Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PSICOPATOLOGIA GERAL 2 Sumário F30 Episódio maníaco 2 F31 Transtorno afetivo bipolar 2 F32 Episódios depressivos 2 F33 Transtorno depressivo recorrente 3 F34 Transtornos de humor afetivos persistentes 3 F40 Transtornos fóbico-ansiosos 3 F41 Outros transtornos ansiosos 4 F42 Transtorno obsessivo-compulsivo 4 F43 Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação 4 F44 Transtornos dissociativos [de conversão] 4 Transtorno de personalidade múltipla – TDI 5 psicopatologia geral 2 PSICOPATOLOGIA GERAL 2 A psicopatologia é o ramo da ciência que estuda a natureza essencial da doença mental. As causas, mudanças estruturais e funcionais, os sinais e sintomas e suas manifestações. É sistemática, elucidativa e desmistificadora, sem dogmas ou verdades a priori. Alucinação ➝ alteração da sensopercepção ➝ visual, olfativa, auditiva. Delírio ➝ alteração do pensamento, juízo crítico da realidade ➝ persecutório, de ciúmes. F30 Episódio maníaco Se aplica a um episódio isolado. Episódios ativos prévios (depressão, maníaco, misto ou hipomaníaco) ➝ se torna transtorno afetivo bipolar. F30.0 Hipomania Elevação ligeira e persistentes de humor/energia/atividade. Sentimento de bem-estar e eficácia física e psíquica. Aumento da sociabilidade. Redução do sono. Não afeta a pessoa em quesito profissional. Não afeta as funções. Não há ideias delirantes ou alucinações. Euforia e sociabilidade podem se tornar irritabilidade atitude pretensiosa ou comportamento grosseiro. F30.1 Mania sem sintomas psicóticos Elevação de humor fora de proporção. Aumento de energia, distração, autoestima. Agitação incontrolável. Ideias de grandeza e superestima suas capacidades. Perda de inibições. Redução do sono. Condutas imprudentes, irrazoáveis, inapropriadas ou deslocadas. F30.2 Mania com sintomas psicóticos Presença de ideias delirantes, alucinações, agitação. F31 Transtorno afetivo bipolar Ciclos ➝ depressão e mania. Caracterizado por dois ou mais episódios de humor e o nível de atividade do sujeito é perturbado. Alteração de humor. Irritabilidade, desilusão, pouco sono, desejo sexual aumentado ➝ hipomania. Tristeza, ansiedade, irritabilidade, perda de prazer no sexo, muito sono, pensamentos suicidas, sem concentração ➝ depressão. Pode incluir sintomas psicóticos ➝ alucinação, desilusão, delírios. F32 Episódios depressivos Rebaixamento de humor, concentração, atenção. Tristeza e desânimo. Perda de interesse e prazer. Problemas de sono, diminuição do apetite. Baixa autoestima e autoconfiança. Ideias de culpa ou a pessoa se sente indigna. Varia pouco ➝ não muda de um dia para o outro. Sintomas são somáticos. F32.0 Episódio depressivo leve Não afeta as funções e pode ser tratado com terapia. Humor deprimido, perda de interesse e prazer, fatigabilidade aumentada. Indivíduo é angustiado pelos sintomas, mas não afeta as funções. F32.1 Episódio depressivo moderado Terapia + Medicação Dificuldade para desempenhar atividades de rotina, sociais, laborativas. F32.2 Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos Perda da autoestima. Ideias de desvalia ou culpa. Ideias e atos suicidas são comuns ➝ pensamentos de morte são recorrentes. Ideação suicida é diferente de pensamento de morte. Ideação suicida ➝ ação/planejamento ➝ risco de suicídio. Observa-se vários sintomas “somáticos”. Não consegue continuar com suas atividades. psicopatologia geral 2 F32.3 Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos Acompanhado de alucinações, ideias delirantes, lentidão psicomotora ou estupor. As atividades sociais se tornam impossíveis. Risco de morte ➝ suicídio, desidratação e desnutrição ➝ episódios psicóticos podem fazer a pessoa não se alimentar. Alucinações de delírios ➝ caráter dominante do distúrbio afetivo. O episódio depressivo grave com episódios psicóticos se difere do esquizotípico, pois começa com depressão e só depois pode ter sintomas psicóticos. F33 Transtorno depressivo recorrente Ocorrência repetida de episódios psicóticos. Pode apresentar episódios de mania ➝ exaltação de humor e aumento de energia. Pode apresentar episódios de hipomania ➝ aumento de humor e da atividade. Contudo, logo sucede a um episódio depressivo. Pode ocorrer em qualquer idade. F33.0 Transtorno depressivo recorrente, episódio atual leve Episódios depressivos de caráter leve. Ausência de antecedentes de mania. F33.1 Transtorno depressivo