 
reduzir o congestionamento nas ruas das 
grandes cidades? Quais são exatamente 
os custos da intervenção do governo? O 
entendimento da economia nos auxilia a 
pensar sobre questões desse tipo.
Podemos, assim, concluir que cada pessoa 
tende, naturalmente, a julgar um fato econômico 
pelo seu efeito imediato sobre ela. 
1.1 Conceitos de Economia
Podemos explicar o que é Economia anali-
sando o significado do verbo ‘economizar’ ou da 
expressão ‘fazer economia’. Economizar significa 
evitar gastar inutilmente e guardar para futuras 
necessidades; sempre procuramos economizar o 
nosso dinheiro, reservando uma parte para uma 
situação de emergência.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 2): 
“A palavra economia deriva do grego oikonomos 
(de oikos, casa, e nomos, lei), que significa a admi-
nistração de uma casa, ou do Estado.”
Ainda segundo os autores, pode ser assim 
definida:
Economia é a ciência social que estuda 
como o indivíduo e a sociedade decidem 
(escolhem) empregar recursos produti-
vos escassos na produção de bens e ser-
viços, de modo a distribuí-los entre as vá-
rias pessoas e grupos da sociedade, a fim 
de satisfazer as necessidades humanas. 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2010, p. 2).
Essa definição contém vários conceitos im-
portantes, que são a base e o objeto do estudo da 
ciência econômica, que estuda a produção, a cir-
culação, a distribuição e o consumo, quais sejam:
ƒƒ Escolha: decisões das pessoas sobre 
consumir, trabalhar, poupar, estudar; as 
decisões das empresas sobre produzir, 
contratar trabalhadores, investir; e até 
as decisões dos nossos governantes. 
Afinal, por trás de tudo o que observa-
mos na economia e na sociedade estão 
os atos e as escolhas individuais (GUI-
MARÃES; GONÇALVES, 2010);
ƒƒ Bem: é tudo aquilo capaz de atender 
a uma necessidade humana. Pode ser 
material ou imaterial (PINHO; VASCON-
CELLOS, 2011);
ƒƒ Escassez: produzir o máximo de bens e 
serviços com os recursos escassos dis-
poníveis a cada sociedade (PINHO; VAS-
CONCELLOS, 2011);
ƒƒ Necessidade humana: qualquer ma-
nifestação de desejo que envolva a es-
colha de um bem econômico capaz de 
contribuir para a sobrevivência ou para 
a realização social do indivíduo (PINHO; 
VASCONCELLOS, 2011);
ƒƒ Recursos: são os meios materiais ou 
imateriais que permitem satisfazer cer-
tas necessidades. Mão de obra, recursos 
naturais/terra, capital, capacidade em-
presarial (ECONOMIANET, 2011);
ƒƒ Produção: criação de um bem ou de 
um serviço adequado para a satisfação 
de uma necessidade (ECONOMIANET, 
2011);
Economia
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ƒƒ Distribuição: é a maneira como a pro-
dução ou a renda total é distribuída en-
tre os indivíduos ou entre os fatores de 
produção (ECONOMIANET, 2011).
Ainda está para ser elaborada uma defini-
ção definitiva sobre Economia. Muitas têm sido 
propostas e discutidas. De acordo com Mochón 
(2004, p. 9), “a economia estuda a maneira como 
se administram os recursos escassos, com o ob-
jetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los 
para seu consumo entre os membros da socieda-
de” ou, então, “economia é a ciência que estuda 
a produção, a circulação, a distribuição e o con-
sumo”.
Economia é o estudo das leis econômicas 
indicadoras do caminho que devemos seguir a 
fim de aumentarmos a produtividade, melhoran-
do o padrão de vida das populações com o cor-
reto emprego dos recursos (SAMUELSON, 1975). 
A Economia só surgiu como ciência a partir 
do século XVIII, quando foram feitas grandes des-
cobertas técnicas e científicas que modificaram 
radicalmente o modo de produzir dos povos (Re-
volução Industrial). Desde então, a Economia foi 
se tornando cada vez mais importante (GUIMA-
RÃES, 1993).
Ela trata do bem-estar do homem e os ele-
mentos-chave da atividade econômica são: (a) 
os recursos produtivos (R); (b) as técnicas de pro-
dução (que transformam os recursos em bens e 
serviços – BS); (c) as necessidades humanas (NH) 
(MENDES, 2005).
Tem-se:
R → BS → NH
Portanto, podemos afirmar que a função da 
Economia como um todo é descrever, analisar, ex-
plicar e correlacionar o comportamento da pro-
dução, do desemprego, dos preços e dos fenôme-
nos semelhantes.
AtençãoAtenção
A Economia estuda a maneira como os 
homens e as sociedades decidem, com ou 
sem utilização do dinheiro, empregar re-
cursos produtivos escassos!
1.2 Classificação dos Bens
Tudo que é raro em relação às necessidades 
individuais ou coletivas deve ser economizado. 
Assim, tudo aquilo que é raro é um bem econô-
mico e tudo aquilo cuja abundância supera nos-
sas necessidades não é um bem econômico. O ar 
que respiramos, a areia do deserto, a água do mar 
e muitos outros bens não podem ser classificados 
como bens econômicos. São classificados como 
bens livres. A principal característica dos bens 
econômicos é sua carência, isto é, existem em 
menor quantidade do que as necessidades.
Devido a essa característica, os bens econô-
micos devem ser racionados. Isso pode ser feito 
através de um sistema de repartição autoritária 
ou – o que é mais frequente – cobrando-se um 
preço daqueles que desejam tais bens.
Devido à sua carência, os bens econômicos 
devem, geralmente, ser produzidos, quando en-
tão tomam a forma de serviços ou de bens ma-
teriais: o vendedor que realiza a venda de um de-
terminado produto (mercadoria) na loja participa 
na produção do bem econômico, assim como o 
operário que trabalhou na sua produção.
Fabricar algo, transpor e vendê-lo, ministrar 
uma aula, cortar o cabelo, entregar uma carta, 
tudo isso e mais uma infinidade de outras ativida-
des são atos de produção. Quem realiza atos de 
produção realiza uma atividade econômica.
Irma Filomena Lobosco
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A Economia como ciência social trata 
dos diferentes aspectos do comportamento 
humano que são ocupados pelas ciências so-
ciais, podendo ser caracterizados como ciên-
cias do comportamento ou ciências humanas. 
Elas compreendem áreas distintas, diferenciando, 
por sua natureza, os vários aspectos da ação do 
homem com o qual cada uma delas se envolve.
Em qualquer sociedade, os recursos ou fa-
tores de produção são escassos; contudo, as ne-
cessidades humanas são ilimitadas e sempre se 
renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre 
alternativas de produção e de distribuição dos re-
sultados da atividade produtiva aos vários grupos 
da sociedade.
Economia é a ciência social que estuda 
como o indivíduo e a sociedade decidem empre-
gar os recursos produtivos escassos na produção 
de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre 
as várias pessoas e grupos da sociedade, de forma 
a satisfazer as necessidades humanas. 
Consideradas elementos-chave da ativida-de econômica, as necessidades humanas se cons-
tituem na razão de ser (na força motivadora) da 
atividade econômica. Os desejos dos serem hu-
manos são ilimitados.
As diferentes necessidades humanas são, 
geralmente, agrupadas da seguinte forma:
1. fisiológicas: são as necessidades bá-
sicas da vida: água, comida, abrigo, ar, 
vestuário, descanso etc.;
2. segurança: as pessoas desejam estar, 
na medida do possível, seguras de que 
no futuro não lhes faltarão meios de sa-
tisfazer suas necessidades básicas. Ne-
cessitam, também, sentirem-se seguras 
quanto ao respeito e à estima dos de-
mais. No trabalho, as pessoas sentem 
necessidade de segurança quanto ao 
seu emprego, isto é, desejam ter certa 
garantia de que não serão dispensadas 
a qualquer momento;
1.3 A Economia como Ciência Social
3. sociais: consistem no desejo, que to-
dos sentem, de participar de vários 
grupos e de ser aceito por eles. Alguns 
desses grupos são: o familiar, grupos 
de escola, companheiros de trabalho;
4. estima: o indivíduo deseja ser mais do 
que um membro do seu grupo; neces-
sita de estima, afeto, amor, valorização 
e reconhecimento. A satisfação das 
necessidades de estima provoca senti-
mentos de autoconfiança;
5. autorrealização: está ligada ao desejo 
do ser humano de desenvolver e usar 
sua capacidade, suas aptidões e habili-
dades, bem como de realizar seus pla-
nos.
Pensando e observando a vida das pessoas, 
percebemos facilmente que as necessidades hu-
manas são limitadas quanto ao número. Logo que 
alguém consegue dinheiro para saciar sua fome e 
para vestir-se, já pensa em adquirir sua casa pró-
pria. Quando já tem a casa, quer decorá-la da me-
lhor maneira possível. Depois, surge a necessida-
de de convidar os amigos para conhecer a casa e 
ouvir os últimos CDs adquiridos.
À medida que vão se satisfazendo as ne-
cessidades, outras vão surgindo: carros, viagens, 
cursos, roupas da moda, emprego melhor e assim 
por diante.
Economia Positiva e Economia Normativa
Toda ciência deve seguir critérios para que 
possa ser considerada aceitável na comunidade 
científica. Assim, a teoria econômica, que apre-
senta um grande desenvolvimento nos últimos 
séculos, necessidade de ferramentas para sua 
análise.
Economia
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De acordo com Vasconcellos (2002, p. 32):
a teoria econômica utiliza-se de argu-
mentos positivos (economia positiva) e 
argumentos normativos (economia nor-
mativa). A economia normativa contém 
um juízo de valor, subjetivo, e a economia 
positiva é o conjunto de conhecimentos 
objetivos, que respeita todos os cânones 
científicos.
Quando se diz que deveria ocorrer uma me-
lhoria na distribuição de renda, expressa-se um 
juízo de valor, pois é uma crença que é uma coi-
sa boa ou má. Esse exemplo é um argumento da 
economia normativa. Já a economia positiva au-
xiliará a identificar o instrumento de política eco-
nômica adequado à diminuição da concentração 
de renda, como, por exemplo, política salarial ou 
política tributária, que avaliará os aspectos positi-
vos e negativos.
1.4 A Economia e suas Relações
A Economia faz fronteira com outras impor-
tantes disciplinas, tais como: sociologia, psicolo-
gia, antropologia, administração, contabilidade, 
estatística e matemática. Para a interpretação de 
registros históricos, são necessários os instrumen-
tos analíticos, porque os fatos não “contam com 
sua própria história”, mas possuem grande impor-
tância.
Caro(a) aluno(a), Vasconcellos (2002, p. 33) 
procurou estabelecer os pontos de contato entre 
a teoria econômica e outras áreas do conheci-
mento:
Na chamada pré-economia, antes da Re-
volução Industrial do século XVIII, que 
corresponde ao período da Idade Média, 
a atividade econômica era vista como 
parte integrante da Filosofia, Moral e Éti-
ca. A Economia era orientada por princí-
pios morais e de justiça. O início do es-
tudo sistemático da Economia coincidiu 
com os grandes avanços na área de Física 
e Biologia nos séculos XVIII e XIX. Com o 
passar do tempo, predominou uma con-
cepção humanística, que coloca em pla-
no superior os móveis psicológicos da 
atividade humana. A Economia é por ex-
celência uma ciência social, pois objetiva 
a satisfação das necessidades humanas. 
Muitos avanços obtidos na Teoria Eco-
nômica advieram da pesquisa histórica, 
pois a História facilita a compreensão do 
presente, e ajuda nas previsões para o fu-
turo, com bases nos fatos do passado. Há 
também uma grande conexão entre Eco-
nomia e Geografia, pois esta permite ava-
liar também questões como as condições 
geoeconômicas dos mercados regionais, 
a concentração espacial dos fatores pro-
dutivos, a localização de empresas, a 
composição setorial da atividade econô-
mica, muito úteis à análise econômica. 
Aponta ainda a relação entre Economia 
e Política, pois, nesse sentido a atividade 
econômica subordina-se à estrutura ao 
regime político do país.
Como você sabe, e vimos na citação ante-
rior, a esse respeito Vasconcellos e Garcia (2010, p. 
10) afirmam que,
apesar de ser uma ciência social, a Eco-
nomia é limitada pelo meio físico, dado 
que os recursos são escassos, e se ocu-
pa de quantidades físicas e das relações 
entre essas quantidades. Daí surge a ne-
cessidade da utilização da Matemática 
e da Estatística como ferramentas para 
estabelecer relações entre variáveis eco-
nômicas. Por exemplo, a relação entre o 
consumo nacional está diretamente re-
lacionada com a renda nacional e pode 
ser representada da seguinte forma: C = 
ƒ(RN) e ΔC / ΔRN > 0. Diz que o consumo 
(C) é uma função (ƒ) da renda nacional 
(RN) e dada uma variação da renda nacio-
nal (ΔRN), terá uma variação diretamente 
proporcional (na mesma direção) do con-
sumo agregado (ΔC).
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Como as relações econômicas não são 
exatas, mas probabilísticas, recorre-se à 
Estatística. Por exemplo: C = 2pr, onde C 
= comprimento da circunferência, p = le-
tra grega PI e r = radianos, é uma relação 
matemática exata qualquer que seja o 
comprimento da circunferência. Em eco-
nomia tratamos de leis probabilísticas.
1.5 O Problema Econômico
O problema econômico está centralizado 
no fato de que os recursos disponíveis ao homem 
para produzir bens e serviços são limitados, escas-
sos, mas a necessidade ou desejo desses bens e 
serviços varia e é insaciável (MENDES, 2005, p. 3).
A ciência econômica procura resolver esse 
problema, atribuindo um grau de importância a 
cada necessidade e sugerindo a canalização dos 
recursos para a satisfação das necessidades mais 
urgentes. Um indivíduo deve satisfazer suas ne-
cessidades, porém o alimento cotidiano e o lazer 
não têm a mesma importância. De que adianta o 
indivíduo andar vestido de acordo com a última 
moda se tem dificuldades em se alimentar? Tam-
bém não têm a mesma importância a necessida-
de de pagar a educação dos filhos e o desejo de 
comprar um carro.
O dinheiro que um indivíduo dispõe serve 
para muita coisa quando é abundante. Como, 
em geral, o dinheiro é escasso, é preciso utilizá-lo 
muito bem, para que seja suficiente para o mais 
importante, ao mesmo tempo em que se procura 
melhorar a situação.
Um país também tem muitas necessidades: 
estradas, represas, hospitais, escolas, fábricas etc. 
Diante da elevada quantidade de necessidades, o 
governo, geralmente, sente a falta de recursos. É 
preciso classificá-las segundo sua importância e, 
em seguida, canalizar para as prioritárias os recur-
sos disponíveis.
AtençãoAtenção
A Economia é a ciência da escassez ou das 
escolhas.
Por escassez, entende-se a situação em que 
os recursos são limitados e podem ser utilizados 
de diferentes maneiras, de tal modo que devemos 
sacrificar uma coisa por outra. A seguir, apresen-tam-se situações de escassez comuns no dia a dia:
ƒƒ uma quantidade limitada de recursos 
(dinheiro) para consumir alimentos 
ofertados nos supermercados exige a 
escolha entre a compra de determina-
das mercadorias (comprar unidades a 
mais de um produto e a menos de ou-
tro);
ƒƒ tempo limitado para ler um livro que 
exige algumas horas de dedicação im-
plica ter menos horas para se dedicar a 
outras atividades, como, por exemplo, 
assistir a um filme no cinema;
ƒƒ na empresa, uma máquina tem capaci-
dade para produzir dois diferentes pro-
dutos e exige decisão de qual deles irá 
produzir a mais ou a menos.
Para Vasconcellos (2002, p. 22),
todas as sociedades, qualquer que seja 
seu tipo de organização econômica ou 
regime político, são obrigadas a fazer 
opções, escolhas entre alternativas, uma 
vez que os recursos não são abundantes. 
Elas são obrigadas a fazer escolhas sobre 
O QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM 
produzir.
O QUE E QUANTO PRODUZIR? A socieda-
de é responsável por decidir se produz mais bens 
de consumo ou bens de capital, como, por exem-
plo, se quer produzir mais armas de fogo ou mais 
Economia
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manteiga? Em que quantidade? Os recursos de-
vem ser dirigidos para a produção de mais bens 
de consumo ou bens de capital? Dada a escassez 
de recursos de produção, a sociedade escolhe-
rá, dentro das possibilidades de produção, quais 
produtos serão produzidos e as respectivas quan-
tidades a serem fabricadas.
COMO PRODUZIR? Essa questão é relacio-
nada à eficiência produtiva. Serão utilizados mé-
todos de produção de capital intensivos? Ou mão 
de obra intensiva? A sociedade escolherá quais 
recursos de produção serão utilizados para a pro-
dução de bens e serviços, considerando o nível 
tecnológico existente. Isso depende da disponi-
bilidade de recursos de cada país. Geralmente, a 
concorrência entre os diferentes produtores de-
cide como vão ser produzidos os bens e serviços, 
considerando os métodos mais eficientes e que 
tiverem o menor custo de produção possível.
PARA QUEM PRODUZIR? A sociedade deve 
decidir quais os setores que participarão da distri-
buição dos resultados de sua produção: trabalhado-
res, capitalistas ou proprietários de terra? Agricultura 
ou indústria? Mercado interno ou mercado externo? 
Região Norte ou Sul? É a distribuição da renda gera-
da pela atividade econômica.
Por que são problemas? Porque decorrem 
de um problema fundamental, que é a escassez 
de recursos.
Como esses problemas são resolvidos? Isso 
depende de como a sociedade está organizada 
politicamente
Existem duas formas principais de organiza-
ção econômica:
1. economia de mercado (ou descentrali-
zada, tipo capitalista);
2. economia planificada (ou centralizada, 
tipo socialista).
1.6 Sistemas Econômicos
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 2), 
um sistema econômico pode ser definido como
a forma política, social e econômica pela 
qual está organizada uma sociedade. É 
um particular sistema de organização da 
produção, distribuição e consumo de to-
dos os bens e serviços que as pessoas uti-
lizam buscando uma melhoria no padrão 
de vida e bem-estar.
As economias de mercado podem ser anali-
sadas por dois sistemas:
ƒƒ sistema de concorrência pura (sem 
a interferência do governo): perfeita-
mente competitivo, predomina o lais-
sez-faire: milhares de produtores e mi-
lhões de consumidores têm condições 
de resolver os problemas econômicos 
fundamentais (o que e quanto, como e 
para quem produzir), guiados por uma 
“mão invisível”, mediante o mecanismo 
de preços que promove o equilíbrio nos 
vários mercados. 
 • Se houver excesso de oferta 
(ou escassez de demanda), as 
empresas formarão estoques e 
serão obrigadas a diminuir seus 
preços para vender a produção, 
até que se atinja um preço sa-
tisfatório para os estoques;
 • Se houver excesso de demanda 
(ou escassez de oferta), existirá 
concorrência entre os consu-
midores pelos escassos bens 
disponíveis. O preço tende a 
aumentar, até que se atinja um 
nível de equilíbrio em que não 
Irma Filomena Lobosco
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14
Mercado de bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Demanda
Oferta
EmpresasFamílias
Demanda
Oferta
mais existirão consumidores 
em espera;
ƒƒ sistema de mercado misto: atuação 
do governo para eliminar as distorções 
alocativas e distributivas de recursos e 
promover a melhoria do padrão de vida 
de coletividade, das seguintes formas:
 • atuação sobre a formação de 
preços via impostos, subsídios, 
tabelamentos, fixação de salá-
rio-mínimo, preços mínimos, 
taxa de câmbio;
 • compra de bens e serviços do 
setor privado;
 • fornecimento de bens públicos 
que não são vendidos no mer-
cado: educação, justiça, segu-
rança. É aquele bem que não 
apresenta rivalidade em seu 
consumo;
 • fornecimento de serviços pú-
blicos: iluminação, água, sanea-
mento básico, transporte etc.;
 • investimento em infraestrutura 
básica (energia, estradas etc.), 
o qual a iniciativa privada não 
tem recursos financeiros de as-
sumir.
No funcionamento de uma economia cen-
tralizada ou planificada, a propriedade dos recur-
sos é do Estado. Os meios de produção incluem 
máquinas, edifícios, residências, terra, matérias-
-primas. Os meios de sobrevivência pertencem 
aos indivíduos (roupas, carros, televisores etc.). 
A forma de resolver os problemas econômicos 
fundamentais é decidida por uma agência ou ór-
gão central de planejamento e não pelo mercado 
(VASCONCELLOS, 2002).
Os Agentes Econômicos 
No funcionamento do sistema econômico 
de uma economia de mercado que não tenha 
interferência do governo e não tenha transações 
com o exterior (economia fechada), os agentes 
econômicos são as famílias (unidades familiares) 
e as empresas (unidades produtoras).
As famílias são as proprietárias dos fatores 
de produção e os fornecem às unidades de produ-
ção (empresas), por meio do mercado dos fatores 
de produção. Consequentemente, as empresas, 
através da combinação dos fatores de produção, 
produzem bens e serviços e os fornecem às famí-
lias por meio do mercado de bens e serviços.
Observe caro(a) aluno(a) as figuras a seguir. 
Esse fluxo é denominado de Fluxo Real da 
Economia, conforme apresentado na Figura 1. 
DicionárioDicionário
Agente Econômico: indivíduos, grupos de indiví-
duos ou organismos que constituem, do ponto de 
vista dos movimentos econômicos, os centros de 
decisão e de ações fundamentais.
Fonte: Economianet (2011).
Figura 1 – Fluxo real da economia.
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2010).
Economia
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15
No mercado de bens e serviços, as famílias 
demandam bens e serviços, enquanto as empre-
sas os ofertam; no mercado de fatores de produ-
ção, as famílias ofertam os serviços dos fatores de 
produção, que são de sua propriedade, enquanto 
as empresas os demandam.
Pagamentos dos bens e serviços
Remuneração dos fatores de produção
EmpresasFamílias
EmpresasFamílias
Mercado de bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Cabe ressaltar que o fluxo real da economia 
só é possível com a moeda, que é utilizada para 
remunerar os fatores de produção e para o paga-
mento dos bens e serviços.
Assim, paralelo ao fluxo real, temos um flu-
xo monetário da economia (Figura 2).
Figura 2 – Fluxo monetário da economia.
Finalmente, o fluxo circular de renda é a 
união dos fluxos real e monetário da economia 
(Figura 3).
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2010).
Figura 3 – Fluxo circular de renda. 
 Fonte: Fontes, Ribeiro e Santos (2010). Fluxo monetário
Fluxo real (bens e serviços)
Irma Filomena Lobosco
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16
As forças de ofertae da demanda atuam em 
cada um dos mercados para determinar o preço. 
Portanto, no mercado de bens e serviços, formam-
-se os preços de bens e serviços; no mercado de 
fatores de produção, formam-se os preços dos fa-
tores de produção: salários, juros, aluguéis, lucros, 
royalties etc. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
1.7 Recursos ou Fatores (Meios) de Produção
Os recursos econômicos, que constituem 
a base de qualquer economia, são os meios uti-
lizados pela sociedade para a produção de bens 
e serviços que irão satisfazer as necessidades hu-
manas.
As três características dos recursos econô-
micos são:
a) escassos em sua quantidade (ou seja, 
limitados), representados por uma si-
tuação na qual os recursos podem ser 
utilizados na produção de diferentes 
bens e serviços;
b) versáteis, pois podem ser aproveitados 
em diversos usos;
c) podem ser combinados em propor-
ções variáveis na produção de bens e 
serviços.
Quanto à classificação, os recursos podem 
ser agrupados em:
a) recursos naturais: todos os bens eco-
nômicos na produção e que são obti-
dos diretamente da natureza;
b) recursos humanos: toda atividade hu-
mana (esforço físico e/ou mental) utili-
zada na produção de bens e serviços;
c) capital: todos os bens materiais pro-
duzidos pelo homem e que são utiliza-
dos na produção. O fator capital inclui 
o conjunto de riquezas acumuladas por 
uma sociedade e é com essas riquezas 
que um país desenvolve suas atividades 
de produção. Entre os principais grupos 
de riquezas acumuladas por uma socie-
dade, estão os seguintes:
 • infraestrutura econômica: trans-
portes; telecomunicações; energia;
 • infraestrutura social: sistemas de 
água e saneamento, educação, cul-
tura, segurança, saúde, lazer e es-
portes;
 • construções e edificações de 
modo geral, sejam públicas ou pri-
vadas;
 • equipamentos de transporte: 
caminhões, ônibus, utilitários, lo-
comotivas, vagões, embarcações, 
aeronaves;
 • máquinas e equipamentos: são 
utilizados nas atividades de extra-
ção, transformação, prestação de 
serviços, na indústria de construção 
e nas atividades agrícolas;
 • matérias-primas ou insumos: 
energia elétrica, óleo diesel, gás, co-
rantes, matérias químicas para a in-
dústria; ou sementes, fertilizantes, 
inseticidas, herbicidas, fungicidas, 
vacinas, rações e combustíveis na 
agricultura, entre outros.
 
