pim iv VISITA TÉCNICA AO CARTÓRIO

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UNIVERSIDADE PAULISTA
VISITA TÉCNICA AO CARTÓRIO DO 1º OFÍCIO DE NOTAS E PROTESTOS DE TÍTULOS DE BRASÍLIA
Tabelião Substituto - João Henrique Barbosa
BRASÍLIA
2022
VISITA TÉCNICA AO CARTÓRIO DO 1º OFÍCIO DE NOTAS E PROTESTOS DE TÍTULOS DE BRASÍLIA
Tabelião Substituto - João Henrique Barbosa
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Projeto Integrado Multidisciplinar apresentado para as disciplinas: Direito de Propriedade e Sucessões; Registro de Pessoas Naturais, Jurídicas e de Títulos e Documentos; Protesto de Letras e Títulos, pelo Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Serviços Jurídicos, Notariais e de Registros da Universidade Paulista – UNIP.
BRASÍLIA
2022
RESUMO
O presente projeto destina-se a analisar as atribuições de cada cartório e compreender a utilidade e características do inventário extrajudicial mediante visita técnica a um Cartório de Notas, com o auxílio do profissional responsável pelos trâmites de inventários, entender o trâmite de realização de um inventário em cartório de forma rápida, menos burocrática e mais barata que o inventário judicial. Foi elaborado um relatório com as respostas do Tabelião, utilizando os conceitos compreendidos pelas disciplinas: Direito de Propriedade e Sucessões; Registro de Pessoas Naturais, Jurídicas e de Títulos e Documentos; Protesto de Letras e Títulos.
Palavras Chave: Cartório. Inventário Extrajudicial. Visita Técnica.
ABSTRACT
This project aims to analyze the attributions of each notary and understand the utility and characteristics of the extrajudicial inventory through a technical visit to a Notary Public, with the help of the professional responsible for the procedures of inventories, understand the process of carrying out an inventory in a notary's office quickly, less bureaucratic and cheaper than the judicial inventory. A report was prepared with the Notary's responses, using the concepts comprised by the disciplines: Property and Succession Law; Registration of Natural Persons, Legal Persons and Titles and Documents; Protest of Letters and Titles.
Keywords: Notary's office. Extrajudicial Inventory. Technical visit.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como foco principal analisar a atribuição de cada tipo de cartório existente e através de uma visita técnica ao cartório de notas, com base nos conceitos estudados nas disciplinas: Direito de Propriedade e Sucessões; Registro de Pessoas Naturais, Jurídicas e de Títulos e Documentos; Protesto de Letras e Títulos, visando compreender como funciona o inventário extrajudicial, desde seus requisitos para elaboração até sua realização. 
Para essa análise prática, foi escolhido o 1º Ofício de Notas e Protestos de Títulos de Brasília. Será apresentado breve relatório constando respostas aos questionamentos propostos no projeto, pelo Tabelião Substituto, Dr. João Henrique Barbosa.
ETAPA 1 – ATRIBUIÇÕES DE CADA CARTÓRIO
Qual é a natureza jurídica dos cartórios? 
Por força do artigo 236 da Constituição Federal, as atividades dos Cartórios, também chamados de Serventias Extrajudiciais, constituem em serviços Públicos que são exercidos em caráter privado, e são fiscalizados pelo Poder Judiciário do Estado onde é situado.
Quem representa o cartório? 
O representante do Cartório, delegado pelo Poder Público, aprovado em concurso público de provas e títulos é denominado Tabelião. 
Qual a diferença entre tabelião e oficial de registro? 
O delegatário pelo Poder Público recebe a denominação de tabelião (ou notário), se prestador de serviços de notas e de protesto de títulos, ou de oficial de registro (ou registrador), se prestador de serviços de registro.
Quais os serviços prestados pelos cartórios de registro civil? 
Estes, são responsáveis pela prática de atos de registro de Nascimento; de Casamento Civil e Religioso; de Óbito; Emancipação; Interdição; Declaração de Ausência, bem como também é responsável pelo serviço de averbação de sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento e o restabelecimento da sociedade conjugal, sentenças que julgarem filhos como legítimos ou ilegítimos, atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos, escrituras de adoção e os atos que a dissolverem, alterações ou abreviaturas de nomes, etc. 
Quais os serviços prestados pelos cartórios de registro de títulos e documentos? 
É responsável pela promoção do registro de documentos gerais, como contratos que têm por objetos bens móveis. É o cartório que realiza notificações extrajudiciais, como as de cobrança, por exemplo. Além disso, o registro de títulos e documentos também possui a chamada função suplementar ou residual, praticando os registros não atribuídos aos demais serviços (registros de imóveis, registro civil de pessoas jurídicas etc.).
Quais as atribuições dos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas? 
É responsável pelos registros de associações e fundações, de sociedades simples, organizações religiosas; matrícula de jornais, periódicos, oficinas impressoras, empresas de radiodifusão e agências de notícias, bem como averbações de todas as alterações por que passar o ato constitutivo - atas, alterações contratuais etc. Da mesma forma registra os livros contábeis das pessoas jurídicas.
