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Curso Técnico em Segurança do Trabalho Gerenciamento de Riscos e Emergências Audennille Marinho de Almeida Curso Técnico em Segurança do Trabalho Gerenciamento de Riscos e Emergências Audennille Marinho de Almeida Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | setembro 2022 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Kátia Karina Paulo dos Santos Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Professor Autor Audennille Marinho de Almeida Revisão Audennille Marinho de Almeida Coordenação de Curso Alcione Moraes de Melo Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Descrição de imagens Helisangela Maria Andrade Ferreira Sumário Introdução .................................................................................................................................... 6 1.Competência 01 | Identificar Riscos e Estabelecer Procedimentos de Segurança nas Operações com Máquinas e Equipamentos ..................................................................................................... 7 1.1 Conceitos e definições de termos envolvidos no processso de Gerenciamento de Riscos ....................... 7 1.1.1 Risco ....................................................................................................................................................... 7 1.1.2 Perigo ou Fator de Risco Ocupacional .................................................................................................... 9 1.1.3 Probabilidade ....................................................................................................................................... 11 1.1.4 Severidade ............................................................................................................................................ 12 1.1.5 Matriz de risco ...................................................................................................................................... 12 1.1.6 Ameaça e Vulnerabilidade ................................................................................................................... 14 1.1.7 Segurança ............................................................................................................................................. 16 1.2 Conhecendo, analisando e gerenciando os riscos ................................................................................... 17 1.2.1 Identificação dos riscos ........................................................................................................................ 17 1.2.2 Análise dos riscos ................................................................................................................................. 18 1.2.3 Avaliação dos riscos .............................................................................................................................. 21 1.2.4 Tratamento dos riscos (Eliminação e Mitigação) ................................................................................. 21 2.Competência 02 | Estabelecer Medidas de Controle dos Riscos Profissionais, Aplicando os mais Adequados Procedimentos de Liberação de Serviços e Dispositivos de Proteção Individual e Coletiva ................................................................................................................................................... 24 2.1 Procedimento Operacional Padrão (POP) ............................................................................................... 24 2.2 Permissão de Trabalho (PT) ..................................................................................................................... 28 3.Competência 03 | Conhecer e Aplicar Adequadamente os Procedimentos de Atendimento a Emergências nos Casos De Acidentes ........................................................................................... 34 3.1 Planos de emergência ............................................................................................................................. 34 3.2 Plano de Abandono de Área .................................................................................................................... 40 3.3 Plano de Auxílio Mútuo ........................................................................................................................... 42 4.Competência 04 | Planejar e Estruturar a Organização para Suportar Procedimentos de Emergência ................................................................................................................................. 48 4.1 Construção dos planos de emergência ................................................................................................... 50 4.1.1 Plantas de Emergência ......................................................................................................................... 51 4.1.2 Rota de Fuga ......................................................................................................................................... 51 4.2 Construção e fortalecimento de Planos de Auxílio Mútuo (PAM) .......................................................... 53 4.2.1 Treinamentos de Simulação de Emergência e Evacuação .................................................................... 54 4.2.2 Inspeção e Manutenção dos equipamentos de emergência ................................................................ 56 4.2.3 Kits de Emergência ............................................................................................................................... 58 4.3 Construção e fortalecimento de equipe treinada ................................................................................... 60 4.3.1 Treinamento Complementar da Brigada de Emergência ..................................................................... 62 4.3.2 Treinamentos para Leigos .................................................................................................................... 62 4.3.3 Reuniões da Brigada ............................................................................................................................. 62 4.4 Construção de Planos de Abandono ....................................................................................................... 64 5. Competência 05 | Controlar as Perdas Acidentais que Envolvam Colaboradores, Parceiros, Fornecedores, Clientes, Comunidade e a Propriedade ................................................................. 69 5.1 Comunicação ........................................................................................................................................... 72 5.1.1 Comunicação Externa ........................................................................................................................... 73 5.1.2 Comunicação Interna ........................................................................................................................... 73 5.1.2.1 Comunicação aos Investidores .......................................................................................................... 73 5.1.2.2 Comunicação à Gerência Geral .........................................................................................................74 5.1.2.3 Comunicação à População Fixa e Flutuante ...................................................................................... 74 5.1.2.4 Conferência de informações para solicitação de ajuda externa ....................................................... 74 5.1.2.5 Relatório de Investigação de Emergências ........................................................................................ 74 5.1.3 Canais de Comunicação ........................................................................................................................ 75 Conclusão .................................................................................................................................... 80 Referências ................................................................................................................................. 81 Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 84 6 Introdução Estimado estudante, Seja bem-vindo à disciplina de Gerenciamento de Riscos e Emergências! O processo de gerenciamento de riscos envolve etapas de identificação dos riscos, análise, avaliação, monitoramento, comunicação, tratamento dos riscos e a prevenção de acidentes. Também visa propor formas de combater qualquer ação que represente uma ameaça, considerando assuntos relacionados à segurança do trabalhador. Sendo assim, nesta disciplina, você irá estudar processos e técnicas que visam aumentar a segurança dos processos através da antecipação das condições inseguras por meio de técnicas de identificação, análise e avaliação dos riscos. E como acontecerá este estudo? Na 1ª semana (Competência 1), você terá a oportunidade de Identificar Riscos e Estabelecer Procedimentos de Segurança nas Operações com Máquinas e Equipamentos; na 2ª semana (Competência 2) irá aprender como Estabelecer Medidas de Controle dos Riscos Profissionais, Aplicando os mais Adequados Procedimentos de Liberação de Serviços e Dispositivos de Proteção Individual e Coletiva; na 3ª semana (Competência 3) poderá Conhecer e Aplicar Adequadamente os Procedimentos de Atendimento a Emergências no Caso de Acidentes; na 4ª semana (Competência 4) irá saber como Planejar e Estruturar a Organização para Suportar Procedimentos de Emergência. Por fim, na 5ª semana (Competência 5) verá como Controlar as Perdas Acidentais que Envolvam Colaboradores, Parceiros, Fornecedores, Clientes, Comunidades e a Propriedade. Portanto, bons estudos! Ah, não esquece de acessar a sala do estudante e sala de acolhimento para baixar o Guia do Estudante, assim como o calendário escolar, etc, eles te darão um apoio nas demandas do curso. 7 1.Competência 01 | Identificar Riscos e Estabelecer Procedimentos de Segurança nas Operações com Máquinas e Equipamentos Nesta 1ª competência abordaremos alguns conceitos básicos e essenciais ao processo do gerenciamento de riscos, como por exemplo, a diferença entre perigo e risco; o que é severidade; mapa de risco; as etapas de identificação, análise, avaliação e tratamento dos riscos; dentre outros. A segurança do trabalho de um modo geral, é um conjunto de medidas de prevenção adotadas para proteger os trabalhadores de uma empresa e minimizar os riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Sendo assim, os profissionais que atuam na segurança do trabalho devem ter o foco em manter um ambiente livre de riscos de acidentes e doenças ocupacionais, sempre em caráter preventivo, evitando possíveis e futuros danos ao empregado e que também possam afetar a própria empresa. Sendo assim, vamos conhecer alguns conceitos relevantes para que possamos prosseguir com os estudos sobre o processo de gerenciamento de riscos. 1.1 Conceitos e definições de termos envolvidos no processso de Gerenciamento de Riscos Neste tópico, iremos conhecer alguns dos principais conceitos e definições utilizados para entender o processo de Gerenciamento de Riscos. 1.1.1 Risco Antes de iniciar o estudo sobre o risco, é imprescindível diferenciarmos o risco do perigo, para que, conhecendo os perigos, possamos encontrar maneiras de controlar as situações de risco. Estudante, antes de prosseguir com a leitura desta competência, confere lá o nosso podcast sobre o que vai rolar nesta semana, ok?!! 8 Figura 1 – Risco Fonte: https://pmkb.com.br/artigos/riscos-de-projeto-por-que-evita-los/ Descrição: Uma superfície de uma mesa branca, contendo uma calculadora, uma caneta cor prata e papéis. Ao centro da mesa, um desenho em formato de losango escrito a palavra “riscos” no seu interior e partindo deste losando, duas setas. A seta à direita, indica sim e a seta apontando para baixo, indica não. De acordo com alguns autores, o risco é a probabilidade de um evento adverso (contrário) poder afetar negativamente a capacidade de uma determinada empresa de alcançar seus objetivos. Desta forma, podemos dizer que o risco é considerado, portanto, um evento indesejável. O risco tem potencial necessário para causar danos como lesões pessoais, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio-ambiente, perda de material em processo ou redução da capacidade de produção. Ah, o risco pode significar ainda: • a incerteza quanto á ocorrência de um determinado evento (acidente e/ou falha); • a chance de perda ou perdas que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série de acidentes. Vale ressaltar que existem algumas normas sobre o gerenciamento dos riscos e perigos, sendo uma delas, a ISO 45001:2018, antiga OHSAS 18001:2007, que é uma importante ferramenta de controle e otimização do sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional que passa, então, a permitir que uma organização possa ter conhecimento de todos os perigos relevantes e que sejam resultantes de suas atividades de rotina e, assim, melhorar seu desempenho. A norma tem ainda por finalidade a avaliação periódica e a análise crítica de seu Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho (SST), de forma que possa melhorar a eficiência e, consequentemente, reduzir acidentes e a perda de tempo de produção. De acordo com a ISO 45001:2018, os riscos são conceituados da seguinte forma: Mas afinal, o que é risco? 9 “combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições perigosas relacionadas aos trabalhos e da gravidade das lesões e problemas de saúde que podem ser causados pelo(s) evento(s) ou exposição(ões)”. Veja abaixo algumas situações de atividades desempenhadas por trabalhadores e os riscos associados a elas. SITUAÇÃO RISCO ASSOCIADO TRABALHO COM CHAPA AQUECIDA QUEIMADURAS TRABALHO EM ALTURA QUEDA FATAL TRABALHO EM AMBIENTE RUIDOSO REDUÇÃO DA CAPACIDADE AUDITIVA INTERVENÇÃO EM REDE ELÉTRICA DESENERGIZADA ELETROCUSSÃO Quadro 1 – Situação X Risco Fonte: A autora, 2022. 1.1.2 Perigo ou Fator de Risco Ocupacional Conforme a Norma Regulamentadora NR-1, o perigo ou o fator de risco ocupacional, é a fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde. Figura 2 – Diferença entre perigo e risco Fonte: Apostila Braga & Bouwman Descrição: A imagem ilustra dois homens levantando uma caixa cada um. O homem do lado esquerda da figura veste calça e camisa na cor amarela e levanta a ciaxa de forma que sua coluna se mantêm ereta e na posição corretamente ergonômica. Já ao lado direito da imagem, há um homem que também veste calça e camisa na cor amerela e levanta a caixa todo curvado, fazendo com que sua coluna sofre danos. 