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Economia e Ética: Conceitos e Teorias

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Autores: Prof. Maurício Felippe Manzalli
 Profa. Regina Meira Aguiar
Economia e Ética
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Professores conteudistas: Maurício Felippe Manzalli/Regina Meira Aguiar
Maurício Felippe Manzalli
Economista pela Universidade Paulista – UNIP (1995) e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (2000). Atualmente é professor da UNIP nos cursos de Ciências Econômicas e Administração e 
também coordenador do curso de Ciências Econômicas na mesma universidade.
Regina Meira Aguiar
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1981) e mestrado em Ciências da Religião 
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2000). Tem larga experiência na área de Educação em Humanidades, 
atuando principalmente nos seguintes temas: sociedade da informação, ética profissional, globalização da economia, 
pós-modernidade, desencantamento de mundo, entusiasmo, reencantamento do mundo, inclusão social e tolerância.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M296e Manzalli, Maurício Felippe.
Economia e ética. / Maurício Felippe Manzalli, Regina Meira 
Aguiar. – São Paulo: Editora Sol, 2015.
56 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XX, n. 2-055/14, ISSN 1517-9230.
1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título
681.3
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Lucas Ricardi
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Sumário
Economia e Ética
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 ÉTICA GERAL ...................................................................................................................................................... 13
1.1 O conceito de ética .............................................................................................................................. 13
1.2 O conceito de ética e sua relação com a moral ....................................................................... 14
1.3 O conceito de valor ............................................................................................................................. 16
1.4 A história da ética − gênese da ética: a noção de justiça e bem comum .................... 17
2 FORMAÇÃO DA ÉTICA: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE ........................................... 19
2.1 A evolução da ética ............................................................................................................................. 20
3 AS TEORIAS SOBRE A ÉTICA ........................................................................................................................ 24
4 A CLASSIFICAÇÃO DA ÉTICA........................................................................................................................ 25
4.1 Ética empírica ........................................................................................................................................ 25
4.1.1 Ética anarquista (subjetiva) ................................................................................................................ 26
4.1.2 Ética utilitarista ....................................................................................................................................... 26
4.1.3 Ética ceticista............................................................................................................................................ 26
4.2 Ética dos bens ........................................................................................................................................ 26
4.3 Ética formal ............................................................................................................................................ 27
4.4 Ética valorativa ...................................................................................................................................... 27
Unidade II
5 ÉTICA NO MUNDO ECONÔMICO ............................................................................................................... 31
6 A ÉTICA EMPRESARIAL .................................................................................................................................. 34
7 ÉTICA PROFISSIONAL ..................................................................................................................................... 39
7.1 As origens da ética profissional ...................................................................................................... 41
7.2 A competência como valor fundamental da ética profissional ........................................ 42
8 CONSTRUIR UMA VIDA ÉTICA PROFISSIONAL FACTÍVEL ................................................................. 46
8.1 Os desafios e propostas para a prática da ética profissional.............................................. 47
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APRESENTAÇÃO
Este livro-texto destina-se aos alunos que estão aprimorando seus estudos sobre a ética. Procurando 
distanciar-se dos jargões bastante específicos da área, mas não incorrendo na questão da simplicidade, 
apresentamos os principais conceitos, abordagens e desdobramentos do estudo da área para que se 
possa entender a importância da ética, não somente no âmbito da academia e da vida discente, mas 
também diante de todos os ambientes em que a vida nos permite transitar, incluindo o profissional. 
Trata-se também de material de apoio à disciplina Economia e Ética.
Como o objetivo é introduzir o conhecimento com as questões da ética, nossa preocupação não é 
a de aprofundar demasiadamente cada assunto relacionado, mas apresentá-los de forma mais geral, 
ficando ao leitor a incumbência do aprofundamento e uso quando necessário.
Note que o livro-texto está dividido em duas unidades. Em cada uma delas você encontrará:
• textos explicativos que elucidam a matéria;
• resumos do conteúdo estudado;
• indicações de leitura obrigatória a partir do acesso à biblioteca virtual;
• tópicos para refletir, em que convidamos você a pensar sobre assuntos da atualidade;
• a seção Saiba Mais, em que indicamos livros e demais leituras que, de alguma forma, complementam 
os temas investigados. Não deixe de explorar essas sugestões; garantimos que você irá ampliar 
seu conhecimento sobre os temas apresentados e que isso será extremamenteútil, não apenas na 
questão específica da disciplina, mas na sua vida profissional;
• Lembretes, anotações pontuais que remetem a alguma informação já conhecida, e Observações, 
apontamentos que chamam sua atenção para algum ponto destacado sobre o assunto em 
desenvolvimento são recursos que reforçam algumas questões que quisemos salientar.
Na Unidade I abordaremos questões iniciais da ética a partir da filosofia: conceito de ética e sua 
relação com a moral e conceito de valor. Apresentaremos a história da ética e sua gênese, continuando 
com a discussão da formação da ética num sentido de liberdade, igualdade e fraternidade.
Em seguida, na Unidade II, mapearemos a ética no mundo empresarial e abordaremos a ética 
profissional e suas origens no âmbito geral.
Qual nosso propósito e objetivo?
O propósito da disciplina Economia e Ética é o de apresentar ao aluno a formação da ética na 
Ciência Econômica, permitindo assim que ele entenda as influências sociais na construção das 
diversas linhas de pensamento econômico e as relações existentes entre o comportamento humano 
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no plano moral e as Economias de Mercado, em especial, no exercício desta ciência em seu campo 
profissional no Brasil.
De outra forma, nosso objetivo é fazer com que você consiga, a partir da leitura de nosso texto, 
desenvolver habilidades para entender o que vem a ser ética e moral bem como identificá-las. Para 
tanto, é necessária a aquisição do conhecimento das diferentes vertentes da ética, desde o início, com 
a curiosidade por um assunto qualquer, passando pelo processo de desenvolvimento filosófico da área.
Este livro-texto não esgota o assunto, obviamente. É de extrema importância que você proceda à 
leitura obrigatória que está indicada ao longo do livro. Esperamos, sinceramente, que a leitura seja de 
grande utilidade nos diversos ambientes, além do acadêmico e o profissional.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO
No início do século XX, a utopia ocidental era de que nos últimos anos do segundo milênio a 
humanidade já teria avançado o suficiente para dar um salto no processo civilizatório rumo à igualdade 
entre povos, culturas e sexos. No início do século XXI, temos, por um lado, um mundo de evolução 
técnico-científica sem precedentes na imaginação humana e, por outro, guerras e violências desprovidas 
de sentido. Jamais se poderia pensar que o mundo estaria tão integrado por meio de técnicas de mídia 
e de transporte e tão desintegrado naquilo que se refere à alma humana.
 Observação
O ser humano necessita de realidades transcendentes ao indivíduo. Isso 
comporta exigências, imperativos e valores que não podem ser satisfeitos 
apenas com a autossuficiência.
Era impensável um conhecimento científico tão avançado a ponto de manipular os segredos mais 
íntimos da vida, mas ao mesmo tempo incapaz de evitar a morte de milhares por doenças que, desde há 
muito, se descobriu como curar; conhecimentos médicos capazes de tornar a vida humana mais longa, 
mas que surgiram com doenças promotoras da infelicidade do vazio existencial.
Ninguém acreditaria que a humanidade pudesse em tão pouco tempo dispor de tecnologia 
automatizada e robotizada que aplicada no agronegócio retirasse das relações humanas o fator de 
miséria que é a escassez de alimentos, sem conseguir resolver o problema da fome. Ao contrário, a 
aplicação da biotecnia na produção agropecuária promoveu um aumento da parcela de famintos na 
população mundial, além de gerar um sério desequilíbrio ecológico e um desemprego crônico.
No alvorecer do século XX, a humanidade não poderia prever uma ciência biomédica que fosse capaz 
de tocar, engendrar e alterar os mais herméticos segredos da vida vegetal, animal e humana. E que, ao 
mesmo tempo, não fosse capaz de evitar tanto o aumento da desnutrição e morte pela fome quanto 
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o uso de drogas, a contaminação dos alimentos e as doenças psicossomáticas. Os paradoxos estão por 
toda a parte: enquanto uns morrem de fome, outros morrem de gordura. Enquanto se é capaz de contar 
os genes de animais inferiores, não se descobre a cura para as epidemias e as pandemias. Enquanto 
construímos máquinas inteligentes, não somos capazes de ensinar a ler e escrever populações inteiras.