recorrente, episódio atual moderado. Episódios depressivos de caráter moderado. Ausência de antecedentes de mania. F33.2 Transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave sem sintomas psicóticos Episódios depressivos de caráter grave. Ausência de antecedentes de mania. F33.3 Transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave com sintomas psicóticos Episódios depressivos de caráter grave. Ausência de antecedentes de mania. Alucinações e delírios estão presentes. F34 Transtornos de humor afetivos persistentes Persistentes e flutuantes. Episódios individuais não são suficientemente graves para ser episódio maníaco ou episódio depressivo leve. Persistem por anos ➝ causa sofrimento e incapacidade. F34.0 Ciclotimia Instabilidade persistente do humor ➝ períodos de depressão ou de leve elação oscila entre ➝ hipomania e depressão leve. Não são graves para diagnóstico bipolar ou depressivo recorrente. Não atrapalha as funções. Crônico. Ciclo. F34.1 Distimia Rebaixamento crônico do humor persiste ➝ por anos. Episódios muito curtos para ser transtorno depressivo recorrente. F40 Transtornos fóbico-ansiosos Ansiedade é desencadeada por situações determinadas. Situações ➝ não apresentam perigo. Situações são evitar por medo/temor. Sintomas ➝ palpitações, impressão de desmaio, medo de morrer, perda do autocontrole, medo de ficar louco. Imaginar a situação previamente já causa ansiedade antecipada. F40.0 Agorafobia Medo de multidões, espaços abertos, locais públicos, deixar sua residência. Com pânico ou sem pânico. Podem ter sintomas depressivos ou obsessivos. Tem pouca ansiedade porque evita situações que as geram. F40.1 Fobias sociais Evita situações sociais. Medo de ser exposto à observação atenta de outrem. Perda da autoestima. Sintomas ➝ rubor, tremor, náuseas, desejos de urinas. F40.2 Fobias específicas (isoladas) Limitadas a algo específico ➝ animais, altura, trovões, escuridão. Contato com a situação desencadeante pode desencadear um estado de pânico. F41 Outros transtornos ansiosos Manifestações ansiosas. Sem situações determinadas. Pode ter sintomas depressivos e obsessivos. F41.0 Transtorno de pânico Ataques recorrentes de ansiedade grave ➝ imprevisíveis. Sensação de morte/perda de autocontrole/enlouquecer. Sintomas ➝ palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade. F41.1 Ansiedade generalizada Ansiedade flutuante. Sintomas ➝ nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. Medo ➝ paciente ou um de seus próximos irá brevemente ficar doente ou sofrer um acidente. F41.2 Transtorno misto ansioso e depressivo ‘Triste, mas com pensamentos acelerados”. Ao mesmo tempo sintomas ansiosos e sintomas depressivos. F42 Transtorno obsessivo- compulsivo Ideias obsessivas e comportamentos compulsivos. Ideias obsessivas ➝ pensamentos, representações ou impulsos ➝ repetitivo e estereotipado ➝pessoa reconhece que são seus próprios pensamentos. Comportamentos/rituais ➝ atividades estereotipadas repetitivas ➝ não dão prazer ➝ tem como finalidade prevenir algum evento. F42.0 Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de ideias ou de ruminações obsessivas Pensamentos, imagens mentais ou impulsos para agir. F42.1 Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de comportamentos compulsivos [rituais obsessivos] Limpeza (particularmente lavar as mãos), verificações repetidas para evitar a ocorrência de uma situação que poderia se tornar perigosa, ou um desejo excessivo de ordem. Medo de que se não fizer o ritual algo irá acontecer. F42.2 Transtorno obsessivo-compulsivo, forma mista, com ideias obsessivas e comportamentos compulsivos F43 Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação Um acontecimento estressante/alteração marcante desencadeia uma reação de “stress” aguda. F43.0 Reação aguda ao “stress” Stress físico e/ou psíquico que desaparece em horas ou dias. Desencadeado por fatores de vulnerabilidade individuais. Sintomas ➝ taquicardia, transpiração, ondas de calor. F43.1 Estado de “stress” pós-traumático Sofre um trauma ➝ revive a cena. Sintomas ➝ revivescência repetida do evento traumático sob a forma de lembranças invasivas (“flashbacks”), de sonhos ou de pesadelos, “anestesia psíquica”, embotamento emocional, retraimento com relação aos outros, insensibilidade ao ambiente, anedonia, evitação de atividades ou de situações que possam despertar a lembrança do traumatismo. Sintomas ➝ estado de alerta e