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1 DIREITO EMPRESARIAL FASES DO DIREITO COMERCIAL 1 - Idade Média (Nascimento do Direito Comercial) - Direito Subjetivo – Regras aplicadas apenas aos comerciantes associados às corporações (ditavam as normas, aplicavam e julgavam os conflitos) - Nesse primeiro momento, o direito comercial podia ser entendido como o direito dos co- merciantes, vale dizer, o direito comercial disciplinava as relações entre os comerciantes (Li- vro) - Era um direito de classe e não um direito social, ou seja, era aplicada somente aos associa- dos das corporações - Havia a aplicação do chamado critério corporativo, pelo qual, se o sujeito fosse membro de determinada corporação de ofício, o direito aplicado seria o da corporação (Livro). Tratava-se de um direito eminentemente profissional - Baseado no direito consuetudinário e corporativo - Estado não participava (as corporações de ofício faziam) - Em síntese, nesse primeiro momento, o direito comercial se afirma como o direito de uma classe profissional, fruto dos costumes mercantis, e com uma jurisdição própria (Livro) - Com o crescimento das relações comerciais as corporações se enfraquecem, surgindo a ne- cessidade de criação de novas regras - Direito Objetivo – Maior segurança à atividade mercantil - Idade Moderna, os comerciantes deixam de ser os responsáveis pela elaboração do direito comercial, tarefa esta que fica na mão do próprio Estado. Passa-se à estatização do direito comercial (Livro) - As normas passam a se aplicar a atos objetivamente considerados e não a pessoas 2 – Código Comercial Francês ou Código Napoleônico de 1807 – Marca o início dessa nova fase do direito comercial - Cria a teoria dos atos de comércio. O Direito passa a ser objetivo - não importa a qualidade da pessoa, mas sim as atividades/atos praticados por ela -. Desta forma, não é a mera disci- plina desses atos que nos permite falar em uma segunda fase do direito mercantil, mas a ex- tensão da jurisdição comercial a quaisquer pessoas que praticassem tais atos, independente- mente de sua qualificação pessoal - Passa a disciplinar uma série de atos da vida econômica e jurídica, que não eram exclusivos dos comerciantes, mas que necessitavam das mesmas características do direito mercantil - Essa acepção (atos de comércio) tem o mérito de abranger todos os atos que vão desde a produção até o consumo, não se limitando à circulação das mercadorias em si. Ademais, tal definição aproxima-se da ideia de empresa, por dar importância ao conjunto de atos - Serviu de modelo para o Código Comercial Brasileiro de 1850, sendo abandonado somente em 2002. Obs: Todos os atos de comércio deveriam estar inseridos de maneira taxativa na lei - Apenas quem praticava atos de comércio era considerado comerciante 3 – Código Civil italiano de 1942 - Cria a teoria da empresa (+ contemporânea), abandonando a teoria dos atos de comércio. Sistema subjetivo moderno 2 - Não foi formulado um conceito jurídico do que seja empresa - A concepção passa a ser centrada em um sujeito, o empresário. Nesta fase, o direito comer- cial reencontra sua justificativa não na tutela do comerciante, mas na tutela do crédito e da circulação d bens ou serviços, vale dizer, não são protegidos os agentes que exercem ativida- des econômicas empresariais, mas a torrente de suas relações - Não há mais enumeração taxativa das atividades - Serviu de inspiração para vários países, inclusive o Brasil, que adotou a teoria da empresa no CC/2002 Obs: Entendem empresa como atividade, como consta no art. 966 do CC: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica orga- nizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. TEORIA DA EMPRESA - CC/2002 – Adota a teoria da empresa a partir do art 966 - O CC/2002 revogou a primeira parte do código comercial, mas manteve a segunda (comér- cio marítimo) - O Direito Empresarial passa a consagrar os princípios constitucionais do valor social do trabalho* (dignidade da pessoa humana) e da livre iniciativa (empreender em qualquer área) *Antes, o trabalho era associado à força bruta PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL Simplicidade ou informalismo - O Direito Empresarial precisa ser de entendimento do público em geral e não ficar restrito ao público do Direito - As formas devem ser mais simples, de modo a atender às necessidades da atividade empre- sarial (Livro) Cosmopolitismo ou universalismo - Vai além das fronteiras do Estado, sendo aplicado em vários países Onerosidade - O fim último do direito empresarial é o lucro Proteção ao crédito - O crédito é um elemento essencial para o exercício da atividade empresarial e como tal deve ser protegido, de modo que os responsáveis pela concessão do crédito continuem a concedê- lo, permitindo o desenvolvimento das atividades empresariais (Livro) AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL *Ao contrário do direito civil, o direito empresarial usa o método indutivo Ganha importância a partir do CC/2002 Não há mais autonomia absoluta entre os ramos do Direito, sendo esta sempre relativa A doutrina identifica algumas formas de autonomia: Autonomia didática - Reconhece esse ramo do Direito como algo importante a ser aprendido 3 Autonomia formal ou legislativa - Traz regras próprias e específicas desse ramo - Destituída de qualquer interesse científico Autonomia substancial ou jurídica - É a mais importante. Leva em consideração a existência de um conteúdo particular e origi- nal, contendo princípios próprios e um corpo orgânico capaz de sustentar a sua existência DIREITO EMPRESARIAL - Tem seus contornos definidos a partir de um complexo de regras e princípios que discipli- nam a atividade econômica organizada dirigida à satisfação das necessidades do mercado e de todos os atos nos quais sua atividade se concretiza Atividade econômica organizada: Profissionalismo e habitualidade (regularidade), não é algo que faço esporadicamente Divisão do DE: 1. Teoria geral 2. Direito societário 3. Contratos mercantis 4. Direito cambiário 5. Direito falimentar FONTES: 1) Fontes primárias ou diretas: - Código Comercial de 1850 (2ª parte – comércio marítimo) - Código Civil de 2002 (parte de Empresarial) - Lei de falências (11.101/2005) - Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66) - Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76) - Tratados internacionais ratificados pelo PL entre outras 2) Fontes secundárias ou indiretas: - Código Civil - Usos e costumes - Jurisprudência - Analogia - Princípios gerais do direito UNIDADE 3 – REGIME JURÍDICO DA LIVRE INICIATIVA - O Estado brasileiro adota e garante a livre iniciativa e a livre competição por meio da re- pressão ao abuso do poder econômico e à concorrência desleal. Assim, o Estado reprime ati- tudes que possam colocar em risco a moralidade e a lealdade concorrencial 1) Concorrência desleal - Caracteriza-se pela utilização de meios inidôneos de que lança mão o empresário para ven- cer seus concorrentes na atração de clientela Ex: Fusão da Sadia + Perdigão - Determinação do CAD – evitar o monopólio. Ex: venda de lasanhas, retirada de uma das marcas do mercado - Lei 12529/11 – Regula a concorrência 4 - No plano civil, a repressão à concorrência desleal pode ter fundamento contratual ou extra- contratual Contratual: o concorrente desleal deve indenizar o empresário prejudicado - Na omissão do contrato, o alienante de estabelecimento empresarial não pode restabelecer- se na mesma praça, concorrendo com o adquirente, no prazo de 5 anos seguintes ao negócio, sob pena de cessar suas atividades e indenizareste último pelos danos provenientes de desvio eficaz de clientela sobrevindos durante o período de restabelecimento - Lei 9279/96 – art. 195 – tipifica o crime de concorrência desleal Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem; II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter van- tagem; III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem; IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos; V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento; VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve; VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produ- to adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave; IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem; X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador; XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no as- sunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato; XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; ou XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente deposi- tada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser; XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apre- sentados a entidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de pro- dutos. CDC – Exige informação adequada e clara sobre o produto CD – Meios ilícitos para atrair clientela - Na concorrência desleal o empresário tem o intuito de prejudicar seus concorrentes, de mo- do claro e indisfarçado, retirando-lhes total ou parcialmente, fatias do