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DIREITO EMPRESARIAL - RESUMO

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DIREITO EMPRESARIAL 
 
 
FASES DO DIREITO COMERCIAL 
 
1 - Idade Média (Nascimento do Direito Comercial) 
- Direito Subjetivo – Regras aplicadas apenas aos comerciantes associados às corporações 
(ditavam as normas, aplicavam e julgavam os conflitos) 
- Nesse primeiro momento, o direito comercial podia ser entendido como o direito dos co-
merciantes, vale dizer, o direito comercial disciplinava as relações entre os comerciantes (Li-
vro) 
- Era um direito de classe e não um direito social, ou seja, era aplicada somente aos associa-
dos das corporações 
- Havia a aplicação do chamado critério corporativo, pelo qual, se o sujeito fosse membro de 
determinada corporação de ofício, o direito aplicado seria o da corporação (Livro). Tratava-se 
de um direito eminentemente profissional 
- Baseado no direito consuetudinário e corporativo 
- Estado não participava (as corporações de ofício faziam) 
- Em síntese, nesse primeiro momento, o direito comercial se afirma como o direito de uma 
classe profissional, fruto dos costumes mercantis, e com uma jurisdição própria (Livro) 
- Com o crescimento das relações comerciais as corporações se enfraquecem, surgindo a ne-
cessidade de criação de novas regras 
- Direito Objetivo – Maior segurança à atividade mercantil 
- Idade Moderna, os comerciantes deixam de ser os responsáveis pela elaboração do direito 
comercial, tarefa esta que fica na mão do próprio Estado. Passa-se à estatização do direito 
comercial (Livro) 
- As normas passam a se aplicar a atos objetivamente considerados e não a pessoas 
 
2 – Código Comercial Francês ou Código Napoleônico de 1807 – Marca o 
início dessa nova fase do direito comercial 
- Cria a teoria dos atos de comércio. O Direito passa a ser objetivo - não importa a qualidade 
da pessoa, mas sim as atividades/atos praticados por ela -. Desta forma, não é a mera disci-
plina desses atos que nos permite falar em uma segunda fase do direito mercantil, mas a ex-
tensão da jurisdição comercial a quaisquer pessoas que praticassem tais atos, independente-
mente de sua qualificação pessoal 
- Passa a disciplinar uma série de atos da vida econômica e jurídica, que não eram exclusivos 
dos comerciantes, mas que necessitavam das mesmas características do direito mercantil 
- Essa acepção (atos de comércio) tem o mérito de abranger todos os atos que vão desde a 
produção até o consumo, não se limitando à circulação das mercadorias em si. Ademais, tal 
definição aproxima-se da ideia de empresa, por dar importância ao conjunto de atos 
- Serviu de modelo para o Código Comercial Brasileiro de 1850, sendo abandonado somente 
em 2002. 
Obs: Todos os atos de comércio deveriam estar inseridos de maneira taxativa na lei 
- Apenas quem praticava atos de comércio era considerado comerciante 
 
3 – Código Civil italiano de 1942 
- Cria a teoria da empresa (+ contemporânea), abandonando a teoria dos atos de comércio. 
Sistema subjetivo moderno 
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- Não foi formulado um conceito jurídico do que seja empresa 
- A concepção passa a ser centrada em um sujeito, o empresário. Nesta fase, o direito comer-
cial reencontra sua justificativa não na tutela do comerciante, mas na tutela do crédito e da 
circulação d bens ou serviços, vale dizer, não são protegidos os agentes que exercem ativida-
des econômicas empresariais, mas a torrente de suas relações 
- Não há mais enumeração taxativa das atividades 
- Serviu de inspiração para vários países, inclusive o Brasil, que adotou a teoria da empresa 
no CC/2002 
Obs: Entendem empresa como atividade, como consta no art. 966 do CC: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica orga-
nizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se 
o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
TEORIA DA EMPRESA 
 
- CC/2002 – Adota a teoria da empresa a partir do art 966 
- O CC/2002 revogou a primeira parte do código comercial, mas manteve a segunda (comér-
cio marítimo) 
- O Direito Empresarial passa a consagrar os princípios constitucionais do valor social do 
trabalho* (dignidade da pessoa humana) e da livre iniciativa (empreender em qualquer área) 
*Antes, o trabalho era associado à força bruta 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
Simplicidade ou informalismo 
- O Direito Empresarial precisa ser de entendimento do público em geral e não ficar restrito 
ao público do Direito 
- As formas devem ser mais simples, de modo a atender às necessidades da atividade empre-
sarial (Livro) 
Cosmopolitismo ou universalismo 
- Vai além das fronteiras do Estado, sendo aplicado em vários países 
Onerosidade 
- O fim último do direito empresarial é o lucro 
Proteção ao crédito 
- O crédito é um elemento essencial para o exercício da atividade empresarial e como tal deve 
ser protegido, de modo que os responsáveis pela concessão do crédito continuem a concedê-
lo, permitindo o desenvolvimento das atividades empresariais (Livro) 
 
AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
*Ao contrário do direito civil, o direito empresarial usa o método indutivo 
Ganha importância a partir do CC/2002 
Não há mais autonomia absoluta entre os ramos do Direito, sendo esta sempre relativa 
A doutrina identifica algumas formas de autonomia: 
Autonomia didática 
- Reconhece esse ramo do Direito como algo importante a ser aprendido 
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Autonomia formal ou legislativa 
- Traz regras próprias e específicas desse ramo 
- Destituída de qualquer interesse científico 
Autonomia substancial ou jurídica 
- É a mais importante. Leva em consideração a existência de um conteúdo particular e origi-
nal, contendo princípios próprios e um corpo orgânico capaz de sustentar a sua existência 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
- Tem seus contornos definidos a partir de um complexo de regras e princípios que discipli-
nam a atividade econômica organizada dirigida à satisfação das necessidades do mercado e 
de todos os atos nos quais sua atividade se concretiza 
Atividade econômica organizada: Profissionalismo e habitualidade (regularidade), não é algo 
que faço esporadicamente 
Divisão do DE: 
1. Teoria geral 
2. Direito societário 
3. Contratos mercantis 
4. Direito cambiário 
5. Direito falimentar 
FONTES: 
1) Fontes primárias ou diretas: 
- Código Comercial de 1850 (2ª parte – comércio marítimo) 
- Código Civil de 2002 (parte de Empresarial) 
- Lei de falências (11.101/2005) 
- Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66) 
- Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76) 
- Tratados internacionais ratificados pelo PL entre outras 
 
2) Fontes secundárias ou indiretas: 
- Código Civil 
- Usos e costumes 
- Jurisprudência 
- Analogia 
- Princípios gerais do direito 
 
UNIDADE 3 – REGIME JURÍDICO DA LIVRE INICIATIVA 
 
- O Estado brasileiro adota e garante a livre iniciativa e a livre competição por meio da re-
pressão ao abuso do poder econômico e à concorrência desleal. Assim, o Estado reprime ati-
tudes que possam colocar em risco a moralidade e a lealdade concorrencial 
1) Concorrência desleal 
- Caracteriza-se pela utilização de meios inidôneos de que lança mão o empresário para ven-
cer seus concorrentes na atração de clientela 
Ex: Fusão da Sadia + Perdigão 
- Determinação do CAD – evitar o monopólio. Ex: venda de lasanhas, retirada de uma das 
marcas do mercado 
- Lei 12529/11 – Regula a concorrência 
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- No plano civil, a repressão à concorrência desleal pode ter fundamento contratual ou extra-
contratual 
Contratual: o concorrente desleal deve indenizar o empresário prejudicado 
- Na omissão do contrato, o alienante de estabelecimento empresarial não pode restabelecer-
se na mesma praça, concorrendo com o adquirente, no prazo de 5 anos seguintes ao negócio, 
sob pena de cessar suas atividades e indenizareste último pelos danos provenientes de desvio 
eficaz de clientela sobrevindos durante o período de restabelecimento 
- Lei 9279/96 – art. 195 – tipifica o crime de concorrência desleal 
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: 
 I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o 
fim de obter vantagem; 
 II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter van-
tagem; 
 III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de 
outrem; 
 IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão 
entre os produtos ou estabelecimentos; 
 V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios 
ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; 
 VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou 
razão social deste, sem o seu consentimento; 
 VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve; 
 VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produ-
to adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, 
embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave; 
 IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o 
empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem; 
 X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, 
faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador; 
 XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou 
dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos 
aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no as-
sunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término 
do contrato; 
 XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações 
a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante 
fraude; ou 
 XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente deposi-
tada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em 
anúncio ou papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser; 
 XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros 
dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apre-
sentados a entidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de pro-
dutos. 
CDC – Exige informação adequada e clara sobre o produto 
CD – Meios ilícitos para atrair clientela 
- Na concorrência desleal o empresário tem o intuito de prejudicar seus concorrentes, de mo-
do claro e indisfarçado, retirando-lhes total ou parcialmente, fatias do mercado, infligindo 
perdas a estes, pois é assim que obtém seus ganhos 
 
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2) Abuso de poder econômico 
CF/88. Art. 173 – “a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos 
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”. 
- Relaciona-se ao liberalismo econômico que tem como princípios a propriedade privada, a 
liberdade de iniciativa e a de competição, defesa do consumidor... 
Lei 12.529/2011 – Regula a concorrência 
Art. 36 – atos que causam prejuízos à livre concorrência 
- Prevê a lei as seguintes sanções administrativas a serem impostas contra os empresários 
condenados pela prática de infração à ordem econômica: multa, publicação pela imprensa do 
extrato da decisão condenatória... 
 