10 Simplificando um pouco para você! O risco é o efeito ocasinado pela fonte geradora (local onde se origina o risco), já o perigoé a própria fonte do problema (equipamento\atividade, por exemplo). Por exemplo, uma atividade que é realizada com um andaime, o perigo é o andaime (fonte geradora do risco) e o risco é a probabilidade ou chance de lesão, dano ou morte (queda fatal) do trabalhador deste andaime. Figura 3 – Trabalhadores em andaimes Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/andaime-constru%c3%a7%c3%a3o-trabalhador-14253/ Descrição: A imagem ilustrada apresenta um andaime de ferro montado em uma faixada de um edifício em construção, onde há dois homens trabalhando em cima dele. Um dos homens veste roupa azul e capacete vermelho, já o outro está um pouco mais acima e veste roupa verde e capacete vermelho. O quadro abaixo traz alguns exemplos práticos sobre a diferença de Perigo e Risco. PERIGO (FONTE GERADORA) RISCO (ASSOCIADO AO EQUIPAMENTO OU SITUAÇÃO) FURADEIRA DE BANCADA MANUSEIO DA FURADEIRA DE BANCADA (EFEITOS OU DANOS: CORTE; LESÕES; ETC) ELETRICIDADE CONTATO COM SUPERFICIE ENERGIZADA (EFEITOS OU DANOS: CHOQUE; MORTE) SUPERFÍCIE QUENTE CONTATO COM SUPERFICIE QUENTE (EFEITOS OU DANOS: QUEIMADURA; ETC) CALOR EXPOSIÇÃO AO CALOR (EFEITOS OU DANOS: DESIDRATAÇÃO; SUDORESE INTENSA; ETC) Quadro 2 - Diferença de Perigo e Risco Fonte: A autora, 2022. E agora, ficou claro a diferença entre risco e perigo? 11 A partir do exemplo citado acima, de que forma as medidas de prevenção podem estar associadas ao nível de perigo existente? Vejamos agora! PERIGO DA ATIVIDADE: VAPORES DO SOLVENTE RISCO DA ATIVIDADE: INTOXICAÇÃO MEDIDAS DE PREVENÇÃO NÍVEL DE PERIGO NENHUMA ALTO USO DE MÁSCARA FILTRANTE MODERADO à BAIXO LIMITAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO BAIXO AUTOMATIZAÇÃO DO PROCESSO PRATICAMENTE NULO Quadro 3 – Situação prática de perigo e risco Fonte: A autora, 2022. 1.1.3 Probabilidade É a chance de alguma ameaça se concretizar. Pode ser por meio de um equipamento ou pode ser ainda através de uma falha humana, ou seja, é uma chance percentual de acontecer. Portanto, quanto maior for a probabilidade, maior será a possibilidade de o risco se consolidar. Veja abaixo o nível de probabilidade e qual a chance dela ocorrer. GRAU DE PROBABILIDADE DESCRIÇÃO ALTA CHANCE DA AMEAÇA SE CONCRETIZAR EM 1 (UM) ANO MÉDIA POSSIBILIDADE DA AMEAÇA SE Que tal mais exemplos práticos? Situação: trabalho em desengraxamento de peças utilizando solvente Ah, acessa este link e assista a um vídeo bem legal sobre como diferenciar o risco do perigo ok. https://www.youtube.com/watch?v=yHnj7TLauzc 12 CONCRETIZAR NO PRÓXIMO ANO BAIXA DIFICILMENTE A AMEAÇA OCORRERÁ NO PRÓXIMO ANO Quadro 4 – Exemplificando medição qualitativa da probabilidade Fonte: PELTIER, 2004. Visto o conceito de probabilidade, vamos a um outro termo importante que está associado ao risco, a Severidade! 1.1.4 Severidade Severidade está associada ao nível de consequência e gravidade da lesão ou dano que o risco pode causar, assim sendo, quanto maiores forem as consequências negativas causadas por determinado risco, maior será a severidade. Ou seja, a gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta além da magnitude da consequência, o número de trabalhadores possivelmente afetados. Sendo assim estudante, risco é basicamente a exposição ao perigo (probabilidade X severidade). E o perigo é uma situação com probabilidade de causar dano. 1.1.5 Matriz de risco O risco pode ser classificado em pequeno, médio ou alto, mas para isto, é necessário interpretar corretamente a matriz de riscos. Você já ouviu falar neste termo Matriz de Risco? Pois bem, é através de uma Matriz de Risco que podemos identificar a magnitude do risco e dimensionar as devidas ações para controle do mesmo. Ela é uma forma usual de se avaliar o risco. Através dela, podemos combinar a probabilidade da ocorrência do evento com a severidade das lesões que podem ser causadas. Com ela, procuramos identificar a combinação entre probabilidade e severidade não apenas no indivíduo, mas também no patrimônio da empresa e ao meio ambiente. Desta forma, a utilização da matriz de risco deve ser basicamente analisar o cruzamento entre probabilidade X severidade, lógica de aplicação usada pela maioria das matrizes de risco. E, o resultado encontrado deste cruzamento será nível do risco. 13 Veja, numa situação hipotética (não real), a atividade realizada é a troca de uma luminária em que o trabalhador está situado a uma altura de 4 metros. Utilizando a matriz de risco abaixo, analise os perigos e os riscos para esta situação. Figura 4 - Matriz de riscos Fonte: https://descomplicasms.com.br/index.php/2017/10/13/diferenca-entre-perigo-e-risco/ Descrição: Matriz de Risco apresentando cores em destaques verde, laranja e vermelho. Resolução: analisando a situação e tendo em vista que a atividade exige do trabalhador o uso de uma escada para alcançar o local onde deve ser realizada a troca da luminária, constata-se como perigo, a queda da escada. Considerando que nesta atividade existe a possibilidade de queda, e considerando a matriz acima descrita, a probalidade é 3 do risco de queda. Com relação a severidade de uma queda de até 4 metros e observando-se a utilização de medidas de proteção coletivas e individuais, poderia ser definida como 4, e precisaria de atendimento hospitalar. Ao multiplicarmos o número 3 da Vamos exercitar um pouco? 14 probabilidade com o número 4 da severidade, encontramos o número 12, o que significa que o risco é alto. Vale salientar que todas as possibilidades devem ser analisadas, e as medidas de controle a serem tomadas, devem ser conforme as ações que oferecerem maior risco. E, para que possamos entender ainda mais sobre os riscos, é extremamente importante estudarmos outros dois aspectos, a vulnerabilidade e as ameaças, as quais nos fazem enxergar os impactos e os potenciais efeitos gerados pelos riscos. 1.1.6 Ameaça e Vulnerabilidade Primeiro entenda que ameaça e vulnerabilidade são duas coisas distintas, ok? As ameaças servem para identificar os agentes que podem vir a ameaçar a empresa. Elas normalmente são situações externas, e não podemos controlá-las, sendo possível apenas a sua identificação. Já as vulnerabilidades (situações internas) são falhas ou fraqueza de procedimento, design, implementação, ou controles internos de um sistema que possa ser acidentalmente ou propositalmente explorada, resultando em uma brecha de segurança ou violação da política de segurança do sistema. Desse modo, a ameaça é a possibilidade de desastre ou dano, enquanto a vulnerabilidade refere-se a capacidade (da empresa) de resistir, ou não, as várias ameaças. Tipos de Vulnerabilidade • Espionagem; • Crimes; • Empregados insatisfeitos; • Empregados “doentes”; • Empregados desonestos; • Vandalismo; • Terrorismo. 15 Figura 5 – Ladrão Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/assaltante-criminoso-ladr%c3%a3o-roubo-4925202/ Descrição: Uma ilustração de personagem de desenho de um ladrão usando máscara nos olhos, carregando nas costas um saco grande preto e uma lanterna acesa na mão. A imagem acima remete a uma situação de crime. Já pensou que uma ameaça pode acontecer tanto na segurança patrimonial de uma empresa ou até mesmo na sua residência? Pois bem, ela se caracteriza e se expressa pela existência de uma indicação, circunstância, evento ou indivíduo com capacidade de causar perdas ou danos a empresa ou a sua casa. Por exemplo, quando as ameaças são naturais, ou seja, decorrentes da natureza, tais como, fogo, enchentes e terremotos, podem provocar danos aos ativos (pessoas, infra-estrutura, informações, dentre outros). Já as ameaças de cunho internacional, podemos citar as fraudes, invasões e roubo de informações. Nestesentido, caro estudante, as ameaças necessitam de um acompanhamento constante, pois em algum momento poderão torna-se um risco para segurança patrimonial da empresa ou da sua residência. No caso da vulnerabilidade ou pontos fracos, podemos tratar como sendo as falhas ou fraqueza no sistema de segurança quando falamos em segurança patrimonial da empresa ou de uma residência. Existindo ainda as vulnerabilidades naturais que são aquelas que envolvem condições naturais, podendo trazer riscos para os equipamentos e as informações de uma determinada empresa. Podemos citar como este tipo de vulnerabilidades as seguintes: locais propensos a inundações, ambientes sem a devida proteção contra incêndio, terremotos, furacões ou maremotos. 16 1.1.7 Segurança É um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição aos riscos. Normalmente representa a ideia de “estar ou sentir-se seguro perante ameaças ou perigos” (Booth, 2005: p.13). Poderia ser pensada como sendo a isenção dos riscos, mas sabemos que é praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos, ou seja, é a redução de grande parte dos riscos. Podemos dizer que: Segurança = Controle de perdas acidentais. É também entendida como sendo a garantia de um estado de bem-estar físico e mental, traduzido por saúde, paz e harmonia. No âmbito da segurança do trabalho, é a garantia do estado de bem-estar físico e mental do colaborador em seu ambiente de trabalho, e, se possível, fora dele também. Figura 6 – Prática de esporte equestre Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/vaqueira-cavalo-passeio-cavalgando-419084/ Descrição: A imagem ilustra uma mulher de cabelos soltos com um chapéu de vaqueira, montada em cima de um cavalo de cor marrom e um sinal branco em sua face. A imagem acima trata de uma pessoa que pratica esportes equestres. Neste tipo de esporte, é muito comum os riscos de fraturas e lesões dos membros superiores (punhos, cotovelos e ombros, por exemplo) e membros inferiores (joelho, pernas, tornozelos e pé, por exemplo). Outro tipo de lesões retratadas e que são bastante graves, são as que estão ligadas aos traumas encefálicos e vertebrais. Porém, algumas ações podem ser tomadas na prática desta atividade por parte do Vamos exercitar um pouco? 17 esportista, como por exemplo, a adoção dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Um EPI extremamente importante, é o capacete, que deve ser utilizado sempre que o cavaleiro estiver montado, bem ajustado e com, a cinta presa. E, em caso de ocorrer algum impacto, ele deve ser trocado. Sendo assim, alguns perigos podem ser minimizados ou mitigados, a fim de que haja uma menor probabilidade de ocorrência dos riscos e com isso seja garantida a prática segura desta atividade. 1.2 Conhecendo, analisando e gerenciando os riscos O processo de gerenciamento de riscos consiste na (1) identificação de riscos, (2) análise de riscos e (3) avaliação de riscos. Porém, vale salientar que o conhecimento na “gestão de riscos” para a elaboração e a implantação de medidas e procedimentos, técnicos e administrativos, têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos como também manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil. Uma excelente colocação sobre a gestão de riscos, está na frase dita pelo autor William Edwards Deming: “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”. Então, estimado estudante, vejamos os passos que devem ser seguidos para realizar uma execelente gestão de riscos. 1.2.1 Identificação dos riscos O objetivo da identificação de riscos é encontrar, reconhecer e descrever riscos que porventura venham a contribuir ou impedir que uma empresa alcance seus objetivos. Para tal, é importante que se tenham informações precisas, apropriadas e atualizadas para o sucesso da identificação de riscos. Neste sentido, a empresa pode usar uma infinidade de técnicas para identificar as incertezas que possam atrapalhar um ou mais dos seus objetivos. 18 Sendo a primeira etapa e considerada por alguns autores como a mais importante, é nela em que devemos realizar os registros de incidentes, as quase perdas, o monitoramento da saúde e os resultados de inspeções que possam ajudar na identificação dos riscos. Vale ressaltar que todo e qualquer tipo de acidentes e incidentes de trabalho, devem ser investigados para identificar qualquer risco e para que seja tomado o seu adequado controle. Pois, a empresa deve identificar os riscos, independentemente de suas fontes estarem ou não sob seu controle. Além de que ela deve considerar que na identificação de riscos, pode haver mais de um tipo de resultado, o que pode resultar em uma variedade de consequências tangíveis ou intangíveis. Uma ótima forma de identificar os riscos presentes no ambiente de trabalho, é através da comunicação direta com os trabalhadores, tendo em vista que estes conhecem precisamente suas atividades e podem fornecer detalhes sobre os processos. Sendo assim, o profissional em segurança do trabalho, terá melhores condições de identificar os riscos ali presentes. Agora estudante, identificado todos os riscos, é hora de analisarmos. 1.2.2 Análise dos riscos O objetivo da análise de riscos é entender a natureza do risco e suas características, e quando houver, incluir o nível deste risco. A análise de riscos compreende todas as incertezas, fontes de risco, consequências, probabilidade, eventos, cenários, controles e sua eficácia. Um determinado evento, por exemplo, pode ter várias causas e consequências e pode afetar diversos objetivos. A análise de riscos pode ser feita a um grau de detalhamento e complexidade bem elevado, tudo irá depender do propósito desta análise, da disponibilidade e confiabilidade das informações, e dos recursos disponíveis. As técnicas de análise podem ser qualitativas, quantitativas ou uma combinação destas, dependendo das circunstâncias e do uso pretendido. Porém, independente da técnica escolhida, uma análise de riscos deve considerar fatores como: • Probabilidade de eventos e consequências; • Natureza e magnitude das consequências; • Complexidade e conectividade; • Fatores temporais e volatilidade; • Eficácia dos controles existentes; 19 • Sensibilidade e níveis de confiança. É importante que você saiba, que existem diferentes ferramentas ou técnicas de gestão de riscos que podem ser utilizadas visando evitar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, por exemplo, o Hazop, FEMEA, APR (Análise Preliminar de Risco), dentre outras. HAZOP Tem como objetivo identificar os perigos e problemas existentes num processo operacional. Pode ser utilizado na fase de projeto ou em instalações já existentes ou que necessitem de alterações. É um dos métodos mais eficientes e eficaz, fazendo com que possam ser introduzidas enormes melhorias de prevenção. Aplicação: deve criar uma tabela contendo um equipamento a ser analisado e fazer uma análise crítica de todo o processo deste equipamento. Vantagens: consegue identificar as possíveis causas, desvios, consequências e ações necessárias para a segurança do sistema/operação estudada. Desvantagens: método demorado; em novos projetos deve ser completado com outras ferramentas; deve-se ter muitas informações sobre o projeto, ou seja, uma maior riqueza de detalhes do projeto. FEMEA Tem como objetivo identificar as consequências dos possíveis modos de falhas causados por equipamentos, por exemplo, válvulas de controle, bombas, motores, etc. Aplicação: Definição de medidas de eliminação do risco ou preventivas de correção. Vantagens: Muito eficiente em sistemas/operações simples. Desvantagens: Mais recomendadopara indústria de processo. Vamos conhecer um pouco mais sobre o método Hazop? Segue link: https://www.youtube.com/watch?v=qnocXFpnZdk&t=115s 20 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) Consiste num estudo de forma antecipada e detalhada de um sistema operacional desde o seu início visando identificar os prováveis riscos. Esta técnica permite uma revisão geral dos riscos que podem estar presentes nas fases operacionais, categorizando-os para priorização de ações preventivas e/ou corretivas. É uma técnica simples, porém muito utilizada, tendo em vista a sua importância na investigação de sistemas inovadores e/ou pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é carente ou deficiente. É uma análise do tipo qualitativa e pode ser usada em locais que já se encontram em fase de operação, de modo que permite, nesse caso, a realização de uma revisão dos aspectos de segurança existentes. A melhor forma de controle das medidas recomendadas pela APR é através de uma lista de verificação. É importante ressaltar que a APR deve ser sempre desenvolvida e colocada ao conhecimento dos trabalhadores envolvidos, antes da realização de qualquer atividade, seja ela realizada pela própria empresa ou por empresas terceirizadas. De um modo geral, as análises de riscos fornecem uma entrada para a avaliação de riscos, para decisões sobre se o risco necessita ser tratado e como ser tratado, e sobre a estratégia e os métodos mais apropriados para o tratamento de riscos. Os resultados favorecem a tomada de decisões, em que escolhas estão sendo feitas e as opções envolvem diferentes tipos e níveis de risco. Vamos conhecer um pouco mais sobre o método do FMEA na Segurança do Tabalho? https://www.youtube.com/watch?v=6vDvVaadx1s Vamos conhecer na prática sobre a APR na Segurança do Tabalho? Segue link: https://www.youtube.com/watch?v=gFw4mN5Zyec 21 1.2.3 Avaliação dos riscos O objetivo da avaliação de riscos é apoiar decisões. A avaliação de riscos envolve a comparação dos resultados da análise de riscos com os critérios de riscos estabelecidos para determinar onde é necessária ação adicional. Porém, a avaliação de risco deve ser implementada em casos que houver: • Uma incerteza se o risco vai resultar em lesões ou doença ocupacional; • Quando o trabalho envolve um número variado e diferente de riscos; • Se houver uma falta de conhecimento sobre os riscos e estes puderem produzir novos ou maiores riscos; • Quando houver mudanças no local de trabalho com probabilidade de alterar a efetividade da medida de controle. 