Hoje, nas sociedades modernas, cada vez mais se verifica uma cisão entre indivíduo e comunidade 
social, de tal modo que as desgraças e as calamidades que atingem determinadas camadas sociais ou 
grupos de indivíduos ficam restritas a esses segmentos. Enquanto isso, os demais procuram ignorar 
não só as desgraças, mas até mesmo os próprios indivíduos que foram atingidos. Nesta direção, vai se 
delineando uma determinada tendência cultural que propõe resolver várias situações de dificuldade na 
qual se encontra a sociedade moderna, inclusive as situações de luta e de conflitos entre raças e culturas 
diferentes por meio de um projeto de convivência que visa garantir segurança e bem-estar às pessoas 
na dimensão terrena.
 Leitura obrigatória
Os grandes problemas da humanidade de hoje só podem ser resolvidos 
por meio da reconstrução de valores que possam orientar normas e padrões 
gerais de conduta. Neste sentido, para que você possa aprofundar o que 
aqui se apresenta, está convidado a consultar o livro a seguir:
PELIZZOLI, M. L. Homo ecologicus: ética, educação ambiental e 
práticas vitais. Caxias do Sul: Educs, 2011. Disponível em: <http://unip.bv3.
digitalpages.com.br/users/publications/9788570616128>. Acesso em: 11 
nov. 2014. 
Leia a parte II – “Tempos de ação”, notadamente os capítulos 4 e 6.
Entende-se que os grandes problemas da humanidade atualmente, mesmo sem rejeitar a grande 
contribuição que a ciência e a tecnologia podem dar para superar as condições de miséria e deficiências 
dos diferentes gêneros, só podem ser resolvidos com a reconstrução de valores que possam orientar 
normas e padrões gerais de conduta. O ser humano necessita de realidades transcendentes ao 
indivíduo. Isso comporta exigências, imperativos e valores que não podem ser satisfeitos apenas com a 
autossuficiência, não sendo possível para as comunidades humanas e grupos sociais transcenderem por 
si mesmos aos interesses meramente econômicos. Portanto, mais do que nunca, é imperativo retomar os 
valores que direcionam nossa vontade de agir no sentido de buscar além da satisfação das necessidades 
materiais, a reconstituição das regras de conduta e de normas de convivência que possam reduzir os 
antagonismos e os individualismos desenfreados. É a exigência ética de nosso tempo, é nosso dever. 
Hoje, a exigência ética fundamental consiste em recuperar a possibilidade de reconstruir 
relacionamentos de comunhão entre pessoas e comunidades. A pretensão de resolver o problema da paz 
e da felicidade das pessoas querendo reduzir a sociedade ao indivíduo é um erro grave porque a felicidade 
humana não é alcançável fora da comunhão com os outros. Tal ideia significa reduzir irremediavelmente 
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o homem às dimensões terrestres, fechando-o em relação a sua dimensão transcendente que não pode 
ser satisfeita no plano material. Essa dimensão só pode ser satisfeita por meio dos valores que permitam 
construir a civilização.
Por efeitos não desejados, como diria Max Weber (1996), a construção da modernidade terminou 
por construir uma mentalidade individualista. O que vemos hoje é o resultado de um longo processo da 
tentativa humana de fazer uma ciência extremamente racional, voltada a fins racionais e desprovida de 
valores morais, isto é, valores metafísicos, desde as mais antigas manifestações, idealistas ou religiosas, 
da disciplina de bem viver até o estudo racional das formas de conduta, preocupando-se sempre em 
estabelecer razões de consenso entre os seres humanos, de modo que a virtude pudesseprevalecer sobre 
o vício. Tais virtudes estruturam o campo político, o social e o econômico no Ocidente.
O modelo consumista-individualista da convivência favorece a difusão dos males morais sociais do 
nosso tempo (a busca das vantagens pessoais em prejuízo dos outros, a redução das relações sociais 
a relações de força, a violência, a criminalidade, a corrupção, a ausência de regras éticas nas relações 
econômicas, a transgressão juvenil, entre tantos outros males). A vivência ética, solidificada em valores 
estruturadores da civilização ocidental, em todas as esferas da vida humana (familiar, cultural, social, 
econômico, político) é o mais potente antídoto contra os males atuais. Isso porque só é possível ser 
humano ao se reconhecer no outro humano.
 Lembrete
Apenas no contato com o outro é possível crescer responsavelmente em 
relação a si mesmo e à comunidade. Desenvolvemos, assim, a solidariedade, 
que é a própria essência da humanidade.
Coube aos Estados Nacionais o papel civilizador de desenvolver os laços de solidariedade nacionais. 
Compete ao Estado o papel de inserir as novas gerações no padrão de conduta ética, ou seja, ensinar 
às pessoas as linguagens e as crenças simbólicas, valores morais caros ao capitalismo. Isso se deu, na 
Europa, por meio das escolas públicas, na passagem para a Modernidade, e no terceiro mundo à medida 
que chegavam as indústrias.
Hoje, esses Estados tornados mínimos pela ideologia neoliberal não têm dado conta de 
instrumentalizar seus cidadãos nas capacidades necessárias à mundialização. Não estão sendo capazes 
de inserir as novas gerações nos valores morais de conduta exigida pela racionalidade capitalista. E, 
menos ainda, são capazes de impedir que as mídias, ansiosas pelo lucro fácil, desenvolvam em jovens e 
adultos “contra-valores”, como narcisismo, hedonismo e niilismo, dentre outras mazelas que os dirigem 
para o desejo do lucro fácil e o prazer a qualquer custo. Isso porque vivemos em uma sociedade em 
rede, onde tudo é feito a despeito das fronteiras nacionais por meio das redes de informática e de 
informações que vão da mídia ao tráfico de drogas e à corrupção. No Estado democrático há uma 
íntima relação entre Governo – que envolve o executivo nos três níveis – e o judiciário – parlamento e 
tributação. Todo pacto democrático está estruturado, economicamente, no consentimento dos cidadãos 
em entregar uma parcela de seu patrimônio e de seus rendimentos ao Estado, sob a forma de tributos. 
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Esse consentimento parte do pressuposto de que essa parcela será gerida em prol do bem comum, da 
manutenção da coisa pública, e não do abastecimento de interesses particulares. Assim, o pagamento 
de impostos é um imperativo ético. A finalidade nuclear do Estado democrático é gerir por todos e para 
todos, para garantir a igualdade de direitos e deveres para todas as pessoas físicas ou jurídicas. É por 
isso que a corrupção pública e a sonegação fiscal, além de lesar a capacidade do Estado de promover 
a Igualdade, ainda tira a confiança dos mais ricos em aplicar recursos no país. O capital não pode se 
estabelecer e se desenvolver fora de padrões éticos.
As empresas capitalistas não podem sobreviver numa sociedade onde os valores éticos ocidentais 
não estão estruturados nas consciências individuais. Nessas sociedades, cada trabalhador na sua 
individualidade, e por sua consciência, deve agir em seu trabalho individual e solitário no sentido de 
evitar a fuga dos lucros da empresa. Assim, as empresas, ao se estabelecerem numa sociedade, clamam 
(a imprensa e o seu canal de comunicação) por valores éticos e pela educação para esses valores.
A conduta ética sempre foi um fator fundamental para o desenvolvimento das empresas capitalistas. 
Com a globalização da economia, essa necessidade é maior, pois o mercado global, que dirige a economia 
e as relações empresariais, exige confiança, e confiança só é possível entre grupos que possuam os 
mesmos valores éticos.
O debate sobre a importância de conduta ética é reacendido cada vez que ocorrem novas denúncias 
de fraudes e corrupções. Por exemplo, os recentes escândalos envolvendo as grandes organizações, 
bem como a rés publica. Tais escândalos interferem diretamente na confiança dos investidores e dos 
consumidores em todo o mercado e concorrem para a sociedade ensejar uma maior fiscalização em 
todas as empresas por parte do poder público.