insônia, ansiedade, depressão ou ideação suicida. A evolução é flutuante. F43.2 Transtornos de ajustamento Subjetivo. Afeta a integralidade no ambiente social Ocorre no curso de um período de adaptação a uma mudança existencial importante ou a um acontecimento estressante. Sintomas ➝ humor depressivo, ansiedade, inquietude, sentimento de incapacidade de enfrentar/fazer projetos/continuar na situação atual. F44 Transtornos dissociativos [de conversão] Perda parcial ou completa das funções normais de integração das lembranças, da consciência, da identidade e das sensações imediatas, e do controle dos movimentos corporais. Rompimento com a realidade. Sintomas ➝ paralisia, cegueira, desmaio ➝ são involuntários. Despersonalização ➝ a pessoa se vê fora do seu corpo, se olha no espelho e não se reconhece. Desrealização ➝ realidade. Irrealização ➝ sensação de estranheza. Crise dissociativa ➝ grito angustiado, desmaio, tremor (emocional). Conversão ➝ emocional. Convulsão ➝ neurológica. Dissociação ➝ pode ser um mecanismo de defesa ou patologia. F44.0 Amnésia dissociativa Esquece do passado e cria uma nova história. Não é orgânica. Eventos traumáticos. Parcial e seletiva. F44.1 Fuga dissociativa Sensação imediata e controle dos movimentos corporais. Amnésia completa e generalizada. Eventos traumáticos. F44.2 Estupor dissociativo Ausência dos movimentos voluntários e da reatividade normal a estímulos. Problemas e eventos estressantes recentes. F44.3 Estados de transe e de possessão Perda transitória da consciência de sua identidade. Consciência boa do meio ambiente. Involuntário e não desejado. F44.5 Convulsões dissociativas Como crises epiléticas, mas não há mordedura da língua. Consciência preservada ou substituída por estupor/transe. F44.6 Anestesia e perda sensorial dissociativas Áreas da pele anestesiadas ➝ pessoal. Perda de sensibilidade. Parestesias. F44.7 Transtorno dissociativo misto [de conversão] Combinação de transtornos descritos. Transtorno de personalidade múltipla – TDI Modificação da consciência de identidade. Dissocia ➝ cria outra pessoa. Evento traumático ➝ depois de TEPT pode vir TDI. Uma forma de proteção é a separação. Despersonalização e desrealização. No TDI não multiplica a pessoa e sim divide sua personalidade em várias. Não confundir com transtorno factício, que é uma simulação ➝ inventa histórias para ter ganhos secundários. Trauma Dissocia Violência identidade, memória F45 Transtornos somatoformes Presença repetida de sintomas físicos associados à busca de assistência médica. Contudo, os médicos não encontram algo anormal. Sintomas não tem base orgânica. F45.0 Transtorno de somatização / somatoforme Presença de sintomas físicos, múltiplos, recorrentes e variáveis no tempo. Persistindo por ao menos dois anos. Longa e complicada história de contato tanto com a assistência médica primaria quanto especializada. Investigações investigativas ou cirúrgicas exploratórias podem ter sido realizadas. Sintomas relacionados a qualquer parte ou sistema do corpo. Doença crônica e flutuante. Doença associada a uma alteração do comportamento social, interpessoal e familiar. EXEMPLO: dor de cabeça, diarreia. F45.2 Transtorno hipocondríaco Preocupação persistente com a presença eventual de um ou vários transtornos somáticos graves e progressivos. Manifestam queixas somáticas persistentes ou uma preocupação duradoura com sua aparência física. Sensações e sinais físicos normais ou triviais são interpretados como anormais ou perturbadores. A atenção do sujeito se concentra em geral em um ou dois órgãos ou sistemas. Medo intenso e prolongado de ter uma doença grave e preocupação de que sintomas pequenos indiquem algo grave. EXEMPLO: teve uma diarreia e vai atras de exames específicos para saber a causa. F45.4 Transtorno doloroso somatoforme persistente Dor intensa e angustiante. Dor não explicável inteiramente por um processo fisiológico ou um transtorno físico. Dor ocorre num contexto de conflitos emocionais e de problemas psicossociais. O resultado é em geral uma maior atenção em suporte e assistência quer pessoal, quer médica. Uma neurose caracterizada por dor crônica desencadeada por estresse psicológico (somatização) desproporcional a qualquer lesão física. F50.0 Anorexia nervosa Perda de peso intencional, induzida e mantida pelo paciente. Medo de engordar e de ter uma silhueta arredondada. Intrusão persistente de uma ideia supervalorizada. Desnutrição