Quais as atribuições dos cartórios de notas? 
É o cartório responsável pela autenticação de cópias em geral; realiza o reconhecimento de firmas e executar a lavratura de testamentos públicos, atas notariais e de procurações públicas. Ainda, as escrituras públicas de doação, de testamento, de venda e compra, de procuração, de emancipação, de pacto antenupcial, de instituição de hipoteca, de instituição de usufruto.
Quais as atribuições dos cartórios de registro de imóveis? 
É responsável pelo arquivamento do histórico completo de imóveis, com todos os dados da propriedade, de maneira autêntica e segura. Sua função é registrar, anotar, publicar atos de aquisição e transmissão da propriedade imóvel, bem como os ônus reais porventura incidentes.
Quais as atribuições dos cartórios de protestos de títulos?
É responsável por tratar de documentos de dívida, que garante que uma pessoa comprove que outra possui uma dívida, dando o dinheiro que a pessoa responda pelo pagamento. Ainda, realiza também o Protocolo, intimação e acolhimento de devolução ou aceite; Prestação de informações e fornecimento de certidões relativas a todos os atos praticados; Recebimento de pagamento de títulos e outros documentos de dívida; Lavramento e registro do protesto ou acatamento da desistência do credor além de também realizar averbações.
ETAPA 2 – INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL
Em qual Cartório de Notas poderá ser feito o inventário extrajudicial?
O inventário extrajudicial é um procedimento realizado em Tabelionato de Notas, através de escritura pública, por meio do qual se regulariza a sucessão dos bens do falecido para os herdeiros, sem necessidade de intervenção judicial. O documento público originado do inventário extrajudicial é competente para qualquer ato de registro, como no Cartório de Imóveis, por exemplo, a fim de transmitir as propriedades do de cujus para seus sucessores.
Qual o prazo para a abertura do inventário? Qual a consequência jurídica pelo não atendimento do prazo legal? 
O prazo para abertura de inventário está previsto no art. 611 do CPC:
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
A partir da data do falecimento, começa-se a contagem do prazo de 2 meses para que os herdeiros ingressem com o procedimento adequado, seja ele extrajudicial ou judicial. Ultrapassando esse prazo, há a incidência de multa. O percentual da multa levará em conta o tempo em que a abertura do inventário esteja em atraso. A Lei que dispõe sobre o ITCMD (Imposto de transmissão causa mortis e doação) menciona que quando o inventário não é feito dentro do prazo legal, o ITCMD será acrescido de 10%(dez por cento) de multa, e, se ultrapassar 180 dias do falecimento do “de cujus”, e não conter a abertura do inventário, o acréscimo da multa será de 20% (vinte por cento) sobre o valor venal.
Quais os requisitos necessários para a elaboração do inventário e quais os documentos necessários para a realização de um inventário extrajudicial? 
Requisitos:
Herdeiros maiores e capazes: Dentro da previsão do artigo 610, §1º, do CPC, todos os herdeiros devem ser maiores de idade e civilmente capazes. Ou seja, além de já terem alcançado 18 anos, os herdeiros não podem estar sob curatela e não podem ser relativamente incapazes, sem conseguir exprimir sua vontade. Contudo, caso haja um menor de idade que tenha sido emancipado, haverá a possibilidade de prosseguir com o inventário extrajudicial.
Consenso quanto à partilha de bens: O artigo 610, §1º, do CPC, explica que, além de capazes, os herdeiros também devem estar de acordo com os termos da partilha de bens. Ou seja, não pode haver conflito de interesses. Caso um dos herdeiros não concorde e haja quebra de consenso, o procedimento deverá seguir de forma judicial, cada qual constituindo seu próprio advogado.
Ausência de testamento: Em regra, entende-se que não é possível realizar o inventário extrajudicial quando houver testamento do falecido.
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.
Entretanto, existem algumas exceções: Se o testamento estiver caduco ou revogado; se o testamento já tiver sido aberto e homologado judicialmente, e as partes, sendo maiores, continuarem de acordo com a partilha de bens. Nesses casos, será possível lavrar o inventário em cartório, mesmo com testamento.
Presença de advogado ou defensor: De acordo com o §2º do art. 610 do CPC, o procedimento em cartório deve ser acompanhado por advogado ou defensor.
Art. 610, §2º O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
Todos os herdeiros poderão ser representados pelo mesmo advogado ou defensor público. Caso algum deles constitua seu próprio advogado, deve continuar havendo consenso na partilha, caso contrário, se houver conflito, deverá seguir judicialmente.
Documentos necessários:
Do falecido:
RG e CPF;
Certidão de casamento ou nascimento;
Certidão de óbito/ sentença de declaração de ausência;
Comprovante de endereço;
Certidão negativa conjunta de débitos da união;
Certidão de inexistência de testamento;
Certidão de inexistência de dependentes vinculados à pensão por morte;
Certidão negativa de débitos trabalhista.