Por toda essa situação de ausência de valores comuns é que as empresas propõem um retorno à 
ética. Um estudo sistemático dos valores comuns e caros ao ocidente por parte de todos os profissionais, 
de tal maneira que o seu agir seja sempre uma ação que promova o bem comum.
 Observação
As empresas exigem um retorno à ética pautada em valores que 
estruturam a confiança, sem a qual o capital e a sociedade em geral não 
podem existir.
Um dos objetivos de se estudar ética hoje é encontrar mecanismos que nos permitam mergulhar 
dentro de nós mesmos, compreender que atitudes moralmente corretas podem promover o bem comum 
e que a nossa felicidade só é possível à medida que a sociedade for justa, garantindo os direitos, uma vez 
que todos cumpriram com os seus deveres.
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ECONOMIA E ÉTICA
Unidade I
1 ÉTICA GERAL
1.1 O conceito de ética
Etimologicamente, a palavra “ética” vem do grego ethos e significa “morada coletiva e vida coletiva”. 
Daí o conceito ser usado para ações que promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Devido ao 
fato de que os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida e o 
bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou a significar modo de ser ou caráter. Enfim, 
um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado pelo homem por meio da disciplina rígida 
que lhe formaria o caráter e que seria transmitida aos jovens pelos adultos.
Na Grécia, o homem aparece no centro da política, da ciência, da arte e da moral, uma vez que 
para sua cultura até os deuses eram humanos com seus defeitos e qualidades. O primeiro filósofo que 
escreveu sobre ética foi Aristóteles. Com esse título, Aristóteles escreveu duas obras: Ética a Nicômaco 
(que era filho dele) e Ética a Eudemo (aluno do filósofo).
Os filósofos gregos sempre subordinaram a ética às ideias de felicidade da vida presente e de 
soberano bem. Nos textos antigos, ética quase sempre parece estar relacionada com desejo inato ao 
homem de busca da realização do supremo bem. A filosofia grega preocupa-se com essa reflexão desde 
os primórdios. Isso porque ética, ou a sede de justiça, é uma das três dimensões da filosofia. As outras 
duas seriam a teoria e a sabedoria. Em Roma, ética passa a ser denominada mores, que significa “moral”. 
No direito romano, a palavra refere-se a normas de conduta ou princípios que regem a sociedade ou um 
determinado grupo em uma determinada época.
A ética é histórica. Isso se deve ao fato de estar solidificada em noções de valor, que mudam à medida 
que se descobrem novas verdades. O agir ético não será apenas uma simples ação-reprodução de ações 
das gerações anteriores, mas uma atividade reflexiva que oriente a ação a seguir num determinado 
momento de nossa vida pessoal. Quando surgem questionamentos sobre a validade de determinados 
valores ou costumes, e a realidade exige novos valores que possam orientar a ética, surge a necessidade 
de uma teoria que justifique esse novo agir, uma vez que é impossível a ação ética sem que o agente 
compreenda a racionalidade dessa ação. Aqui aparecem os filósofos que produzem uma reflexão teórica 
que oriente a prática, ou a crítica do viver ético.
Assim, não é possível o agir ético sem uma reflexão entre o que eu devo fazer e o que eu gostaria 
de fazer em um determinado momento. A ação ética sempre deve buscar o bem comum e consiste 
na recusa de todas as ações que propiciemo Mal. O agir ético vai além de um conjunto de preceitos 
relacionados à cultura, crenças, ideologias e tradições de uma sociedade, comunidade ou grupo de 
pessoas. Muitas vezes nossa ação vai ao sentido oposto a essas crenças, pois sendo a noção de dever 
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Unidade I
seu principal valor estrutural, em algumas ocasiões, o nosso dever é justamente se indignar com tais 
crenças. Uma vez guiada pela razão e não pelas crenças, a ética, via de regra, está fundamentada nas 
ideias de bem e virtude que nossa civilização considera como valores que devem ser perseguidos por 
todo ser humano para a promoção da vida, da maneira e onde quer que ela se manifeste.
1.2 O conceito de ética e sua relação com a moral
Frequentemente se confunde ética com moral e isso tem uma razão de ser. É que a palavra “moral” 
vem do latim mos (singular) e mores (plural), que significa “costumes”. Já a palavra “ética” vem do 
grego e possui o mesmo significado, ou seja, “costumes”. Por isso, muitos utilizam a expressão “bons 
costumes” como sinônimo de moral ou moralidade. Ética e moral são sinônimos perfeitos, só modificados 
semanticamente devido às diferentes línguas de origem das duas palavras. Até o século XVIII, já que a 
língua oficial do saber acadêmico era o latim, a palavra usada foi “moral”.
Alguns filósofos modernos passaram a usar as duas palavras com sentido diferentes. Kant, por 
exemplo, definiu como moral o conjunto de princípios gerais (valores civilizatórios) e ética como sua 
aplicação concreta. Portanto, ética é sempre um agir ético. Outros filósofos concordaram em designar 
por moral a teoria dos deveres para com os outros, e por ética a doutrina de salvação e sabedoria 
desvinculada de crenças religiosas. Assim, hoje temos duas palavras usadas por muitos autores com o 
mesmo significado: ética e moral.
Devido ao fato de o pensamento kantiano ter uma importância medular para quem se interessa 
pela reflexão sobre ética no mundo capitalista, preferimos compreender que ética diferencia-se 
da moral. Moral está mais relacionada a crenças estruturadas em valores, acumuladas desde a mais 
tenra infância e transmitidas pelos grupos sociais de interações afetivas, tais como a família e a Igreja. 
Moral está diretamente relacionada à consciência que é o locus privilegiado dos valores, enquanto a 
ética é a exteriorização da conduta humana em sociedade. Além disso, desde o início os pensadores 
liberais preferiram a palavra “ética” para expressar normas de conduta de grupos organizados, como as 
categorias profissionais e seus Códigos de Ética.
Compreendemos que moral está muito ligada à cultura e à religião. Assim, em uma cidade como 
São Paulo, que possui muitas culturas convivendo, podem, também, coexistir diversos tipos de moral. 
Esses diversos grupos de moral específicos sempre se reportam aos valores éticos fundamentais que, 
na verdade, são os traços comuns da civilização. Portanto, ética é um conjunto de valores morais que 
permite a permanência da civilização. Sem esses valores a civilização como conhecemos desapareceria. 
Seus fundamentos foram construídos durante todo o processo civilizador e são iguais para todos os 
cidadãos do mundo ocidental, independentemente de cultura ou religião. Ela carrega fundamentos 
que tiveram origem no pensamento cristão na medida em que esses fundamentos contribuíram para 
a formação do pensamento ocidental. Contudo, não é a transposição pura e simples dos valores da 
religião para o campo civilizatório.
Hoje a imprensa costuma usar a palavra ética com muita frequência, às vezes até de forma abusiva. 
Essa insistência se deve ao fato de o capitalismo ter se mundializado, pois sem os valores éticos é 
impossível a reprodução da sociedade capitalista. Isso porque o capitalismo é irmão gêmeo da democracia, 
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uma vez que ambos nascem juntos do pensamento liberal e um não vive sem o outro. Como os pilares 
basilares da democracia são a liberdade pessoal, a busca da felicidade e o individualismo, não há espaço 
para a vigilância constante das ações individuais numa sociedade de direitos plenos. Tal sociedade é a 
única possível para o bem estar do capital.
Para a mentalidade moderna, ética não pode ser entendida como algo que resulta de um poder 
punitivo explícito, como é o caso da moral. A punição que a transgressão do agir ético traz é de 
consciência individual, portanto, absolutamente individual, e essa consciência é formada no processo 
educativo. Se nossa consciência não considerar a apropriação da propriedade alheia, por exemplo, como 
um mal, e sim como uma esperteza, isto é, um bem, não haverá como impedir que façamos uso indevido 
do que não é nosso.
Assim, a sociedade capitalista e democrática aceita a existência de diferentes formas de conduta 
moral no aspecto privado, desde que a conduta pública esteja em conforme com as virtudes, ou seja, 
esteja dentro da ética. Entende-se que a sociedade tem um conjunto de regras, normas e valores 
e que não se identifica com os princípios e normas de nenhuma moral em particular, mas com os 
valores formadores do núcleo da civilização, sem os quais a civilização entra na barbárie, uma luta 
de todos contra todos, onde os direitos – inclusive a propriedade e o lucro – são destruídos, pois 
não há como obrigar as pessoas a cumprirem seus deveres. A ética é, nesse sentido, a própria defesa 
da civilização.