de grau variável que é acompanhada de modificações endócrinas e metabólicas secundárias e de perturbações das funções fisiológicas. Os sintomas são uma restrição das escolhas alimentares, a prática excessiva de exercícios físicos, vômitos provocados e a utilização de laxantes, anorexígenos e de diuréticos Leva a pessoa a ter uma visão distorcida de seu corpo, que se torna uma obsessão por seu peso e aquilo que come. F50.1 Anorexia nervosa atípica Algumas das características da anorexia nervosa. Temor acentuado de ser gordo ou a amenorreia, pode estar ausente na presença de uma acentuada perda de peso e de um comportamento para emagrecer. F50.2 Bulimia nervosa Acessos repetidos de hiperfagia e uma preocupação excessiva com relação ao controle do peso corporal conduzindo a uma alternância de hiperfagia e vômitos ou uso de purgativos. Preocupação exagerada com a forma e peso corporais. Os vômitos repetidos podem provocar perturbações eletrolíticas e complicações somáticas. F50.3 Bulimia nervosa atípica Algumas características da bulimia nervosa. Pode haver acessos repetidos de hiperfagia e de uso exagerado de laxativos sem uma alteração significativa de peso ou então a preocupação típica e exagerada com a forma e peso corporais pode estar ausente. F52.3 Disfunção orgásmica O orgasmo não ocorre ou é nitidamente retardado. F52.4 Ejaculação precoce Incapacidade de controlar suficientementea ejaculação para que os dois parceiros achem prazer nas relações sexuais. F52.5 Vaginismo Espasmo da musculatura do assoalho pélvico que circunda a vagina causando oclusão do introito vaginal. A entrada do pênis é impossível ou dolorosa. F60 Transtornos específicos da personalidade Distúrbios graves da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo. Distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da personalidade. Acompanham-se de angústia pessoal e desorganização social. Aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de modo duradouro na idade adulta. F60.0 Personalidade paranoica Sensibilidade excessiva face às contrariedades. Recusa de perdoar os insultos. Caráter desconfiado. Tendência a distorcer os fatos interpretando as ações imparciais ou amigáveis dos outros como hostis ou de desprezo. Suspeitas redicivantes, injustificadas, a respeito da fidelidade sexual do esposo ou do parceiro sexual. Sentimento combativo e obstinado de seus próprios direitos. Pode existir uma superavaliação de sua auto importância, havendo frequentemente autorreferência excessiva. F60.1 Personalidade esquizoide Retraimento dos contatos sociais, afetivos ou outros. Preferência pela fantasia, atividades solitárias e a reserva introspectiva. Incapacidade de expressar seus sentimentos e a experimentar prazer. F60.2 Personalidade dissocial/antissocial Desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. F60.4 Personalidade histriônica Afetividade superficial e lábil, dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, sugestibilidade, egocentrismo, autocomplacência, falta de consideração para com o outro, desejo permanente de ser apreciado e de constituir-se no objeto de atenção e tendência a se sentir facilmente ferido F60.5 Personalidade anancástica Sentimento de dúvida, perfeccionismo, escrupulosidade, verificações, e preocupação com pormenores, obstinação, prudência e rigidez excessivas. Pensamentos ou de impulsos repetitivos e intrusivos não atingindo a gravidade de um transtorno obsessiva-compulsivo. F60.6 Personalidade ansiosa (esquiva) Sentimento de tensão e de apreensão, insegurança e inferioridade. Desejo permanente de ser amado e aceito, hipersensibilidade à crítica e a rejeição, reticência a se relacionar pessoalmente. Tendência a evitar certas atividades que saem da rotina com um exagero dos perigos ou dos riscos potenciais em situações banais. F60.7 Personalidade dependente Tendência sistemática a deixar a outrem a tomada de decisões, importantes ou menores; medo de ser abandonado. Percepção de si como fraco e incompetente. Submissão passiva à vontade do outro (por exemplo de pessoas mais idosas) e uma dificuldade de fazer face às exigências da vida cotidiana. Falta de energia que se traduz por alteração das funções intelectuais ou perturbação das emoções. Tendência frequente a transferir a responsabilidade para outros. F60.8 Personalidade narcisista Um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Os indivíduos com