A EMPRESA 
 
- Organização produtora de bens econômicos (circulação ou produção de bens ou serviços) 
“A empresa é a organização de meios materiais e imateriais, incluindo pessoas e procedimen-
tos, para a consecução de determinado objeto (o objeto social), com a finalidade genérica de 
produzir vantagens econômicas que sejam apropriáveis por seus titulares, ou seja, lucro que 
remunere aqueles que investiram na formação do capital empresarial, que será chamado de 
capital social”. 
Objeto social: é aquilo que a empresa faz 
- Não preciso ter lucro para ter uma empresa 
Capital social: refere-se ao capital inicial, para abrir o empreendimento. Irá se desmembrar 
em produtos, insumos caracterizando o patrimônio. Este é quem responde. 
- O principal caso de proibição de exercer empresa é o falido não-reabilitado. O empresário 
que teve sua quebra decretada judicialmente só poderá retornar a exercer atividade empresa-
rial após a reabilitação também decretada pelo juiz. Se a falência não foi fraudulenta, ou seja, 
não incorreu o falido em crime falimentar, basta a declaração de extinção das obrigações para 
considerar-se reabilitado 
Características: 
* A empresa manifesta-se como atividade (complexo de atos realizados habitualmente) 
- Se não for habitual não é empresa 
- Não basta um ato isolado, é necessária uma sequência de atos dirigidos a uma mesma fina-
lidade 
*A empresa requer estrutura estável, organizada 
- O fim produtivo da empresa pressupõe atos coordenados e programados para se atingir tal 
fim 
- 4 fatores de produção: capital, mão-de-obra, insumos, tecnologia – Todas as empresas terão 
que ter, obrigatoriamente, esses 4. 
Capital 
Mão-de-obra: nem que seja a pessoa sozinha 
Insumos 
Tecnologia – Luz, ar-condicionado, computador 
*A empresa é um conjunto de bens 
- Materiais (existência corpórea, física) 
- Imateriais (não corpóreos) 
*Deve ter o intuito empresarial – vontade de empreendedor 
*Importância da imagem 
- Uma empresa com boa imagem possui um bom faturamento 
 
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REQUISITOS PARA REGISTRO DE UMA EMPRESA OU 
SOCIEDADE EMPRESARIAL 
 
A) Nome 
- Necessário para que a empresa se projete no mundo dos negócios 
Pode ser: 
Firma ou razão social 
- Firma não é sociedade, pois é empresário individual 
- Empresa individual não tem personalidade jurídica (??) 
- Utilizada para a sociedade de pessoas ou empresário individual. É formada pelo nome abre-
viado ou por extenso dos sócios. Atende o requisito da veracidade 
- Utilizada na empresa individual, comandita simples, nome coletivo e limitada 
Ex: Santos e Silva tecidos ltda 
CUIDAR! 
Firma: deve ser usado para empresário individual 
- Só pode ter por base nome civil, do empresário individual ou dos sócios da sociedade em-
presarial 
Razão social (por ter sócios): utilizada para as sociedades 
Denominação 
- Reservado às sociedades por ações (Lei 6404/76) e também às limitadas (CC/02). A socie-
dade limitada pode escolher se terá razão social ou denominação 
- Não necessita atender ao requisito da veracidade 
- Pode ser usada qualquer palavra, desde que não seja ofensiva ou de baixo calão 
- É também conhecido por nome fantasia 
- Não se confunde com o título de estabelecimento (apenas comercial) 
- O nome empresarial deve informar, mesmo que minimamente, o tipo de atividade a qual a 
empresa se dedica. Isto é, deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome 
civil ou qualquer outra expressão linguística. 
- O nome distingue empresas diversas 
- Wallmart é a denominação, Big é o título de estabelecimento (placa na porta) 
Ex: Alvorada Cosméticos Ltda 
Obs: se não há referência ao ramo de atividade econômica, não pode ser denominação; se 
fundado em elemento fantasia, não pode ser firma. 
Questões: 
Pode ser utilizado o mesmo nome empresarial para empresas ou atividades idênti-
cas/similares? 
R: Sim, desde que não haja atividades similares 
- Renner, por ser famosa, já é uma marca, não só um nome, então não posso registrar em ou-
tro Estado uma outra empresa com o mesmo nome- Já, se for uma empresa desconhecida, posso fazer em outro Estado 
Há proteção ao nome empresarial? 
R: Há proteção ao nome empresarial desde que esteja registrado 
Onde se registra? 
R: Na junta comercial (Registro Público de Empresas Mercantis) 
- Cada vez que eu fizer uma alteração, devo informar na junta (ex: mudar endereço, en-
trar/sair um sócio) 
E se resolvo abrir uma filial? 
R: No mesmo Estado = informo para a junta comercial 
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Em outro Estado (SC, por exemplo): Devo informar aqui no RS que vou abrir filial lá em SC; 
e tenho que abrir na junta em SC, levando a cópia do registro da Matriz 
B) Nacionalidade 
- Assim como as pessoas físicas, as empresas também têm nacionalidade 
- No Brasil é nacional a empresa constituída no País e que nele tenha sede 
Obs: mesmo que venha de fora, se houver sede já é nacional 
C) Domicílio 
Art. 75, IV do CC – as pessoas jurídicas de direito privado têm o seu domicílio no lugar onde 
funcionam as suas diretorias e administrações, salvo a eleição de domicílio especial, designa-
do no seu ato constitutivo. 
- Se a empresa tiver vários estabelecimentos em lugares diversos, cada um deles será conside-
rado domicílio para os atos nele praticados 
D) Patrimônio 
Complexo de bens suscetíveis de avaliação pecuniária. Não se confunde com o capital social 
RESPONSABILIDADE 
Limitada (EIRELI, limitada, sociedade anônima) 
- Separo patrimônio empresarial de pessoal 
- É limitada ao número de ações ou cotas 
Ilimitada (empresário individual - + utilizado -, nome coletivo) 
- Não separo patrimônio empresarial de pessoal 
Mista (comandita simples, comandita por ações) 
Comanditados: Ilimitada 
Comanditários: Limitada 
ATOS CONSTITUTIVOS 
Contratual (limitada, nome coletivo, comandita simples) 
- Permite a disposição de vontade 
- Acordo bilateral de vontade, é possível discutir as cláusulas 
Estatuária (Sociedade anônima, comandita por ações) 
- Diz como deve ser formado 
VÍNCULO ENTRE OS SÓCIOS 
Pessoas (Contratual) 
- O que importa são as características subjetivas dos sócios 
- Para entrar um novo sócio, este terá de ter a apreciação dos demais. Se rejeitado, liquida as 
cotas, não fará parte da empresa. Isso serve mesmo para parentes. 
Capital (Estatuária) 
- O que importa é o dinheiro, não está nem aí para as características subjetivas dos só-
cios/qualidade das pessoas. 
- Livre entrada e saída de sócios, através da compra/venda de ações 
*Se nada vier estipulado no contrato, será automaticamente um vínculo de capital, e não de 
pessoas 
Ex: Sociedade anônima 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
- Também conhecido como fundo de comércio, o estabelecimento é o complexo de bens reu-
nidos e organizados pelo empresário para o exercício de sua atividade empresarial. 
- Art. 1142 a 1149 do CC/02 
- Compõe-se de bens corpóreos e incorpóreos 
Imóvel: Bem utilizado pelo empresário para o exercício da atividade. Quando pertence à em-
presa são elementos integrantes do estabelecimento 
- Ao locatário da locação residencial não é possível, em regra, explorar qualquer atividade 
econômica no imóvel objeto de locação; já o locatário da locação não residencial está contra-
tualmente autorizado a explorar atividade econômica no imóvel locado 
CUIDAR: Ponto empresarial 
- É caracterizado basicamente pela possibilidade de o empresário locatário permanecer no 
imóvel locado mesmo contra a vontade do locador. Isso ocorre porque a lei confere ao em-
presário locatário, quando preenchidos certos requisitos, o direito à renovação compulsória 
do contrato de aluguel 
- Está relacionado ao imóvel, mas com ele não se confunde. Quando o imóvel não pertence à 
empresa, ele é protegido pela lei, que prevê a renovação compulsória, desde que atendidos os 
requisitos cumulativos do art. 51 da lei 8245/91, que são: 
1) O contrato de locação tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado 
2) O prazo mínimo do contrato a renovar, ou a soma dos prazos ininterruptos dos con-
tratos escritos seja de 5 anos 
- A locação deve ser contratada por tempo determinado de, no mínimo, 5 anos, admitida a 
soma dos prazos de contratos sucessivamente renovados por acordo amigável 
3) O locatário esteja explorando a mesma atividade nos últimos três anos ininterrupta-
mente 
- Assim, a lei reconhece ao locatário empresário que explore o mesmo ramo de empresa, há 
pelo menos 3 anos ininterruptos, em imóvel locado por prazo determinado não inferior a 5 
anos, o direito à renovação compulsória de seu contrato de locação. 
- O pedido deve ser realizado através de uma ação judicial própria, denominada “renovatória” 
no intervalo (interregno) de 1 ano, no máximo, e de 6 meses, no mínimo, anterior a data da 
finalização do contrato, sob pena de decadência do direito. 
 