Sendo cultural, a moral é o conjunto de regras que se impõe às pessoas pelo grupo ao qual 
pertencem, numa ação coletiva que tende a agir de determinada maneira com a consolidação 
de práticas e costumes observados no geral pelo receio de uma reprovação social (a pressão é 
externa). Partindo desse pressuposto, todo ser humano é moral ao cumprir normas de conduta que 
são oriundas de um conjunto de crenças inquestionáveis dentro de sua cultura. No entanto, ética 
envolve reflexão, por isso não significa apenas um conjunto de normas, mas vai além. Ela é um 
conjunto de juízos valorativos (racionais) construídos pela civilização, assumidos e manifestados 
na ação individual de cada um (a pressão é interna). Está estruturada em valores de conduta e é 
sempre civilizatória.
 Leitura obrigatória 
Vá até a biblioteca virtual e consulte o livro a seguir:
ANTUNES, M. T. P. Ética. São Paulo: Pearson, 2013. Disponível em: 
<http://unip.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788564574540>. 
Acesso em: 11 nov. 2014.
Leia a Unidade I: “Introdução à ética”, que tratará do homem em 
sociedade, do conceito de ética, fontes das regras morais e comportamento 
ético e, ainda, de algumas doutrinas éticas.
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Unidade I
1.3 O conceito de valor
Como, ao se tratar de ética, sempre estaremos nos referindo ao conceito de valor, é importante um 
olhar, ainda que breve, sobre o conceito. Ele aparece pela primeira vez no sentido que damos hoje com 
os primeiros trabalhos sobre Economia. A ciência econômica moderna difere das demais ciências sociais 
pela capacidade de quantificar, senão a atividade econômica, pelo menos seus frutos, ou seja, o produto 
social. Está estruturada em leis universais, tais como a lei da oferta e da procura, a lei do valor da moeda 
etc. O que torna possível de medição e avaliação das relações econômicas, como acontecem e em que 
medidas acontecem, é o conceito de valor.
 Observação
A utilização da ideia de valor como conceito de “algo” que é incorporado 
na mercadoria foi instituído pelos fundadores da Ciência Econômica, Adam 
Smith e David Ricardo. Tal conceito foi transportado puramente da Filosofia 
Moral para o âmbito econômico.
A axiologia, ou “teoria do valor”, tem suas raízes no solo econômico e somente nos século XIX e 
XX que se expandiu como expressão infinita daquilo que “deve ser”, abrangendo todasas criações do 
espírito humano.
É o conceito de valor que permite atualização de uma unidade de medição essencial para praticamente todos 
os fenômenos do mundo econômico. Há duas maneiras de definir valor: uma delas retira o valor da relação do 
ser humano com a natureza e parte do pressuposto de que as pessoas têm uma série de necessidades materiais 
e procura satisfazê-las com produtos. Essa é a atividade econômica básica à natureza humana. Ao transformar 
um objeto qualquer da natureza em algo que possa melhorar de algum modo sua vida, o ser humano incorpora 
nessa transformação o valor essencialmente humano: o valor-trabalho e, dialeticamente, transforma o objeto 
em valor-utilidade, também chamado de valor de uso. Essa é a teoria do valor do trabalho.
Outra maneira de compreender valor é observar como os pensadores que buscam refletir sobre a 
ética entendem o conceito. Para eles, valor é sempre coletivo, uma vez que valores são construções 
mentais elaboradas pela visão de mundo da nossa cultura, podendo ser ensinados, e que formam nossos 
juízos de bem, mal, justo, injusto, belo e feio.
 Leitura obrigatória
Consulte o livro a seguir: 
BUARQUE, C. Da ética à ética: minhas dúvidas sobre a ciência econômica. 
Curitiba: Editora Intersaberes, 2012. Disponível em: <http://unip.bv3.
digitalpages.com.br/users/publications/9788565704137>. Acesso em: 11 
nov. 2014. 
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Leia a Parte II − “Da ética a ética: as tensões na história do pensamento 
econômico do século V a.C. ao século XXI d.C.”
1.4 A história da ética − gênese da ética: a noção de justiça e bem comum
Para muitos autores, a experiência ética fundamental ocorre quando sentimos que o agir das 
pessoas está desconectado dos valores caros à civilização. É a experiência de ”estranhamento” frente 
à realidade, de sentir-se estranho (fora da normalidade) diante do modo como funciona a sociedade, 
ou até mesmo em relação ao modo de ser e agir de outrem. Cada vez que a sede de justiça – aquilo 
que deveria ser ou o que se deveria fazer para buscar o funcionamento justo da sociedade – se 
estabelece, há um avanço da ética.
A história da ética, portanto, se confunde com o próprio processo civilizatório. É a própria história 
das ideias morais da humanidade, desde os tempos pré-históricos até nossos dias. Isto é, a história 
da reflexão humana de como instituir normas que regulem a conduta social na busca da felicidade 
individual e, ao mesmo tempo, o bem comum, instaurando a diminuição da violência. Os filósofos 
faziam a crítica da realidade social de sua época e, a partir dessa crítica, ofereciam saídas de como teria 
de ser a conduta das pessoas para evitar os infortúnios que levariam ao desaparecimento do ethos 
comum. A sociedade, então, considerando aquelas ideias úteis, passou a educar as novas gerações com 
aqueles valores. Muitas vezes, por ser um novo dever, o Estado transformava as normas em leis até que 
as condutas fossem incorporadas nas consciências individuais. Assim, lentamente, foram estruturados 
os valores que hoje consideramos essenciais. Nesse sentido, a ética não é imutável: a humanidade vai 
abandonando valores e adquirindo outros que antes não pensava que fossem essenciais.
Antes de Sócrates não houve, ao menos que se saiba, uma reflexão metódica sobre a ética e o “homem 
moral”, por isso é que se diz que ele é o “Pai da ética”. Contudo, é preciso ponderar que desde períodos mais 
antigos havia uma identidade perfeita entre o bem comum e o bem individual tão arraigada na mente 
grega que talvez tal reflexão não fosse necessária ou sequer capaz de ser concebida. Só a dissociação 
entre bem comum e bem individual (o público e o privado), que começa a ocorrer durante o período da 
decadência grega, é que justifica a necessidade de alguma teoria que explicasse essa dualidade.
Nossa visão de ética hoje deve muito também a Platão. Platão constrói idealmente a “Cidade Perfeita”; 
nela tudo e todos são guiados por uma ética muito semelhante ao ideal de perfeição social de hoje.
A ética de Platão está relacionada intimamente com sua filosofia política porque, para ele, a pólis 
(cidade-estado) é o terreno próprio para a vida moral. Assim, buscou um Estado ideal, utópico, cujo 
modelo seria o corpo do ser humano. Daí vem o costume de dizermos até hoje o “corpo social” como 
sinônimo de sociedade.
Portanto, como o corpo possui cabeça, peito e baixo-ventre, também o Estado deveria possuir, 
respectivamente, governantes, sentinelas e trabalhadores. O bom Estado é sempre dirigido pela razão em 
busca da prática da justiça, que seria o equilíbrio entre os direitos e os deveres dos cidadãos na construção 
de uma pólis virtuosa. Assim, se faz necessária a prática das virtudes. As virtudes seriam funções da alma 
humana, determinadas pela natureza da alma e pela divisão de suas partes. Tais virtudes seriam todas 
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aquelas que produzem a beleza, o bem e a verdade absoluta. Para tal prática seria necessária a vontade, 
o ânimo, o que para Platão significava o domínio das paixões pela razão.