mercado, infligindo perdas a estes, pois é assim que obtém seus ganhos 5 2) Abuso de poder econômico CF/88. Art. 173 – “a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”. - Relaciona-se ao liberalismo econômico que tem como princípios a propriedade privada, a liberdade de iniciativa e a de competição, defesa do consumidor... Lei 12.529/2011 – Regula a concorrência Art. 36 – atos que causam prejuízos à livre concorrência - Prevê a lei as seguintes sanções administrativas a serem impostas contra os empresários condenados pela prática de infração à ordem econômica: multa, publicação pela imprensa do extrato da decisão condenatória... A EMPRESA - Organização produtora de bens econômicos (circulação ou produção de bens ou serviços) “A empresa é a organização de meios materiais e imateriais, incluindo pessoas e procedimen- tos, para a consecução de determinado objeto (o objeto social), com a finalidade genérica de produzir vantagens econômicas que sejam apropriáveis por seus titulares, ou seja, lucro que remunere aqueles que investiram na formação do capital empresarial, que será chamado de capital social”. Objeto social: é aquilo que a empresa faz - Não preciso ter lucro para ter uma empresa Capital social: refere-se ao capital inicial, para abrir o empreendimento. Irá se desmembrar em produtos, insumos caracterizando o patrimônio. Este é quem responde. - O principal caso de proibição de exercer empresa é o falido não-reabilitado. O empresário que teve sua quebra decretada judicialmente só poderá retornar a exercer atividade empresa- rial após a reabilitação também decretada pelo juiz. Se a falência não foi fraudulenta, ou seja, não incorreu o falido em crime falimentar, basta a declaração de extinção das obrigações para considerar-se reabilitado Características: * A empresa manifesta-se como atividade (complexo de atos realizados habitualmente) - Se não for habitual não é empresa - Não basta um ato isolado, é necessária uma sequência de atos dirigidos a uma mesma fina- lidade *A empresa requer estrutura estável, organizada - O fim produtivo da empresa pressupõe atos coordenados e programados para se atingir tal fim - 4 fatores de produção: capital, mão-de-obra, insumos, tecnologia – Todas as empresas terão que ter, obrigatoriamente, esses 4. Capital Mão-de-obra: nem que seja a pessoa sozinha Insumos Tecnologia – Luz, ar-condicionado, computador *A empresa é um conjunto de bens - Materiais (existência corpórea, física) - Imateriais (não corpóreos) *Deve ter o intuito empresarial – vontade de empreendedor *Importância da imagem - Uma empresa com boa imagem possui um bom faturamento 6 REQUISITOS PARA REGISTRO DE UMA EMPRESA OU SOCIEDADE EMPRESARIAL A) Nome - Necessário para que a empresa se projete no mundo dos negócios Pode ser: Firma ou razão social - Firma não é sociedade, pois é empresário individual - Empresa individual não tem personalidade jurídica (??) - Utilizada para a sociedade de pessoas ou empresário individual. É formada pelo nome abre- viado ou por extenso dos sócios. Atende o requisito da veracidade - Utilizada na empresa individual, comandita simples, nome coletivo e limitada Ex: Santos e Silva tecidos ltda CUIDAR! Firma: deve ser usado para empresário individual - Só pode ter por base nome civil, do empresário individual ou dos sócios da sociedade em- presarial Razão social (por ter sócios): utilizada para as sociedades Denominação - Reservado às sociedades por ações (Lei 6404/76) e também às limitadas (CC/02). A socie- dade limitada pode escolher se terá razão social ou denominação - Não necessita atender ao requisito da veracidade - Pode ser usada qualquer palavra, desde que não seja ofensiva ou de baixo calão - É também conhecido por nome fantasia - Não se confunde com o título de estabelecimento (apenas comercial) - O nome empresarial deve informar, mesmo que minimamente, o tipo de atividade a qual a empresa se dedica. Isto é, deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil ou qualquer outra expressão linguística. - O nome distingue empresas diversas - Wallmart é a denominação, Big é o título de estabelecimento (placa na porta) Ex: Alvorada Cosméticos Ltda Obs: se não há referência ao ramo de atividade econômica, não pode ser denominação; se fundado em elemento fantasia, não pode ser firma. Questões: Pode ser utilizado o mesmo nome empresarial para empresas ou atividades idênti- cas/similares? R: Sim, desde que não haja atividades similares - Renner, por ser famosa, já é uma marca, não só um nome, então não posso registrar em ou- tro Estado uma outra empresa com o mesmo nome- Já, se for uma empresa desconhecida, posso fazer em outro Estado Há proteção ao nome empresarial? R: Há proteção ao nome empresarial desde que esteja registrado Onde se registra? R: Na junta comercial (Registro Público de Empresas Mercantis) - Cada vez que eu fizer uma alteração, devo informar na junta (ex: mudar endereço, en- trar/sair um sócio) E se resolvo abrir uma filial? R: No mesmo Estado = informo para a junta comercial 7 Em outro Estado (SC, por exemplo): Devo informar aqui no RS que vou abrir filial lá em SC; e tenho que abrir na junta em SC, levando a cópia do registro da Matriz B) Nacionalidade - Assim como as pessoas físicas, as empresas também têm nacionalidade - No Brasil é nacional a empresa constituída no País e que nele tenha sede Obs: mesmo que venha de fora, se houver sede já é nacional C) Domicílio Art. 75, IV do CC – as pessoas jurídicas de direito privado têm o seu domicílio no lugar onde funcionam as suas diretorias e administrações, salvo a eleição de domicílio especial, designa- do no seu ato constitutivo. - Se a empresa tiver vários estabelecimentos em lugares diversos, cada um deles será conside- rado domicílio para os atos nele praticados D) Patrimônio Complexo de bens suscetíveis de avaliação pecuniária. Não se confunde com o capital social RESPONSABILIDADE Limitada (EIRELI, limitada, sociedade anônima) - Separo patrimônio empresarial de pessoal - É limitada ao número de ações ou cotas Ilimitada (empresário individual - + utilizado -, nome coletivo) - Não separo patrimônio empresarial de pessoal Mista (comandita simples, comandita por ações) Comanditados: Ilimitada Comanditários: Limitada ATOS CONSTITUTIVOS Contratual (limitada, nome coletivo, comandita simples) - Permite a disposição de vontade - Acordo bilateral de vontade, é possível discutir as cláusulas Estatuária (Sociedade anônima, comandita por ações) - Diz como deve ser formado VÍNCULO ENTRE OS SÓCIOS Pessoas (Contratual) - O que importa são as características subjetivas dos sócios - Para entrar um novo sócio, este terá de ter a apreciação dos demais. Se rejeitado, liquida as cotas, não fará parte da empresa. Isso serve mesmo para parentes. Capital (Estatuária) - O que importa é o dinheiro, não está nem aí para as características subjetivas dos só- cios/qualidade das pessoas. - Livre entrada e saída de sócios, através da compra/venda de ações *Se nada vier estipulado no contrato, será automaticamente um vínculo de capital, e não de pessoas Ex: Sociedade anônima 8 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL - Também conhecido como fundo de comércio, o estabelecimento é o complexo de bens reu- nidos e organizados pelo empresário para o exercício de sua atividade empresarial. - Art. 1142 a 1149 do CC/02 - Compõe-se de bens corpóreos e incorpóreos Imóvel: Bem utilizado pelo empresário para o exercício da atividade. Quando pertence à em- presa são elementos integrantes do estabelecimento - Ao locatário da locação residencial não é possível, em regra, explorar qualquer atividade econômica no imóvel objeto de locação; já o locatário da locação não residencial está contra- tualmente autorizado a explorar atividade econômica no imóvel locado CUIDAR: Ponto empresarial - É caracterizado basicamente pela possibilidade de o empresário locatário permanecer no imóvel locado mesmo contra a vontade do locador. Isso ocorre porque a lei confere ao em- presário locatário, quando preenchidos certos requisitos, o direito à renovação compulsória do contrato de aluguel - Está relacionado ao imóvel, mas com ele não se confunde. Quando o imóvel não pertence à empresa, ele é protegido pela lei, que prevê a renovação compulsória, desde que atendidos os requisitos cumulativos do art. 51 da lei 8245/91, que são: 1) O contrato de locação tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado 2) O prazo mínimo do contrato a renovar, ou a soma dos prazos ininterruptos dos con- tratos escritos seja de 5 anos - A locação deve ser contratada por tempo determinado de, no mínimo, 5 anos, admitida a soma dos prazos de contratos sucessivamente renovados por acordo amigável 3) O locatário esteja explorando a mesma atividade nos últimos três anos ininterrupta- mente - Assim, a lei reconhece ao locatário empresário que explore o mesmo ramo de empresa, há pelo menos 3 anos ininterruptos, em imóvel locado por prazo determinado não inferior a 5 anos, o direito à renovação compulsória de seu contrato de locação. - O pedido deve ser realizado através de uma ação judicial própria, denominada “renovatória” no intervalo (interregno) de 1 ano, no máximo, e de 6 meses, no mínimo, anterior a data da finalização do contrato, sob pena de decadência do direito. Art. 52 – 8245/91 – Não caberá pedido de renovação A) Locador tiver que fazer obras que impliquem na sua radical transformação, por determina- ção do Poder Público, ou para fazer modificações que aumentem o valor do negócio ou de sua propriedade - Devem ser iniciadas em até 3 meses, se não cumprir acarretará em lucros cessantes (indeni- zação) B) O locador retome para uso próprio, seja para finalidades econômicas ou não - O locador pode, em qualquer caso, pretender a retomada para uso próprio, ainda que o seu objetivo seja o de competir com o locatário (apesar da lei vedar, é inconstitucional). Claro que, assim sendo, será devida a indenização pela perda do ponto C) O locador retome para instalar estabelecimento existente a mais de um ano sendo titular seu cônjuge, ascendente, descendente ou sócio do locador - Não pode ser no mesmo ramo de atividade do locatário. Este terá direito à indenização o novo usuário do prédio explorar atividade igual ou semelhante à sua. D) Pode o locador recusar a proposta de renovação se esta não atender ao valor locatício ou se houver proposta melhor de terceiros 9 Imóvel locado x ponto empresarial: Ponto: Compreende o local específico em que ele se encontra - Se está estabelecido em imóvel alheio, que locou, a proteção jurídica do valor agregado pelo estabelecimento seguirá a disciplina da locação não residencial, caracterizada pelo art. 51 da LL (locação empresarial) - Irá proteger o ponto quando o imóvel não pertence à empresa, mas quando é locado. OUTROS ELEMENTOS DO ESTABELECIMENTO Trabalho – controverso Para a prof, não é elemento, pois trabalho é algo que se perpetua Aviamento – Mais valia -Valor de mercado. Vale mais do que o valor de seus lucros singularmente considerados. É quando o empresário reúne bens de variada natureza, como as mercadorias, máquinas, insta- lações, tecnologia, prédio, etc. Clientela – não - Maioria da doutrina não admite como elemento Trespasse - É a alienação do estabelecimento empresarial. Consiste no contrato oneroso de transferên- cia do estabelecimento empresarial - Negócio jurídico que tem por objeto a compra e venda do estabelecimento como um todo, transferindo ao adquirente a titularidade dos direitos de propriedade incidentes sobre todos os bens que o integram Contrato com validade condicionada ao registro na junta Art. 1145 – Responsabilidade do alienante se estão não possui bens suficientes para suportar todas as suas obrigações faz com que sejam observados, alternativamente A) Pagamento de todos os credores B) Consentimento dos credores de modo expresso C) Consentimento dos credores de modo tácito EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Art. 966 CC/02 - É a empresa titularizada por apenas uma pessoa - Empresário individual = pessoa física - É aquele que titulariza sozinho uma empresa, é sempre uma pessoa física. Não há proteção patrimonial, responsabilidade é direta e ilimitada. O patrimônio individual responde de forma direta por todas as suas dívidas. - Responsabilidade ilimitada Parágrafo único: - Em regra, profissionais liberais não são empresários. Entretanto,caso uma clínica, por exemplo, começar a ter um crescimento considerável, com a criação de setores, perde-se a pessoalidade na prestação de serviços. Nesse caso, a atividade tem elemento de empresa Registro: na Junta Comercial, antes do início das atividades - O empresário individual só está autorizado a adotar firma, baseado, naturalmente, em seu nome civil. Poderá abreviá-lo na composição do nome empresarial e poderá, se desejar, agre- gar o ramo de atividade a que se dedica Atenção: o registro não cria nova personalidade O requerimento do empresário deve conter (art. 968 CC) 1 – Nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens 2 – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa 3 – O capital 10 4 – O objeto e a sede da empresa Obs: Sociedade limitada: permite que eu faça o registro 30 dias após o início das atividades Capacidade para ser empresário - Verifico no momento da inscrição. Não poso ser impedido – magistrados, membros do MP, militar na ativa, falido, estrangeiro com vínculo temporário, moralmente inidôneos -. Esses poderão ser sócios, desde que não exerçam a administração - Também, deve ser dotado de vontade e discernimento para exercer os atos por si só Regra geral – Ser maior de 18 anos ou emancipado (a partir dos 16 anos). Qualquer causa de emancipação é suficiente para a atribuição de capacidade plena e consequentemente para permitir o livre exercício da atividade empresarial. Vale ressaltar que esta hipótese de eman- cipação diz respeito apenas ao exercício em nome próprio da atividade, e não à condição de sócio de qualquer sociedade empresarial Art. 974 CC – Incapacidade - O incapaz não pode jamais iniciar uma atividade empresarial, mas pode continuar uma ati- vidade que já vinha sendo exercida Cuidar: Incapacidade superveniente - Pessoa se joga da ponte, se quebra, fica absolutamente incapaz. Sua empresa pode continu- ar, pelo princípio da prevenção da empresa – o fim da atividade pode ser mais danoso do que com a continuação dela, pois com a continuidade preservará empregos e interesses do fisco e da comunidade -. Será representado, por ascendente, ou descente, ou cônjuge. Para isso, é necessária uma autorização judicial. Os bens serão representados antes da incapacidade. Não responderão pelas dívidas empresariais. Quem assumir deverá prestar contas ao Juiz - A continuação da empresa será necessariamente precedida de autorização judicial Empresário casado (art. 978): pode dispor (gravar) do patrimônio empresarial sem outorga conjugal, independente do regime de bens - Pode ter marido e mulher sendo sócios da sociedade, desde que não sejam casados pelo re- gime de comunhão universal dos bens Obrigações dos empresários a) Registrar-se na JC antes do início de suas atividades b) Manter escrituração regular de seus negócios c) Levantar demonstrações contábeis periódicas → Livro obrigatório para o direito empresarial – livro diário Prepostos – devem ter vínculo trabalhista com a empresa - Seus atos vinculam o empresário - Se agirem com culpa devem indenizar em regresso o empresário - É proibido de concorrer com o empresário preponente (evitar a concorrência desleal) - O único preposto obrigatório é o contabilista * No ato de representação do empresário, devem levar uma carta de preposição 11 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL LIMITADO – EIRELI - Se não aparecer EIRELI no enunciado, responde como ilimitado - Pode usar tanto firma quanto denominação - Embora normalmente ligada a pessoas físicas, nada impede no nosso ordenamento jurídico que a EIRELI seja constituída também por pessoas jurídicas - O titular da EIRELI poderá constituí-la de forma originária ou derivada. A primeira se dá para o início da atividade empresarial. A segunda se dá para a continuação de uma atividade que já era exercida Art. 980 – A - Registro na junta comercial - Cria uma nova personalidade - Patrimônio pessoal não interfere no patrimônio empresarial *A opção legislativa brasileira não foi a das sociedades unipessoais, uma vez que a EIRELI é expressamente colocada como uma nova pessoa jurídica. Do mesmo modo não se optou pelo sistema do patrimônio de afetação, pois nenhum dos dispositivos introduzidos faz referência à segregação patrimonial. Portanto, o sistema adotado no Brasil foi o da personificação da empresa Requisitos específicos: - Capital inicial de, no mínimo, 100x o salário mínimo. - Exige-se que tal valor seja imediatamente integralizado na própria constituição, vale dizer, não há possibilidade de se deixar capital a integralizar - Devem ser declarados, não é necessário provar para a junta. Deve aparecer no livro contábil. Se não possuir o capital e mentir na declaração não me livro da responsabilidade. A constitui- ção originária ou derivada da EIRELI representará uma declaração de vontade do seu titular. Tal declaração não tem a natureza de um contrato, mas de uma declaração unilateral de von- tade, vale dizer, de um ato de fundação. O surgimento dessa nova pessoa jurídica se concreti- zará com o registro do ato constitutivo na junta comercial - O nome empresarial deve ser acrescido da expressão “EIRELI” (admite também denomina- ção) - O empresário só pode participar de uma EIRELI, ou seja, é vedada a participação de uma pessoa física em mais de uma EIRELI - Admite que o empresário individual se transforme em EIRELI sem necessidade de justificar os motivos que levaram à transformação - Pela própria destinação da EIRELI a pequenos e médios empreendimentos é natural que esse sujeito seja uma pessoa física que queira exercer a atividade empresarial sem comprome- ter todo o seu patrimônio pessoal, limitando assim os riscos de perda de patrimônio. - O incapaz poderá ser titular de EIRELI desde que devidamente assistido ou representado e não exerça funções de administração - Não é admitida a