Caro(a) aluno(a), Mendes (2005, p. 5) nos in-
forma que
alguns autores consideram também 
como mais um tipo de recurso o em-
preendedorismo, que é o esforço uti-
lizado para coordenar a produção, dis-
tribuição e venda de bens e serviços, ou 
seja, para organizar os recursos naturais, 
humanos e o capital. Um empreendedor 
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17
POSSIBILIDADES
PRODUÇÃO DE GUARANÁ
(milhões de litros/mês)
PRODUÇÃO DE CDs
(milhões de unidades/mês)
A
B
C
D
E
F
30
28
24
18
10
0
0
1
2
3
4
5
toma decisões de negócios, assume os 
riscos oriundos dessas decisões, compro-
mete tempo e dinheiro com um negócio 
sem nenhuma garantia de lucro.
Curva de Possibilidades de Produção
Você sabia que levando em consideração 
que, em cada dia útil de trabalho, cerca de 80 mi-
lhões de pessoas produzem uma variedade de 
bens e serviços avaliada em, aproximadamente, 
R$ 4 bilhões1? 
A quantidade de bens e serviços que pode 
ser produzida é limitada por nossos recursos dis-
poníveis e pela tecnologia que dominamos.
De acordo com Mendes (2005, p. 8),
na escolha dos bens e serviços que de-
vem ser produzidos, a primeira provi-
dência é determinar quais combinações 
de bens e serviços são possíveis, levando 
em consideração duas restrições: (a) que 
a quantidade de recursos produtivos é 
determinada (limitada); (b) que o nível de 
1 Avaliada em aproximadamente 4 bilhões a quantidade de bens e serviços.
tecnologia disponível também é deter-
minado, ou seja, naquele momento, não 
é possível fazer uma mudança tecnoló-
gica. Esse limite é descrito pela curva ou 
fronteira de possibilidade de produção.
A decisão das empresas a princípio pode 
não estar relacionada com a maximização do lu-
cro: algumas visam à reputação de longo prazo, 
ao aumento da participação no mercado. Entre-
tanto, o meio para alcançar tais objetivos é fazê-
-lo vendendo o bem a um preço baixo por certo 
tempo. Nessa ação a empresa prejudica a lucrati-
vidade no momento presente, mas contribui para 
obter maior lucro no futuro, atraindo um número 
maior de clientes. 
Caro(a) aluno(a), a seguir, ilustra-se, na Ta-
bela 1, a curva de possibilidade de produção de 
dois produtos num determinado momento, con-
siderando, assim, que a quantidade produzida de 
todos os demais bens e serviços é mantida cons-
tante; admitindo dois produtos que a maioria 
dos estudantes adquire: guaraná e CDs (MENDES, 
2005). 
Tabela 1 – Seis pontos hipotéticos sobre a fronteira de possibilidades de produção. 
Fonte: Mendes (2005, p. 7).
Irma Filomena Lobosco
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18
Figura 4 – A curva de possibilidades de produção.
U
Carros
Camisas
Produção eficiente 
Unindo-se os pontos, obtém-se a chama-
da ‘curva das possibilidades de produção’ 
ou curva de transformação, à medida que 
se passa do ponto A para B, de B para C 
e assim por diante, até D, em que se es-
tarão transformando carros em camisas. 
O pleno emprego é definido por uma 
situação em que os recursos disponíveis 
estão sendo plenamente utilizados na 
produção de bens e serviços, garantin-
do o equilíbrio econômico das ativida-
des produtivas. (PINHO; VASCONCELLOS, 
2011, p. 13). 
A eficiência de produção é alcançada se 
não pudermos produzir mais de um produto sem 
produzir menos de algum outro bem. Uma eco-
nomia poderia estar produzindo abaixo da curva 
de possibilidade de produção por uma das duas 
seguintes razões:
a) os recursos não estão sendo emprega-
dos plenamente;
b) os recursos estão sendo utilizados de 
maneira ineficiente. 
Mudança na curva de possibilidade de produção
Considerando a necessidade de crescimen-
to econômico de um país como o Brasil em vir-
tude do crescimento populacional elevado, con-
forme dados do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE)2, e admitindo-se que a produ-
ção já seja eficiente, como seria possível produ-
zir mais de ambos os produtos? Como é possível 
deslocar para a direita a curva de possibilidade de 
produção? 
De acordo com a curva de possibilidade de 
produção, a opção de produção disponível com 
um dado conjunto de recursos produtivos deve 
deslocar a curva de possibilidade de produção 
para a direita (crescimento econômico). Se uma 
economia utilizar mais recursos naturais, huma-
nos, capital e habilidades empreendedoras, ela 
poderá, como um todo, produzir mais de cada um 
dos bens e serviços. Esse mesmo resultado pode 
ser alcançado se novas tecnologias forem desen-
volvidas, de tal modo que a produtividade dos fa-
tores aumente.
O formato de curva é explicado pelo concei-
to de custo de oportunidade, que é um dos prin-
2 Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento 
da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). O Censo 
2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas 
urbanas, agora são 84% (IBGE, 2012).
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19
cípios fundamentais para a análise econômica. 
Por princípio, entende-se uma simples, mas evi-
dente, verdade que a maioria das pessoas enten-
de e aceita (MENDES, 2005).
Saiba maisSaiba mais
Análise econômica é a aplicação à realidade econô-
mica do método científico de decomposiçãoem ele-
mentos mais facilmente compreensíveis que o todo, 
visando a inseri-los em um esquema explicativo.
Figura 5 – Crescimento econômico.
 Alimentos 
 
Máquinas (milhares) (toneladas) 
1.8 O Princípio do Custo de Oportunidade
Incorpora a noção de que sempre enfren-
tamos a situação de escolher entre duas ou mais 
opções e de que temos que optar por uma coisa 
(um produto, por exemplo) em detrimento de ou-
tra, visto que os recursos são limitados e podem 
ser utilizados em diferentes alternativas.
Conforme Guimarães e Gonçalves (2010, 
p. 10) o custo de oportunidade é: “Para o econo-
mista, é o valor do melhor uso alternativo dessa 
coisa.” 
Saiba maisSaiba mais
O custo de estudar em tempo integral
Consideremos um estudante de medicina de uma 
universidade pública que tem todo o seu tempo ocu-
pado com os estudos. No Brasil, os alunos não pagam 
para estudar em universidades públicas. Dado que o 
estudante não paga, isso significa que estudar não im-
plica custos para ele?
Mesmo se os livros saíssem de graça, a resposta ainda 
seria não, pois se o jovem tivesse optado por trabalhar 
em vez de destinar todo seu tempo à faculdade de 
medicina, ele estaria recebendo algum salário. Esse sa-
lário, multiplicado pelos anos na faculdade, é o custo 
de oportunidade total de estudar. Por sua vez, o be-
nefício dessa escolha é que seu salário como médico, 
depois de formado, será provavelmente bem mais alto 
do que seria sem a formação. Outro benefício pessoal 
é o prazer de aprender medicina (GUIMARÃES; GON-
ÇALVES, 2010).
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20
A palavra ‘riqueza’ lembra uma grande 
quantidade de bens econômicos ou dinheiro. Em 
Economia, qualquer bem útil, acessível e limita-
do recebe o nome de riqueza.
Utilidade é a qualidade que possuem os 
bens econômicos de satisfazer as necessidades 
humanas. O bem, porém, só é útil quando de-
sejado pelo homem. Utilidade, portanto, é um 
conceito mais subjetivo que objetivo. O grau de 
utilidade de um bem depende da necessidade 
de cada indivíduo. Um bem pode ser útil para al-
guém e não o ser para outra pessoa.
Pinho e Vasconcellos (2011, p. 11) definem 
utilidade como “a capacidade que tem um bem 
de satisfazer uma necessidade humana.”
Valor é a medida da utilidade econômica. 
Existem dois tipos:
1.9 Riqueza, Utilidade e Valor
ƒƒ valor de uso: é a utilidade que um bem 
tem para nós pessoalmente. É conheci-
do também como valor de estima;
ƒƒ valor de troca: é o valor que um bem 
tem no sentido de poder ser trocado 
por outro. É o valor de mercado do 
bem.
 