Documentos do cônjuge / companheiro:
RG e CPF;
Certidão de casamento;
Certidão de união estável / sentença / escritura.
Documentos dos Herdeiros:
RG e CPF;
Certidão de casamento ou nascimento;
Certidão de união estável / sentença / escritura;
Sentença declaratória de filiação.
Documentos dos automóveis:
CRLV;
Tabela Fipe.
Documentos dos imóveis:
Certidão de matrícula atualizada;
Certidão negativa de débitos imobiliários;
Certidão de valor venal / venal de referência.
Qual o profissional responsável pela elaboração do inventário em cartório? 
Atendidos todos os requisitos, os herdeiros poderão dar entrada no procedimento de inventário extrajudicial em qualquer cartório de notas. Há necessidade de advogado. Os herdeiros podem contratar apenas um advogado, que representará a todos. Ou, se preferirem, cada um pode contratar o seu próprio advogado.
É possível o reconhecimento de união estável em inventário extrajudicial? 
Sim, é possível. A Resolução nº 35 de 2007 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) tornou possível o reconhecimento da união estável dentro do inventário extrajudicial do cônjuge falecido, desde que haja acordo entre todos os herdeiros e não haja menores de idade ou incapazes envolvidos.
Quais os custos envolvidos em um inventário em cartório? 
Os custos de um processo de inventário extrajudicial são estimados, e pode variar em cada caso, devido aos custos de Honorários do Advogado, o imposto ITCMD e Custo de Emolumentos do Cartório tabelado pelo Tribunal de Justiça de cada Estado.
Quais as vantagens de um inventário realizado em cartório? 
O inventário extrajudicial é mais rápido, menos burocrático e mais barato que o inventário judicial. A escritura pública de inventário extrajudicial, lavrada por tabelião de notas, não necessita de homologação judicial. Serve para transferir os bens móveis e imóveis deixados pelo falecido para seus herdeiros, bem como para levantar valores em instituições financeiras. A escritura de inventário pode ser feita em qualquer cartório de notas do Brasil, independentemente do local dos bens deixados pelo falecido ou do local do óbito deste. Entretanto, para se utilizar dessa via, todos herdeiros devem estar de acordo quanto a forma que serão partilhados os bens do falecido, serem maiores de idade e capazes. Outro requisito é o falecido não ter deixado testamento válido.
Há necessidade de advogado para o inventário realizado em cartório? 
De acordo com o art. 610, § 2º, o advogado é parte essencial para a realização do inventário, tanto judicial quanto extrajudicial. A lei determinou a essencialidade do advogado nos processos de inventários extrajudiciais, com a finalidade de cumprir as determinações legais, observando todos os deveres e responsabilidades contidas no Estatuto de Advocacia e no Código de Ética e Disciplina.
É possível inventariar extrajudicialmente as quotas da sociedade que eram de propriedade do falecido?
As cotas em sociedade são bens, possuindo importância econômica e, portanto, podem ser resolvidas por inventário já que com o falecimento do sócio ocorre a transmissão causa mortis, passando a compor os BENS DO ESPÓLIO que poderão, resolvidas as dívidas, integrar mediante partilha herança em favor dos herdeiros.
CONCLUSÃO
Em suma, o presente projeto cuidou de analisar os tipos de cartórios existentes informando suas atribuições, trazendo uma compreensão mais aprofundada em uma das atribuições do cartório de notas que é o inventário extrajudicial. 
A análise foi feita através de pesquisas bibliográficas e informações prestadas pelo tabelião substituto, que é o responsável por realizar os inventários extrajudiciais no 1º Ofício de Notas e Protestos de Títulos de Brasília. A partir disso, foi possível elaborar o presente relatório, com as fundamentações e conceitos relacionados com as disciplinas de Direito de Propriedade e Sucessões; Registro de Pessoas Naturais, Jurídicas e de Títulos e Documentos; Protesto de Letras e Títulos, onde foi permitido produzir uma análise concreta da parte prática. 
Pôde-se verificar que o cartório tem uma excelente atuação como facilitador, desburocratizador de serviços, que tem a custódia de registros de ações realizadas em diferentes segmentos, e que lhes dá fé pública.
BIBLIOGRAFIA
Livro texto das disciplinas: Direito de Propriedade e Sucessões; Registro de Pessoas Naturais, Jurídicas e de Títulos e Documentos; Protesto de Letras e Títulos.
Site oficial do parceiro disponível em <Atribuições de cada Cartório — Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (tjdft.jus.br)> Acesso em: 11/10/2022
Site oficial do parceiro disponível em <Atribuições de cada cartório - Concurso de Cartório Concurso de Cartório (concursodecartorio.com.br)> Acesso em: 11/10/2022
BRASIL. Lei nº 6.015, de 1973 de mês de DEZEMBRO. Artigo 114. Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. 
BRASIL. Lei nº 10.046, de 2022 de mês de JANEIRO. Artigos 45, 1.150. Institui o Código Civil.