1.2.4 Tratamento dos riscos (Eliminação e Mitigação) Os riscos identificados devem ser eliminados. Para isso deve-se saber se a medida é razoável ou praticável, caso não seja possível, devemos buscar minimizá-lo de forma tecnicamente aceitável. Sabemos que nem sempre os riscos podem ser eliminados, existindo casos em que algumas empresas convivem com eles durante toda sua existência, devido aos seus processos de produção, armazenamento, transporte e distribuição. Pois bem, se você respondeu que não é possível a sua eliminação, a empresa deverá tomar medidas que minimizem estes riscos, é o que chamamos de mitigação. Vamos refletir um pouco! Você acha que é possível para uma empresa conviver com os riscos em seus processos operacionais sem eliminá-los? 22 Se não, fique por dentro agora! A palavra “mitigar” significa atenuar, enfraquecer ou diminuir. Portanto, a “Mitigação” é um termo que expressa o esforço para tornar-se um risco aceitável\tolerável. São vários processos que na prática ajudará a diminuir a probabilidade e a severidade do risco. Um plano de mitigação de riscos tem como objetivo diminuir o impacto e a probabilidade de ameaças numa atividade a ser executada. Ele deve integrar a estratégia geral e estar aliado à política adotada pela empresa no que diz respeito à prevenção de riscos. Vale salientar, que um plano de mitigação se destina, principalmente, a reduzir os efeitos negativos que não são possíveis de serem eliminados por completo. Conseguiu compreender? Espero que sim! Para finalizar, devemos fazer uma revisão de controle dos riscos, com o intuito de assegurar a saúde e a integridade física e psicosocial de todos os trabalhadores, pois os processos podem sofrer mudanças. Desta forma, os controles de riscos devem ser revisados regularmente de forma a assegurar que eles ainda são efetivos. É isto estudante, estes foram os conceitos, definições e etapas iniciais pertinentes ao processo de gerenciamento de riscos. Você já ouviu falar neste termo Mitigação? Tendo em vista o conteúdo estudado até aqui, assista ao vídeo indicado e analise cuidadosamente para verificar qual a sua percepção sobre os riscos apresentados. https://www.youtube.com/watch?v=2SaFfsCxXmg E, agora que você já estudou a competência 1, assista a vídeoaula desta competência, para aprofundar seus conhecimentos neste assunto. 23 Bons estudos!!!! Não esqueça de tirar suas dúvidas no fórum de dúvidas da disciplina e da competência e de também compartiplhar seus conhecimentos com seus colegas no fórum! 24 2.Competência 02 | Estabelecer Medidas de Controle dos Riscos Profissionais, Aplicando os mais Adequados Procedimentos de Liberação de Serviços e Dispositivos de Proteção Individual e Coletiva Ao estudar a competência 1, você pôde verificar os procedimentos de identificação, análise, avaliação e tratamento dos riscos com o objetivo de tornar o processo de gerenciamento de riscos mais eficiente e eficaz. Porém, agora é hora de conhecer como podemos realizar o controle destes riscos, utilizando para isso alguns procedimentos e protocolos. Existem vários tipos de procedimentos, protocolos, e boas práticas de segurança que uma empresa pode adotar para controlar seus riscos. Lembrando que estas ações se extendem não só as atividades de trabalho, mas também aos trabalhos especialmente perigosos. Sendo assim, vamos ao que interessa. Você irá conhecer a partir de agora, alguns procedimentos como o POP (Procedimento Operacional Padrão) e a PT (Permissão de Trabalho), muito utilizados para padronizar atividades e processos operacionais de uma empresa. E, no caso da PT, a sua adoção poderá ser exigida conforme estabelecido em algumas Normas Regulamentadoras de acordo com a atividade a ser executada. 2.1 Procedimento Operacional Padrão (POP) O POP é um documento utilizado pela empresa, onde estão resumidos várias instruções e descrições minuciosas de atividades que documentam uma rotina, um passo a passo ou atividade do dia a dia, que são indispensáveis aos processos operacionais desta organização. E quais são estes protocolos e procedimentos que podemos utilizar para controlar os riscos? Ah estudante, mas antes de proseguir com o estudo desta competência, confere lá o nosso podcast sobre o vai rolar nesta semana ok?! 25 O POP pode ser encontrado com outras nomenclaturas, por exemplo, para o autor Araújo (2010) ele se chama procedimento ou instrução de trabalho; e para os autores Maranhão & Macieira (2010) chama-se protocolo. Porém, independente do nome que se dê a ele, deve ser um documento que auxilie a execução das tarefas diárias, manutenção, calibração e utilização de equipamentos, análises, procedimentos de segurança e tantas outras aplicações. Ah, vale lembrar que cada POP é único de uma empresa, pois esta possui sua própria atividade e seus próprios processos, então ele terá uma aplicação própria a esta instituição. Para a construção de um POP, alguns aspectos devem ser considerados como: • Responsável pela execução e listagem dos equipamentos; • Peças e materiais utilizados na realização da tarefa; • Descrição dos procedimentos que devem ser executadosnas atividades críticas, ou seja, o modo de operação e as possíveis restrições quanto a execução, o que pode ou não ser feito nessas atividades; • Roteiro de inspeções periódicas dos equipamentos de produção; • Linguagem compreensível para que todos os colaboradores entendam; • Preferência por modelos com passo a passo e checklist, pois quanto mais intuitivo, mais perto de atingir o resultado o POP estará; • Fluxogramas são também ótimas alternativas para ilustrar o processo em questão. Em suma, o POP deve conter informações suficientes para que os colaboradores possam utilizá-lo como referência, bem como, na hipótese de incerteza, saibam onde procurar mais informações ou a quem consultar. É importante você saber que o POP deverá ser aprovado, assinado, datado e revisado periodicamente ou de acordo com a necessidade do processo. Veja abaixo o modelo de cabeçalho de um POP geralmente utilizado nas empresas. Entendendo melhor o POP! Como deve ser elaborado um POP? 26 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP Suporte de TI, Infraestrutura e Redes CÓDIGO POP - 0000 DATA DA EMISSÃO 20/05/2022 DATA DA ATUALIZAÇÃO VERSÃO 1.0 Elaborado por: Atualizado por: Assunto: Procedimentos de atendimento Categoria: Todas Área: Suporte TI Nível: 1 Estado: Quadro 1 – Modelo de cabeçalho de um POP Fonte: Adaptado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pop0000capa.jpg Descrição: O quadro contém informações que devem estar presentes num Procedimento Operacional Padrão (POP). São exemplos de informações que estão neste quadro: código; data de emissão; versão; elaborado por; atualizado por; assunto; dentre outras. Uma padaria, por exemplo, tem como uma de suas atividades a higienização das instalações, móveis e equipamentos após serem utilizados ou ao fim do expediente. Sendo assim, para a padronização dessa atividade de higienização, deve-se criar um POP contendo os seguintes passos: 1. Natureza da superfície a ser higienizada; 2. Método de higienização; 3. Princípio ativo selecionado e sua concentração; 4. Tempo de contato dos agentes químicos e ou físicos utilizados na operação de higienização; 5. Temperatura e outras informações que se fizerem necessárias; e 6. Quando aplicável, o POP deve contemplar a operação de desmonte dos equipamentos. Vamos praticar um pouco! 27 Você já parou para pensar como um Big Mac pode ter o mesmo sabor e qualidade em mais 34.000 mil restaurantes da McDonald’s espalhados ao redor do mundo todo? Pois bem, ele prepara seus lanches de maneira padronizada e rápida (leva apenas um minuto e meio pro Big Mac ficar pronto). Agora imagina o que aconteceria se o lanche de cada loja do McDonald's fosse feito de maneira diferente, com insumos de fornecedores diferentes. Como poderia a franquia definir e garantir a qualidade, o sabor, a eficiência e a segurança de todo o processo? Aí que entra o POP. O documento foi criado pelo chef da empresa de forma a definir cada ingrediente e a maneira como deve ser feito o sanduíche, para que passados tantos anos, em cada lugar do mundo o Big Mac possa ter o mesmo sabor e a mesma qualidade. Além de ser um documento responsável para facilitar o acompanhamento e a padronização dos processos, ele traz inúmeras vantagens como: • Definição de um padrão para os mais diversos procedimentos; • Aumento e otimização da qualidade dos produtos, dada a sistematização dos processos; • Garantia da qualidade; • Facilitação dos processos de capacitação e treinamento dos colaboradores; e • Redução de falhas de comunicação e acidentes. Ah, depois de estudar o POP, chegou a hora de conhecer a Permissão de Trabalho, que tem ligação com os procedimentos de segurança e tem por finalidade evitar ou mitigar os riscos. Vamos ver um exemplo de um POP de sucesso? E quais os benefícios de um POP? Para fomentar ainda mais sua aprendizagem sobre os POPs, faça uma pequena parada na leitura deste caderno e assista ao breve vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Aq-8RRHGpGg 28 2.2 Permissão de Trabalho (PT) De acordo com a Norma Regulamentador NR-34, a Permissão de Trabalho (PT), é um documento composto por medidas de controle com o intuito de assegurar a realização do trabalho seguro, e também de ações de emergência e resgate. A Permissão de Trabalho autoriza a execução das atividades em locais de risco por um tempo estimado, e apenas as pessoas indispensáveis na realização da atividade devem entrar nesta área, com isso, ela evita que outras pessoas sofram acidentes ou venham a ficar doentes devido o contato com os agentes de riscos ambientais. A Permissão de Trabalho deve ser emitida pela empresa ou prestadoras de serviços, quando aplicável. A sua obrigatoriedade consta em algumas Normas Regulamentadoras para assegurar que as atividades sejam realizadas de forma segura em ambientes industriais, por exemplo, de modo a impedir que acidentes de trabalho aconteçam. A Permissão de Trabalho deve ser emitida em várias atividades ocupacionais a exemplo de: • Áreas com trabalho a quente (soldagem e qualquer tipo de corte em peças metálicas); Aqui estão algumas Normas Regulamentadoras em que é recomendado o uso da PT: • NR 35 – Trabalho em Altura (item 35.2.1 letra “b”, item 35.4.7, 35.4.7.1; 35.4.8; etc.); • NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção e Reparação Naval (item 34.2.1 letra “d”, item 34.4.2, etc.); • NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinado (item 33.2.1 letra “f”, item 33.3.3 letra “e”, etc.). Nesta Norma, especificamente, ela aparece com o nome de Permissão de Entrada e Trabalho. Em quais atividades ou serviços devemos emitir a PT? 29 • Áreas com trabalho em altura; • Áreas de trabalho com produtos químicos; • Áreas com trabalho em espaço confinado; • Áreas com trabalho em escavações, demolições e perfuração; • Trabalho em alta tensão; • Áreas de trabalho com gases ou explosivos; e outras que considerar necessário. Conforme a Norma Regulamentadora NR-34, a Permissão de Trabalho deve considerar os seguintes aspectos: “a) ser emitida em três vias, para: afixação no local de trabalho, entrega à chefia imediata dos trabalhadores que realizarão o trabalho, e arquivo de forma a ser facilmente localizada; b) conter os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos e, quando aplicável, às disposições estabelecidas na APR; c) ser assinada pelos integrantes da equipe de trabalho, chefia imediata e profissional de segurança e saúde no trabalho ou, na inexistência desse, pelo responsável pelo cumprimento desta Norma; d) ter validade limitada à duração da atividade, restrita ao turno de trabalho, podendo ser revalidada pelo responsável pela aprovação nas situações em que não ocorram mudanças nas condições estabelecidas ou na equipe de trabalho. (alterada pela Portaria MTE n.º 1.897, de 09 de dezembro de 2013)” De acordo com a NR-35, a emissão da PT deverá ser aplicada a atividades em altura não rotineiras, como por exemplo, na figura abaixo. Este tipo de trabalho, possui riscos significativos, por esse motivo cercar a atividade por todos os lados com segurança é essencial para evitar acidentes de trabalho e que podem ser fatais. O que deve ter a PT? Vamos entender melhor o uso da PT?! 30 Figura 7 – Trabalho em altura Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/artes%c3%a3os-constru%c3%a7%c3%a3o-andaime-19584/ Descrição: A imagem ilustra trabalhadores vestidos em uniforme na cor branca, execendo atividade em cima de um andaime montado na frente de uma faixada de um prédio na cor marrom. De modo a assegurar à saúde e a integridade física do trabalhador, a NR-35 define como a PT deve ser: 35.4.8 - A Permissão de Trabalho deve ser emitida,aprovada pelo responsável pela autorização da permissão, disponibilizada no local de execução da atividade e, ao final, encerrada e arquivada de forma a permitir sua rastreabilidade. 35.4.8.1 - A Permissão de Trabalho deve conter: os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos; as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco; a relação de todos os envolvidos e suas autorizações. 