constituição de EIRELI por pessoa física incapaz - Servidores públicos, magistrados, membros do MP e militares da ativa podem constituir EIRELI, desde que não exerçam as funções administrativas inerentes ao exercício da empresa 12 Tipo de socie- dade Fundamento legal (CC ou lei) Classificação quanto ao vín- culo (pessoas ou capital) Classificação quanto à for- ma (contratual ou institucio- nal) Responsabilidade dos sócios LIMITADA 1052 a 1087 Pessoas ou ca- pital Contratual Limitada (Todos respondem solidariamente pela integralização do capital social) ANONIMA 1088 a 1089 + Lei 6404/76 Capital Estatuária Limitada (Ninguém responde pela integralização do capital social) COMANDITA SIMPLES 1045 a 1051 Pessoas Contratual Mista COMANDITA POR AÇOES 1090 a 1092 + Lei 6404/76 Capital Estatuária Mista EM NOME COLETIVO 1039 a 1044 Pessoas Contratual Ilimitada PROPRIEDADE INTELECTUAL - Propriedade intelectual é o conjunto de regras de proteção sobre coisa incorpórea ou imate- rial (algo que não tenha existência física) decorrente da inteligência ou da invenção do seu inventor ou autor. Divide-se em: Direito autoral: cuida de obras literárias, artísticas e científicas. Propriedade industrial: cuida das marcas, patentes, modelos de utilidade, desenho industri- al. Proteção sui generis: Cultivar, conhecimento tradicional... DIREITO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL - A proteção aos direitos da propriedade surge quando foram elaboradas as primeiras obras de cunho estético, demonstrando a necessidade de proteção aos direitos daqueles que criam. - Contudo, é a Bélgica o primeiro país a proceder a regulamentação desses direitos em 1886. PROPRIEDADE INDUSTRIAL - É o ramo do direito privado que regula as relações jurídicas decorrentes da criação estética com fins utilitários. - Marcas, patentes, modelo de utilidade, desenho industrial - Regula as relações jurídicas decorrentes dacriação estética com fins utilitários (uma obra de arte não tem utilidade). Lei 9279/96 - Tais direitos encontram-se especificados e regulamentados pela Lei 9279/96, que estabelece cinco níveis de proteção: ➢ Concessão de patentes de invenção e modelo de utilidade; ➢ Concessão de registro de desenho industrial; ➢ Concessão de registro de marca; ➢ Repressão às falsas indicações geográficas e; ➢ Repressão à concorrência desleal. 13 - O titular desses bens (detentor da patente ou do registro) tem o direito de explorar economi- camente o objeto correspondente, com inteira exclusividade. O Estado concede os direitos da propriedade industrial por meio de uma Autarquia Federal denominada INPI- Instituto Naci- onal da Propriedade Industrial. - Só pode ser titular de direitos da PI aquele que obteve concessão junto ao INPI. - A lei 9279/96 (LPI), no seu art. 2º, inciso I, consagra a patente como meio de aquisição dos direitos inerentes a INVENÇÃO e ao MODELO DE UTILIDADE. - A patente é concedida após regular tramitação junto ao INPI, sendo então expedido um do- cumento chamado de CARTA PATENTE, que vai garantir ao seu titular todos os direitos consagrados na legislação. - É a patente que permite ao titular do direito reivindicar a exploração econômica com exclu- sividade. - Segundo o art. 8º da LPI, invenção é o ato humano de criação que atenda aos requisitos da novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. - Já o Modelo de Utilidade, conforme art. 9º, é o objeto de uso prático, ou parte deste, susce- tível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição envolvendo ato inventi- vo que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. É também chamado de pequena invenção. É o objeto de uso prático com novo formato, resultando melhores con- dições de uso ou fabricação. - A lei da Propriedade Intelectual exige o preenchimento de determinados requisitos para que a patente da invenção e do modelo de utilidade possam ser requeridas, sendo eles: LICITUDE NOVIDADE INDUSTRIABILIDADE ORIGINALIDADE (atividade inventiva) LICITUDE (ou não impedimento): a lei não considera como invenção ou modelo de utilida- de as hipóteses relacionadas no art. 10 da lei e exclui a possibilidade de patente sobre as pre- vistas no art. 18. Art. 10: não se considera invenção nem modelo de utilidade: I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos – descoberta não é, tecnicamente, invenção. É algo que já existe que foi encontrado por alguém. Teorias científicas e métodos matemáticos podem ser objeto de proteção intelectual do autor, mas não como propriedade industrial, por faltar-lhes a aplicação industrial; II - as concepções puramente abstratas - como no caso das teorias científicas, às concepções falta aplicação industrial; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização - porque estes são direitos autorais, não cabendo proteção como propriedade industrial; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética - também dizem respeito a direito do autor, não havendo necessidade de dupla proteção; V - programas de computador em si – são protegidos como propriedade intelectual do autor por Lei específica (9609/98); VI - apresentação de informações – meio confuso este inciso porque a lei não esclarece do que trata a apresentação de informações. Pode ser que o legislador estive pensando em banco de dados e sua forma de apresentação, não o software, mas o conteúdo dele. Então, entende- se que a lei não concede proteção porque não há nenhuma atividade inventiva no armazena- mento de dados e informações; VII - regras de jogo – são objeto de proteção de direitos autorais, quando muito, se analisado sob a ótica de que tais regras compõem um jogo criado por determinado indivíduo ou empre- sa; 14 VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal – referem-se mais a habilidades es- peciais de profissão do que a capacidade inventiva, não havendo razão para a proteção legal; IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais – em se tratando de processo natural, a ciência biológica que cuida dessa experiência é, sobretudo, ciência de descoberta e não atividade inventiva. - No art. 18 encontramos casos de não patenteabilidade, por interesse social ou do Estado, que neste momento preferiu coloca-los à margem da licitude. São as hipóteses: I – os que forem contrários à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde pú- blicas; II – as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes da modificação do núcleo atômico; e III – o todo ou parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos transgênico que atendam aos três requisitos de patenteabilidade – (novidade, atividade inventiva, e aplicação industri- al), previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. NOVIDADE – entende-se no conceito de novidade algo que é desconhecido pela comuni- dade científica, técnica ou industrial, ou, na expressão da lei, algo não compreendido pelo estado da técnica. É algo original, feito sem modelo e com caráter próprio pela primeira vez (art. 11). INDUSTRIABILIDADE – esse requisito está diretamente relacionado com a possibili- dade de produção industrial da invenção ou modelo de utilidade. Assim, se a invenção depende, para seu funcionamento de qualquer mecanismo, peça ou combustível ainda não existente ou não puder ter aplicação industrial, não haverá possibilida- de de concessão do privilégio, por ausência do requisito da industriabilidade. A própria lei refere que são insuscetíveis de concessão as concepções puramente teóricas, justamente para reforçar o conceito da industriabilidade. ORIGINALIDADE (atividade inventiva) – art. 13 – a invenção e o modelo de utilidade são dotados de originalidade sempre que, para um técnico no assunto não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica ou decorra de maneira comum ou vulgar. Inventar significa criar, ser o primeiro a construir, ser o autor de, é imaginar, idealizar. A in- venção deve despertar no espírito dos técnicos da área o sentido de um real progresso. 5 níveis de proteção: INPI – órgão responsável por fazer o registro de propriedade industrial (Carta) Patente – meio de aquisição dos direitos inerentes à invenção (deve ser algo absolu- tamente novo, original) e ao modelo de utilidade (ou pequena invenção), que consiste em novas funcionalidades que se agregam a algo que já existe (evolução tecnológica dos telefo- nes, por exemplo) Licitude ou não impedimento. Art. 10 – não se considera invenção nem modelo de utilida- de: descobertas, teorias científicas, métodos matemáticos Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica. Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no as- sunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica. Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação indus- trial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria. Industriabilidade: Algo que eu possa fazer em escala industrial Originalidade: Não pode ser algo existente e/ou óbvio 15 - Após todo o trâmite junto ao INPI, este expedirá a carta patente em favor do titular da in- venção ou modelo de utilidade,contudo, mesmo tendo direito exclusivo de auferir vantagem econômica, a patente tem um prazo máximo de duração, contado a partir da data do protocolo no INPI – art. 40: INVENÇÃO MODELO DE UTILIDADE Prazo máximo de proteção: 20 anos Prazo mínimo de proteção: 10 anos Prazo máximo de proteção: 15 anos Prazo mínimo de proteção: 7 anos Obs: os prazos não são renováveis - Caso o empresário não tenha dinheiro para exercer essa carta patente – renovação compul- sória (outros empresários podem explorar a patente, mas o proprietário receberá dinheiro) - Caso não consiga industrializar, cairá no domínio público - Em algumas situações, o detentor da patente se vê obrigado a licenciar para terceiros a ex- ploração da invenção ou do modelo de utilidade, isto porque o direito considera que relevante o interesse social relacionado ao acesso às facilidades e comodidades proporcionadas pelo desenvolvimento industrial. - Assim, se o titular da patente não está exercendo o seu direito de forma a atender regular e convenientemente o mercado, outros empresários interessados e capacitados, terão o direito de explorá-lo, através da LICENÇA COMPULSÓRIA. - Os licenciados remunerarão os detentores da patente. - Se, portanto, o detentor da patente exerce os direitos concedidos pelo INPI de forma abusiva ou, através deles pratica ato abusivo de poder econômico, caberá a licença compulsória, tam- bém se impondo esta quando o titular da patente, tendo transcorrido 3 anos da sua expedição, não a explora por completo, ou se verificado o caso de insatisfatória comercialização (art. 68). - Concedida a primeira LC, o licenciado tem o prazo de 2 anos para começar a explorá-la de forma satisfatória. Vencido o prazo e mantida a situação irregular que houver dado ensejo ao licenciamento obrigatório, opera-se a CADUCIDADE DA PATENTE, isto é, o inventor perde todos os direitos industriais que titularizava, e a invenção ou modelo de utilidade caem em DOMÍNIO PÚBLICO – art. 80. DESENHO INDUSTRIAL Conceito: art. 95 da lei 9279/96 – desenho industrial é a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, pro- porcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. - O desenho industrial, para ser protegido pela lei deve ser levado à registro perante o INPI, e deverá cumprir com os requisitos de: Novidade; Industriabilidade; Originalidade; Legalidade - A lei exige o preenchimento desses requisitos tanto para as patentes como para o registro, sendo que os conceitos são idênticos. 16 Registro e não carta patente: - Deverá ser feito perante o INPI - Não é uma invenção. É a forma plástica, o desenho em si. Mesmos requisitos: novidade, industriabilidade Art. 100. Não é registrável como desenho industrial: I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pes- soas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimentos dignos de respeito e veneração; II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencial- mente por considerações técnicas ou funcionais. - O registro confere a seu titular os mesmos direitos consagrados aos que obtém patente, defi- nidos no art. 42 da Lei 9279/96, podendo impedir que terceiro, sem o seu consentimento, produza, use, coloque à venda, venda, ou importe o produto objeto da proteção legal (art. 109). - O registro concedido em desacordo com a lei é nulo, produzindo efeitos a partir da data do depósito do pedido (art. 112). Prazo de vigência: - 10 anos, prorrogáveis por 3 períodos sucessivos de 5 anos (total: 25 anos). Se não prorrogar, cai em domínio público - Pedido de prorrogação deve ser feito no último ano; ou até 180 dias depois, mediante paga- mento de retribuição adicional Extinção do registro Art. 119. O registro extingue-se: I - pela expiração do prazo de vigência; II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos arts. 108 e 120; ou IV - pela inobservância do disposto no art. 217. (Falta de procurador no Brasil quando o titu- lar do direito residir no exterior). Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamen- te qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-la administrativa e judici- almente, inclusive para receber citações. MARCA - Marca tem prazo de duração de 10 anos, sempre podendo prorrogar. Não cai em domínio público se mantiver as prorrogações sucessivas 3 categorias: Marca de produto ou serviço: Electrolux, dako - É aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou fim, de origem diversa. Marca de certificação: ABNT, ISSO 9001, Inmetro - É a utilizada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas nor- mas ou especificações técnicas, notadamente quanto a qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. Marca coletiva: cooperativa, Unimed - É aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma deter- minada entidade. 17 Além da divisão vista anteriormente, as marcas também possuem a seguin- te classificação: 1 – Quanto à finalidade: marca específica (ou singular) e marca genérica (ou geral); Marca específica ou singular: chokito - É aquela destinada a assinalar um só objeto; Marca genérica o geral: nestlê - É aquela que identifica a origem de uma série de produtos ou artigos, que por sua vez são individualmente caracterizados por marcas específicas; 2 – Quanto à forma: marca verbal (ou nominativa), marca emblemática (ou figurativa), mar- ca mista e marca tridimensional; Marca verbal ou nominativa: Coca-Cola, Brastemp - São as que adotam nomes, palavras, denominações ou expressões; Marca emblemática ou figurativa (símbolos): Nike, apple, Bradesco - São as que adotam monogramas, símbolos, figuras ou quaisquer outros sinais distintivos; Mista: Google - São as formadas por expressões nominativas e figurativas; Tridimensional: Peugeot, vivo - São as marcas apresentadas nas várias dimensões visuais, com desenhos em vista frontal, lateral, superior, inferior ou em perspectiva. 3 – Quanto ao conhecimento comum: marca notória e marca de alto renome Marca notória: protegidas pela convenção de Paris. Veda, por exemplo, que o Brasil aprove uma lei que conceda prazos maiores de duração para as patentes registradas no Brasil São as notoriamente conhecidas em seu ramo de atividade e sua proteção está prevista na Convenção de Paris (art. 126). Marca de alto renome: marca interna brasileira - São as conhecidas no Brasil, em toda a sua extensão e tem proteção especial em todos os ramos de atividade. Essa classificação é uma inovação brasileira, sem regulação similar na convenção de Paris (art. 125). - O Brasil é signatário de um acordo internacional referente à propriedade industrial que é a União de Paris. Este acordo estabelece que não é admissível, no direito brasileiro, a criação de distinções entre nacionais e estrangeiros em matéria de direito industrial. O que a conven- ção veda, por exemplo, é que o Brasil aprove uma lei que conceda prazos maiores de duração para as patentes e registros de que fosse titular um nacional. - Pela Convenção de Paris é que o Brasil reconhece o princípio da prioridade, pelo qual é possível a qualquer cidadão de um dos países signatários reivindicar prioridade de patente ou registro industrial no Brasil, a vista de igual concessão obtida anteriormente em seu país de origem, desde que o faça em 6 meses para o desenho industrial, marca ou sinal de propagan- da, ou em 12 meses para invenção ou modelo de utilidade, contados da apresentaçãode seu primeiro pedido. Prazo de vigência: - A proteção ao registro das marcas tem prazo de duração de 10 anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos (art. 133). O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro. Poderá fazê- lo nos 6 meses subsequentes mediante o pagamento de retribuição adicional. 18 SOCIEDADE - Reunião de pelo menos duas pessoas que pretendem desenvolver, em conjunto, uma ativi- dade econômica voltada para a produção ou circulação de bens ou de serviços - Para Fábio Ulhoa: é a forma jurídica que corresponde ao mais elevado grau de comprome- timento entre dois agentes econômicos. - A sociedade empresária é a pessoa jurídica que explora uma empresa - Não é pelo fato de não ser lucrativa que não é empresária - Sociedade empresarial = só empresarial - Quando mencionar apenas “sociedade”: não é necessariamente só empresária (ex. soc sim- ples não é empresária) - Quem explora a empresa = somente a sociedade empresarial - Quem irá exercer a empresa é a sociedade CUIDAR: empresária é a sociedade e não os seus sócios, que são os empreendedores ou os investidores PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA - Não está ligada à responsabilidade de seus sócios. - As sociedades empresariais são sempre personalizadas (são pessoas distintas das pessoas dos sócios) - O Direito cria a pessoa jurídica a fim de possibilitar o exercício de deveres e direitos - A personalização (personificação) da sociedade empresária tem início com o registro de seus atos constitutivos na junta comercial e termina quando é dado baixa no mesmo órgão. - A personalização é feita para separar os sócios/sociedade - Se não houvesse a criação da pessoa jurídica, tudo ficaria no nome das pessoas as quais fa- zem parte da sociedade empresarial Sócios: responsabilidade subsidiária Sociedade: é a