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Unidade 1

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UNIDADE 1
ECONOMIA
Organizadores:
Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann
Primeiros Conceitos de Economia
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram 
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo 
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e 
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos 
propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral 
Entender os conceitos básicos de economia.
Objetivos Específicos 
• Contribuir para o entendimento das noções de escassez, tomada de decisões e o estudo econômico;
• Identificar os conceitos de fatores de produção;
• Interpretar os fluxos reais e monetários;
• Diferenciar os conceitos de bens de capital, consumo e intermediário;
• Compreender as ideias centrais das principais escolas do pensamento econômico.
Questões Contextuais
• Você sabe o que são fatores de produção?
• Você conhece os conceitos que se relacionam com os fatores de produção?
• Você consegue diferenciar os conceitos de bens de capital, consumo e intermediário?
• Você compreende as ideias centrais das principais escolas do pensamento econômico.
unidade 
1
V.1 | 2021
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 10
1.1 Conceito de Economia
Economia é uma ciência social que estuda como os recursos escassos produzidos 
são distribuídos entre os grupos da sociedade para a satisfação das necessidades 
humanas. Vasconcellos e Garcia (2008, p. 2) afirmam que a palavra “economia deriva 
do grego oikonomía (de óikos, casa; nómos, lei), que significa a administração de uma 
casa”. Segundo Gregory Mankiw (2010), embora essa origem do nome possa parecer 
estranha, os lares - ou a casa - e a Economia têm muito em comum, pois uma família 
precisa tomar muitas decisões, definir o que cada membro fará, ou seja, quem faz 
o jantar, quem coloca a mesa, quem pode repetir a sobremesa etc. Em resumo, cada 
família precisa alocar seus recursos escassos a seus diversos membros, levando em 
consideração as habilidades, os esforços e os desejos de cada um. 
Assim como uma família, a sociedade deve tomar muitas decisões, portanto, 
precisa encontrar uma forma de decidir que tarefas serão executadas e por quem. 
Precisa de algumas pessoas para produzir alimentos, outras para fazer roupas e ainda 
outras para desenvolver programas de computador (MANKIW, 2010). 
A Economia insere-se na área de conhecimentos das Ciências Sociais Aplicadas, 
que estuda os diferentes aspectos do comportamento humano e que é responsável 
pelo estudo da ação econômica do homem, envolvendo essencialmente o processo de 
produção, a geração e a distribuição dos bens e serviços, bem como o consumo, a 
acumulação e a apropriação da renda (ROSSETTI, 2003). 
Vamos conhecer as principais características da Ciência Econômica?
• A economia é uma ciência social que difere das demais ciências sociais, pois 
possui uma possibilidade de quantificação que as demais não têm.
• Ela é capaz de quantificar, senão a atividade econômica, pelo menos seus 
frutos, ou seja, o produto social.
• A maior parte das leis econômicas pode ser expressa matematicamente e 
verificada empiricamente.
• A lei da oferta e da procura, a lei do valor da moeda, bem como outras, 
quase sempre são passíveis de medição, e podem, portanto, ser avaliadas 
não somente em termos do que acontece ou não acontece, mas em que 
medida acontece.
DESTAQUE
11 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
Pinho e Vasconcellos (2011) afirmam que a Economia compreende todas as 
manifestações das sociedades modernas, as quais encontram-se interligadas e são 
observadas sob diferentes óticas conceituais e relacionais. 
Assim, compreendemos a Economia como uma ciência que apresenta 
especificidades, mas que também é multidisciplinar. Destacamos como áreas correlatas 
importantes para a compreensão da Economia: Política, História, Filosofia, Sociologia, 
Ética, Psicologia, Matemática e Estatística. Outro destaque é para a natureza da 
Economia, que, como as demais ciências sociais, não é exata. A ênfase dos estudos das 
relações econômicas é dada de acordo com as características de determinada escola do 
pensamento econômico que será tomada como a visão teórica para análise. De acordo 
com Rossetti (2003, p. 33): 
A despeito da complexa teia de relações sociais e da multiplicidade dos 
fatores condicionantes que envolvem ação econômica, há, entretanto, 
um conjunto destacado de aspectos particulares da realidade social que 
gravitam mais especificamente no campo de interesse da Economia. 