35.4.8.1 - A Permissão de Trabalho deve ter validade limitada à duração da atividade, restrita ao turno de trabalho, podendo ser revalidada pelo responsável pela aprovação nas situações em que não ocorram mudanças nas condições estabelecidas ou na equipe de trabalho. Todos os aspectos considerados na NR-35 com relação a PT, são extremamente importantes e devem ser levados em consideração, pois a Permissão de Trabalho deve ser elaborada com base no ambiente de trabalho, sempre respeitando especialmente as características deste ambiente. Lembrando ainda que a PT pode ser utilizada tanto para limitar o acesso a áreas de riscos, 31 como limitar o acesso a equipamentos ou qualquer situação de trabalho que apresente risco acentuado. Algumas medidas devem ser seguidas para a elaboração de uma Permissão de Trabalho. 1. O primeiro passo a ser realizado pelo trabalhador ao início da atividade deve ser: o Ir até o ambiente onde serão realizados os serviços e descrever quais os riscos estão presentes; o Preencher o fichário (análise de risco) in loco, ou seja, no ambiente onde será realizada a atividade, com o auxílio dos membros da equipe que irão executá-las, de modo que todos os detalhes sejam contemplados; 2. Deve descrever de forma clara todos os passos da atividade; 3. Verificar os perigos e as ações preventivas que devem ser adotadas; 4. Solicitar que os membros da equipe executora da atividade e supervisores assinem o documento; 5. Elaborar a Permissão de Trabalho, de modo que contemple as informações necessárias para a atividade a ser desenvolvida. É primordial que todos estes passos sejam realizados corretamente para um bom andamento das atividades, assim como verificar que o ambiente de trabalho esteja totalmente isolado e sinalizado corretamente e que a Permissão de Trabalho esteja acessível aos supervisores. Não mais importante, porém de suma relevância, é que todos os procedimentos sejam repassados de forma oral aos trabalhadores; assim como, o recolhimento das assinaturas dos participantes; e esclarecer as possíveis dúvidas antes da execução dos serviços. A partir de então, o responsável deverá certificar se todas as recomendações e procedimentos foram seguidos e caso ocorra algum contratempo durante a execução do serviço, este deverá ser interrompido e relatado a todos os membros da equipe, com a finalidade de apresentar os erros e as ações de prevenção de modo a impedir sua reincidência. A emissão da Permissão de Trabalho, normalmente, é realizada pelos colaboradores membros do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) Passos para se elaborar uma PT! 32 ou por membros do corpo de bombeiros da organização, quando existir, juntamente com algum trabalhador responsável pela área ou setor na qual a atividade será realizada. Lembrando que estes funcionários só poderão emitir e assinar a PT, mediante autorização prévia por escrito, conforme o tipo de atividade. Ao final da realização dos serviços, o responsável pela emissão da PT deverá realizar uma inspeção completa, e solicitar a retirada de todo o material que possa ter restado da execução do serviço, como por exemplo, resíduos metálicos; peças e estruturas desprendidas; materiais inflamáveis; ferramentas; dentre outros. E, finalizado todo o processo, o responsável pela atividade deverá entregar a PT para arquivamento na área de Segurança do Trabalho. Então é isso estudante, como você pôde verificar, a Permissão de Trabalho é uma das ferramentas adotadas para a execução de diversas atividades (altura; espaço confinado; etc) como forma de assegurar a saúde e integridade física dos trabalhadores. Sendo assim, estima-se que você possa ter compreendido a importância deste documento. Agora, para conhecer melhor o uso e a finalidade de uma PT, veja um modelo adotado por uma determinada empresa: https://www.youtube.com/watch?v=6Ailc7ORVA8 Sim, não esquece de assistir a vídeoaula desta competência 2, para aprofundar seus conhecimentos neste assunto. 33 Desta forma, concluímos a segunda competência da disciplina de Gerenciamento de Riscos e Emergências. Bons estudos! Oh, também não deixa de tirar suas dúvidas no fórum de dúvidas e discussão da disciplina e compartiplhar seus conhecimentos com os colegas no fórum! 34 3.Competência 03 | Conhecer e Aplicar Adequadamente os Procedimentos de Atendimento a Emergências nos Casos De Acidentes Olá! Estimado estudante, neste momento você está iniciando a terceira semana de estudos, ou seja, a competência 3. Nela, serão abordados os conceitos básicos de alguns procedimentos de emergências que devem ser adotados pelas empresas, como por exemplo, os planos de emergências; plano de abandono de área; e plano de auxílio mútuo. Eles, levarão a você, saber como se portar diante de situações de emergências, como por exemplo, o que fazer primeiro? quem acionar? quais procedimentos adotar? e quem vai resolver a ocorrência? Pois, quando um acidente acontece, quanto mais rápido o tempo de resposta, menor serão os impactos ao patrimônio da empresa, à população e ao meio ambiente. Agora eu te pergunto: você já ouviu falar sobre planos de emergência? Planos de abandono de área? E, planos de auxílio mútuo? Não? Não se preocupe, pois nessa competência você irá saber o que eles são; qual a sua função; e suas principais características. Sigamos em frente! 3.1 Planos de emergência É comum que determinados ambientes de trabalho ofereçam riscos ocupacionais para os trabalhadores, tanto em viturde das atividades executadas, quanto do próprio local de trabalho. Sendo assim, podemos citar como riscos implícitos e explícitos os trabalhos em altura, siderúrgica, espaços confinados, dentre outros. Ah, mas antes de proseguir com o estudo desta competência, confere lá o nosso podcast sobre o que vai rolar nesta semana, ok?! 35 Mediante estas situações apresentadas, se faz necessário a adoção de medidas para o enfrentamento de um evento perigoso, tanto durante quanto depois, e para isto, elaboramos um documento que chamamos de plano de emergência. Um plano de emergência é um documento onde devem estar descristas todas as prováveis situações de emergência que precisam de uma atuação imediata e organizada de um grupo de pessoas com formação e informação específica para tal evento perigoso. Ele deve está em constante atualização, incluindo novos riscos mediante a evolução da empresa, da equipe de trabalho e de novos processos, por exemplo. Com isso, os riscos maiores são evitados e os acidentes graves e fatalidades minimizados e, em alguns casos, zerado. De um modo geral, os eventos que trazem mais preocupações as empresas são os incêndios. Então, é bastante comum encontrarmos planos de emergência focados no seu controle e prevenção. Os Planos de Emergência Contra Incêndio são guiados por algumas Normas Técnicas Brasileiras, por exemplo, a NBR 15219/2005, em que se sobressaem como pontos capitais a identificação do princípio de incêndio, a disponibilização e utilização dos agentes extintores adequados e o treinamento da equipe de pronta resposta. Após a implementação do plano de emergência, todos os colaboradores devem ser comunicados e treinados, inclusive quando houver atualização do mesmo. O plano de emergência tem como principal objetivo a segurança dos trabalhadores,e quando bem elaborado e conduzido pode reduzir os danos causados por sinistros como, por exemplo, um incêndio. Vale ressaltar que, não basta a elaboração do plano de emergência, é primordial que sejam realizadas ações de prevenção que, necessariamente, deverão ser tomadas em caso de uma emergência. Para o atendimento às emergências, várias são as exigências legais em relação à existência de um Plano de Emergência ou Plano de Resposta a Emergência nas empresas. Existem algumas normas regulamentadoras que estabelecem a sua existência de acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das atividades. São exemplos de Normas Regulamentadoras as seguintes: NR – 1 (Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais); NR – 20 (Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis); e NR – 35 (Trabalho em altura). 36 NR – 1 O item 1.5.6 que se refere à preparação para emergências descreve que a empresa deve estabelecer, implementar e manter procedimentos de respostas aos cenários de emergências, de acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das atividades (1.5.6.1). Estes procedimentos de respostas aos cenários de emergências devem prever: 1) os meios e recursos necessários para os primeiros socorros, encaminhamento de acidentados e abandono; 2) e as medidas necessárias para os cenários de emergências de grande magnitude, quando aplicável. NR – 20 Tendo em vista a existência de produtos que são classificados como inflamáveis e combustíveis e que têm características que os tornam mais perigosos, podendo causar grandes acidentes, a Norma Regulamentadora NR – 20, em seu item 20.15.1, prêve que o empregador elaborare e implemente um plano de resposta à emergência que contenham ações específicas a serem tomadas em caso de vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios ou explosões. NR – 35 A NR – 35, em seu item 35.6, o qual relata sobre os procedimentos de emergência e salvamento, prêve que o empregador disponibilize uma equipe para as prováveis emergências nos trabalhos em altura. Podendo ser essa equipe composta por indivíduos específicos para esta função, tanto pessoas da própria empresa quanto externos; ou pelos próprios trabalhadores que realizam o trabalho em altura. Lembrando que todos os membros envolvidos na equipe de emergência nos trabalhos em altura, devem ser especialistas para esta função, como por exemplo, os bombeiros civis. Ah, estudante, vale ressaltar que temos ainda a Instrução Técnica Nº 16 / 2019 – Gerenciamento de riscos de incêndio, do Corpo de Bombeiros, e também a Portaria 108 / 2019, que institui o Modelo Nacional de Regulamento de Segurança Contra Incêndios do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 37 Voltando a falar sobre o plano de emergência, ressalto que ele pode ser elaborado por setor ou de forma que contemple toda a empresa, ou seja, setores críticos ou que tenham riscos especiais podem ter planos específicos de atendimento a emergências, no entanto são normalmente de caráter geral abrangendo todos os departamentos do empreendimento. Ele deve ainda, envolver tanto a capacitação quanto o preparo dos colaboradores para enfrentamento de um sinistro, como os recursos para fazê-lo. Vamos conhecer um pouco sobre a profissão do Bombeiro Civil? O Bombeiro Civil tem como objetivo proteger pessoas e patrimônios contra riscos de acidentes, como por exemplo, incêndios e vazamentos. Pode atuar no salvamento de vida de pessoas em terra, água, alturas e prestar os primeiros socorros quando necessário. Ele também poderá realizar inspeção e testes em equipamentos de segurança e treinar equipes que atuem em situações de emergência. O bombeiro Civil não segue a carreira militar, portanto ele não tem a função de um bombeiro militar. Em determinadas situações, ele é responsável por controlar a situação até a chegada dos bombeiros militares ou da polícia. Para se tornar um bombeiro civil, é preciso ter ensino médio completo e concluir um curso de formação de bombeiros civis. Agora, vamos conhecer as principais diferenças entre os bombeiros civis e militares? Para conhecer essas diferenças, acesse este link: https://www.youtube.com/watch?v=akCfcKx96T8 Até este ponto ficou claro o que é um Plano de Emergência? Ainda não? Então, volta um pouco na leitura e revisa o conteúdo antes de prosseguir, ok?! 38 Vamos conhecer um pouco mais sobre o Plano de emergência? Estudante, é importante que fique claro que para cada tipo de risco há uma forma de combatê-lo, ou seja, uma estratégia a ser utilizada. Porém, os objetivos de um plano de emergência são praticamente os mesmos, ou seja, é capacitar seus trabalhadores para atuarem corretamente em uma situação inesperada. Além disso, o plano de emergência deve apresentar, por exemplo, a planta de risco que irá facilitar o acesso ao local para as equipes de emergência. Ele também deve conter informações como: • Especificações da construção; • Natureza da ocupação; • Indivíduos que ocupam o espaço, total, por setor, área e andar (em caso de edifícios); • Como funciona o empreendimento; • A existência ou não de indivíduos portadores de necessidades especiais; • A disponibilidade de recursos humanos e materiais disponíveis. Primeiramente iremos começar com quem deve e pode elaborar o plano de emergência, ok?! O Plano de emergência poderá ser elaborado por equipes da própria empresa, como por exemplo, os membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção à Acidentes de Trabalho) e do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) ou ainda por consultores especializados (Engenheiro de Segurança do Trabalho, por exemplo). Tendo em vista a complexidade do plano de emergência, a sua forma de elaborar pode variar. Porém, de maneira geral, segue algumas etapas básicas que você verá através da figura abaixo. Quais são mesmos os objetivos e o que deve conter o plano de emergência? E agora, já parou para pensar como elaborar e implantar o plano de emergência? 39 Figura 8 – Fluxograma de etapas para elaboração do plano de emergência Detecção e análise de riscos • Reconhecer os riscos para identificar os tipos de emergências. • Identificado o risco, deve-se estabelecer ações de mitigação caso ocorra situações de emergências. Estabelecimento dos recursos • Definição dos recursos que serão necessários para implementar as medidas de prevenção. • Exemplo de recursos: mudanças no ambiente; uso de equipamentos de proteção coletiva e individual; maquinários e ferramentas. Transposição do plano de emergência para uma planta baixa • A planta baixa deve conter informaçãoes como: saídas de emergências; localização dos brigadistas; etc. • Toda a equipe deve ser treinada e instruída sobre os pontos fundamentais para as ações de emergências. Acionamento do plano de emergência • Após a elaboração, treinamento e instrução sobre o plano de emergência, deve-se definir como será o seu acionamento em caso de emergência. • Pois, todos os colaboradores devem saber o que está acontecendo e saber o que fazer. Revisão e atualização do plano • Revisão periódica incluindo novos riscos ou mesmo para constatar que não há mudanças necessárias. 40 Fonte: A autora, 2022. Descrição: A imagem ilustra um fluxagrama em setas indicando as etapas do plano de emergência. A primeira seta indica a “detecção e análise de riscos” e ao seu lado, há a descrição desta etapa. A segunda seta indica “estabelecimento dos recursos” com sua descrição ao lado. A terceira seta indica “transposição do plano de emergência para uma planta baixa, tendo sua descrição ao lado. A quarta seta indicando “acionamento do plano de emergência”, com sua descrição ao lado. E por fim, a quinta seta indicando“revisão e atualização do plano” e sua descrição ao lado. Para finalizarmos este tópico sobre o plano de emergência, não podemos esquecer de citar algumas vantagens sobre ele, não é mesmo? Vejamos algumas destas vantagens: • Atendimento à legislação; • Preservação das vidas dos colaboradores; • Demonstração de atenção e cuidado com os funcionários; • Redução de danos e sua extensão; • Conscientização dos colaboradores para a segurança. Sendo assim, a elaboração e implementação de um plano de emergência deve ser orientada e linear, de modo a não perder aspectos essenciais de sua criação. Lembrando sempre que seu foco central será permanentemente a proteção da vida dos trabalhadores que atuam na empresa. 