Pela razão, faculdade superior é característica do homem: a alma se elevaria, mediante contemplação, 
ao mundo das ideias. O fim último da razão é purificar-se ou libertar-se da matéria para contemplar 
o que realmente é, acima de tudo, a ideia do bem. Para alcançar a purificação é necessário praticar as 
várias virtudes que cada alma possui. Platão julga que cada parte da alma possui um ideal, ou uma 
virtude, que deveria ser desenvolvido para seu funcionamento perfeito. A razão deve aspirar à sabedoria, 
a vontade deve aspirar à coragem e os desejos devem ser controlados para atingir a temperança. Cada 
uma das partes da alma, com suas respectivas virtudes, está relacionada com uma parte do corpo. A 
razão se manifesta na cabeça, a vontade no peito e o desejo no baixo-ventre. Somente quando as três 
partes do homem puderem agir como um todo é que temos o indivíduo harmônico. A harmonia entre 
essas virtudes constituía uma quarta virtude, a justiça.
Devido ao fato de ter sua teoria adotada como parcialmente verdadeira pela Igreja Católica, a 
ética de Aristóteles finca vínculos indeléveis em nossa compreensão de ética. Sua concepção ética 
privilegia as virtudes (justiça, coragem, fortaleza e sinceridade, felicidade pessoal e bem comum), 
tidas como propensas tanto a provocar um sentimento de realização pessoal àquele que age quanto 
simultaneamente beneficiar a sociedade em que vive. Portanto, a felicidade pessoal só é possível onde o 
bem comum também o é. A ética aristotélica compreende a humanidade como parte da ordem natural 
do mundo, por isso é denominada ética naturalista.
Segundo Aristóteles, toda atividade humana, em qualquer campo, tende a busca do bem supremo 
ou sumo bem, que seria resultado do exercício perfeito da razão, função própria do homem. Assim, o 
homem virtuoso é aquele capaz de deliberar e escolher o que é mais adequado para si e para os outros, 
movido por uma sabedoria prática em busca do equilíbrio entre o excesso e a escassez.
Na Antiguidade, o conceito de sábio era entendido como um homem virtuoso ou que busca uma vida 
virtuosa, e que assim consegue estabelecer, em sua vida, a ordem, a harmonia e o equilíbrio que todos 
desejam. Essa harmonia é conseguida se vivermos de acordo com a natureza – o cosmos para os gregos 
–, e o justo é viver de acordo com o seu lugar na natureza, uma vez que compreendiam que o cosmos,por 
si só, é sempre justo e bom. Uma das finalidades da vida humana seria encontrar seu lugar no seio dessa 
ordem cósmica, o que seria a vida ética. Assim, a prática da justiça, a virtude geral, de onde se originam 
todas as demais, nos tornaria semelhantes ao divino, àquilo que transcende o próprio homem, ao imortal.
 Leitura obrigatória
Para que possa aprofundar seus conhecimentosacerca de Platão e 
Aristóteles, leia o livro a seguir:
CARLI, R. Antropologia filosófica. Curitiba: Editora Intersaberes, 
2012. Disponível em: <http://unip.bv3.digitalpages.com.br/users/
publications/9788582122143>. Acesso em: 11 nov. 2014.
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A leitura da parte I − “A concepção clássica de homem: a filosofia 
da Antiguidade grega” auxiliará na compreensão do que foi até então 
apresentado.
2 FORMAÇÃO DA ÉTICA: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE
Os principais filósofos organizadores da ética cristã são: Santo Agostinho, em A cidade de Deus 
e Confissões, e São Tomas de Aquino, em Suma teológica. Durante a Idade Média, o cristianismo se 
estabelece como teoria no campo filosófico. A representação ocidental do “divino” não é mais a natureza 
e passa a encarnar uma pessoa: Jesus Cristo. Essa nova visão do logos provoca mudanças profundas na 
compreensão do que é o Bem e, portanto, da ética. O cristianismo traz uma concepção revolucionária 
cristalizada até nossos dias: a nova concepção de amor.
A moral passa a ser entendida como a busca da perfeição: “a imitação de Cristo” como 
característica de cada ser humano. Essa nova concepção do indivíduo é o próprio cerne do processo 
civilizador ocidental, resultando em todos os direitos da pessoa. Contudo, é na compreensão do 
que é a liberdade que o cristianismo vai promover uma revolução se comparada ao conceito da 
Antiguidade Clássica.
 Observação
Enquanto para os antigos, a liberdade só se realizava no campo político e 
era entendida como sinônimo de cidadania, no cristianismo ela é deslocada 
para o interior de cada ser humano.
A ética cristã articula liberdade e vontade, apresentando esta última como essencialmente dividida 
entre o bem e o mal. Foi o cristianismo que subordinou o ideal de virtude à ideia de dever e de obrigação. 
Fez da humildade uma virtude essencial, o que era desconhecido pelos antigos. Mais do que isso, o 
cristianismo também exigiu a submissão da vontade humana à vontade divina, tornando problemática 
e quase impossível à finalidade ética dos antigos, isto é, a autonomia, a capacidade de escolha por si só 
dos valores que norteiam as ações humanas.
Se para os gregos antigos a virtude era um talento natural, para o cristianismo o que é moral ou não 
é o uso que se faz desses dons naturais; essa liberdade de escolha vai ser chamada pelos filósofos de 
“livre arbítrio”. Aparece aqui a ideia do “mérito”, tão cara ao capitalismo. Não importam mais os talentos 
que recebemos da natureza, mas o que faremos com eles. Por meio desses talentos podemos sair do 
estado de desigualdade natural para entrar na igualdade por nós construída. Portanto, a liberdade se 
torna fundamento da moral.
Uma vez que todos são livres e iguais porque filhos do mesmo Deus e com direito à salvação vinda de 
Cristo, toda a humanidade é composta por irmãos, fraternos entre si. Essa nova noção de fraternidade 
era desconhecida pelos antigos.
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 Lembrete
No cristianismo, a noção de responsabilidade individual é ao mesmo 
tempo universal e faz surgir uma virtude também desconhecida pelos 
antigos, que é a caridade, ou seja, a responsabilidade pela salvação do 
outro, material e espiritual, seja o outro quem for.
O amor passa de uma noção pessoal e carnal – o amor-paixão – para um amor de compaixão, 
o amor ao próximo, sendo o próximo qualquer pessoa, já que todos são irmãos. A compaixão, a 
benevolência, a solicitude para com os outros, até mesmo com outras formas de vida, passam a ser 
regra de comportamento ético.
Ser virtuoso – portanto, ético – passa a ser agir em conformidade com a vontade de Deus; logo, se 
agir é um dever e como Deus se manifesta na pessoa humana, a responsabilidade com o outro passa a 
ser um valor ético. Portanto, a autonomia, tão cara aos gregos antigos, dá lugar ao conceito de dever 
como limite da liberdade.
 Leitura obrigatória
Para que possa aprofundar seus conhecimentos acerca do assunto, leia o 
livro a seguir:
CARLI, R. Antropologia filosófica. Curitiba: Editora Intersaberes, 
2012. Disponível em: <http://unip.bv3.digitalpages.com.br/users/
publications/9788582122143>. Acesso em: 11 nov. 2014.
A leitura da parte II − “A concepção de homem na Idade Média e a 
filosofia cristã” aborda justamente os pensamentos de Santo Agostinho e 
Tomás de Aquino.
2.1 A evolução da ética
A Modernidade começa com o desaparecimento da ideia de uma ordem universal e hierarquia 
natural dos seres, cedendo para as ideias de universo infinito, desprovido de centro e de periferia, e 
de indivíduo livre, átomo no interior da natureza e para o qual já não possui a definição prévia de 
seu lugar próprio e, portanto, de suas virtudes próprias. A ordem do mundo não é mais dada de fora 
do mundo, quer seja pelo cosmos, como queriam os gregos, quer seja por Deus, como pensavam os 
cristãos na Idade Média. Assim, a modernidade afasta a ideia medieval de um universo regido por forças 
espirituais secretas que precisam ser decifradas para que com elas entremos em comunhão. O mundo se 
desencanta, como escreveu Weber, e passa a ser governado por leis naturais racionais e impessoais que 
podem ser conhecidas por nossa razão e que permitirão aos homens o domínio técnico sobre a natureza.
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No livro A ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Weber (1996) relaciona o papel do 
protestantismo cristão na formação do comportamento típico do capitalismo moderno.
 Saiba mais
Leitura extremamente interessante e importante para esta parte é o 
livro a seguir:
LIMA, R. R. A. de; SILVA, A. C. S. R. e. Introdução à sociologia de Max 
Weber. Curitiba: Editora Intersaberes, 2012.