Um deles é o polinômio produção-distribuição-acumulação, destacado 
por J. B. Say, um dos mais reconhecidos teóricos da Economia Clássica. 
Outro é o trinômio riqueza-pobreza-bem-estar, destacado por outro 
mestre notável, A. Marshall. Ou ainda outro binômio, crescimento- 
desenvolvimento, citado por Kuznets. Outro ainda é o trinômio 
recursos-necessidades- prioridades, aprofundado por L. Robbins.
Neste estudo, a princípio, o enfoque dado é pelo trinômio recursos-
necessidades- prioridades. Assim, os estudos da Economia baseiam-se em conceitos 
muito importantes, como por exemplo: escassez, necessidades, recursos, produção, 
escolhas e distribuição. Em Economia, os recursos de produção sempre são limitados, 
sejam eles matérias-primas, terra ou mão de obra. Em contrapartida, as necessidades 
humanas são ilimitadas e, sempre que supridas, iniciam-se novamente, seja pelo desejo 
de aumento do padrão de vida ou pelo crescimento da população.
Para saber mais sobre os importantes economistas citados, acesse os links:
J. B. Say, Economista francês (1767-1832), http://gg.gg/v85a4.
A. Marshall, Economista britânico (1842-1924), http://gg.gg/v85ab.
Kuznets, Economista norte-americano (1901-1985), http://gg.gg/v85af.
L. Robbins. Nascimento: (1898-1984), http://gg.gg/v85aj.
SAIBA MAIS
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 12
O problema central da Economia é exatamente este: como atender ao máximo de 
necessidades humanas com os recursos escassos? Para aprofundar nossos estudos sobre 
este assunto, fique atento ao próximo tópico.
1.2 O Sentido de Escassez na Economia
Entendemos que, assim como uma família não pode ter todos os bens que deseja, 
ou seja, dar aos seus membros todos os produtos e serviços que gostaria, uma sociedade 
também não pode fazê-lo. O motivo para que isso aconteça está na escassez, isto é, 
quando os recursos são limitados em termos de quantidade disponível para uso imediato.
Assim, a Economia tem sido entendida como o estudo de como a sociedade 
administra seus recursos escassos, embora haja quem discorde desse argumento. 
Podemos estudar Economia de muitas maneiras, mas existem algumas ideias que se 
tornam centrais nesta disciplina, que são consideradas como seus princípios básicos. 
Portanto, para poder compreender a Economia, é bom saber mais sobre o sentido da 
ciência econômica.
Para Mankiw (2010), não há nada de misterioso sobre o que vem a ser uma 
economia. Em qualquer parte do mundo, o termo refere-se a um grupo de pessoas que 
interage entre si e, dessa forma, vai levando a vida. Diante disso, podemos imaginar 
que a primeira coisa que precisamos entender, quando se pretende compreender uma 
economia, é saber como são tomadas as decisões. 
Raciocinemos juntos! Faça uma reflexão a partir de: como você e sua família 
tomam decisões no dia a dia? Que tarefas cada membro deve desempenhar 
e o que cada um vai receber em troca? Quem vai preparar o almoço e o 
jantar? Quem vai lavar e passar? Que aparelho de televisão vai ser comprado? 
Que carro vai ser adquirido? Onde passar as férias de final de ano? Quem 
vai? Onde vai ficar?
REFLETINDO
13 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
1.3 Tomada de Decisões 
O processo de tomada de decisão envolve quatro princípios. Vejamos: 
•Primeiro: os indivíduos precisam fazer escolhas, e essas escolhas não são de 
graça. Elas precisam ser feitas tendo em vista que os recursos são escassos. 
Não é possível atender a todas as necessidades de maneira ilimitada. Portanto, 
a sociedade precisa fazer suas escolhas, assim como os indivíduos. Isto é, 
existe um trade-offs. 