Desse modo, um bem pode ser de grande 
valor de uso e de nenhum valor de troca, como 
um álbum de fotos de família, por exemplo.
O valor das coisas é determinado por um 
conjunto de fatores; o trabalho e a utilidade são 
apenas dois dos fatores constitutivos desse valor. 
Além desses, existem outros elementos sociais, 
políticos, psicológicos, estéticos etc.
1.10 Bens e Serviços
1.11 Setores Econômicos
Os produtos devem ser classificados segun-
do sua natureza e seu destino. Segundo a nature-
za, os produtos gerados no processo produtivo se 
classificam em bens (B) e serviços (S).
Os bens são produtos tangíveis oriundos 
das atividades dos setores primário, secundário e 
terciário de produção. Já os serviços são os pro-
dutos intangíveis, resultantes das atividades ter-
ciárias de produção.
Segundo o destino, os produtos podem ser 
classificados em: bens e serviços de consumo du-
ráveis ou de uso imediato; bens e serviços inter-
mediários (matérias-primas ou insumos para se-
rem transformados em bens de consumo); bens e 
serviços de produção (bens de capital).
Mendes (2005, p. 11) afirma que “de acordo 
com a intensidade de uso dos recursos, são classi-
ficadas as atividades de produção”, os chamados 
setores da Economia, a seguir:
a) setor primário: agricultura, pecuária, 
extração vegetal;
b) setor secundário: indústria extrativa 
mineral, indústria de transformação, in-
dústria da construção;
Economia
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21
c) setor terciário: comércio, comunica-
ções, intermediação financeira, imo-
biliárias, hospedagem e alimentação, 
reparação e manutenção, serviços pes-
soais, outros serviços, como assistência 
à saúde, educação, cultura, lazer, culto 
religioso e governos federal, estaduais e 
municipais.
Mendes (2005) esclarece que, de modo ge-
ral, o setor primário utiliza mais intensivamente o 
fator terra; o setor secundário ou setor industrial 
utiliza o fator capital; e o setor terciário, o fator tra-
balho.
AtençãoAtenção
O problema fundamental de qualquer economia 
reside na seguinte questão: diante das necessi-
dades humanas, que são variadas e insaciáveis, e 
os recursos, que são limitados e versáteis, como 
combiná-los para satisfazer ao máximo as neces-
sidades da sociedade?
1.12 Divisão da Economia
1.13 Método
A bifurcação da ciência econômica nesses 
dois grandes ramos, isto é, a macroeconomia e a 
microeconomia, data dos primórdios da década 
de 1930. Ambas giram em torno do problema da 
limitação e do caráter finito dos recursos produti-
vos em face das necessidades vitais e da civiliza-
ção, infinitas e ilimitadas, subjacentes ao ser hu-
mano, problemática essa que embasa e justifica 
a razão da existência da Economia como ciência.
a) Microeconomia ou teoria de forma-
ção de preços: estuda os problemas 
econômicos do indivíduo, da família e 
da empresa;
b) Macroeconomia: se envolve com os 
grandes problemas, em seus setores, no 
aspecto global ou seus agregados.
a) Indutivo: partimos da análise, observa-
ção e pesquisa de fatos individuais para 
obtermos uma conclusão, um ensina-
mento, uma lei ou verdade universal.
b) Dedutivo: obtemos de leis e verdades 
universais experiências, ensinamentos, 
verdades ou leis de caráter particular, 
contidas naqueles princípios.
c) Psicológico: buscamos, na psicologia, 
a explicação sobre determinadas for-
mas de comportamento da população. 
Exemplo: boatos (força dos comentá-
rios).
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22
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você estudou os conceitos fundamentais de Economia e foi levado(a) à reflexão 
sobre as questões econômicas cotidianas, tomando como base do objeto da ciência econômica: escolha, 
escassez, necessidades, recursos, produção e distribuição.
Desde os primeiros estudos, a Economia trata do bem-estar do homem, tendo como elementos-
-chave da atividade econômica os recursos produtivos e as técnicas de produção que transformam os 
recursos em bens e serviços para atender às necessidades humanas.
Aprendeu que tudo que é raro em relação às necessidades individuais ou coletivas deve ser econo-
mizado. Portanto, tudo que é raro é um bem econômico.
Também pôde compreender a economia como uma Ciência Social que se relaciona com o com-
portamento e as necessidades humanas, agrupadas em: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autor-
realização, sendo que o problema econômico fundamental está centralizado nos recursos limitados para 
atender às necessidades humanas ilimitadas. Assim, a Economia é a ciência da escassez ou das escolhas.
As sociedades são obrigadas a fazer as escolhas sobre o que e quanto, como e para quem produzir, 
e cabe aos sistemas econômicos organizar a produção, distribuição e consumo de todos os bens e servi-
ços que as pessoas utilizam em busca do melhor padrão de vida e bem-estar.
Viu ainda relacionados os agentes econômicos que participam do Fluxo Real da Economia, que em 
paralelo impulsionam o Fluxo Monetário, resultando no Fluxo Real Monetário da Economia.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1.14 Resumo do Capítulo
1.15 Atividades Propostas
1. Por que os problemas econômicos fundamentais(o que, como e para quem produzir) são 
originados da escassez de recursos produtivos?
2. Os problemas econômicos fundamentais (o que, como e para quem produzir) existem:
a) Somente nas sociedades de economia centralizada do tipo socialista.
b) Somente nas sociedades de “livre empresa” ou capitalista, nas quais o mercado é o único 
responsável para responder ao problema.
c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de 
organização política.
d) Somente nas sociedades subdesenvolvidas.
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23
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO 
ECONÔMICO2
Neste capítulo da disciplina de Economia, 
você conhecerá a história da origem da Ciência 
Econômica.
Como podemos precisar, quando e onde 
essa importante ciência, que é a Economia, teve 
seu início?
Faremos um rápido resgate da origem do 
interesse pela Economia e os problemas dela de-
correntes que sempre despertaram a atenção dos 
povos; mas o estudo sistemático da Economia é 
relativamente recente. Certamente, em todas as 
épocas da história universal, as pequenas comu-
nidades e as grandes nações procuraram resol-
ver eficientemente seus problemas de natureza 
econômica. Mas, só a partir do século XVIII é que 
a Economia despontou como ciência. No século 
XIX, seu progresso foi extraordinário e, nas últi-
mas décadas do século XX, seu estudo ganhou 
novo e inesperado impulso (ROSSETTI, 2003).
Inicialmente, pode-se assinalar que esse 
crescente interesse tem muito a ver com a eclo-
são das Grandes Guerras de 1914-1918 e de 
1939-1945 e com a crise econômica que abalou 
o mundo ocidental na década de 1930. Muitos 
instrumentos de análise econômica foram de-
senvolvidos durante as guerras, com o objetivo 
de se conhecer em profundidade a estrutura dos 
sistemas nacionais de produção, como apoio de 
retaguarda aos esforços da guerra. Depois, nos in-
tervalos das guerras, as nações ocidentais, abala-
das pela Grande Depressão, se voltaram para o es-
tudo dos elementos determinantes do equilíbrio 
econômico, interessadas no restabelecimento da 
normalidade e na rápida reabsorção das massas 
desempregadas.
Keynes (1936), intitulado como notável 
economista inglês, a quem pode ser atribuída a 
formulação teórica da moderna análise macroe-
conômica, registrou que o mundo estava excep-
cionalmente ansioso por um diagnóstico mais 
bem fundamentado, pronto a aceitá-lo e desejoso 
de experimentá-lo.
Assim, praticamente durante toda a pri-
meira metade do século a Grande Depressão e as 
Grandes Guerras aproximariam as reflexões teóri-
cas dos economistas às soluções práticas dos esta-
distas. A Grande Depressão abalou todo o sistema 
econômico do Ocidente. Nos anos de 1929-1933, 
o desemprego se alastrara de forma incontrolável 
e, durante as Grandes Guerras, o esforço de mo-
bilização tecnológica e industrial veio demonstrar 
a correlação definitiva entre o poder militar e o 
poder econômico. A depressão dos anos 1930 re-
duziu drasticamente o Produto Nacional (PN) das 
economias atingidas, reduzindo-o pela metade: 
os Estados Unidos, que produziam mais de 115 bi-
lhões de dólares em 1929, atingiram apenas 55 bi-
lhões em 1933, época que cerca de ¼ de sua força 
de trabalho ficou desempregada. De outro lado, 
as Grandes Guerras também viriam comprometer 
a atividade econômica normal. Em 1945, no auge 
do esforço militar, cerca de 55% da capacidade in-
dustrial do mundo estava destinada à produção 
de armamentos.
Saiba maisSaiba mais
Depressão de 1930: fase do Ciclo Econômico, ca-
racterística das economias capitalistas, marcada pela 
diminuição da produção, uma tendência à baixa dos 
preços e ao aumento do desemprego.
Fonte: Economianet (2011).
Irma Filomena Lobosco
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24
Mas, além dessas causas do crescente in-
teresse pela Economia, há uma terceira causa de 
alta significação, que se fez notar, sobretudo, no 
pós-guerra. Trata-se da preocupação básica do 
século XX em torno da ideia do desenvolvimento 
econômico. De fato, tão logo terminou a Segun-
da Grande Guerra, o mundo todo se viu às voltas 
com um fenômeno de dimensões inesperadas 
– o grande despertar dos povos subdesenvolvi-
dos. Esse despertar, motivado pela facilitação das 
comunicações internacionais, evidenciou os con-
trastes do atraso e da afluência, transformando-
-se numa das mais notáveis características dos 
últimos anos da década de 1940 e, sobretudo, 
até os anos 1970. A perseguição obstinada do 
desenvolvimento econômico, por mais de 2/3 da 
população da Terra, passaria a ser fundamental da 
economia do pós-guerra.
Caro(a) aluno(a), Rossetti (2003, p. 73) infor-
ma-nos a esse respeito que 
no final do século XX, os habitantes do 
mundo subdesenvolvido empenharam-
-se numa mobilização sem precedentes, 
com vistas a um gigantesco alvo: a cons-
trução de uma nova sociedade e de uma 
nova economia, para possibilitar a uni-
versalização das condições do bem-estar, 
através da aceleração de seu progresso 
material.
Para Vasconcellos e Garcia (2010, p. 14), “en-
contramos na evolução do pensamento econô-
mico o consenso de que a Teoria Econômica, de 
forma sistematizada, iniciou-se quando foi publi-
cada a obra de Adam Smith A riqueza das nações, 
em 1776.” 
2.1 Antiguidade
2.2 Mercantilismo
Na Antiguidade, encontramos, na Grécia, as 
primeiras referências conhecidas de Economia no 
trabalho de Aristóteles (384-322 a.C.), em seus es-
tudos sobre aspectos de administração privada e 
finanças públicas. Também são encontradas algu-
mas considerações de ordem econômica nos es-
critos de Platão (427-347 a.C.) e Xenofonte (440-
335 a.C.).
Foi a partir do século XVI que observamos 
o nascimento dessa primeira escola econômica: o 
mercantilismo. Mesmo sem representar um con-
junto técnico homogêneo, são explícitas as preo-
cupações sobre a acumulação de riquezas de uma 
nação. São presentes alguns princípios de como 
fomentar o comércio exterior e entesourar rique-
zas, bem como o acúmulo de metais adquire uma 
grande importância, de acordo com os relatos so-
bre a moeda. O mercantilismo considerava que o 
governo de um país seria mais forte e poderoso 
quanto maior fosse seu estoque de metais precio-
sos, estimulou guerras e praticou o nacionalismo, 
que manteve a poderosa e constante presença do 
Estado em assuntos econômicos.
Economia
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25
Uma escola de pensamento francesa, a fi-
siocracia, do século XVIII, elaborou trabalhos 
importantes que sustentavam que a terra era a 
única fonte de riqueza e que havia uma ordem 
natural que fazia com que o universo fosse regido 
por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, 
desejadas pela Providência Divina para a felicida-
de dos homens. O trabalho de maior destaque foi 
o do Dr. Fraçois Quesnay, autor da obra Tableau 
économique, o primeiro a dividir a Economia em 
setores, mostrando a inter-relação deles. Wassily 
Leontief (1940), economista russo, naturalizado 
norte-americano, da Universidade de Harvard, 
aperfeiçoando o trabalho de Quesnay, o transfor-
mou no sistema de circulação monetária input-
-output.
A fisiocracia surgiu como reação ao mercan-
tilismo, pois considerava desnecessária a regula-
2.3 Fisiocracia
mentação governamental, considerando a lei da 
natureza suprema e que tudo o que fosse contra 
ela seria derrotado, sendo que a função do sobe-
rano era servir de intermediário para que as leis 
da natureza fossem cumpridas. 
A riqueza consistia em bens produzidos 
com o auxílio da natureza (fisiocracia significa 
“regras da natureza”), em atividades econômicas 
como a lavoura, a pesca e a mineração. Portanto, 
estimulava-se a agricultura e exigia-se que as pes-
soas empenhadas no comércio e nas finanças fos-
sem reduzidas ao menor número possível.Em um 
mundo constantemente ameaçado pela falta de 
alimentos, com excesso de regulamentação e in-
tervenção governamental, a situação não se ajus-
tava às necessidades da expansão econômica. Só 
a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza.
2.4 Os Clássicos
Adam Smith (1723-1790)
Em sua visão harmônica do mundo real, 
acreditava que, se deixasse atuar a livre concor-
rência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à 
perfeição. Afirmou que todos os agentes, em sua 
busca de lucrar o máximo, acabam promovendo 
o bem-estar de toda a comunidade e que a defesa 
do mercado, como regulador das decisões econô-
micas de uma nação, traria muitos benefícios para 
a coletividade, independentemente da ação do 
Estado. É o princípio do liberalismo. 
Considerado o precursor da moderna teoria 
econômica, colocada como um conjunto científi-
co sistematizado, com um corpo teórico próprio, 
já era um renomado professor quando publicou 
sua obra A riqueza das nações, em 1776. O livro 
é um tratado muito abrangente sobre questões 
econômicas, que vão desde as leis de mercado e 
aspectos monetários até a distribuição do rendi-
mento da terra (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
Para ele, a causa da riqueza das nações é 
o trabalho humano, a qual denominava teoria 
do valor-trabalho, que tem, como fator prepon-
derante para aumentar a produção, a divisão 
do trabalho, ou seja, os trabalhadores deveriam 
se especializar em algumas tarefas. Atribui-se à 
aplicação desse princípio o aumento da destreza 
pessoal, economia de tempo e condições para o 
aperfeiçoamento e o invento de novas máquinas 
e técnicas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
DicionárioDicionário
Liberalismo: doutrina que afirma que o melhor sis-
tema econômico é o que garante o livre jogo das 
iniciativas individuais dos agentes econômicos.
Fonte: Econimianet (2011).
Irma Filomena Lobosco
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26
David Ricardo (1772-1823)
Pode ser considerado outro expoente do 
período clássico, tendo desenvolvido alguns mo-
delos econômicos com grande potencial analí-
tico. Aprimora a tese de que todos os custos se 
reduzem a custos do trabalho e mostra como a 
acumulação do capital, acompanhada de aumen-
tos populacionais, provoca uma elevação da ren-
da da terra, até que os rendimentos decrescentes 
diminuam de tal forma os lucros que a poupança 
se torne nula, atingindo-se uma economia esta-
cionária, com salários de subsistência e sem ne-
nhum crescimento. Sua análise de distribuição do 
rendimento da terra foi um trabalho seminal de 
muitas ideias do chamado período neoclássico.
Discute a renda auferida pelos proprietá-
rios de terras mais férteis. Em virtude de a terra 
ser limitada, quando a terra de menor qualidade 
é utilizada no cultivo, surge imediatamente a ren-
da sobre aquela de primeira qualidade, ou seja, a 
renda da terra é determinada pela produtividade 
das terras mais pobres. Analisou, ainda, por que 
as nações comerciavam entre si, se é melhor para 
elas comerciarem e quais produtos devem ser co-
merciados. A sua resposta constitui um importan-
te item da teoria do comércio internacional, cha-
mada de teoria das vantagens comparativas. O 
comércio entre países dependeria das dotações 
relativas de fatores de produção.
A maioria dos estudiosos considera que os 
estudos de Ricardo deram origem a duas corren-
tes antagônicas: a neoclássica, por suas abstra-
ções simplificadoras, e a marxista, pela ênfase 
dada à questão distributiva e aos aspectos sociais 
na repartição da renda da terra.
John Stuart Mill (1806-1873)
Seu trabalho foi o principal texto utilizado 
para o ensino de Economia no fim do período 
clássico e no início do período neoclássico. Sua 
obra consolidou o exposto por seus antecessores 
e avançou, por incorporar mais elementos institu-
cionais, definindo melhor as restrições, vantagens 
e funcionamento de uma economia de mercado.
Jean Baptiste Say (1768-1834)
Retomou a obra de Adam Smith, amplian-
do-a. Subordinou o problema das trocas de mer-
cadorias à sua produção e popularizou a chama 
Lei de Say: “a oferta cria sua própria procura”, ou 
seja, o aumento da produção transformar-se-ia 
em renda dos trabalhadores e empresários, que 
seria gasta na compra de outras mercadorias e 
serviços.
Thomas Malthus (1766-1834)
Seu trabalho sistematizou uma teoria geral 
sobre a população, ao assinalar que o crescimen-
to da população dependia rigidamente da oferta 
de alimentos, apoiando a teoria dos salários de 
subsistência. 
AtençãoAtenção
Para Thomas Malthus, a causa de todos os males 
da sociedade residia no excesso populacional: 
enquanto a população crescia em Progressão 
Geométrica (PG), a produção de alimentos seguia 
uma Progressão Aritmética (PA).
População: PG = 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256...
Produção: PA = 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16...
Para esse economista, o potencial da popu-
lação excederia em muito o potencial da terra na 
produção de alimentos. Entretanto, Malthus não 
previu o ritmo e o impacto do progresso tecnoló-
gico, nem as técnicas de limitação da fertilidade 
humana que se seguiram.
Economia
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27
Trata-se do período que teve início na dé-
cada de 1870 e desenvolveu-se até as primeiras 
décadas do século XX. 
Destacam-se os aspectos microeconômicos 
da teoria, pois a crença na economia de merca-
do e em sua capacidade autorreguladora fez com 
que não se preocupassem tanto com a política e 
o planejamento macroeconômico.
Os neoclássicos sedimentaram o raciocínio 
matemático explícito inaugurado por David Ri-
cardo, procurando isolar os fatos econômicos de 
outros aspectos da realidade social (VASCONCEL-
LOS; GARCIA, 2010).
Alfred Marshall (1842-1924)
Autor do livro Princípios de economia, publi-
cado em 1890, que serviu como livro-texto básico 
até a metade deste século. Nesse período, outros 
economistas se destacaram, como, por exemplo: 
William Jevons, Léon Walras, Eugene Böhm-Ba-
werk, Joseph Alois Schumpeter, Vilfredo Pareto, 
Arthur Pigou e Francis Edgeworth.
Esse período marca a formalização da análi-
se econômica, com destaque para a microecono-
2.5 Teoria Neoclássica
mia. O comportamento do consumidor é analisa-
do em profundidade; o desejo do consumidor de 
maximizar sua utilidade (satisfação no consumo) 
e o do produtor de maximizar seu lucro são a base 
para a elaboração de um sofisticado aparato teó-
rico. Por meio do estudo de funções ou curvas de 
utilidade (que pretendem medir o grau de satisfa-
ção do consumidor) e de produção, considerando 
restrições de fatores e restrições orçamentárias, é 
possível deduzir o equilíbrio de mercado. Como 
o resultado depende, basicamente, dos conceitos 
marginais (receita marginal, custo marginal etc.), 
é também chamada teoria marginalista.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 
18) “a análise marginalista é muito rica e variada”. 
Apesar de questões microeconômicas ocuparem 
o centro das atenções, houve uma produção rica 
em outros aspectos da teoria econômica, como 
a teoria do desenvolvimento econômico de 
Schumpeter e a teoria do capital e dos juros de 
Böhm-Bawerk. Ainda segundo o mesmo autor, 
deve-se destacar, também, a análise monetária, 
com a criação da teoria quantitativa da moeda, 
que relaciona a quantidade de dinheiro com os 
níveis gerais de atividade econômica e de preços.
2.6 A Era Keynesiana
Iniciou-se com a publicação da teoria geral 
do emprego, dos juros e da moeda, de John May-
nard Keynes (1936). Para entender o impacto da 
obra de Keynes, é preciso considerar a economia 
mundial da década de 1930, em crise, que ficou 
conhecida como a Grande Depressão, conforme 
já descrito anteriormente. A realidade dos fatos 
relacionados à situação conjuntural da economia 
dos principais países capitalistas era crítica,rela-
cionada com o número de desempregados.
A teoria econômica vigente acreditava que 
se tratava de um problema temporário. Já a teo-
ria geral consegue mostrar que a combinação das 
políticas econômicas adotadas até então não fun-
cionava adequadamente e aponta para soluções 
que poderiam tirar o mundo da recessão.
Seus argumentos influenciaram muito a po-
lítica econômica dos países capitalistas. De modo 
geral, essas políticas revelaram-se eficientes e 
apresentaram resultados positivos no período 
que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
Irma Filomena Lobosco
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28
Seguiu-se um desenvolvimento expressivo 
da teoria econômica. Por um lado, incorporaram-
-se os modelos por meio do instrumental estatís-
tico e matemático, que contribuiu para formalizar 
ainda mais a ciência econômica. Por outro, alguns 
economistas trabalharam na agenda de pesquisa 
aberta pela obra de Keynes.
Destacaram-se três grupos de economistas 
no debate sobre os aspectos do trabalho de Key-
nes, que dura até hoje: os monetaristas, os fiscalis-
tas e os pós-keynesianos. É possível fazer algumas 
generalizações, embora não exista entre os gru-
pos um pensamento homogêneo. 
Os monetaristas estão associados à Univer-
sidade de Chicago e têm como economista de 
maior destaque Milton Friedman. De maneira ge-
ral, privilegiam o controle da moeda e um baixo 
grau de intervenção do Estado.
Os fiscalistas têm seus maiores expoentes 
em James Tobin, da Universidade de Yale, e Paul 
Anthony Samuelson, de Harvard e do Massachu-
setts Institute of Technology (MIT). Estes recomen-
dam o uso de políticas fiscais ativas e um acentua-
do grau de intervenção do Estado.
Os pós-keynesianos realizaram uma releitu-
ra da obra de Keynes, visando a mostrar que ele 
não negligenciou o papel da moeda e da políti-
ca monetária. Enfatizam o papel da especulação 
financeira e, como Keynes, defendem um papel 
ativo do Estado na condução da atividade econô-
mica. Além da economista Joan Robinson, outros 
economistas desta corrente são Hyman Minsky, 
Paul Davison e Alessandro Vercelli.
É necessário ressaltar que, apesar das dife-
renças entre as várias correntes, há consenso nos 
pontos fundamentais da teoria, já que são basea-
dos no trabalho de Keynes.
2.7 O Período Recente
A partir dos anos 1970, a teoria econômica 
veio apresentando algumas transformações, após 
as duas crises do petróleo. Três características 
marcam esse período: uma consciência maior das 
limitações e possibilidades de aplicações da teo-
ria; avanço no conteúdo empírico da economia; e 
o desenvolvimento da informática, que permitiu 
um processamento de informações em volume e 
precisão sem precedentes.
É possível que a análise econômica englobe 
quase todos os aspectos da vida humana, sendo 
que o impacto desses estudos na melhoria do pa-
drão de vida e do bem-estar de nossa sociedade 
é considerável. O controle e o planejamento ma-
croeconômico nos permitem antecipar muitos 
problemas e evitar algumas flutuações desneces-
sárias.
Consequentemente, a teoria econômica 
caminha em muitas direções, a exemplo da área 
de finanças empresariais, que era basicamente 
descritiva, com um baixo conteúdo empírico. A 
incorporação de algumas técnicas, econometrias, 
conceitos de equilíbrio de mercados e hipóteses 
sobre o comportamento dos agentes econômi-
cos revolucionou a teoria de finanças e essa revo-
lução se fez sentir também nos mercados finan-
ceiros, com a explosão recente dos chamados 
mercados futuros e de derivativos.
Economia
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2.8 Resumo do Capítulo
2.9 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você estudou sobre a origem do interesse na Economia e o seu surgimento como 
Ciência.
A Teoria Econômica iniciou-se, de forma sistematizada, pela obra de Adam Smith A riqueza das na-
ções, em 1776.
Aprendeu sobre os precursores da teoria econômica por meio de uma breve retrospectiva da histó-
ria, desde a Antiguidade até o período recente. Viu ainda a evolução do pensamento econômico, segundo 
os Clássicos: Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say e Thomas Malthus.
No período neoclássico sedimentou-se o raciocínio matemático iniciado por David Ricardo. Alfred 
Marshall foi o autor da obra intitulada Princípios de economia, que formalizou a análise econômica, com 
destaque para a Microeconomia, a Teoria Marginalista e a criação da teoria quantitativa da moeda, que 
relaciona a quantidade de dinheiro com os níveis gerais de atividade econômica e de preços.
A publicação da Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de Keynes, estabeleceu a necessidade 
da intervenção do Estado através de uma política de gastos públicos.
No período recente a análise Macroeconômica permite antecipar os problemas econômicos por meio 
do controle e planejamento, sendo possível constatar novas direções, a exemplo da Teoria de Finanças.
1. Explique sucintamente em que consistia a riqueza para os mercantilistas e para os fisiocratas?
2. Após a leitura deste capítulo, você poderá responder quem foi o mais destacado dos economis-
tas clássicos e explicar quais foram as suas principais ideias?
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31
MICROECONOMIA3
A microeconomia é conhecida como o ramo 
da ciência econômica voltado ao estudo do com-
portamento das unidades de consumo represen-
tadas pelos indivíduos e/ou famílias (estas desde 
que caracterizadas por um orçamento único), ao 
estudo das empresas, suas respectivas produções 
e custos e ao estudo da produção e preços dos 
diversos bens, serviços e fatores produtivos.
Efetivamente, a microeconomia, ao estabe-
lecer princípios gerais, revela-se muito mais abs-
trata do que a macroeconomia, a qual se encon-
tra voltada ao exame de questões e de medidas 
peculiares a um dado lugar e instante do tempo.
A microeconomia apresenta uma visão mi-
croscópica dos fenômenos econômicos. A título 
comparativo, se fosse considerada uma floresta, 
a microeconomia estudaria as espécies vegetais 
que a compõem individualmente, ou seja, estu-
daria a composição dos itens da floresta; enquan-
to a macroeconomia preocupar-se-ia com o pro-
duto floresta como um todo.
Além disso, a microeconomia está voltada 
à apreciação das unidades individuais da Econo-
mia. Outro modo de distinção entre microecono-
mia e macroeconomia repousa no aspecto dos 
preços.
Como isso é concretizado? 
Na teoria do consumidor, a microeconomia 
enaltece a intenção dos indivíduos, em face das 
respectivas rendas, de se apropriarem de uma 
combinação de quantidades de bens tal que lhes 
AtençãoAtenção
A microeconomia é conhecida por teoria de 
preços.
possibilite a maximização de suas satisfações. Em 
outras palavras, originam-se aí as procuras (indivi-
duais ou não), que se traduzirão em rendimentos 
para as firmas.
Já na teoria da firma, tem-se a figura do in-
divíduo-empresário, esforçando-se para combinar 
os fatores de produção, em vista de sua limitação 
orçamentária, com a intenção de maximizar o nível 
de lucro de sua organização. Colocando de outra 
maneira, a partir da análise desses procedimentos, 
são obtidos os elementos necessários à derivação 
das ofertas individuais e de mercado.
A combinação das quantidades de fatores 
de produção, bens e/ou serviços que os consumi-
dores estariam dispostos a adquirir impõe a deter-
minação de um denominador comum, que nada 
mais será do que o preço. A determinação desse 
preço é tarefa que se propõe a microeconomia, ao 
estudar a questão tanto no âmbito dos fatores de 
produção quanto no caso dos bens e/ou serviços.
A microeconomia, ou teoria dos preços, 
analisa a formação de preços do mercado, ou seja, 
como a empresa e o consumidor interagem e de-
cidem qual o preço e a quantidadede um deter-
minado bem ou serviço em mercados específicos 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2010).
A microeconomia estuda as unidades (con-
sumidores, firmas, trabalhadores, proprietários 
dos recursos etc.) componentes da Economia e 
o modo como suas decisões e ações são inter-
-relacionadas. Portanto, é de responsabilidade da 
microeconomia cuidar, individualmente, do com-
portamento dos consumidores e produtores, com 
vistas à compreensão do funcionamento geral do 
sistema econômico, ou seja, ela está ligada ao exa-
me das ações dos agentes econômicos privados 
em suas atividades de produção e de consumo e, 
assim, procura investigar as possibilidades de efi-
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32
ciência e equilíbrio do sistema econômico como 
um todo. A análise microeconômica é também 
chamada teoria dos preços, visto que, nas econo-
mias liberais, é o funcionamento do livre mecanis-
3.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica
A Hipótese Coeteris Paribus
O foco de estudo é dirigido apenas àquele 
mercado, analisando-se o papel que a oferta e 
a demanda nele exercem, supondo que outras 
variáveis interfiram muito pouco ou que não in-
terfiram de maneira absoluta. Assim, torna-se 
possível o estudo de um determinado mercado 
selecionando-se apenas as variáveis que influen-
ciam os agentes econômicos – consumidores e 
produtores – nesse particular mercado, indepen-
dentemente de outros fatores, que estão em ou-
tros mercados, poderem influenciá-los (VASCON-
CELLOS; GARCIA, 2010).
Papel dos Preços Relativos
Na análise microeconômica, os preços rela-
tivos, ou seja, os preços de um bem em relação 
aos demais, assumem destacada importância em 
relação aos preços absolutos (isolados) das mer-
cadorias.
DicionárioDicionário
Coeteris paribus: do latim, tudo ou mais permanece 
constante. 
Objetivos da Empresa
A grande questão na microeconomia, que é 
a origem das diferentes correntes de abordagem, 
reside na hipótese adotada quanto aos objetivos 
da empresa produtora de bens e serviços.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2010, p. 32),
a análise tradicional supõe o Princípio da 
Racionalidade, segundo o qual o empre-
sário sempre busca a maximização do 
lucro total, otimizando a utilização dos 
recursos de que dispõe3. Essa corrente 
enfatiza conceitos como receita marginal, 
custo marginal e produtividade marginal 
em lugar de conceitos de média (receita 
média, custo médio e produtividade mé-
dia), daí ser chamada de marginalista.
Podemos entender que a decisão de uma 
empresa sobre o preço de venda e a quantidade 
produzida do produto é pautada no objetivo de 
obter maior ganho possível, sendo necessário co-
nhecer que condições do ambiente afetam a rela-
ção entre preço cobrado e lucro auferido.
3 O princípio da racionalidade (que supõe um homus economicus) é aplicado extensamente na teoria microeconômica 
tradicional. Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, os 
consumidores procuram maximizar sua satisfação (ou utilidade) no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e 
pelos preços das mercadorias), os trabalhadores procuram maximizar lazer etc.
mo do sistema de preços que articula e coordena 
as ações dos produtores e consumidores (MEN-
DES, 2005).
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33
Aplicações da Análise Microeconômica 
A análise microeconômica, ou teoria dos 
preços, como parte da ciência econômica, preo-
cupa-se em explicar como se determina os pre-
ços dos bens e serviços, bem como dos fatores 
de produção. O instrumental microeconômico 
procura responder, também, a questões aparen-
temente triviais; por exemplo: por que, quando o 
preço de um bem se eleva, a quantidade deman-
dada desse bem deve cair, coeteris paribus.
A microeconomia representa uma ferra-
menta útil para estabelecer políticas e estratégias, 
dentro de um horizonte de planejamento, tanto 
nas empresas quanto na política econômica.
Nas empresas, a análise microeconômica 
pode subsidiar as seguintes decisões:
ƒƒ política de preços da empresa;
ƒƒ previsões de demanda e de faturamento;
ƒƒ previsões de custo de produção;
ƒƒ decisões ótimas de produção (escolha 
da melhor alternativa de produção, isto 
é, da melhor combinação de fatores de 
produção);
ƒƒ avaliação e elaboração de projetos de 
investimentos (análise custo-benefício 
para a compra de equipamentos, am-
pliação da empresa etc.);
ƒƒ política de propaganda e publicidade 
(como as preferências dos consumido-
res podem afetar a procura do produto);
ƒƒ localização da empresa (se a empresa 
deve situar-se próxima aos centros con-
sumidores ou aos centros fornecedores 
de insumos);
ƒƒ diferenciação de mercados (possibili-
dades de preços diferenciados, em di-
ferentes mercados consumidores do 
mesmo produto).
Em relação à política econômica, a teoria 
microeconômica pode contribuir na análise e to-
mada de decisões das seguintes questões:
ƒƒ efeitos dos impostos sobre mercados 
específicos;
ƒƒ política de subsídios (nos preços de 
produtos como trigo e leito ou na com-
pra de insumos como máquinas, fertili-
zantes etc.);
ƒƒ fixação de preços mínimos na agricul-
tura;
ƒƒ controle de preços;
ƒƒ política salarial;
ƒƒ política de tarifas públicas (água, luz 
etc.);
ƒƒ política de preços públicos (petróleo, 
aço etc.);
ƒƒ leis antitrustes (controle de lucros de 
monopólios e oligopólios).
Pode-se inferir, com essas observações, que 
são decisões necessárias ao planejamento estra-
tégico das empresas e à política e programação 
econômica do setor público.
Divisão do Estudo Microeconômico
 
