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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI Engenharia Mecânica Técnicas Conexas e Soldagem Atividade 1 Tamiris Guimarães Cesar Pinto Leia o texto a seguir, no qual os autores destacam as vantagens do uso de robôs em operações de soldagem: Manipuladores robóticos evoluíram muito desde seu surgimento. Atualmente, os manipuladores robóticos são máquinas interessantes em termos de flexibilidade, programabilidade e precisão. Sistemas modernos de manufatura dependem cada vez mais de equipamentos automáticos, inclusive robôs manipuladores. Esta é uma escolha econômica baseada nas seguintes razões: 1. Robôs manipuladores podem realizar tarefas industriais de forma similar a humanos, com qualidade pelo menos comparável, por períodos de tempo maiores. 2. Manipuladores robóticos apresentam a melhor relação entre “custos de produção” e “volume de produção” para volumes de produção pequenos e médios [...]. De fato, considerando as condições atuais do mercado (alta competitividade, produtos definidos, em parte, pelos clientes, produtos com ciclos de vida curtos, demanda crescente por melhor qualidade a preços menores, etc.), as empresas operam baseadas em pedidos e nunca arriscam produzir grandes estoques (além dos estoques de segurança necessários), o que mantém a produção em pequena ou média escala. 3. Manipuladores robóticos são máquinas flexíveis únicas (principalmente devido à programação) que podem ser adaptadas para realizar tarefas muito diferentes. Consequentemente, eles são adequados para serem usados com setups de fabricação que precisam de mudanças frequentes, o que é fundamental para responder às mudanças do mercado ou para introdução de novos produtos (PIRES; LOUREIRO; BÖLMSJO, 2006, p. 17). Ao longo deste estudo, vimos como os processos de soldagem são classificados, as formas de energia necessárias para que a soldagem aconteça e algumas características do arco elétrico — uma das principais fontes de calor para soldagem por fusão. Considere o texto acima e os conteúdos estudados neste material, especialmente no que diz respeito ao arco elétrico e a como as alterações em parâmetros de polaridade, tipo de corrente, tensão e corrente de soldagem afetam o resultado final da junta. Imagine, então, a seguinte situação hipotética. Uma certa indústria produz rotores de bombas dragas (figura a seguir). No portfólio da empresa, existem cerca de 90 modelos diferentes desses rotores, e todos são produzidos, sob pedido, na mesma linha de produção. Figura - Rotor de bomba draga Fonte: Brazmix (2022, on-line). #PraCegoVer: a figura mostra um rotor usado em bombas dragas. O rotor é composto por um disco circular de aço e quatro palhetas espessas em formato trapezoidal, também em aço. As palhetas são dispostas a cada 90°, com a base maior voltada para a face do disco, perpendicularmente a este. Há cordões de solda unindo o disco às palhetas. Para o modelo de rotor dessa figura, as pás são de aço SAE 5160 (aço-liga), e o disco é de aço SAE 1045 (aço-carbono). A solda entre o disco e a palheta é feita por um robô, com um processo GMAW. O gás de proteção usado é o CO2. A operação é realizada em corrente contínua de 125 A com polaridade direta e tensão de 24 V, com a velocidade de deslocamento de 7 m/min. A peça fica posicionada sobre um suporte inclinado a 45°, com as palhetas alinhadas horizontalmente, e o bocal fica posicionado verticalmente sobre a junta. Ocorre que, na maioria das peças, não acontece uma boa penetração da solda, e as palhetas acabam se soltando durante a operação. Usando os conhecimentos adquiridos ao longo deste estudo, assim como o texto acima, proponha soluções para o problema de falta de penetração. Seria recomendável trocar a operação robotizada pela operação manual ou o tipo de processo de soldagem? Os parâmetros da operação (gás de proteção, tensão, corrente etc.) estão adequados? Justifique suas respostas. BRAZMIX. Rotores soldados p/ bomba draga, [2022]. Disponível em: https://www.brazmix.com/rotores-soldados-p- bomba-draga-. Acesso em: 21 mar. 2022. PIRES, J. N.; LOUREIRO, A.; BÖLMSJO, G. Welding robots: technology, system issues, and applications. Londres: Springer, 2006. p. 17. Após a análise do texto acima, concluo que neste caso não seria necessário a troca de um sistema automatizado de soldagem por outra manual ou até mesmo por outro tipo de soldagem. Desde que os parâmetros sejam corrigidos para que o processo de soldagem citado tenha sucesso e não ocorra o defeito da falta de penetração. Os parâmetros da operação não estão sendo adequados nem da relação tensão e corrente, assim como da posição de soldagem que é um fator que deve ser considerado. Para uma posição adequada, o melhor é ter o valor próximo ao máximo da intensidade da corrente. A corrente de soldagem é o principal fator no controle do volume da poça fusão e da penetração no metal de base, assim o volume e a largura da poça de fusão tendem a aumentar quando o valor da corrente também aumenta. Sendo assim, uma solução seria aumentar a corrente. A falha do manejo eletrodo também pode ser uma causa, se for isto a melhor solução é dirigir o arco de modo que ambas as chapas estejam onde a penetração tende a ser imperfeita. A velocidade de deslocamento ou de soldagem deve ser tal que permita ao arco ficar à frente da poça de fusão, se a velocidade for muito alta, o cordão produzido será estreito e de aspecto insatisfatório podendo ocasionar a falta de penetração. Portanto a solução é reavaliar e deduzir rapidamente a velocidade de soldagem. Em relação à polaridade, é importante relembrar que a ionização ocorre através do choque entre as partículas (elétrons, íons positivos e átomos neutros) durante o transporte de corrente pelo plasma. A velocidade dos elétrons “disparados” do cátodo em direção ao ânodo é muito maior que a velocidade dos íons positivos que chegam ao cátodo. A velocidade das partículas (energia cinética) é convertida em calor ao atingirem a superfície da peça ou do eletrodo. Logo, a região anódica chega a temperaturas maiores. Quando se está usando corrente contínua (CC), temos duas possibilidades: a polaridade direta (CC-), na qual o eletrodo é o cátodo (-) e a peça é o ânodo (+), ou a polaridade reversa (CC+), em que o eletrodo é o ânodo (+) e a peça é o cátodo (-) (KIMINAMI; CASTRO; OLIVEIRA, 2013). A primeira é bastante usada em processos de soldagem TIG e de soldagem a plasma, pois, como o eletrodo não é consumível, um maior aporte de calor na ponta do eletrodo seria muito ineficiente. Já a segunda é mais usada em processos com eletrodos consumíveis, como MIG, por exemplo. Nesses processos, usar a polaridade direta geralmente resulta em um arco mais instável, devido à ponta fundida do eletrodo. Outro ponto importante, quando se coloca um aporte maior de calor na peça, é a tendência que ela tem de “afundar mais” e a penetração ser maior. Já a polaridade reversa, tende a fundir mais rapidamente o eletrodo e aumenta a taxa de deposição. Na corrente alternada (CA) há uma troca constante de polaridade entre o eletrodo e a peça, e, por consequência, há um equilíbrio entre a taxa de deposição e a penetração.
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