• Segundo: o custo real de alguma coisa é o que as pessoas devem despender 
para adquiri-la, ou seja, o custo de um produto ou serviço refere-se àquilo que 
tivemos que desistir para conseguir compensar com outra coisa. 
• Terceiro: os indivíduos são considerados racionais e, por isso, elas pensam nos 
pequenos ajustes incrementais de todas as suas decisões, nos ganhos adquiridos 
em função das suas escolhas. Isto significa que as pessoas e empresas podem 
melhorar seu processo de decisão pensando na margem. Portanto, um tomador 
de decisão considerado racional deve executar uma ação se, e somente se, o 
resultado dos benefícios marginais forem superiores aos seus custos marginais.
• Quarto: os indivíduos reagem a estímulos. Como elas tomam suas decisões 
levando em conta os benefícios e seus custos, qualquer alteração nessas variáveis 
pode alterar o comportamento da sua decisão. Assim, o mínimo incentivo 
que ocorra pode alterar a conduta do tomador de decisões. Nota-se que os 
formuladores de políticas públicas fazem bastante uso deste princípio.
Os economistas usam o termo mudanças marginais para explicar os pequenos 
ajustes incrementais a uma ação existente, ou seja, a cada aumento de 
produção é possível verificar o nível de acréscimo alcançado.
DESTAQUE
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 14
1.4 O Estudo Econômico 
A questão que norteia o estudo econômico trata de como as pessoas interagem, 
ou seja, como as economias funcionam. Logo, a partir desse princípio, podemos 
compreender que o comércio pode ser bom para todos os agentes e que os mercados 
são geralmente bons organizadores da atividade econômica. Contudo, os mercados às 
vezes falham e, por isso, os governos podem melhorar os resultados do mercado através 
de uma eficiente administração pública. Portanto, o desenvolvimento econômico e a 
expansão das atividades econômicas de um país são pontos fundamentais para entender 
como funciona sua economia.
1.5 Fatores de Produção
Os fatores de produção são os recursos de produção econômicos, ou seja, 
o trabalho (recursos humanos), a terra, a tecnologia e o capital. Para cada fator de 
produção corresponde uma remuneração, que se diferencia dependendo do fator a 
que se deseja remunerar. Por exemplo, o trabalho é remunerado pelo salário, a terra é 
remunerada pelo aluguel, o capital é remunerado pelo juro e a tecnologia é remunerada 
pelos seus royalties. 
Desta forma os fatores de produção são todos aqueles recursos utilizados no 
processo de produção de bens ou serviços. Consideramos como fatores de produção: a 
terra (áreas cultiváveis, recursos naturais – matérias-primas), trabalho (o homem, a sua 
mão de obra), o capital (instalações estruturais, máquinas e equipamentos) e a tecnologia.
Um dos principais problemas econômicos é a dúvida sobre o quê?, quando? e 
quanto? deve ser produzido pelas empresas. Devido à escassez existente, a sociedade 
deverá sempre escolher a quantidade a produzir e quais os produtos que devem ser 
produzidos. Essas escolhas devem ser feitas de acordo com o tipo de organização 
econômica de cada sociedade. 
A economia de mercado ideal é caracterizada por apresentar os seguintes 
atributos: livre iniciativa, Estado não interventor, concorrência no mercado de fatores 
de produção e de demanda. Nesse tipo de organização econômica, o Estado atua apenas 
como regulador da Economia, a fim de proteger os direitos da propriedade privada. Note: 
aqui, para facilitar o entendimento das questões econômicas, é feita uma abstração de 
elementos da realidade e a economia é tratada como um tipo ideal, ou seja, um modelo 
teórico. Neste caso, o debate se estabelece sobre como as coisas deveriam ser, e não 
necessariamente sobre como são.
15 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
1.6 Curva de Possibilidade de Produção
A Curva de Possibilidade de Produção, também chamada de Curva de 
Transformação, é a expressão gráfica da capacidade máxima de produção de uma 
sociedade, sendo utilizados todos os recursos de produção daquele momento. 
