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N1 - Teoria Geral do Direito Empresarial

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ANHEMBI MORUMBI
PÓS-GRADUAÇÃO DIREITO EMPRESARIAL
Resolução do Caso N1 – Teoria Geral do Direito Empresarial
Campinas
2022
O caso apresentado com a empresa Moda Praia Fabricação e Comércio Têxtil Ltda. em que realiza a substituição do ponto de comércio estabelecido em local central para novo ponto, localizado em um shopping center e as socias da empresa se questionavam se com a alteração do local de realização do comércio, elas estariam realizando trespasse de estabelecimento, alterando toda a estrutura empresarial de sua atividade, ou apenas mudando o endereço da atividade, ambos os casos demandando alteração contratual.
Podemos considerar estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. Oscar Barreto Filho, define o estabelecimento como: "o complexo de bens materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a exploração da atividade mercantil". 
A definição é estabelecida pelo artigo 1142 do Código Civil, onde a lei não faz distinção entre Bens, que são:
· Bens Corpóreos: Também chamados de bens materiais: móveis, utensílio, maquinário, equipamentos, imóvel, veículos, mercadorias etc.
· Bens Incorpóreos: Também chamado de bens imateriais: ponto comercial, marca, patente.
Ao reunir os bens de forma organizada você tem o estabelecimento empresarial, vale mencionar que o imóvel é elemento integrante do estabelecimento, mas não é o estabelecimento.
No caso de várias unidades como: filiais, agências etc. são consideradas estabelecimentos ligados com a sede, no caso o estabelecimento principal, onde consiste o centro de gerência de toda a empresa, o principal estabelecimento, portanto, consiste no local de definição da gerência, ou seja, onde as decisões são tomadas, devendo ser mencionado para fins de determinação do juízo competente para decretação de uma possível Falência conforme o artigo 3° da lei 11.101/05.
Quem realiza a atividade empresarial é o empresário, a sociedade empresária, são eles sujeitos de direito. O estabelecimento não é sujeito de direito, ele é objeto de direito. O artigo 1143 do Código Civil diz: "Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza". É uma unidade, conjunto de bens, mas de fato ou é de direito?
Os bens do estabelecimento empresarial não são decorrentes de lei, mas pela vontade do empresário ou sociedade empresária sendo assim, é considerado pela doutrina majoritária como uma universalidade de fato e não uma universalidade de direito.
 O tema relacionado e que gera diversas dúvidas no operador do direito e na atividade empresária é a figura do Trespasse, que é diferente de cessão de cotas, sendo considerado como a operação de compra e venda de estabelecimento empresarial. Trespasse é o nome que se dá para o contrato de compra e venda de estabelecimento empresarial que se precisa, instrumentalizar a operação. No trespasse ocorre a transferência da titularidade do estabelecimento, o titular do estabelecimento antes do trespasse era tal, depois passou a ser outro. Houve uma transferência da titularidade do estabelecimento, mas se um sócio vender suas cotas, a titularidade continua sendo anterior, são efeitos jurídicos distintos.
No Trespasse possui duas figuras: O Alienante quem vende e o Adquirente, o que está comprando. O contrato se feito entre as partes, precisa de formalidade. O simples contrato produz efeitos entre as partes, ou seja, entre comprador e alienante já produz efeito, não precisa de nada mais para que o contrato de trespasse produza efeitos entre o alienante e o adquirente.
Precisa assim de averbação na junta comercial e publicação na imprensa oficial. A regra aqui é de publicidade, é trazer publicidade ao ato, o credor tem que ficar sabendo, o concorrente tem que ficar sabendo, isso tem que ser comunicado para o mercado, há uma necessidade de uma publicidade total para produzir efeitos perante terceiro.
A empresa está situada em um lugar alugado, só passou o ponto. O contrato de locação é automaticamente transferido para o locatário?
Nesse caso existe dois entendimentos:
O STJ fala que o contrato de locação tem regra específica pela lei 8245/91 artigo 13, ou seja, transferir o contrato de locação é necessária autorização por escrito do locador. De que adianta se ter comprado estabelecimento se não pode ficar no ponto, seria perder investimento de toda forma. Essa seria a lógica de explicação para o enunciado mencionado.
 Conclusão
O trespasse consiste na alienação do estabelecimento, o que significa a realização de negócio jurídico que afete a transferência de direitos sobre o conjunto, ou parte dele, que estava sendo utilizado para a atividade empresarial. Trespasse não deve ser confundido com a alteração dos membros do quadro societário da empresa, pois esta não se refere propriamente a qualquer alteração da empresa enquanto conjunto de atividades: não altera o empresário, não altera o estabelecimento nem a organização (TEIXEIRA, 2019).
O trespasse é a alienação, a alteração de todos os elementos registrais e a alteração de domínio do estabelecimento a outro empresário, gerando regras para a responsabilização do alienante e para garantias de boa-fé na realização da concorrência. Para o primeiro caso, existe a responsabilidade solidária do alienante aos seus credores durante 1 ano da realização do trespasse, conforme o Art. 1.146 do Código Civil (BRASIL, 2002). Para o segundo caso, o impedimento, via de regra, de 5 anos de realização da concorrência pelo alienante, gerando uma obrigação de não fazer, conforme o disposto no Art. 1.147 do mesmo diploma (BRASIL, 2002).
Referências:
BARRETO FILHO, O. Teoria do estabelecimento comercial.2ed. São Paulo: Saraiva,1988. p.75
COELHO, F. Curso de Direito Comercial. 12.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Vol.1, p.98
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência da República, [2018]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 14 abr. 2021
TEIXEIRA, T. Direito empresarial esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2019.

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