Art. 52 – 8245/91 – Não caberá pedido de renovação 
A) Locador tiver que fazer obras que impliquem na sua radical transformação, por determina-
ção do Poder Público, ou para fazer modificações que aumentem o valor do negócio ou de 
sua propriedade 
- Devem ser iniciadas em até 3 meses, se não cumprir acarretará em lucros cessantes (indeni-
zação) 
B) O locador retome para uso próprio, seja para finalidades econômicas ou não 
- O locador pode, em qualquer caso, pretender a retomada para uso próprio, ainda que o seu 
objetivo seja o de competir com o locatário (apesar da lei vedar, é inconstitucional). Claro 
que, assim sendo, será devida a indenização pela perda do ponto 
C) O locador retome para instalar estabelecimento existente a mais de um ano sendo titular 
seu cônjuge, ascendente, descendente ou sócio do locador 
- Não pode ser no mesmo ramo de atividade do locatário. Este terá direito à indenização o 
novo usuário do prédio explorar atividade igual ou semelhante à sua. 
D) Pode o locador recusar a proposta de renovação se esta não atender ao valor locatício ou 
se houver proposta melhor de terceiros 
 
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Imóvel locado x ponto empresarial: 
Ponto: Compreende o local específico em que ele se encontra 
- Se está estabelecido em imóvel alheio, que locou, a proteção jurídica do valor agregado pelo 
estabelecimento seguirá a disciplina da locação não residencial, caracterizada pelo art. 51 da 
LL (locação empresarial) 
- Irá proteger o ponto quando o imóvel não pertence à empresa, mas quando é locado. 
OUTROS ELEMENTOS DO ESTABELECIMENTO 
Trabalho – controverso 
Para a prof, não é elemento, pois trabalho é algo que se perpetua 
Aviamento – Mais valia 
-Valor de mercado. Vale mais do que o valor de seus lucros singularmente considerados. É 
quando o empresário reúne bens de variada natureza, como as mercadorias, máquinas, insta-
lações, tecnologia, prédio, etc. 
Clientela – não 
- Maioria da doutrina não admite como elemento 
Trespasse 
- É a alienação do estabelecimento empresarial. Consiste no contrato oneroso de transferên-
cia do estabelecimento empresarial 
- Negócio jurídico que tem por objeto a compra e venda do estabelecimento como um todo, 
transferindo ao adquirente a titularidade dos direitos de propriedade incidentes sobre todos os 
bens que o integram 
Contrato com validade condicionada ao registro na junta 
Art. 1145 – Responsabilidade do alienante se estão não possui bens suficientes para suportar 
todas as suas obrigações faz com que sejam observados, alternativamente 
A) Pagamento de todos os credores 
B) Consentimento dos credores de modo expresso 
C) Consentimento dos credores de modo tácito 
 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
Art. 966 CC/02 
- É a empresa titularizada por apenas uma pessoa 
- Empresário individual = pessoa física 
- É aquele que titulariza sozinho uma empresa, é sempre uma pessoa física. Não há proteção 
patrimonial, responsabilidade é direta e ilimitada. O patrimônio individual responde de forma 
direta por todas as suas dívidas. 
- Responsabilidade ilimitada 
Parágrafo único: 
- Em regra, profissionais liberais não são empresários. Entretanto,caso uma clínica, por 
exemplo, começar a ter um crescimento considerável, com a criação de setores, perde-se a 
pessoalidade na prestação de serviços. Nesse caso, a atividade tem elemento de empresa 
Registro: na Junta Comercial, antes do início das atividades 
- O empresário individual só está autorizado a adotar firma, baseado, naturalmente, em seu 
nome civil. Poderá abreviá-lo na composição do nome empresarial e poderá, se desejar, agre-
gar o ramo de atividade a que se dedica 
Atenção: o registro não cria nova personalidade 
O requerimento do empresário deve conter (art. 968 CC) 
1 – Nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens 
2 – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa 
3 – O capital 
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4 – O objeto e a sede da empresa 
Obs: 
Sociedade limitada: permite que eu faça o registro 30 dias após o início das atividades 
Capacidade para ser empresário 
- Verifico no momento da inscrição. Não poso ser impedido – magistrados, membros do MP, 
militar na ativa, falido, estrangeiro com vínculo temporário, moralmente inidôneos -. Esses 
poderão ser sócios, desde que não exerçam a administração 
- Também, deve ser dotado de vontade e discernimento para exercer os atos por si só 
Regra geral – Ser maior de 18 anos ou emancipado (a partir dos 16 anos). Qualquer causa de 
emancipação é suficiente para a atribuição de capacidade plena e consequentemente para 
permitir o livre exercício da atividade empresarial. Vale ressaltar que esta hipótese de eman-
cipação diz respeito apenas ao exercício em nome próprio da atividade, e não à condição de 
sócio de qualquer sociedade empresarial 
Art. 974 CC – Incapacidade 
- O incapaz não pode jamais iniciar uma atividade empresarial, mas pode continuar uma ati-
vidade que já vinha sendo exercida 
Cuidar: Incapacidade superveniente 
- Pessoa se joga da ponte, se quebra, fica absolutamente incapaz. Sua empresa pode continu-
ar, pelo princípio da prevenção da empresa – o fim da atividade pode ser mais danoso do que 
com a continuação dela, pois com a continuidade preservará empregos e interesses do fisco e 
da comunidade -. Será representado, por ascendente, ou descente, ou cônjuge. Para isso, é 
necessária uma autorização judicial. Os bens serão representados antes da incapacidade. Não 
responderão pelas dívidas empresariais. Quem assumir deverá prestar contas ao Juiz 
- A continuação da empresa será necessariamente precedida de autorização judicial 
Empresário casado (art. 978): pode dispor (gravar) do patrimônio empresarial sem outorga 
conjugal, independente do regime de bens 
- Pode ter marido e mulher sendo sócios da sociedade, desde que não sejam casados pelo re-
gime de comunhão universal dos bens 
Obrigações dos empresários 
a) Registrar-se na JC antes do início de suas atividades 
b) Manter escrituração regular de seus negócios 
c) Levantar demonstrações contábeis periódicas 
→ Livro obrigatório para o direito empresarial – livro diário 
Prepostos – devem ter vínculo trabalhista com a empresa 
- Seus atos vinculam o empresário 
- Se agirem com culpa devem indenizar em regresso o empresário 
- É proibido de concorrer com o empresário preponente (evitar a concorrência desleal) 
- O único preposto obrigatório é o contabilista 
* No ato de representação do empresário, devem levar uma carta de preposição 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EMPRESÁRIO INDIVIDUAL LIMITADO – EIRELI 
 
- Se não aparecer EIRELI no enunciado, responde como ilimitado 
- Pode usar tanto firma quanto denominação 
- Embora normalmente ligada a pessoas físicas, nada impede no nosso ordenamento jurídico 
que a EIRELI seja constituída também por pessoas jurídicas 
- O titular da EIRELI poderá constituí-la de forma originária ou derivada. A primeira se dá 
para o início da atividade empresarial. A segunda se dá para a continuação de uma atividade 
que já era exercida 
Art. 980 – A 
- Registro na junta comercial 
- Cria uma nova personalidade 
- Patrimônio pessoal não interfere no patrimônio empresarial 
*A opção legislativa brasileira não foi a das sociedades unipessoais, uma vez que a EIRELI é 
expressamente colocada como uma nova pessoa jurídica. Do mesmo modo não se optou pelo 
sistema do patrimônio de afetação, pois nenhum dos dispositivos introduzidos faz referência 
à segregação patrimonial. Portanto, o sistema adotado no Brasil foi o da personificação da 
empresa 
Requisitos específicos: 
- Capital inicial de, no mínimo, 100x o salário mínimo. 
- Exige-se que tal valor seja imediatamente integralizado na própria constituição, vale dizer, 
não há possibilidade de se deixar capital a integralizar 
- Devem ser declarados, não é necessário provar para a junta. Deve aparecer no livro contábil. 
Se não possuir o capital e mentir na declaração não me livro da responsabilidade. A constitui-
ção originária ou derivada da EIRELI representará uma declaração de vontade do seu titular. 
Tal declaração não tem a natureza de um contrato, mas de uma declaração unilateral de von-
tade, vale dizer, de um ato de fundação. O surgimento dessa nova pessoa jurídica se concreti-
zará com o registro do ato constitutivo na junta comercial 
- O nome empresarial deve ser acrescido da expressão “EIRELI” (admite também denomina-
ção) 
- O empresário só pode participar de uma EIRELI, ou seja, é vedada a participação de uma 
pessoa física em mais de uma EIRELI 
- Admite que o empresário individual se transforme em EIRELI sem necessidade de justificar 
os motivos que levaram à transformação 
- Pela própria destinação da EIRELI a pequenos e médios empreendimentos é natural que 
esse sujeito seja uma pessoa física que queira exercer a atividade empresarial sem comprome-
ter todo o seu patrimônio pessoal, limitando assim os riscos de perda de patrimônio. 
- O incapaz poderá ser titular de EIRELI desde que devidamente assistido ou representado e 
não exerça funções de administração 
- Não é admitida a constituição de EIRELI por pessoa física incapaz 
- Servidores públicos, magistrados, membros do MP e militares da ativa podem constituir 
EIRELI, desde que não exerçam as funções administrativas inerentes ao exercício da empresa 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Tipo de socie-
dade 
Fundamento 
legal 
(CC ou lei) 
Classificação 
quanto ao vín-
culo (pessoas 
ou capital) 
Classificação 
quanto à for-
ma (contratual 
ou institucio-
nal) 
Responsabilidade 
dos sócios 
LIMITADA 1052 a 1087 Pessoas ou ca-
pital 
Contratual Limitada 
(Todos respondem 
solidariamente pela 
integralização do 
capital social) 
ANONIMA 1088 a 1089 
+ 
Lei 6404/76 
Capital Estatuária Limitada 
(Ninguém responde 
pela integralização do 
capital social) 
COMANDITA 
SIMPLES 
1045 a 1051 Pessoas Contratual Mista 
COMANDITA 
POR AÇOES 
1090 a 1092 
+ 
Lei 6404/76 
Capital Estatuária Mista 
EM NOME 
COLETIVO 
1039 a 1044 Pessoas Contratual Ilimitada 
 