Esse conceito mostra como a escassez limita a capacidade de produção da 
sociedade, sendo a capacidade máxima total da produção de um país igual ao produto 
do pleno emprego dos recursos disponíveis. Em outras palavras, não há ociosidade, pois 
todos os trabalhadores disponíveis estão trabalhando. 
A Curva de Possibilidade de Produção tem a finalidade de mostrar como a 
escassez dos recursos de produção e as tecnologias limitam a capacidade produtiva da 
sociedade. Sua análise dá-se através de ilustrações, e poder fazer uma apresentação do 
modelo teórico, a economia é simplificada para existência de dois bens econômicos que 
deverão ser produzidos. 
Neste caso, a economia produz dois bens em que são empregados todos os 
recursos produtivos, celulares e camisas, por exemplo. A sociedade deverá escolher em 
qual ponto da curva deverá produzir. Haverá sempre uma quantidade máxima de camisas 
produzida anualmente, quando todos os recursos forem destinados à sua produção e 
nada à produção de celulares. Ou o contrário, quando todos os recursos eventualmente 
sejam destinados a produzir celulares e nada à produção de camisas. Desta forma, dada 
a escassez dos recursos, a sociedade deverá decidir qual ponto ao longo da Curva de 
Possibilidade de Produção será escolhido (PINHO; VASCONCELLOS, 2011). 
Para melhor compreensão do tema, assista o vídeo “Curva de Possibilidade de 
Produção” da Khan Academy, que está disponível em: http://gg.gg/d3heq. 
VÍDEO
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 16
Acompanhe o quadro a seguir, que ilustra melhor o conceito.
 Quadro 1.1 – Dados da Curva de Transformação.
BENS
Quantidade máxima 
de celulares
Possibilidades 
intermediárias
Quantidade máxima 
de camisas
A B C D
Celulares (milhares) 130 100 40 0
Camisas (milhares) 0 35 55 60
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
O quadro que apresenta os dados da Curva de Transformação pode ser 
representado conforme o gráfico a seguir; observe:
Figura 1.1 – Curva de Possibilidade de Produção.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
A união dos pontos representa a Curva de Possibilidade de Produção, ou Curva 
de Transformação, à medida em que se passa do ponto A para B, de B para C e de C para 
D, estarão transformando-se celulares em camisas. Essa transformação não é física, 
mas dos recursos que estão sendo transferidos de um processo produtivo para outro. 
Como partimos do pressuposto de uma economia em pleno emprego, isso significa 
que, ao produzir uma determinada quantidade de um bem, desiste-se de produzir uma 
determinada quantidade de outro bem (PINHO; VASCONCELLOS, 2011). 
A Curva de Possibilidade de Produção indica o crescimento de um país. Quanto 
mais a curva aumenta para a direita, mais evidente fica que o país está bem, com mão 
de obra qualificada, tecnologia empregada e com alto nível de desenvolvimento. Porém, 
Camisas
(milhões) D C
B
A
Celulares
(milhões)
60
55
35
0
40 100 130
17 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
quanto mais à esquerda está a curva, mais retraído encontra-se o país, ou seja, existe 
alto índice de desemprego e mau uso dos recursos produtivos, como você pode observar 
no gráfico a seguir.
Figura 1.2 – Curva de Produção.
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
No Gráfico 1.2, observe a linha da curva à direita. Essa curva representa o 
crescimento em relação a um período anterior. Quando ambos fatores de produção 
ampliam em proporções iguais a curva de produção se desloca para direita em paralelo.
Figura 1.3 - Curva de Produção: Ampliação do X¹.
Fonte: Elaboradopelo autor (2017).
O gráfico anterior mostra que, quando ocorre uma variação tecnológica maior 
na produção do bem X1, o deslocamento será maior em relação ao seu eixo. 
Bem x�
0
Bem x�
Bem x2
0
Bem x1
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 18
1.7 Custo de Oportunidade
Vamos considerar, por exemplo, a decisão de ir à faculdade: os benefícios 
principais são o enriquecimento intelectual e a possibilidade de uma vida com melhores 
oportunidades de emprego. Mas quem almeja isso precisa verificar qual o custo. Para 
tentar responder, você pode sentir-se tentado a somar os gastos com anuidades, moradia, 
livros, alimentação. Entretanto, esse total não representa aquilo que você sacrifica para 
passar um ano na faculdade (MANKIW, 2010). 
