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Coringa

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FACULDADES INTEGRADAS SÃO PEDRO – FAESA 
CURSO DE PSICOLOGIA 
PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE 
 
ALUNO:_Walkira Vespa S S Moreira_ DATA:12/10/2022 PERÍODO: 4º TURMA: C PROFESSOR: FRANCISCO DE ASSIS LIMA FILHO 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO FILME 
Coringa (Joker, no original) é um filme norte-americano de 2019, dirigido por Todd Phillips, que conta com Joaquin Phoenix no papel do protagonista, representado por Arthur Fleck que trabalha como palhaço para uma pequena empresa especializada, fazendo propaganda nas ruas, animando crianças em hospitais. Claramente ganha uma mixaria que mal dá pra ter a mínima dignidade que se poderia esperar de alguém com um trabalho que pode ser humilhante mas que ao mesmo tempo traz alegria.
Como se sua vida por si só não fosse triste demais, sua mãe também tem seus distúrbios e depende de seus cuidados e do quase irrisório dinheiro que Arthur traz para a casa. Ele sonha se tornar um comediante de stand up, formato de espetáculo que está crescendo na época em que a história se passa, o fim dos anos 70 e início dos 80. Arthur vive em Gotham, uma cidade afundada em podridão, literal e metafórica. Uma infestação de ratos é noticiada incessantemente no rádio e na tv. A corrupção assola em todos os segmentos. A violência é grande. Todo esse ambiente, só faz Arthur se sentir cada vez mais rejeitado por tudo e por todos.
Arthur que havia passado a andar armado por recomendação de um colega palhaço, dando-lhe uma arma para se defender de ataques, acaba deixando a arma cair durante uma apresentação em um hospital para crianças. Ele perde o emprego e sua vida que já era terrível se torna pior ainda. Além disso, as sessões de terapia que fazia, e que já não lhe ajudava, apenas servia para que conseguisse os remédios que controlavam seu comportamento, foram suspensas. 
Ele conhece uma vizinha após um breve momento no elevador. Acreditamos por bastante tempo no filme que essa seria um interesse romântico até clichê que poderia o ajudar a manter o pouco de humanidade sã que poderia haver nele. Contudo, mais a frente descobrimos, que toda sua relação com ela era apenas fruto de suas alucinações. 
Arthur intercepta uma das cartas que sua mãe escrevera para Thomas Wayne. Ao lê-la, ele descobre que é filho do bilionário e mais influente cidadão de Gotham, que atualmente é candidato a prefeito. Isso explica muito da devoção de sua mãe ao ex-patrão e seus pedidos de ajuda a ele. A mãe,nunca aceitou isso e acabou sendo internada em uma instituição para doentes mentais. Enquanto isso Arthur sofria abusos e violência física. 
Arthur procura Thomas em um evento e confronta, averiguando se o mesmo era seu pai; leva uma surra, e sendo mais uma vez tratado como lixo. O bilionário deixa claro para Arthur que ele não é seu filho e é fruto da loucura de sua mãe, que na verdade nem mesmo é sua mãe biológica. O teria adotado para criar essa história toda.
Arthur sufoca a própria mãe, após essa ter um ataque cardíaco, que por sua vez, se deu quando a polícia foi à procura dele em sua casa. Ele era suspeito de matar três funcionários das Indústrias Wayne no metrô. Acontece que ele realmente os matou ao reagir com tiros à agressão que sofria quando tentou ajudar uma mulher que estava sendo assediada pelos homens no metrô.
A grande população pobre começa a tratar o tal palhaço suspeito de assassinar os riquinhos; como herói da classe operária. Isso infla o ego de Arthur, que finalmente se descobre. Ele agora sabia que existia e tinha um propósito. Ele acaba causando uma espécie de revolução na cidade, que está cansada do abismo social e de toda sujeira que só cria cada vez mais criminosos na cidade, sejam eles de colarinho branco ou aqueles que acabam se deixando levar por não enxergarem saída em uma sociedade que os massacra. Arthur havia, sem querer, inspirado outros como ele, mesmo que todos eles o tenham levado àquela situação.
Murray Franklin, antes um ídolo para Arthur, debocha de Arthur que é um piadista Joker e ao ver sua fracassada apresentação de stand up. No fim, ele acaba matando seu desafeto em rede nacional, ao vivo, após ter sido convidado ao seu programa para ser humilhado. Ali, o personagem que cresceu brilhantemente, surpreendendo a todos com respostas contundentes e perturbantes, finalizando com um tiro na testa do apresentador/comediante.