PROPRIEDADE INTELECTUAL 
 
- Propriedade intelectual é o conjunto de regras de proteção sobre coisa incorpórea ou imate-
rial (algo que não tenha existência física) decorrente da inteligência ou da invenção do seu 
inventor ou autor. 
Divide-se em: 
Direito autoral: cuida de obras literárias, artísticas e científicas. 
Propriedade industrial: cuida das marcas, patentes, modelos de utilidade, desenho industri-
al. 
Proteção sui generis: Cultivar, conhecimento tradicional... 
DIREITO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL 
- A proteção aos direitos da propriedade surge quando foram elaboradas as primeiras obras de 
cunho estético, demonstrando a necessidade de proteção aos direitos daqueles que criam. 
- Contudo, é a Bélgica o primeiro país a proceder a regulamentação desses direitos em 1886. 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
- É o ramo do direito privado que regula as relações jurídicas decorrentes da criação estética 
com fins utilitários. 
- Marcas, patentes, modelo de utilidade, desenho industrial 
- Regula as relações jurídicas decorrentes dacriação estética com fins utilitários (uma obra de 
arte não tem utilidade). Lei 9279/96 
- Tais direitos encontram-se especificados e regulamentados pela Lei 9279/96, que estabelece 
cinco níveis de proteção: 
➢ Concessão de patentes de invenção e modelo de utilidade; 
➢ Concessão de registro de desenho industrial; 
➢ Concessão de registro de marca; 
➢ Repressão às falsas indicações geográficas e; 
➢ Repressão à concorrência desleal. 
13 
 
- O titular desses bens (detentor da patente ou do registro) tem o direito de explorar economi-
camente o objeto correspondente, com inteira exclusividade. O Estado concede os direitos da 
propriedade industrial por meio de uma Autarquia Federal denominada INPI- Instituto Naci-
onal da Propriedade Industrial. 
- Só pode ser titular de direitos da PI aquele que obteve concessão junto ao INPI. 
- A lei 9279/96 (LPI), no seu art. 2º, inciso I, consagra a patente como meio de aquisição dos 
direitos inerentes a INVENÇÃO e ao MODELO DE UTILIDADE. 
- A patente é concedida após regular tramitação junto ao INPI, sendo então expedido um do-
cumento chamado de CARTA PATENTE, que vai garantir ao seu titular todos os direitos 
consagrados na legislação. 
- É a patente que permite ao titular do direito reivindicar a exploração econômica com exclu-
sividade. 
- Segundo o art. 8º da LPI, invenção é o ato humano de criação que atenda aos requisitos da 
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. 
- Já o Modelo de Utilidade, conforme art. 9º, é o objeto de uso prático, ou parte deste, susce-
tível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição envolvendo ato inventi-
vo que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. É também chamado 
de pequena invenção. É o objeto de uso prático com novo formato, resultando melhores con-
dições de uso ou fabricação. 
- A lei da Propriedade Intelectual exige o preenchimento de determinados requisitos para que 
a patente da invenção e do modelo de utilidade possam ser requeridas, sendo eles: 
LICITUDE 
NOVIDADE 
INDUSTRIABILIDADE 
ORIGINALIDADE (atividade inventiva) 
LICITUDE (ou não impedimento): a lei não considera como invenção ou modelo de utilida-
de as hipóteses relacionadas no art. 10 da lei e exclui a possibilidade de patente sobre as pre-
vistas no art. 18. 
Art. 10: não se considera invenção nem modelo de utilidade: 
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos – descoberta não é, tecnicamente, 
invenção. É algo que já existe que foi encontrado por alguém. Teorias científicas e métodos 
matemáticos podem ser objeto de proteção intelectual do autor, mas não como propriedade 
industrial, por faltar-lhes a aplicação industrial; 
II - as concepções puramente abstratas - como no caso das teorias científicas, às concepções 
falta aplicação industrial; 
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, 
publicitários, de sorteio e de fiscalização - porque estes são direitos autorais, não cabendo 
proteção como propriedade industrial; 
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética - 
também dizem respeito a direito do autor, não havendo necessidade de dupla proteção; 
V - programas de computador em si – são protegidos como propriedade intelectual do autor 
por Lei específica (9609/98); 
VI - apresentação de informações – meio confuso este inciso porque a lei não esclarece do 
que trata a apresentação de informações. Pode ser que o legislador estive pensando em banco 
de dados e sua forma de apresentação, não o software, mas o conteúdo dele. Então, entende-
se que a lei não concede proteção porque não há nenhuma atividade inventiva no armazena-
mento de dados e informações; 
VII - regras de jogo – são objeto de proteção de direitos autorais, quando muito, se analisado 
sob a ótica de que tais regras compõem um jogo criado por determinado indivíduo ou empre-
sa; 
14 
 
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de 
diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal – referem-se mais a habilidades es-
peciais de profissão do que a capacidade inventiva, não havendo razão para a proteção legal; 
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, 
ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural 
e os processos biológicos naturais – em se tratando de processo natural, a ciência biológica 
que cuida dessa experiência é, sobretudo, ciência de descoberta e não atividade inventiva. 
- No art. 18 encontramos casos de não patenteabilidade, por interesse social ou do Estado, 
que neste momento preferiu coloca-los à margem da licitude. São as hipóteses: 
I – os que forem contrários à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde pú-
blicas; 
II – as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como 
a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção 
ou modificação, quando resultantes da modificação do núcleo atômico; e 
III – o todo ou parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos transgênico que atendam 
aos três requisitos de patenteabilidade – (novidade, atividade inventiva, e aplicação industri-
al), previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. 
NOVIDADE – entende-se no conceito de novidade algo que é desconhecido pela comuni-
dade científica, técnica ou industrial, ou, na expressão da lei, algo não compreendido pelo 
estado da técnica. É algo original, feito sem modelo e com caráter próprio pela primeira vez 
(art. 11). 
INDUSTRIABILIDADE – esse requisito está diretamente relacionado com a possibili-
dade de produção industrial da invenção ou modelo de utilidade. 
Assim, se a invenção depende, para seu funcionamento de qualquer mecanismo, peça ou 
combustível ainda não existente ou não puder ter aplicação industrial, não haverá possibilida-
de de concessão do privilégio, por ausência do requisito da industriabilidade. 
A própria lei refere que são insuscetíveis de concessão as concepções puramente teóricas, 
justamente para reforçar o conceito da industriabilidade. 
ORIGINALIDADE (atividade inventiva) – art. 13 – a invenção e o modelo de utilidade 
são dotados de originalidade sempre que, para um técnico no assunto não decorra de maneira 
evidente ou óbvia do estado da técnica ou decorra de maneira comum ou vulgar. 
Inventar significa criar, ser o primeiro a construir, ser o autor de, é imaginar, idealizar. A in-
venção deve despertar no espírito dos técnicos da área o sentido de um real progresso. 
5 níveis de proteção: 
INPI – órgão responsável por fazer o registro de propriedade industrial 
(Carta) Patente – meio de aquisição dos direitos inerentes à invenção (deve ser algo absolu-
tamente novo, original) e ao modelo de utilidade (ou pequena invenção), que consiste em 
novas funcionalidades que se agregam a algo que já existe (evolução tecnológica dos telefo-
nes, por exemplo) 
Licitude ou não impedimento. Art. 10 – não se considera invenção nem modelo de utilida-
de: descobertas, teorias científicas, métodos matemáticos 
Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, 
não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica. 
Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no as-
sunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica. 
Art. 15. A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação indus-
trial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria. 
Industriabilidade: Algo que eu possa fazer em escala industrial 
Originalidade: Não pode ser algo existente e/ou óbvio 
15 
 
