Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇA DE CHAGAS Introdução: A Doença de Chagas, descoberta pelo pesquisador Carlos Chagas em 1909, foi encontrada primordialmente em um Sagui. Uma de suas principais características é o fato de o indivíduo não manifestar sintomas por anos e, em alguns dos casos, não morrer por conta dela (CHAGAS), mas, sim, por outras doenças. Vetor: Barbeiro, Triatoma infestans Agente Etiológico: Trypanosoma cruzi Formas de Transmissão Existem duas classificações para a transmissão da Chagas: Vetorial, por meio do inseto vetor, e Humano, por meio de contaminações. - Vetorial: Barbeiro - Humano: a) acidentes de laboratório; b) contaminação de alimentos com triatomíneos ou suas dejeções (açaí e caldo de cana); c) as transfusões sanguíneas (principalmente em países da europa, onde a doença não é endêmica e não se faz testagem para Doença de Chagas para realização desse procedimento) d) materno-fetal (no qual a mãe infectada passa a doença para o feto; transmissão congênita). Formas Evolutivas As formas evolutivas dividem-se em quatro: Tripomastigota Metacíclica e Sanguínea, Amastigota e Epimastigota. Tripomastigota Metacíclica: é a fase encontrada nos vetores (triatomíneos ou barbeiros), tem como meio de locomoção o flagelo. Tripomastigota Sanguínea: é a fase extracelular que circula no sangue, tem como meio de locomoção o flagelo. Amastigota: fase intracelular, sem organelas que realizam a locomoção, tem pouco citoplasma e grande núcleo. Epimastigota: é encontrada no tubo digestivo do vetor, um fato importante é que não conseguem se reproduzir na célula e também tem flagelo como meio de locomoção. Características da Doença e Manifestações Clínicas Em primeiro lugar, é de fundamental importância entender que o indivíduo portador de Chagas pode passar de 10 a 20 anos sem apresentar sintomas, ou até sua vida inteira, e morrer decorrente de outras causas. Sendo assim, é possível definir suas manifestações clínicas em três aspectos pontuais: 1. Fase Aguda: geralmente pode ser sintomática (8 a 10%) e assintomática (90 a 98%); 2. Fase Crônica Indeterminada: assintomática; em geral, são apresentados características como: os exames sorológicos positivos, o eletrocardiograma normal, ausência de sintomas e órgãos como o cólon, o coração e o esôfago radiograficamente normais. 3. Fase Crônica Determinada: sintomática; sendo distribuída em Cardíaca (13%), Digestiva (10%) e Mista (8%). Fase Crônica Determinada A fase crônica determinada é de característica sintomática e se dividem de três formas: CARDÍACA: o sistema cardíaco é o principal afetado; os indivíduos geralmente são acometidos por uma insuficiência cardíaca congestiva. Também é possível ter arritmias pela questão de aneurismas. Além de um retardamento da circulação sanguínea ocasionando tromboembolia (o que poderia gerar morte súbita). DIGESTIVA: o sistema digestório é o principal afetado; os indivíduos geralmente são acometidos por um aumento do esofago (Megaesofago) e do colon (Megacolon). Além disso, pode-se ter problemas como Disfalgia e Aperistalse. Ademais, tem como complicações a obstrução interna progressiva e fecaloma que pode levar à peritonite. MISTA: quando ambas as situações ocorrem no indivíduo. Características do Vetor Muito além de suas características físicas, o vetor da Doenças de Chagas possui características específicas em seus hábitos. Habitat: geralmente vive em frestas das casas de pau a pique, em cascos de tronco de árvores e capas de palmeiras de açaí. Hábitos: seus hábitos de hematofagia são noturnos. Diferenças físicas e alimentares: 1. Fitofago: alimenta-se de seivas das plantas; aparelho bucal com 4 segmentos, de tamanho longo e que ultrapassa o 1º par de patas. 2. Predador: sua alimentação é baseada em outros insetos; aparelho bucal com 3 segmentos, de tamanho curto e aspecto curvo. 