Da mesma forma, parte do que você pode considerar inicialmente como custo 
pode não ser. Independentemente de você estar ou não cursando uma faculdade, por 
exemplo, terá gastos com alimentação, não é mesmo? Mas o tempo que você dedicar 
aos estudos não pode ser usado para o trabalho, certo? Para a maioria dos estudantes, 
o salário que se deixa de ganhar enquanto se está estudando é um custo. Este é o que 
denominamos de custo de oportunidade, ou seja, aquilo que devemos abrir mão para 
obter algum item (MANKIW, 2010). 
1.8 Fluxos Reais e Monetários da Economia
O fluxo real de uma economia pode ser facilmente explicado da seguinte 
forma: sem qualquer tipo de interferência, as empresas, que são os agentes produtores, 
recebem o fornecimento dos fatores de produção das famílias que, por sua vez, 
recebem os produtos das empresas, também chamados de bens e serviços. De acordo 
com Vasconcellos e Garcia (2008, p. 2), “as famílias são proprietárias dos fatores de 
produção e os fornecem às unidades de produção (empresas) no mercado dos fatores de 
produção”. Esse f luxo que ocorre entre as empresas e famílias é o que chamamos de 
f luxo econômico real e pode ser observado na próxima figura pela seta contínua. 
19 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
 Figura 1.4 – Fluxo Circular de Renda.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Já o f luxo monetário é composto principalmente pela moeda, que serve para 
remunerar os fatores de produção das empresas e das famílias e, como o f luxo real, 
circula entre os fatores de produção, formando o chamado fluxo circular da renda. 
Os bens de capital são os bens utilizados para a fabricação de outros bens, mas 
que não se desgastam totalmente no processo de produção. São exemplos de bens de 
capital: as instalações, máquinas e equipamentos industriais. Sua função principal é a 
de contribuir com a produtividade. 
O fluxo circular da renda apresenta duas construções teóricas, as empresas e as 
famílias, ou seja, dois agentes econômicos que, ao interagir, originam os f luxos reais e 
monetários, já descritos nesta unidade. Mankiw (2013, p. 185) descreve o f luxo circular 
da renda da seguinte forma: 
As famílias compram bens e serviços das empresas, e as empresas usam 
a receita que obtêm das vendas para pagar salários aos trabalhadores, 
aluguel aos proprietários de terras e lucros aos proprietários das 
empresas. O PIB é igual ao total das despesas das famílias no mercado 
de bens e serviços. E é igual também ao total de salários, aluguéis e 
lucros pagos pelas empresas no mercado de fatores de produção.
O fluxo circular da renda estabelece-se em relação aos agentes econômicos — 
família, empresas, governo e setor externo — e em relação à formação, distribuição e 
renda geradas nas atividades econômicas. A cada período, o f luxo realizado precisa ser 
apurado e quantificado para que se possa medir o desempenho econômico. 
Mercado de bens
e serviços
Mercado de fatores
de produção
FamíliasEmpresas
Despesas
Renda
Receita
Aluguéis, salários
e lucros
Insumos para
produção
Bens e serviços
vendidos
Bens e serviços
comprados
Terra, trabalho
e capital
Fluxo real
Fluxo monetário
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 20
As atividades econômicas podem ser quantificadas por até três óticas: a ótica do 
produto, a ótica da despesa e a ótica da renda. Acompanhe: 
• na ótica do produto e da despesa, a quantificação é realizada pela produção e 
venda de bens e serviços no mercado, 
• já na ótica da renda é quantificada pela renda gerada no processo de produção, 
ou seja, a remuneração dos fatores de produção. 
1.8.1 As Unidades Familiares 
As unidades familiares são os agentes que fornecem recursos às empresas, são 
detentoras dos fatores de produção, que são trabalho, capital e terra. 