- Após todo o trâmite junto ao INPI, este expedirá a carta patente em favor do titular da in-
venção ou modelo de utilidade,contudo, mesmo tendo direito exclusivo de auferir vantagem 
econômica, a patente tem um prazo máximo de duração, contado a partir da data do protocolo 
no INPI – art. 40: 
 
INVENÇÃO MODELO DE UTILIDADE 
Prazo máximo de proteção: 20 anos 
 
Prazo mínimo de proteção: 10 anos 
Prazo máximo de proteção: 15 anos 
 
Prazo mínimo de proteção: 7 anos 
 
Obs: os prazos não são renováveis 
- Caso o empresário não tenha dinheiro para exercer essa carta patente – renovação compul-
sória (outros empresários podem explorar a patente, mas o proprietário receberá dinheiro) 
- Caso não consiga industrializar, cairá no domínio público 
- Em algumas situações, o detentor da patente se vê obrigado a licenciar para terceiros a ex-
ploração da invenção ou do modelo de utilidade, isto porque o direito considera que relevante 
o interesse social relacionado ao acesso às facilidades e comodidades proporcionadas pelo 
desenvolvimento industrial. 
- Assim, se o titular da patente não está exercendo o seu direito de forma a atender regular e 
convenientemente o mercado, outros empresários interessados e capacitados, terão o direito 
de explorá-lo, através da LICENÇA COMPULSÓRIA. 
- Os licenciados remunerarão os detentores da patente. 
- Se, portanto, o detentor da patente exerce os direitos concedidos pelo INPI de forma abusiva 
ou, através deles pratica ato abusivo de poder econômico, caberá a licença compulsória, tam-
bém se impondo esta quando o titular da patente, tendo transcorrido 3 anos da sua expedição, 
não a explora por completo, ou se verificado o caso de insatisfatória comercialização (art. 
68). 
- Concedida a primeira LC, o licenciado tem o prazo de 2 anos para começar a explorá-la de 
forma satisfatória. Vencido o prazo e mantida a situação irregular que houver dado ensejo ao 
licenciamento obrigatório, opera-se a CADUCIDADE DA PATENTE, isto é, o inventor 
perde todos os direitos industriais que titularizava, e a invenção ou modelo de utilidade caem 
em DOMÍNIO PÚBLICO – art. 80. 
 
DESENHO INDUSTRIAL 
 
Conceito: art. 95 da lei 9279/96 – desenho industrial é a forma plástica ornamental de um 
objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, pro-
porcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir 
de tipo de fabricação industrial. 
- O desenho industrial, para ser protegido pela lei deve ser levado à registro perante o INPI, e 
deverá cumprir com os requisitos de: 
 Novidade; 
 Industriabilidade; 
 Originalidade; 
 Legalidade 
- A lei exige o preenchimento desses requisitos tanto para as patentes como para o registro, 
sendo que os conceitos são idênticos. 
 
 
 
16 
 
Registro e não carta patente: 
- Deverá ser feito perante o INPI 
- Não é uma invenção. É a forma plástica, o desenho em si. Mesmos requisitos: novidade, 
industriabilidade 
Art. 100. Não é registrável como desenho industrial: 
I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pes-
soas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimentos 
dignos de respeito e veneração; 
II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencial-
mente por considerações técnicas ou funcionais. 
- O registro confere a seu titular os mesmos direitos consagrados aos que obtém patente, defi-
nidos no art. 42 da Lei 9279/96, podendo impedir que terceiro, sem o seu consentimento, 
produza, use, coloque à venda, venda, ou importe o produto objeto da proteção legal (art. 
109). 
- O registro concedido em desacordo com a lei é nulo, produzindo efeitos a partir da data do 
depósito do pedido (art. 112). 
Prazo de vigência: 
- 10 anos, prorrogáveis por 3 períodos sucessivos de 5 anos (total: 25 anos). Se não prorrogar, 
cai em domínio público 
- Pedido de prorrogação deve ser feito no último ano; ou até 180 dias depois, mediante paga-
mento de retribuição adicional 
Extinção do registro 
Art. 119. O registro extingue-se: 
I - pela expiração do prazo de vigência; 
II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; 
III - pela falta de pagamento da retribuição prevista nos arts. 108 e 120; ou 
IV - pela inobservância do disposto no art. 217. (Falta de procurador no Brasil quando o titu-
lar do direito residir no exterior). 
Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamen-
te qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-la administrativa e judici-
almente, inclusive para receber citações. 
 
MARCA 
 
- Marca tem prazo de duração de 10 anos, sempre podendo prorrogar. Não cai em domínio 
público se mantiver as prorrogações sucessivas 
3 categorias: 
Marca de produto ou serviço: Electrolux, dako 
- É aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou fim, de 
origem diversa. 
Marca de certificação: ABNT, ISSO 9001, Inmetro 
- É a utilizada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas nor-
mas ou especificações técnicas, notadamente quanto a qualidade, natureza, material utilizado 
e metodologia empregada. 
Marca coletiva: cooperativa, Unimed 
- É aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma deter-
minada entidade. 
 
17 
 
Além da divisão vista anteriormente, as marcas também possuem a seguin-
te classificação: 
1 – Quanto à finalidade: marca específica (ou singular) e marca genérica (ou geral); 
Marca específica ou singular: chokito 
- É aquela destinada a assinalar um só objeto; 
Marca genérica o geral: nestlê 
- É aquela que identifica a origem de uma série de produtos ou artigos, que por sua vez são 
individualmente caracterizados por marcas específicas; 
2 – Quanto à forma: marca verbal (ou nominativa), marca emblemática (ou figurativa), mar-
ca mista e marca tridimensional; 
Marca verbal ou nominativa: Coca-Cola, Brastemp 
- São as que adotam nomes, palavras, denominações ou expressões; 
Marca emblemática ou figurativa (símbolos): Nike, apple, Bradesco 
- São as que adotam monogramas, símbolos, figuras ou quaisquer outros sinais distintivos; 
Mista: Google 
- São as formadas por expressões nominativas e figurativas; 
Tridimensional: Peugeot, vivo 
- São as marcas apresentadas nas várias dimensões visuais, com desenhos em vista frontal, 
lateral, superior, inferior ou em perspectiva. 
3 – Quanto ao conhecimento comum: marca notória e marca de alto renome 
Marca notória: protegidas pela convenção de Paris. Veda, por exemplo, que o Brasil aprove 
uma lei que conceda prazos maiores de duração para as patentes registradas no Brasil 
São as notoriamente conhecidas em seu ramo de atividade e sua proteção está prevista na 
Convenção de Paris (art. 126). 
Marca de alto renome: marca interna brasileira 
- São as conhecidas no Brasil, em toda a sua extensão e tem proteção especial em todos os 
ramos de atividade. Essa classificação é uma inovação brasileira, sem regulação similar na 
convenção de Paris (art. 125). 
- O Brasil é signatário de um acordo internacional referente à propriedade industrial que é a 
União de Paris. Este acordo estabelece que não é admissível, no direito brasileiro, a criação 
de distinções entre nacionais e estrangeiros em matéria de direito industrial. O que a conven-
ção veda, por exemplo, é que o Brasil aprove uma lei que conceda prazos maiores de duração 
para as patentes e registros de que fosse titular um nacional. 
- Pela Convenção de Paris é que o Brasil reconhece o princípio da prioridade, pelo qual é 
possível a qualquer cidadão de um dos países signatários reivindicar prioridade de patente ou 
registro industrial no Brasil, a vista de igual concessão obtida anteriormente em seu país de 
origem, desde que o faça em 6 meses para o desenho industrial, marca ou sinal de propagan-
da, ou em 12 meses para invenção ou modelo de utilidade, contados da apresentaçãode seu 
primeiro pedido. 
Prazo de vigência: 
- A proteção ao registro das marcas tem prazo de duração de 10 anos, contados da data da 
concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos (art. 133). O pedido de 
prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro. Poderá fazê-
lo nos 6 meses subsequentes mediante o pagamento de retribuição adicional. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
SOCIEDADE 
 
- Reunião de pelo menos duas pessoas que pretendem desenvolver, em conjunto, uma ativi-
dade econômica voltada para a produção ou circulação de bens ou de serviços 
- Para Fábio Ulhoa: é a forma jurídica que corresponde ao mais elevado grau de comprome-
timento entre dois agentes econômicos. 
- A sociedade empresária é a pessoa jurídica que explora uma empresa 
- Não é pelo fato de não ser lucrativa que não é empresária 
- Sociedade empresarial = só empresarial 
- Quando mencionar apenas “sociedade”: não é necessariamente só empresária (ex. soc sim-
ples não é empresária) 
- Quem explora a empresa = somente a sociedade empresarial 
- Quem irá exercer a empresa é a sociedade 
CUIDAR: empresária é a sociedade e não os seus sócios, que são os empreendedores ou os 
investidores 
 
PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
 
- Não está ligada à responsabilidade de seus sócios. 
- As sociedades empresariais são sempre personalizadas (são pessoas distintas das pessoas 
dos sócios) 
- O Direito cria a pessoa jurídica a fim de possibilitar o exercício de deveres e direitos 
- A personalização (personificação) da sociedade empresária tem início com o registro de 
seus atos constitutivos na junta comercial e termina quando é dado baixa no mesmo órgão. 
- A personalização é feita para separar os sócios/sociedade 
- Se não houvesse a criação da pessoa jurídica, tudo ficaria no nome das pessoas as quais fa-
zem parte da sociedade empresarial 
Sócios: responsabilidade subsidiária 
Sociedade: é a responsável. Primeiro demando o patrimônio da empresa para arcar com as 
dívidas. Caso não seja o suficiente, chegará ao patrimônio pessoal dos sócios 
CUIDAR: temos no direito empresarial sociedades: 
Não personificadas: sociedade em conta de participação e sociedade em comum 
- Não possuem registro, portanto não são pessoas jurídicas 
Personificadas: 
Empresarial: limitada, anônima, comandita simples, comandita por ações, sociedade em no-
me coletivo 
- Todas são registradas na junta comercial 
Não empresarial: sociedade simples* 
*Atividade artística, cultural. É registrada, mas não na junta comercial 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
- O patrimônio pessoal do sócio responderá 
Soc. Registrada = Soc. regular 
Soc. Irregular = Ainda não tem registro 
- A empresa termina com os chamados atos dissolutórios. Liquidação da sociedade empresa-
rial. 
- Pagar regularmente, receber de todos. Informo à junta comercial. É quando tenho dinheiro 
para pagar todos os credores 
19 
 
- Dissolução irregular. Caso não dê baixa, as obrigações continuam 
- Surge no Brasil em 1960 
Art. 50 CC – teoria maior (tem motivação) – fraude/prejuízo para terceiros; confusão patri-
monial 
- O pedido deverá ser motivado 
- Requerimento da parte ou MP – Juiz autoriza 
*Responsabilidade ilimitada – respondo diretamente 
* Responsabilidade limitada – respondo diretamente só se for desconsiderada a personalidade 
jurídica 
Art. 28, CDC – teoria menor – aplicada às relações de consumo. Ocorre quando houver abuso 
de direito 
Art. 28, parágrafo 5º - basta inadimplemento – duas situações: 
a) Abuso de direito + parágrafo 5º 
b) Aplicação apenas do parágrafo 5º 
- A justiça do trabalho aplica o CDC 
 
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 
 
- São sociedades, não possuem personalidade jurídica 
- Não podem ser demandadas em juízo 
1) Sociedade em comum – art. 986 CC/02 
- É a chamada sociedade irregular ou de fato. Sua constituição pode se dar verbalmente, sem 
contrato escrito, ou mediante escritura pública ou particular não levados a registro na junta. – 
- Este tipo de sociedade não é personificada e, portanto, sem personalidade jurídica apta a 
permitir que esta se determine, que tenha patrimônio próprio e autônomo, que possa ter res-
ponsabilidade exclusiva pelas obrigações assumidas 
- A sociedade irregular não tem existência distinta da de cada um dos seus membros e, por 
via de consequência, não dispõe de patrimônio exclusivamente seu, devendo os credores aci-
onar não a sociedade (inexistente juridicamente) mas seus sócios, que não poderão invocar o 
benefício da exclusão, pois são solidários com as operações e atos praticados 
- Não se admite que a sociedade anônima seja irregular ou de fato 
- Os sócios têm responsabilidade solidária e ilimitada, ou seja, cobra-se as obrigações desses 
 
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO 
 
- Nunca será regular, o registro não confere personalidade jurídica 
- É uma sociedade sem personalidade jurídica, sendo que a eventual inscrição de seus instru-
mentos em qualquer registro não irá lhe conferir personalidade 
Dois tipos de sócios: ostensivo e oculto (ou participante) 
“Nesta modalidade negocial, duas ou mais pessoas contratam uma operação societária entre 
si, mas sem dá-la a conhecer a terceiros” 
- O objeto social é exercido pelo sócio ostensivo 
=> Sócio ostensivo é o que aparece nos negócios que atua econômica e juridicamente perante 
terceiros, apresentando-se individualmente e como único e exclusivo responsável pelos negó-
cios estabelecidos. Atua em seu nome e tanto pode ser uma sociedade empresarial ou empre-
sário individual 
=> Sócio oculto é o que presta o capital, não aparecendo externamente 
 
 
20 
 
Ex: 
Construtora A 
 
Empresa X ---------------- Empresa Y 
 
- Relação entre construtora A e empresa X = sócios ostensivos (relação com terceiros) 
- Relação entre empresa X e empresa Y – sócios ocultos – prestam o capital, injetam dinheiro 
(relação interna) 
* Caso os ocultos aparecerem na relação, responderão junto com terceiros 
- É uma sociedade interna, mas não é secreta ou irregular 
Características: 
- Não tem razão social, firma ou denominação 
- Não se revela publicamente perante terceiros 
- Não tem patrimônio 
- Não tem sede 
- Não mantém relações com terceiros 
- Não tem autonomia patrimonial 
*SOCIEDADE DO NÃO! 
- As contribuições dos sócios constituem patrimônio especial 
 
SOCIEDADE PERSONIFICADA NÃO EMPRESÁRIA 
 
SOCIEDADE SIMPLES 
- Personificada, possui registro, entretanto não é empresarial 
- A lei não define expressamente o que é sociedade simples 
Parágrafo único, art. 966 CC/02 
- Tem por objeto a exploração de atividades específicas, como as dedicadas às ciências, artes, 
literatura, profissões liberais são os grandes exemplos de sociedades simples 
- Adota perfil essencialmente pessoal 
- Não tem organização de bens materiais e imateriais, bem como de recursos humanos, volta-
dos para a produção sistemática de riquezas 
=> Marcadas pelo intuitu personae 
- É quando determinadas pessoas (sócios) se juntam a fim de realizar um objetivo em comum. 
Previsão: art. 997 CC e seguintes 
Prazo: 
Determinado: é quando se estabelece previamente a data de extinção da sociedade 
Indeterminado: não existe prazo de extinção da sociedade 
Obs: se nada constar no problema, será indeterminado 
- Rege-se por contrato social, que será registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do 
local de sua sede 
- O contrato social deve ser sempre por escrito. O local de registro é diferente em relação às 
sociedades empresárias. Estas são registradas na junta comercial, enquanto que as sociedades 
simples são registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas 
- Aceita, para a formação do capital social qualquer tipo de bem passível de avaliação pecu-
niária, assim como a prestação de serviços 
CUIDAR! A SOCIEDADE SIMPLES É A ÚNICA QUE ACEITA SÓCIO DE SERVIÇO 
- Sócio de serviço diz respeito à pessoa que ingressana sociedade sem injetar capital de ime-
diato. Neste sentido, a contribuição se dá conforme o seu trabalho. Ademais, admite a possi-
bilidade de se contribuir com qualquer tipo de bem. 
21 
 
- O sócio de serviço só participa de lucros e perdas quando integralizados, quando não inte-
gralizados participam apenas dos lucros 
- As regras da soc. simples servem de regra geral para os demais tipos societários (inclusive 
os empresariais). Só não servem para as sociedades anônimas. 
- São sempre utilizadas como regra geral quando não constarem regras específicas acerca de 
determinada sociedade. Por esse motivo, são chamadas de regras supletivas 
- Quem administra a sociedade simples? EXCLUSIVAMENTE A PESSOA NATURAL 
1) Pura 
Respondem subsidiariamente – responsabilidade ilimitada 
Não respondem subsidiariamente – responsabilidade limitada 
2) Limitada 
Obs: se o problema mencionar apenas sociedade simples, será pura. Em relação ao tipo de 
responsabilidade, esta deverá constar no contrato. 
- Sociedade simples não se sujeita ao procedimento falimentar, mas à insolvência civil 
- Nunca uma sociedade simples irá falir, pois não é uma empresa, ou seja, não se sujeita às 
regras da lei de falência, mas sim da insolvência civil 
- Dever de lealdade: os interesses pessoais não podem se sobrepor aos interesses da sociedade 
- Todos contribuem de forma recíproca 
Obrigações dos sócios => iniciam a partir do contrato 
- Contribuir para a formação do capital social 
- Dever de lealdade 
- Dever de cooperação recíproca 
Sócio remisso: é aquele que não contribui para a formação do capital social 
- É o sócio que está inadimplente, em atraso com a sociedade 
Ex: Capital da sociedade: 10.000 
- O sócio em questão, dos 5.000 que deve pagar, possui apenas 2.000. Neste caso, existem 
duas possibilidades a fim de solucionar o problema: 
1) Um outro sócio da sociedade poderá adquirir e consequentemente assumir os 3.000 
de quotas 
2) A sociedade, através de uma alteração contratual, reduz o número de quotas 
- Notificação: em 30 dias deverá pagar, sob pena de constituição em mora e responsabilidade 
pelas perdas e danos 
- O sócio que não cumprir poderá ser excluído da sociedade ou ainda, a critério da sociedade 
ter suas quotas reduzidas ao montante já integralizado 
Recesso de sócio: direito de retirada 
- Sócio notifica a sociedade e ela providenciará o levantamento de seus valores 
Em regra, terá 90 dias para notificar os valores 
- Art. 1032 – Responsabilidade por 2 anos pelas obrigações anteriores à sua saída, tanto para 
o remisso quanto para o que se retirou 
- As obrigações existentes até o momento da retirada ainda atingem o sócio remisso e tam-
bém o recesso de sócio, por até 2 anos após sair da sociedade. O prazo começa a ser contato a 
partir do dia da notificação 
Direitos dos sócios: 
* Participação da partilha de lucros (é diferente do pro labore) 
* Pro labore: semelhante a um salário, significa “pelo trabalho” 
* Participação das deliberações sociais na proporção de suas quotas 
* Fiscalizar a gestão dos negócios 
* Retirar-se da sociedade nas condições legalmente estabelecidas 
* Participar do acervo da sociedade em caso de liquidação 
* Ter preferência na subscrição de quotas no caso de aumento do capital social 
22 
 
