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Terapia familiar.

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O pensamento sistêmico entende que os relacionamentos são 
complementares, interdependentes, que as partes se influenciam igualmente. 
Segundo Kreppner (2000), a adoção da Perspectiva Sistêmica à terapia familiar 
implica em entender a família como um sistema complexo, composto por vários 
subsistemas que se influenciam mutuamente, tais como o conjugal e o parental. 
A terapia familiar sistêmica teve influência da cibernética ao estudar a 
comunicação da família enquanto um sistema, que são os denominados feedbacks, 
que segundo Nichols e Schwartz (2007), é o processo pelo qual um sistema obtém a 
informação necessária para manter o curso estável. É por meio deste que a 
autorregulação sistemática é feita, podendo ser através do reestabelecimento da 
homeostase, que é o mecanismo que possibilita a permanência de um estado ou uma 
forma para que o sistema volte a ser como antes, sem alterações na formação e sem 
mudanças; ou, pode ser através da morfogênese, que ocorre quando o sistema 
adapta sua estrutura para se adequar as mudanças que ocorreram no meio. 
O feedback pode ter duas interpretações, sendo negativo ou positivo, mas sem 
relação com questões de juízo de valor. A distinção feita está relacionada ao quanto 
se desvia de levar tal relação ao estado homeostático. Quando negativo, indica que 
há um desvio do sistema em relação ao estabelecimento do equilíbrio, pontuando que 
há necessidade de correção para que possa alcançar o alvo. Quando positivo, 
confirma e reforça a direção que deve ser mantida. 
Ao analisar a relação familiar de João e Maria percebe-se que houve diversas 
mudanças estruturais nesse ciclo: o nascimento do primeiro filho, a ida da mãe de 
Maria que foi morar junto com a filha, a demissão de João e sua também mudança 
para casa de Maria, o deslocamento de toda família para Porto Alegre após o 
nascimento do segundo filho e a mudança definitiva para a casa dos sogros de João. 
Esses diversos acontecimentos alteram a forma de se relacionar, comportar, a 
vivência e o dia a dia do casal. 
Uma das queixas relatadas por João é a de não pertencimento à casa em que 
vivia, por ser de seus sogros; ele também pontou que Maria tirava sua autoridade 
diante dos filhos e que era muito protetora. Assim como João, Maria também se queixa 
do comportamento agressivo de seu companheiro quando diz respeito a educação de 
seus filhos. Para que essa relação volte a funcionar é necessário que sejam validados 
os discursos de ambas as partes; se existem as queixas, é preciso que haja também 
uma escuta ao outro que se queixa. Os envolvidos devem ser responsáveis na 
manutenção destas. Segundo Nichols e Schwartz (2007), o papel do terapeuta é 
auxiliar para que não haja a culpabilização de um ou outro, mas alertar que suas ações 
se complementam, fazendo com que percebam que queixas não legitimadas e 
ouvidas geram feedbacks negativos, afastando o casal da resolução de suas 
questões. 
Em relação a inserção de outras pessoas nesse ciclo familiar – que são os avós 
das crianças, é necessário que se estabeleçam e se mantenham equilibradas as 
fronteiras dentro desse sistema. Os pais de Maria são uma base de apoio para a 
família, mas, é necessário que os papeis sejam estabelecidos e respeitados dentro da 
educação de Benício e Gustavo. O pai deve ser respeitado em suas ordens, assim 
como a mãe; os avós, por estarem diretamente envolvidos nesse ciclo devem também 
serem legitimados, mas, sem que ultrapasse a barreira do papel que ocupam. 
Por fim, para que essa família reestabeleça o bom convívio, o processo de 
morfogênese é instalado, fazendo com que seja necessário se adaptar as mudanças 
ocorridas durante os anos, que acarretaram diversos prejuízos para esse grupo, para 
que encontrem equilíbrio, mantendo a escuta receptiva e respeitando a 
individualidade, mas, entendendo que apesar disso, como família são um único grupo. 
 
 
REFERÊNCIAS 
GOMES, Lauren Beltrão et al . As origens do pensamento sistêmico: das partes para 
o todo. Pensando fam., Porto Alegre , v. 18, n. 2, p. 3-16, dez. 2014 . Disponível 
em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
494X2014000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 22 nov. 2022.

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