este transtorno têm um sentimento grandioso de sua própria importância. Superestimam suas capacidades e exageram suas realizações, parecendo presunçosos ou arrogantes. Presumem que os outros atribuem o mesmo valor a seus esforços e surpreender-se quando não recebem o louvor que esperam e julgam merecer. Um menosprezo (desvalorização) da contribuição dos outros está implícito na apreciação exagerada de suas próprias realizações. Se preocupam com fantasias de sucesso ilimitado, poder, inteligência, beleza ou amor ideal. Elas podem ruminar acerca de uma admiração e privilégios a que teriam direito e comparar a si mesmos com vantagem sobre pessoas famosas e privilegiadas. Se acredita superior, especial ou único e espera ser reconhecido pelos outros como tal. Ele pode achar que somente consegue ser compreendido e apenas deve associar-se com outras pessoas especiais ou de situação elevada, podendo atribuir qualidades de "singularidade", "perfeição" ou "talento" àqueles a quem se associa. Acreditam ter necessidades especiais, que estão além do entendimento das pessoas comuns. Sua própria autoestima é amplificada pelo valor idealizado que atribuem àqueles a quem se associam. Insistem em ser atendidos apenas pelos "melhores" (médicos, advogados, instrutores, cabeleireiros) ou em afiliar-se às "melhores" instituições. Exigem admiração excessiva. Sua autoestima é, quase que invariavelmente, muito frágil. Preocupam-se com o modo como estão se saindo e no quanto são considerados pelos outros. Tem necessidade de constante atenção e admiração. Eles podem "caçar" elogios constantemente. Um sentimento de intitulação manifesta-se na expectativa irracional destes indivíduos de receber tratamento especial. Eles esperam ser adulados e ficam desconcertados ou furiosos quando isto não ocorre. Exploração consciente ou involuntária dos outros. Tendem a formar amizades ou relacionamentos românticos somente se vislumbrarem a possibilidade de que a outra pessoa vá ao encontro de seus objetivos ou de outro modo aumente sua autoestima. Eles usurpam privilégios especiais e recursos extras, que julgam merecer por serem tão especiais. Carecem de empatia e têm dificuldade em reconhecer os desejos, experiências subjetivas e sentimentos dos outros. Presumem que os outros se preocupam integralmente com seu bem-estar, e tendem a discutir suas próprias preocupações em detalhes inadequados e extensos. Não reconhece que os outros também têm sentimentos e necessidades. Desprezam e se impacientam com outras pessoas que falam de seus próprios problemas e preocupações. Quando reconhecem as necessidades, desejos ou sentimentos alheios, tendem a vê-los como sinais de fraqueza ou vulnerabilidade. Frieza emocional e falta de interesse mútuo. Invejam os outros ou acreditam que os outros têm inveja deles. Eles podem guardar rancor pelos sucessos ou posses dos outros. Eles podem desvalorizar rudemente as contribuições dos outros. Comportamentos arrogantes e insolentes caracterizam estes indivíduos. Exibem atitudes esnobes, desdenhosas ou condescendentes. F60.31 Borderline Padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, autoimagem e afetos, e acentuada impulsividade. Fazem esforços frenéticos para evitarem um abandono real ou imaginado. A percepção da separação ou rejeição iminente ou a perda da estrutura externa podem ocasionar profundas alterações na autoimagem, afeto, cognição e comportamento. Sensíveis às circunstâncias ambientais. Experimentam intensos temores de abandono e raiva inadequada, mesmo diante de uma separação real de tempo limitado ou quando existem mudanças inevitáveis em seus planos. Acreditam que este "abandono" implica que eles são "maus". Esse medo do abandono está relacionado a uma intolerância à solidão e a uma necessidade de ter outras pessoas consigo. Seus esforços frenéticos para evitar o abandono podem incluir ações impulsivas tais como comportamentos de automutilação ou suicidas. Padrãode relacionamentos instáveis e intensos. Eles podem idealizar potenciais cuidadores ou amantes já no primeiro ou no segundo encontro, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhar detalhes extremamente íntimos na fase inicial de um relacionamento. P Rápida passagem da idealização para a desvalorização. Esses indivíduos podem sentir empatia e carinho por outras pessoas, mas apenas com a expectativa de que a outra pessoa "estará lá" para também atender às suas