Obs: nas sociedades simples, necessita-se o consentimento dos demais sócios para a admissão 
de outros 
Cessão de quotas (art. 1003) 
A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com 
o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. 
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o 
cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações 
que tinha como sócio. 
- Depende do consentimento dos demais sócios em função da affectio societatis 
Administração (art. 1010) 
- Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da 
sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das 
quotas de cada um. 
§ 1º Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de me-
tade do capital. 
§ 2º Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este 
persistir, decidirá o juiz. 
§ 3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário 
ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto. 
- É um órgão de representação legal, por meio do qual a sociedade manifesta a sua vontade 
- O administrador é sempre pessoa física, sócia ou não 
- Está administrando o patrimônio dele, não da sociedade. Deve agir sempre em benefício da 
empresa 
- Na elaboração do contrato, pode-se nomear um administrador. Entretanto, é mais simples 
nomeá-lo em ato separado 
Art. 1011 – conduta do administrador: 
- O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a dili-
gência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios 
negócios. 
§ 1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os conde-
nados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime 
falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia 
popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, 
contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos 
da condenação. 
- Impedidos de exercer a administração 
- Caso exerçam, responderão com o patrimônio pessoal 
- Qualquer um dos sócios pode solicitar a justa causa. Esta deve ser levada ao Juiz. 
§ 2º Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes 
ao mandato. 
Revogação dos poderes 
- Sócios administradores, nomeados no contrato social, não poderão ser destituídos, salvo 
justa causa reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios (art. 1019) 
Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula ex-
pressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer 
dos sócios. 
Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato 
separado, ou a quem não seja sócio. 
Nomeação em ato separado 
- Revogação a qualquer tempo por maioria do capital social 
23 
 
Art. 1013 – nada dispondo o contrato social, a administração compete, separadamente, a cada 
um dos sócios 
A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a 
cada um dos sócios. 
§ 1o Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode 
impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos. 
§ 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar opera-
ções, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria. 
- Qualquer um faz o que bem entender, cada um terá plenos poderes de gestão 
- Não é possível passar a administração para ninguém. Para atos específicos, é possível a no-
meação de um procurador, devendo esta ser por escrito 
- A função é indelegável, mas é permitida a nomeação de procurador para a prática de atos 
específicos (art. 1018) 
Art. 1.018. Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sen-
do-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especifi-
cados no instrumento os atos e operações que poderão praticar. 
Responsabilidade do administrador 
- Responde perante a sociedade por danos causados a ela quando age com culpa ou em desa-
cordo com a vontade da maioria 
- Responde quando utiliza em proveito próprio ou de terceiros bens da sociedade sem consen-
timento escrito dos demais 
- Deverde prestar contas 
- Responde perante terceiros quando agir com culpa (esta responsabilidade pode ser isolada 
oi solidária com a sociedade) 
Art. 1015 – teoria da aparência 
- No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à ges-
tão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis de-
pende do que a maioria dos sócios decidir. 
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros 
se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: 
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; 
II - provando-se que era conhecida do terceiro; 
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade. Neste caso, 
poderá ser demandado a responder sozinho! 
Regra: subsidiariedade, depois se analisa como os sócios respondem. Se nada estiver previsto 
no contrato, respondem subsidiariamente. 
Teoria da aparência 
- A sociedade se vincularia a responsabilização pelos atos dos administradores quando estes 
parecessem regulares, mesmo em caso de exorbitância dos poderes, diante de terceiros de 
boa-fé, pois a culpa em escolher um administrador ruim é da sociedade, não podendo esta 
usar deste fato para eximir-se de suas obrigações 
Teoria dos atos ultra vires 
- Ocorre quando o ato é completamente alheio ao objeto da sociedade, não se admitindo que 
terceiros acreditem que se trate de ato de sociedade. Quem responde por tais atos é o adminis-
trador 
Responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais 
- Depende da previsão contratual (se os sócios respondem ou não subsidiariamente) 
Direito dos herdeiros (art. 1027) 
Art. 1.027. Passada em julgado a sentença mencionada no artigo antecedente, receberá o her-
deiro os bens que Ihe tocarem e um formal de partilha, do qual constarão as seguintes peças: 
24 
 
I - termo de inventariante e título de herdeiros; 
II - avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro; 
III - pagamento do quinhão hereditário; 
IV - quitação dos impostos; 
V - sentença. 
Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído por certidão do pagamento do 
quinhão hereditário, quando este não exceder 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na 
sede do juízo; caso em que se transcreverá nela a sentença de partilha transitada em julgado. 
- Herdeiros ou cônjuge ou mesmo cônjuge separados judicialmente, não podem exigir, desde 
logo, a parte que lhes couber na quota social, mas concorrem à divisão dos lucros até que a 
sociedade se liquide 
Credor particular de sócio 
- Pode fazer recair a execução sobre o que couber ao devedor nos lucros sociais ou na parte 
que lhe caberia em liquidação 
Exclusão de pleno direito: ocorre nos casos em que a quota do sócio é liquidada em virtude 
de sua falência pessoal (não depende da deliberação dos demais) 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES 
- É uma causa que desencadeará o processo de extinção da pessoa jurídica 
A dissolução poderá ocorrer quando: 
a) vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não en-
trar a sociedade em liquidação, caso em que se propagará por prazo indeterminado 
b) consenso unânime dos sócios 
c) a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado 
d) a falta da pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias 
- Será extinta ou sofrerá uma transformação (empresa individual). Não é possível a continua-
ção de uma sociedade unipessoal, ou seja, que possui apenas um sócio. Tal ato é extrajudicial 
e) a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar 
- A sociedade poderá ainda ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos só-
cios quando anulada sua constituição ou quando exaurido o seu fim social ou verificada sua 
inexequibilidade 
- Após a dissolução, tem início a liquidação. Será eleito o liquidante (por deliberação dos 
sócios) 
- Na liquidação, os atos de gestão restringem-se aos negócios inadiáveis sendo vedadas novas 
operações – LIQUIDANTE RESPONDERÁ SOLIDÁRIA E ILIMITADAMENTE 
 
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
 
São as sociedades simples e sociedades empresárias. 
Sociedades empresárias são aquelas cuja estrutura, organização e funcionamento estão 
articuladas de forma empresarial, ou seja, desenvolve atividade econômica de produção ou 
circulação de bens e serviços e se utilizam, normalmente, da forma de sociedade limitada ou 
sociedade anônima. 
Sociedades simples por sua vez explora atividades econômicas específicas (como presta-
ção de serviços advocatícios) e se manifesta por tipos contratuais. 
A sociedade em nome coletivo poderá adotar a forma de uma sociedade simples ou 
empresária, conforme sejam seus objetivos sociais. Vem definida no art. 1039 do c.c, in ver-
bis: 
Art. 1039 – somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, res-
pondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
25 
 
- Desse conceito percebemos que somente pessoas físicas podem fazer parte do tipo societá-
rio, sendo vedada a participação de pessoas jurídicas. 
- A principal característica desse tipo societário é a responsabilidade dos sócios, que é ilimi-
tada e solidária, ou seja, após demandar contra o patrimônio da sociedade, os credores podem 
demandar contra o patrimônio dos sócios, que responderá de forma ilimitada pelas dívidas da 
sociedade. 
Os sócios respondem solidária e ilimitadamente 
- Assim, no caso de falência da sociedade, os bens dos sócios serão chamados a cumprir com 
as obrigações sociais (exceção à regra das sociedades). 
A falência implica em responsabilização dos sócios 
- No que tange à administração da sociedade, está poderá ser exercida por qualquer um dos 
sócios (ou por todos conjuntamente), salvo se no CONTRATO SOCIAL tiver sido nomeado 
sócio-gerente, hipótese em que este, obrigatoriamente, assumirá a responsabilidade pela ad-
ministração. 
Apenas os sócios podem administrar 
- Este tipo societário deverá adotar um nome, que será identificado como FIRMA ou RAZÃO 
SOCIAL. A firma ou razão social pode conter o nome civil de um, alguns ou todos os sócios, 
no todo ou em parte, sendo que se algum nome for omitido, a expressão “companhia” deve 
ser obrigatoriamente incluída no final. 
Ex: Alves & Silva & cia 
- A palavra “cia” deve vim no final, caso contrário, se vier no meio ou no início, será socie-
dade anônima 
- Se não mencionar nada será sociedade em nome coletivo. Ex: Alves & cia 
 