A teoria microeconômica consiste nos se-
guintes tópicos:
a) análise da demanda: a teoria da de-
manda ou procura de uma mercadoria 
ou serviço divide-se em teoria do con-
sumidor (demanda individual) e teoria 
da demanda de mercado;
b) análise da oferta: a teoria da oferta de 
um bem ou serviço também se subdi-
vide em oferta da firma individual e 
oferta de mercado. Dentro da análise 
da oferta da firma, são abordadas a teo-
ria da produção, que analisa as relações 
entre quantidades físicas entre o produ-
to e os fatores de produção, e a teoria 
dos custos de produção, que incorpora, 
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34
além das quantidades físicas, os preços 
dos insumos;
c) análise das estruturas de mercado: a 
partir da demanda e da oferta de mer-
cado, são determinados o preço e a 
quantidade de equilíbrio de um dado 
bem ou serviço. O preço e quantidade, 
entretanto, dependerão da particular 
forma ou estrutura desse mercado, ou 
seja, se ele é competitivo, com muitas 
empresas produzindo um dado produ-
to, ou concentrado em poucas ou em 
uma única empresa.
Conforme Pinho e Vasconcellos (2011), 
as estruturas de mercados de bens e 
serviços são:
 • concorrência perfeita: muitos 
vendedores e muitos compradores 
num mercado em que nenhum de-
les tem uma influência significativa 
no preço;
 • concorrência imperfeita ou mo-
nopolista: caracteriza-se pelo fato 
de que as empresas produzem pro-
dutos diferenciados, embora subs-
titutos próximos;
 • monopólio: o setor é a própria fir-
ma, porque existe um único produ-
tor que realiza toda a produção ;
 • oligopólio: estrutura de mercado 
que se caracteriza pela existência 
de reduzido número de produtores 
e vendedores fabricando bens que 
são substitutos próximos entre si;
Saiba maisSaiba mais
Monopólio e Concorrência Imperfeita: situação de 
um mercado em que não existe concorrência na ofer-
ta. Só se apresenta um único vendedor. Sempre que 
existe um único comprador, a teoria econômica utiliza 
atualmente o termo ‘monopsônio’, ou ‘monopólio do 
comprador’.
Conforme Pinho eVasconcellos (2011) 
as estruturas do mercado de fatores de 
produção são:
 • concorrência perfeita: muitos 
vendedores e muitos compradores 
num mercado em que nenhum de-
les tem uma influência significativa 
no preço;
 • concorrência imperfeita: apresen-
ta um único vendedor;
 • monopsônio: é caracterizado pela 
existência de muitos vendedores e 
um único comprador;
 • oligopsônio: mercado no qual 
existem poucos compradores, que 
dominam o mercado, e muitos ven-
dedores;
d) teoria do equilíbrio geral: considera 
as inter-relações entre todos os merca-
dos, diferentemente da análise de equi-
líbrio parcial, que analisa um mercado 
isoladamente, sem considerar suas in-
ter-relações com os demais. A teoria do 
bem-estar, ou Welfare, estuda como al-
cançar soluções socialmente eficientes 
para o problema da alocação e distri-
buição dos recursos, ou seja, encontrar 
a “alocação ótima dos recursos”.
AtençãoAtenção
Um dos focos do estudo microeconômico 
consiste na análise das imperfeições de mercado, 
na qual se analisam situações em que os preços 
não são determinados isoladamente em cada 
mercado. 
Economia
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35
Quais são as funções sociais que qualquer 
mecanismo econômico – seja ele regido pela tra-
dição, imposição ou mercado – deve desempe-
nhar?
Examinando o problema, vemos que exis-
tem três tarefas a serem desempenhadas por to-
dos esses mecanismos econômicos:
1. todos os sistemas econômicos devem 
direcionar esforços da sociedade para 
a produção dos bens e serviços que tal 
sociedade necessita, sejam elas regidas 
pela tradição, imposição ou mercado; 
todas as sociedades devem poder con-
tar com a produção regular das provi-
sões necessárias.
Exemplo: coexistem, no Brasil, dife-
rentes sociedades no mesmo espaço, 
como algumas cidades do Nordeste e 
do interior de alguns Estados. Nessas 
sociedades muito simples, a necessida-
de básica gira em torno da busca infin-
dável de alimento, vestimenta e edu-
cação. Em cidades mais “avançadas”, as 
“necessidades” vão muito além desse 
tripé.
Em princípio, as tarefas são as mesmas: 
todas as sociedades apoiam-se em or-
ganização econômicas, que devem alo-
car seus homens e materiais aos usos 
que a sociedade exige para se manter 
em funcionamento. Se o método de 
organização falha, a comunidade entra 
em colapso;
2. todos os sistemas econômicos devem 
também determinar os métodos de 
produção. A produção não é simples-
mente a aplicação de esforço humano 
à natureza. Em todo sistema social, do 
mais rústico ao mais avançado, existe o 
problema da técnica a ser utilizada. Em 
3.2 As Tarefas do Sistema de Mercado
todas as sociedades, acima do nível de 
subsistência existe sempre o problema 
de como produzir o que a sociedade 
deseja, bem como o que produzir. 
Exemplo: se você fosse o prefeito de 
uma cidade do interior de qualquer 
Estado brasileiro, teria que decidir que 
tipo de transporte utilizar, que méto-
dos agrícolas encorajar, que tipos de 
sistemas de distribuição estabelecer. 
A escolha da técnica errada pode não 
provocar colapso (apesar de isso ser 
possível), mas acarretará desperdício e 
um nível de bem-estar menor do que o 
que está ao alcance da cidade;
3. todos os sistemas econômicos devem 
resolver o problema de distribuição do 
produto entre seus membros. 
Exemplo: sob muitos aspectos, este 
é o problema mais difícil. A escassez – 
importada pela natureza ou causada 
pelo homem – torna extremamente 
necessária a solução do problema da 
divisão de um produto. Entretanto, 
seja por costume, imposição ou outra 
maneira qualquer, para a sociedade so-
breviver é necessário que a produção 
do sistema seja partilhada – e de modo 
aceitável.
Irma Filomena Lobosco
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36
Assim, o que produzir, como produzir e a 
quem entregar o produto constituem os proble-
mas básicos da Economia, os quais toda ordem 
social deve enfrentar de uma maneira ou de ou-
tra.
Como o mercado enfrenta esses três pro-
blemas?
O mercado não parece prestar atenção para 
isso. Quando olhamos para um sistema de merca-
do, tudo o que vemos é um sistema de trocas, no 
qual cada um tem de se arranjar por si mesmo e 
ninguém é responsável pelo encargo de conferir 
se serão produzidos os bens adequados, se serão 
produzidos da maneira correta e entregues às 
pessoas certas. 
Exemplo: vamos supor que vivemos isola-
dos em uma ilha, na qual apenas dois produtos 
3.3 Como o Mercado Funciona
poderão ser obtidos. Usamos os recursos: terra, 
trabalho e capital para plantar cereais ou pode-
mos usá-los para criar gado e obter leite. Supo-
nhamos que utilizamos todos os nossos recursos 
na produção de cereais e, após 6 meses, colhe-
mos 500 sacas. No semestre seguinte, colocamos 
todos os nossos esforços na criação de gado lei-
teiro e obtemos 250 litros de leite. Teríamos, en-
tão, descoberto duas possibilidades extremas de 
produção para a alocação de nosso esforço social.
É mais provável, entretanto, preferirmos 
uma mistura de cereal e leite, e não tudo de um e 
nada de outro. Assim, teríamos de encontrar, atra-
vés de tentativas, as combinações de cereal e leite 
que poderíamos ter, ao utilizar alguns de nossos 
recursos em cada operação.
3.4 Produção
Produzir é criar uma utilidade ou aumentar 
a utilidade dos bens econômicos. O homem não 
cria matéria; ele cria apenas utilidade, transfor-
mando os bens e adaptando-os às suas necessi-
dades.
DicionárioDicionário
Utilidade: a capacidade que tem um bem de satis-
fazer uma necessidade humana.
Fonte: Pinho e Vasconcellos (2011)
As riquezas naturais, por si só, não são su-
ficientes para atender às necessidades humanas; 
por isso, são necessárias novas utilidades. A tudo 
que é transformado em utilidade pelo homem 
damos o nome de produto.
Economia
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37
3.5 Os Setores de Produção
3.6 Possibilidade de Produção
3.7 Os Fatores de Produção
Vimos que produzir significa criar meios 
para a satisfação das necessidades humanas; a 
plantação, o transporte, a tecelagem, a confecção, 
as lojas, a lavadeira, tudo isso faz parte do proces-
so para satisfazer nossa necessidade de vestir.
Desde as primeiras torças, o comércio tem 
marcado sua presença na vida do ser humano, 
garantindo-lhe um modo de vida. A circulação de 
riquezas, viabilizada pelo comércio, trouxe, e ain-
da traz, importantes consequências para as ativi-
dades econômicas.
As atividades econômicas estão divididas 
em três setores:
ƒƒ setor primário: compreende as ativi-
dades que se desenvolvem em contato 
direto com a natureza: agropecuária, 
pesca, extração de minérios, horticultu-
ra, fruticultura etc.;
ƒƒ setor secundário: abrange todas as 
atividades industriais de elaboração de 
produtos: indústria, produção de ener-
gia, obras públicas etc. Concentra-se em 
modificar os produtos que vêm do setor 
primário;
ƒƒ setor terciário: responsável pela distri-
buição e venda dos produtos dos seto-
res primário e secundário, bem como 
pela prestação de serviços.
O centro do problema da produção é a ne-
cessidade de escolha que devemos fazer. Essa es-
colha é inevitável, porque é imposta, naturalmen-
te, pelos recursos existentes, por nossa técnica ou 
know-how conhecido.
As possibilidades são muitas e não são está-
ticas. À medida que cresce o capital e a tecnolo-
gia, a fronteira pode avançar, de modo que o im-
possível no passado torna-se atingível no futuro. 
Além disso, quando as técnicas mudam ou quan-
do nossos recursos crescem ou diminuem, essa 
divisão também muda. Por exemplo, a invenção 
de uma nova forragem para o gado pode elevar a 
produção de leite em nossa ilha; então, podería-
mos produzir mais sacas de cereais e mais litros 
deleite. 
Como o mercado, essa imensa e confusa 
teia de indivíduos e empresas, determina a aloca-
ção dos recursos da sociedade?
Para responder a esta pergunta, teremos de 
esclarecer as atividades do mercado e descobrir, 
em seu fluxo, um padrão qualquer que nos per-
mita compreender como ele funciona.
Alguns elementos são necessários para que 
haja produção. Chamamos de fatores de produ-
ção os seguintes elementos básicos: recursos na-
turais, trabalho e capital.
Irma Filomena Lobosco
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38
ƒƒ Recursos naturais: são os recursos ob-
tidos da natureza e que vão ser trans-
formados através da indústria: ferro, 
madeira, petróleo, terras etc.
ƒƒ Trabalho: é a colaboração da energia 
humana, manual ou intelectual, no pro-
cesso de produção.
ƒƒ Capital: é tudo aquilo que é fruto de 
poupança e que vai aumentar a produ-
ção.
Na verdade, existe um padrão. Se olharmos 
para o fluxo de mercado, observamos que os 
participantes não são iguais. Um grupo de par-
ticipantes consiste de indivíduos, como nós, que 
entram no mercado como compradores, buscan-
do os bens e serviços que desejam ou que podem 
comprar. Esses são os consumidores, que normal-
mente pensamos ser o único – ou pelo menos, o 
mais importante – grupo do “mercado”. Mas, se 
olharmos outra vez, podemos ver que não são.
Existe um segundo grupo, tão grande e im-
portante quanto o primeiro, cujo papel vamos 
examinar agora. São os indivíduos que já iden-
tificamos como consumidores, dessa vez, entre-
tanto, no mercado com um propósito diferente: 
ganhar a vida oferecendo seus serviços para a 
produção. Além disso, podemos distinguir pelo 
menos três tipos de serviços oferecidos por esses 
indivíduos:
ƒƒ o primeiro é o trabalho, oferecido pe-
los indivíduos sob várias formas, desde 
as profissões não especializadas e de 
baixa remuneração, até as sofisticadas e 
altamente remuneradas;
ƒƒ o segundo é os serviços dos recursos 
naturais, como a terra, oferecidos pelos 
indivíduos que são seus proprietários;
ƒƒ o terceiro é os serviços de capital – ins-
trumentos de produção feitos pelo ho-
mem –, oferecidos no mercado pelas 
pessoas que os possuem.
Chamamos esses indivíduos, em seus pa-
péis de produtores, de fatores de produção e 
vemos que eles constituem um grupo e uma ati-
vidade, sob todos os aspectos, tão importantes 
quanto os dos consumidores.
O trabalho, os recursos naturais e o capital 
oferecidos pelos indivíduos donos de suas pró-
prias habilidades, ou donos de recursos e equi-
pamentos, constituem não apenas os agentes 
físicos da produção, que devem ser combinados 
de maneira a garantir a produção, como também 
classes sociais cujo comportamento deve ser 
coordenado na produção.
O mercado transforma-se, então, em algo 
mais que uma terrível confusão. É, agora, um local 
onde consumidores e fatores de produção bus-
cam uma solução para seus problemas particu-
lares e individuais, despendendo sua renda para 
satisfazer seus desejos próprios, por um lado, e 
ganhando dinheiro ao oferecer suas habilidades 
ou posses, por outro.
AtençãoAtenção
O mercado combina as realidades físicas de tra-
balho, recursos e equipamentos, organizando as 
atividades apropriadas daqueles que possuem 
cada uma dessas entidades físicas.
Economia
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39
3.8 A Produção do Capital
Definimos capital como sendo o bem que 
se destina a produzir outros bens. Por isso, ele é 
muito importante no processo produtivo.
Compare o rendimento de um agricultor 
trabalhando com ferramentas agrícolas rudimen-
tares e o de um agricultor que pode dispor de 
modernas máquinas e equipamentos agrícolas. 
Analise a importância do capital.
Como surge o capital? A produção gera re-
ceitas (recursos financeiros), mas nem toda recei-
ta se destina ao consumo imediato de bens e ser-
viços, sendo parte dela utilizada para aumentar a 
produção.
O ato de não consumir uma parte da renda 
denomina-se poupança, que, por sua vez, permi-
te que se faça um investimento, ou seja, a despesa 
destinada a produzir novos bens.
Assim, temos o seguinte esquema:
 
Produção de 
Bens 
Consumo 
Poupança Investimento 
Produção 
de Mais 
Bens 
Produção 
de Mais 
Bens
Produção de 
Bens
O dinheiro que os indivíduos gastam como 
consumidores é ganho por eles próprios quando 
agem como fatores de produção. Essa conexão de 
consumidores e fatores de produção mostra-nos 
outro aspecto do mercado: é o fato de que duas 
atividades (a compra pelos indivíduos e a venda 
de fatores de produção) têm lugar no mercado e 
que essas atividades têm lugar em dois mercados.
O indivíduo, ao fazer compras visando a sa-
tisfazer suas necessidades particulares, irá procu-
rar um lugar no mercado em que as transações en-
volvam bens e serviços. Os que buscam um lugar 
para ganhar dinheiro irão procurar um lugar no 
mercado em que as transações envolvem, exclusi-
vamente, serviços de outros indivíduos como eles 
próprios.
Não se compra recursos naturais, trabalho 
ou capital num armazém, ou bens e serviços de 
3.9 Os Dois Mercados
consumo numa agência de empregos, num escri-
tório imobiliário ou num banco.
Falta esclarecer um aspecto do mercado: 
ele não engloba apenas participantes indivi-
duais, sejam consumidores ou fatores de produ-
ção, mas engloba também a instituição chamada 
empresa.
Qual é o papel desempenhado pelas em-
presas?
Olhando o luxo, percebemos imediatamen-
te que seu papel é central, pois, no mercado em 
que os indivíduos buscam bens e serviços, vemos 
que os vendedores são, em sua maior parte, em-
presas. Na outra parte do mercado, na qual os fa-
tores de produção oferecem seus serviços, vemos 
que os compradores desse mercado também 
são as empresas. Assim, as empresas funcionam 
como elos na cadeia circular já observada, adqui-
Irma Filomena Lobosco
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40
rindo os recursos naturais, trabalho e capital e 
vendendo bens e serviços.
A próxima figura (Figura 6) nos ajuda a vi-
sualizar esse fluxo de transações e nos diz como 
analisar a complexidade do processo e mercado.
Para solucionar o problema econômico, va-
mos seguir o caminho mais fácil. Primeiramente, 
devemos estudar o mercado de bens e serviços, 
pois ele certamente está ligado à tarefa de ga-
rantir à sociedade a produção que ela necessita. 
Passamos, então, para o mercado de fatores, pois 
sem dúvida esse mercado aumentará nossa visão 
quanto ao problema de quem será capaz de pedir 
tais bens e serviços. Finalmente, vamos investigar 
a instituição central, que é a empresa, pois aí está 
o foco de energia e organização em que são de-
terminadas as técnicas da sociedade.
Teoria Elementar da Demanda
É a procura, ou demanda individual, da 
quantidade de um determinado bem ou serviço 
que o consumidor deseja adquirir em certo perío-
do de tempo, considerando-se que a demanda é 
um desejo de adquirir, é uma aspiração, um pla-
no, e não sua realização. Demanda é o desejo de 
comprar.
Figura 6 – O fluxo circular numa visão microeconômica.
A família como consumidora
A família como fator de produção
O mercado de 
fatores
$$$$$$
$$$$$$ $$$$$$
$$$$
O mercado de 
bens e serviços
A empresa como vendedora de bens e serviços
A empresa como empregadora de fatores
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2010).
3.10 Demanda, Oferta e Equilíbrio
A procura se expressa por uma dada quan-
tidade em um dado período. Assim, deve-se dizer 
que: Dona Maria tem desejo de adquirir 5 quilos 
de feijão por semana e não, simplesmente, que 
Dona Maria deseja 5 quilos e que está à sua pro-
cura.
Mas, do que depende essa procura ou esse 
desejo de adquirir? Quais são os fatores ou variá-
veis que influenciam essa procura?A teoria da demanda é derivada de hipóte-
ses sobre a escolha do consumidor entre diversos 
bens que seu orçamento permite adquirir. O que 
se procura é explicar o processo de escolha do 
consumidor perante as diversas alternativas exis-
tentes. Tendo um orçamento limitado, o que quer 
dizer, um dado nível de renda, o consumidor pro-
curará distribuir esse seu orçamento (renda) entre 
AtençãoAtenção
Não se deve confundir procura com compra, 
nem oferta com venda.
Economia
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41
os diversos bens e serviços de forma a alcançar a 
melhor combinação possível, ou seja, aquela que 
lhe trará o maior nível de satisfação.
Exemplo: supondo que um indivíduo vá 
almoçar num restaurante, vamos verificar o que 
influencia sua escolha. Recebendo o cardápio, a 
primeira coisa que ele olha é os preços. Assim, a 
escolha de um determinado prato, digamos um 
filé, depende não só do preço do filé, mas tam-
bém do preço de outras carnes, do preço das 
massas etc.
Pode-se facilmente ver que, quanto maior 
for o preço do filé, menos propenso estaria o indi-
víduo a pedir um. Da mesma forma, quanto me-
nor o preço dos outros pratos principais (massas, 
carnes etc.), menor desejo ele terá de comer um 
filé. Isso se dá porque o filé, as outras carnes e a 
massa são substitutos. Ele escolhe ou um ou ou-
tro. Dificilmente o consumidor pedirá um frango 
acompanhado de um peixe. 
Caso o preço dos acompanhamentos seja 
alto, ele reduzirá sua vontade de pedir filé. Além 
dos preços, outra variável afeta essa escolha: a 
renda. Se o indivíduo não tiver dinheiro para pa-
gar a conta, não irá pedir o filé com fritas. Tam-
bém, o gosto do consumidor determina a esco-
lha. Mesmo que o preço do bife de fígado e seus 
acompanhamentos seja baixo, o indivíduo não o 
pedirá caso não suporte fígado.
Vemos que a escolha do consumidor foi in-
fluenciada por algumas variáveis, que, em geral, 
serão as mesmas que influenciarão sua escolha 
em outras ocasiões. 
Para estudar a influência de cada fator so-
bre a procura, é preciso fazer uma simplificação, 
pois estudar em conjunto é bastante complexo 
e exigiria um instrumento matemático mais ela-
borado. A simplificação consistirá em considerar 
cada efeito, cada variável, separadamente, fazen-
do a hipótese de que tudo o mais permaneça 
constante. Essa hipótese é também conhecida 
como a cláusula de ceteris paribus. Por exemplo, 
dizemos que, ceteris paribus4, a demanda é fun-
ção do preço.
AtençãoAtenção
A demanda é também denominada teoria do 
consumidor.
4 Mediante essa condição, são selecionadas as variáveis relevantes de um determinado problema, supondo fixo tudo o mais, 
porque se estima que não seja essencial para a questão que se está estudando.
Como o preço e a quantidade demandada 
têm relação negativa, a curva de demanda se in-
clina para baixo. Observe, caro(a) aluno(a), a Figu-
ra 7 a seguir:
Figura 7 - Curva de demanda - função linear.
Preço do Livro (R$)
Qtd adquirida de livros
Fonte: Adaptada de Vasconcellos (2002).
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42
A demanda, ou procura por certa merca-
doria, mostra as quantidades máximas desta que 
o consumidor e/ou o mercado estão dispostos e 
podem comprar num dado espaço de tempo dos 
vários preços alternativos, coeteris paribus.
Determinantes da demanda do bem X:
ƒƒ Px – preço;
ƒƒ R – renda do consumidor;
ƒƒ G – gostos e preferências;
ƒƒ N – número de consumidores;
ƒƒ Py – preço dos bens substitutos ou com-
plementares;
ƒƒ Fpsi – fatores psicológicos.
A Lei Geral da Demanda estabelece que há 
uma relação inversamente proporcional entre a 
quantidade procurada (demandada) e o preço do 
bem, coeteris paribus.
Assim:
Observe, caro(a) aluno(a), na Tabela 2, a re-
lação quantidade-preço procurada pode ser re-
presentada por uma escala de procura, conforme 
segue:
Tabela 2 – Relação quantidade-preço.
Preço do bem ($) (P) Quantidade demandada do bem (Q)
1,00
3,00
6,00
8,00
10,00
12.000
8.000
4.000
3.000
2.000
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2010).
A curva de demanda é negativamente incli-
nada, devido ao efeito conjunto de dois fatores: 
a) efeito substituição: quando um bem 
possui um bem substituto que satis-
faz a mesma necessidade e seu preço 
aumenta, coeteris paribus, o consumi-
dor passa a comprar o bem substituto, 
provocando a queda na quantidade 
demandada. Exemplo: se o preço da 
carne de vaca subir demasiadamente, 
os consumidores passarão a demandar 
a carne de frango, reduzindo, assim, sua 
demanda por carne de vaca;
b) efeito renda: quando aumenta o preço 
de um bem, tudo o mais constante (ren-
da do consumidor e preços de outros 
bens constantes), o consumidor perde 
o poder aquisitivo e a demanda por 
esse produto diminui. Acontece que, 
apesar de seu salário monetário não ter 
sofrido nenhuma alteração, seu salário 
“real”, em termos de poder de compra, 
foi corroído. Conforme Guimarães e 
Gonçalves (2010, p. 17), “mudanças na 
restrição orçamentária, ou seja, mudan-
ças na renda e nos preços alteram as es-
colhas dos consumidores.”
Relação entre Quantidade Demandada e Preço 
do Bem
Podemos representar a relação entre quan-
tidade demandada e preço do bem da seguinte 
maneira: Dn = f( Pn), tudo o mais permanece cons-
tante.
Normalmente, teremos uma relação inversa 
entre o preço do bem e a quantidade demanda-
da. Quando o preço do bem cai, o bem fica mais 
barato em relação aos seus concorrentes e, dessa 
forma, os consumidores deverão aumentar seu 
desejo de comprá-lo. De outra parte, quando o 
preço cai, o indivíduo fica mais rico em termos 
reais.
Exemplo: com R$ 100,00, eu posso comprar 
1 (um) par de sapatos, se o preço for R$ 100,00; 
dois pares, se o preço cair pela metade; e quatro 
pares, se o preço for R$ 25,00.
Economia
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43
Quando o indivíduo fica mais rico, normal-
mente aumenta as demandas. Por essas razões, o 
bem fica relativamente mais barato e o consumi-
dor com maior poder de compra; deve-se espe-
rar que, quando o preço de um bem ou serviço 
cai, a quantidade procurada aumente.
Assim, quando Pn ↓ ↔ Dn ↑ e Pn ↑ ↔ Dn↓ , ou 
seja, quando Pn cai, a demanda por esse bem au-
menta. Quando o preço aumenta, a demanda cai. 
Esta é uma hipótese plausível e já testada várias 
vezes para diversos produtos, mas há uma limita-
ção: tudo o mais permanecendo constante, é um 
efeito isolado. Na realidade, muitos efeitos apare-
cem conjuntamente e é difícil fazer a separação 
de cada um (GUIMARÃES; GONÇALVES, 2010).
Relação entre a Procura de um Bem e o Preço 
dos outros Bens
Na definição de Pinho e Vasconcellos (2011):
Dn = f( Pi), tudo o mais permanecendo cons-
tante.
Para essa função, não temos a relação geral: 
o aumento do preço do bem i poderá aumentar 
ou reduzir a demanda do bem n. A reação depen-
de do tipo de relação existente entre os dois bens.
Caso o aumento do preço de i aumentar a 
demanda do bem n, os itens i e n são chamados 
substitutos ou concorrentes. No exemplo dado 
do restaurante, o filé e as massas são bens substi-
tutos. Também são bens substitutos a manteiga e 
a margarina, o transporte por trem e por avião, o 
café e o chá etc.
Os bens concorrentes são aqueles que 
guardam relação de substituição, pois se conso-
me um ou outro, dado que o consumo de um 
pode substituir o consumo do outro.
Se o aumento do preço do bem i ocasionar 
uma queda na demanda do bem x, serão chama-
dos de bens complementares. Exemplo: pão e 
manteiga, leite e café. Os bens complementares 
são aqueles que são consumidos conjuntamente.
Relação entre a Procura de um Bem e a Renda 
do Consumidor
 