próprias necessidades. Estes indivíduos estão inclinados a mudanças súbitas e dramáticas em suas opiniões sobre os outros. Pode haver um distúrbio de identidade caracterizado por uma autoimagem ou sentimento de self acentuado e persistentemente instável. Mudanças súbitas e dramáticas são observadas na autoimagem, caracterizadas por objetivos, valores e aspirações profissionais em constante mudança. Mudanças de opiniões e planos acerca da carreira, identidade sexual, valores e tipos de amigos. Podem mudar subitamente do papel de uma pessoa suplicante e carente de auxílio para um vingador implacável de maus tratos passados. Podem apresentar pior desempenho em situações de trabalho ou escolares não estruturados. Exibem impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais para si próprios. Eles podem jogar, fazer gastos irresponsáveis, comer em excesso, abusar de substâncias, engajar-se em sexo inseguro ou dirigir de forma imprudente. Comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou comportamento automutilante. Tais atos autodestrutivos geralmente são precipitados por ameaças de separação ou rejeição ou por expectativas de que assumam maiores responsabilidades. A automutilação pode ocorrer durante experiências dissociativas e traz alívio pela reafirmação da capacidade de sentir ou pela expiação do sentimento de ser mau. Podem apresentar instabilidade afetiva, devido a uma acentuada reatividade do humor. O humor disfórico básico é perturbado por períodos de raiva, pânico ou desespero e é aliviado por períodos de bem-estar ou satisfação. podem ser incomodados por sentimentos crônicos de vazio. Expressam raiva intensa e inadequada ou têm dificuldade para controlar sua raiva. Podem exibir extremo sarcasmo, persistente amargura ou explosões verbais. A raiva vem à tona quando um cuidador ou amante é visto como negligente, omisso, indiferente ou prestes a abandoná-lo. Tais expressões de raiva são seguidas de vergonha e culpa e contribuem para o sentimento de ser mau. Durante períodos de extremo estresse, podem ocorrer ideação paranoide ou sintomas dissociativos transitórios. Um padrão de boicote a si mesmos quando uma meta está prestes a ser alcançada. F65.1 Travestismo fetichista Vestir roupas do sexo oposto. Objetivo de obter excitação sexual e de criar a aparência de pessoa do sexo oposto. O travestismo fetichista se distingue do travestismo transexual pela sua associação clara com uma excitação sexual e pela necessidade de se remover as roupas uma vez que o orgasmo ocorra e haja declínio da excitação sexual. Pode ocorrer como fase preliminar no desenvolvimento do transexualismo. F65.2 Exibicionismo Tendência recorrente ou persistente de expor seus órgãos genitais a estranhos (em geral do sexo oposto) ou a pessoas em locais públicos, sem desejar ou solicitar contato mais estreito. Excitação sexual no momento da exibição e o ato é, em geral, seguido de masturbação. F65.3 Voyeurismo Tendência recorrente ou persistente de observar pessoas em atividades sexuais ou íntimas como o tirar a roupa. Isto é realizado sem que a pessoa observada se aperceba de o sê-lo, e conduz geralmente à excitação sexual e masturbação. F65.4 Pedofilia Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou no início da puberdade. F65.5 Sadomasoquismo Preferência por uma atividade sexual que implica dor, humilhação ou subserviência. Se o sujeito prefere ser o objeto de um tal estímulo fala-se de masoquismo; se prefere ser o executante, trata-se de sadismo. Comumente o indivíduo obtém a excitação sexual por comportamento tanto sádicos quanto masoquistas. F84.0 Transtorno autista Presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou prejudicado na interação social e comunicação e um repertório marcantemente restrito de atividades e interesses. O prejuízo na interação social recíproca é amplo e persistente. Pode haver um prejuízo marcante no uso de múltiplos comportamentos não-verbais que regulam a interação social e a comunicação. Pode haver um fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares que sejam apropriados ao nível de desenvolvimento, os quais assumem diferentes formas, em diferentes idades. Pouco ou nenhum interesse pelo estabelecimento de amizades. Não compreendem as convenções da interação social. Falta de busca espontânea pelo prazer compartilhado, interesses ou realizações com outras pessoas. Uma falta de reciprocidade social ou