responsável. Primeiro demando o patrimônio da empresa para arcar com as dívidas. Caso não seja o suficiente, chegará ao patrimônio pessoal dos sócios CUIDAR: temos no direito empresarial sociedades: Não personificadas: sociedade em conta de participação e sociedade em comum - Não possuem registro, portanto não são pessoas jurídicas Personificadas: Empresarial: limitada, anônima, comandita simples, comandita por ações, sociedade em no- me coletivo - Todas são registradas na junta comercial Não empresarial: sociedade simples* *Atividade artística, cultural. É registrada, mas não na junta comercial DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - O patrimônio pessoal do sócio responderá Soc. Registrada = Soc. regular Soc. Irregular = Ainda não tem registro - A empresa termina com os chamados atos dissolutórios. Liquidação da sociedade empresa- rial. - Pagar regularmente, receber de todos. Informo à junta comercial. É quando tenho dinheiro para pagar todos os credores 19 - Dissolução irregular. Caso não dê baixa, as obrigações continuam - Surge no Brasil em 1960 Art. 50 CC – teoria maior (tem motivação) – fraude/prejuízo para terceiros; confusão patri- monial - O pedido deverá ser motivado - Requerimento da parte ou MP – Juiz autoriza *Responsabilidade ilimitada – respondo diretamente * Responsabilidade limitada – respondo diretamente só se for desconsiderada a personalidade jurídica Art. 28, CDC – teoria menor – aplicada às relações de consumo. Ocorre quando houver abuso de direito Art. 28, parágrafo 5º - basta inadimplemento – duas situações: a) Abuso de direito + parágrafo 5º b) Aplicação apenas do parágrafo 5º - A justiça do trabalho aplica o CDC SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS - São sociedades, não possuem personalidade jurídica - Não podem ser demandadas em juízo 1) Sociedade em comum – art. 986 CC/02 - É a chamada sociedade irregular ou de fato. Sua constituição pode se dar verbalmente, sem contrato escrito, ou mediante escritura pública ou particular não levados a registro na junta. – - Este tipo de sociedade não é personificada e, portanto, sem personalidade jurídica apta a permitir que esta se determine, que tenha patrimônio próprio e autônomo, que possa ter res- ponsabilidade exclusiva pelas obrigações assumidas - A sociedade irregular não tem existência distinta da de cada um dos seus membros e, por via de consequência, não dispõe de patrimônio exclusivamente seu, devendo os credores aci- onar não a sociedade (inexistente juridicamente) mas seus sócios, que não poderão invocar o benefício da exclusão, pois são solidários com as operações e atos praticados - Não se admite que a sociedade anônima seja irregular ou de fato - Os sócios têm responsabilidade solidária e ilimitada, ou seja, cobra-se as obrigações desses SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - Nunca será regular, o registro não confere personalidade jurídica - É uma sociedade sem personalidade jurídica, sendo que a eventual inscrição de seus instru- mentos em qualquer registro não irá lhe conferir personalidade Dois tipos de sócios: ostensivo e oculto (ou participante) “Nesta modalidade negocial, duas ou mais pessoas contratam uma operação societária entre si, mas sem dá-la a conhecer a terceiros” - O objeto social é exercido pelo sócio ostensivo => Sócio ostensivo é o que aparece nos negócios que atua econômica e juridicamente perante terceiros, apresentando-se individualmente e como único e exclusivo responsável pelos negó- cios estabelecidos. Atua em seu nome e tanto pode ser uma sociedade empresarial ou empre- sário individual => Sócio oculto é o que presta o capital, não aparecendo externamente 20 Ex: Construtora A Empresa X ---------------- Empresa Y - Relação entre construtora A e empresa X = sócios ostensivos (relação com terceiros) - Relação entre empresa X e empresa Y – sócios ocultos – prestam o capital, injetam dinheiro (relação interna) * Caso os ocultos aparecerem na relação, responderão junto com terceiros - É uma sociedade interna, mas não é secreta ou irregular Características: - Não tem razão social, firma ou denominação - Não se revela publicamente perante terceiros - Não tem patrimônio - Não tem sede - Não mantém relações com terceiros - Não tem autonomia patrimonial *SOCIEDADE DO NÃO! - As contribuições dos sócios constituem patrimônio especial SOCIEDADE PERSONIFICADA NÃO EMPRESÁRIA SOCIEDADE SIMPLES - Personificada, possui registro, entretanto não é empresarial - A lei não define expressamente o que é sociedade simples Parágrafo único, art. 966 CC/02 - Tem por objeto a exploração de atividades específicas, como as dedicadas às ciências, artes, literatura, profissões liberais são os grandes exemplos de sociedades simples - Adota perfil essencialmente pessoal - Não tem organização de bens materiais e imateriais, bem como de recursos humanos, volta- dos para a produção sistemática de riquezas => Marcadas pelo intuitu personae - É quando determinadas pessoas (sócios) se juntam a fim de realizar um objetivo em comum. Previsão: art. 997 CC e seguintes Prazo: Determinado: é quando se estabelece previamente a data de extinção da sociedade Indeterminado: não existe prazo de extinção da sociedade Obs: se nada constar no problema, será indeterminado - Rege-se por contrato social, que será registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local de sua sede - O contrato social deve ser sempre por escrito. O local de registro é diferente em relação às sociedades empresárias. Estas são registradas na junta comercial, enquanto que as sociedades simples são registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas - Aceita, para a formação do capital social qualquer tipo de bem passível de avaliação pecu- niária, assim como a prestação de serviços CUIDAR! A SOCIEDADE SIMPLES É A ÚNICA QUE ACEITA SÓCIO DE SERVIÇO - Sócio de serviço diz respeito à pessoa que ingressana sociedade sem injetar capital de ime- diato. Neste sentido, a contribuição se dá conforme o seu trabalho. Ademais, admite a possi- bilidade de se contribuir com qualquer tipo de bem. 21 - O sócio de serviço só participa de lucros e perdas quando integralizados, quando não inte- gralizados participam apenas dos lucros - As regras da soc. simples servem de regra geral para os demais tipos societários (inclusive os empresariais). Só não servem para as sociedades anônimas. - São sempre utilizadas como regra geral quando não constarem regras específicas acerca de determinada sociedade. Por esse motivo, são chamadas de regras supletivas - Quem administra a sociedade simples? EXCLUSIVAMENTE A PESSOA NATURAL 1) Pura Respondem subsidiariamente – responsabilidade ilimitada Não respondem subsidiariamente – responsabilidade limitada 2) Limitada Obs: se o problema mencionar apenas sociedade simples, será pura. Em relação ao tipo de responsabilidade, esta deverá constar no contrato. - Sociedade simples não se sujeita ao procedimento falimentar, mas à insolvência civil - Nunca uma sociedade simples irá falir, pois não é uma empresa, ou seja, não se sujeita às regras da lei de falência, mas sim da insolvência civil - Dever de lealdade: os interesses pessoais não podem se sobrepor aos interesses da sociedade - Todos contribuem de forma recíproca Obrigações dos sócios => iniciam a partir do contrato - Contribuir para a formação do capital social - Dever de lealdade - Dever de cooperação recíproca Sócio remisso: é aquele que não contribui para a formação do capital social - É o sócio que está inadimplente, em atraso com a sociedade Ex: Capital da sociedade: 10.000 - O sócio em questão, dos 5.000 que deve pagar, possui apenas 2.000. Neste caso, existem duas possibilidades a fim de solucionar o problema: 1) Um outro sócio da sociedade poderá adquirir e consequentemente assumir os 3.000 de quotas 2) A sociedade, através de uma alteração contratual, reduz o número de quotas - Notificação: em 30 dias deverá pagar, sob pena de constituição em mora e responsabilidade pelas perdas e danos - O sócio que não cumprir poderá ser excluído da sociedade ou ainda, a critério da sociedade ter suas quotas reduzidas ao montante já integralizado Recesso de sócio: direito de retirada - Sócio notifica a sociedade e ela providenciará o levantamento de seus valores Em regra, terá 90 dias para notificar os valores - Art. 1032 – Responsabilidade por 2 anos pelas obrigações anteriores à sua saída, tanto para o remisso quanto para o que se retirou - As obrigações existentes até o momento da retirada ainda atingem o sócio remisso e tam- bém o recesso de sócio, por até 2 anos após sair da sociedade. O prazo começa a ser contato a partir do dia da notificação Direitos dos sócios: * Participação da partilha de lucros (é diferente do pro labore) * Pro labore: semelhante a um salário, significa “pelo trabalho” * Participação das deliberações sociais na proporção de suas quotas * Fiscalizar a gestão dos negócios * Retirar-se da sociedade nas condições legalmente estabelecidas * Participar do acervo da sociedade em caso de liquidação * Ter preferência na subscrição de quotas no caso de aumento do capital