Na definição de Pinho e Vasconcellos (2011): 
Existe uma relaçãocrescente e direta en-
tre a renda e a demanda de um bem ou serviço. 
Quando a renda cresce, a demanda do bem deve 
aumentar, pois o indivíduo, ficando mais rico, vai 
desejar aumentar seu padrão de consumo e, por-
tanto, demandar maiores quantidades de bens e 
serviços.
Em relação à renda dos consumidores, há 
três situações distintas: 
ƒƒ Bem normal: tudo o mais constante, 
um aumento na renda provoca um au-
mento na quantidade demandada do 
bem. 
ƒƒ Bem inferior: tudo o mais constante, 
um aumento na renda provoca uma 
diminuição na quantidade demandada 
do bem. Ex.: Passagem de ônibus, carne 
de segunda.
ƒƒ Bem de consumo saciado: se aumen-
tar a renda do consumidor, não aumen-
tará a demanda do bem. Ex.: demanda 
de alimentos básicos, como o açúcar, 
sal, arroz. 
Essa é a regra e, como toda regra, ela ad-
mite exceções. Em primeiro lugar, é pos-
sível que o indivíduo esteja totalmente 
satisfeito com o consumo de um determi-
nado bem e, portanto, não altere a quan-
tidade procurada por unidade de tempo 
quando sua renda aumentar. É o caso do 
consumo saciado. (PINHO; VASCONCEL-
LOS, 2011, p. 119).
Outra exceção encontra-se nos chamados 
bens inferiores. Estes são bens cuja demanda se 
reduz quando a renda aumenta. Por exemplo: a 
demanda de carne de segunda reduz quando o 
 Dn = f( R) 
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indivíduo aumenta seus ganhos, pois aí ele pas-
sará a demandar carne de primeira e não mais de 
segunda.
 
Relação entre a Procura de um Bem e o Gosto 
do Consumidor
Trata da influência do gosto ou da preferên-
cia do consumidor sobre a demanda. Vamos estu-
dar essa relação por meio de um exemplo.
Uma grande campanha publicitária incen-
tivando a população a usar filtro solar mostra os 
efeitos nocivos do sol e os benefícios que o filtro 
solar traz à saúde. O povo é despertado por essa 
propaganda e resolve usar mais filtro solar. O que 
ocorrerá com a demanda do filtro solar? A de-
manda aumentará.
DicionárioDicionário
Mercado: é qualquer situação, estrutura, contexto, 
lugar etc., em que a oferta e a demanda de um 
bem se encontram.
Sempre falamos sobre a procura individual. 
E a procura de mercado? 
A procura de mercado é a soma das procu-
ras individuais. Suponhamos que, a um dado pre-
ço, o consumidor A deseja adquirir 10 caixas de 
bombons, o consumidor B deseja 7 e o C, 5 caixas. 
Sendo o mercado constituído por essas pessoas, 
a procura de mercado será de 22 caixas de bom-
bons, ao preço dado.
3.11 Oferta
A oferta é toda a escala, ou toda a curva, en-
quanto a quantidade ofertada é um ponto espe-
cífico da curva de oferta. Assim, um aumento no 
preço do bem provoca um aumento da quantida-
de ofertada, coeteris paribus.
Define-se oferta como a quantidade de um 
bem ou serviço que os produtores desejam ven-
der por unidade de tempo. Novamente, é preciso 
destacar os dois elementos: a oferta é um desejo, 
um plano, uma aspiração, é um fluxo por unida-
de de tempo; do mesmo modo que a demanda, a 
oferta de um bem depende de inúmeros fatores 
(PINHO; VASCONCELLOS, 2011).
A oferta de um bem depende de seu pró-
prio preço, admitindo a hipótese coeteris paribus: 
quanto maior for o preço de um bem, mais inte-
ressante se torna produzi-lo e, portanto, a oferta 
é maior. Em segundo lugar, a oferta do bem x 
depende dos preços dos fatores de produção. De 
fato, o preço dos fatores, juntamente à tecnologia 
empregada, determina o custo da produção. Ha-
vendo aumento do preço de fator, aumentar-se-
-ia o custo da produção.
Os bens em cuja produção são emprega-
das grandes quantidades desse fator sofrerão au-
mentos de custo significativos, enquanto aque-
les que o empregam pouco sofrerão menos.
Exemplo: aumentando o preço da terra, 
teremos um grande aumento no custo de pro-
dução de soja, enquanto, em outros setores que 
utilizam em menor intensidade o fator terra, tere-
mos menores aumentos de custos. Assim, a mu-
dança no preço de um fator acarretará alterações 
na lucratividade relativa das produções.
O mesmo raciocínio se pode fazer em re-
lação à mudança na tecnologia de produção. Os 
bens que mais se beneficiaram da mudança tec-
nológica terão lucratividade aumentada e, assim, 
surgirão deslocamentos nas curvas de oferta de 
diversos bens e serviços.
Em terceiro lugar, a oferta de um bem pode 
ser alterada por mudança nos preços dos demais 
bens produzidos. Se os preços dos demais bens 
subirem e o preço do bem x permanecer idênti-
co, a sua produção torna-se menos atraente em 
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relação à produção dos outros bens, consequen-
temente diminuindo sua oferta.
3.12 Equilíbrio de Mercado
O preço na economia de mercado é deter-
minado tanto pela oferta quanto pela demanda. 
Observe, caro(a) aluno(a), as figuras a seguir.
A curva de demanda (procura) mostra a re-
lação entre a demanda e o preço do bem. Essa 
curva mostra a relação entre o preço do bem e 
a quantidade desse bem que o consumidor está 
disposto a adquirir em certo período, tudo o mais 
permanecendo constante, ou seja, não variando 
o preço dos outros bens, a renda e o gosto do 
consumidor.
Figura 8 – Curvas da procura e da oferta.
Fonte: Adaptada de Rossetti (2003).
Curva da Procura Curva da Oferta
O preço, em uma economia de mercado, é 
determinado tanto pela oferta quanto pela pro-
cura.
Figura 9 – Ponto de equilíbrio.
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46
Você sabia que uma vez que o preço sofre 
influência para mais ou para menos em função das 
quantidades procuradas e ofertadas, há que se su-
por um ponto de equilíbrio onde as pressões altis-
tas, que interessam à oferta, sejam anuladas pelas 
pressões de baixa, exercidas pela procura?
Ponto de equilíbrio será aquela situação na 
qual tanto a oferta quanto a procura se satisfazem 
com o preço estabelecido e os negócios fluem livre-
mente.
O equilíbrio é o balanceamento de forças. Ao 
nível de um certo Mercado o Equilíbrio ocorre quan-
do a Demanda e Oferta estão balanceadas, isto é, 
têm a mesma intensidade.
3.13 Elasticidades
Mudanças nos preços dos bens, coeteris pa-
ribus, provocam mudanças nas quantidades de-
mandadas. Portanto, para analisar o grau em que 
a quantidade demandada responde a uma varia-
ção nos preços de forma correta e usada em Eco-
nomia, utiliza-se a elasticidade-preço da deman-
da, a partir da se relaciona a variação percentual 
da quantidade e a variação percentual do preço 
(PINHO; VASCONCELLOS, 2011).
AtençãoAtenção
Elasticidade da demanda mede a sensibilidade 
de resposta na Demanda de um bem resultante 
da mudança em qualquer determinante da De-
manda.
Elasticidade – Preço da Demanda (Ep) mede 
a resposta relativa na quantidade demandada de 
um bem (Δ%Q), resultante da variação no preço 
desse bem (Δ%P), coeteris paribus.
Então:
ep = ≤ Δ%Q ÷ Δ%P) ou ep = ± (ΔQ÷ΔP × P÷Q)
Se:
ep > 1, a Demanda é dita elástica, quando a 
variação percentual da quantidade demandada é 
maior do que a variação percentual de preços.
ep = 1, a Demanda tem elasticidade unitá-
ria, quando ocorre igualdade entre as variações 
percentuais.
ep < 1, a Demanda é dita inelástica, quando 
qualquer variação nos preços não provocará va-
riação na quantidade demandada.
Como exemplos de demanda inelástica, po-
demos citar os remédios e o sal, pois, indepen-
dentemente da variação dos preços, a demanda 
não sofrerá alteração!
Economia
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47
3.14 Resumo do Capítulo
3.15 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você aprendeu que a Microeconomia, ou Teoria dos Preços, analisa a formação de 
preços no mercado, no qual a empresa e o consumidor interagem para decidirqual o preço e a quantida-
de de um determinado bem ou serviço em um mercado específico.
Viu sobre a importância, no raciocínio econômico, da hipótese coeteris paribus, que para analisar 
um mercado específico deve “tudo o mais permanecer constante”.
Aprendeu o conceito de demanda, oferta e equilíbrio de um bem ou serviço e também pôde com-
preender sobre as variáveis que influenciam no comportamento da demanda e da oferta.
Também aprendeu o conceito da elasticidade da demanda.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1. Assinale os fatores mais importantes que afetam as quantidades procuradas:
a) Preço e durabilidade do bem.
b) Preço do bem, renda do consumidor e custos de produção.
c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferência do con-
sumidor.
d) Renda do consumidor e custos de produção.
2. Assinale a alternativa correta, coeteris paribus:
a) Um aumento da oferta diminui o preço e aumenta a quantidade demandada do bem.
b) Uma diminuição da demanda aumenta o preço e diminui a quantidade ofertada e deman-
dada do bem.
c) Um aumento da demanda aumenta o preço e diminui a oferta do bem.
d) Um aumento da demanda aumenta o preço, a quantidade demandada e a oferta do bem.
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49
TEORIA DA PRODUÇÃO4
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo você conhecerá os princípios 
gerais da teoria da produção que possibilitam as 
bases para a análise dos custos e da oferta dos 
bens produzidos.
Vamos iniciar o estudo da teoria da produ-
ção apresentando alguns conceitos fundamen-
tais!
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2011, 
p. 171), o primeiro conceito básico é o de empresa 
ou firma: “Unidade de produção que atua racio-
nalmente, procurando maximizar seus resultados 
relativos à produção e lucro.”
O estudo da teoria da produção abarca prin-
cípios que se constituem em peças fundamentais 
para a análise dos preços e do emprego dos fa-
tores, bem como sua alocação entre os diversos 
usos alternativos.
A teoria da produção serve de base para a 
análise das relações existentes entre produção e 
custos de produção, que é importante na forma-
ção dos preços, servindo também de apoio para 
a análise da demanda da firma com relação aos 
fatores de produção que utiliza.
A seguir alguns conceitos básicos!
Função de produção: identifica a forma 
de solucionar os problemas técnicos da produ-
ção, pela apresentação das combinações de fa-
tores que podem ser utilizados para o desenvol-
vimento do processo produtivo. É a relação que 
demonstra qual a quantidade obtida do produto, 
com base na quantidade utilizada dos fatores de 
produção.
Processo de produção: técnica que permi-
te que um ou mais produtos sejam obtidos pela 
utilização de determinadas quantidades de fato-
res de produção. Se o processo de produção for 
simples, ou seja, com a combinação dos fatores, 
obter-se-á um único produto. O processo de pro-
dução múltiplo, ou produção múltipla, decorre da 
combinação dos fatores para a produção de mais 
de um produto.
Produto total: mostra a produção máxima 
com a aplicação de quantidades diferentes de fa-
tores da produção (K = Capital e L = mão de obra).
A produção de curto prazo é aquela em 
que pelo menos um dos recursos (fatores de pro-
dução) é fixo e os outros são aplicados em dife-
rentes momentos da produção e em quantidades 
diferentes.
A produção total de longo prazo é aquela 
que ocorre com a combinação de diferentes re-
cursos de produção, permanecendo com um de-
les fixo.
Produto médio é a contribuição de cada fa-
tor de produção, sendo dado pela fórmula:
PT ÷ q (L,K)
Sendo:
PT = Produto Total
q (L, K) fator de produção – mão de obra/
capital
DicionárioDicionário
Fator de produção: bens ou serviços transformá-
veis em produção.
Produção: transformação, pela empresa, dos fato-
res adquiridos em produtos para a venda no mer-
cado.
Fonte: Pinho e Vasconcellos (2011).
Irma Filomena Lobosco
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50
Fatores variáveis: aqueles cujas quantida-
des utilizadas variam com a realização dos pro-
cessos produtivos.
Fatores fixos: aqueles cujas quantidades 
utilizadas não variam com a realização do proces-
so produtivo.
Num cenário microeconômico é importan-
te o conhecimento dos custos da produção para 
se determinar com precisão o preço final da mer-
cadoria e evitar a atuação da empresa com uma 
produção no nível de prejuízo, ou seja, abaixo do 
seu custo fixo, pelo menos.
Os custos totais são:
ƒƒ Custo fixo: é o custo que não muda 
com as mudanças na quantidade pro-
duzida;
ƒƒ Custo variável: sofre mudanças com as 
alterações na quantidade produzida;
ƒƒ Custo total (custo operacional): é a 
soma do custo fixo e variável.
Quanto aos custos unitários, temos:
ƒƒ Custo fixo médio: é o custo fixo dividi-
do pela quantidade produzida;
ƒƒ Custo variável médio: é o custo variá-
vel dividido pela quantidade produzida;
ƒƒ Custo marginal: é a variação do custo 
total em relação à variação da quanti-
dade produzida, ou a derivada do custo 
total em relação à derivada da quanti-
dade. São os acréscimos dados ao cus-
to total em relação aos acréscimos da 
quantidade produzida.
4.1 O Modelo Básico
É apresentado pelos autores Guimarães e 
Gonçalves (2010) o modelo em que a empresa es-
colhe o preço (p) e a quantidade vendida (q), com 
a finalidade de maximizar seu lucro, ou seja, a em-
presa não pode vender qualquer quantidade ao 
preço que desejar. Ela deve respeitar a condição 
de que no mesmo mercado, ao preço p*, os con-
sumidores queiram comprar q*. De outra forma, 
os valores p* e q* devem estar sobre a curva de 
demanda do bem.
Na visão econômica, o lucro total de uma 
empresa (L) é igual à receita das vendas de seus 
produtos (R) menos o custo total de produzi-los 
(C). Tem-se então a seguinte função:
L = R – C
O que é necessário entender é como o cus-
to de produção das empresas se comporta.
Caro(a) aluno(a), Guimarães e Gonçalves 
(2010, p. 32) nos falam a respeito definindo como 
importantes três características da curva de cus-
tos:
1) Produzir mais custa mais caro: para au-
mentar a quantidade produzida é preci-
so utilizar mais energia, mais gente, mais 
máquinas, mais matéria-prima etc, e tudo 
isso custa dinheiro.
2) Se a empresa está produzindo pouco, 
aumentar a produção é mais fácil, menos 
custoso, mas se a empresa está produzin-
do a todo vapor, aumentar a produção é 
difícil.
AtençãoAtenção
Na visão econômica, o lucro total de uma empre-
sa (L) é igual à receita das vendas de seus produ-
tos (R) menos o custo total de produzi-los (C).
Economia
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51
3) O custo total de produção C(q) pode 
ser dividido em duas partes: (i) o custo 
fixo da produção CF, um custo que inde-
pende de quanto se está produzindo; (ii) 
um custo variável CVar(q) que depende 
do montante total produzido.
A função custo é assim representada:
C(q) = CF + CVar(q)
A curva do custo é Ilustrada a seguir:
Figura 10 – Curva de custo.
 
 Fonte: Pinho e Vasconcellos (2011).
 