 Observação
Weber descobre que os valores do protestantismo, tais como a disciplina 
ascética, a poupança, a austeridade, a vocação, o dever e a valorização do 
trabalho como instrumento de salvação da ética protestante, promovem 
o surgimento do capitalismo. Para Weber, tais valores são incorporados na 
ética ocidental como estrutura da confiança, valor essencial à manutenção 
da sociedade do contrato, que é a sociedade burguesa.
Durante o período compreendido entre os séculos XVII e XX, pouco a pouco, a ética vai deixando de 
estar em conformidade com a Natureza ou com Deus para centrar sua reflexão na condição humana. 
No século XVIII, Rousseau faz uma crítica ao pensamento de Aristóteles, segundo o qual o homem se 
diferenciaria dos animais por ser racional. Para Rousseau, o que diferencia o ser humano dos animais é 
sua capacidade de decisão por si só: a liberdade e a capacidade de aperfeiçoar-se ao longo da História. 
Como consequência dessa nova definição de humanidade temos a historicidade, a igual dignidade entre 
os seres humanos. Por ser livre e por não ter nada a dirigir suas ações é que o ser humano é moral. É 
seu espírito crítico que vai dotar o homem de valores morais, pois o ser humano sempre busca o bem e 
nasce intrinsecamente bom.
O maior representante da ética nos últimos séculos foi sem dúvida Immanuel Kant (1724-1804), o 
mais importante filósofo da Modernidade, sobretudo para quem se interessa pelo estudo da ética e, mais 
ainda, da ética profissional. Seu pensamento talvez seja aquele que mais contribuiu para a forma de se 
pensar ética tal como pensamos hoje. O homem é livre, diz Kant (2004), porque não está sujeito às leis 
físicas da natureza. Sua virtude reside na ação ao mesmo tempo voltada para interesses individuais e 
universais. Estes são os princípios basilares da ética kantiana: o desinteresse e a universalidade. A ação 
moral é a única ação verdadeiramente humana e a liberdade consiste na faculdade de transcender 
as tendências naturais. Uma vez que as tendências naturais nos levam sempre ao egoísmo, é preciso 
resistira essas tendências. Tal resistência é denominada por ele de “boa vontade”, ponto que ele vê como 
princípio de toda a moralidade verdadeira.
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Para Kant, na natureza há leis, na ética há deveres; e a existência do dever me diz que sou naturalmente 
livre. Do “dever” porque pelo fato de ser livre e ter boa vontade e preocupação com o interesse geral, há 
algo em nós que ordena uma resistência e até mesmo um combate contra a naturalidade ou animalidade 
que exista em nós. Kant dá um exemplo: se um tirano obriga alguém a testemunhar falso contra um 
inocente, ele pode ceder e dizer o falso. Contudo, depois sentiria remorso, pois algo em nós nos orienta 
para o bem, que é a voz da razão. Isso demonstra que a testemunha sabia que podia dizer a verdade: 
sabia, devia, podia. E sabia porque seria irracional, uma vez que num mundo em que todos dissessem o 
falso, seria impossível viver; portanto, para nossa razão, seria obrigatório dizer a verdade. Essa é a prova 
da universalidade e necessidade da norma ética.
Essa voz da razão, que aparece sob a forma de ordens indiscutíveis, é chamada por Kant de imperativo 
categórico: imperativo porque não se pode subtrair a ele, não é um conselho, e categórico porque não 
admite o contrário daquilo que está mandando. Tudo isso devido ao fato de que, da concepção de 
perfectibilidade humana, a ética kantiana vai propor que a liberdade humana consiste justamente na 
nossa capacidade de ir além das determinações naturais de satisfazer nossos interesses particulares para 
agir de acordo com os interesses gerais, isto é, universais. Por isso, a ética moderna vai repousar na ideia 
do mérito, ou seja, todos nós temos dificuldades em realizar nosso dever, em seguir os mandamentos 
da moral, apesar de todos nós o considerarmos legítimos. Daí nosso mérito em agir em conformidade 
com o bem comum e não em conformidade com nossos desejos e paixões. A modernidade vai valorizar 
toda a ação de dever: é a ética moderna fundamentalmente meritocrática de inspiração democrática.
A partir de Kant passa a vigorar no campo de estudo da ética o que se convencionou chamar de 
humanismo moderno. Não só no plano da moral, mas no político e no jurídico, o fundamento está 
unicamente na vontade dos homens, desde que se aceite como restrição a vontade dos outros. A 
liberdade de cada um termina onde começa a liberdade dos outros. É apenas essa limitação pacífica 
que pode permitir uma vida social harmônica e feliz. Logo, essa harmonia é uma construção humana 
e não mais um fato pronto pela natureza ou dada por Deus, ou seja, os homens vivendo em liberdade, 
mas com a vontade dirigida pelo dever (responsabilidade) na construção de uma sociedade com valores 
comuns, que Kant chama de “reino dos fins”. Como seres dotados de dignidade absoluta, os homens 
não poderiam ser tratados como meios usados para objetivos pretensamente superiores, ou seja, o fim 
absoluto digno de respeito absoluto: o centro do universo é a humanidade.
Kant elaborou um imperativo categórico da razão do agir ético: “age tendo a humanidade como 
fim e jamais como meio” (não tratar os sujeitos como coisas) e “age como se a máxima de tua ação 
pudesse ser realizada por todos os homens e para qualquer homem” (a universalidade da razão garante 
a universalidade do sentido da ação). Isso significa que a pessoa deve agir espontaneamente, por sua 
vontade e não sob coação ou por vontade alheia, só assim o comportamento será eticamente valioso. 
Tal comportamento terá valor universal. O que o imperativo categórico pede é que a máxima (princípio 
subjetivo) seja de tal natureza que possa ser elevada à categoria de lei de universal observância, 
construindo assim o conceito de igualdade como principio ético.
Ele propõe um valor absoluto para servir como fundamento objetivo dos imperativos, e esse valor 
absoluto é a pessoa humana. O objeto de nossos desejos tem valor relativo, é apenas um meio de 
alcançar nossos objetivos. Só o homem tem valor absoluto. Sob dois prismas, as pessoas diferem dos 
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demais seres: primeiro, uma vez que as pessoas têm desejos e objetivos, as outras coisas têm valor 
para elas em relação aos seus projetos, as meras coisas, e isso inclui os animais que não são humanos, 
considerados por Kant incapazes de desejos e objetivos conscientes. Segundo, e ainda mais importante, 
os seres humanos têm um valor intrínseco, isto é, dignidade, porque são agentes racionais, agentes livres 
com capacidade para tomar as suas próprias decisões, estabelecer os seus próprios objetivos e guiar a 
sua conduta pela razão. Uma vez que a lei moral é a lei da razão, os seres racionais são a encarnações 
da lei moral em si. Portanto, a única forma para a bondade moral poder existir são as criaturas racionais 
apreenderem o que devem fazer e, agindo a partir de um sentido de dever, fazê-lo.
O filósofo deixou para o ocidente a ideia de que o ser humano é a única coisa com valor moral, 
assim, se não existissem seres racionais, a dimensão moral do mundo simplesmente desapareceria. 
Tal reflexão foi essencial para que a humanidade deixasse de considerar seres humanos como coisa 
e abandonassem a ideia da escravidão de outros seres humanos como direito de propriedade, além 
de estruturar teoricamente a luta por direitos iguais, independentemente de diferenças físicas, 
psicológicas, culturais e étnicas. Como são os seres cujas ações são sempre conscientes, Kant 
conclui que o seu valor tem de ser absoluto e não comparável com o valor de qualquer outra coisa. 
Se o seu valor está acima de qualquer preço, segue-se que os seres racionais têm de ser tratados 
sempre como um fim e nunca como um meio para se atingir esse determinado fim. Lança-se aqui, 
numa construção racional, a ideia cristã da igualdade entre os homens e que será o núcleo do 
Estado democrático.
O Estado democrático é o conjunto de iguais dentro de um determinado espaço geográfico. Isso 
significa que temos o dever estrito de buscar a prática do Bem, não só para nós mesmos como para 
as outras pessoas. Temos de lutar para promover o seu bem-estar; temos de respeitar os seus direitos, 
evitar fazer-lhes mal, e, em geral, empenhar-nos, tanto quanto possível, em promover a realização dos 
fins dos outros.