1.8.2 As Organizações 
São os agentes econômicos para os quais convergem os recursos da produção 
disponíveis. Reúnem todas as unidades produtoras dos setores primário (agricultura), 
secundário (indústria) e terciário (serviços). As empresas agregam, organizam e 
remuneram os fatores de produção fornecidos pelas unidades familiares. 
Quadro 1.2 – Fatores de Produção e a sua Remuneração.
FATOR DE PRODUÇÃO DEFINIÇÃO REMUNERAÇÃO
O Trabalho
É a força de trabalho. Sendo constituída de uma 
parcela da população total que está disponível para 
trabalhar. Ou seja, é o potencial (disponibilidade) 
de mão de obra (trabalhadores) no sistema 
econômico. É o principal fator de produção
• salários – remuneração 
dos serviços do fator 
trabalho
O Capital
O capital compreende o conjunto de riquezas 
acumuladas pela sociedade - fábricas, edifícios, 
máquinas, escolas, hospitais etc., e é com o 
emprego delas que a população ativa se equipa 
para o exercício das atividades de produção. É esse 
conjunto de riquezas que dá suporte às operações 
produtivas. Portanto, o estoque de capital é 
fundamental na eficiência do trabalho humano.
• juro – remuneração dos 
serviços do fator 
capital físico (prédio, 
instalações).
A Terra
São classificados como terra os recursos naturais 
disponíveis para trabalhar se. Elementos naturais 
incorporáveis às atividades econômicas. Seu 
volume disponível depende, entre outros fatores, 
da evolução tecnológica, do avanço da ocupação 
territorial, das facilidades de transportes, etc. 
O seu estoque não é constante
• aluguel – remuneração 
dos serviços do fator terra 
(ou recursos naturais), 
também chamado 
simplesmente de renda;
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) a partir de Vasconcellos e Garcia (2008).
21 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
Sendo o lucro a remuneração da capacidade empresarial, ou seja, a rentabilidade 
pela organização produtiva da empresa.
1.8.3 Mercado de Bens e Serviços 
O mercado de bens e serviços é aquele onde se encontram todos os produtos 
finais que são disponibilizados ao consumidor. O objetivo desse mercado está na 
determinação do nível de produção agregada e no nível de preços. O nível de preços 
está condicionado ao nível de demanda e oferta agregados, que por sua vez, dependem 
dos agentes econômicos (consumidores, das empresas, do governo e do setor externo). 
1.8.4 Mercado de Fatores de Produção
Um exemplo de mercado de fatores de produção é o mercado de trabalho, visto 
que é o mercado em que se realiza compra e venda de mão de obra, estabelecem-se 
os salários e o nível de emprego (PINHO; VASCONCELLOS, 2011). Outro exemplo 
é o mercado imobiliário, onde se negociam os espaços urbanos e rurais, o mercado 
financeiro, o mercado de commodities, entre outros. 
1.8.5 Bens 
1.8.5.1 Bens de Capital
Os bens de capital são os recursos pelos quais as empresas realizam a 
produção dos bens, ou seja, as máquinas e equipamentos, móveis e utensílios e as 
instalações industriais. 
1.8.5.2 Bens de Consumo
Bens de consumo são bens que suprem as necessidades humanas propriamente 
ditas. Esses produtos podem ser classificados como bens duráveis e bens não duráveis. 
Os bens duráveis são bens que podem ser usados várias vezes por um longo período de 
tempo como, por exemplo, geladeira, fogão ou automóveis. Já os bens não duráveis são 
os bens de consumo imediato, como osalimentos, energia elétrica, dentre outros. 
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 22
1.8.5.3 Bens Intermediários
Os bens intermediários são as matérias-primas ou insumos utilizados na 
produção dos bens ou produtos finais. Esses bens são vendidos para outras empresas 
para que façam os seus produtos finais. Geralmente, são utilizados nos bens de 
capital para a produção dos bens finais que serão consumidos. Um exemplo de bem 
intermediário é o papel usado na produção de um livro. Normalmente, há uma cadeia de 
bens intermediários, pois em um processo produtivo existe uma cadeia produtiva que é 
cada vez mais especializada. 