Quando a produção é zero, o custo total 
é positivo devido ao custo fixo. À medida que 
a quantidade aumenta, os custos de produção 
acompanham a elevação. Quanto mais se produz, 
mais é encarecida a produção: a curva vai ficando 
mais e mais inclinada.
 
q 
C 
CV 
CF 
Esse mesmo raciocínio pode ser representa-
do no conceito de custo marginal. O custo Margi-
nal CMg(q) é o custo de se produzir uma unidade 
a mais, dado que já se decidiu produzir q unida-
des. A função é:
CMg(a) = C(q + 1) – C(q)
A relação positiva entre o custo marginal e a 
quantidade q traduz a ideia de que o custo de se 
produzir uma unidade a mais aumenta à medida 
que a capacidadeprodutiva da empresa vai se es-
gotando.
Figura 11 – Curva de custo marginal.
 Fonte: Pinho e Vasconcellos (2011). 
 
q 
CMg 
4.2 A Lei dos Rendimentos Decrescentes
Um elemento importante no estudo da teo-
ria da produção é a lei dos rendimentos decres-
centes, que descreve o comportamento da taxa 
de variação da produção quando é possível variar 
apenas um dos fatores, permanecendo constan-
tes os demais.
Aumentando-se a quantidade de um fator 
variável, permanecendo fixa a quantidade dos 
demais fatores, a produção, inicialmente, crescerá 
a taxas crescentes; a seguir, depois de certa quan-
tidade utilizada do fator variável, passará a crescer 
a taxas decrescentes, e continuando o incremen-
to da utilização do fator variável, a produção de-
crescerá (PINHO; VASCONCELLOS, 2011).
Irma Filomena Lobosco
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52
Todas as firmas ao realizarem o processo de 
produção de bens têm como objetivo obter uma 
compensação para a sua atividade geradora de 
riquezas. Os custos de produção têm uma contra-
partida, que se constitui no rendimento ou recei-
ta recebida pela venda da produção no mercado. 
Quanto maior for esse rendimento, maior incen-
tivo terá a firma para continuar a sua produção 
e manter o suprimento do produto ao mercado 
consumidor.
O rendimento total ou receita total das ven-
das de uma firma é o resultado da multiplicação 
da quantidade total do produto oferecida e ven-
dida ao mercado pelo preço de venda. A função 
que representa o rendimento ou receita total é:
RT = p x q
Sendo:
P = preço de venda o produto
Q = quantidade vendida
RT = rendimento ou receita total das vendas
4.3 Os Rendimentos da Firma
Vamos definir outros dois tipos de receita 
que são muito importantes para a análise da fir-
ma!
Receita média (RMe): resultado do quo-
ciente entre a receita total e a quantidade vendi-
da do produto.
RMe = RT (p x q) ÷ q
Receita marginal: resultado do quociente 
entre as variações da receita total decorrentes das 
variações da quantidade vendida do produto.
RMg = ΔRT ÷ Δq
4.4 Produtividade
Você sabia que a Produtividade é mais um 
problema administrativo do que econômico? 
Pense a respeito! 
A maior ou menor produtividade é uma 
questão de organização do trabalho, de enge-
nharia industrial (processos, logística etc.).
Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos 
países passaram a se preocupar com a produtivi-
dade. Por volta de 1950, sete trabalhadores japo-
neses produziam o mesmo que um norte-ame-
ricano. Em 1977, a produção de dois japoneses 
era igual à de um operário norte-americano. Em 
1978, o índice de produtividade do Japão aumen-
tou 8% e o dos Estados Unidos, 0,3%.
Produtividade é uma unidade de medida 
ou valor expresso pela relação entre o insumo e o 
produto (do inglês input-output).
DicionárioDicionário
Insumo: neologismo criado para traduzir a expres-
são inglesa input, que abrange todos os recursos 
gastos ou investidos para a obtenção de determi-
nado resultado (output) da produção.
Economia
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53
De acordo com a definição, temos:
A produtividade pode ser analisada sob os 
aspectos quantitativo e qualitativo. Por exemplo: 
uma empresa industrial cuja produção mensal 
atinja o valor de R$ 90.000,00, empregando insu-
mos calculados em R$ 45.000,00, terá um índice 
de produtividade igual a 2:
 R$ 90.000,00 
 R$ 45.000,00
 
Para uma análise mais precisa da produtivi-
dade, podemos calculá-la considerando isolada-
mente os três grupos de insumos: natureza, capi-
tal e trabalho. As matérias-primas são insumos da 
natureza. Máquinas, equipamentos e instalações 
pertencem ao grupo de capital. A mão de obra 
direta e indireta representa o grupo de trabalho. 
A produtividade de cada um desses grupos pode 
ser calculada conforme segue:
= 2
Podemos, também, calcular a produtivida-
de do trabalhador da seguinte forma:
Além das fórmulas mencionadas, a produ-
tividade pode ser ainda calculada de várias ma-
neiras. Um dos cálculos utilizado, principalmente 
pelas indústrias, e que permite uma análise mais 
detalhada da produtividade é o cálculo custo-
-minuto.
����
�
 
 
 
 
 
 
 
Podemos, também, calcular a produtividade do trabalhador da seguinte forma: 
 
 
 
 
Além das fórmulas mencionadas, a produtividade pode ser ainda calculada de 
várias maneiras. Um dos cálculos utilizado, principalmente pelas indústrias, e que permite 
uma análise mais detalhada da produtividade é o cálculo custo-minuto. 
 
 Saiba mais: 
 
 
 
 
 
Um índice de produtividade maior ou menor não corresponde necessariamente 
à melhor ou pior produtividade; por isso, além da análise quantitativa, é preciso fazer a 
análise qualitativa. 
Verbete 
 
 
 
 
 
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Capacidade Instalada é o potencial de produção de 
determinado setor da economia. Dizer que a indústria 
está trabalhando com 79,04% da sua capacidade é o 
mesmo que dizer que está com 20,96% de sua 
capacidade de produção ociosa. 
 
Fonte: http://www.economiabr.net/dicionario. 
 
Produção: criação de um bem ou de um serviço 
adequado para a satisfação de uma necessidade. 
 
Fonte: http://www.economiabr.net/dicionario. 
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Podemos, também, calcular a produtividade do trabalhador da seguinte forma: 
 
 
 
 
Além das fórmulas mencionadas, a produtividade pode ser ainda calculada de 
várias maneiras. Um dos cálculos utilizado, principalmente pelas indústrias, e que permite 
uma análise mais detalhada da produtividade é o cálculo custo-minuto. 
 
 Saiba mais: 
 
 
 
 
 
Um índice de produtividade maior ou menor não corresponde necessariamente 
à melhor ou pior produtividade; por isso, além da análise quantitativa, é preciso fazer a 
análise qualitativa. 
Verbete 
 
 
 
 
 
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Capacidade Instalada é o potencial de produção de 
determinado setor da economia. Dizer que a indústria 
está trabalhando com 79,04% da sua capacidade é o 
mesmo que dizer que está com 20,96% de sua 
capacidade de produção ociosa. 
 
Fonte: http://www.economiabr.net/dicionario.Produção: criação de um bem ou de um serviço 
adequado para a satisfação de uma necessidade. 
 
Fonte: http://www.economiabr.net/dicionario. 
Saiba maisSaiba mais
Capacidade Instalada é o potencial de produção de 
determinado setor da economia. Dizer que a indústria 
está trabalhando com 79,04% da sua capacidade é o 
mesmo que dizer que está com 20,96% de sua capaci-
dade de produção ociosa. 
Fonte: Economianet (2011).
Um índice de produtividade maior ou me-
nor não corresponde necessariamente à melhor 
ou pior produtividade; por isso, além da análise 
quantitativa, é preciso fazer a análise qualitativa.
DicionárioDicionário
Produção: criação de um bem ou de um serviço 
adequado para a satisfação de uma necessidade. 
Fonte: Economianet (2011).
Irma Filomena Lobosco
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54
Em épocas de crise, muitas empresas dimi-
nuem quadros de pessoal, supondo que a dimi-
nuição da mão de obra pode melhorar os índices 
de produtividade. Não podemos esquecer que os 
recursos humanos são os únicos que reagem, isto 
é, são os que têm condições de encontrar e viabi-
lizar alternativas produtivas.
AtençãoAtenção
A produtividade empresarial é mais uma questão 
de organização e métodos.
4.5 Resumo do Capítulo
4.6 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você estudou sobre a Teoria da Produção e conheceu a relação existente entre pro-
dução e custos de produção.
Viu que o estudo da teoria da produção e o desenvolvimento de sua análise exigem conhecimen-
tos de alguns conceitos básicos: de empresa ou firma, de fator de produção e de produção.
Observou também que a Produtividade na Economia é uma unidade de medida ou valor expresso 
pela relação entre o insumo e o produto.
Ainda neste capítulo, apresentamos exemplos considerando isoladamente os três grupos de insu-
mos: natureza, capital e trabalho.
Você aprendeu também que uma das análises realizadas pelas empresas é o custo operacional da 
empresa por minuto e conheceu a importância da utilização dos métodos que utilizam índices quantita-
tivos e qualitativos para uma análise eficaz.
1. Qual é o índice de produtividade de uma empresa industrial com produção mensal de R$ 
100.000,00, empregando insumos calculados em R$ 50.000,00?
a) 2.
b) 4.
c) 1.
d) 0.
2. Sabendo-se que essa empresa tem 2.000 trabalhadores, que produziram 10.000 produtos, 
qual é a produtividade do trabalhador?
a) 5.
b) 4.
c) 0,5.
d) 25.
As organizações mais eficazes e que utili-
zam os métodos mais eficientes são aquelas cujos 
índices de produtividade são constituídos de va-
lores quantitativos e qualitativos.
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55
MERCADO DE TRABALHO5
O trabalho é o mais importante fator de pro-
dução e sem ele não existiriam os meios de produ-
ção; consequentemente, não haveria geração de 
riquezas.
Embora seja o mais importante, a maior parte 
das riquezas por ele produzidas não vai para os tra-
balhadores. Só recentemente os trabalhadores co-
meçaram a adquirir consciência de sua importância 
e passaram a lutar para alcançar maior participação 
nos benefícios gerados pelo trabalho.
Na Antiguidade
De fato, o trabalho apresentou, durante muito 
tempo, um sentido de punição e de castigo. Para os 
hebreus, por exemplo, o homem havia sido simples-
mente condenado ao trabalho.
Os gregos e os romanos só admitiam o tra-
balho manual para os escravos. As elites só admi-
tiam o trabalho intelectual, porque correspondia 
à parte nobre do corpo humano: o cérebro. O 
trabalho que exigisse força e destreza muscular e 
um contato direto com a matéria era desprezível.
5.1 História do Trabalho
Saiba maisSaiba mais
A palavra ‘trabalho’ deriva da palavra latina tripalium, 
que designa um tipo de instrumento de tortura.
Na Idade Média
Na Idade Média, existiam três classes de pes-
soas: os sacerdotes, os nobres e os trabalhadores. 
Trabalhar significava cultivar a terra para produ-
zir alimentos e cuidar do rebanho, que fornecia a 
lã para o vestuário. A maioria das terras agrícolas 
estava dividida em áreas chamadas feudos; um 
feudo abrangia uma aldeia e uma grande exten-
são de terra arável que a circundava. A terra arável 
era dividida em duas partes: uma pertencia ao se-
nhor e a outra ficava à disposição dos servos para 
produzirem seu sustento. O servo era obrigado a 
trabalhar dois ou três dias por semana nas terras 
do senhor, sem pagamento algum. Quando havia 
pressa, primeiramente devia colher os produtos 
das terras do senhor, não importando quantos 
dias fossem necessários para a colheita.
Durante a maior parte da Idade Média, pra-
ticamente não existiu o comércio como conhece-
mos hoje, apenas um intercâmbio de mercadorias. 
Alguém poderia não ter lã suficiente para fazer seu 
vestuário, mas ter vinho de sobra; então, trocava al-
guns galões pela lã que precisava.
O comércio cresceu. Esse fato provocou pro-
fundas mudanças na sociedade feudal. A riqueza, 
que era medida pela quantidade de terras que a 
pessoa possuía, passou, no final da Idade Média, a 
ser medida pelo dinheiro. Além disso, a expansão do 
comércio provocou também o crescimento das 
cidades.
Irma Filomena Lobosco
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56
Os Artesãos e suas Corporações
O progresso das cidades e o uso do dinheiro 
fizeram com que os camponeses, que tinham ha-
bilidade para fabricar algum produto, pudessem 
abandonar a agricultura e viver de seu ofício. Se 
o artesão fosse bom trabalhador e se tornasse co-
nhecido entre os moradores da cidade, seus pro-
dutos seriam procurados e ele poderia aumentar 
a produção e contratar um ou dois ajudantes.
A Revolução Industrial
A invenção de máquinas para substituir o 
trabalho humano diminuiu ainda mais a impor-
tância da função dos artesãos. Com as máquinas, 
vieram as fábricas, com sua organização eficiente 
e a divisão de trabalho. O sistema fabril provocou 
um grande aumento na produção.
Saiba maisSaiba mais
Corporativismo é um Sistema que confere papel de 
direção e poder regulamentador a sindicatos únicos 
(patronais ou de trabalhadores), constituídos por pro-
fissão. 
DicionárioDicionário
Trabalho: repartição diferenciada de tarefas entre 
os membros de uma comunidade. O trabalho é di-
vidido pela sociologia em: como divisão biológica, 
divisão territorial e divisão social do trabalho.
Fonte: Wikipédia.
Com a Revolução Industrial e o surgimen-
to das grandes fábricas, a partir do século XVIII, 
a exploração do trabalho humano atingiu limites 
inacreditáveis: os operários, inclusive mulheres e 
crianças, eram obrigados a trabalhar, em média, 
85 horas por semana. Além do excessivo número 
de horas de trabalho, as condições eram precá-
rias.
Em contrapartida à exploração do trabalho 
humano, surgiram novas ideias, principalmente 
com Karl Marx, que propunha que os meios de 
produção – fábricas, máquinas, matérias-primas – 
fossem de propriedade de todo o povo. Os traba-
lhadores, por sua vez, passaram a se organizar em 
sindicatos para defender seus interesses e perce-
beram que, embora fracos como indivíduos, po-
deriam tornar-se fortes quando unidos.
A partir dessas novas ideias sobre o traba-
lho e graças aos movimentos trabalhistas, a classe 
trabalhadora passou a ter maior importância so-
cial e política.
5.2 Mercado de Trabalho
Segundo dados estatísticos do IBGE, publi-
cados em março de 2012, analisando o contin-
gente de ocupados, segundo os grupamentos de 
atividade econômica, de fevereiro para março de 
2012, foi observada variação positiva apenas no 
grupamento da indústria extrativa, de transfor-
mação e distribuição de eletricidade, gás e água 
(mais 108 mil pessoas, 3,0%). No confronto com 
março do ano anterior, ocorreu acréscimo na edu-
cação, saúde e administração pública (mais125 
mil pessoas, 3,6%) e declínio nos serviços domés-
ticos (menos 94 mil pessoas, 5,9%).
Observe, caro(a) aluno(a), o que nos fala a 
respeito Guimarães e Gonçalves (2010, p. 68):
São as empresas que demandam os ser-
viços dos trabalhadores e, como não po-
deria deixar de ser, a demanda delas por 
mão de obra é função do balanço entre 
custos e benefícios envolvidos na contra-
tação de empregados, ou seja, do efeito 
líquido que a contratação exerce sobre o 
lucro da empresa. 
Economia
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57
A curva de demanda de trabalho é a relação 
entre o custo de se ter um trabalhador e o núme-
ro de trabalhadores demandados pela empresa. 
Nessa perspectiva, essa curva é negativamente 
inclinada, conforme mostra a Figura a seguir: 
Figura 12 – Curva da demanda do trabalho.
n
Fonte: Guimarães e Gonçalves (2010). 
O maior salário corresponde à menor de-
manda por trabalhadores (n). O benefício margi-
nal do trabalhador decresce para a empresa. Se o 
salário é muito alto, só valerá a pena contratar um 
funcionário, mas, se o salário é baixo, passa a valer 
a pena contratar vários trabalhadores.
Guimarães e Gonçalves (2010) apresentam 
o modelo de escolha das empresas, considerando 
um modelo simples de uma empresa que decide 
sobre o número de pessoas que irá empregar na 
produção, (n), considerando as seguintes hipóte-
ses:
ƒƒ A empresa visa a maximizar o lucro;
ƒƒ Todos os potenciais trabalhadores são 
idênticos (ou seja, não há diferenças de 
produtividade entre os trabalhadores);
ƒƒ O custo de cada funcionário para a em-
presa é w (incluindo tudo, desde os cus-
tos de recrutamento até o salário);
ƒƒ Quanto mais trabalhadores, mais a em-
presa produz. 
Em consequência da última hipótese, sur-
ge a produtividade marginal decrescente do 
trabalho, para a qual o benefício marginal de um 
funcionário decresce com o número de emprega-
dos existentes na empresa.
Vamos ilustrar, caro(a) aluno(a), com o se-
guinte exemplo: 
Suponha que em uma determinada loja já 
trabalhem quatro funcionários. O quinto empre-
gado poderia executar uma tarefa de carregar as 
compras de alguns clientes, limpar o chão com 
mais frequência para tornar a loja mais atrativa 
aos compradores, podendo ainda substituir um 
dos quatro funcionários que faltasse ao trabalho. 
Não mais que isso. Assim, o aumento da receita 
proveniente da contratação do quinto funcioná-
rio seria muito pequeno, certamente bem menor 
que o aumento na receita derivado da contrata-
ção do primeiro funcionário. A receita extra obti-
da com a contratação de um funcionário se a loja 
já tem n funcionários é a receita marginal do tra-
balho, dada por RMg(n) = R(n + 1) – R(n).
Então, com 0 funcionários, a receita do dono 
da loja é de R$ 60 mil por ano. Com um funcioná-
rio, essa receita sobe para R$ 100 mil. Um acrésci-
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58
mo de 40 mil. Com quatro funcionários, a receita 
é de R$ 150 mil por ano e sobe para apenas R$ 
155 mil com a contratação do quinto funcionário 
(GUIMARÃES; GONÇALVES, 2010).
A primeira linha da Tabela 3 mostra n, o nú-
mero de funcionários; a segunda traz a receita 
da loja, R(n); e a terceira traz a receita marginal, 
RMg(n).
Tabela 3 – Relação entre número de funcionários, receita da loja e receita marginal.
n 0 1 2 3 4 5
R(n) 60 100 125 140 150 155
RMg(n) 40 25 15 10 5
Fonte: Guimarães e Gonçalves (2010).
Analisando, vê-se que a receita é crescente 
em n, mas a receita marginal é decrescente em n, 
pois a produção da empresa cresce com a quanti-
Saiba maisSaiba mais
O custo de um trabalhador para uma dada empresa é o seu salário acrescido de todos os impostos atrelados ao paga-
mento do funcionário e demais custos indiretos (custos de contratação, administrativos etc.). Já o benefício de um traba-
lhador depende de quanto ele ajuda a empresa a produzir mais, a reduzir custos de produção, a melhorar a distribuição 
e o marketing etc.
Fonte: Guimarães e Gonçalves ( 2010).
dade de trabalhadores, mas a produtividade mar-
ginal do trabalhador é decrescente na quantida-
de de funcionários. 
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você conheceu a história do trabalho e aprendeu questões importantes do Merca-
do de Trabalho.
Aprendeu que na antiguidade os gregos e os romanos só admitiam o trabalho manual para os es-
cravos. As elites só admitiam o trabalho intelectual.
Já, na Idade Média trabalhar significava cultivar a terra para produzir alimentos e cuidar do reba-
nho, que fornecia a lã para o vestuário.
Conheceu os fatores que influenciaram o surgimento dos artesãos e suas corporações.
Viu, ainda, sobre a Revolução Industrial e a divisão do trabalho, que por seus movimentos trabalhis-
tas propiciou à classe trabalhadora um novo status social e político.
E, por fim, entendeu os determinantes do preço de trabalho – o salário – ou qualquer outra forma 
de remuneração do trabalhador que resultam da interação entre empresas e trabalhadores.
5.3 Resumo do Capítulo
Economia
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59
5.4 Atividades Propostas
1. Qual o significado do trabalho na Idade Média?
a) Era um tipo de instrumento de tortura.
b) A especialização e divisão do trabalho.
c) Trabalhar significava tratar da terra para produzir.
d) Organizado pelos sindicatos.
2. Qual foi o impacto da Revolução Industrial para o trabalho?
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61
Caro(a) aluno(a) faça uma reflexão sobre os 
assuntos corriqueiros que estão despertando o 
interesse da população, com o objetivo de enten-
der melhor as manchetes dos jornais do dia!
A Macroeconomia estuda os fatores que de-
terminam o nível da Renda e Produto.
Temos as seguintes definições de Macroe-
conomia: “É o estudo do comportamento agrega-
do de uma economia.” “Trata do funcionamento 
da Economia como um todo, inclusive como são 
determinados o produto e o emprego total de re-
cursos da economia, e o que faz com que esses 
níveis flutuem, tentando responder às questões 
da vida econômica.”
Vamos entender as relações entre as dife-
rentes variáveis macroeconômicas a partir dos 
principais agregados? 
ƒƒ Renda;
ƒƒ Emprego;
ƒƒ Produto Nacional;
ƒƒ Desemprego;
ƒƒ Investimento;
ƒƒ Estoque de Moeda;
ƒƒ Poupança;
ƒƒ Taxa de Juros;
ƒƒ Consumo;
ƒƒ Nível Geral de Preços;
ƒƒ Taxa de Câmbio.
A macroeconomia desconsidera o compor-
tamento das unidades econômicas individuais, 
porém permite estabelecer relações entre os 
FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA6
agregados e melhor compreensão das interações 
entre estes (VASCONCELLOS, 2002). 
É de responsabilidade de o Governo manter 
a estabilidade da economia, o desenvolvimento 
social e a diplomacia externa.
Vamos conceituar agora:
ƒƒ Oferta Agregada: representa o que as 
empresas, no seu conjunto, estão dis-
postas a produzir e a vender para cada 
nível geral de preços, assumindo como 
constantes todas as restantes variáveis 
determinantes da oferta agregada, tais 
com as tecnologias disponíveis e as 
quantidades e preços dos fatores pro-
dutivos;
ƒƒ Demanda Agregada: constitui-se nas 
despesas da coletividade em bens e 
serviços de consumo, investimento, 
despesas governamentais e exporta-
ções;
ƒƒ Inflação: tendência contínua e susten-
tada da elevação de todos os preços de 
bens e serviços da economia.
Observe, caro(a) aluno(a), no fluxo a seguir 
como ocorre a evolução da Macroeconomia na 
teoria econômica.
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62
Produto Interno Bruto (PIB) / Produto Nacio-
nal Bruto (PNB) / Produto Nacional Líquido 
(PNL)
Produto Interno Bruto (PIB): mede o valor 
total de bens e serviços numa economia, tendo 
em vista que mede a produção global dentro dos 
limitesterritoriais do país.
No cálculo do PIB entram os mais variados 
tipos de produtos e serviços (cimento, pão, gela-
deira, carnes, sapatos, bananas, televisão, milho, 
soja, trigo etc.); mas seria muito difícil agregá-los, 
pois não tem sentido somar sapatos com carnes 
ou milho com soja. Para resolver esse problema 
de “juntar” tudo, de obter um único indicador que 
inclua todos os bens e serviços, os economistas 
criaram o conceito de “produto”.
����
�
ƒ� Oferta Agregada: representa o que as empresas, no seu conjunto, estão 
dispostas a produzir e a vender para cada nível geral de preços, assumindo 
como constantes todas as restantes variáveis determinantes da oferta 
agregada, tais com as tecnologias disponíveis e as quantidades e preços dos 
fatores produtivos; ƒ� Demanda Agregada: constitui-se nas despesas da coletividade em bens e 
serviços de consumo, investimento, despesas governamentais e exportações; ƒ� Inflação: tendência contínua e sustentada da elevação de todos os preços de 
bens e serviços da economia. 
 