Somente se reveste valor ético à conduta autônoma, fruto da vontade do agente. A conduta 
heterônoma é aquela que nos faz agir pela vontade alheia, é desprovida de valor moral. A dignidade 
humana exige que o indivíduo não obedeça mais normas do que as que ele mesmo se autoimpôs, 
usando de seu livre arbítrio. Os valores kantianos de liberdade, de responsabilidade, de autonomia e de 
culto ao dever foram incorporados na ética ocidental como valores essenciais à civilização.
Na modernidade, conservou-se do cristianismo a ideia de que é virtude a obediência à razão 
contra o império caótico das paixões; que a virtude é dever e obrigação em face de normas e 
valores universais; que a liberdade é o poder humano para enfrentar com suas próprias forças as 
contingências e a adversidade; que a responsabilidade é marca da honradez virtuosa, pois não há 
liberdade sem responsabilidade, mas todos esses termos perderam a universalidade pretendida, 
pois lhes falta o centro ordenador: o cosmos antigo ou a providencia medieval. Somente com a 
ideia de civilização foi possível definir um novo centro que permitiria o surgimento de uma razão 
prática com pretensões ao universal no campo ético. Ou seja, há que se viver de acordo com um 
conjunto de valores expressos por deveres ou imperativos que nos pedem respeito pelo outro sem 
o qual uma vida pacificada é impossível.
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 Leitura obrigatória 
Leia a obra a seguir:
WEYNE, B. C. O princípio da dignidade humana: reflexõesa partir da 
filosofia de Kant. São Paulo: Saraiva, 2012. Disponível em: <http://online.
minhabiblioteca.com.br/books/9788502182806>. Acesso em: 11 nov. 2014. 
Nela, você poderá melhor aprofundar o que aqui foi apresentado sobre 
Kant. Leia o capítulo I – “Esboço histórico da ideia de dignidade humana” e o 
capítulo III – “O princípio da dignidade humana em Kant”.
3 AS TEORIAS SOBRE A ÉTICA
A ética teoriza sobre as condutas morais. Contudo, não existe uma única teoria ética. Selecionamos 
Max Weber, pois foi esse autor, no nosso entender, que mais desvelou a relação entre ética e profissão 
na sociedade capitalista. Segundo o autor nos ensina, há pelo menos duas teorias éticas: a ética 
da convicção, entendida como deontologia (estudos dos deveres), e a ética da responsabilidade, 
conhecida como teleologia (estudo dos fins humanos).
Escreve Weber (1959):
[...] toda atividade orientada pela ética pode subordinar-se a duas máximas 
totalmente diferentes e irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela 
ética da responsabilidade ou pela ética da convicção. Não que a ética de 
convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade. E esta última sinta a 
ausência de convicção. Não se trata evidentemente disso. Todavia, há uma 
oposição abissal entre a atitude de quem age segundo as máximas da ética 
da convicção – em linguagem religiosa, diremos: “O cristão faz seu dever e 
no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus”- e a atitude de 
quem age segundo a ética da responsabilidade que diz: “Devemos responder 
pelas consequências previsíveis de nossos dias” (WEBER, 1959, p. 185).
Apesar de termos objetivamente só os dois tipos de ética desenvolvidos por Weber, a tradição filosófica 
ainda difere os diversos tipos de ética dentro da mesma realidade social. Assim, faz-se comumente a 
seguinte divisão:
• Ética normativa: é aquela que se baseia em princípios e regras morais fixas e que pouco muda 
com o tempo porque está essencialmente ligada ao seu objeto. Como exemplo, pode-se citar a 
ética profissional e a ética religiosa. Nelas, as regras devem ser obedecidas ou deixaremos de ser o 
profissional ou o religioso. O descumprimento de suas normas leva-nos a perder a essência do ser.
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• Ética teleológica: é aquela cujos valores norteadores são julgados, por muitos, até imorais. 
Podemos dizer que é oposta à ética normativa, pois para tal ética “os fins justificam os meios”. 
Como exemplo, pode-se citar a ética da economia neoliberal, na qual o lucro advindo da lei do 
mercado é sempre “moral”.
• Ética situacional: é aquela que podemos dizer ser uma ética amoral. Ou seja, seus agentes não têm 
os valores bem demarcados em sua consciência. Assim, mudam de acordo com as circunstâncias 
e seus interesses de momento. Tudo é relativo e temporal. Como exemplo, pode-se citar a ética de 
alguns políticos e ”artistas” na sociedade pós-moderna. Para essas pessoas, tudo é possível, pois 
para quem tem poder, vale tudo.
4 A CLASSIFICAÇÃO DA ÉTICA
A ciência dos valores admite várias classificações, já que existem muitas escolas, ideologias ou 
correntes de pensamento. Quanto mais as sociedades se tornam complexas e as redes de comunicação 
permitem um contato entre as diversas culturas e visões de mundo, maior é o numero de concepções 
sobre ética.
Preferimos essa classificação, uma vez que desenvolve as quatro formas fundamentais de 
manifestação do pensamento ético na história ocidental. São elas: ética empírica, ética dos bens, ética 
formal e ética valorativa. Na realidade, os diferentes tipos se interpenetram e se apresentam como 
formas ecléticas. O sentido de separação é apenas para facilitar o estudo, portanto foi necessária uma 
abstração da realidade.
4.1 Ética empírica
É aquela em que os princípios foram derivados da observação dos fatos. Mais do que isso, foi 
a experiência concreta na vida social que levou seus defensores a provar o fato de que sem os 
valores éticos a vida social é impossível. Seus defensores são chamados de “empiristas” e suas 
teorias da conduta se baseiam no exame da vida moral. Segundo os empiristas, os preceitos 
disciplinadores do comportamento estão implícitos no próprio comportamento da maioria dos 
seres humanos. Para os teóricos da ética empírica, não se deve questionar o que o homem 
deve fazer, e sim examinar o que o homem normalmente faz. Pois o homem deve ser como 
naturalmente é, e não se comportar como as normas queiram que ele seja. O drama ocidental foi 
que o empirismo nos levou ao relativismo.
Como a conduta humana varia de acordo com a cultura e o tempo histórico, a defesa que os 
empiristas fazem da existência de uma moral universal, natural e própria do ser humano mostra-se 
improvável nos dias atuais. Tanto que o subjetivismo, próprio da visão da ética empírica, terminou por 
gerar visões de ética que são opostas ao conceito grego original – defesa da vida comunitária. É possível 
assim dividir as teorias éticas nascidas da ética empírica.
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4.1.1 Ética anarquista (subjetiva)
O anarquismo repudia toda norma, todo valor, direito, moral, convencionalismos sociais, religião. 
Para tal visão, tudo constitui exigência arbitrária, nascida da ignorância, da maldade e do medo. Assim, 
não há legitimidade nas normas, sejam elas morais ou jurídicas. É uma doutrina egoísta, pois nela o que 
vale é a vontade humana num dado momento e esta varia de indivíduo para indivíduo. Não é possível 
uma direção para o agir social considerado modelo.
4.1.2 Ética utilitarista
Toda ética busca o bem absoluto na vida social. Para a teoria utilitarista, só é bom o que 
é útil. A conduta ética desejável é a conduta útil. A utilidade, porém, é mero atributo de um 
instrumento. A eficácia técnica dos meios não corresponde ao valor ético dos fins. Exemplo: a arma 
utilizada para abater um animal a ser sacrificado em decorrência de portar enfermidade grave 
é tão útil como aquela que serve ao assaltante para liquidar sua vítima. Não existe consistência 
no utilitarismo como aplicação para necessidade de uma conduta ética dos homens, salvo se 
referente a uma finalidade: a obtenção do supremo bem, a felicidade das pessoas. O utilitarismo 
tem sentido moral se entendido como prudente emprego dos meios aptos à consecução de fins 
moralmente valiosos.
