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Boas Práticas em Biotério: biossegurança Introdução Animais de laboratório, inevitavelmente, podem carrear agentes patogênicos com potencial zoonótico. Protocolos de segurança devem ser seguidos à risca. Porque, por exemplo, é muito comum o estudo de longa duração como: • Carcinogênese; • Oncogênese viral; • Teratogênese; • Avaliação de compostos potencialmente tóxicos e radioisótipos • Manipulação e administração de drogas. Os infectórios são biotérios voltados para o estudo de doenças infecciosas. São classificados em grupos de risco baseado nas atividades desenvolvidas. Também pode-se citar agentes agressivos externos, como anestésicos voláteis e resíduos metabólicos provenientes da decomposição bacteriana dos excrementos animais que serão abordados posteriormente. Contaminantes ambientais Amoníaco (NH3) Produzido a partir da ação das bactérias urease positiva sobre os excrementos. A concentração desse agente é influenciada por fatores como umidade relativa, ventilação, arquitetura das gaiolas, número e sexo dos animais, alimentação e estado sanitário deles. O controle dos odores pode ser controlado a partir de procedimentos de limpeza e ventilação, mas não se deve usar produtos químicos para mascará-los devido ao potencial poder nocivo aos animais. Éter Anestésico volátil que pode conter peróxidos explosivos. Além disso, causa dor de cabeça, irritabilidade e cansaço. Importante a introdução de medidas preventivas nas salas de cirurgia. Níveis de Biossegurança 1. Baixo risco 2. Moderado risco individual e comunitário 3. Elevado risco individual e baixo comunitário 4. Elevado risco individual e comunitário 1. Baixo risco Não causa doença ao homem ou ao animal. Práticas e técnicas: • manejo-padrão para colônias convencionais Equipamentos de segurança: • Não obrigatórios Instalações: • Básicas 2. Moderado risco individual e comunitário: Causa doença ao homem ou ao animal. Práticas e técnicas: • uso obrigatório de jaleco e luvas; • descontaminação dos dejetos infectados e das gaiolas dos animais antes da higienização; • acesso limitado e sinalização para alerta de risco. Equipamentos de segurança: • Barreira parcial (guichê de desinfecção); • Uso de dispositivo de proteção para o pessoal (máscara, respiradouro etc.) para a manipulação de agentes ou animais infectados que produzam acrossois. Instalações: • Básicas 3. Elevado risco individual e baixo risco comunitário Causa doença grave ao homem ou ao animal. Práticas e técnicas: • Práticas do nível 2 • Uniforme especial • Acesso controlado Equipamentos de segurança: • Iguais aos do nível 2, mas para todos os tipos de manipulações com animais infectados. Instalações: • Alta segurança 4. elevado risco individual e comunitário Causa doença incurável ao homem ou ao animal Práticas e técnicas: • Práticas do nível 3; • Troca de roupa de rua por uniforme especial ou vestiário; • Ducha na saída • Descontaminação de todos os dejetos antes de sua retirada do infectório. Equipamentos de segurança: Barreiras máximas, ou seja: • Barreiras do nível 3 • Proteção total do corpo com uma peça única dotada de ventilação e pressão positiva • Gaiolas dotadas de filtros • Estantes com fluxo laminar Instalações: • Segurança máxima Proteção da saúde • Pessoas com ferimentos abertos não podem trabalhar em ambientes com possibilidade de contato com microrganismos patogênicos, a não ser que o ferimento possa ser protegido; • Roupas de áreas de risco devem ser autoclavadas antes de lavadas; • Em áreas de risco deve-se usar sapatos descartáveis, protetores de sapatos e luvas de borracha; • Animais em contato com microrganismos patogênicos devem ser mantidos em gaiolas protegidas no fundo e dos lados ao invés de gaiolas de arame/tela, além de isolados em unidade de fluxo laminar ou isoladores; o ar que entra e sai é filtrado a partir de filtros absolutos (filtro HEPA) • Na manipulação de camas contaminadas, é indicado o uso de aparelhagem portátil para sua eliminação, equipada com fluxo de ar negativo ou utilização de sistemas de vácuo. Contenções Tem como finalidade eliminar ou reduzir a exposições da equipe do biotério aos agentes de risco; existem as contenções primárias e secundárias Primárias: proteção individual realizada a partir de técnicas e uso de EPIs e EPCs (que serão abordados posteriormente); Secundárias: proteção de áreas externas ao laboratório a partir de instalações, métodos operacionais e utilidades prediais. Zoonoses e primatas O risco de zoonose varia conforme a espécie envolvida. Cuidado redobrado com primatas por serem susceptíveis a várias infecções comuns aos seres humanos; O cumprimento das normas de segurança e cuidados veterinários evitam grande parte das zoonose. Material Radioativo No uso de lâmpadas UV, deve-se usar roupas e óculos protetores. Intensidade máxima tolerada: 1,0 – 1,5 miliwatt por pé quadrado de área durante até sete horas por dia. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) • Capelas de fluxo laminar • Equipamentos de socorro imediato (chuveiro, lava olhos, pia, sabão, escova etc.); • Exaustores; • Caixas com luvas; • Equipamentos portáteis de oxigênio; • Extintores de incêndio; • Condicionador de ar; • Desumidificador de ambiente; • Circulador de ar/ventilador; • Autoclave; • Microincinerador; • Barreiras (sanitária, acústica, térmica e radioativa); • Recipientes para rejeitos; • Recipientes especiais para transporte de material contaminado e/ou animais; • Pipetas mecânicas; • Dispositivos de segurança em máquinas e equipamentos. Equipamentos de Uso Individual (EPI) • Protetor ocular; • Protetor auricular; • Protetor facial; • Respiradores; • Máscaras; • Luvas; • Mangas; • Aventais; • Jaquetas; • Calçados. Referência ANDRADE, Antenor; PINTO, Sergio Correia; OLIVEIRA, Rosilene Santos de. Animais de laboratório: criação e experimentação. Editora Fiocruz, 2006. Molinaro, E. M., Majerowicz, J., Couto, S. E. R., Borges, C. C. A., & Moreira, W. C. (2009). Animais de laboratório. EPSJV.
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