Ao ser preso, a revolução dos palhaços já estava causando caos nas ruas, e a classe trabalhadora já estava determinada a acolher seu ícone e derrubar os símbolos da classe opressora, entre eles, Thomas Wayne. Quando ele sai do teatro com sua família, é assassinado juntamente com sua esposa e em frente ao seu filho por um ativista mascarado que diz que agora ele terá o que merece, claramente inspirado pelo Coringa na tv.
Análise do comportamento do personagem – Teoria de base Erick Fromm
De acordo com Fromm a personalidade do sujeito é fortemente influenciada pelas forças sociais, econômicas, políticas e históricas, que uma sociedade doente produz sujeitos doentes. Baseado nesta afirmativa podemos dizer que Coringa é um homem que representa a população desolada da sociedade. Pessoas que vivem com o mínimo e que estão completamente dependentes da atenção dos serviços públicos para terem suas necessidades mínimas atendidas. Por outro lado, analisando o que Fromm aborda, que a relação de pais e filhos determina os mecanismos que o sujeito utilizará, podemos dizer que Arthur, o Coringa, não teve uma infância saudável. Ele que teve uma infância marcada pela violência, abandono, por parte dos pais, pois o mesmo era adotado, não teve atendida as necessidades psicológicas básicas do sujeito. 
As necessidades psicológicas básicas, mais evidentes, que lhe faltaram, são; necessidades de ligação que surge com a perca do relacionamento instintivo com a natureza, que temos de usar a razão para criar um novo relacionamento com as outras pessoas. Sendo esta a maneira ideal para conseguir que, por meio do amor produtivo, que envolve carinho, responsabilidade, respeito e conhecimento, isto lhe faltou desde o nascimento. Ele não se sentiu amado, nem que alguém se preocupava com o crescimento e a felicidade dele, tão pouco, garantindo às necessidades, o respeito e preocupando-se de como ele realmente estava. Isto Fromm aborda como um amor produtivo, que quando existe estas necessidades atendidas, pode ser direcionado a uma pessoa do mesmo sexo que como amor fraternal, a uma do sexo oposto, ou a um filho, amor paternal, ou maternal. Em todas as três formas, a principal preocupação da pessoa é com o desenvolvimento e crescimento do self da outra pessoa e isto faltou em tudo para Arthur. Porque o mesmo tinha um self de derrotado, de não saber quem era, se um incapaz, um ser que estava abaixo de tudo e todos.
Outra necessidade psicológica básica que faltou para Arthur, o Coringa, foi de criar raízes; esta que por sua vez , foi lhe negada, desde que o mesmo se entendia por gente. Esta necessidade é de fundamental importância; ele não sentia parte de uma família, lhe faltou e muito, a segurança da infância, o apego com a mãe.
Como não houve este elo, o mesmo não conseguiu criar novas raízes nos relacionamentos com os outros, e tão pouco substituir as raízes iniciais, porque ela não foi bem estabelecida. Arthur não conseguia desenvolver o sentimento de afinidade com outras pessoas pela formação da sua infância e ausência de segurança e tantos outros aspectos. Causando assim o isolamento do mesmo.
Ele não teve sua identidade formada também durante sua vida, exceto, quando ele se viu com um proposito, quando ele moveu outros a se rebelarem contra a sociedade. Neste sentido ele pode se ver como sujeito de valor para os seus pares. 
Para isto Fromm nos diz que todos os sujeitos faz uso de mecanismos psíquicos, para fugir dos aspectos negativos e reaver a segurança perdida. 
Analisando Arthur, percebe-se que ele fez uso em maior parte da Destrutividade, porque ele visava a eliminação do outro, que gerava um sentimento de impotência, humilhação nele. Conseguia afastar todos delede alguma forma., ficando sozinho e isolado, de forma que não se podia ser esmagado por forças exteriores. Destruiu a cidade, e todos que o tinham prejudicado. Esta Destrutividade variou em seu peso tanto em indivíduos quanto em grupos sociais. O grau de Destrutividade de Arthur foi proporcional à intensidade com que sua vida foi tolhida, pois quanto mais obstruído for o impulso para viver, mais forte foi o impulso dele para destruir. As condições individuais e sociais que contribuíram para a supressão da vida produziu nele um prazer pela destruição, de forma que gera uma reserva de onde se nutre as tendências hostis contra outras pessoas ou contra si mesmo.
Por fim podemos concluir esta analise com as próprias palavras de Fromm “ Eu posso fugir da sensação da minha própria falia de poder em relação ao mundo fora de mim destruindo-0. Para ter certeza, se eu conseguir elimina-lo, fico sozinho e isolado, mas o meu isolamento é um isolamento maravilhoso, no qual não posso ser esmagado pelo poder avassalador dos objetos (ora de mim" (Fromm, ¡941, p. 179).

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