COMANDITA SIMPLES 
 
- A sociedade em comandita simples é, nos dizeres da doutrina, uma evolução das socieda-
des em nome coletivo, haja vista que impõe responsabilidade limitada a alguns dos sócios e 
ilimitada a outros. 
- Tal tipo societário vem descrito no art. 1045 do CC/2002, que expressamente refere que na 
sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados - 
pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais e, os co-
manditários - obrigados somente pelos valores de suas quotas. 
- O contrato social, como determina o parágrafo único do referido artigo, deverá discriminar 
quem são os sócios comanditados e quem são os comanditários. 
- Tem que existir pelo menos um comanditado e um comanditário 
Comanditados: 
- Pessoa Física, responsabilidade solidária e ilimitada. 
- Apenas ele administra. Será sempre pessoa física 
- Em caso de falecimento, liquida-se (dissolve-se) a sociedade 
Comanditários: 
- Pessoa Física ou jurídica. Responsabilidade limitada às suas quotas, ou seja, é obrigado so-
mente pelo valor de suas cotas 
- Tão somente para contribuir com o capital social 
- Não se admite sócio de serviço 
- Excepcionalmente é possível outorgar um mandato para o comanditário. Este não pratica 
atos de gestão 
- Em caso de falecimento, as cotas são herança. Os herdeiros não terão direito a ingressar nasociedade se não aprovados pelos demais sócios 
26 
 
- Em havendo somente um sócio com responsabilidade ilimitada (comanditado), só ele que 
administra, é só o nome dele que aparece na sociedade (firma, porque é responsabilidade ili-
mitada) 
- Como nesse tipo societário existem sócios de responsabilidade ilimitada, o art. 1046 prevê a 
aplicação das normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis. 
- A obrigação principal do sócio comanditário é tão-somente contribuir para a formação do 
capital social, o que pode ocorrer através do aporte de bens ou dinheiro, mas nunca em ser-
viços. Sua responsabilidade se limita a tanto. Uma vez efetivada a contribuição que se com-
prometeu pelo contrato social cumpriu com sua obrigação, não podendo os credores, em 
princípio, nada exigir dele, em função da limitação de responsabilidade que a lei lhe assegura. 
- Como decorrência da sua limitação de responsabilidade, o código, em seu art. 1047, deter-
mina que, sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhes 
fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o 
seu nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comandita-
do. 
- Assim, verificamos que a administração da sociedade em comandita simples cabe sempre ao 
sócio comanditado, mas podem os sócios comanditários serem constituídos procuradores da 
sociedade para a realização de negócio determinado, lhe sendo atribuído poderes especiais 
(art. 1047, parágrafo único). 
- Somente os nomes dos sócios comanditados podem constar da FIRMA SOCIAL, uma vez 
que são estes que respondem ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. 
 - Na hipótese de diminuição das quotas pertencentes ao sócio comanditário, em consequên-
cia da redução do capital social, os seus efeitos perante terceiros só se verificarão depois de 
averbada a alteração social no órgão registrário correspondente, sem prejuízo dos credores 
preexistentes à diminuição (art. 1048). 
- O sócio comanditário, o qual não participa da administração da sociedade, desconhecendo a 
origem dos lucros, não é obrigado a promover sua reposição, se os recebeu de boa-fé e de 
acordo com o balanço patrimonial e do resultado econômico oferecidos pelo sócio comandi-
tado (art. 1049). Mas se o capital foi diminuído por perdas supervenientes, não poderá o sócio 
comanditário, mesmo estando de boa-fé, receber quaisquer lucros, antes da reintegralização 
do capital da sociedade. 
- No caso de morte do sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, conti-
nuará com os seus sucessores, os quais designarão quem os representará (art. 1050), saliente-
se que, em virtude da affectio societatis, os sucessores ou sucessor do comanditário falecido 
deverão ser objeto de aprovação pelos demais. 
- A sociedade em comandita simples, assim como a sociedade em nome coletivo, se dissolve 
por qualquer uma das causas previstas no art. 1033 do CC. 
O art. 1051, II, dispõe ainda que a sociedade será dissolvida se perdurar por mais de 180 dias 
a falta de qualquer uma das categorias de sócio, ou seja, exige-se a pluralidade e a diversida-
de de sócios (comanditados e comanditários). 
- Durante os 180 dias que a sociedade funcionar apenas com uma categoria de sócios, sendo 
remanescente os comanditários, estes nomearão administrador provisório para praticar, du-
rante esse período e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração. 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
COMANDITA POR AÇÕES 
 
- Sociedade de ações e não de cotas 
- É uma mistura de comandita com sociedade anônima 
- Os autores de Direito Empresarial referem que a sociedade em comandita por ações é um 
tipo híbrido, porquanto tem aspectos de comandita e de sociedade anônima. É uma sociedade 
em desuso. 
- A sociedade em comandita por ações guarda similitude com dois tipos distintos de socieda-
des, porquanto tem seu capital social dividido em ações, assim como as sociedades anônimas 
e tem duas categorias distintas de sócios, uma com responsabilidade limitada e outra com 
responsabilidade ilimitada, como as comanditas simples. 
- Tem seu capital social dividido em ações e é regida pela lei das sociedades anônimas (art. 
1090 c.c/02). 
- Pode adotar tanto firma (razão social), quanto denominação, que deve vir seguida da ex-
pressão “comandita por ações” (§ único do art. 281 da LSA). 
- O acionista que exerce funções ou administra a sociedade tem responsabilidade subsidiária 
e SOLIDÁRIA com os demais diretores (quando houver mais de um) e ILIMITADA. Tem 
responsabilidades de sócio comanditado. Ao contrário, os demais sócios (não administradores 
e que não levam o nome na firma social) tem responsabilidade de sócios comanditários 
- Só o acionista pode ser administrador. Ou seja, o sócio que responde ilimitadamente 
- Diretores são nomeados no ato constitutivo da sociedade, SEM LIMITAÇÃO DE TEMPO, 
e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem, no mínimo, 
2/3 do capital social. 
- O diretor destituído ou exonerado continua, durante 2 anos, responsável pelas obrigações 
sociais contraídas sob sua administração – art. 1091 CC/02. 
- A Assembleia-geral tem poderes limitados (vide art. 1092 C.C/02 e art. 284 da LSA: o art. 
da LSA previa dentre as matérias sujeitas ao crivo dos diretores a aprovação da participação 
em grupos societários. Como o CC é lei posterior, e em seu art. 1092 não houve reprodução 
dessa proibição, acreditam os doutrinadores que ela fora revogada). 
- A Assembleia tem poderes limitados porque uma responsabilização da sociedade recai so-
bre o sócio ilimitado 
- Quanto ao art. 284 da LSA, este veda que a SCA designe: conselho de administração; auto-
rização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição. 
- Bônus de subscrição é um tipo de valor mobiliário (ações é outro) 
- Assemelha-se a uma lista de espera. Quando a sociedade emitir ações, quem tem bônus tem 
prioridade de compra 
 
SOCIEDADE LIMITADA 
 
Origem: A origem da sociedade limitada é alemã. Surge por volta de 1856 como uma varia-
ção das sociedades anônimas, muito complexas. Esse novo tipo societário se disseminou ra-
pidamente entre as nações civilizadas, sendo, em 1892, promulgada a primeira lei sobre soci-
edades de responsabilidade limitada (Portugal). 
Brasil: inspira-se na lei portuguesa e, em 1919, promulga o decreto 3.708/1919 que modifica 
o Código Comercial. 
- A formação da sociedade limitada é mais simples do que a sociedade por ações, com a ca-
racterística de ter a responsabilidade dos sócios restrita ao capital social, não havendo ne-
cessidade da publicação de balanços e atos como na S/A. Corresponde, atualmente, a 90% 
das sociedades abertas no Brasil. 
28 
 
- Sua constituição se dá por meio de contrato social que deve ser levado à registro na Junta 
Comercial. O art. 1054 do CC traz os requisitos exigidos para a constituição de uma limitada. 
Pressupostos de existência da sociedade limitada 
1- Pluralidade de sócios – a limitada, como qualquer sociedade, pressupõe a existência de, 
pelo menos, dois sócios. 
2- Affectio societatis – é tratada pela doutrina como a vontade dos sócios de constituírem e 
manterem uma sociedade. Sua relevância é maior nas sociedades de pessoas do que nas soci-
edades de capital. É a vontade voltada à união. Segundo Silvio Aparecido, “É a aceitação de 
cláusulas comuns e participação ativa no objeto a ser realizado. É o envolvimento pessoal nas 
atividades desde o contrato até o efetivo exercício empresarial. Portanto, a pessoa tem preva-
lência nas tratativas e nesses exercícios empresariais”. 
Responsabilidade dos sócios da limitada: 
- Pelo valor das suas quotas; 
- Pela integralização do capital social (responsabilidade solidária entre os sócios); 
- Pela falta de realização das entradas prometidas; 
- Pelo excesso de valor atribuído a bens

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