emocional pode estar presente. Conscientização da existência dos outros pelo indivíduo encontra-se bastante prejudicada. Podem ignorar as outras crianças, podem não ter ideia das necessidades dos outros, ou não perceber o sofrimento de outra pessoa. Afetando as habilidades tanto verbais quanto não-verbais. Pode haver atraso ou falta total de desenvolvimento da linguagem falada. Prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversação, um uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou uma linguagem idiossincrática. Podem estar ausentes os jogos variados e espontâneos de faz-de-conta ou de imitação social apropriados ao nível de desenvolvimento. As estruturas gramaticais são imaturas e incluem o uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou uma linguagem metafórica. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades. Pode existir uma preocupação total com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco. Tem uma adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais. Maneirismos motores estereotipados e repetitivos. Uma preocupação persistente com partes de objetos. Faixa acentuadamente restrita de interesses e com se preocupam com um interesse limitado. Podem insistir na mesmice e manifestar resistência ou sofrimento frente a mudanças triviais. Interesse por rotinas ou rituais não- funcionais ou uma insistência irracional em seguir rotinas. Movimentos corporais estereotipados envolvem as mãos (bater palmas, estalar os dedos) ou todo o corpo (balançar-se, inclinar-se abruptamente ou oscilar o corpo). Anormalidades da postura. Preocupação persistente com partes de objetos. Fascinação com o movimento em geral. Apegam-se intensamente a algum objeto inanimado. A perturbação deve ser manifestada por atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas antes dos 3 anos de idade: interação social, linguagem usada para a comunicação social, ou jogos simbólicos ou imaginativos. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade Padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade. Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos evolutivos. A desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais. Podem não prestar muita atenção a detalhes ou podem cometer erros por falta de cuidados nos trabalhos escolares ou outras tarefas. O trabalho é confuso e realizado sem meticulosidade nem consideração adequada. Têm dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicase consideram difícil persistir em tarefas até seu término. Dão a impressão de estarem com a mente em outro local, ou de não escutarem o que recém foi dito. Pode haver mudanças de uma tarefa inacabada para outra. Iniciam uma tarefa, passam para outra, depois voltam a atenção para outra coisa antes de completarem qualquer uma de suas incumbências. Não atendem a solicitações ou instruções e não conseguem completar o trabalho escolar, tarefas domésticas ou outros deveres. Têm dificuldade para organizar tarefas e atividades. As tarefas que exigem um esforço mental constante são vivenciadas como desagradáveis e acentuadamente aversivas. Evitam ou têm forte antipatia por atividades que exigem dedicação ou esforço mental prolongados ou que exigem organização ou concentração. Os hábitos de trabalho são desorganizados e os materiais necessários para a realização da tarefa com são espalhados, perdidos ou manuseados com descuido e danificados. Facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e habitualmente interrompem tarefas em andamento para dar atenção a ruídos ou eventos triviais que em geral são facilmente ignorados por outros. Se esquecem de coisas nas atividades diárias. Nas situações sociais, a desatenção pode manifestar-se por mudanças de assunto, falta de atenção ao que os outros dizem, distração durante as conversas e falta de atenção a detalhes ou regras em jogos ou atividades. A hiperatividade pode manifestar-se por inquietação ou remexer-se. A impulsividade manifesta-se como impaciência, dificuldade para protelar respostas, responder precipitadamente, antes de as perguntas terem sido completadas, dificuldade para aguardar sua vez e interrupção ou intrusão nos assuntos de outros, ao ponto de causar dificuldades em contextos sociais, escolares ou profissionais. Podem queixar-se de dificuldade para se expressar adequadamente. A impulsividade pode levar a acidentes e ao envolvimento em atividades potencialmente