1.9 Pensamento Econômico
O pensamento econômico evolui com o tempo e se adequa a situação de sua 
época e em alguns momentos, retorna como novo diante de problemas previstos no 
passado ou como solução para dificuldades antigas repetidas no presente.
1.9.1 Teoria Clássica 
Com o surgimento da revolução industrial, os pensadores queriam conhecer de 
que forma esta riqueza se formava. Em 1776, Adam Smith publicou o livro Riqueza 
das Nações, marco fundador da disciplina de economia. Junto com David Ricardo, 
representam os principais expoentes desta escola de pensamento. Explicam que o livre 
mercado é uma boa ferramenta para produzir e distribuir a riqueza. Compreendem a 
divisão social do trabalho. E acreditam que o mercado auto regula-se pela mão invisível. 
1.9.2 Teoria Marxista
A teoria econômica tem sido bastante criticada e tem recebido muitas abordagens 
alternativas, sendo que muitas críticas e propostas foram absorvidas ou incorporadas à 
teoria. Dos críticos, podemos destacar os das escolas orientadas pelas teorias marxistas 
e pelas institucionalistas. Vasconcellos e Garcia (2008, p. 29) falam que “em ambas 
as escolas, critica-se a abordagem pragmática da ciência econômica e propõe-se um 
enfoque analítico, em que a Economia interage com os fatos históricos e sociais”. Sem 
a devida análise dos fatores históricos e sociais, não há como se obter uma análise sem 
distorção da realidade. 
23 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
A teoria marxista tem seu trabalho baseado na obra de Karl Marx, chamada 
“O Capital”. O conceito mais importante do marxismo é o de mais-valia, que significa 
a diferença entre o valor incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi 
necessário para a sua produção. 
1.9.3 Teoria Neoclássica
Na década de 1870, nasceu a escola neoclássica do pensamento econômico, 
apresentando elementos, principalmente, da teoria marginalistas. Seus principais 
representantes são: William Stanley Jevons, Karl Menger e Léon Walras. Outro 
economista de destaque desta escola é Alfred Marshall. Nesse período em que a teoria 
neoclássica nasceu, os aspectos microeconômicos foram os grandes merecedores 
de atenção, pois existia a crença na economia de mercado e em sua capacidade de 
autorregulação entre as forças de demanda e oferta. Ou seja, a economia em pleno 
emprego, em que há uma completa f lexibilidade de preços e salários, estava em voga. 
Outro ponto importante, e que nasceu nessa época, foi a análise do comportamento 
dos agentes, baseada na noção de que os consumidores buscavam a máxima satisfação 
de consumo e os produtores buscavam a máxima obtenção de lucro.
ECONOMIA | Érica Imbirussú de Azevedo | Marcelo Grinko | Moisés Waismann 24
Síntese da Unidade
Nesta Unidade, você pôde conhecer muitos conceitos e teorias importantes para 
que tenha argumentos e noções básicas sobre a evolução dos estudos da Economia.
Assim, nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o conceito básico de economia e o fundamento dos problemas econômicos;
• conhecer a curva de possibilidade de produção;
• na economia de mercado, ver os f luxos reais e monetários, juntamente com os 
bens de capital, consumo, intermediários e os fatores de produção;
• conhecer os conceitos do estudo econômico e do pensamento econômico;
• ter contato com as teorias econômicas.
25 Primeiros Conceitos de Economia | UNIDADE 1
Bibliografia
MANKIW, N. G. Introdução à economia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
MANKIW, N. G. Macroeconomia. Tradução de Tereza Cristina Padilha de Sousa. Rio 
de Janeiro: LTC, 2010.
MANKIW, N. G. Princípios de macroeconomia. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
VASCONCELLOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. 3. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2008.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. de. Manual de Economia. 6. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011.
Se você encontrar algum problema neste material, entre em 
contato pelo email eadproducao@unilasalle.edu.br. Descreva o 
que você encontrou e indique a página.
Lembre-se: a boa educação se faz com a contribuição de todos!
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