Observe, caro(a) aluno(a), no fluxo a seguir como ocorre a evolução da 
Macroeconomia na teoria econômica. 
 
Observação Sistemática da Realidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria Econômica 
Princípios, leis, teorias e modelos. 
Análise Macroeconômica 
Estudo agregador da atividade 
econômica de magnitudes globais, 
com vistas ao crescimento e 
equilíbrio do sistema econômico. 
Teoria dos Agregados e Teoria 
do Equilíbrio e do Crescimento 
Moeda, política fiscal, relações 
internacionais e desenvolvimento. 
Política Econômica 
Aplicações desenvolvidas pela teoria 
econômica com objetivos 
predeterminados. 
Produto Nacional Bruto (PNB): mede a 
renda que pertence efetivamente aos nacionais, 
incluindo a renda recebida de nossas empresas 
no exterior, e excluindo a renda enviada para o 
exterior pelas empresas estrangeiras localizadas 
no Brasil.
Com o intuito de avaliar o nível de pro-
dução de um país, se calcula o “produto”, o qual 
pode ser avaliado sob duas óticas: o PIB e o PNB. 
Ambos são representados por um único número, 
que procura expressar o nível de atividade eco-
nômica em todos os setores, ou seja, a produção 
de todos os bens e serviços (BS) de um país num 
determinado ano.
Observe, caro(a) aluno(a), o que Guimarães 
e Gonçalves (2010) nos falam a respeito!
Há diversas maneiras de definir o produto, 
por exemplo:
ƒƒ O produto líquido desconta do pro-
duto a depreciação das máquinas, en-
quanto o produto bruto não desconta;
ƒƒ O produto nacional considera a renda 
dos habitantes do país, enquanto o pro-
duto interno considera a renda referen-
te ao que foi produzido. 
A fórmula para o cálculo é a seguinte:
PIB = consumo privado + investimentos to-
tais feitos na região + gastos do governo + 
exportações – importações
O valor do PIB é sempre expresso a preço de 
mercado, salvo se informado o contrário.
É importante também entender a diferença 
entre o PIB Real e o PIB Nominal: “O PIB nominal 
é valor calculado levando-se em conta os preços 
do ano corrente: ou seja, se houver inflação no 
período, ela será contabilizada no resultado final. 
Já o PIB real é medido com o preço fixado no ano 
anterior, tirando-se desse cálculo o efeito da infla-
ção.” (PRODUTO..., 2009).
Economia
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63
Produto Nacional
Para alcançar determinada receita ou ren-
da, é preciso produzir. Produto nacional é preci-
samente a soma de todos os bens e serviços finais 
vendidos no período de um ano.
Exemplo: imagine uma nação que só pro-
duzisse café. Durante um ano, ela produz 1 milhão 
Saiba maisSaiba mais
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou que o PIB brasileiro se desacelerou a 2,7% em 2011 em 
relação ao ano anterior, quando registrou uma alta de 7,5%, em relação a 2010, totalizando 4,14 trilhões de reais (2,38 
trilhões de dólares ao câmbio atual). O crescimento foi inferior aos 3% que esperava o governo devido aos efeitos da 
crise econômica mundial.
Fonte: Almeida (2012).
de sacas de café, vendidas a R$ 500,00 a saca. O 
valor do produto nacional dessa nação é: 1 milhão 
de sacas de café x R$ 500,00 = R$ 500.000.000,00. 
Isso significa que o valor do produto nacional é 
constituído pela soma paga aos que contribuíram 
para criá-lo.
Produto nacional Renda nacional R$
1 milhão de sacas de café a R$ 500,00 a saca paga a:
operários/empregados 250.000.000,00
donos de terras 125.000.000,00
prestamistas 65.000.000,00
empresários 70.000.000,00
TOTAL R$ 500.000.000,00 TOTAL R$ 500.000.000,00
Renda Nacional
A renda nacional é a soma das rendas ou re-
ceitas recebidas por todas as pessoas em um ano. 
É toda a composição que está ligada diretamente 
ao processo de produção a custo dos fatores: salá-
rio, lucro, juro, aluguéis = Renda Nacional. 
Todos os países procuram medir o resulta-
do de suas atividades econômicas e essa medição 
pode ser feita através do cálculo da renda nacio-
nal.
AtençãoAtenção
Renda nacional é a soma das rendas ou receitas 
recebidas por todas as pessoas em um ano, ou 
seja, é a soma total dos salários, juros, lucros, alu-
guéis e renda da terra obtida pelos cidadãos de 
um país, durante o período de um ano.
A renda nacional depende da maior ou 
menor produtividade do trabalho e da maior ou 
menor rentabilidade de todos os fatores da pro-
dução.
Irma Filomena Lobosco
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Renda Per Capita
Dividindo a renda nacional pelo número de 
habitantes, temos a renda per capita de um país, 
que é o que cada um ganharia se dividíssemos 
igualmente o valor da produção, em um ano, en-
tre todas as pessoas do país.
A renda per capita é um dos critérios para 
se avaliar o desenvolvimento econômico de um 
país, mas não pode ser o único. Portanto, além 
da renda nacional, devemos levar em conta cer-
tos dados indicativos do padrão de vida da po-
pulação em geral: média de vida dos habitantes, 
mortalidade infantil, leitos de hospital, percentual 
de alfabetização, consumo de energia per capita, 
meios de transporte etc.
A renda per capita do Brasil é muito baixa 
em relação aos povos economicamente mais de-
senvolvidos.
Renda Nacional de Equilíbrio
Vamos entender o conceito de renda nacio-
nal de equilíbrio? 
Conforme Pinho e Vasconcellos (2011, p. 
340), é preciso saber a distinção entre renda e 
despesa:
Enquanto a renda mede o fluxo de pa-
gamento dos fatores de produção, isto 
é, salário, juros, lucro e aluguel, a despe-
sa mede o fluxo dos gastos em bens e 
serviços de consumo e investimentos da 
economia. O fato de as despesas se tor-
Saiba maisSaiba mais
O Censo Demográfico 2010, do IBGE, mostra que a de-
sigualdade de renda ainda é bastante acentuada no 
país. Embora a média nacional de rendimento domi-
ciliar per capita fosse de R$ 668 em 2010, 25% da po-
pulação recebia até R$ 188, e metade dos brasileiros 
recebia até R$ 375, menos do que o salário-mínimo 
naquele ano (R$ 510). 
Fonte: IBGE... (2011).
narem pagamentos que remuneram os 
fatores que produzem os bens e serviços 
significa que a renda e despesa são duas 
medidas diferentes do mesmo fluxo con-
tínuo. Se as despesas forem maiores ou 
menores que a remuneração dos fatores, 
é claro que a renda obtida não pode ser a 
renda nacional de equilíbrio.
A Renda Nacional de equilíbrio ocorre quan-
do a remuneração dos fatores de produção (a ren-
da nacional) iguala os gastos desejados em bens 
e serviços de consumo e investimento (a despesa 
nacional).
Portanto, entenda, caro(a) aluno(a), que a 
despesa corresponde à demanda agregada e a 
produção corresponde à oferta agregada, sendo 
que ambos são conceitos equivalentes da renda 
nacional.Renda Pessoal Disponível
Além da Renda Nacional, temos os concei-
tos de Renda Pessoal e Renda Pessoal Disponível, 
que são úteis para a análise macroeconômica, em-
bora não sejam medidas de produção. Esses con-
ceitos surgem ao considerarmos na Contabilida-
de Nacional as transferências, os tributos diretos e 
outras receitas do Governo. As transferências são 
pagamentos que não decorrem de uma atividade 
produtiva corrente. Por exemplo: aposentadorias, 
pensões e auxílios diversos.
Assim, considerando as transferências, os 
tributos diretos e outras receitas do Governo, 
temos: renda pessoal disponível, que pode ser 
conceituada como o montante que os indivíduos 
têm à sua disposição para consumir ou poupar e 
é igual a:
Renda Nacional (PNL ao custo dos fatores)
+ transferências – aposentadorias, pensões 
e auxílios
- tributos diretos pagos pelas empresas
- outras receitas do Governo
= Renda Pessoal
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- tributos diretos pagos pelas famílias
= Renda Pessoal Disponível
Para que Serve o Cálculo da Renda
As principais vantagens são:
ƒƒ medir o crescimento econômico do 
país;
ƒƒ avaliar a contribuição dos diferentes 
setores da produção na atividade eco-
nômica, tais como: agricultura, pesca, 
construção civil, comércio e indústria 
na produção de riquezas;
ƒƒ conhecer a distribuição da renda, isto é, 
o modo como é repartido o total que o 
país produz.
Lucro
Lucro é a remuneração do empresário, re-
presentado por um ganho aleatório igual à dife-
rença entre o preço de venda e o preço de custo 
dos produtos e serviços. Se não houvesse a pos-
sibilidade de lucro, o empresário não correria o 
risco de aplicar seu capital em determinada ativi-
dade produtiva.
O capital é formado da mais-valia, que con-
siste no fato de que o trabalhador, em qualquer 
que seja o processo de produção, transforma 
matéria-prima em produtos, empregando deter-
minados meios de produção. 
O valor do produto é formado pelo valor 
dos meios de produção mais o novo valor que o 
operário, ao trabalhar, está criando. Do trabalho, 
portanto, sai o único valor que se cria em cada 
DicionárioDicionário
Mais-valia: valor suplementar que o operário pro-
duz durante todo o tempo em que continua a tra-
balhar depois de produzir o valor de sua força de 
trabalho.
processo de produção. Dessa forma, o capitalista 
obtém os seus lucros apoderando-se de todo o 
trabalho que o operário continua a realizar após 
ter criado um valor igual ao seu salário. 
Hoje, o que se discute não é a existência do 
lucro, mas a sua apropriação. Nas economias ca-
pitalistas, ele vai para os detentores do capital das 
empresas. Nas economias socialistas, o lucro vai 
necessariamente para o Estado, embora uma fra-
ção possa ser deixada à disposição das empresas. 
Um dos aspectos interessantes é o que diz respei-
to à distribuição do lucro entre os empregados.
Juro
Juro é a remuneração do capital. Quando al-
guém recebe um empréstimo em dinheiro, deve 
pagar ao credor, além do “principal”, uma soma 
determinada para compensar o lucro que o cre-
dor deixou de ter ao emprestar o dinheiro.
Podemos justificar a cobrança dos juros da 
seguinte forma:
ƒƒ não são apenas os pobres que pedem 
empréstimos, mas também os comer-
ciantes, os industriais e o governo, com 
o fim de aplicar esse capital na produ-
ção;
ƒƒ o capital é, hoje, um fator de produção; 
sendo produtivo, ninguém o empresta 
sem receber uma retribuição;
ƒƒ apesar de a inflação ser baixa, de se ter 
uma moeda praticamente estável com 
o câmbio controlado, o próprio sistema 
comercial de financiamento e a cultura 
existente no mercado financeiro fazem 
com que os juros sejam cobrados.
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66
Crescimento Econômico
O crescimento econômico de um país é o 
processo de acumulação de fatores de produção, 
tais como capital físico, trabalho e capital huma-
no, e a incorporação de progresso técnico ao tra-
balho e ao capital que leva ao aumento da produ-
tividade, dos salários e do padrão médio de vida 
da população. Conforme Fontes, Ribeiro e Santos 
(2010, p. 100), crescimento econômico refere-se 
ao:
Aumento do produto de um país ao lon-
go de tempo. Geralmente, é medido pela 
variação percentual do Produto Interno 
Bruto (PIB) per capita. O crescimento de 
uma economia é fruto principalmente 
do crescimento qualitativo da força de 
trabalho, da maior proporção da receita 
nacional poupada e investida e do aper-
feiçoamento tecnológico.
Capital Físico: conjunto de equipamentos e 
instalações utilizados no processo produtivo.
Capital Humano: investimentos destinados 
à formação educacional e profissional dos indiví-
duos
Desenvolvimento Econômico e Social
O desenvolvimento econômico depende 
de algumas variáveis, como: passado histórico, 
extensão territorial, cultura, recursos naturais 
e as mudanças ocorridas ao longo do tempo. O 
desenvolvimento econômico envolve o cresci-
mento econômico (aumento do PNB per capita), 
acompanhado pela melhoria da qualidade de 
vida da população e por alterações profundas na 
estrutura econômica. É importante destacar que 
melhoria da qualidade de vida implica erradicar a 
pobreza, acabar com o desemprego, a segurança, 
as condições de saúde, a alimentação, o transpor-
te, a educação, o lazer, a cultura e a moradia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) 
usa os seguintes indicadores para classificar os 
países, segundo o grau de desenvolvimento: ín-
dice de mortalidade infantil, esperança de vida 
média, nível de industrialização, grau de depen-
dência externa, potencial científico e tecnológico, 
grau de alfabetização, instrução e condições sa-
nitárias.
Desenvolvimento do Milênio 
Em setembro de 2000, na Cúpula do Milênio promovida pela ONU, os líderes das grandes potências mun-
diais e os chefes de Estados discutiram a gravidade do estado social de muitos países do mundo e deter-
minaram 8 objetivos que apontaram para ações em áreas prioritárias, visando à superação da pobreza. Tais 
objetivos, chamados de ODM, apresentaram metas detalhadas em indicadores, que devem ser alcançadas 
em sua maioria até 2015:
Objetivo 1– Erradicar a pobreza extrema e a fome;
Objetivo 2 – Alcançar o ensino primário universal;
Objetivo 3 – Promover a igualdade de gênero e capacitar as mulheres;
Objetivo 4 – Reduzir a mortalidade de crianças;
Objetivo 5 – Melhorar a saúde materna;
Objetivo 6 – Combater a AIDS, malária e outras doenças;
Objetivo 7 – Assegurar a sustentabilidade ambiental;
Objetivo 8 – Promover uma parceria mundial para o desenvolvimento.
 Fonte: IBGE (2009).
CuriosidadeCuriosidade
Economia
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67
Poupança e Investimento
A poupança nacional é a parcela da renda 
nacional não gasta em bens e serviços de consu-
mo produzidos na economia, sendo que a renda 
é o fator que, isoladamente, tem maior influência 
no nível da poupança da coletividade. A função 
poupança pode ser obtida por meio da renda me-
nos a função consumo, ou seja, é dada segundo 
hipóteses do modelo Keynesiano básico:
Função consumo (C): consumo em função 
da renda crescente do nível de renda nacional (Y). 
O modelo mais simples supõe o consumo como 
uma função linear. 
C = a + by
Sendo: 
a = consumo mínimo da coletividade
b = propensão marginal a consumir (PMgC)
A PMgC é a relação entre um acréscimo no 
consumo desejado devido a um acréscimo na 
renda da coletividade.
Observe, caro(a) aluno(a), a figura a seguir! 
Corresponde à função consumo da coletividade:
Figura 13 – Função consumo.Fonte: Pinho e Vasconcellos (2011).
����
�
C = a + by 
 
Sendo: 
a = consumo mínimo da coletividade 
b = propensão marginal a consumir (PMgC) 
A PMgC é a relação entre um acréscimo no consumo desejado devido a um 
acréscimo na renda da coletividade. 
 
Observe, caro(a) aluno(a), a figura a seguir! Corresponde à função consumo da 
coletividade: 
 
Figura 13 – Função consumo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pinho, Vasconcellos e Toneto Jr. (2011). 
 
Função poupança (S): é a parcela da renda nacional não consumida em dado 
período de tempo. 
 
S = – a + (1 – b)y 
 
Sendo: 
(1 – b) = a propensão marginal a poupar. 
 
A figura a seguir ilustra a curva da função poupança. 
 
 
y
C 
a 
C = a + by
Função poupança (S): é a parcela da ren-
da nacional não consumida em dado período de 
tempo. 
S = – a + (1 – b)y
Sendo:
(1 – b) = a propensão marginal a poupar.
A figura a seguir ilustra a curva da função 
poupança.
Figura 14 – Curva da função poupança.
Fonte: Pinho e Vasconcellos (2011).
Agora que você já aprendeu como é forma-
da a poupança nacional vamos entender a rela-
ção entre poupança e investimento?
Considere uma economia em que as famí-
lias podem poupar para consumir no futuro, na 
qual as empresas têm capital para investir em 
bens que serão utilizados na produção de bens 
de consumo.
����
�
Figura 14 – Curva da função poupança. 
 
 
Fonte: Pinho, Vasconcellos e Toneto Jr. (2011). 
 
 
Agora que você já aprendeu como é formada a poupança nacional vamos 
entender a relação entre poupança e investimento? 
 
VERBETE 
 
 
 