4.1.3 Ética ceticista
É a ética do cético. Cético é a pessoa que põe em dúvida todas as crenças tidas como verdadeiras 
para as demais pessoas. Uma teoria de ética cética, portanto, é aquela em que o valor moral maior 
consiste justamente em colocar em dúvida todos os valores aceitos como essenciais para a maioria dos 
teóricos. O cético duvidando de tudo coloca o método filosófico como fim de compreensão da realidade. 
É dúvida sistemática.
Aqui cabe, mesmo que sucintamente, distinguir entre dúvida metódica e dúvida sistemática. Dúvida 
metódica é utilizada como método filosófico de busca da verdade última das coisas. Duvidar como 
instrumento metódico leva a um saber que se aproxima da ausência do erro. Por exemplo, a máxima de 
Sócrates, “só sei que nada sei”, sustenta que algo se sabe com certeza: sabe-se, ao menos, que nada se 
sabe. Esse é o primeiro passo no caminho do conhecimento. Sócrates compreendeu o valor da dúvida 
como método dialético (método de discussão). Já a dúvida sistemática, própria dos ceticistas, é aquela 
em que se põe em dúvida tudo e de forma permanente. Eles declaram não crer em coisa alguma e aqui, 
segundo alguns filósofos, está seu primeiro e mais profundo erro, pois se fossem realmente céticos, 
duvidariam até mesmo da sua afirmação de que em nada creem.
4.2 Ética dos bens
A ética dos bens se preocupa com a relação estabelecida entre o proceder individual e o supremo 
fim da existência humana. A ética dos bens defende a existência de um valor fundamental denominado 
bemsupremo. O bem supremo é aquele que não pode ser meio de qualquer outro para se obter um 
fim. Desta forma, hierarquicamente, a vida pessoal e o prazer de viver são o principal bem supremo. As 
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manifestações mais importantes da ética dos bens são o eudemonismo (confiança na felicidade como 
destino humano), o idealismo ético (aspiração ao ideal) e o hedonismo.
4.3 Ética formal
Para tal teoria, a significação moral do agir ético reside na pureza da vontade e na retidão dos 
propósitos do agente considerado. Tal retidão de propósito reside na boa vontade do agente ético 
se comportar socialmente conforme o seu dever e por dever. Exemplificando: conservar a vida é um 
dever. Portanto, se atentamos contra a vida em quaisquer circunstâncias, estaremos descumprimos o 
dever. Mas, se alguém perdeu todo o apego à vida e mesmo não temendo, ou até desejando, a morte, 
conserva a existência para não descumprir o dever de conservar a vida, sua conduta tanto externa como 
internamente está em acordo com a lei moral e possui valor moral pleno. Por isso, seu agir é ético.
4.4 Ética valorativa
Pressupõe que os valores devam ser ensinados, pois seus teóricos defendem a idéia de que basta 
saber o que é a bondade para ser bom. O construtor dessa teoria foi Sócrates. Segundo ele, basta 
conhecer a bondade para que se seja bom. Para nós, tal ideia pode parecer ingenuidade, pois já está 
profundamente gravado na nossa mente que só algum grau de coerção é capaz de evitar que o homem 
seja mau. Na Antiguidade, esta era uma noção perfeitamente coerente com o pensamento, ainda que 
não com a prática da sociedade grega. Além do mais, essa ideia é a base que orientará a ética ocidental.
 Resumo
O que foi possível aprender nesta unidade? Iniciamos com uma breve 
introdução sobre a importância da ética enquanto urgência não só no 
mundo dos negócios, mas também nos paradigmas de convívio social.
Avançamos para a discussão do conceito de ética no âmbito geral. A 
abordagem deu-se a partir da etimologia à filosofia. Vimos a relação da 
ética com a moral, procurando entender ao mesmo tempo a diferença 
entre os dois conceitos, bem como suas relações internas e externas.
O conceito de valor também foi trazido ao debate, mapeado inicialmente a 
partir dos estudos da ciência econômica para depois partir para a questão geral.
A história da ética, bem como sua gênese, também esteve presente na 
unidade. Neste aspecto, foi possível perceber a noção de justiça e bem comum. 
A formação da ética no sentido de liberdade, igualdade e fraternidade também 
foi abordada na unidade, partindo das discussões filosóficas e cristãs.
A evolução da ética com Kant também foi apontada, assim como as 
teorias e classificações da ética, finalizando a unidade.
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 Exercícios
Questão 1. Veja os dois textos abaixo:
Texto 1
De acordo com Manzalli e Aguiar (2015, p. 14), “devido ao fato de o pensamento kantiano ter uma 
importância medular para quem se interessa pela reflexão sobre ética no mundo capitalista, preferimos 
compreender que ética se diferencia da moral. Moral está mais relacionada a crenças estruturadas 
em valores, acumuladas desde a mais tenra infância e transmitidas pelos grupos sociais de interações 
afetivas, tais como a família e a Igreja. Moral está diretamente relacionada à consciência que é o locus 
privilegiado dos valores, enquanto a ética é a exteriorização da conduta humana em sociedade. Além 
disso, desde o início os pensadores liberais preferiram a palavra ‘ética’ para expressar normas de conduta 
de grupos organizados, como as categorias profissionais e seus Códigos de Ética”.
Texto 2
Em relação aos dois textos acima, é possível afirmar que:
A) Não há relação entre eles, já que o segundo nega a possiblidade de ética mesmo entre pessoas 
com elevado grau de instrução.
B) O segundo texto se opõe ao primeiro, já que evidencia a incapacidade de a escola formar cidadãos 
éticos.
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ECONOMIA E ÉTICA
C) Há relação entre os dois textos, já que o primeiro explica a diferença entre valores apreendidos 
(moral) e valores exteriorizados (ética), o que é evidenciado no segundo texto.
D) Não há relação entre os dois textos, já que o primeiro distingue moral e ética e o segundo coloca 
moral e ética como possuindo o mesmo significado.
E) Não há relação entre os dois textos, já que a moral e a ética são questões metafísicas que não 
estão associadas a condutas pessoais ou profissionais.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o segundo texto não nega a possiblidade de comportamento ético entre pessoas de 
elevado nível superior; ao contrário, o que ele mostra é que moral e ética são dimensões diferentes e que 
se revelam de formas diferentes. Este é, aliás, o conteúdo do primeiro texto.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há oposição entre os dois textos, já que o segundo mostra que mesmo a escola, 
fonte e origem de transmissão de valores morais, pode abrigar comportamentos não éticos. Isso não 
significa que a escola seja incapaz de formar cidadãos éticos, mas tão somente que ética e moral são 
dimensões distintas, tal como o explicado no primeiro texto.
C) Alternativa correta.
Justificativa: os dois textos estão associados; o primeiro explica a diferença entre ética e moral; 
o segundo evidencia que, embora apreendidos, valores podem não ser materializados exatamente da 
forma como foram transmitidos e absorvidos. Tal posição encontra abrigo na filosofia kantiana, como 
explicado pelos autores do primeiro texto.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: há relação entre os dois textos já que os dois tratam das diferenças entre moral e ética.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: há relação entre os dois textos e, em nenhum deles a moral e a ética são tratadas como 
atributos metafísicos, sem quaisquer relações com a conduta pessoal ou profissional. Ao contrário, os 
dois textos estabelecem essa associação entre valores aprendidos e valores exteriorizados.
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Unidade I
Questão 2. (Enade 2010, adaptada) Analise a charge abaixo:
 A charge representa um grupo de cidadãos pensando e agindo de modo diferenciado, frente a uma 
decisão cujo caminho exige um percurso ético. Considerando a imagem e as ideias que ela transmite, 
avalie as afirmativas a seguir.
I – A ética não se impõe imperativamente nem universalmente a cada cidadão; cada um terá de 
escolher por si mesmo os seus valores e ideias, isto é, praticar a autoética.
II – A ética política supõe o sujeito responsável por suas ações e pelo seu modo de agir na sociedade.
III – A ética pode se reduzir ao político, do mesmo modo que o político pode se reduzir à ética, em 
um processo a serviço do sujeito responsável.
IV – A ética prescinde de condições históricas e sociais, pois é no homem que se situa a decisão ética, 
quando ele escolhe os seus valores e as suas finalidades.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I e II. 
B) I e IV. 
C) II e IV. 
D) III e IV. 
E) I, II e III.
Resolução desta questão na plataforma.

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