Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Transporte através da membrana × Allana Garcia × Medicina UEPA Os transportes de membrana, por meio dos quais uma substância pode entrar ou sair de uma célula, podem ser passivo, em que não há gasto de energia, ou ativo, em que a célula gasta energia. Os transportes passivos são a difusão simples, a difusão facilitada e a osmose. Difusão simples Passagem de moléculas apolares (O2, CO2, N2, hormônios...) diretamente através da bicamada lipídica, sem dispêndio energético. Isso ocorre porque a bicamada lipídica também é apolar, portanto, permeável a essas moléculas. Pequenas moléculas polares não carregadas, como a água e a ureia, até podem se difundir pela membrana, porém lentamente e em baixa quantidade — por isso, dependem de outros tipos de transporte para passar em grande quantidade. Ocorre a favor do gradiente de concentração, de modo que as moléculas vão do meio mais concentrado ao menos concentrado. Difusão facilitada Transporte passivo de substâncias através da membrana com o auxílio de proteínas carreadoras (permeases) ou proteínas de canal. É utilizada para transportar substâncias a favor do gradiente de concentração, mas polares ou muito grandes (ex.: glicose, aminoácidos, íons polares). As permeases se ligam à molécula ou ao íon específico a ser transportado, que se encaixa em um sítio de ligação na proteína, no chamado modelo de “chave e fechadura”. Para transferir esse soluto através da membrana, a proteína realiza mudanças em sua conformação, funcionando como uma roleta, de modo que alternadamente expõe o sítio de ligação a um lado da membrana e então ao outro. As proteínas de canal estendem-se pela membrana e formam túneis hidrofílicos através dela, permitindo que suas moléculas alvo atravessem por difusão. Canais são muito seletivos e aceitarão somente um tipo de molécula (ou algumas poucas moléculas estreitamente relacionadas) para transporte. Diferentemente das permeases, as proteínas de canal interagem fracamente com o soluto (não há chave-fechadura, o soluto apenas passa direto pelo canal). Os principais tipos de proteínas de canal são os canais iônicos (que se abrem ou fecham para a passada de íons de acordo com estímulos, tais como a conexão com um ligante, um estímulo elétrico ou um estresse mecânico) e as aquaporinas (que permitem passagem de água e ficam continuamente abertas). Osmose Passagem da água por meio de proteínas de canal aquosas (aquaporinas), sempre a favor do gradiente de concentração e de modo passivo. Uma pressão atua equilibrando a entrada de água na célula dependendo da quantidade de soluto ali presente, denominada de pressão osmótica. A capacidade de uma solução extracelular de fazer a água mover-se para dentro ou para fora de uma célula por osmose é chamada de tonicidade. Transporte através da membrana Allana Karine Gatinho Garcia × Medicina UEPA × Módulo 2 2 Transporte através da membrana × Allana Garcia × Medicina UEPA A tonicidade de uma solução está relacionada à sua osmolaridade, que é a concentração total de todos os solutos na solução (quanto mais soluto, maior a osmolaridade). Quando soluções de diferentes osmolaridades são separadas por uma membrana permeável à água, mas não ao soluto, a água se moverá do lado com menor osmolaridade para o lado com maior osmolaridade. A partir da noção de osmolaridade, os meios podem ser classificados como: › Hipertônico: osmolaridade maior. “Puxa” água. › Isotônico: mesma osmolaridade. Não há movimento de água. › Hipotônico: osmolaridade menor. “Expulsa” água. Transporte ativo Passagem de íons ou outras moléculas contra o gradiente de concentração ou contra o gradiente eletroquímico. Feito por intermédio de uma permease acoplada a uma fonte de energia metabólica (gradiente iônico ou hidrólise de ATP). Como estabelecer um gradiente eletroquímico requer que a célula mantenha quantidades diferentes de íons dentro e fora da célula, não pode haver difusão (que tende a igualar o interior ao exterior celular). Assim, o transporte ativo gasta energia para manter a concentração certa de íons e moléculas nas células vivas. Os mecanismos de transporte ativo podem ser divididos em duas categorias: Transporte ativo primário: usa uma fonte de energia química (por exemplo, o ATP) diretamente para mover as moléculas através da membrana contra seu gradiente. O mais comum é a bomba de sódio e potássio, que move Na+ para fora das células, e K+ para dentro, usando ATP para isso. Transporte ativo secundário (co-transporte): usa um gradiente eletroquímico - gerado pelo transporte ativo - como fonte de energia para mover as moléculas contra seu gradiente, e assim não requer uma fonte química de energia como o ATP. Nesse caso, as proteínas carreadoras podem ser simporte (junto com a molécula contrária ao gradiente, vai outra a favor) e antiporte (enquanto a molécula contrária ao gradiente entra, uma a favor do gradiente sai). Gradiente eletroquímico Está relacionado à diferença do potencial elétrico dentro e fora da célula. O interior da célula tem mais cargas negativas do que o exterior, por isso, o potencial de membrana (diferença de potencial) é geralmente igual a -40 a -80 mV. A passagem de íons pela membrana altera esse equilíbrio padrão da membrana, alterando, assim, o gradiente eletroquímico.
Compartilhar