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Bens Públicos Direito Administrativo Conceito Atualmente, os bens públicos são vistos como aqueles que estão afetados à prestação de determinado serviço público. Assim, a doutrina utilizou como critério definidor o uso do bem pela coletividade. Se o povo é o verdadeiro titular do poder, as garantias não são prerrogativas do titular do bem, mas sim direito da coletividade Dessa forma, a utilização do bem na busca do interesse público seria determinante para sua caracterização como bem público, ainda que sua titularidade fosse da Pessoa Jurídica de direito privado. Ocorre que tal entendimento entra em conflito com o Código Civil brasileiro que estabelece, in verbis: Código Civil 2002: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Características IMPENHORABILIDADE: Não é possível a constrição judicial dos bens. Ou seja, Os bens públicos não podem ser penhorados em juízo para garantia de uma execução contra a fazenda pública, por exemplo. Ressalte-se que, mesmo os bens dominicais, que não estão atrelados a qualquer finalidade pública, gozam desta prerrogativa. Estado não respondia por seus atos, era sujeito irresponsável. O monarca ditava as leis, logo o Estado não errava. NÃO-ONERABILIDADE: Os bens públicos não podem ser objetos de direito real de garantia (penhora extrajudicial), ou seja, um determinado bem público não fica sujeito à instituição de penhor, anticrese ou hipoteca para garantir débitos do ente estatal. IMPRESCRITIBILIDADE: A posse mansa e pacífica de particulares sobre bens públicos (seja ele de que natureza fora), por 15 anos ininterruptos e sem oposição do ente estatal, não enseja a aquisição da propriedade por usucapião (arts. 183, §3º e 191, parágrafo único, da CF/88 c/c art. 102, do CC/02, Súmula n. 340 do STF e Súmula 619, do STJ) ALIENABILIDADE CONDICIONADA OU INALIENABILIDADE RELATIVA: Embora os bens públicos não sejam passíveis de alienação, desde que atendidos os requisitos estampados no art. 17 da Lei 8.666/93, podem ser alienados. Frisa-se que a alienação de bens só pode ocorrer se o bem for desafetado, existir uma avaliação prévia do bem e licitação (leilão). Se o bem for imóvel, é preciso, além de tudo, uma autorização legislativa específica (criação de uma lei.) Classificação Bens de Uso Comum do Povo São aqueles bens em que o Estado conserva para a utilização das pessoas em geral (ex. praças, ruas, calçadas, bem de uso comum do povo). São de uso comum porque são preservados pelo Estado para que o povo, via utilização ordinária, possa gozar de seus benefícios. É uma utilização de uso livre, gratuito ou mediante a cobrança de taxas – no caso de utilização anormal ou privativa. Nesta perspectiva, é possível que o particular, por vezes, utilize o bem destinado ao uso comum do povo, de modo especial, por meio do consentimento do Estado via autorização, permissão e concessão de uso de bem público (Ex. Alok e sua festa de casamento no Cristo Redentor). Bens de Uso Especial São bens usados para a prestação de um serviço público pela Administração ou conservados pelo Poder Público com a finalidade pública. Compõem o aparelho estatal. Ex. escolas, carros, prédios, etc. Ou seja, são bens que o estado utiliza para uma finalidade pública específica, regulamentada em lei, não sendo para a utilização do povo em geral. Frisa-se que tanto os bens de uso comum do povo quanto ao bem de uso especial estão afetados - dar destinação pública de um bem que não tinha. Estes bens podem, inclusive, perder sua destinação específica - é o chamado bens desafetados. Ainda, devemos levar em consideração que, os bens especiais possui uma especificidade. Toda vez que ocorrer um fato da natureza que impeça a utilização do bem, este bem poderá ser desafetado e, portanto, alienado sem a necessidade de um ato de desafetação (ex. incêndio na biblioteca pública) Para a doutrina majoritária, a afetação é livre, ou seja, não depende de lei ou ato administrativo específico, pelo que a simples utilização do bem, com finalidade pública, já confere a este o bem a qualidade de bem afetado. Por seu turno, a desafetação depende de lei específica ou manifestação do Poder Público mediante ato administrativo expresso, não ocorrendo pelo simples desuso do bem. Bens Dominicais Também chamados de dominiais, são aqueles bens que não têm qualquer destinação pública. São considerados bens públicos porque pertencem a uma pessoa jurídica de direito público interno, mas não há destinação pública atrelada a eles - pertence ao estado, mas não tem destinação específica ( Ex. Terra devoluta). Importe ressaltar que estes bens podem ser alienados, respeitadas as condições previstas em lei, principalmente no art. 17 da lei 8666/93. Bens em Espécies Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União
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