 
Considere uma economia em que as famílias podem poupar para consumir no 
futuro, na qual as empresas têm capital para investir em bens que serão utilizados na 
produção de bens de consumo. 
Para reflexão, imagine como o nível da renda gerado em uma economia (y2´), o 
consumo desejado (C2) e o fluxo de renda não gasto em consumo, ou seja, a poupança 
programada pela coletividade igual a S2. Essa economia produz somente e apenas a parcela 
C2 que está sendo consumida, significando que a diferença da produção não consumida é 
estocada. As empresas já assumiram todos os custos de produção, faltando-lhes recursos, 
pois não houve a venda total da produção para cumprir com a liquidação das obrigações 
firmadas. Nesse momento, os empresários irão recorrer aos empréstimos correspondentes 
ao volume de poupança realizada pela coletividade, com o objetivo de financiar seus 
- a 
S 
S = – a + (1 – b)y
,QYHVWLPHQWR��SDUFHOD�GR�SURGXWR�QDFLRQDO�QmR�FRQVXPLGD��DicionárioDicionárioInvestimento: parcela do produto nacional não consumida.
Irma Filomena Lobosco
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68
Para reflexão, imagine como o nível da ren-
da gerado em uma economia (y2´), o consumo 
desejado (C2) e o fluxo de renda não gasto em 
consumo, ou seja, a poupança programada pela 
coletividade igual a S2. Essa economia produz 
somente e apenas a parcela C2 que está sendo 
consumida, significando que a diferença da pro-
dução não consumida é estocada. As empresas já 
assumiram todos os custos de produção, faltan-
do-lhes recursos, pois não houve a venda total 
da produção para cumprir com a liquidação das 
obrigações firmadas. Nesse momento, os empre-
sários irão recorrer aos empréstimos correspon-
dentes ao volume de poupança realizada pela 
coletividade, com o objetivo de financiar seus in-
vestimentos em estoque pela produção não ven-
dida (PINHO; VASCONCELLOS, 2011).
Inflação
Informa-nos o IBGE5 que, em 2010, a infla-
ção registrada foi de 5,91%. No primeiro ano de 
governo de Dilma Rousseff, o Banco Central (BC) 
realizou um processo de redução dos juros para 
estimular o crescimento. Os juros atualmente es-
tão altos, mas estavam ainda mais elevados no 
início do governo FHC. A inflação, que antes era 
de mais de 1.000% ao ano, agora está abaixo de 
10% ao ano.
Quando os preços na economia sobem X%, 
há inflação de X%, ou seja, a inflação é um au-
mento no índice de preços.
A esse respeito nos falam Pinho e Vascon-
cellos (2011, p. 385):
DicionárioDicionário
Inflação: fenômeno geral de ajuste, por meio mo-
netário, das tensões existentes em um conjunto 
socioeconômico. É caracterizada pela alta do nível 
geral dos preços e pela depreciação da moeda. 
Fonte: Economianet (2011).
A inflação pode ser conceituada como 
um aumento contínuo e generalizado 
no nível de preços, ou seja, os movimen-
tos inflacionários representam elevações 
em todos os bens produzidos pela eco-
nomia e não meramente o aumento de 
um determinado preço. Outro aspecto 
fundamental refere-se ao fato de que o 
fenômeno inflacionário exige a elevação 
contínua dos preços durante um período 
de tempo, e não meramente uma eleva-
ção esporádica dos preços.
Principais tipos de inflação:
ƒƒ Inflação de demanda: considerada o 
tipo mais clássico de inflação, diz res-
peito ao excesso de demanda agrega-
da, em relação à produção disponível 
de bens e serviços. Pode ser entendida 
como excesso de moeda em circulação 
em busca de poucos bens (PINHO; VAS-
CONCELLOS, 2011);
ƒƒ Inflação de custos: considerada uma 
inflação tipicamente de oferta. A de-
manda permanece praticamente a 
mesma, entretanto os custos de deter-
minados insumos necessários aumen-
tam e são repassados aos preços dos 
produtos. Pode também estar associada 
ao fato de algumas firmas, com eleva-
do poder de monopólio ou oligopólio, 
terem condições de elevar seus lucros 
acima do aumento dos custos de pro-
dução (PINHO; VASCONCELLOS, 2011);
ƒƒ Inflação inercial: considerada decor-
rente dos reajustes de preços e salários 
provocados pela indexação ou correção 
monetária.
 Para medir a inflação, os números índices 
de preços são utilizados para transformar variá-
veis nominais em reais. Um índice de preços ao 
consumidor é basicamente o preço de um con-
5 Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipca15/defaultipca15.shtm.
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69
junto de bens e serviços que sintetiza o consumo 
aproximado de um indivíduo com determinada 
faixa de renda. Os vários índices de preços são di-
vulgados por meio das siglas: IPC, IGP, IGP-M, IPCA 
etc. O que eles apresentam de diferença relevante 
é que cada um considera um conjunto de bens 
diferente.
Existem índices de preços por atacado (in-
dústria e agricultura) e de varejo (consumidor e 
construção civil). Como principal base de referên-
cia, podem-se considerar os Índices de Preços ao 
Consumidor (IPC), também denominados Índices 
de Custo de Vida (ICV).
Ilustra-se, na Tabela 4, a existência de três 
bens na Economia e a respectiva variação de pre-
ços entre dois meses.
Variação de preços no período Participação no gasto total do consumidor
Carne 10% 30%
Arroz 10% 60%
Fósforo 100% 10%
Soma 100%
Tabela 4 – Comparativa do índice de preços.
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2010).
Não se pode calcular uma média aritmética, 
pois os três bens têm pesos diferentes. Calcula-
mos, então, uma média aritmética ponderada:
Média aritmética = 0,1 x 0,3 + 0,1 x 0,6 + 1 x 
0,1 = 0,19 ou 19%.
6.1 Principais Índices que Acompanham os Preços
Prezado(a) aluno(a), você sabia que as ins-
tituições de pesquisa determinam os componen-
tes que provocam algumas diferenças entre os 
índices?
Desde sua criação em 1947, o IPA, inicial-
mente batizado de Índice de Preços por Ata-
cado e, a partir de abril de 2010, denominado 
Índice de Preços ao Produtor Amplo, registra 
variações de preços de produtos agropecuários e 
industriais nas transações interempresariais, isto 
é, nos estágios de comercialização anteriores ao 
consumo final.6 
O Índice de Preçosao Consumidor (IPC) 
mede a variação de preços de um conjunto fixo 
de bens e serviços componentes de despesas ha-
bituais de famílias com nível de renda situado en-
tre 1 e 33 salários-mínimos mensais. Sua pesquisa 
de preços se desenvolve diariamente, cobrindo 
sete das principais capitais do país: São Paulo, Rio 
de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto 
Alegre e Brasília.7 
O IPC-S integra o sistema de índices de 
preços ao consumidor da FGV, que inclui: IPC-DI, 
IPC-M, IPC-10, IPC-3i e IPC-C1. Apesar de a cole-
6 Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumPageId=402880811D8E34B9011D984D9EE23590>.
7 Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B7350710C7>.
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70
ta ser semanal, a apuração das taxas de variação 
leva em conta a média dos preços coletados nas 
quatro últimas semanas até a data de fechamen-
to. O intervalo entre o fim da coleta e sua divul-
gação é de um dia, sendo um dos mais curtos, in-
clusive para padrões internacionais. Abrangência 
geográfica: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São 
Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Sua 
pesquisa de preços ocorre nos seguintes setores: 
Alimentação, Habitação, Vestuário, Saúde e Cui-
dados Pessoais, Educação, Leitura e Recreação, 
Transportes e Despesas Diversas.8 
O Índice Nacional da Construção Civil 
(INCC) é formado a partir de preços levantados 
em oito capitais estaduais. No processo de am-
pliação de cobertura, o INCC chegou a pesquisar 
preços em 20 capitais. Atualmente a coleta é feita 
em 7 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Ho-
rizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília). O 
índice é divulgado nas versões 10, M e DI. Apura 
a evolução dos custos no setor da construção, um 
dos termômetros do nível de atividade da econo-
mia.9
8 Disponível em: < http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B7993012F7>.
9 Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B7684C11DF>.
Saiba maisSaiba mais
O IBGE é uma importante empresa pública brasileira 
criada com o propósito básico de apresentar estudos 
e acompanhar as variações de contas macroeconômi-
cas, tais como: desemprego, custo de vida, inflação etc.
Fonte: Economianet (2011).
6.2 O Balanço de Pagamentos
O balanço de pagamentos é o registro con-
tábil de todas as transações de um país com ou-
tros países do mundo. 
O Balanço de Pagamentos é composto por 
duas contas: a conta financeira e a conta de tran-
sações correntes. 
A conta de transações correntes é compos-
ta por: 
a) Balança comercial: exportações me-
nos importações de bens e serviços. 
Corresponde ao termo X – M. Se X – M 
é positivo, convenciona-se dizer que te-
mos um superávit na balança comercial 
(está entrando dinheiro no país). Se X 
– M é negativo, importamos mais que 
exportamos, temos um déficit, sendo 
que X – M representa as transações cor-
rentes;
b) Remuneração de fatores de produ-
ção externos: pagamentos de juros so-
bre dívidas e lucros de empresas estão 
nessa conta. Observe que brasileiros 
têm ativos no exterior e estrangeiros 
têm ativos no Brasil. Os pagamentos 
recebidos menos os juros e lucros en-
viados para o exterior correspondem 
rB. No caso do Brasil, rB é normalmen-
te negativo, pois há mais estrangeiros 
com investimentos no Brasil do que 
brasileiros com investimentos no exte-
rior. Então, B < 0 e assim rB < 0, sendo B 
representando conta financeira.
A conta financeira é dividida em duas par-
tes:
Economia
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71
ƒƒ Fluxos de capital: investimentos dire-
tos de empresas multinacionais, inves-
timentos financeiros de brasileiros em 
outros países ou vice-versa; pagamen-
tos de dívidas.
ƒƒ Variação nas reservas do Banco Cen-
tral: refere-se à variação nos ativos es-
trangeiros nas mãos do Banco Central 
(GUIMARÃES; GONÇALVES, 2010).
Assim, no balanço de pagamentos, estão 
registrados todas as importações e exportações 
brasileiras, os fretes que os navios pagam a navios 
estrangeiros, os empréstimos que o Brasil recebe 
em moeda estrangeira, o capital de firmas estran-
geiras que abrem filiais no Brasil, o capital das fir-
mas estrangeiras que saem do Brasil etc.
No balanço de pagamentos, estão registra-
das todas as compras e vendas de moeda estran-
geira. As compras são efetivadas para importar 
mercadorias de outros países ou para pagar ser-
viços prestados por estrangeiros a brasileiros ou, 
ainda, para que as firmas estrangeiras possam en-
viar seus lucros aos países de origem, para paga-
mento de juros de empréstimos estrangeiros ou 
para pagamento de royalties e patentes a outras 
nações.
As vendas de moedas estrangeiras são efe-
tivadas pelos exportadores que receberam suas 
receitas em dólares.
Todas as compras de moeda estrangeira são 
registradas no lado esquerdo da balança de pa-
gamentos, isto é, são lançadas a débito. Por outro 
lado, todas as vendas de moeda estrangeira são 
registradas no lado direito da balança de paga-
mentos, isto é, são lançadas a crédito.
Esquematicamente:
Débito Débito
Compra de moeda 
estrangeira
Venda de moeda 
estrangeira
O total de compras de moeda estrangeira 
deve ser sempre exatamente igual ao total de 
vendas de moeda estrangeira, pois, sempre que 
alguém está vendendo alguma coisa, outra pes-
soa está comprando. O balanço de pagamentos 
precisa estar sempre em equilíbrio, ou seja, o 
montante de débitos deve sempre “bater” com o 
montante de crédito, da mesma forma que qual-
quer registro contábil que registre lançamentos 
por partidas dobradas.
Geralmente, o balanço de pagamentos é 
dividido em três grandes categorias relativas a 
três tipos de transações, sendo representado da 
seguinte forma:
Balanço Comercial
Débito Crédito
Importações Exportações
Balanço de Serviços
Débito Crédito
(pagamentos 
estrangeiros)
(recebimento 
estrangeiros)
Frete Fretes
Prêmios de seguros Prêmios de seguros
Transporte Transporte
Turismo e viagens Turismo e viagens
Juros de empréstimos Juros de empréstimos
Lucros remetidos ao 
exterior
Lucros remetidos ao 
exterior
Outros pagamentos Outros pagamentos
A balança comercial e a balança de serviços, 
consideradas conjuntamente, formam a chama-
da “balança de transações correntes”, a qual não 
registra os capitais das firmas estrangeiras que 
entram e saem do Brasil, os empréstimos que o 
Brasil recebe de entidades e nações internacio-
nais etc. Todas essas transações que não se refe-
rem à produção e venda de serviços ou bens são 
registradas na terceira divisão da balança de pa-
gamentos, a balança de capitais.
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Balança de Capitais
 Débito/Crédito
 Capitais de empresas estrangeiras
 Empréstimos estrangeiros
 Investimentos diretos
 Crédito de longo prazo
Saiba maisSaiba mais
A Balança de Capital é a Conta estatística que recapi-
tula a movimentação do ativo e do passivo ocorrida 
entre um país e o resto do mundo, no decurso de um 
determinado período. O Balanço de Pagamentos do 
Brasil de abril/11 apresentou superávit de US$ 6,8 bi-
lhões ante US$ 9,5 bilhões em março/11.
Fonte: Brasil (2011).
Pense a respeito!
Apesar de havermos afirmado que o ba-
lanço de pagamentos está sempre em equilíbrio, 
isso não significa de forma alguma que as diver-
sas divisões do balanço de pagamentos também 
estejam em equilíbrio. Não é necessário que o 
montante de importações brasileiras seja igual ao 
montante de exportações e que o montante de 
renda de serviços pago aos brasileiros seja igual 
ao montante de capital que ingressou no país ou 
que abandonou o país. A soma dos débitos das 
três balanças, conjuntamente,deve ser igual à 
soma dos créditos.
6.3 Políticas Econômicas
Os instrumentos de política econômica são:
a) política fiscal: a atuação do governo 
no que diz respeito à arrecadação de 
impostos (as chamadas receitas públi-
cas) e aos gastos públicos. O objetivo 
básico da política fiscal é conduzir, com 
eficiência, a área administrativa do go-
verno, promovendo o bem-estar da po-
pulação mediante a realização de obras 
de interesse da sociedade e a eficácia 
na arrecadação tributária, a fim de fazer 
frente às despesas orçamentárias;
b) política monetária: diz respeito às in-
tervenções governamentais sobre o 
mercado financeiro, seja atuando ativa-
mente ao controlar a oferta de moeda, 
seja atuando passivamente sobre as ta-
xas de juros. Ela pode ser definida como 
o controle da oferta da moeda e das 
taxas de juros que garante a liquidez 
ideal de cada momento econômico. Por 
controle da oferta de moeda, pode-se 
entender:
i. política monetária restritiva: englo-
ba um conjunto de medidas que 
tendem a reduzir o crescimento da 
quantidade de moeda e a encare-
cer os empréstimos. De forma mais 
objetiva, podemos afirmar que em 
uma política monetária restritiva, a 
quantidade de dinheiro em circula-
ção é diminuída, ou mantida está-
vel, com o objetivo de desaquecer 
a economia e evitar a aumento de 
preço;
ii. política monetária expansionista: é 
formada por medidas que tendem 
a acelerar a quantidade de moeda 
e a baratear os empréstimos (bai-
xar as taxas de juros), incidindo 
positivamente sobre a demanda 
Economia
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73
agregada. Ou seja, em uma política 
monetária expansionista, a quan-
tidade de dinheiro em circulação 
é aumentada, com o objetivo de 
aquecer a demanda e incentivar o 
crescimento econômico;
c) política cambial: fundamenta-se na 
administração da taxa de câmbio e no 
controle das operações cambiais. Ela 
tem impacto direito sobre a política 
monetária;
d) política de rendas: refere-se ao contro-
le de preços e salários exercidos pelas 
autoridades econômicas e que podem 
ser considerados dentro do âmbito das 
políticas monetárias, fiscal ou cambial. 
Os controles sobre preços e salários si-
tuam-se em categoria própria de políti-
ca econômica. A característica especial 
é a de que, nesses controles, os agentes 
econômicos ficam proibidos de levar 
a cabo o que fariam em resposta a in-
fluências econômicas normais do mer-
cado.
Percebe-se que a existência do governo in-
terferindo na economia é de vital importância. 
Quando o governo deseja cumprir as metas eco-
nômicas de Crescimento Produtivo, Redução do 
Déficit Público e Aumento de Emprego, planeja 
um orçamento equilibrado igualando os tributos 
aos gastos orçamentais.
Atenção, caro(a) aluno(a), para a situação 
que será apresentada!
O Equilíbrio da Renda e Produto em econo-
mia de três setores é dado pela função da deman-
da agregada desses setores:
C = Ca + PMgC (Y – T) + I + G
Onde
G = gastos do governo (subsídios, investi-
mentos, empréstimos, obras de infraestru-
tura)
T = tributos
Ta = tributos indiretos (são aqueles que não 
incidem diretamente no processo produti-
vo da renda)
 
A política econômica de crescimento ou de 
retração é realizada através da política fiscal.
Para gerar crescimento: G ↑ ou T ↓, ou seja, 
aumentar os gastos do governo em subsídios, in-
vestimentos, empréstimos e financiamento de 
obras de infraestrutura ou diminuir a cobrança 
dos tributos.
Para gerar retração: G ↓ou T ↑, ou seja, 
diminuir os gastos do governo em subsídios, in-
vestimentos, empréstimos e financiamentos de 
obras de infraestrutura ou elevar a cobrança dos 
tributos.
O Governo pode desestimular um setor e 
estimular outro. A Política de Orçamento Equili-
brado é representada pela função G = T, ou seja, 
quando os gastos do governo são equivalentes 
aos tributos cobrados, gera-se crescimento eco-
nômico.
Irma Filomena Lobosco
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74
6.4 A Inserção do Brasil na Economia Mundial
Você sabia que a inserção do Brasil na eco-
nomia mundial ainda é pequena e alguns indica-
dores podem dar uma ideia da trajetória que o 
país terá ainda que percorrer para participar mais 
ativamente da globalização?
Quanto mais um país está integrado na eco-
nomia mundial, maior é a exposição à concorrên-
cia internacional, maior a absorção de tecnologias 
modernas e maiores as opções de escolha para 
os consumidores finais e os produtores de obter 
recursos financeiros a custos menores no merca-
do mundial; tudo isso contribui para melhorar a 
alocação de recursos da economia e para atingir 
padrões mundiais de eficiência.
Existem várias formas para expressar o grau 
de integração de um país na economia mundial. 
Aqui são utilizados:
ƒƒ o grau de abertura comercial;
ƒƒ a estabilidade da política de importa-
ções;
ƒƒ a participação dos manufaturados no 
total das exportações.
Os dois primeiros apontam o grau de expo-
sição do país à concorrência mundial e o terceiro 
é um indicador da capacidade do país produzir 
dentro dos padrões mundiais e absorver níveis 
mais sofisticados de tecnologia. Não são medidas 
perfeitas, mas dão uma ideia da posição do Brasil 
em relação a alguns fatos estilizados da economia 
mundial.
Mesmo assim, a política de abertura não 
tem sido linear nem consistente. Os retrocessos 
têm sido frequentes, particularmente depois do 
Plano Real, introduzindo grande instabilidade 
nas regras de importação e nos preços relativos, e 
dificultando o planejamento de longo prazo das 
empresas.
Restrições às importações são importantes 
barreiras à difusão de tecnologia e ao aumento 
da produtividade total dos fatores de produção, 
além de introduzirem distorções na alocação dos 
fatores de produção e no padrão de concorrência.
6.5 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você estudou os Fundamentos da Macroeconomia e aprendeu que o seu principal 
objeto é estudar os elementos que determinam o nível de produção, do emprego e dos preços.
Compreendeu que os países procuram medir os resultados de suas atividades econômicas pelo cál-
culo da Renda Nacional, que é a soma das rendas ou receitas recebidas por todas as pessoas em um ano.
Viu que o cálculo da Renda Nacional permite medir o crescimento econômico de um país, além de 
avaliar os setores que contribuíram, identificando a distribuição da renda.
Aprendeu sobre a diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico.
Conheceu os conceitos de Lucro, Juro e Produto Nacional.
Foram explicadas as Políticas Econômicas e os seus principais instrumentos: política fiscal, política 
monetária, política cambial e a política de rendas.
Economia
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75
Ainda, conheceu o conceito de Balanço de Pagamentos e as contas que o compõem.
Conheceu a evolução do crescimento do PIB brasileiro e aprendeu sobre os principais índices que 
acompanham os preços no Brasil.
Agora vamos avaliar o seu aprendizado.
6.6 Atividades Propostas
1. Assinale a alternativa errada:
a) A política de rendas corresponde, basicamente, aos controles de preços e salários.
b) A política monetária tem aplicação mais imediata do que a política fiscal.
c) A política cambial, no setor externo, refere-se a alterações na taxa de câmbio.
d) Todas as alternativas estão erradas.
2. O balanço de pagamentos é:
a) O registro contábil de todas as transações de um país com outros países do mundo.
b) O saldo das importações e exportações.
c) A regulamentação das atividades bancárias e de crédito.
d) A regulamentação de impostos.
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77
RESPOSTAS COMENTADAS DAS 
ATIVIDADES PROPOSTAS
CAPÍTULO 1
1. Após estudar os ConceitosFundamentais da Ciência Economia e compreender o problema 
econômico, você chegará à resposta de que as necessidades humanas são ilimitadas frente aos 
recursos, que são escassos.
2. Após estudar os Sistemas Econômicos, compreenderá que em todas as sociedades, não impor-
tando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de organização política. Independentemen-
te da organização econômica ou regime político, todas as sociedades são obrigadas a fazer 
escolhas entre as alternativas, pois os recursos produtivos são escassos.
CAPÍTULO 2
1. No mercantilismo, a riqueza consistia no acúmulo de metais. Um país seria mais forte e po-
deroso quanto maior fosse seu estoque de metais precisos. Estimulou a guerra. A fisiocracia 
considerava a lei da natureza suprema e a terra era a única fonte de riqueza.
2. Adam Smith. A ideia de Smith era clara. A produtividade decorre da divisão do trabalho, sendo 
necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza 
sejam aumentadas. Ainda, o papel do Estado (nação) na economia não deveria promover a 
intervenção nas leis de mercado e na prática econômica. Princípio do liberalismo.
CAPÍTULO 3
1. A alternativa C está correta, pois apresenta os determinantes da demanda de um bem.
2. A alternativa A está correta. Quando o preço do bem cai, o bem fica mais barato em relação 
aos seus concorrentes e, dessa forma, os consumidores deverão aumentar seu desejo de com-
prá-lo. De outra parte, quando o preço cai, o indivíduo fica mais rico em termos reais.
CAPÍTULO 4
1. A alternativa correta é a A. Utilize a fórmula da Produtividade = Produto ÷ Insumo.
2. A alternativa correta é a C. Utilize a fórmula Quantidade Produzida ÷ Nº de trabalhadores.
Irma Filomena Lobosco
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CAPÍTULO 5
1. A alternativa correta é a C. Na Idade Média, os nobres eram os senhores feudais, proprietários 
das terras agrícolas chamadas feudos, e permitiam que os servos produzissem para sustento 
e sobrevivência sem nenhum pagamento. Não existia comércio nessa época. A economia era 
de trocas (escambo).
2. A Revolução Industrial, com a invenção das máquinas, que substituíram o trabalho humano, 
afetou a importância da função dos artesãos e deu origem à divisão do trabalho.
CAPÍTULO 6
1. A alternativa correta é a D: todas estão erradas. Na alternativa A, a política de rendas é um 
conjunto de medidas para redistribuir a renda e promover a justiça social, sendo um dos ins-
trumentos da política econômica. Na alternativa B, a política fiscal é de efeito imediato. Na 
alternativa C, a política cambial é responsável também pelas operações cambiais.
2. A alternativa correta é a A. É o registro contábil de todas as transações de um país com outros 
países do mundo, sendo um instrumento da contabilidade nacional para registrar todo o di-
nheiro que entra e sai de um país.
CAPÍTULO 7
1. A alternativa correta é a B. Os índices de preços são também denominados Índices de Custo 
de Vida, pois se relacionam aos preços de produtos que interferem na sobrevivência da popu-
lação.
2. A alternativa correta é a A. São indicadores que afetam tanto as empresas quanto os consumi-
dores e diferenciam-se em internos (inflação, PIB) e externos (balança comercial, balança de 
pagamentos).
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, V. Crescimento econômico do Brasil desacelera a 2,7% em 2011. Veja, 6 mar. 2012. Disponível 
em: <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/crescimento-economico-do-brasil-desacelera-a-2-7-
em-2011 >. Acesso em: 5 set. 2012. 
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conjuntura/informativo_economico/2011/2011_04/setor_externo/IE%202011%2004%2026%20
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Acesso em: abr. 2011.
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GUIMARÃES, B.; GONÇALVES, C. E. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
IBGE: metade dos brasileiros tem renda per capita de até R$ 375. Terra, 2011. Disponível em: <http://
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MOCHÓN, F. M. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Education, 2004.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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VASCONCELLOS, M. A. S. Economia micro e macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
VASCONCELLOS, M. A.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
	Econonomia_2013_2_web
	INTRODUÇÃO
	1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
	1.1 Conceitos de Economia
	1.2 Classificação dos Bens
	1.3 A Economia como Ciência Social
	1.4 A Economia e suas Relações
	1.5 O Problema Econômico
	1.6 Sistemas Econômicos
	1.7 Recursos ou Fatores (Meios) de Produção
	1.8 O Princípio do Custo de Oportunidade
	1.9 Riqueza, Utilidade e Valor
	1.10 Bens e Serviços
	1.11 Setores Econômicos
	1.12 Divisão da Economia
	1.13 Método
	1.14 Resumo do Capítulo
	1.15 Atividades Propostas
	2
	EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
	2.1 Antiguidade
	2.2 Mercantilismo
	2.3 Fisiocracia
	2.4 Os Clássicos
	2.5 Teoria Neoclássica
	2.6 A Era Keynesiana
	2.7 O Período Recente
	2.8 Resumo do Capítulo
	2.8 Resumo do Capítulo
	3
	MICROECONOMIA
	3.1 Pressupostos Básicos da Análise Microeconômica
	3.2 As Tarefas do Sistema de Mercado
	3.3 Como o Mercado Funciona
	3.4 Produção
	3.5 Os Setores de Produção
	3.6 Possibilidade de Produção
	3.7 Os Fatores de Produção
	3.8 A Produção do Capital
	3.9 Os Dois Mercados
	3.10 Demanda, Oferta e Equilíbrio
	3.11 Oferta
	3.12 Equilíbrio de Mercado
	3.13 Elasticidades
	3.14 Resumo do Capítulo
	3.15 Atividades Propostas
	4
	TEORIA DA PRODUÇÃO
	4.1 O Modelo Básico
	4.2 A Lei dos Rendimentos Decrescentes
	4.3 Os Rendimentos da Firma
	4.4 Produtividade
	4.5 Resumo do Capítulo
	4.6 Atividades Propostas
	5
	MERCADO DE TRABALHO
	5.2 Mercado de Trabalho
	5.3 Resumo do Capítulo
	5.4 Atividades Propostas
	6
	FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA
	6.1 Principais Índices que Acompanham os Preços
	6.2 O Balanço de Pagamentos
	6.3 Políticas Econômicas
	6.4 A Inserção do Brasil na Economia Mundial
	6.5 Resumo do Capítulo
	6.6 Atividades Propostas
	RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS
	REFERÊNCIAS

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