3.2 Plano de Abandono de Área Estudante, podemos encontrar algumas nomenclaturas diferentes para designar o termo Plano de Abandono de Área, como por exemplo, Plano de Evasão e Plano de Abandono de Edificação, porém o que os diferenciam são os contextos nos quais estão inseridos. O plano de abandono de área compreende uma série de medidas para padronizar o comportamento de evacuação de um local. De acordo com Becker (2011), o principal objetivo de um plano de abandono é fazer com que as pessoas se evadam de uma área de risco e dirijam-se à um lugar seguro de forma organizada, rápida, sem atropelos ou pânico. O treinamento dos colaboradores tem papel primordial objetivando o esclarecimento das responsabilidades de cada trabalhador; os riscos a que estão expostos; as ações programadas em caso de emergência; aos procedimentos de Ah, você verá mais detalhes da elaboração do plano de emergência na próxima competência ,ok?! 41 abandono, de conferência de pessoal; e a familiarização com os equipamentos ao dispor para a extinção de incêndio. Sem dúvidas, para os especialistas no assunto, a conscientização das pessoas é o maior desafio na aplicação de um plano de abandono. A importância de um treinamento depende muito do comportamento de quem está na gerência, que influencia na atitude dos demais colaboradores. Para simplificarmos um pouco sua compreensão sobre o que é um plano de abandono de área, ele é nada mais que uma ação de desocupação de uma edificação ou local, e que tem por objetivo principal minimizar e prevenir o máximo possível a ocorrência de acidentes que possam provocar danos pessoais. Estudante, através deste vídeo, pode-se perceber que a eficiência de um simulado de abandono de uma edificação é fator tão importante que, muitas vezes, acaba por determinar as perdas humanas, notadamente em edifícios de vários pavimentos e locais de reunião de público, tais como hospitais, escolas, creches, teatros, cinemas, centros de eventos, entre outros. Sendo assim, o Plano de Abandono e suas simulações são de suma importância, pois objetiva preparar todos os colaboradores no caso de uma empresa por exemplo, para atuar de modo seguro numa situação em que haja a necessidade de saída emergencial da edificação/empresa, chegando a níveis de segurança comparáveis aos dos países mais desenvolvidos. Desse modo, a eficiência de um abandono faz com que haja uma redução de perdas humanas, principalmente em edifícios de vários pavimentos, tais como creches, hospitais, escolas e qualquer estabelecimento em que haja um número considerável de pessoas fixas ou circulantes. Uma outra imformação ainda muito importante sobre o plano de abandono de área é que ele é um plano complementar ao Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), sendo assim, cada instituição deverá montar o seu. E, lembramos que o principal objetivo de um plano de abandono de área é preservar a vida, proteger o patrimônio físico e o meio ambiente, adotando medidas que Através do vídeo indicado a seguir, um simulado de um incêndio em uma sala de cinema de um shopping, você terá conhecimento de quais os procedemintos para um plano de evacuação do local. https://www.youtube.com/watch?v=3sPocLFvXVY&t=8s 42 possibilitem a rápida e eficiente atuação das pessoas que compõem a brigada de incêndio e de abandono em situações de emergência. Além da própria Norma Regulamentadora NR – 23 (Proteção Contra Incêndios), temos a Norma Regulamentadora NR – 26 (Sinalização de Segurança), a NBR 14.276:2020 (Brigada de Incêndio e emergência – requisitos e procedimentos), e a NBR 15.219:2020 ( Plano de emergência — Requisitos e procedimentos). 3.3 Plano de Auxílio Mútuo O Plano de Auxílio Mútuo (PAM) é celebrado por duas ou mais empresas, privadas ou públicas e órgãos municipais, estaduais e federais, com o compromisso de ajudar de forma cooperada e efetiva em caso de emergências ou desastres e também na resposta a emergências nas instalações das empresas que integram o PAM e respectiva área de atuação, mediante a utilização de recursos humanos e materiais de cada empresa ou instituição integrante (BRASIL, 2020). De forma geral, o PAM deve treinar e formar equipes especializadas em socorro, resgate, combate a incêndio, vazamentos de produtos perigosos e auxílios aos feridos. Para saber quais devem ser os procedimentos de proteção contra incêndios e aprofundar seus estudos nesta área, acesse a Norma Regulamenadora NR – 23. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/normas-regulamentadoras/nr-23.pdf Acessou e leu a NR – 23? Ficou alguma dúvida? Vejamos abaixo mais algumas outras normas que tratam da proteção em casos de sinistros com incêndio. Tudo certo até aqui? Vamos ver agora um outro procedimento de emergência, o Plano de Auxílio Mútuo! 43 Vale ressaltar que a união de várias empresas que estejam próximas ou dentro do mesmo território onde ocorra um sinistro, por exemplo, terá uma eficácia maior no controle deste evento perigoso do que apenas o esforço da empresa sinistrada. Pois, por meio da elaboração de protocolos próprios, as empresas dividem equipamentos e pessoal habilitado para socorrer as instalações de qualquer um dos membros, multiplicando o poder de resposta em casos extremos. Portanto, o treinamento conjunto, o conhecimento de todas as plantas fabris e comerciais, o comprometimento com a resposta rápida e parceria nas decisões colegiadas é fundamental dentro desse processo. Através do PAM é possível formar uma força tarefa capaz de oferecer atendimento rápido e preciso a qualquer ocorrência anormal que venha a acontecer. Veja abaixo, de forma simplificada, o que quer dizer cada parte do PAM: Figura 9 – Conceito do PAM. Fonte: A autora, 2022. Descrição: A imagem ilustra um fluxagrama em setas sobre o que quer dizer as palavras Plano, Auxílio e Mútuo. O retângulo na cor azul representa a palavra Plano e diz que é planejamento das ações, ou seja, o conjunto dessas ações para atingir o objetivo. Já o retângulo na cor verde com a palavra Auxílio, representa assistência, ajuda, subsídio e socorro. O último retângulo na cor laranja com a palavra Mútuo, representa recíproco. O PAM tem como objetivo principal reunir recursos e assegurar maior eficiência e conhecimento técnico no atendimento de emergências dentro de uma determinada região, como também definir ações eficientes, rápidas e coordenadas para o atendimento nos casos de emergência, assim como proporcionar aprimoramento técnico, promovendo integração entre os participantes, troca de informações e conhecimento dos riscos potenciais de desastres na região de abrangência. Plano • Planejamento das ações, ou seja, o conjunto dessas ações para atingir o objetivo. Auxílio • Assistência, ajuda, subsídio, socorro. Mútuo •Recíproco. 44 A importância de se ter um Plano de Auxílio Mútuo ficou bem evidenciada durante a ocorrência de alguns acidentes que marcaram a história do Brasil, por exemplo. Veja abaixo alguns exemplos deocorrências/desastres em território Nacional: • Vazamento de petróleo de grandes proporções em que resultou num enorme incêndio na cidade de Cubatão, SP, em 1984. Este sinistro vitimou diversas pessoas e causou um desastre ambiental irreversível (SINDIPETRO LP,2020); • Outro grande vazamento de óleo utilizado para refino, ocorreu em Araucária, PR, em 2000. Cerca de 25 mil barris, contaminou a bacia dos rios Iguaçu e Barigui (FOLHA DE SÃO PAULO, 2020); • Um incêndio em uma boate conhecida como Boate Kiss, ocorreu no Rio Grande do Sul, em 2013 e deixou um grande número de jovens mortos e uma grande quantidade de feridos (WIKIPEDIA, 2020); • Já em 2015, o rompimento da barragem do Fundão ocorrido em Mariana, MG, deixou inúmeros mortos e milhares de desabrigados, além de destruir uma cidade histórica. O impacto ambiental foi tão grande que atingiu vários estados, dizimando o ecossistema, fauna, flora, contaminando lençóis freáticos e rios (WIKIPEDIA, 2020); • Em 2018, no Museu Nacional, RJ, ocorreu um incêndio de grandes proporções, onde o prédio foi totalmente destruído e, portanto, queimando um acervo histórico de mais de 200 anos (BBC NEWS, 2020). • Em 2019, tivemos o rompimento da barragem do córrego do feijão, na cidade de Brumadinho, MG, deixando diversas vítimas e que algumas delas, até hoje não apareceram. Além dos danos humanos, este acontecimento deixou uma devastação e um grande impacto ambiental em toda região causado pelo grande volume de lama que atingiu a flora e fauna daquela região sem precedentes (FOLHA DE SÃO PAULO, 2020). • 2022, início do ano, fortes chuvas atingem a cidade de Petrópolis, RJ, deixando mais de 200 pessoas mortas e centenas de desabrigados. Tragédia esta já ocorrida a 10 anos atrás pelas mesmas causas (Portal G1, 2022). 45 Figura 10 – Bombeiros realizando remoção do corpo de vítima da tragédia de Petrópolis Fonte: Portal G1, 2022 Descrição: Equipe de corpo de bombeiros em cima dos destroços deixados pelas fortes chuvas, a procura de vítimas. Diante de todos esses cenários, fica notável a falta ou mesmo o pequeno investimento em manutenções nas estruturas e equipamentos que ajudam a prevenir esses tipos de tragédias. Sendo assim, é necessário que ações eficazes para prevenção de acidentes e atendimento às vítimas tornem-se prioridade em todas as instutições. Todos estes sinistros, nos mostram que os acidentes e as tragédias acontecem, e não sinalizam muitas vezes o momento que podem acontecer. E, na maioria das vezes é imprescindível estar preparado para conter os possíveis danos no momento e o PAM é uma dessas ferramentas. Um bom exemplo de um PAM, é o de SUAPE, no Estado de Pernambuco. Ele é composto por empresas privadas, órgãos públicos como Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária, no litoral Sul e o PAM - Curado em Jaboatão dos Guararapes e regulamentado pela NR - 29, a qual trata da segurança e saúde no trabalho portuário. O PAM – SUAPE, constitui um plano de segurança, que visa à prevenção, controle e mitigação de emergências que possam ocorrer nas empresas do porto, incentivando a atuação cooperativa e de forma organizada. As suas revisões ocorrem a cada 02 anos ou conforme demanda, sendo as modificações realizadas mediante aprovação de representantes das empresas e das instituições que participam do PAM. É importante deixar aqui para você, quais as etapas que devem estar presentes para que se possa colocar em operação o PAM, veja abaixo: 46 Figura 11 – Etapas para operacionalizar o PAM Fonte: A autora, 2022 Descrição: A imagem mostra um fluxoagrama em círculos coloridos. O primeiro círculo na cor azul contém a informação de “articulação para formar o PAM”; o segundo círculo na cor turquesa contém a informação “estabelecer estatuto próprio”; o terceiro círculo na cor verde escuro contém a informação “definir coordenação do PAM”; o quarto círculo na cor verde musgo contém a informação “reuniões periódicas”; o quinto círculo na cor verde claro contém a informação “planejar ações”; o sexto círculo na cor contém a informação “realizar capacitação e treinamento”; e o sétimo e último círculo na cor laranja contém a informação “realizar simulado”. Articulação para formar o PAM Estabelecer estatuto próprio Definir coordenação do PAM Reuniões periódicas Planejar ações Realizar capacitação e treinamento Realizar simulados Sim, não esquece de assistir a vídeoaula desta competência 3, para aprofundar seus conhecimentos neste assunto. Oh, também não deixa de tirar suas dúvidas no fórum de dúvidas e discussão da disciplina e compartiplhar seus conhecimentos com os colegas no fórum! 47 Então é isso estudante, chegamos ao fim de mais uma competência e agora você já sabe o que são, para que servem e a importância de: um Plano de Emergência, um Plano de Abandono de Área e um Plano de Auxílio Mútuo. Bons estudos! 48 4.Competência 04 | Planejar e Estruturar a Organização para Suportar Procedimentos de Emergência Estudante, neste momento damos início a quarta competência. Nela serão aprofundados conceitos e técnicas, assim como exemplificadas situações relacionadas aos procedimentos de atendimento em casos de emergências. Serão apresentadas ainda, ações que as Organizações/Empresas devem se estruturar para a implementação e manutenção das mesmas, mantendo assim a priorização da saúde e segurança dos trabalhadores e da população. Pois bem estudante, as ações planejadas de um Plano de Prevenção e Controle de Emergência fundamentam-se nas Normas e Leis abaixo mencionadas como forma de garantir ao empreendimento o cumprimento de suas obrigações em conformidade com as legislações vigentes as quais destacamos abaixo: • República Federativa do Brasil, CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, CAPÍTULO V - DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO. Brasil: Casa Civil, 1978. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 5461 - Iluminação. Rio de Janeiro: ABNT, 1991. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14561 - Veículos para atendimento a emergências médicas e resgate. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 13714 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. Ah, mas antes de prosseguir com o estudo desta competência, confere lá o nosso podcast sobre o que vai rolar nesta semana, ok?! Lembra que você viu o que é um Plano de Emergência, pra que serve e como ele deve ser realizado? 49 • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12779 - Mangueira de incêndio - Inspeção, manutenção e cuidados. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. • Ministério do Trabalho e Previdência, NR 23 – Proteção contra incêndios. Brasil: SIT, 2011. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 10898 – Sistema de Iluminação de Emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR ISO/CIE 8995-1 - Iluminação de ambientes de trabalho (Interior). Rio de Janeiro: ABNT, 2013. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12962 – Extintores de incêndio — Inspeção e manutenção. Rio de Janeiro: ABNT, 2016. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14276 - Brigada de incêndio - Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14608 – Bombeiro civil – Requisitos e Procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 16820 - Sistemas de sinalização de emergência — Projeto, requisitos e métodos de ensaio . Rio de Janeiro: ABNT, 2021. Ufa!!! Você percebeuque são muitas as Normas que um Plano de Emergência deve seguir, que cada uma delas é específica para determinada atividade, equipamento, etc, não é mesmo? Porém, não mais importante que seguir todas as Normas estabelecidas por Lei, é que este deve ser um documento de livre acesso a todos os trabalhadores da empresa podendo conter mapas e desenhos de fácil entendimento de acordo com as diversas situações vivenciadas dentro do ambiente de trabalho. Essas ações acompanhadas com treinamentos podem ajudar, por exemplo, na hora da evacuação de uma área durante uma situação de emergência. 50 Agora vamos entender quais os passos que as empresas devem trilhar para a construção do seu plano de emergência, do seu plano de auxílio mútuo, de como construir e treinar sua equipe e também o seu plano de abandono. 