3. Hematofago: alimenta-se de sangue de animais e pessoas; aparelho bucal com 3 segmentos retos e não ultrapassa o 1º par de patas. Diferenças de espécies: 4. Panstrongylus: cabeça curta, robusta, com as antenas localizadas perto dos olhos. 5. Triatoma: cabeça de tamanho médio, com as antenas localizadas entre os olhos e a ponta da cabeça. 6. Rhodnius: cabeça alongada, com as antenas localizadas na ponta da cabeça. Ciclo Biológico O ciclo de vida do T. cruzi inicia quando o barbeiro, ao se alimentar do hospedeiro vertebrado, elimina suas fezes e urina, onde podem estar presentes as formas tripomastigotas. Os parasitas tripomastigotas penetram na pele e infectam as células do hospedeiro, onde transformam-se para a forma amastigota. Quando as células estão repletas de parasitos, eles novamente mudam para a forma tripomastigotas. Por estarem com grande quantidade de parasitos, as células se rompem e os protozoários atingem a corrente sanguínea, atingindo outros órgãos. Nessa fase, se o hospedeiro vertebrado for picado pelo barbeiro, os protozoários serão transmitidos ao inseto. No intestino do barbeiro, mudam sua forma para epimastigotas, onde multiplicam-se e tornam-se novamente tripomastigotas, as formas infectantes aos vertebrados. Hospedeiro Vertebrado: os humanos se contaminam por tripomastigotas eliminadas nas fezes e urina do vetor, ao penetrar a pele, infectam as células e viram amastigotas, após multiplicação, voltam a ser tripomastigotas e as células se rompem as liberando. Hospedeiro Invertebrado: ao se alimentarem do sangue humano contaminado, ingerem a forma tripomastigota, dentro de seu organismo ocorre a mudança para epimastigota, ocorre uma nova multiplicação e voltam a ser tripomastigotas. Diagnóstico e Tratamento O diagnóstico é feito pela história clínica do paciente + exame laboratorial. O exame laboratorial pode ser do tipo PARASITOLÓGICO e IMUNOLÓGICO. PARASITOLÓGICO: como gota espessa ou esfregaço sanguíneo, biópsia de linfonodos, hemocultura, método de strout. IMUNOLÓGICO: como reação de hemaglutinação, imunofluorescência indireta, elisa (imunoenzimático). Sobre o tratamento, a farmacologia utiliza do Benzonidazol (Rochagan) que está disponível no Brasil. Além disso, para classificar um indivíduo como curado, existem dois critérios: SOROLÓGICO e PARASITOLÓGICO. SOROLÓGICO: a negativação tem que ser persistente em pelo menos 3 exames consecutivos. PARASITOLÓGICO: aplicação de xenodiagnóstico, hemocultura ou outro dispositivo após seis meses. Profilaxia - Cuidados alimentares com relação à açaí e caldo de cana (utilizar do método do choque térmico) principalmente em regiões endêmicas. - Construção de casas de alvenaria com a intenção de evitar a presença do vetor dentro das residências. - Testagem sanguínea para a realização de transfusões. Leituras Adicionais 1. Trypanosoma cruzi: ciclo de vida, morfologia, características 2. Trypanossoma cruzi: morfologia, ciclo de vida e doença de chagas - Toda Matéria 3. » Ciclo Evolutivo - Maria Júlia Lopes https://planetabiologia.com/trypanosoma-cruzi-ciclo-de-vida-morfologia-caracteristicas/ https://planetabiologia.com/trypanosoma-cruzi-ciclo-de-vida-morfologia-caracteristicas/ https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/#:~:text=O%20ciclo%20de%20vida%20do,se%20para%20a%20forma%20amastigota https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/#:~:text=O%20ciclo%20de%20vida%20do,se%20para%20a%20forma%20amastigota https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/#:~:text=O%20ciclo%20de%20vida%20do,se%20para%20a%20forma%20amastigota https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/#:~:text=O%20ciclo%20de%20vida%20do,se%20para%20a%20forma%20amastigota http://chagas.fiocruz.br/parasita/ciclo-evolutivo/
Compartilhar