social 22 Obs: nas sociedades simples, necessita-se o consentimento dos demais sócios para a admissão de outros Cessão de quotas (art. 1003) A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. - Depende do consentimento dos demais sócios em função da affectio societatis Administração (art. 1010) - Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. § 1º Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de me- tade do capital. § 2º Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. § 3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. - É um órgão de representação legal, por meio do qual a sociedade manifesta a sua vontade - O administrador é sempre pessoa física, sócia ou não - Está administrando o patrimônio dele, não da sociedade. Deve agir sempre em benefício da empresa - Na elaboração do contrato, pode-se nomear um administrador. Entretanto, é mais simples nomeá-lo em ato separado Art. 1011 – conduta do administrador: - O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a dili- gência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios. § 1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os conde- nados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. - Impedidos de exercer a administração - Caso exerçam, responderão com o patrimônio pessoal - Qualquer um dos sócios pode solicitar a justa causa. Esta deve ser levada ao Juiz. § 2º Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes ao mandato. Revogação dos poderes - Sócios administradores, nomeados no contrato social, não poderão ser destituídos, salvo justa causa reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios (art. 1019) Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula ex- pressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios. Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. Nomeação em ato separado - Revogação a qualquer tempo por maioria do capital social 23 Art. 1013 – nada dispondo o contrato social, a administração compete, separadamente, a cada um dos sócios A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios. § 1o Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos. § 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar opera- ções, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria. - Qualquer um faz o que bem entender, cada um terá plenos poderes de gestão - Não é possível passar a administração para ninguém. Para atos específicos, é possível a no- meação de um procurador, devendo esta ser por escrito - A função é indelegável, mas é permitida a nomeação de procurador para a prática de atos específicos (art. 1018) Art. 1.018. Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sen- do-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especifi- cados no instrumento os atos e operações que poderão praticar. Responsabilidade do administrador - Responde perante a sociedade por danos causados a ela quando age com culpa ou em desa- cordo com a vontade da maioria - Responde quando utiliza em proveito próprio ou de terceiros bens da sociedade sem consen- timento escrito dos demais - Deverde prestar contas - Responde perante terceiros quando agir com culpa (esta responsabilidade pode ser isolada oi solidária com a sociedade) Art. 1015 – teoria da aparência - No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à ges- tão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis de- pende do que a maioria dos sócios decidir. Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; II - provando-se que era conhecida do terceiro; III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade. Neste caso, poderá ser demandado a responder sozinho! Regra: subsidiariedade, depois se analisa como os sócios respondem. Se nada estiver previsto no contrato, respondem subsidiariamente. Teoria da aparência - A sociedade se vincularia a responsabilização pelos atos dos administradores quando estes parecessem regulares, mesmo em caso de exorbitância dos poderes, diante de terceiros de boa-fé, pois a culpa em escolher um administrador ruim é da sociedade, não podendo esta usar deste fato para eximir-se de suas obrigações Teoria dos atos ultra vires - Ocorre quando o ato é completamente alheio ao objeto da sociedade, não se admitindo que terceiros acreditem que se trate de ato de sociedade. Quem responde por tais atos é o adminis- trador Responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais - Depende da previsão contratual (se os sócios respondem ou não subsidiariamente) Direito dos herdeiros (art. 1027) Art. 1.027. Passada em julgado a sentença mencionada no artigo antecedente, receberá o her- deiro os bens que Ihe tocarem e um formal de partilha, do qual constarão as seguintes peças: 24 I - termo de inventariante e título de herdeiros; II - avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro; III - pagamento do quinhão hereditário; IV - quitação dos impostos; V - sentença. Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído por certidão do pagamento do quinhão hereditário, quando este não exceder 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo; caso em que se transcreverá nela a sentença de partilha transitada em julgado. - Herdeiros ou cônjuge ou mesmo cônjuge separados judicialmente, não podem exigir, desde logo, a parte que lhes couber na quota social, mas concorrem à divisão dos lucros até que a sociedade se liquide Credor particular de sócio - Pode fazer recair a execução sobre o que couber ao devedor nos lucros sociais ou na parte que lhe caberia em liquidação Exclusão de pleno direito: ocorre nos casos em que a quota do sócio é liquidada em virtude de sua falência pessoal (não depende da deliberação dos demais) DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES - É uma causa que desencadeará o processo de extinção da pessoa jurídica A dissolução poderá ocorrer quando: a) vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não en- trar a sociedade em liquidação, caso em que se propagará por prazo indeterminado b) consenso unânime dos sócios c) a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado d) a falta da pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias - Será extinta ou sofrerá uma transformação (empresa individual). Não é possível a continua- ção de uma sociedade unipessoal, ou seja, que possui apenas um sócio. Tal ato é extrajudicial e) a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar - A sociedade poderá ainda ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos só- cios quando anulada sua constituição ou quando exaurido o seu fim social ou verificada sua inexequibilidade - Após a dissolução, tem início a liquidação. Será eleito o liquidante (por deliberação dos sócios) - Na liquidação, os atos de gestão restringem-se aos negócios inadiáveis sendo vedadas novas operações – LIQUIDANTE RESPONDERÁ SOLIDÁRIA E ILIMITADAMENTE SOCIEDADE EM NOME COLETIVO São as sociedades simples e sociedades empresárias. Sociedades empresárias são aquelas cuja estrutura, organização e funcionamento estão articuladas de forma empresarial, ou seja, desenvolve atividade econômica de produção ou circulação de bens e serviços e se utilizam, normalmente, da forma de sociedade limitada ou sociedade anônima. Sociedades simples por sua vez explora atividades econômicas específicas (como presta- ção de serviços advocatícios) e se manifesta por tipos contratuais. A sociedade em nome coletivo poderá adotar a forma de uma sociedade simples ou empresária, conforme sejam seus objetivos sociais. Vem definida no art. 1039 do c.c, in ver- bis: Art. 1039 – somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, res- pondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 25 - Desse conceito percebemos que somente pessoas físicas podem fazer parte do tipo societá- rio, sendo vedada a participação de pessoas jurídicas. - A principal característica desse tipo societário é a responsabilidade dos sócios, que é ilimi- tada e solidária, ou seja, após demandar contra o patrimônio da sociedade, os credores podem demandar contra o patrimônio dos sócios, que responderá de forma ilimitada pelas dívidas da sociedade. Os sócios respondem solidária e ilimitadamente - Assim, no caso de falência da sociedade, os bens dos sócios serão chamados a cumprir com as obrigações sociais (exceção à regra das sociedades). A falência implica em responsabilização dos sócios - No que tange à administração da sociedade, está poderá ser exercida por qualquer um dos sócios (ou por todos conjuntamente), salvo se no CONTRATO SOCIAL tiver sido nomeado sócio-gerente, hipótese em que este, obrigatoriamente, assumirá a responsabilidade pela ad- ministração. Apenas os sócios podem administrar - Este tipo societário deverá adotar um nome, que será identificado como FIRMA ou RAZÃO SOCIAL. A firma ou razão social pode conter o nome civil de um, alguns ou todos os sócios, no todo ou em parte, sendo que se algum nome for omitido, a expressão “companhia” deve ser obrigatoriamente incluída no final. Ex: Alves & Silva & cia - A palavra “cia” deve vim no final, caso contrário, se vier no meio ou no início, será socie- dade anônima - Se