4.1 Construção dos planos de emergência Dentre os objetivos que uma empresa deve conter no seu Plano de Emergências podemos destacar os seguintes: 1. Proporcionar uma resposta rápida e eficaz face à ameaça ou ocorrência de incêndios e acidentes em geral, de forma a minimizar os danos para o ambiente, bem como o impacto sobre os bens econômicos e sociais das populações situadas na sua proximidade; 2. Contextualizar, de forma resumida, as principais características das instalações da Empresa em questão em termos de localização, características construtivas, riscos específicos da Empresa, dentre outras; 3. Apresentar as medidas de controle de emergência existentes; 4. Definir os procedimentos básicos de emergência contra incêndio; 5. Definir e organizar as ações da Brigada de Emergência da Empresa; 6. Levantar e criar as ações de mitigação para os principais cenários acidentais da Empresa; 7. Definir e programar as ações de melhoria das condições de segurança da Empresa. Um Plano de Emergência a depender do empreendimento, deverá contemplar informações como, por exemplo, âmbito de aplicação, descrição da planta (características da localidade e vizinhança), classe de ocupação, características construtivas, população (fixa e flutuante), horário de funcionamento, pessoas portadoras de necessidades especiais, riscos específicos inerentes às atividades, riscos externos às atividades (sismos, enchentes e alagamentos, atos de terrorismo, sabotagem e manifestação de populares, raios, tentativas de suicídio), meios de ajuda externa (corpo de bombeiros, SAMU, etc.). 51 4.1.1 Plantas de Emergência A Planta de Emergência contempla a localização dos equipamentos e kits de emergência, além das rotas de fuga e pontos de encontro. As plantas de emergências, devem ser sempre mantidas atualizadas e serem afixadas em local visível no acesso às principais edificações da empresa. 4.1.2 Rota de Fuga As rotas de fuga e saídas de emergência encontram-se determinadas na Planta de Emergência, devendo permanecer sempre desobstruídas e sinalizadas, visando garantir a eficácia na evacuação e minimizar o tempo de resposta em caso de emergências (Ver Figuras abaixo). Entendeu como deve ser a Construção dos Planos de Emergência? Tudo certo até aqui? Se não, revise o conteúdo antes de prosseguir com a leitura. Vamos lá ... estudaremos agora sobre Plantas de Emergência e Rotas de Fuga ... 52 Figura 12 - Plano de Evacuação Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/signs-evacuation-plan-building-case-fire-509461135 Descrição: A figura tem como título o nome Plano de Evacuação. A figura se divide em duas partes: o lado esquerdo, no canto superior tem uma placa vermelha com um nome escrito na cor branca em inglês Ecacuation Plan e logo abaixo tem uma mini planta de um ambiente com indicações de placas de sinalizações e setas indicativas de um plano de abandono de área. No lado direito da figura tem doze placas de sinalizações que podem ser utilizadas numa planta de abandono de área. Figura 13 – Evacuação de uma edificação Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/evacuacao-de-alunos-da-ilustracao-em-vetor-cor-lisa-predio-escolar- alunos-e-funcionarios-saindo-de-emergencia-criancas-seguem-a-rota-de-fuga-de-personagens-de-desenhos-animados- em-2d-com-instalacoes-educacionais-ao- fundo_21940966.htm#query=evacua%C3%A7%C3%A3o%20de%20%C3%A1rea&position=41&from_view=search Descrição: A figura ilustra uma situação de evacuação de uma edificação onde, mostra uma mulher usando uma saia azul na altura do joelho, camisa branca mangas curtas e sapato branco. A mulher está em frente a uma porta aberta e indica a saída para as outras pessoas que estão no local onde há presença de fumaça. 53 As rotas de saída devem ter iluminação natural e/ou artificial em nível suficiente, de acordo com a NBR ISO/CIE 8995-1: 2013 - Iluminação de ambientes de trabalho (Interior) e NBR 5461: 1991 Iluminação. Mesmo nos casos de edificações destinadas a uso unicamente durante o dia, é indispensável a iluminação artificial noturna para situações de emergência. As populações fixas e flutuantes da empresa devem ser orientadas quanto às rotas de fuga, saídas de emergência, ponto de encontro e sinalização de emergência. 4.2 Construção e fortalecimento de Planos de Auxílio Mútuo (PAM) Você viu na competência 3 que o PAM é um plano assinado por duas ou mais empresas privadas ou públicas, com o compromisso de se ajudarem em caso de emergências ou desastres. Porém, as empresas possuem suas obrigações para poderem participarem do PAM, vejamos algumas delas: I. Adquirir e manter em boas condições de uso o kit mínimo do PAM; II. Possuir Licença de Operação (LO), ou Ajustamento de Conduta Ambiental - Fornecido pelo Instituto Ambiental do Estado a qual esteja instalada; III. Possuir Certificado de vistoria aprovado pelo Corpo de Bombeiros local; IV. Estar instalada ou operar em área de abrangência do PAM; Você sabe o que é população fixa e flutuante? Não? Então segue a dica. A população fixa é composta por funcionários próprios com posto de trabalho fixo na Empresa, os quais permanecem regularmente na Empresa. A população flutuante é composta, fundamentalmente, por clientes, independentemente do tempo de permanência, e visitantes durante eventos de negócios ou a lazer. Também faz parte da população flutuante motoristas e entregadores de mercadorias como: verduras, frutas, alimentos, materiais de limpeza, equipamentos, bebidas, flores para ornamentação, dentre outras a depender do ramo da atividade da Empresa. 54 V. Dispor de plano de ação de emergência individual nos moldes preconizados pela legislação e pelas boas práticas de Engenharia de Segurança; VI. Participar e promover treinamentos simulados de emergência; VII. Dispor de dispositivo de comunicação; VIII. Estabelecer Plano de Atendimento a Emergências (ou Plano de Contingências) para os cenários acidentais identificados nas suas instalações, prevendo a participação do PAM e designando pessoas com autoridade para compor o Comando Unificado juntamente com a autoridade pública. Agora que você sabe das obrigações das empresas para participarem do PAM, veja também os procedimentos que elas devem seguir para o fortalecimento dele. 4.2.1 Treinamentos de Simulação de Emergência e Evacuação Todos os Procedimentos Básicos de Emergência deverão ser testados através de simulações periódicas. Veja, você futuro TST deve conhecer cada detalhe do que vai ser dito e qual será seu papel neste processo. Os simulados serão preparados e realizados pelo Setor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde – SMS em conjunto com a Gerência Geral da empresa. E, em algumas situações, sob a coordenação de consultoria especializada. Caberá ao Setor de SMS, em conjunto com a Gerência Geral da empresa, a escolha das áreas e dos cenários de emergência para os simulados. Ah, cada Estado deverá ter seu próprio regimento, então,alguns desses tópicos podem diferenciar um pouco, mas no geral seguem o mesmo padrão. 55 a) Preparação do Simulado Na fase de preparação do simulado, deve-se definir dentre os membros da Brigada de Emergência uma Equipe de Avaliação de Simulado para analisar junto à consultoria especializada o relatório do Simulado e traçar o Plano de Ação. A equipe deverá ser formada por, no mínimo, 03 (três) participantes, dentre eles: a) Gerente Geral; b) Chefe da Brigada; c) Membro do setor de SMS. I. Comunicação do Simulado A comunicação dos Simulados de Emergência e Evacuação deverá se dar da seguinte forma: • As primeiras simulações deverão ser realizadas com comunicação prévia à população da Empresa e demais autoridades competentes; • Todo simulado deverá ser organizado pelo Setor de SMS, mediante autorização da Gerência Geral da Empresa, e comunicado ao Corpo de Bombeiros; • Com base nos resultados das avaliações do Simulado e dos demais treinamentos, será definido o momento a partir do qual os simulados serão realizados sem comunicação prévia à população da Empresa, a saber: todos os empregados e terceiros, Membros da Brigada, SESMT de terceirizadas, Supervisores, Gerentes e Coordenadores, inclusive de terceirizadas. II. Relatório do Simulado Todo simulado, após sua realização, será criticamente analisado pela Equipe de Avaliação de Simulado, e deverá ser emitido um relatório. A partir de agora, estudaremos sobre Inspeção e Manutenção dos equipamentos de emergência... 56 4.2.2 Inspeção e Manutenção dos equipamentos de emergência O planejamento de inspeção e manutenção dos equipamentos de combate a incêndio e de primeiros socorros deverá ser realizado de forma preditiva e preventiva como forma de minimizar as possibilidades de falhas destes durante a ação da Brigada em contenção de acidentes e emergências. a) Extintor Os extintores devem ser inspecionados visualmente pela Brigada de Emergência, com periodicidade mínima trimestral, considerando que mensalmente a Brigada desenvolverá a atividade para uma amostragem mínima de 33 % (trinta e três por cento) da quantidade total de extintores. Para registro das inspeções de extintores pela Brigada de Emergência deverá ser criado um documento chamado Anexo – Inspeção de Extintores. Em atendimento à NBR 12962:2016 – Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio, deverá ser realizada inspeção por profissional habilitado com a frequência de 06 (seis) meses para extintores de incêndio com carga de gás carbônico e cilindros para o gás expelente, e de 12 (doze) meses para os demais extintores. Caberá ao profissional habilitado emitir relatório contemplando no mínimo as seguintes informações: data da inspeção e identificação do executante; identificação do extintor; localização do extintor; nível de manutenção executado, discriminado de forma clara e objetiva. As manutenções, recargas e testes hidrostáticos deverão ser realizados por profissional habilitado de empresa contratada em local externo à Unidade, respeitando as determinações da NBR 12962:2016 – Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio e considerando que todos os extintores coletados serão substituídos temporariamente pela contratada durante o período em que o serviço for realizado. b) Sistema de Hidrantes Conforme determinações da NBR 13714:2000 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio, as inspeções deverão ser realizadas com as seguintes periodicidades: 57 • Primeira: Após a conclusão da instalação do sistema ou de reformas: Realizada por profissional habilitado para garantir a aceitação do sistema instalado em conformidade com o Projeto de Incêndio da Empresa. Ao término da Inspeção, deverá ser emitido parecer que contemple os resultados de inspeção visual (conformidade dos equipamentos e acessórios instalados), ensaio de estanqueidade das tubulações dos sistemas e dos reservatórios, ensaio de funcionamento de todos os pontos de hidrantes e/ou mangotinhos, análise da conformidade das tubulações executadas, bem como análise do registro das modificações introduzidas pelo instalador no projeto (com aprovação do projetista). • Segunda: Inspeções Periódicas: Realizada trimestralmente pelos membros da Brigada de Emergência, visando garantir que o sistema esteja inteiramente ativo e em estado de prontidão para imediata utilização. A vistoria contempla inspeção visual e identificação do pessoal da Brigada envolvido com a preservação e a utilização do sistema, e deve ser levado em consideração. Para registro das inspeções do Sistema de Hidrantes pela Brigada de Emergência deverá ser utilizado o Anexo – Inspeção de Sistema de Hidrantes, o qual especificará as condições da Brigada de Emergência e da instalação do sistema. c) Plano de Manutenção Caberá à Brigada de Emergência montar o Plano de Manutenção de todos os equipamentos de combate a incêndio e de primeiros socorros, de modo a garantir a melhor preservação de todos os componentes da instalação, constando também as providências a serem tomadas para execução da manutenção preventiva e preditiva, assim como da corretiva, a qual não deve ultrapassar o prazo máximo de 01 (um) ano. Responsáveis pelas inspeções: • A inspeção dos equipamentos de combate a incêndio deverá ser realizada pelo setor de Manutenção da Empresa e a Brigada de Emergência deverá fiscalizar a atividade e emitir um relatório mensalmente, onde o mesmo será entregue ao setor de SMS da Empresa. 58 Cabe ao Plano de Manutenção garantir: • Bom estado de conservação do corpo das válvulas angulares e de abertura rápida da válvula com relação à corrosão e vedação completa quando fechadas; • Bom estado de conservação das válvulas de controle seccional, inclusive com relação a vazamentos no corpo, castelo ou juntas; • Cumprimento da NBR 12779:2009 - Mangueira de incêndio - Inspeção, manutenção e cuidados, quanto à inspeção de mangueiras de incêndio, manutenção e acondicionamento adequado; • Uso adequado de esguichos e verificação da capacidade de manobra; • A integridade física dos abrigos; • Tubulações e instalações hidráulicas pintadas sem qualquer dano, inclusive com relação aos suportes empregados; • Sinalização conforme o especificado; • Eficácia e funcionamento dos dispositivos de controle da pressão usados no interior das tubulações; • Eficácia e funcionamento de bombas, motores e tanque de armazenamento de água; • Eficácia e funcionamento do sistema de iluminação de emergência. 4.2.3 Kits de Emergência Deverá existir nas instalações da Empresa KIT’s DE EMERGÊNCIA a serem alocados em pontos estratégicos das instalações da Empresa, acondicionados dentro de compartimentos de material não inflamável, adequadamente sinalizados, e com lacre de fácil ruptura, a serem utilizados em situações de emergência ou de simulações. Veja nos quadros abaixo, exemplos de Kit’s de Emergências para alguns locais específicos de um hotel. Tipo de Kit – PROTEÇÃO INDIVIDUAL CONTRA INCÊNDIO ( 4 unidades) Locais de Instalação: 2 subsolo; 1 no 10º andar; 1 cobertura. 59 Material Quantidade (em cada Kit) Material Quantida de (em cada Kit) Balaclava 04 Capacete de Combate a Incêndio com Protetor Facial e Pala Protetora de Nuca 04 Bota de Combate a Incêndio 04 pares Luva de Combate a Incêndio 04 pares Capa de Aproximação 04 ---- ---- Quadro 01 - Componentes dos Kit’s de Emergência Fonte: A autora, 2022. Tipo de Kit – PRIMEIROS SOCORROS ( 4 unidades) Locais de Instalação: 2 subsolo; 1 no 10º andar; 1 cobertura. Material Quantidade (em cada Kit) Material Quantidade (em cada Kit) Água Oxigenada 01 Manta Térmica Aluminizada 01 Álcool Etílico a 70% em Gel 01 Máscara Descartável para RCP 02 Algodão hidrófilo 01 Povidineou similar 01 Atadura de Crepe de 30 cm 05 Soro Fisiológico 0,9% em Tubos de 250ml 01 Colar Cervical 01 Jogo de Tala Aramada para Imobilização Vários Tamanhos 01 Jogo Esparadrapo 01 Tesoura Multi Uso 01 Gaze Esterilizada 05 Tesoura Ponta Romba 01 Luva Esterilizada 10 Pares Óculos de Segurança Ampla Visão 06 Desfibrilador (Lobby) * Prancha Rígida 01 60 NOTA: Desfibrilador: É um equipamento utilizado na parada cardiorrespiratória com objetivo de restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco. Tem o propósito de ser utilizado por público leigo, com recomendação que o operador faça curso de Suporte Básico em parada cardíaca. Não há consenso na utilização de crianças com menos de 30 kg. O DEA, Desfibrilador Automático Externo, é equipamento capaz de efetuar desfibrilação com leitura automática, independente do conhecimento prévio do operador. * Disponibilizar apenas 01 (um) desfibrilador no Lobby. Quadro 02 - Componentes dos Kit’s de Emergência Fonte: A autora, 2022. 