perigosas, sem consideração quanto às possíveis consequências. As manifestações comportamentais geralmente aparecem em múltiplos contextos, incluindo a própria casa, a escola, o trabalho ou situações sociais. Os sintomas tipicamente pioram em situações que exigem atenção ou esforço mental constante ou que não possuem um apelo ou novidade intrínsecos. F90 Transtornos hipercinéticos Falta de perseverança nas atividades que exigem um envolvimento cognitivo, e uma tendência a passar de uma atividade a outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade global desorganizada, incoordenada e excessiva. As crianças hipercinéticas são imprudentes e impulsivas, sujeitas a acidentes e incorrem em problemas disciplinares mais por infrações não premeditadas de regras que por desafio deliberado. Suas relações com os adultos são marcadas por uma ausência de inibição social, com falta de cautela e reserva normais. São impopulares com as outras crianças e podem se tornar isoladas socialmente. F91 Distúrbio de conduta Caracterizados por padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante. Tal comportamento deve comportar grandes violações das expectativas sociais próprias à idade da criança. Padrão duradouro de comportamento. Manifestações excessivas de agressividade e de tirania. Crueldade com relação a outras pessoas ou a animais; destruição dos bens de outrem. Condutas incendiárias. Roubos. Mentiras repetidas. Cabular aulas e fugir de casa. Crises de birra e de desobediência anormalmente e graves. A presença de manifestações nítidas de um dos grupos de conduta precedentes é suficiente para o diagnóstico, mas atos dissociais isolados não o são. F93.0 Transtorno de ansiedade de separação Ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. A perturbação deve durar por um período de pelo menos 4 semanas, iniciar antes dos 18 anos e causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou outras áreas importantes na vida do indivíduo. Experimentam sofrimento excessivo recorrente, quando da separação de casa ou de figuras importantes de vinculação. Quando separados dessas figuras de vinculação precisam saber de seu paradeiro e sentem necessidade de permanecer em contato. Alguns indivíduos sentem saudade extrema e chegam a sentir-se enfermos devido ao desconforto, se estão longe de casa. Eles podem ansiar pelo retorno ao lar e fantasiar acerca da reunião com as figuras de vinculação. Ao serem separados das figuras principais de vinculação, esses indivíduos abrigam temores de que acidentes ou doenças acometam as figuras a quem têm apego ou a eles próprios. Expressam o medo de se perderem e jamais reverem seus pais. Elas em geral sentem desconforto quando viajam independentemente para longe de casa ou de outras áreas que lhes são familiares, podendo evitar de ir a qualquer lugar sozinho. Pode haver relutância ou recusa a comparecer à escola ou acampamentos, visitar ou pernoitar em casa de amigos, ou sair para cumprir pequenas incumbências. Essas crianças podem ser incapazes de permanecer em um quarto sozinhas, podem exibir um comportamento "adesivo" e andar "como uma sombra" atrás dos pais, por toda a casa. Têm dificuldades para dormir e podem insistir para que alguém permaneça a seu lado até adormecerem. Queixas somáticas, tais como dor abdominal, dor de cabeça, náusea e vômitos são comuns, quando a separação ocorre ou é prevista. Sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, tontura e sensação de desmaio iminente, são raras em crianças menores, mas podem ocorrer em indivíduos mais velhos. F98.0 Enurese de origem não-orgânica Micção involuntária (diurna e/ou noturna) anormal. Não está ligada a um transtorno do controle vesical de origem neurológica, crises epilépticas ou anomalia orgânica do aparelho urinário. Pode existir, de modo contínuo, depois do nascimento ou ser precedida de um período de controle de função vesical. Pode-se acompanhar de um transtorno mais generalizado das emoções ou do comportamento. F98.1 Encoprese de origem não-orgânica Emissão fecal repetida, involuntária ou voluntária, habitualmente de consistência normal ou quase normal, em locais inapropriados a este propósito. Persistência anormal da incontinência infantil normal, ou perda de continência após a aquisição do controle intestinal, ou ainda de emissão fecal deliberada em locais não apropriados a despeito de um controle esfincteriano normal.
Compartilhar