não mencionar nada será sociedade em nome coletivo. Ex: Alves & cia COMANDITA SIMPLES - A sociedade em comandita simples é, nos dizeres da doutrina, uma evolução das socieda- des em nome coletivo, haja vista que impõe responsabilidade limitada a alguns dos sócios e ilimitada a outros. - Tal tipo societário vem descrito no art. 1045 do CC/2002, que expressamente refere que na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados - pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais e, os co- manditários - obrigados somente pelos valores de suas quotas. - O contrato social, como determina o parágrafo único do referido artigo, deverá discriminar quem são os sócios comanditados e quem são os comanditários. - Tem que existir pelo menos um comanditado e um comanditário Comanditados: - Pessoa Física, responsabilidade solidária e ilimitada. - Apenas ele administra. Será sempre pessoa física - Em caso de falecimento, liquida-se (dissolve-se) a sociedade Comanditários: - Pessoa Física ou jurídica. Responsabilidade limitada às suas quotas, ou seja, é obrigado so- mente pelo valor de suas cotas - Tão somente para contribuir com o capital social - Não se admite sócio de serviço - Excepcionalmente é possível outorgar um mandato para o comanditário. Este não pratica atos de gestão - Em caso de falecimento, as cotas são herança. Os herdeiros não terão direito a ingressar nasociedade se não aprovados pelos demais sócios 26 - Em havendo somente um sócio com responsabilidade ilimitada (comanditado), só ele que administra, é só o nome dele que aparece na sociedade (firma, porque é responsabilidade ili- mitada) - Como nesse tipo societário existem sócios de responsabilidade ilimitada, o art. 1046 prevê a aplicação das normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis. - A obrigação principal do sócio comanditário é tão-somente contribuir para a formação do capital social, o que pode ocorrer através do aporte de bens ou dinheiro, mas nunca em ser- viços. Sua responsabilidade se limita a tanto. Uma vez efetivada a contribuição que se com- prometeu pelo contrato social cumpriu com sua obrigação, não podendo os credores, em princípio, nada exigir dele, em função da limitação de responsabilidade que a lei lhe assegura. - Como decorrência da sua limitação de responsabilidade, o código, em seu art. 1047, deter- mina que, sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhes fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o seu nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comandita- do. - Assim, verificamos que a administração da sociedade em comandita simples cabe sempre ao sócio comanditado, mas podem os sócios comanditários serem constituídos procuradores da sociedade para a realização de negócio determinado, lhe sendo atribuído poderes especiais (art. 1047, parágrafo único). - Somente os nomes dos sócios comanditados podem constar da FIRMA SOCIAL, uma vez que são estes que respondem ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. - Na hipótese de diminuição das quotas pertencentes ao sócio comanditário, em consequên- cia da redução do capital social, os seus efeitos perante terceiros só se verificarão depois de averbada a alteração social no órgão registrário correspondente, sem prejuízo dos credores preexistentes à diminuição (art. 1048). - O sócio comanditário, o qual não participa da administração da sociedade, desconhecendo a origem dos lucros, não é obrigado a promover sua reposição, se os recebeu de boa-fé e de acordo com o balanço patrimonial e do resultado econômico oferecidos pelo sócio comandi- tado (art. 1049). Mas se o capital foi diminuído por perdas supervenientes, não poderá o sócio comanditário, mesmo estando de boa-fé, receber quaisquer lucros, antes da reintegralização do capital da sociedade. - No caso de morte do sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, conti- nuará com os seus sucessores, os quais designarão quem os representará (art. 1050), saliente- se que, em virtude da affectio societatis, os sucessores ou sucessor do comanditário falecido deverão ser objeto de aprovação pelos demais. - A sociedade em comandita simples, assim como a sociedade em nome coletivo, se dissolve por qualquer uma das causas previstas no art. 1033 do CC. O art. 1051, II, dispõe ainda que a sociedade será dissolvida se perdurar por mais de 180 dias a falta de qualquer uma das categorias de sócio, ou seja, exige-se a pluralidade e a diversida- de de sócios (comanditados e comanditários). - Durante os 180 dias que a sociedade funcionar apenas com uma categoria de sócios, sendo remanescente os comanditários, estes nomearão administrador provisório para praticar, du- rante esse período e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração. 27 COMANDITA POR AÇÕES - Sociedade de ações e não de cotas - É uma mistura de comandita com sociedade anônima - Os autores de Direito Empresarial referem que a sociedade em comandita por ações é um tipo híbrido, porquanto tem aspectos de comandita e de sociedade anônima. É uma sociedade em desuso. - A sociedade em comandita por ações guarda similitude com dois tipos distintos de socieda- des, porquanto tem seu capital social dividido em ações, assim como as sociedades anônimas e tem duas categorias distintas de sócios, uma com responsabilidade limitada e outra com responsabilidade ilimitada, como as comanditas simples. - Tem seu capital social dividido em ações e é regida pela lei das sociedades anônimas (art. 1090 c.c/02). - Pode adotar tanto firma (razão social), quanto denominação, que deve vir seguida da ex- pressão “comandita por ações” (§ único do art. 281 da LSA). - O acionista que exerce funções ou administra a sociedade tem responsabilidade subsidiária e SOLIDÁRIA com os demais diretores (quando houver mais de um) e ILIMITADA. Tem responsabilidades de sócio comanditado. Ao contrário, os demais sócios (não administradores e que não levam o nome na firma social) tem responsabilidade de sócios comanditários - Só o acionista pode ser administrador. Ou seja, o sócio que responde ilimitadamente - Diretores são nomeados no ato constitutivo da sociedade, SEM LIMITAÇÃO DE TEMPO, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem, no mínimo, 2/3 do capital social. - O diretor destituído ou exonerado continua, durante 2 anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração – art. 1091 CC/02. - A Assembleia-geral tem poderes limitados (vide art. 1092 C.C/02 e art. 284 da LSA: o art. da LSA previa dentre as matérias sujeitas ao crivo dos diretores a aprovação da participação em grupos societários. Como o CC é lei posterior, e em seu art. 1092 não houve reprodução dessa proibição, acreditam os doutrinadores que ela fora revogada). - A Assembleia tem poderes limitados porque uma responsabilização da sociedade recai so- bre o sócio ilimitado - Quanto ao art. 284 da LSA, este veda que a SCA designe: conselho de administração; auto- rização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição. - Bônus de subscrição é um tipo de valor mobiliário (ações é outro) - Assemelha-se a uma lista de espera. Quando a sociedade emitir ações, quem tem bônus tem prioridade de compra SOCIEDADE LIMITADA Origem: A origem da sociedade limitada é alemã. Surge por volta de 1856 como uma varia- ção das sociedades anônimas, muito complexas. Esse novo tipo societário se disseminou ra- pidamente entre as nações civilizadas, sendo, em 1892, promulgada a primeira lei sobre soci- edades de responsabilidade limitada (Portugal). Brasil: inspira-se na lei portuguesa e, em 1919, promulga o decreto 3.708/1919 que modifica o Código Comercial. - A formação da sociedade limitada é mais simples do que a sociedade por ações, com a ca- racterística de ter a responsabilidade dos sócios restrita ao capital social, não havendo ne- cessidade da publicação de balanços e atos como na S/A. Corresponde, atualmente, a 90% das sociedades abertas no Brasil. 28 - Sua constituição se dá por meio de contrato social que deve ser levado à registro na Junta Comercial. O art. 1054 do CC traz os requisitos exigidos para a constituição de uma limitada. Pressupostos de existência da sociedade limitada 1- Pluralidade de sócios – a limitada, como qualquer sociedade, pressupõe a existência de, pelo menos, dois sócios. 2- Affectio societatis – é tratada pela doutrina como a vontade dos sócios de constituírem e manterem uma sociedade. Sua relevância é maior nas sociedades de pessoas do que nas soci- edades de capital. É a vontade voltada à união. Segundo Silvio Aparecido, “É a aceitação de cláusulas comuns e participação ativa no objeto a ser realizado. É o envolvimento pessoal nas atividades desde o contrato até o efetivo exercício empresarial. Portanto, a pessoa tem preva- lência nas tratativas e nesses exercícios empresariais”. Responsabilidade dos sócios da limitada: - Pelo valor das suas quotas; - Pela integralização do capital social (responsabilidade solidária entre os sócios); - Pela falta de realização das entradas prometidas; - Pelo excesso de valor atribuído a bens
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