4.3 Construção e fortalecimento de equipe treinada A capacitação de trabalhadores para contenção de emergências deve se dar, inicialmente, através do Treinamento de formação de Membros de Brigada de Emergência, com conteúdo programático e carga horária determinada pela NBR 14276:2020 – Brigada de Incêndio – Requisitos. Veja um exemplo prático de um hotel. Segue abaixo as informações do cronograma de treinamento da Brigada. 61 Quadro 03 - Cronograma de treinamento para Membros da Brigada de Emergências. Fonte: A autora, 2022. Grupo de Ocupação Descrição Divisão Grau De Nível de Treinamento Carga Horária de Formação Nº Mínimo de Risco Indicado Inicial Complementar Brigadistas Serviço de Hospedag em Destinado a Hotéis, motéis, pensões, hospedari as, pousadas, albergues, casas de cômodos e divisão A3 com mais de 16 leitos. B-1 Mé dio Intermediá rio 2 0 h 4 0 h 26 NOTA: ● O dimensionamento do quantitativo de Brigadistas deve estar detalhado num documento criado a parte chamado: Anexo - Dimensionamento da Brigada de Emergência; ● A carga horária de formação INICIAL deverá ser composta por: Carga horária Teórica: Combate a Incêndio (04 horas); Primeiros Socorros (08 horas) = Total de 12 horas; Carga horária Prática: Combate a Incêndio (04 horas); Primeiros Socorros (04 horas) = Total de 08 horas; ● A carga horária de Formação COMPLEMENTAR deverá ser composta por: Carga horária Teórica: Sistema de Controle de Incidentes (01 hora); Resgate de Vítimas em Espaços Confinados (04 horas); Resgate em Vítimas em altura (04 horas); Proteção Respiratória (01 hora); e Emergências Químicas e Tecnológicas (04 horas) = Total de 14 horas; 62 4.3.1 Treinamento Complementar da Brigada de Emergência Após a realização do treinamento de formação de Membros de Brigada de Emergência, deverão ser realizados treinamentos complementares com conteúdo programático e carga horária determinada pela NBR 14276:2020 – Brigada de Incêndio – Requisitos, que deverá ser definido num anexo à parte chamado Anexo – Cronograma de Ações. 4.3.2 Treinamentos para Leigos Além do treinamento de formação da Brigada de Emergência, os procedimentos de contenção de emergência e de evacuação adotados deverão ser divulgados nas seguintes ocasiões: • Integração para população fixa e flutuante (trabalhadores, terceiros, prestadores de serviços, clientes e visitantes); • Na aplicação de Ordens de Serviço; • Periodicamente e sempre que houver mudança na Empresa ou no desenvolvimento de atividades que impliquem na alteração dos cenários de emergência; • Periodicamente para capacitação e reciclagem dos membros de Brigada de emergência; • De acordo com o Anexo – Cronograma de Ações, definido no Plano de Prevenção e Controle de Emergência; • Simulação de Sinistros e Emergências. 4.3.3 Reuniões da Brigada As reuniões da equipe de brigada podem e devem acntecer de duas formas: reuniões ordinárias ou reuniões extraordinárias. Vamos entender a diferença entre elas abaixo?! 63 a) Reunião Ordinária Como ação de manutenção de um Plano de Prevenção e Controle de Emergência, cabe à Brigada de Emergência estabelecer um calendário anual de Reuniões Ordinárias, onde deverão ser discutidos e acompanhados os seguintes itens: • Cronograma do Plano de Prevenção e Controle de Emergência; • Cumprimento das responsabilidades de cada membro da Brigada e do Grupo de Apoio dentro do PPCE; • Inspeção, Manutenção e Condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio e de primeiros socorros; • Apresentação dos problemas relacionados à prevenção de incêndios, encontrados nas inspeções, para que sejam feitas propostas corretivas; • Atualização de técnicas e táticas de combate a incêndios; • Outros assuntos de interesse. b) Reunião Extraordinária As reuniões extraordinárias devem ser realizadas sempre que: • Ocorrer um exercício simulado; • Ocorrer um sinistro; • Ocorrer acidente de média ou alta gravidade na Empresa; • For identificado um risco iminente; • Ocorrer uma alteração significativa dos processos operacionais, de área ou layout; • Houver a previsão de execução de serviços que possam gerar risco significativo. Lembrando que todos devem conhecer as rotas de fugas e pontos de encontro, conhecer as checagens que devem ocorrer antes de iniciar o abandono e possuir um senso de coletividade que distenda as preocupações de sobrevivência com os colegas e comunidade do entorno. Vamos lá ... ainda não acabou ... estudaremos agora sobre Construção de Planos de Abandono... 64 4.4 Construção de Planos de Abandono Um Plano de Abandono de Área tem como objetivo definir uma série de procedimentos em situações de emergência, de modo a garantir uma evacuação segura e rápida dos trabalhadores e outras pessoas que estejam utilizando uma determinada área. Sendo assim, veja agora um exemplo prático de abandono de área em escolas: Os professores são os primeiros responsáveis pela evacuação da sala de aula. Normas de evacuação 1. Ao sinal de alarme, seguir as instruções do professor(a); 2. O aluno próximo à porta deve pegar a placa de identificação da sala e sair para que os demais alunos o sigam em fila indiana; 3. Esta placa deve ser entregue ao brigadista no destino estipulado; 4. Não se preocupar com o material escolar. Deixá-los sobre as mesas e sair; 5. Seguir as setas de saída e as indicações dos sinaleiros, em silêncio, sem gritos nem algazarras; 6. Não correr, mas sair em passos apressados; 7. Descer as escadas em fila indiana e encostado à parede e sempre segurando no corrimão, e mão no ombro do aluno à frente; 8. Não voltar para trás; 9. Não parar nas portas de saída, pois estas devem estar livres; 10. Dirigir-se para o local que o professor(a) indicar “ponto de encontro", local pré- estabelecido, para conferir se não falta ninguém; 11. Manter-se no ponto de encontro até receberem novas orientações. 65 Figura 13 - Sala de aula Fonte: ETEC de Heliópolis, 02/2018, 4ª Edição. Descrição: A figura tem como título sala de aula. Ela mostra um esquema de uma sala de aula, onde, tem-se um retângulo que no lado esquerdo no canto inferior é a porta; no lado direito no canto superior e pegando parte central é a janela; em um dos lados centrais do retângulo está lousa; dentro do retângulo, estão enumeradas as poltronas de 1 à 16 com indicações de setas para que dessa forma sigam em fila indiana na hora do abandono da sala de aula. Em caso de sinistro em uma sala de aula, você sabe como proceder? Não? Então presta atenção nas instruções a seguir! Ao comando do professor, o aluno que se encontra na fila mais próxima e na cadeira ao lado da porta é o primeiroa sair e os alunos da mesma fila o seguem conforme esquema abaixo (1,2,3,...). Ao sair o último aluno desta fila, procede-se da mesma forma com as filas seguintes. Veja, através da figura abaixo um exemplo deste tipo de situação. 66 Uma outra situação muito comum também no nosso dia a dia é o uso de elevadores. E como devemos utilizá-lo de forma correta em casos de emergências? Veja alguns casos abaixo: É muito importante sempre orientar as pessoas para que: • Nunca abrir a porta do elevador sem verificar se ele já esteja parado no andar; • Nunca tente fechar a porta do elevador com as mãos ou objetos; • Nunca fumar ou está fumando ao entrar no elevador; • Nunca forçar a porta do elevador para abri-la (Figura abaixo); • Nunca chamar vários elevadores ao mesmo tempo. É direito seu, peça ao síndico do prédio, que o local de acesso à porta do elevador seja bloqueado quando ele estiver em manutenção ou revisão técnica. Afinal, segurança em primeiro lugar! Figura 14 - Forçar a abertura da porta do elevador Fonte: https://www.duasequatrorodas.com.br/blog/o-que-fazer-quando-o-elevador-trava/ Descrição: A figura tem como título forçar a abertura da porta do elevador. A imagem mostra duas mãos femininas com unhas pintadas de vermelho, forçando a abertura da porta do elevador. Que tal assistir o vídeo e ver na prática o Plano de Evacuação em Escolas. https://www.youtube.com/watch?v=vm2J2N03mhI 67 Cuidando das Crianças! Nunca deixem que crianças utilizem o elevador sozinhas (Figura abaixo) ou acompanhadas apenas de outras crianças. O elevador é local de transporte de pessoas e cargas e não é um lugar para brincadeiras, sendo assim, seus pais, responsáveis ou demais, devem orientá-las a usar o elevador com segurança, recomendando-as a: • Nunca ligar os botões sem necessidade e quando estiverem sozinhas; • Nunca saltar ou pular dentro do elevador; • Nunca colocar as suas mãozinhas na porta; • Nunca entrar antes de um adulto no elevador, assim que a porta se abre. Figura 15 - Crianças desacompanhadas esperando o elevador Fonte: https://matematicaressucat.wordpress.com/2009/08/24/exercicio-para-o-7%C2%BA-ano/ Descrição: A figura tem como título crianças desacompanhadas esperando o elevador. A imagem mostra várias crianças desacompanhadas por adulto em frente a porta do elevador aguardando ele chegar para poder entrar. Muita atenção nesses casos!!! Em caso de incêndio, nunca utilize os elevadores. O abandono da edificação sempre deve ser feito pelas escadas, obedecendo ao plano de abandono. 68 Devemos manter a calma, pois o perigo não é imediato; Veja o que você deve fazer: 1. Você deverá ligar o botão de alarme e/ou acionar o interfone para pedir ajuda, ok; 2. Agora você, deverá chamar o zelador, se for o caso, e, se necessário, ou o Corpo de Bombeiros (disque 193); 3. Pronto, agora é só manter a calma e aguardar. Bons estudos!! Mas, e se eu estiver dentro do elevador e o elevador parar?? Já pensou? Nada de pânico!!! Veja as dicas a seguir. Enfim, agora que você leu um pouco sobre como as Empresas/Organizações devem proceder para a construção e fortalecimento de seu Plano de Emergência, Plano de Auxílio Mútuo, sua Equipe e seu Plano de Abandono, respire um pouco e depois assista com calma a videoaula e faça a atividade semanal e aula atividade, assim como participe das outras atividades disponibilizadas ao longo desta semana. 69 5. Competência 05 | Controlar as Perdas Acidentais que Envolvam Colaboradores, Parceiros, Fornecedores, Clientes, Comunidade e a Propriedade Ao longo destas semanas, tivemos a oportunidade de verificar quais os procedimentos que devem ser adotados pelas empresas em casos de emergências e sinistros, porém chegou o momento em que as instituições devem tentar administrar as consequências indesejáveis ocorridas das emergências. Para darmos início ao nosso estudo sobre como administrar as consequências danosas causadas pelos sinistros, vejamos um breve histórico sobre o prevencionismo no Mundo. Os primeiros indícios de ações prevencionistas iniciaram após o nascimento da revolução industrial, por volta de 1860. Em meados do século XIX, na Inglaterra, ocorreu a união de trabalhadores e homens públicos para a concretização das bases da política prevencionista, surgindo após a Segunda Guerra Mundial na Europa. Nos EUA foi sustentada e aprimorada pela ação conjunta de empresários, trabalhadores e organizações governamentais. No Brasil, foi introduzido pelas filiais de empresas multinacionais com o objetivo de reduzir os custos relativos ao pagamento de seguros e, ao mesmo tempo, aumentar a proteção do patrimônio e dos trabalhadores. Apenas no final da década de 80 é que iniciou a divulgação e utilização por um número maior de empresas. No ano de 1928, o American Engineering Councill já fazia referência à relação existente entre os custos indiretos (não segurados) e os custos diretos (segurados) dos acidentes. Ah, mas antes de proseguir com o estudo desta competência, confere lá o nosso podcast sobre o que vai rolar nesta semana, ok?! 70 Concedia aos custos indiretos o pagamento de salários improdutivos, as perdas financeiras, a redução de rendimento da produção, e as falhas no cumprimento de prazos de entrega de produtos, etc. Veja agora de forma mais clara, através do fluxograma abaixo, como se deu a evolução dos fatos históricos da prevenção na área da saúde do trabalho. Figura 16 - Fluxograma fatos históricos Fonte: A autora, 2022. Descrição: A imagem tem como título fluxograma fatos históricos. É composta por oito setas coloridas que indicam um fato histórico diferente. A primeira seta refere-se a “revolução industrial”; A segunda seta, refere-se a “Mudanças nas relações entre homem e trabalho”; A terceira seta, refere-se a “Surgimento dos riscos e acidentes de trabalho”; A quarta seta trata sobre “Exigência de melhores condições de trabalho e proteção ao trabalhador”; A quinta seta refere- se a “Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho dão os primeiros passos”; A sexta seta refere-se a “Evolução de conceitos: Ramazzini (Pai da Medicina do Trabalho); Heinrich, Fletcher, Bird, Hammer, etc.”; A sétima seta trata de “Acidentes passam a se tornar eventos indesejáveis e de causas conhecidas e evitáveis”; A oitava e última seta, refere- se à Busca pela filosofia de que o homem é a maior riqueza da empresa e que investir em segurança é um ótimo negócio”. 1º Fato Revolução Industrial 2º Fato Mudanças nas relações entre homem e trabalho 3º Fato Surgimento dos riscos e acidentes de trabalho 4º Fato Exigência de melhores condições de trabalho e proteção ao trabalhador 5º Fato Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho dão os primeiros passos 6º Fato Evolução de conceitos: Ramazzini (Pai da Medicina do Trabalho); Heinrich, Fletcher, Bird, Hammer, etc. 7º Fato Acidentes passam a se tornar eventos indesejáveis e de causas conhecidas e evitáveis 8º Fato Busca pela filosofia de que o homem é a maior riqueza da empresa e que investir em segurança é um ótimo negócio 71 É muito importante saber como se deu todo esse processo de evolução de ações prevencionistas e que sem dúvida, a prevenção a emergências é a melhor escolha, por isso, enfatizamos durante as semanas iniciais como as organizações e trabalhadores devem proceder em tais casos. Porém, uma vez concretizado o sinistro, fingir que ele não aconteceu é o pior dos procedimentos. Veja agora alguns importantes acidentes que impactaram o mundo: a) REDUC (Refinaria Duque de Caxias) No Brasil, precisamente no Estado do Rio de Janeiro, em 1972, uma indústria de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), registra acidente onde a causa divulgada foi o congelamentoda válvula de drenagem da esfera de GLP, após a passagem de gás pela mesma e o mesmo veio a deixar 42 vítimas fatais. Medidas foram adotadas após o acidente como, por exemplo, a adoção de dupla válvula de drenagem como forma de diminuir a frequência de ocorrência de um novo acidente deste tipo. b) Refinaria de Cubatão Em Cubatão (SP) no ano de 1984, na Vila Socó, hoje Vila São José, moradores de palafitas, região onde passa tubulação de oleodutos da PETROBRAS, perceberam o vazamento de gasolina que logo se espalhou e causou incêndio das palafitas em menos de duas horas e chegou em números oficiais a deixar 93 vítimas e extraoficiais mais de 500 e causar destruição parcial da vila. c) REGAP (Refinaria Gabriel Passos) Um incêndio ocorrido em 27 de dezembro de 1998 às 11h30min na refinaria de petróleo da Petrobras (REGAP) em Betim (MG) provocou a morte de um operário e queimaduras em outros 11 que trabalhavam em uma unidade de querosene. Foi informado que houve um vazamento de nafta que era utilizada para colocar em operação a unidade de hidrotratamento de querosene, que estava em manutenção. A nafta pode ter incendiado por vários motivos, entre eles o simples fato de haver algum ponto quente nas tubulações em função da luz solar. Tudo certo até aqui? Se não, revise o conteúdo antes de prosseguir com a leitura. 72 d) P-36 (Plataforma) No dia 15 de março de 2001, estavam 175 trabalhadores a bordo da P-36, quando, às 0h22min, houve uma explosão. Por volta das 0h50min, nova explosão provocou a morte de 11 brigadistas. No dia 20 de março submergiu completamente. Soube-se que não houve culpados e tudo se deu por um defeito em uma válvula. Mas várias investigações apontaram responsabilidade e atribuíram tanto a explosão quanto o afundamento da plataforma a falhas de procedimentos adotados mesmo antes da liberação da operação da P-36 como falhas no projeto, planejamento e gerenciamento de riscos. Com esses objetos, de forma a evitar acidentes como os expostos, a adesão das melhores práticas da indústria, em especial a inserção de um Sistema de Gestão de Segurança de Processos e um processo de Gerenciamento de Riscos torna-se essencial, inclusive para a sustentabilidade das empresas. E agora, depois de ver alguns dos importantes acidentes que impactaram o mundo, você vai estudar como se dá a comunicação nas empresas diante das situações de emergências e acidentes. Lembre-se que, o primeiro passo a ser tomado nesses casos é a comunicação. Vejamos como se dá essa “comunicação”. 5.1 Comunicação Precisamos lembrar que a nossa responsabilidade está essencialmente na manutenção das vidas, especialmente humanas dentro e fora da empresa. A principal questão a ser enfrentada nesses casos sem dúvida é a comunicação que pode ser interna e externa, que deve ser eficaz, mas não pedante. É evidente que as pessoas estejam em pânico e nervosas, em razão da insegurança gerada por uma emergência. Assim sendo, os gestores devem ser diretos e seguros, agindo com a tranquilidade necessária para eliminar o clima tenso. 73 5.1.1 Comunicação Externa Os procedimentos adotados pelas empresas podem variar de acordo com cada uma delas, mas alguns procedimentos devem ser seguidos de acordo com as legislações vigentes. Por exemplo, cabe exclusivamente à Gerência Geral da empresa, conferir a veracidade das informações referentes a Emergências e divulgá-las aos veículos de comunicação (escrita, falada ou televisionada), bem como para a comunidade local. Na ausência da Gerência Geral na Empresa no momento do sinistro, esta deverá designar formalmente o Subgerente ou Coordenador da Brigada para divulgação. Não deverá ser permitido o registro fotográfico e/ou filmagem das ações de emergência, bem como o repasse de informações a terceiros fora da Empresa, sem autorização prévia da Gerência Geral da empresa. Acidentes de Trabalho durante situações de emergência ou simulações deverão ser comunicados à Previdência Social no prazo de até 01 (um) dia útil após o evento, em atendimento ao artigo 22 da Lei 8.213/91, através da Emissão de Comunicação de Acidente - CAT. 5.1.2 Comunicação Interna 5.1.2.1 Comunicação aos Investidores Cabe à Gerência Geral manter comunicação com Investidores, mantendo-os informados sobre a ocorrência de acidentes e emergências, bem como sobre o andamento das ações de contenção e plano de ação estabelecido para prevenção de emergências futuras. Você já parou para pensar como deve ser a Comunicação Externa e Interna em caso de um sinistro? Vejamos a seguir... 74 5.1.2.2 Comunicação à Gerência Geral Cabe ao Chefe da Brigada manter comunicação com a Gerência Geral da empresa sobre a ocorrência de acidentes e emergências, bem como apresentar para aprovação o Plano de Ação para prevenção de emergências futuras. 5.1.2.3 Comunicação à População Fixa e Flutuante É de responsabilidade da Gerência Geral da Unidade manter seus empregados, clientes e visitantes cientes dos fatos relevantes ocorridos na Empresa, ou autorizar o Coordenador Geral da Brigada para se encarregar de tal comunicação. 5.1.2.4 Conferência de informações para solicitação de ajuda externa É de responsabilidade do Coordenador Geral da Brigada, sempre que necessária a solicitação de ajuda externa, conferir a veracidade da informação e os principais dados da emergência referentes à ocorrência antes da solicitação de reforço à uma instituição externa. 5.1.2.5 Relatório de Investigação de Emergências É de responsabilidade do Coordenador Geral da Brigada promover a realização de Reunião Extraordinária da Brigada de Emergência, com a maior brevidade possível, visando garantir que todas as ocorrências sejam devidamente investigadas, a fim de identificar a sua causa e possibilitar a elaboração de planos de ação consistentes para se evitar reincidências. As ações planejadas deverão ser comunicadas a toda população da empresa (fixa e flutuante). 75 5.1.3 Canais de Comunicação Visando garantir a eficácia na comunicação durante uma emergência, a Empresa deve se utilizar, por exemplo, de alguns canais de comunicação para tornar as ações efetivas e evitar os ruídos de comunicação. Veja um exemplo de um hotel e seus respectivos locais de comunicação no esquema abaixo. Figura 17 - Canais de comunicação Fonte: A autora, 2022. Veja estudante, independente do melhor planejamento, se porventura ocorra um incidente, é fundamental que a Força de Trabalho esteja preparada para executar as ações apropriadas. Dessa maneira, um Plano de Emergência deve ser desenvolvido e estabelecido (OSHA, 2000). As perguntas que as empresas devem começar a se fazer são: Estamos preparados para reagir e responder a estes tipos de emergências caso sejamos afetados? Poderíamos reerguer as Portaria de Serviços Quadro de avisos Ramal 9 Telefone de Emergência 7804/7806/7807 Telefone da Recepção Sala do Coordenador de Segurança Patrimonial Sistema de Alarme Sonoro Setores e Aparelhos móveis Telefone Celular Corporativo Você já assistiu o desastre do Titanic? Não? Ele é um conto clássico, então vou deixar abaixo o link para você conhecer melhor esta história. Com o conhecimento dos fatos, surgiram muitos mitos e perguntas sobre como teria acontecido o desastre, e como ele poderia ter sido evitado. Um desses mitos é o de que houve falhas na comunicação entre o Titanic e o Californian, e também entre o comandante e os passageiros do navio. Essas falhas de comunicação, podem ter contribuído para a morte de 1.523 pessoas. Links: https://istoe.com.br/197714_AS+NOVAS+DESCOBERTAS+SOBRE+O+TITANIC/ https://www.youtube.com/watch?v=JN-upX13R3c 76 operações depois de uma emergência? Estamos organizados estrategicamente paraa tomada de decisões perante as emergências? Para que as empresas possam responder a estas perguntas, é necessário que tenham implementado e interiorizado alguns planos que já estudamos ao longo da disciplina. Portanto, no caso de uma emergência já deflagrada, na qual os instrumentos preventivos não foram capazes de evitar o sinistro, os objetivos principais passam a ser sem dúvida a atenção às vidas humanas envolvidas, e também o controle do acidente no menor perímetro possível. Sendo posto em ação a operacionalização do plano de combate e, se necessário, o abandono, a manutenção das instalações vitais à sobrevivência da empresa, a estabilização e retorno à normalidade e, por fim, as medidas de recuperação. Como foi visto, aconteceram diversos eventos que sacudiram o mundo e afetaram consideravelmente as empresas, não somente nos locais onde ocorreram, mas também muito além de suas fronteiras. A experiência mostra que as situações de emergências apresentam um grau de complexidade que torna necessário o envolvimento de especialistas de diferentes áreas. Esses especialistas devem reunir informações, criar soluções, colocá-las em prática e refiná-las à medida em que elas avançam. A Elisabeth Kubler-Ross foi uma psiquiatra suíço-americana, nascida no ano de 1926, que se especializou em cuidados paliativos e em situações próximas da morte. Depois de trabalhar durante anos em contato com pacientes em estado terminal, criou o famoso modelo Kubler-Ross, em que definiu as cinco fases do luto que são o da negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, pelos quais passam os pacientes diante de uma doença fatal ou que potencialmente ameace a vida. Agora, você pode estar se perguntando como as pessoas se comportam diante de situações de emergências? 77 É importante que você saiba, caro estudante, que o luto é um processo necessário e fundamental para preencher o vazio deixado por qualquer perda significativa não apenas de alguém, mas também de algo importante, tais como: objeto, viagem, emprego, ideia, etc. Os líderes devem promover a colaboração e a transparência em toda a rede de equipes. Uma maneira de fazer isso é demonstrando como as próprias equipes devem operar. Em uma situação de crise após a empresa passar por um caso de emergência ou sinistro, o instinto de um líder pode consolidar a autoridade de tomada de decisão e controlar as informações, fornecendo-as estritamente na necessidade de conhecimento. Outra parte importante do papel do líder é o de proporcionar a segurança psicológica para que os colaboradores possam discutir abertamente ideias, perguntas e preocupações sem medo de repercussões. O líder deve demonstrar empatia e lidar com a tragédia humana como primeira prioridade. Em situações de pós-emergência e sinistro, as mentes das pessoas se voltam primeiro para sua própria sobrevivência e outras necessidades básicas. Vamos conhecer os cinco estágios do luto elaborados por Elisabeth Kubler- Ross? Link: https://www.youtube.com/watch?v=TVDepfBO2Ro Você já parou para pensar como deve ser a atitude de um líder dentro desse cenário? Muitas perguntas são feitas nesse momento por todos os afetados. A empresa foi afetada, e serei afetado(a) pela crise também? A minha família vai sofrer alguma consequência? O que vai acontecer depois que a crise passar? E quem cuidará de nós nessa nova fase? 78 Os líderes não devem designar essa demanda para outras pessoas. É importante nessa etapa que os líderes da empresa mantenham um aspecto vital de seu papel, que vai fazer uma diferença positiva na vida dos colaboradores e das pessoas envolvidas. Portanto, investir tempo no bem-estar dos colaboradores e das pessoas envolvidas permitirá que os líderes mantenham sua eficácia ao longo dos dias, meses, e até anos que uma crise pode acarretar na empresa. É visto que em muitos casos, as despesas com indenizações e reconstrução ultrapassam os recursos da empresa, levando-a a falir e encerrar as suas atividades. Para minimizar o impacto dos prováveis eventos e recuperar a empresa de maneira eficiente, será preciso que os planos efetivos para gestão de crises estejam integrados na empresa, comunicados a todos os colaboradores para que estejam atentos às decisões dos responsáveis do Comitê de Gestão de Crises e que sejam interiorizados pelos responsáveis por reerguer processos críticos. A casos de emergências e sinistros que impõem exigências extraordinárias aos líderes nos negócios. De fato, casos de emergências e sinistros tem as características de uma crise de “grande escala”: um evento inesperado de grande proporção e velocidade devastadora que acaba em um alto grau de insegurança. Essa insegurança gera desorientação, e os sentimentos de controle e segurança das pessoas ficam ausentes diante do forte transtorno emocional dessa situação. Portanto, identificar uma crise e conseguir ter previsões sobre seus desdobramentos exige que os líderes superem o viés da normalidade, e o pensamento de que não é tão sério assim, pode levá-los a desconsiderar a gravidade de uma crise e o impacto que ela pode causar na empresa. Fique à vontade para tirar eventuais dúvidas nos Fóruns específicos desta Competência, certo?! Veja, um questionamento que pode surgir em você é sobre como liderar em meio a uma crise? Como gerenciar pessoas depois de uma situação de Perdas Acidentais? 79 Quando os líderes reconhecem uma crise como tal geradas por casos de emergências e sinistros, eles podem começar a montar uma resposta apropriada à situação. As respostas podem abranger uma ampla gama de ações, e não apenas movimentos temporários, mas também ajustes nos negócios em andamento. Essas ações podem inclusive serem mantidas em uma realidade pós- crise. O que vai, realmente, diferenciar a empresa em meio a uma emergência ou sinistro é a rapidez e a assertividade com que os problemas são solucionados. Foi visto que profissionais capacitados têm maior tranquilidade para agir, esclarecer fatos, e apresentar soluções e sugerir iniciativas capazes de reduzir os impactos e consequências futuras. Bons estudos!!! Ah, agora, depois de ter visto todo o conteúdo do ebook referente a esta quinta e última competência, não esquece de acessar o AVA e assistir a videoaula ok! 80 Conclusão Caro estudante, Durante essa disciplina de Gerenciamento de Riscos e Emergências, trilhamos uma importante caminhada de conhecimentos e trocas de experiências enriquecedoras, em que se discutiu o papel do Técnico de Segurança do Trabalho, no cenário da Gestão de Riscos e Emergências. O objetivo principal da disciplina foi de fornecer as informações importantes sobre o processo de identificação, avaliação e controle de riscos operacionais, visando a preservação da integridade física dos trabalhadores, dos equipamentos e do patrimônio das empresas, que você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho precisa saber. Um processo de gerenciamento de riscos possibilita entendê-los, identificar possíveis cenários acidentais e avaliar suas probabilidades e consequências, de forma a ajudar na mitigação dos riscos. O principal objetivo no gerenciamento de riscos é conduzir a destinação equilibrada dos recursos para controlar e mitigar os riscos, limitando os riscos para níveis toleráveis e aceitáveis. Vale lembrar que você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho precisa ter conhecimentos básicos de Gerenciamento a fim de desenvolver o seu papel que é o de garantir a sua integridade profissional, bem como dos demais sujeitos envolvidos seja no trabalho ou na vida, sendo este um dos objetivos desta disciplina. Desejamos muito sucesso na sua vida profissional. Até breve! 81 Referências ABNT, Associação brasileira de normas técnicas. Norma técnica brasileira 15219. Plano de emergênciacontra a incêndios. Rio de Janeiro, 2005. ARAÚJO, G. M. de. Elementos do Sistema de Gestão de SMSQRS: Sistema de Gestão Integrada (2ª ed., Vol. 02). Brasil: Gerenciamento Verde Consultoria Editora, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR15.219: Plano de emergência contra incêndio – Requisitos. 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Pós-Graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade Joaquim Nabuco – FJN; e em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica pelo IFES. Graduada em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; e Graduanda em Licenciatura em Informática pela UNIASSELVI.